ANEXO I RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO 1 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 1 milhão de UI pó e solvente para solução injectável 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco de IntronA, pó para solução injectável, contém 1 milhão de UI de interferão alfa-2b recombinante, fornecendo 1 milhão de UI por ml quando reconstituído de acordo com as instruções. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Pó e solvente para solução injectável. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 2 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração O IntronA pode ser administrado utilizando seringas para injectáveis de vidro ou de plástico descartáveis. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. Doentes não previamente expostos ao fármaco: 3 A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). 4 Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: 5 Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e 6 outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA 7 em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). 8 (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 9 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 10 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 11 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 12 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 13 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 14 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Glicina, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico e solução de albumina humana. Solvente: água para injectáveis. 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 3 anos Após reconstituição: Foi demonstrada estabilidade química e física na utilização durante um período de 24 horas a 25ºC. Sob o ponto de vista microbiológico, o produto deve ser utilizado imediatamente. Se não for utilizado de imediato, os períodos de armazenamento durante a utilização e as condições anteriores à utilização são da responsabilidade do utilizador e não serão geralmente superiores a 24 horas a 2ºC - 8ºC. 15 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. Para efeitos de transporte e/ou para facilitar a utilização ambulatória, o produto não reconstituído pode ser mantido a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC no período de quatro semanas antes da sua utilização. Se o produto não for reconstituído no período de quatro semanas, não poderá ser recolocado no frigorífico devendo, como tal, ser eliminado. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 1 milhão de UI: frasco de 2 ml, vidro flint tipo I: 1 frasco de pó para solução injectável, 1 ampola de água para injectáveis, 1 seringa para injectáveis, 2 agulhas para injecção e 1 toalhete de limpeza 12 frascos de pó para solução injectável, 12 ampolas de água para injectáveis, 12 seringas para injectáveis, 24 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação Reconstituição de IntronA, pó e solvente para solução injectável, para administração parentérica: IntronA apresenta-se sob a forma de pó nas concentrações de 1 milhão de UI para administração de doses únicas. O conteúdo dos frascos deve ser reconstituído em 1 ml de água para injectáveis. As soluções reconstituídas são isotónicas para administração parentérica. Utilizando uma seringa para injectáveis e agulha para injecção esterilizadas, injectar no frasco contendo IntronA 1 ml de água para injectáveis. Agitar ligeiramente para facilitar a completa dissolução do pó. A dose apropriada pode ser seguidamente extraída com uma seringa para injectáveis estéril e injectada. Tal como se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, a solução reconstituída deve ser submetida a uma observação visual, antes da administração, para detecção de partículas estranhas e alterações da coloração. Preparação de IntronA para perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. A formulação em pó liofilizado de IntronA deve ser reconstituída adicionando ao frasco 1 ml de água para injectáveis. A quantidade calculada de interferão para se obter a dose apropriada deve ser seguidamente retirada do(s) frasco(s), adicionada a 100 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada durante 20 minutos. A concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 1 x 105 UI/ml. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/001 16 EU/1/99/127/040 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 17 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 3 milhões de UI pó e solvente para solução injectável 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco de IntronA, pó para solução injectável, contém 3 milhões de UI de interferão alfa-2b recombinante, fornecendo 3 milhões de UI por ml quando reconstituído de acordo com as instruções. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Pó e solvente para solução injectável. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 18 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração O IntronA pode ser administrado utilizando seringas para injectáveis de vidro ou de plástico descartáveis. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. 19 Doentes não previamente expostos ao fármaco: A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). 20 Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: 21 Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e 22 outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA 23 em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). 24 (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 25 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 26 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 27 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 28 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 29 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 30 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Glicina, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico e solução de albumina humana. Solvente: água para injectáveis. 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 3 anos Após reconstituição: Foi demonstrada estabilidade química e física na utilização durante um período de 24 horas a 25ºC. Sob o ponto de vista microbiológico, o produto deve ser utilizado imediatamente. Se não for utilizado de imediato, os períodos de armazenamento durante a utilização e as condições anteriores à utilização são da responsabilidade do utilizador e não serão geralmente superiores a 24 horas a 2ºC - 8ºC. 31 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. Para efeitos de transporte e/ou para facilitar a utilização ambulatória, o produto não reconstituído pode ser mantido a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC no período de quatro semanas antes da sua utilização. Se o produto não for reconstituído no período de quatro semanas, não poderá ser recolocado no frigorífico devendo, como tal, ser eliminado. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 3 milhões de UI: frasco de 2 ml, vidro flint tipo I: 1 frasco de pó para solução injectável, 1 ampola de água para injectáveis, 1 seringa para injectáveis, 2 agulhas para injecção e 1 toalhete de limpeza 6 frascos de pó para solução injectável e 6 ampolas de água para injectáveis É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação Reconstituição de IntronA, pó e solvente para solução injectável, para administração parentérica: IntronA apresenta-se sob a forma de pó nas concentrações de 3 milhões de UI para administração de doses únicas. O conteúdo dos frascos deve ser reconstituído em 1 ml de água para injectáveis. As soluções reconstituídas são isotónicas para administração parentérica. Utilizando uma seringa para injectáveis e agulha para injecção esterilizadas, injectar no frasco contendo IntronA 1 ml de água para injectáveis. Agitar ligeiramente para facilitar a completa dissolução do pó. A dose apropriada pode ser seguidamente extraída com uma seringa para injectáveis estéril e injectada. Tal como se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, a solução reconstituída deve ser submetida a uma observação visual, antes da administração, para detecção de partículas estranhas e alterações da coloração. Preparação de IntronA para perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. A formulação em pó liofilizado de IntronA deve ser reconstituída adicionando ao frasco 1 ml de água para injectáveis. A quantidade calculada de interferão para se obter a dose apropriada deve ser seguidamente retirada do(s) frasco(s), adicionada a 100 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada durante 20 minutos. A concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 1 x 105 UI/ml. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/002 EU/1/99/127/003 32 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 33 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 5 milhões de UI pó e solvente para solução injectável 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco de IntronA, pó para solução injectável, contém 5 milhões de UI de interferão alfa-2b recombinante, fornecendo 5 milhões de UI por ml quando reconstituído de acordo com as instruções. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Pó e solvente para solução injectável. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 34 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração O IntronA pode ser administrado utilizando seringas para injectáveis de vidro ou de plástico descartáveis. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. Doentes não previamente expostos ao fármaco: 35 A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). 