Meta da Nasa é dar autonomia a robôs

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Meta da Nasa é dar autonomia a robôs
Para cientista, soluções da UPE tem aplicação pela agencia dos EUA
A próxima geração de robôs astronautas será autônoma, inteligentes e auto-suficientes. A
avaliação é do engenheiro da NASA Michael Comberiate, especialista que trabalhou em
várias missões espaciais da agência. Ele atuou tanto na primeira missão tripulada à Lua, a
Apolo 11, como no envio da sonda Mars Opportunity, que desvendou a superfície de Marte
em 2004. Comberiate esteve no Recife, na última sexta-feira, expondo projetos da NASA a
alunos da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de Pernambuco (UPE). O cientista
ainda participou de reunião com alunos e pesquisadores, que mostraram projetos
desenvolvidos interessantes ao programa americano.
Segundo Comberiate, um dos desafios para a exploração de planetas usando robôs é a
impossibilidade de estabelecer conexão direta com os equipamentos pela distância entre a
Terra e a sonda robótica. "Temos comunicação, não conexão. Em Marte, por exemplo,
podemos dar um só comando por dia ao robô. Se dissermos para ele andar 30 metros, só
saberemos o que há adiante no outro dia", diz. Por isso, diz o engenheiro, a agência investe
em inteligência artificial e soluções energéticas para que os robôs fiquem mais autônomos.
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"Trabalhamos em meios que permitam que os robôs decidam o que fazer. Eles têm que saber
quando parar para reabastecer, por exemplo, ou quando se comunicar para tomar decisões,
como percorrer o solo marciano", diz ele.
Uma das soluções envolve usar
um
conjunto
de
robôs
trabalhadores liderados por uma
nave-mãe. "Ela tem a capacidade
de reconhecer visualmente os
demais robôs. Assim, pode
ordenar a um deles que se mova
para uma direção específica e
realize uma tarefa. Ela também
pode dar instruções para caso um
deles se perca", diz.
Comberiate disse ter ficado
impressionado com os projetos
dos alunos da UPE. Um deles
envolve
reconhecimento
e
conversão de gestos em texto,
usando o sensor Kinect, da Microsoft. O outro usa quadricópteros que podem navegar sós
usando reconhecimento de imagens. "Acho que o que será a próxima Microsoft, a próxima
grande empresa nascida em uma garagem, pode estar nestas iniciativas. E definitivamente
essas soluções têm aplicação pela Nasa", diz.
O cientista se mostrou preocupado com a continuidade da cooperação da Nasa com centros
acadêmicos fora dos Estados Unidos. "O maior incentivador desta iniciativa sou eu.
Infelizmente, isto não é algo nos planos da NASA, só nos meus. E me aposento em
fevereiro", revela Comberiate, que doará um robô explorador para a UPE. (J.W.)
Sonda Mars procura marcianos
MISSÃO Próximo à Terra, Marte desperta interesse dos astrobiólogos para receber colônia
humana. A lua Titã também chama a atenção
Semana passada, a humanidade deu um passo importante para definir um dos maiores
mistérios do universo. A missão da sonda robótica Mars Curiosity é nada mais nada menos
que descobrir se há, ou já houve vida em Marte e se o Planeta Vermelho tem condições de
receber uma colônia humana nos próximos anos. Mas o que pouca gente sabe é que não só
é possível que haja vida no nosso vizinho mais próximo, como é capaz de haver formas
orgânicas vivendo sob a superfície de três luas orbitando os maiores planetas do sistema
solar.
"Temos interesse em Marte porque é o mais próximo, o que torna o trabalho um pouco mais
fácil. Mas não é só ele que está sendo estudado pelos astrobiólogos", conta o astrofísico e
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professor da Universidade Estadual de Feira de Santana, Marildo Geraldête, que há alguns
anos passou a estudar a possibilidade de vida fora do planeta Terra. Geraldête conta que um
dos principais candidatos é Titã, uma das luas de Saturno, cuja atmosfera é semelhante
àquela encontrada na infância da Terra.
"É uma atmosfera primitiva, composta de metano", explica o astrofísico. Ele destaca que na
superfície da lua foram encontrados lagos de hidrocarbonetos, compostos orgânicos que,
combinados com a radiação ultravioleta do sol podem se transformar em compostos mais
complexos, como o DNA. "Mas há outras possibilidades, incluindo fora do sistema solar",
conta o professor.
