Revista Brasileira de Geografia Física

Revista Brasileira de Geografia Física 02 (2011) 307-321
Revista Brasileira de
Geografia Física
ISSN:1984-2295
Homepage: www.ufpe.br/rbgfe
O Paradoxo das Mudanças Climáticas no Brasil:
Aquecimento ou Resfriamento?
Virginia Mirtes de Alcântara Silva1, Maria da Conceição Marcelino Patrício 2, Raimundo
Mainar de Medeiros3, Alexandra Lima Tavares4
1
Graduada em Biologia da Universidade Vale do Acaraú. E-mail: [email protected]
Mestranda em Recursos Naturais (CTRN/UFCG). E-mail: [email protected]
3
Doutorandos em Meteorologia, Centro de Tecnologias e Recursos Naturais (CTRN)/Programa de Pós-Graduação em
Meteorologia, UFCG - Campus I - Avenida Aprígio Veloso, 882, Campina Grande-PB, Brasil, CEP. 58109-970. Email: [email protected]
4
Doutorandos em Meteorologia, Centro de Tecnologias e Recursos Naturais (CTRN)/Programa de Pós-Graduação em
Meteorologia, UFCG - Campus I - Avenida Aprígio Veloso, 882, Campina Grande-PB, Brasil, CEP. 58109-970. Email: [email protected]
2
Artigo recebido em 18/08/2010 e aceite em 21/09/2010
RESUMO
Este trabalho inicia-se em um breve relato sobre as mais diversas opiniões acerca das mudanças climáticas, enfocando
os conceitos de diversos pesquisadores acerca da temática, tão controversa nos meios científicos quanto a nível
internacional. Várias opiniões divergem sobre o que realmente originam as mudanças climáticas, a primeira seria que as
mudanças climáticas decorrem de ações antropogênicas, provindos do uso de combustíveis fósseis e o crescimento da
agricultura alterando na atmosfera um aumento de CO2, que conseqüentemente induziriam a elevação da temperatura,
ou seja, ao aquecimento global, entretanto, existem argumentos que se contrapõem ao aquecimento global de longo
prazo e defendem um resfriamento global gradativo, baseando-se que o clima sofre influência de forças como o sol e os
seus ciclos e os oceanos que cobrem 71% da superfície e que são os grandes reservatórios de calor, e que as mudanças
climáticas são de ordem natural, pois a interferência humana é insignificante e apenas traz mudanças a nível local. Essas
divergências científicas necessitam de comprovações, pois precisamos entender as conseqüências reais desse processo.
Se realmente estamos caminhando para um aquecimento ou resfriamento e se as mudanças climáticas são de ordem
natural ou antropogênicas.
Palavras- chave: Mudanças climáticas, Aquecimento global, Resfriamento global, Divergências científicas.
The paradox of Climate Change in Brazil: Heating or Cooling?
ABSTRACT
This work begins in a brief report on the diverse views on climate change, focusing on the concepts of various
researchers on the theme, so controversial in scientific circles as internationally. Various opinions differ on what really
causes climate change, the first climate change that would result from anthropogenic activities, stemming from the use
of fossil fuels growth in agriculture and the changing atmosphere in a CO2 increase, which consequently leads to a rise
in temperature, or global warming, however, there are arguments to oppose the long-term global warming and advocate
a gradual global cooling, based on the climate is influenced by forces like the sun and its cycles and the oceans that
cover 71 % of the surface and are the great reservoirs of heat, and that climate change is a natural one, because human
interference is negligible and only brings changes at the local. These differences need scientific proof, because we need
to understand the real consequences of this process. If we are really heading for a heating or cooling and climate change
are of a natural or anthropogenic.
Key words: Climate change, Global warming, Global cooling, Scientific differences.
1. Introdução
A Evolução é um processo natural do
* E-mail para correspondência: [email protected]
(Oliveira, G. C. S.).