36 Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 37 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. 38 Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em 39 presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). 40 (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 41 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 42 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 43 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 44 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 45 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 46 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Glicina, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico e solução de albumina humana. Solvente: água para injectáveis. 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 3 anos Após reconstituição: Foi demonstrada estabilidade química e física na utilização durante um período de 24 horas a 25ºC. Sob o ponto de vista microbiológico, o produto deve ser utilizado imediatamente. Se não for utilizado de imediato, os períodos de armazenamento durante a utilização e as condições anteriores à utilização são da responsabilidade do utilizador e não serão geralmente superiores a 24 horas a 2ºC - 8ºC. 47 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. Para efeitos de transporte e/ou para facilitar a utilização ambulatória, o produto não reconstituído pode ser mantido a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC no período de quatro semanas antes da sua utilização. Se o produto não for reconstituído no período de quatro semanas, não poderá ser recolocado no frigorífico devendo, como tal, ser eliminado. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 5 milhões de UI: frasco de 2 ml, vidro flint tipo I: 1 frasco de pó para solução injectável, 1 ampola de água para injectáveis, 1 seringa para injectáveis, 2 agulhas para injecção e 1 toalhete de limpeza 6 frascos de pó para solução injectável e 6 ampolas de água para injectáveis É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação Reconstituição de IntronA, pó e solvente para solução injectável, para administração parentérica: IntronA apresenta-se sob a forma de pó nas concentrações de 5 milhões de UI para administração de doses únicas. O conteúdo dos frascos deve ser reconstituído em 1 ml de água para injectáveis. As soluções reconstituídas são isotónicas para administração parentérica. Utilizando uma seringa para injectáveis e agulha para injecção esterilizadas, injectar no frasco contendo IntronA 1 ml de água para injectáveis. Agitar ligeiramente para facilitar a completa dissolução do pó. A dose apropriada pode ser seguidamente extraída com uma seringa para injectáveis estéril e injectada. Tal como se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, a solução reconstituída deve ser submetida a uma observação visual, antes da administração, para detecção de partículas estranhas e alterações da coloração. Preparação de IntronA para perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. A formulação em pó liofilizado de IntronA deve ser reconstituída adicionando ao frasco 1 ml de água para injectáveis. A quantidade calculada de interferão para se obter a dose apropriada deve ser seguidamente retirada do(s) frasco(s), adicionada a 100 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada durante 20 minutos. A concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 1 x 105 UI/ml. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/004 EU/1/99/127/005 48 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 49 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 10 milhões de UI pó e solvente para solução injectável 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco de IntronA, pó para solução injectável, contém 10 milhões de UI de interferão alfa-2b recombinante, fornecendo 10 milhões de UI por ml quando reconstituído de acordo com as instruções. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Pó e solvente para solução injectável. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 50 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração O IntronA pode ser administrado utilizando seringas para injectáveis de vidro ou de plástico descartáveis. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. 51 Doentes não previamente expostos ao fármaco: A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). 52 Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: 53 Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e 54 outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA 55 em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). 56 (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 57 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 58 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 59 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 60 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 61 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 62 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Glicina, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico e solução de albumina humana. Solvente: água para injectáveis. 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 3 anos Após reconstituição: Foi demonstrada estabilidade química e física na utilização durante um período de 24 horas a 25ºC. Sob o ponto de vista microbiológico, o produto deve ser utilizado imediatamente. Se não for utilizado de imediato, os períodos de armazenamento durante a utilização e as condições anteriores à utilização são da responsabilidade do utilizador e não serão geralmente superiores a 24 horas a 2ºC - 8ºC. 63 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. Para efeitos de transporte e/ou para facilitar a utilização ambulatória, o produto não reconstituído pode ser mantido a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC no período de quatro semanas antes da sua utilização. Se o produto não for reconstituído no período de quatro semanas, não poderá ser recolocado no frigorífico devendo, como tal, ser eliminado. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 10 milhões de UI: frasco de 2 ml, vidro flint tipo I: 1 frasco de pó para solução injectável, 1 ampola de água para injectáveis, 1 seringa para injectáveis, 2 agulhas para injecção e 1 toalhete de limpeza 6 frascos de pó para solução injectável e 6 ampolas de água para injectáveis 10 frascos de pó para solução injectável, 10 ampolas de água para injectáveis, 10 seringas para injectáveis, 20 agulhas para injecção e 10 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação Reconstituição de IntronA, pó e solvente para solução injectável, para administração parentérica: IntronA apresenta-se sob a forma de pó nas concentrações de 10 milhões de UI para administração de doses únicas. O conteúdo dos frascos deve ser reconstituído em 1 ml de água para injectáveis. As soluções reconstituídas são isotónicas para administração parentérica. Utilizando uma seringa para injectáveis e agulha para injecção esterilizadas, injectar no frasco contendo IntronA 1 ml de água para injectáveis. Agitar ligeiramente para facilitar a completa dissolução do pó. A dose apropriada pode ser seguidamente extraída com uma seringa para injectáveis estéril e injectada. Tal como se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, a solução reconstituída deve ser submetida a uma observação visual, antes da administração, para detecção de partículas estranhas e alterações da coloração. Preparação de IntronA para perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. A formulação em pó liofilizado de IntronA deve ser reconstituída adicionando ao frasco 1 ml de água para injectáveis. A quantidade calculada de interferão para se obter a dose apropriada deve ser seguidamente retirada do(s) frasco(s), adicionada a 100 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada durante 20 minutos. A concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 1 x 105 UI/ml. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 64 EU/1/99/127/006 EU/1/99/127/007 EU/1/99/127/008 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 65 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 18 milhões de UI pó e solvente para solução injectável 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco de IntronA, pó para solução injectável, contém 18 milhões de UI de interferão alfa-2b recombinante, fornecendo 18 milhões de UI por ml quando reconstituído de acordo com as instruções. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Pó e solvente para solução injectável. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 66 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração O IntronA pode ser administrado utilizando seringas para injectáveis de vidro ou de plástico descartáveis. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. Doentes não previamente expostos ao fármaco: 67 A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). 68 Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: 69 Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e 70 outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA 71 em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). 72 (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 73 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 74 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 75 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 76 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 77 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 78 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Glicina, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico e solução de albumina humana. Solvente: água para injectáveis. 