"Trabalhamos com os chamados exoplanetas, procurando aqueles que têm uma assinatura
parecida com a da Terra", diz. Geraldête explica que nosso planeta, cuja atmosfera possui
gases como ozônio, oxigênio e dióxido de carbono, possui um padrão de emissão
eletromagnética bem distinta. Atualmente, a comunidade científica internacional já identificou
mais de 600 planetas fora do sistema solar, tendo outros mil esperando confirmação. Quantos
têm condições de suportar vida, no entanto, ainda é um mistério. "Estamos no limite da
tecnologia. Mas em pouco tempo seremos capazes de responder essa pergunta", diz.
O Brasil é um dos países que contribuem com esse tipo de pesquisa. Apesar de não ter
tradição no espaço, os astrofísicos e astrobiólogos brasileiros observam as estrelas há
tempos. E desde o início do ano os cientistas brasileiros observam os planetas em busca de
vida. A iniciativa é do Laboratório de Astrobiologia da Universidade de São Paulo (USP).
Um dos principais objetivos do laboratório é realizar a cultura de micro-organismos e outras
formas de vida em um local que simula o ambiente de outros planetas. Uma câmara de
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simulação é construída no laboratório. Ela permite que sejam criadas condições de pressão e
composição atmosférica precisas.
CURIOSIDADE
A Mars Curiosity foi lançada pela agência espacial americana, Nasa, no último dia 26, de
Cabo Canaveral, na Flórida. A previsão é que a sonda toque o solo entre os dias 5 e 20 de
agosto. Lá, um robô passará 23 meses vasculhando a superfície marciana em busca de água,
compostos orgânicos e indícios de vida, como fósseis ou micro-organismos. O robô tem três
metros de comprimento, dois de altura e 900 quilos. Ele percorrerá 20 quilômetros da
superfície de Marte em busca de vida. (J.W.)
Kepler 22-b é o primeiro apto a abrigar vida
Em mais um avanço na busca por planetas similares à Terra, capazes de abrigar a vida, a
agência espacial americana, Nasa, anunciou nessa segunda-feira que o telescópio espacial
Kepler confirmou a existência de um planeta habitável fora do sistema solar. O planeta Kepler
22b, detectado pela primeira vez em 2009 e situado a 600 anos-luz da Terra, é o primeiro
considerado apto para abrigar a vida.
A confirmação significa que os astrônomos o viram
passar diante de sua estrela três vezes e que as
condições para haver vida são adequadas em termos de
disponibilidade de água, temperatura e atmosfera. No
entanto, não há a certeza de vida nele. "Estamos certos
de que está na região habitável e de que tem superfície
que deveria contar com temperatura agradável", disse o
cientista da Nasa Bill Borucki.
Kepler 22b tem 2,4 vezes o raio da Terra, o que o situa
no grupo dos planetas denominados superterrestres, e
gira ao redor de sua estrela, similar ao Sol, a cada 290 dias. Os cientistas calculam que sua
temperatura na superfície seja de 22° C, mas não sabem se ele é rochoso, gasoso ou líquido.
A Nasa também anunciou que o telescópio Kepler descobriu outros 1.094 possíveis
exoplanetas, o dobro do que era rastreado. A missão Kepler é a primeira da Nasa em busca
de planetas como a Terra orbitando estrelas similares ao Sol. O telescópio, que custou US$
600 milhões, possui a maior câmera já enviada ao espaço.
Com o Kepler 22b são três os exoplanetas confirmados como aptos a abrigar a vida. Em
maio, astrônomos franceses confirmaram o primeiro exoplaneta rochoso apto com condições
de sobrevivência, o Gliese 581d. Em agosto, astrônomos suíços anunciaram o HD 85512 b.
No entanto, os dois planetas orbitam estrelas menores e mais frias que o Sol.
O Kepler 22b é o menor já encontrado a orbitar o centro da zona habitável de estrela similar
ao Sol. "Estamos emocionados. Precisamos que todos os telescópios observem estes
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exoplanetas para que confirmemos a maior quantidade possível", disse a cientista da Nasa
Natalie Batalha. com informações da France Presse
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