Silva, V. M. A.; Patrício, M. C. M.; Medeiros, R. M.; Tavares, A. L.
ambiente, o homem sempre esteve sujeito aos
impactos da variabilidade climática e o clima
sempre
influenciou
no
crescimento
ou
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declínio de civilizações, como a Egípcia e
conseqüências inevitáveis, desde 1980 os
Assíria, que evoluíram em um clima favorável
debates
no Ótimo Climático do Holoceno, e outras,
internacional.
como Maia e Nacza, que desapareceram em
conseqüências da mudança no clima é a
períodos de clima adverso. Também outras
elevação
civilizações desapareceram por causa do
diretamente a ações antropogênicas, pois as
clima, a exemplo do Saara que já fora em
atividades humanas, com o aumento da
vários períodos de sua pré-história povoado e
emissão de gases de efeito estufa, com o
próspero,
mas
no
tempo,
desmatamento indiscriminado, as queimadas e
mudanças
no
seu
grandes
formação de ilhas urbanas de calor influem
decorrer
clima
do
com
diferenças de temperaturas diurnas e noturnas
tornaram-no cada vez mais seco e quente
ganham
da
destaque
Uma
das
a
nível
principais
temperatura,
relacionado
diretamente no equilíbrio do planeta.
As colunas fundamentais para o
provocando a rarefação das precipitações e o
aquecimento
esgotamento das fontes e dos rios. Hoje o
temperatura média global do ar monitorada
Saara é um imenso deserto que cobre metade
nos últimos 150 anos, o aumento observado
da
que
na concentração de gás carbônico e os
antigamente o clima era mais quente que hoje,
resultados obtidos com modelos numéricos de
no período entre 800 e 1200 d.c e que a
simulação de clima.
África.
Evidências
mostram
Groelândia (Terra Verde) atualmente coberta
O
global
são:
a
Intergovernamental
série
Panel
de
on
de gelo, era habitada pelos nórdicos - Vikings.
Climate Change, - Painel Internacional sobre
Vários cientistas apontam que o
mudanças Climáticas (IPCC), criado em
aquecimento
global
decorre
de
ações
1988, é um painel científico estabelecido pela
humanas, do uso de combustíveis fósseis, gás
Organização Meteorológica Mundial (OMM)
natural e carvão. Essa opinião não é universal
e o Programa das Nações Unidas para o Meio
entre o meio científico, outras correntes
Ambiente
apontam que, ao invés do aquecimento do
delegações de 130 governos para ministrar
planeta, o que teremos para as próximas duas
avaliações regulares sobre as mudanças
décadas é um resfriamento, pois o clima
climáticas, sob a função de acompanhar
independe das ações humanas.
cientificamente esse processo, e verificar se as
(PNUMA),
é
composto
por
ações antropogênicas, através da emissão de
1.1 As Mudanças Climáticas são de origem
gases como: dióxido de carbono, vapor de
antropogênicas
água, nitrogênio, oxigênio, monóxido de
Atualmente
evidências
científicas
carbono, metano, óxido nitroso, óxido nítrico
demonstram mudanças no clima a nível
e ozônio entre outros, exercem uma forte
mundial, diretamente afetando a biosfera com
influência sobre o clima do planeta elevando a
Silva, V. M. A.; Patrício, M. C. M.; Medeiros, R. M.; Tavares, A. L.
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temperatura, e que é necessário acompanhar e
afirmam que a época mais quente foi a década
avaliar esse processo. Ainda no IPCC (2001),
de 1990, no final do século XIX, desde que
em seu Terceiro Relatório Científico o (TAR),
foram feitas as primeiras medições, e a
fortes
conseqüência imediata desse aquecimento foi
evidências que a maior parte do aquecimento
o derretimento de geleiras nos pólos e o
observado durante os últimos 50 anos é
aumento de 10 centímetros no nível do mar
atribuída às atividades humanas”. O seu
em um século. Naturalmente a terra passa por
objetivo principal é “avaliar a informação
ciclos naturais de aquecimento e resfriamento,
científica, técnica e socioeconômica relevante
também
para entender os riscos induzidos pela
geológica, esses que lançaram na superfície
mudança climática na população humana”.
uma enorme quantidade de gases que
(Marengo & Soares 2003).