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 3 anos Após reconstituição: Foi demonstrada estabilidade química e física na utilização durante um período de 24 horas a 25ºC. Sob o ponto de vista microbiológico, o produto deve ser utilizado imediatamente. Se não for utilizado de imediato, os períodos de armazenamento durante a utilização e as condições anteriores à utilização são da responsabilidade do utilizador e não serão geralmente superiores a 24 horas a 2ºC - 8ºC. 79 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. Para efeitos de transporte e/ou para facilitar a utilização ambulatória, o produto não reconstituído pode ser mantido a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC no período de quatro semanas antes da sua utilização. Se o produto não for reconstituído no período de quatro semanas, não poderá ser recolocado no frigorífico devendo, como tal, ser eliminado. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 18 milhões de UI: frasco de 2 ml, vidro flint tipo I: 1 frasco de pó para solução injectável, 1 ampola de água para injectáveis, 1 seringa para injectáveis, 2 agulhas para injecção e 1 toalhete de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação Reconstituição de IntronA, pó e solvente para solução injectável, para administração parentérica: IntronA apresenta-se sob a forma de pó nas concentrações de 18 milhões de UI para administração de doses únicas. O conteúdo dos frascos deve ser reconstituído em 1 ml de água para injectáveis. As soluções reconstituídas são isotónicas para administração parentérica. Utilizando uma seringa para injectáveis e agulha para injecção esterilizadas, injectar no frasco contendo IntronA 1 ml de água para injectáveis. Agitar ligeiramente para facilitar a completa dissolução do pó. A dose apropriada pode ser seguidamente extraída com uma seringa para injectáveis estéril e injectada. Tal como se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, a solução reconstituída deve ser submetida a uma observação visual, antes da administração, para detecção de partículas estranhas e alterações da coloração. Preparação de IntronA para perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. A formulação em pó liofilizado de IntronA deve ser reconstituída adicionando ao frasco 1 ml de água para injectáveis. A quantidade calculada de interferão para se obter a dose apropriada deve ser seguidamente retirada do(s) frasco(s), adicionada a 100 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada durante 20 minutos. A concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 1 x 105 UI/ml. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 8. NÚMERO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/009 80 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 81 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 30 milhões de UI pó e solvente para solução injectável 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco de IntronA, pó para solução injectável, contém 30 milhões de UI de interferão alfa-2b recombinante, fornecendo 30 milhões de UI por ml quando reconstituído de acordo com as instruções. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Pó e solvente para solução injectável. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 82 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração O IntronA pode ser administrado utilizando seringas para injectáveis de vidro ou de plástico descartáveis. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. 83 Doentes não previamente expostos ao fármaco: A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). 84 Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: 85 Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e 86 outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA 87 em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). 88 (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 89 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 90 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 91 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 92 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 93 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 94 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Glicina, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico e solução de albumina humana. Solvente: água para injectáveis. 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 3 anos Após reconstituição: Foi demonstrada estabilidade química e física na utilização durante um período de 24 horas a 25ºC. Sob o ponto de vista microbiológico, o produto deve ser utilizado imediatamente. Se não for utilizado de imediato, os períodos de armazenamento durante a utilização e as condições anteriores à utilização são da responsabilidade do utilizador e não serão geralmente superiores a 24 horas a 2ºC - 8ºC. 95 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. Para efeitos de transporte e/ou para facilitar a utilização ambulatória, o produto não reconstituído pode ser mantido a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC no período de quatro semanas antes da sua utilização. Se o produto não for reconstituído no período de quatro semanas, não poderá ser recolocado no frigorífico devendo, como tal, ser eliminado. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 30 milhões de UI: frasco de 2 ml, vidro flint tipo I: 1 frasco de pó para solução injectável, 1 ampola de água para injectáveis, 1 seringa para injectáveis, 2 agulhas para injecção e 1 toalhete de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação Reconstituição de IntronA, pó e solvente para solução injectável, para administração parentérica: IntronA apresenta-se sob a forma de pó nas concentrações de 30 milhões de UI para administração de doses únicas. O conteúdo dos frascos deve ser reconstituído em 1 ml de água para injectáveis. As soluções reconstituídas são isotónicas para administração parentérica. Utilizando uma seringa para injectáveis e agulha para injecção esterilizadas, injectar no frasco contendo IntronA 1 ml de água para injectáveis. Agitar ligeiramente para facilitar a completa dissolução do pó. A dose apropriada pode ser seguidamente extraída com uma seringa para injectáveis estéril e injectada. Tal como se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, a solução reconstituída deve ser submetida a uma observação visual, antes da administração, para detecção de partículas estranhas e alterações da coloração. Preparação de IntronA para perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. A formulação em pó liofilizado de IntronA deve ser reconstituída adicionando ao frasco 1 ml de água para injectáveis. A quantidade calculada de interferão para se obter a dose apropriada deve ser seguidamente retirada do(s) frasco(s), adicionada a 100 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada durante 20 minutos. A concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 1 x 105 UI/ml. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 8. NÚMERO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/010 96 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 97 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 3 milhões de UI solução injectável 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco de IntronA, solução injectável, frasco de dose unitária, contém 3 milhões de UI de interferão alfa-2b recombinante em 0,5 ml de solução. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável A solução é límpida e incolor. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 98 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração O IntronA pode ser administrado utilizando seringas para injectáveis de vidro ou de plástico descartáveis. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. 99 Doentes não previamente expostos ao fármaco: A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). 100 Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: 101 Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e 102 outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA 103 em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). 104 (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 105 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 106 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 107 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 108 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 109 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 110 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 18 meses 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. Para efeitos de transporte, a solução deve ser mantida a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC durante um período de até sete dias antes da sua utilização. Durante esse período o IntronA pode ser recolocado, em qualquer momento, no frigorífico. 111 Se o produto não for utilizado durante o período de sete dias, não poderá ser recolocado no frigorífico, devendo, como tal, ser eliminado. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 3 milhões de UI: frasco de 2 ml, vidro flint tipo 1: 1 frasco 1 frasco, 1 seringa para injectáveis, 1 agulha para injecção e 1 toalhete de limpeza 6 frascos, 6 seringas para injectáveis,6 agulhas para injecção e 6 toalhetes de limpeza 12 frascos, 12 seringas para injectáveis, 12 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação IntronA solução injectável pode ser injectado directamente após extraírem-se do frasco as doses apropriadas, utilizando uma seringa para injectáveis estéril. Preparação de IntronA para perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. Embora seja possível utilizar um frasco de qualquer volume para medir a dose requerida, a concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 0,3 milhões de UI/ml. A dose apropriada de IntronA é retirada do(s) frasco(s), adicionada a 50 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % contida num saco de PVC ou frasco de vidro para uso intravenoso e administrada durante 20 minutos. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. À semelhança do que se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, IntronA solução injectável deve ser submetido a uma observação visual antes da administração para detecção de partículas estranhas e de alterações da coloração. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/011 EU/1/99/127/012 EU/1/99/127/013 EU/1/99/127/014 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 112 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 5 milhões de UI solução injectável 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco de IntronA, solução injectável, frasco de dose unitária, contém 5 milhões de UI de interferão alfa-2b recombinante em 0,5 ml de solução. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável A solução é límpida e incolor. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 113 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração O IntronA pode ser administrado utilizando seringas para injectáveis de vidro ou de plástico descartáveis. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. 114 Doentes não previamente expostos ao fármaco: A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). 115 Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: 116 Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e 117 outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA 118 em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). 119 (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 120 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 121 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 122 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 123 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 124 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 125 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 18 meses 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. Para efeitos de transporte, a solução deve ser mantida a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC durante um período de até sete dias antes da sua utilização. Durante esse período o IntronA pode ser recolocado, em qualquer momento, no frigorífico. 126 Se o produto não for utilizado durante o período de sete dias, não poderá ser recolocado no frigorífico, devendo, como tal, ser eliminado. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 5 milhões de UI: frasco de 2 ml, vidro flint tipo 1: 1 frasco 1 frasco, 1 seringa para injectáveis, 1 agulha para injecção e 1 toalhete de limpeza 6 frascos, 6 seringas para injectáveis,6 agulhas para injecção e 6 toalhetes de limpeza 12 frascos, 12 seringas para injectáveis, 12 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação IntronA solução injectável pode ser injectado directamente após extraírem-se do frasco as doses apropriadas, utilizando uma seringa para injectáveis estéril. Preparação de IntronA para perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. Embora seja possível utilizar um frasco de qualquer volume para medir a dose requerida, a concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 0,3 milhões de UI/ml. A dose apropriada de IntronA é retirada do(s) frasco(s), adicionada a 50 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % contida num saco de PVC ou frasco de vidro para uso intravenoso e administrada durante 20 minutos. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. À semelhança do que se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, IntronA solução injectável deve ser submetido a uma observação visual antes da administração para detecção de partículas estranhas e de alterações da coloração. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/015 EU/1/99/127/016 EU/1/99/127/017 EU/1/99/127/018 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 127 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 10 milhões de UI solução injectável 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco de IntronA, solução injectável, frasco de dose unitária, contém 10 milhões de UI de interferão alfa-2b recombinante em 1 ml de solução. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável A solução é límpida e incolor. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 128 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração O IntronA pode ser administrado utilizando seringas para injectáveis de vidro ou de plástico descartáveis. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. 129 Doentes não previamente expostos ao fármaco: A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). 130 Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: 131 Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e 132 outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA 133 em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). 134 (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 135 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 136 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 137 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 138 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 139 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 140 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 18 meses 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. Para efeitos de transporte, a solução deve ser mantida a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC durante um período de até sete dias antes da sua utilização. Durante esse período o IntronA pode ser recolocado, em qualquer momento, no frigorífico. 141 Se o produto não for utilizado durante o período de sete dias, não poderá ser recolocado no frigorífico, devendo, como tal, ser eliminado. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 10 milhões de UI: frasco de 2 ml, vidro flint tipo 1: 1 frasco 1 frasco, 1 seringa para injectáveis, 1 agulha para injecção e 1 toalhete de limpeza 6 frascos, 6 seringas para injectáveis,6 agulhas para injecção e 6 toalhetes de limpeza 12 frascos, 12 seringas para injectáveis, 12 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação IntronA solução injectável pode ser injectado directamente após extraírem-se do frasco as doses apropriadas, utilizando uma seringa para injectáveis estéril. Preparação de IntronA para perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. Embora seja possível utilizar um frasco de qualquer volume para medir a dose requerida, a concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 0,3 milhões de UI/ml. A dose apropriada de IntronA é retirada do(s) frasco(s), adicionada a 50 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % contida num saco de PVC ou frasco de vidro para uso intravenoso e administrada durante 20 minutos. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. À semelhança do que se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, IntronA solução injectável deve ser submetido a uma observação visual antes da administração para detecção de partículas estranhas e de alterações da coloração. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/015 EU/1/99/127/016 EU/1/99/127/017 EU/1/99/127/018 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 142 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 18 milhões de UI solução injectável 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco de IntronA, solução injectável, frasco de dose múltipla, contém 18 milhões de UI de interferão alfa-2b recombinante em 3 ml de solução. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável A solução é límpida e incolor. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 143 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração O IntronA pode ser administrado utilizando seringas para injectáveis de vidro ou de plástico descartáveis. A apresentação multidose deve ser utilizada exclusivamente por um único doente. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. Doentes não previamente expostos ao fármaco: 144 A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). 145 Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: 146 Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e 147 outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA 148 em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). 149 (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 150 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 151 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 152 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 153 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 154 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 155 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 2 anos Após a primeira abertura do recipiente: Foi demonstrada estabilidade química e física durante a utilização durante 28 dias a 2ºC - 8ºC. Sob o ponto de vista microbiológico, após a abertura do recipiente, o produto deve ser guardado durante um período máximo de 12 dias a 2ºC - 8ºC. Quaisquer outros períodos de armazenamento e condições durante a utilização são da responsabilidade do utilizador. 