formaram uma camada gasosa sobre o
comprova
que
“Existe
novas
e
períodos
de
intensa
atividade
Relatam que o Quarto Relatório
planeta, uma espécie de bolha criando o efeito
Científico do IPCC AR4, concluiu que os
estufa natural. As ações antropogênicas é um
extremos climáticos atingirão todo o planeta e
fator determinante ao aquecimento, através da
que o aquecimento global dos últimos 50 anos
atividade industrial, que diretamente afeta o
é originado pelas atividades humanas e que as
clima terrestre na sua variação natural. Em
regiões mais atingidas serão a dos países
1750, no auge da Revolução Industrial houve
menos desenvolvidos na região tropical.
um aumento de 31% na concentração
Segundo o Relatório Stern, uma
atmosférica de carbono 1. Que influenciaram
elevação de temperatura no centro dessa faixa
no balanço energético do sistema climático,
- por volta de 3ºC - poderá acarretar seca na
desde 1760 até 1960, houve um aumento de
Europa, falta de água para até quatro bilhões
CO2 atmosférico de 40ppm, e que durante as
de pessoas e milhões de novos casos de
atuais quatro décadas aumentou de 277 partes
desnutrição. (Stern 2006)
por
milhão
(ppm)
para
317
ppm,
O IPCC apresentou cerca de 80 mil
representando um aumento de 54 ppm,
séries de dados que mostram modificações
associado principalmente ao aumento no uso
significativas em: sistemas físicos: recuos de
de combustíveis fósseis.
geleiras, irregularidades em rios, lagos e
Cracknell et al, (2009), afirmam que
oceanos; sistemas biológicos: como alterações
existe uma interligação de fatores, pois a
no
aves,
emissão de gases de efeito estufa não é mais
animais;
sério que a poluição atmosférica, que a
mudanças nas regiões de ocorrência e no ciclo
depleção da camada de ozônio, a poluição da
anual de espécies vegetais.
água, a degradação do solo, a perda de
comportamento
mamíferos,
e
de
outras
peixes,
espécies
Ainda em Marengo & Soares 2003,
1
biodiversidade,
o
desaparecimento
das
o gás que impede que o calor do Sol se dissipe nas camadas mais altas da atmosfera e se perca no espaço.
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riquezas
minerais
e
o
crescimento
ambiente, pois existe uma forte interligação
populacional, e que todos esses problemas
entre
estão conectados entre si.
ecossistemas se popularizou através dos
Segundo Luedemann & Hardgrave
eles.
A
análise
de
fluxos
nos
trabalhos de Howard T. Odum e Eugene P.
(2010) concordam que, é extremamente
Odum,
necessário analisar as ligações do subsistema
demonstravam os ecossistemas como sistemas
econômico
sistema
físicos abertos, onde se poderiam medir
ambiental global e o fluxo de matéria e
fluxos de energia e matéria entrando e saindo
energia decorrente das decisões de produção e
do sistema. (Figura 1).
interligado
com
o
em
1970,
onde
suas
análises
consumo e sua interação com o meio
Figura 1. Modelo de ecossistema. Fonte: Boletim da sociedade brasileira de economia ecológica
2010, adaptado de Odum, 1988.
Concluem que, a todas as mudanças de
poluição de mananciais, emissão de gases de
ordem global, inclusive as climáticas, são
efeito estufa nitrogenados e o aumento da
decorrentes de ações antropogênicas que
acidez do solo. O aumento excessivo de
deslocam matéria e energia gerando diversos
nitrogênio no campo é absorvido pelas plantas
problemas ambientais. Na Figura 2, relaciona-
que o armazenam na forma de substâncias
se um dos maiores problemas de impacto
potencialmente
ambiental está ligado ao uso excessivo de
consumidores da cadeia alimentar. Embora o
adubos nitrogenados na agricultura e à
uso excessivo de nitrogênio e os problemas
emissão de gases nitrogenados originados
ambientais relacionados sejam aparentemente
pelo consumo de combustíveis fósseis são:
locais, como seu consumo faz parte do
Silva, V. M. A.; Patrício, M. C. M.; Medeiros, R. M.; Tavares, A. L.
tóxicas
e
repassam
aos
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modelo de produção agropecuária atual, ele
2), podemos refletir sobre essas interligações
acontece em todos os lugares e pode ser
dos sistemas. “O fato é que a inobservância
considerado um problema global. Além disso,
dos processos biogeoquímicos é claramente
uma vez transformado em fertilizantes, leite,
um risco para políticas que visam o
carne e outros produtos, o Nr pode ser
desenvolvimento de uma nação”. (Luedemann
transportado entre os centros produtores e os
& Hardgrave, 2010).
consumidores por longas distâncias (Figura
(a)
(b)
Figura 2. a) 1000 toneladas de N ao ano comercializados na forma de fertilizantes. Total
comercializado ao ano de 30,7 milhões de toneladas (2004). b) 1000 toneladas de N ao ano
comercializado na forma de grãos. Total comercializado ao ano de 11,5 milhões de toneladas
(2004). Fonte: adaptado de Boletim da sociedade brasileira de economia ecológica 2010.
Ainda com base em Luedemann &
Climáticas (IPCC), conclui que as alterações
Hardgrave, relatam que o resultado do 4º
do clima deve-se a ações antrópicas com o
Relatório de Avaliação (AR4) do Painel
uso de combustíveis de origem fóssil e à
Intergovernamental
conseqüente emissão de gases de efeito
sobre
Mudanças
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estufa, em especial o CO2. Com o aumento do
(N2O), óxidos de nitrogênio (NOx) e material
uso de combustíveis fósseis, há uma tendência
particulado contendo metais pesados são
igualmente crescente do acúmulo desses
emitidos na sua combustão. O processo de
elementos e dos compostos transferidos para a
Haber, descrito no Gráfico 1. (também
biosfera, já que o petróleo, o carvão e o gás
conhecido como Processo Haber-Bosch) é
natural,
uma reação entre nitrogênio e hidrogênio para
complexa
têm
uma
composição
formada
hidrocarbonetos
não
puros,
química
apenas
contendo
por
produzir amoníaco.
apenas
Esta reação é catalisada com o ferro,
carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), e
sob
as
condições
de
250
atmosferas
também ao fato de a combustão nunca ser
de pressão e uma temperatura de 450 °C.:
perfeita, muitas substâncias como compostos
orgânicos voláteis (VOCs), óxido nitroso
N2(g) + 3H2(g) ←→ 2NH3(g) + energia
Gráfico 1. Fixação do Nitrogênio atmosférico por diversos processos antrópicos e a faixa onde se
deve encontrar a fixação natural de nitrogênio. Fonte: (UNEP/WHRC, 2007).
A interferência humana contribuindo
regulação do ciclo hidrológico, polinização,
com a entrada de elementos dentro do
controle de pragas e vetores, armazenamento
sistema, movimentando ou deslocando-os,
de informação genética” (Luedemann &
aumentando, diminuindo sua concentração,
Hardgrave, 2010).
ocorrem numa velocidade incompatível com
as
adaptações
sofridas
pelas
O Brasil é vulnerável às mudanças
espécies.
climáticas atuais e mais ainda às que se
“Dentre as conseqüências disto está à perda
projetam para o futuro, especialmente quanto
de biodiversidade e, conseqüentemente, dos
aos extremos climáticos. As áreas mais
serviços ecossistêmicos que ela oferece
vulneráveis compreendem a Amazônia e o
Silva, V. M. A.; Patrício, M. C. M.; Medeiros, R. M.; Tavares, A. L.
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Nordeste do Brasil, como mostrado em
sistemas florestais para transformação em
estudos recentes (Marengo, 2007; Ambrizzi et
sistemas agrícolas e/ou pastagem, o que
al., 2007; Marengo et al., 2007).
implica em transferência de carbono (na
Desse modo, Marengo & Valverde
forma de dióxido de carbono) da biosfera para
(2003) explicam que, de acordo com os
a atmosfera, contribuindo para o aquecimento
resultados
ações
global, o qual por sua vez acaba atuando
antropogênicas alteram o balanço de radiação
sobre a região amazônica. Apontam modelos
terrestre e que existem evidências de que
de estudos observacionais e em estudos de
impactos extremos como secas, enchentes,
modelagem a exemplo de: Nobre et al.,
ondas de calor e de frio, furacões e
(1991); Betts et al., (1997, 2000); Chase et al.,
tempestades têm afetado diferentes partes do
(2000); Zhao et al., (2001) concluem que as
planeta.
alterações na cobertura superficial podem ter
do
IPCC
2001,
as
Ainda que no caso do Brasil, as
um impacto expressivo no clima regional e
evidências desses resultados foram: o furacão
global.