156 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. Para efeitos de transporte, a solução deve ser mantida a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC durante um período de até sete dias antes da sua utilização. Durante esse período o IntronA pode ser recolocado, em qualquer momento, no frigorífico. Se o produto não for utilizado durante o período de sete dias, não poderá ser recolocado no frigorífico, devendo, como tal, ser eliminado. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 18 milhões de UI: frasco de 5 ml, vidro flint tipo 1, contendo um volume de 3 ml: 1 frasco 1 frasco, 6 seringas para injectáveis, 6 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza 2 frascos 2 frascos, 12 seringas para injectáveis, 12 agulhas para injecção e 24 toalhetes de limpeza 12 frascos 12 frascos, 72 seringas para injectáveis, 72 agulhas para injecção e 144 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação IntronA solução injectável pode ser injectado directamente após extraírem-se do frasco as doses apropriadas, utilizando uma seringa para injectáveis estéril. Preparação de IntronA para perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. Embora seja possível utilizar um frasco de qualquer volume para medir a dose requerida, a concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 0,3 milhões de UI/ml. A dose apropriada de IntronA é retirada do(s) frasco(s), adicionada a 50 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % contida num saco de PVC ou frasco de vidro para uso intravenoso e administrada durante 20 minutos. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. À semelhança do que se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, IntronA solução injectável deve ser submetido a uma observação visual antes da administração para detecção de partículas estranhas e de alterações da coloração. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 157 8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/023 EU/1/99/127/024 EU/1/99/127/025 EU/1/99/127/026 EU/1/99/127/041 EU/1/99/127/042 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 158 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 25 milhões de UI solução injectável 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco de IntronA, solução injectável, frasco de dose múltipla, contém 25 milhões de UI de interferão alfa-2b recombinante em 2,5 ml de solução. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável A solução é límpida e incolor. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 159 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração O IntronA pode ser administrado utilizando seringas para injectáveis de vidro ou de plástico descartáveis. A apresentação multidose deve ser utilizada exclusivamente por um único doente. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. Doentes não previamente expostos ao fármaco: 160 A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). 161 Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: 162 Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e 163 outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA 164 em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). 165 (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 166 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 167 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 168 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 169 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 170 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 171 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 2 anos Após a primeira abertura do recipiente: Foi demonstrada estabilidade química e física durante a utilização durante 28 dias a 2ºC - 8ºC. Sob o ponto de vista microbiológico, após a abertura do recipiente, o produto deve ser guardado durante um período máximo de 12 dias a 2ºC - 8ºC. Quaisquer outros períodos de armazenamento e condições durante a utilização são da responsabilidade do utilizador. 172 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. Para efeitos de transporte, a solução deve ser mantida a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC durante um período de até sete dias antes da sua utilização. Durante esse período o IntronA pode ser recolocado, em qualquer momento, no frigorífico. Se o produto não for utilizado durante o período de sete dias, não poderá ser recolocado no frigorífico, devendo, como tal, ser eliminado. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 25 milhões de UI: frasco de 5 ml, vidro flint tipo I, contendo um volume de 2,5 ml: 1 frasco 1 frasco, 6 seringas para injectáveis, 6 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza 2 frascos 2 frascos, 12 seringas para injectáveis, 12 agulhas para injecção e 24 toalhetes de limpeza 12 frascos 12 frascos, 72 seringas para injectáveis, 72 agulhas para injecção e 144 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação IntronA solução injectável pode ser injectado directamente após extraírem-se do frasco as doses apropriadas, utilizando uma seringa para injectáveis estéril. Preparação de IntronA para perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. Embora seja possível utilizar um frasco de qualquer volume para medir a dose requerida, a concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 0,3 milhões de UI/ml. A dose apropriada de IntronA é retirada do(s) frasco(s), adicionada a 50 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % contida num saco de PVC ou frasco de vidro para uso intravenoso e administrada durante 20 minutos. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. À semelhança do que se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, IntronA solução injectável deve ser submetido a uma observação visual antes da administração para detecção de partículas estranhas e de alterações da coloração. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 173 8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/027 EU/1/99/127/028 EU/1/99/127/029 EU/1/99/127/030 EU/1/99/127/043 EU/1/99/127/044 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 174 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 18 milhões de UI solução injectável, caneta multidose 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada cartucho de IntronA solução injectável, caneta multidose, contém 15 milhões de UI/ml (6 doses de 3 milhões de UI para uma dose total administrável de 18 milhões de UI) de interferão alfa-2b recombinante. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável A solução é límpida e incolor. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 175 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração A apresentação multidose deve ser utilizada exclusivamente por um único doente. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. Doentes não previamente expostos ao fármaco: A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. 176 IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas 177 de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma 178 terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando 179 em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. 180 Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento 181 Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 182 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 183 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 184 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 185 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 186 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 187 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis q.s. para um volume administrável da caneta = 1,2 ml (inclui-se um sobreenchimento para uma distribuição adequada a partir do sistema de administração da caneta). 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 15 meses Foi demonstrada estabilidade química e física durante a utilização durante 12 dias a 2ºC - 8ºC. Sob o ponto de vista microbiológico, após a abertura do recipiente, o produto deve ser guardado durante um período máximo de 12 dias a 2ºC - 8ºC. Quaisquer outros períodos de armazenamento e condições durante a utilização são da responsabilidade do utilizador. 188 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 15 milhões de UI: cartucho de 1,5 ml, vidro flint tipo 1: 1 caneta, 6 agulhas e 6 toalhetes de limpeza 2 canetas, 12 agulhas e 12 toalhetes de limpeza 8 canetas, 48 agulhas e 48 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação IntronA, solução injectável, caneta multidose é injectado por via subcutânea após colocação da agulha para injecção e marcação da dose prescrita. A caneta deve ser retirada do frigorífico cerca de 30 minutos antes da administração para permitir que a solução injectável atinja a temperatura ambiente (máx. de 25ºC). Cada caneta deverá ser apenas utilizada durante um período máximo de duas semanas, sendo seguidamente rejeitada. Deve utilizar-se uma agulha para injecção nova por cada dose administrada. Após cada utilização, a agulha para injecção deve ser rejeitada, com segurança, e a caneta deve ser recolocada imediatamente no frigorífico. Considera-se admissível um período máximo de 48 horas (dois dias) de exposição à temperatura de 25ºC durante um período de utilização de duas semanas para cobrir quaisquer atrasos acidentais na recolocação da caneta no frigorífico. À semelhança do que se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, IntronA solução injectável deve ser submetido a uma observação visual antes da administração para detecção de partículas estranhas e de alterações da coloração. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/031 EU/1/99/127/032 EU/1/99/127/033 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 189 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 30 milhões de UI solução injectável, caneta multidose 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada cartucho de IntronA solução injectável, caneta multidose, contém 25 milhões de UI/ml (6 doses de 5 milhões de UI de uma dose total administrável de 30 milhões de UI) de interferão alfa-2b recombinante. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável A solução é límpida e incolor. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 190 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração A apresentação multidose deve ser utilizada exclusivamente por um único doente. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. Doentes não previamente expostos ao fármaco: A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. 191 IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas 192 de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma 193 terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando 194 em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. 195 Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento 196 Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 197 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 198 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 199 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 200 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 201 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 202 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis q.s. para um volume administrável da caneta = 1,2 ml (inclui-se um sobreenchimento para uma distribuição adequada a partir do sistema de administração da caneta). 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 15 meses Foi demonstrada estabilidade química e física durante a utilização durante 12 dias a 2ºC - 8ºC. Sob o ponto de vista microbiológico, após a abertura do recipiente, o produto deve ser guardado durante um período máximo de 12 dias a 2ºC - 8ºC. Quaisquer outros períodos de armazenamento e condições durante a utilização são da responsabilidade do utilizador. 203 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 25 milhões de UI: cartucho de 1,5 ml, vidro flint tipo 1: 1 caneta, 6 agulhas e 6 toalhetes de limpeza 2 canetas, 12 agulhas e 12 toalhetes de limpeza 8 canetas, 48 agulhas e 48 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação IntronA, solução injectável, caneta multidose é injectado por via subcutânea após colocação da agulha para injecção e marcação da dose prescrita. A caneta deve ser retirada do frigorífico cerca de 30 minutos antes da administração para permitir que a solução injectável atinja a temperatura ambiente (máx. de 25ºC). Cada caneta deverá ser apenas utilizada durante um período máximo de duas semanas, sendo seguidamente rejeitada. Deve utilizar-se uma agulha para injecção nova por cada dose administrada. Após cada utilização, a agulha para injecção deve ser rejeitada, com segurança, e a caneta deve ser recolocada imediatamente no frigorífico. Considera-se admissível um período máximo de 48 horas (dois dias) de exposição à temperatura de 25ºC durante um período de utilização de duas semanas para cobrir quaisquer atrasos acidentais na recolocação da caneta no frigorífico. À semelhança do que se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, IntronA solução injectável deve ser submetido a uma observação visual antes da administração para detecção de partículas estranhas e de alterações da coloração. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/034 EU/1/99/127/035 EU/1/99/127/036 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 204 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO IntronA 60 milhões de UI solução injectável, caneta multidose 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada cartucho de IntronA solução injectável, caneta multidose, contém 50 milhões de UI/ml (6 doses de 10 milhões de UI para uma dose total administrável de 60 milhões de UI) de interferão alfa-2b recombinante. Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável A solução é límpida e incolor. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Hepatite B Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite B crónica associada a sinais de replicação do vírus de hepatite B (presença de ADN de VHB e AgHbe), níveis elevados de ALT e inflamação hepática activa e/ou fibrose documentadas histologicamente. Hepatite C Crónica: Tratamento de doentes adultos com hepatite C crónica, comprovada histologicamente, que apresentam níveis elevados das transaminases sem descompensação hepática e que são positivos para ARN-VHC ou anti-VHC séricos. O melhor método de utilizar IntronA nesta indicação é em associação com a ribavirina. Tricoleucemia: Tratamento de doentes com tricoleucemia. Leucemia Mielóide Crónica: Monoterapia: Tratamento de doentes adultos com cromossoma Filadélfia ou com leucemia mielóide crónica com translocação bcr/abl. A experiência clínica indica que é possível obter uma resposta hematológica e citogenética major/minor na maioria dos doentes tratados. Uma resposta citogenética major é definida por < 34 % de células leucémicas Ph+ na medula óssea, enquanto que uma resposta minor corresponde a ³ 34 %, mas < 90 % de células Ph+ na medula. Terapêutica combinada: A terapêutica combinada de interferão alfa-2b com citarabina (Ara-C), administrada durante os primeiros 12 meses de tratamento, tem demonstrado melhorar significativamente a taxa de resposta citogenética major e prolongar significativamente a sobrevida global aos três anos, em comparação com interferão alfa-2b em monoterapia. Mieloma Múltiplo: Como terapêutica de manutenção em doentes que atingiram remissão objectiva (redução superior a 50 % da proteína do mieloma) na sequência de uma quimioterapia de indução inicial. A experiência clínica actual indica que a terapêutica de manutenção com interferão alfa-2b prolonga a fase de estabilização (plateau); não foram, no entanto, demonstrados, de forma conclusiva, efeitos na sobrevida global. 205 Linfoma Folicular: Tratamento do linfoma folicular com grande massa tumoral, como adjuvante numa quimioterapia de indução combinada adequada, nomeadamente, um protocolo tipo CHOP. Considera-se que existe uma grande massa tumoral em presença de, pelo menos, uma das seguintes situações: massa tumoral volumosa (> 7 cm), envolvimento de três ou mais cadeias ganglionares (cada > 3 cm), sintomatologia sistémica (perda de peso corporal > 10 %, febre > 38ºC durante mais de 8 dias ou sudorese nocturna), esplenomegalia para além da área umbilical, síndrome de obstrução ou compressão de um órgão principal, envolvimento orbital ou epidural, derrame seroso ou leucemia. Tumor Carcinóide: Tratamento de tumores carcinóides com metastases ganglionares ou hepáticas e com "síndrome carcinóide". Melanoma Maligno: Como terapêutica adjuvante em doentes que se encontram em remissão após cirurgia mas que estejam em risco de sofrer recorrência sistémica, por ex., em doentes com envolvimento dos gânglios linfáticos, primário ou recorrente (clinica ou histologicamente). 4.2 Posologia e modo de administração A apresentação multidose deve ser utilizada exclusivamente por um único doente. O tratamento deverá ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da doença. Na eventualidade de se desenvolverem eventos adversos no decurso do tratamento com IntronA para qualquer indicação, deve alterar-se a posologia ou suspender-se, temporariamente, a terapêutica até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com IntronA deve ser interrompido caso se verifique desenvolvimento de intolerância persistente ou recorrente após um ajuste posológico adequado, ou em caso de progressão da doença. Compete ao médico decidir se o doente pode autoadministrar a dose em regimes posológicos de manutenção administrados por via subcutânea. Hepatite B Crónica: A posologia recomendada varia entre 5 e 10 milhões de UI, administradas por via subcutânea três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 4 a 6 meses. A dose administrada deve ser reduzida em 50 % em caso de ocorrência de alterações hematológicas (eritrócitos < 1.500/mm3, neutrófilos < 1.000/mm3, plaquetas < 100.000/mm3). O tratamento deve ser interrompido em caso de leucopenia grave (< 1.200/mm3), neutropenia grave (< 750/mm3) ou trombocitopenia grave (< 70.000/mm3). Relativamente a todos os doentes: a terapêutica com IntronA deve ser interrompida se não for observada melhoria do ADN-VHB sérico após três a quatro meses de tratamento (na dose máxima tolerada). Hepatite C Crónica: O IntronA é administrado por via subcutânea numa dose de 3 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados), quer seja utilizado em monoterapia quer em combinação com a ribavirina. (Ver o RCM da ribavirina no que se refere à dose de ribavirina cápsulas e às directivas sobre alterações posológicas da terapêutica combinada). Doentes com recidiva: O IntronA é administrado em combinação com a ribavirina. Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 6 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período de 6 meses. Doentes não previamente expostos ao fármaco: A eficácia de IntronA é potenciada quando o fármaco é administrado em combinação com a ribavirina. O IntronA deve ser administrado isoladamente sobretudo em caso de intolerância ou contra-indicação à ribavirina. 