Catarina em março de 2004, fora as recente
paleoclimáticos e de modelagem indicam que
seca da Amazônia em 2005 e as secas já
essas mudanças na vegetação, em alguns
observadas no sul do Brasil em 2004, 2005 e
casos,
2006. Conseqüentemente
sérios
devidas ao aumento do CO2 na atmosfera
impactos econômicos, sociais e ambientais, a
(Pitman and Zhao, 2000). Adicionalmente,
exemplo da influencia das alterações na
Schneider et al. (2006) encontraram que o
biodiversidade e aumento no nível do mar.
desflorestamento da Amazônia levaria a um
gerando
Com relação as grandes cidades o
aquecimento
também
deve
acentuar
o
Evidências
podem
ser
de
trabalhos
equivalentes
àquelas
aumento da variabilidade do Enso e um
aquecimento
médio
leste.
anual
Esse
no
Pacífico
problema das ilhas de calor, uma vez que
equatorial
aumento
da
prédios e asfalto retêm muito mais radiação
variabilidade do Enso estaria relacionado com
térmica do que as áreas não-urbanas
um aumento da temperatura da superfície na
Nesse sentido, a Amazônia sofrerá
região desflorestada que levaria a mudanças
conseqüências irreversíveis sob o ponto de
no padrão de vento próximo à superfície, que
vista das mudanças climáticas, pois a região
se estenderiam até o Pacífico e Atlântico e
desempenha um papel importante no ciclo de
afetariam o vento superficial sobre o oceano,
carbono do planeta, e pode ser considerada
com anomalias de oeste no Pacífico leste.
como uma região de grande risco do ponto de
vista das influências das mudanças climáticas,
1.2 As mudanças climáticas são de ordem
pois as ações antrópicas na própria floresta
natural
estão ligadas diretamente ao desmatamento de
Silva, V. M. A.; Patrício, M. C. M.; Medeiros, R. M.; Tavares, A. L.
Outros pesquisadores defendem que as
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mudanças climáticas ocorrem por fatores de
Quaternárias propõem que a variação de
ordem natural, e que o clima é controlado
parâmetros astronômicos como a inclinação
pelo sol e o mar, e que a influência da ação
do eixo da Terra e a excentricidade da orbita
humana é insignificante, comparada com a
terrestre definiriam o clima do planeta, assim
força desses dois controladores que ocorrem
haveria uma cadeia cíclica na qual o clima
em ciclos.
oscilaria entre quente e frio intercalados com
Segundo
o
World Meteorological
desertos e frio intenso (era glacial). Mesmo
Organization (WMO) o clima é definido com
sem
a médias das condições meteorológicas, isto
processamento dos cálculos Milankovitch
é, como a descrição estatística (valores
concluiu que a inclinação do eixo da Terra
médios
temperatura,
oscila aproximadamente a cada 41 mil anos,
precipitação e velocidade dos ventos, em um
sendo maior nas regiões polares, tornando-se
período de tempo de 30 anos. O sistema
mais fraca em direção ao equador. Entretanto,
climático é composto de cinco componentes
a influência da variação da orbita terrestre
maiores: ar, água, gelo, terra, vegetação e das
(ciclo de precessão), cujo período é de cerca
interações entre eles.
de 20 mil anos, provocando a variação da
e
variabilidade)
equipamentos
sofisticados
para
o
Salgado & Laboriau (1996), explica
distância entre a Terra e o Sol, sendo menor
que em 1930, um astrofísico sérvio Milantin
nos pólos e maior no equador. Desta forma a
Milankovitch, descobriu que a oscilação
quantidade de radiação recebida em uma dada
climática decorria de pequenas alterações na
latitude e estação é determinada pelo ângulo
órbita da terra em torno do sol e que essas
de inclinação e pela distância entre a Terra e o
alterações produzem mudanças na incidência
Sol, assim a conjuntura destes parâmetros
dos raios de sol em latitudes diversas e em
definiriam a temperatura em cada local do
várias e seguidas estações do ano. O trabalho
planeta variando ciclicamente segundo o
de Milutin Milankovitch publicado no Manual
autor, [...] Milankovitch calculou as relações
de climatologia em Berlin em 1930, cujo
entre estes três parâmetros e as conseqüências
título original é “Mathematische Klimalehre
que acarretaram, e fez a hipótese de que
und
der
quando a redução de energia chegasse ao
Klimaschwankungen”2, no qual o autor
mínimo a Terra entraria em uma Idade do
desenvolveu um modelo matemático baseado
Gelo. Em oposição, um interglacial teria lugar
na orbita planetária e nas forças gravitacionais
quando a soma das três variáveis resultasse
de atração entres os corpos celestes para
em um máximo de energia recebida [...]
explicar a era das glaciações. O Ciclo de
(Salgado, Labouriau, 1996, p.266).
Astronomische
Milankovitch
2
ou
Ciclo
Theorie
das
Glaciações
Matemática e teoria astronômicas do clima mudanças climáticas.
Silva, V. M. A.; Patrício, M. C. M.; Medeiros, R. M.; Tavares, A. L.
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Figura 3. Representação dos ciclos de Milankovitch Fonte: Szilagyi (2004).
A teoria das glaciações de Milankovith
Milankovith. Grootes et. al, (1993), estimou a
não foi bem aceita pela comunidade cientifica
temperatura do planeta em um período de
da época principalmente por causa dos ciclos
2400 anos concluindo que houve uma queda
de precessão, porém Hays et. al. 1979,
de aproximadamente 1°C na temperatura.
descobriu um artefato com cerca de 450 mil
Outros especialistas analisaram a variação da
anos e analisando parâmetros sensíveis a
temperatura com a latitude para um conjunto
variação de temperatura refez os cálculos do
de dados coletados em período de 1979-1996
modelo glacial usando técnicas avançadas de
e concluiu que na zona temperada sul e zona
análise
a
temperada norte apresentam estriamento e
modelagem de Milankovich estava coerente,
aquecimento respectivamente, enquanto na
apresentando apenas algumas divergências
zona tropical há uma estabilidade. O modelo
entres a periodicidade dos ciclos, e ainda
de Milankovith atualmente é o mais aceito
segundo o autor a precessão provocaria um
pela comunidade cientifica, e como este é
tempo de crescimento das geleiras maior que
baseado apenas nos parâmetros astronômicos
o de recuo, ou seja, haveria um aumento na
os cientistas
camada de gelo do planeta.
matemático acoplado a outros fatores que
numérica,
mostrando
que
estão
usado
este
modelo
Após 1979 a teoria orbital passou a ser
afetam o clima. Apesar de ainda existirem
objeto de estudo por outros cientistas que
argumentos a favor de uma casualidade entre
buscavam estudar variações climáticas do
os
nosso planeta, e muitos trabalhos foram
climáticas, após décadas de discussões, a
publicados
indução orbital no clima é hoje em dia aceita
com
base
na
teoria
de
Silva, V. M. A.; Patrício, M. C. M.; Medeiros, R. M.; Tavares, A. L.
períodos
orbitais
e
suas
respostas
315
Revista Brasileira de Geografia Física 02 (2011) 307-321
pela maior parte dos geocientistas.
tendem a elevar o albedo planetário, que hoje
Verificamos a importância dos estudos
é da ordem de 31%, fazendo com que menos
sobre os Ciclos de Milankovitch, pois se vê
energia solar chegue a superfície do Planeta, e
como as glaciações afetaram, não só o clima
gere uma redução na temperatura global,
da Terra, mas também a distribuição da biota
levando à uma nova “Idade do Gelo”.
pelos continentes, tendo estas que procurar
Com base nesta afirmativa, o autor
abrigo nas chamadas “zonas de refúgio”3.
profere que “se a história natural do planeta se
Tendo por base o ciclo, percebe-se que
repetir e está, portanto, prestes a entrar numa
durante a estadia de uma Idade do Gelo, a
nova Era Glacial, dentro de, provavelmente,
exemplo temos os Desertos, que além de se
alguns milhares de anos[...]” (Alves, 2001, p.
deslocarem, eles ampliam consideravelmente
12).
sua área de abrangência da faixa intertropical,
Em 1915, o Climatologista Alfred
entre 20° e 45° de latitudes N e S, em direção
Wegener revolucionou o estudo da história
as zonas de baixas latitudes, tendendo a
geológica da Terra, propondo que durante o
recuar e retomar suas posições naturais, nos
Permocarbonífero,
períodos
encontravam-se
Interglaciares,
como
o
atual.
todos
reunidos
os
em
continentes
um
só
Podemos inferir então, que os Ciclos
supercontinente. “Com base desta hipótese ele
Desérticos estão diretamente associados aos
reuniu todos os argumentos e evidências
Ciclos
de
geológicas, geográficas e biogeográficas de
Milankovitch, e que estes Ciclos Desérticos
semelhança entre continentes que eram
podem ser entendidos como fases propícias a
conhecidas
instalação da Desertificação Natural. (Conti
Labouriau, 1996; Eicher, 1996, p. 105-108).
Glaciares,
ou
ao
Ciclo
1998).
naquela
época”
(Salgado-
Como uma das bases de sustentação
Alves (2001), estudando as oscilações
para sua teoria, Wegener cita a ocorrência de
quantidades
Tilítos4
climáticas causadas pelo Efeito Estufa e
grandes
de
outros fenômenos climáticos planetários,
permocarboníferos
afirma que o aumento na concentração de
(1856), no sul da Austrália (1856), na África
gases como o CO2, o Metano, Óxido Nitroso,
do Sul (1870) e no sul do Brasil (1888), o que
CFCs etc, na atmosfera do Planeta, associado
sugere a existência àquela época de uma
a água (nos três estados) e as nuvens, ao invés
extensa glaciação em uma região onde hoje o
de apenas aumentar o efeito estufa da Terra,
clima é quente5. [...] Como todos estes tilítos
encontrados
na
Índia
3
áreas em que a presença de um microclima, ou de um clima regional favorável, permitisse a presença e sobrevivência
das espécies biologicamente mais fortes.
4
Tilíto “é uma rocha sedimentar de origem glacial consolidado e não estratificado, composta por argilas com material
finíssimo, juntamente com seixos rolados e estriados” (Guerra; Guerra, 1997. p. 612).
5
Deveau et. al (1997) e Rebelo (2000) descrevem em seus trabalhos, os vestígios deixados pelos Glaciares nos
arredores da Serra da Estrela, vale do Zêzere, Portugal, onde atuaram de forma marcante no modelado do relevo
daquela região da Europa.
Silva, V. M. A.; Patrício, M. C. M.; Medeiros, R. M.; Tavares, A. L.
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são da mesma época, houve uma glaciação
atuam sobre o sistema terra-atmosfera-oceano
simultânea no Permocarbonífero de todas
é que determinam as condições de tempo e de
estas regiões.
clima no Planeta, e sua complexa interação,
Só
há duas
explicações
possíveis para este fato: 1. ou os pólos
responsável pela variabilidade climática.
mudaram de lugar [...]; 2. ou os continentes
Ainda com base em Molion, o clima
se moveram. Wegener escolheu a segunda
sofre influência de forças como o sol (e os
alternativa [...] (Salgado-Labouriau, 1996, p.
seus ciclos) e os oceanos que cobrem 71% da
64).
superfície e são os grandes reservatórios de
O Clima é o resultado de um processo
calor que controla o nosso clima, que se a
complexo, variável no espaço e no tempo, que
temperatura dos oceanos aumenta influi
envolve
as
diretamente no clima, e que as mudanças
superfícies sólidas, a neve e o gelo: “a
climáticas são de ordem natural, pois a
evolução
atmosférico
interferência humana é insignificante e apenas
nunca é igual de um ano para o outro e
traz mudanças a nível local. Dentre os
mesmo de uma década para outra, podendo se
principais controladores externos, estão a
verificar flutuações a curto, médio e longo
variação da produção de energia do Sol, as
prazo”. (Conti, 1995).
mudanças dos parâmetros orbitais da Terra e a
a
do
Neste
atmosfera,
os
oceanos,
comportamento
(2006),
tectônica de placas. O Sol é a principal fonte
apresenta uma visão além de científica,
de energia para os processos físicos que
crítica, pois explica que todos os processos
ocorrem
físicos
atmosfera
sugerindo que o Pacífico já esteja em uma
particularmente a cobertura de nuvem e o
nova fase fria (Figura 4). É possível, portanto,
ciclo hidrológico precisam ser mais estudados
que o clima global venha a se resfriar nos
e que não há dúvida que houve um
próximos 15 a 20 anos.
aquecimento global nos últimos 150 anos,
Existem
que
contexto,
ocorrem
Molion
na
na
atmosfera.
Enfatiza
outras
ainda
comprovações
mas vale ressaltar que no período entre 1350 e
indiretas, como os anéis de crescimento de
1850, o clima resfriou, e esse período ficou
árvores, cujas análises sugeriram que o clima,
conhecido como “Pequena Era Glacial”, a
ao oposto, já estaria se resfriando.
temperatura chegou a 2o C inferiores às de
Ferraz et al (1993), em seus estudos,
hoje, atingindo principalmente a Europa
analisaram
Ocidental, após 1850 o clima começou a
colhido na Amazônia Central (Balbina) e
aquecer e as temperaturas aumentaram. Ainda
constataram que a densidade da madeira em
explica que estamos caminhando para um
seus anéis de crescimento aumentou nos
resfriamento global nos próximos, pois os
últimos 400 anos (Figura 5). Observando
“forçantes climáticos”, ou agentes físicos que
essencialmente que a variação das chuvas seja
Silva, V. M. A.; Patrício, M. C. M.; Medeiros, R. M.; Tavares, A. L.
um
Guibourtia
hymenfolia,
317
Revista Brasileira de Geografia Física 02 (2011) 307-321
o
fator
ambiental
importante no
esteve submetido a um clima regional que,
desenvolvimento de uma árvore no meio da
paulatinamente, veio se tornando mais seco. E
Floresta
isso só poderia estar acontecendo se o clima
Amazônica,
mais
inferiu-se
que
o
Guibourtia hymenfolia, durante esse período,
global estivesse se resfriando.
Figura 4. Anomalias da temperatura da superfície do Pacífico no período 1999-2006 (em °C), com
relação à média do período 1948-1998. (Fonte dos dados: ESRL/PSD/NOAA)
Figura 5. Variação radial da densidade da madeira dos anéis de crescimento de um jatobá-mirim,
colhido em Balbina, a 170 km a noroeste de Manaus. (Fonte: Ferraz et al., 1993).
2. Conclusão
É preciso antes de tudo, adotar
políticas sérias de conservação ambiental,
Silva, V. M. A.; Patrício, M. C. M.; Medeiros, R. M.; Tavares, A. L.
estabelecendo critérios científicos corretos.
Os
contextos
aqui
apresentados
precisam ser mais analisados para diminuir as
318
Revista Brasileira de Geografia Física 02 (2011) 307-321
dúvidas ainda vigentes e que apesar do
Boletim da sociedade brasileira de economia
homem não interferir na ordem natural do
ecológica, ECO- Mudanças Climáticas, As
clima, ele com suas ações predatórias
mudanças
interfere
ecossistema.
mudanças globais. Jorge Hardgrave e Gustavo
Precisamos repensar nossas ações para
Luedemann. (janeiro a agosto,2010). Ed.
em
todo
o
seu
que as gerações futuras possam dispor dos
climáticas
no
contexto
das
Especial n 23/24. p.4-10
recursos naturais que se dispõem atualmente e
Chase, .N.; Pielke, R.A.; Kittel, T.G.F.;
terem uma vida mais justa.
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