206 IntronA em combinação com ribavirina: Com base nos resultados obtidos em ensaios clínicos em que se dispõe de dados relativos a 12 meses de tratamento, recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em combinação com ribavirina durante um período mínimo de 6 meses. O tratamento deve ser continuado durante um período adicional de 6 meses (i.e. um total de 12 meses) nos doentes em que tenha ocorrido negativação do ARN-VHC no mês 6 e com genotipo 1 do vírus (determinado numa amostra colhida antes do início do tratamento) e uma elevada carga viral antes da instituição do tratamento. Existem outros factores de prognóstico negativos (idade > 40 anos, sexo masculino, fibrose em ponte) que devem ser tomados em consideração ao considerar-se a hipótese de prolongar a terapêutica até aos 12 meses. Foi comprovado, no decurso dos ensaios clínicos, que os doentes em que não se obteve uma resposta virológica após 6 meses de tratamento (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior) não evidenciaram uma resposta viral mantida (ARN-VHC abaixo do limite de detecção inferior, seis meses após a suspensão do tratamento). IntronA em monoterapia: Embora a duração óptima da terapêutica com IntronA em monoterapia não se encontre ainda definitivamente estabelecida, recomenda-se administrar a terapêutica durante um período de 12 a 18 meses. Recomenda-se que os doentes sejam tratados com IntronA em monoterapia durante um período mínimo de 3 a 4 meses, após o que se deverá proceder à determinação do estado de ARN do VHC. O tratamento deve ser mantido em doentes negativos para ARN do VHC. Tricoleucemia: A posologia recomendada é de 2 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados) tanto em doentes esplenectomizados como em doentes não esplenectomizados. Na maioria dos doentes com tricoleucemia, verifica-se normalização de uma ou mais variáveis hematológicas no período de um a dois meses de tratamento com IntronA. Para se obter melhoria das três variáveis hematológicas (número de neutrófilos e de plaquetas e valor da hemoglobina ) poderá ser necessário um tratamento de seis ou mais meses. Este regime deve ser mantido excepto se se verificar rápida progressão da doença ou manifestação de intolerância grave. Leucemia Mielóide Crónica: A posologia de IntronA recomendada é de 4 a 5 milhões de UI/m2, administrada diariamente por via subcutânea. Alguns doentes têm demonstrado obter benefícios com uma dose de 5 milhões de UI/m2 de IntronA, administrada diariamente por via subcutânea em associação com 20 mg/m2 de citarabina (Ara-C) administrada diariamente por via subcutânea durante 10 dias por mês (até uma dose diária máxima de 40 mg). Quando o número de leucócitos se encontra estável, deve administrar-se a dose máxima tolerada de IntronA (4 a 10 milhões de UI/m2 por dia) para manter a remissão hematológica. A terapêutica com IntronA deve ser suspensa após 8 a 12 semanas de tratamento se não tiver sido atingida, pelo menos, uma remissão hematológica parcial ou uma cito-redução clinicamente significativa. Mieloma Múltiplo: Terapêutica de manutenção: Em doentes que se encontrem numa fase de estabilização (redução superior a 50 % da proteína do mieloma), na sequência de uma quimioterapia de indução inicial, o interferão alfa-2b pode ser administrado em monoterapia, por via subcutânea, numa dose de 3 milhões de UI/m2, três vezes por semana (em dias alternados). Linfoma Folicular: Conjuntamente com quimioterapia, o interferão alfa-2b pode ser administrado por via subcutânea, numa dose de 5 milhões de UI, três vezes por semana (em dias alternados) durante um período de 18 meses. Embora se recomende a utilização de protocolos tipo CHOP, dispõe-se apenas 207 de experiência clínica com CHVP (combinação de ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido e prednisolona). Tumor Carcinóide: A dose habitual é de 5 milhões de UI (3 a 9 milhões de UI), administrada por via subcutânea, três vezes por semana (em dias alternados). Os doentes com doença avançada poderão requerer uma dose diária de 5 milhões de UI. O tratamento deve ser temporariamente suspenso durante e após a cirurgia. A terapêutica deverá prosseguir enquanto o doente responder ao tratamento com interferão alfa-2b. Melanoma Maligno: Como terapêutica de indução, o interferão alfa-2b é administrado, por via intravenosa, numa dose de 20 milhões de UI/m2, diariamente, cinco dias por semana, durante um período de quatro semanas; a dose calculada de interferão alfa-2b é adicionada a uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada em perfusão durante 20 minutos (ver 6.6). Como terapêutica de manutenção, a dose recomendada é de 10 milhões de UI/m2, administrada por via subcutânea, três dias por semana (em dias alternados) durante 48 semanas. Na eventualidade de ocorrerem eventos adversos graves durante o tratamento com interferão alfa-2b, em particular se os números de neutrófilos descerem para valores < 500/mm3 ou se os níveis de ALT/AST atingirem valores > 5 vezes o limite superior do normal, o tratamento deverá ser temporariamente interrompido até ao desaparecimento dos eventos adversos. O tratamento com interferão alfa-2b deve ser reiniciado com 50 % da dose anterior. Deve suspender-se a terapêutica com interferão alfa-2b, em caso de persistência de intolerância após ajuste da posologia, do número de neutrófilos descer para < 250/mm3 ou os níveis ALT/AST atingirem valores > 10 vezes o limite superior do normal. Embora se desconheça qual é a dose ideal (mínima) que permite obter um benefício clínico completo, os doentes devem ser tratados com a dose recomendada, reduzindo-se a dose em função da toxicidade, conforme atrás descrito. 4.3 Contra-indicações - Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Doença cardíaca grave pré-existente, por ex., insuficiência cardíaca congestiva não controlada, enfarte do miocárdio recente, perturbações graves do ritmo cardíaco Disfunção renal ou hepática grave, incluindo a causada por metastases Epilepsia e/ou alteração da função do sistema nervoso central (SNC) (ver 4.4) Perturbações psiquiátricas graves pré-existentes ou antecedentes de perturbações psiquiátricas graves Hepatite crónica com cirrose hepática descompensada Hepatite crónica em doentes submetidos a um tratamento actual ou recente com fármacos imunossupressores, excluindo desmame recente de corticosteróides Hepatite auto-imune ou antecedentes de doença auto-imune, receptores de transplantes imunodeprimidos Doença da tiróide pré-existente, salvo se for controlável com um tratamento convencional - Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o interferão alfa-2b em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Para todos os doentes: Foram observados, durante a terapêutica com IntronA, casos raros de reacções de hipersensibilidade de carácter agudo (por ex., urticária, angioedema, broncoconstrição, anafilaxia) ao interferão alfa-2b. Caso se verifique uma reacção deste tipo, deve interromper-se a medicação e instituir-se uma 208 terapêutica clínica adequada. Os casos de exantema transitório não justificam a interrupção da terapêutica. A ocorrência de reacções adversas moderadas a graves poderá requerer a modificação do regime posológico do doente ou, em alguns casos, a suspensão da terapêutica com IntronA. Qualquer doente que desenvolva alterações da função hepática durante o tratamento com IntronA deve ser mantido sob rigorosa vigilância, devendo suspender-se o tratamento caso se verifique progressão dos sinais e sintomas. Durante a terapêutica com IntronA ou até dois dias após o final do tratamento pode ocorrer hipotensão, requerendo uma terapêutica de suporte. Os doentes submetidos a uma terapêutica com IntronA devem efectuar uma hidratação adequada, visto terem sido observados casos de hipotensão relacionados com depleção de líquidos. Poderá ser necessário proceder-se à reposição de líquidos. Embora a febre possa estar associada a síndrome tipo gripal referida habitualmente durante a terapêutica com interferão, dever-se-á averiguar outras causas de febre persistente. O paracetamol tem sido utilizado, com êxito, no alívio da febre e das cefaleias que podem ocorrer durante a terapêutica com IntronA. No que se refere ao paracetamol, a posologia recomendada é de 500 mg a 1 g, administrados 30 minutos antes do IntronA. A posologia máxima de paracetamol a administrar é de 1 g quatro vezes por dia. O IntronA deve ser utilizado com precaução em doentes com patologias clínicas debilitantes, por exemplo, com antecedentes de doença pulmonar (por ex., doença pulmonar crónica obstrutiva) ou diabetes mellitus com tendência para cetoacidose. Dever-se-á também usar de precaução em doentes com alterações da coagulação (por ex., tromboflebite, embolia pulmonar) ou mielossupressão grave. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.5). Qualquer doente que desenvolva febre, tosse, dispneia ou outra sintomatologia respiratória deverá ser submetido a uma radiografia do tórax. Se a radiografia do tórax revelar a presença de infiltrados pulmonares ou existirem sinais evidentes de insuficiência pulmonar, deve manter-se o doente sob cuidadosa observação e, se apropriado, suspender o tratamento com interferão alfa. Embora estes casos tenham sido descritos com maior frequência em doentes com hepatite C crónica tratados com interferão alfa, foram também referidos em doentes com doenças oncológicas medicados com interferão alfa. A suspensão imediata da administração do interferão alfa e o tratamento com corticosteróides parecem estar associados à resolução dos eventos adversos pulmonares. Os eventos adversos oculares (ver 4.8) parecem ocorrer após a utilização do medicamento durante vários meses, embora tenham sido também referidos após curtos períodos de tratamento. Recomendase que qualquer doente que refira, durante o tratamento com IntronA, alterações da acuidade visual ou dos campos visuais, ou qualquer outra sintomatologia oftalmológica, seja submetido a um exame oftalmológico. Recomenda-se a realização de um exame ocular inicial antes do tratamento com interferão em doentes com diabetes mellitus ou hipertensão a fim de diferenciar as alterações da retina das observadas na retinopatia diabética ou hipertensiva. Durante a terapêutica com IntronA foram observados, em alguns doentes, efeitos graves ao nível do SNC, em particular, casos de depressão, ideação suicida e tentativa de suicídio. Têm sido observados com os interferões alfa outros efeitos sobre o SNC, incluíndo comportamento agressivo, confusão e outras alterações do estado mental. Se os doentes desenvolverem problemas psiquiátricos ou do SNC, incluindo depressão clínica, recomenda-se que o doente seja monitorizado cuidadosamente tomando 209 em consideração a gravidade potencial destes efeitos indesejáveis. Se os sintomas de efeitos graves ao nível do SNC persistirem ou piorarem deve interromper-se a terapêutica com IntronA. Têm sido observados estados de maior aprofundamento da consciência e coma em alguns doentes, geralmente idosos, tratados com as doses mais elevadas. Embora estes efeitos sejam geralmente reversíveis, em alguns doentes, a resolução completa poderá demorar até três semanas em alguns doentes. Em casos muito raros, ocorreram crises convulsivas com doses elevadas de IntronA. Deve proceder-se a uma cuidadosa monitorização dos doentes com antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, enfarte do miocárdio e/ou arritmias anteriores ou actuais, que necessitem de ser submetidos a uma terapêutica com IntronA. Recomenda-se que os doentes com doenças cardíacas préexistentes e/ou doenças oncológicas em estadios avançados sejam submetidos a um electrocardiograma antes e durante o tratamento. As arritmias cardíacas (essencialmente supraventriculares) respondem geralmente à terapêutica convencional, mas podem requerer a suspensão da terapêutica com IntronA. Têm sido observados hipertrigliceridemia e agravamento de hipertrigliceridemia, por vezes grave. Consequentemente, recomenda-se a monitorização dos níveis lipídicos. Devido à existência de relatos de exacerbação de doença psoriática pré-existente e sarcoidose pelo interferão alfa, recomenda-se a utilização de IntronA em doentes com psoríase ou sarcoidose apenas se o potencial benefício justifica o potencial risco. Os dados preliminares poderão indicar que a terapêutica com interferão alfa se encontra associada a um aumento da taxa de rejeição de enxertos (transplantes de fígado e rim). Têm sido descritos casos de desenvolvimento de auto-anticorpos durante o tratamento com interferões alfa. As manifestações clínicas de doença auto-imune durante a terapêutica com interferão poderão ocorrer, com maior frequência, em doentes com predisposição para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. O tratamento com IntronA deverá ser suspenso em doentes com hepatite crónica que desenvolvam prolongamento dos marcadores de coagulação ou do tempo de coagulação, indicativos de descompensação hepática. Hepatite C Crónica: Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribarivina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Monoterapia: Em casos pouco frequentes, os doentes submetidos a um tratamento com IntronA por hepatite C crónica desenvolveram alterações da função tiróideia, quer hipotiroidismo quer hipertiroidismo. Foi demonstrado em ensaios clínicos da terapêutica com IntronA que 2,8 % dos doentes, globalmente, desenvolveram alterações da função tiróideia. Estas alterações foram controladas pela terapêutica convencional utilizada na disfunção da função tiróideia. Desconhece-se qual o mecanismo do IntronA que poderá ser responsável pela alteração da função tiróideia. Antes do início da terapêutica com IntronA para o tratamento da hepatite C crónica, deve proceder-se à determinação dos níveis séricos da hormona estimulante da tiróide (TSH). Qualquer alteração função tiróideia detectada nessa determinação deverá ser tratada com uma terapêutica convencional. Poder-seá iniciar o tratamento com IntronA se a medicação conseguir manter dentro dos limites normais os níveis de TSH. Devem determinar-se os níveis da TSH se, no decurso da terapêutica com IntronA, um doente desenvolver sintomatologia compatível com uma possível disfunção tiroideia. Mesmo em presença de disfunções da tiróide, poder-se-á prosseguir o tratamento com IntronA se a medicação permitir manter os níveis da TSH dentro dos limites normais. A suspensão da terapêutica com IntronA em doentes com hepatite crónica não esteve associada a reversão da disfunção tiróideia durante o tratamento. 210 Quimioterapia concomitante: A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um aumento do risco de toxicidade (gravidade e duração) que poderá ser fatal ou potencialmente fatal devido à administração concomitante do fármaco. Os eventos adversos fatais ou potencialmente fatais referidos com maior frequência incluem mucosite, diarreia, neutropenia, insuficiência renal e alterações electrolíticas. Devido ao risco de aumento da toxicidade, é necessário proceder a cuidadosos ajustes das doses de IntronA e dos agentes quimioterapêuticos concomitantes (ver 4.5). Exames Laboratoriais: Deverão ser realizados exames laboratoriais de rotina e análises bioquímicas (hemograma completo e diferencial, contagem de plaquetas, electrólitos, enzimas hepáticas, proteínas séricas, bilirrubina sérica e creatinina sérica) em todos os doentes antes e periodicamente durante o tratamento sistémico com IntronA. Durante o tratamento das hepatites B ou C, o esquema de realização dos exames laboratoriais semanais recomendado é nas semanas 1, 2, 4, 8, 12, 16 e, subsequentemente, de dois em dois meses até ao final do tratamento. Caso os níveis de ALT aumentem para valores iguais ou superiores a 2 vezes os níveis basais durante a terapêutica com IntronA, poder-se-á prosseguir a terapêutica com IntronA salvo se forem observados sinais e sintomas de insuficiência hepática. Durante os períodos em que se registarem subidas dos níveis de ALT, deverão ser realizadas a intervalos de duas semanas as seguintes provas da função hepática: ALT, tempo de protrombina, fosfatase alcalina, albumina e bilirrubina. Em doentes tratados por melanoma maligno, deve proceder-se semanalmente à monitorização da função hepática, do leucograma, durante a fase de indução da terapêutica e, mensalmente, durante a fase de manutenção da terapêutica. Efeito sobre a fertilidade: O interferão pode afectar a fertilidade (ver 4.6 e 5.3). 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os narcóticos, hipnóticos ou sedativos devem ser administrados com precaução quando utilizados concomitantemente com IntronA. Não foram ainda totalmente avaliadas as interacções entre o IntronA e outros medicamentos. Deve usar-se de precaução ao administrar IntronA em combinação com outros agentes potencialmente mielossupressores. Os interferões podem afectar o processo metabólico oxidativo. Este facto deve ser tomado em consideração durante a terapêutica concomitante com medicamentos que são metabolizados através desta via, tal como os derivados da xantina, teofilina ou aminofilina. Durante a terapêutica concomitante com agentes xantínicos, deve proceder-se à monitorização dos níveis de teofilina e efectuar os ajustes posológicos, se necessário. Têm sido observados casos raros de infiltrados pulmonares, pneumonite e pneumonia, que resultaram, ocasionalmente, em morte, em doentes tratados com interferão alfa, incluindo nos tratados com IntronA. A etiologia destes casos não se encontra ainda definida. Estes sintomas foram relatados com maior frequência quando o interferão alfa foi administrado concomitantemente com shosaikoto, um medicamento fitofarmacêutico de origem chinesa (ver 4.4). A administração de IntronA em combinação com outros agentes quimioterapêuticos (por ex., Ara-C, ciclofosfamida, doxorubicina, teniposido) poderá provocar um risco aumentado de toxicidade (gravidade e duração) (ver 4.4). (Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica). 4.6 Gravidez e aleitamento 211 Terapêutica combinada com ribavirina: Ver também o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Têm sido descritas descidas dos níveis séricos de estradiol e de progesterona em mulheres tratadas com interferão leucocitário humano. Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento. O IntronA deve ser utilizado com precaução em homens em idade fértil. Relativamente ao interferão alfa-2b, não se dispõe de dados clínicos sobre casos de gravidez associados a exposição ao fármaco. Os estudos em animais demonstraram a existência de toxicidade na reprodução (ver 5.3). Desconhecese qual a relevância destes dados para o ser humano. O IntronA só deverá ser utilizado durante a gravidez se os seus benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. Desconhece-se se os componentes deste medicamento são excretados no leite humano. Devido a potencial de indução de eventos adversos de IntronA em lactentes, dever-se-á optar por suspender o aleitamento ou suspender o tratamento com o fármaco tomando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Dever-se-á advertir os doentes que poderão desenvolver fadiga, sonolência ou confusão durante o tratamento com IntronA, e assim recomenda-se que evitem conduzir veículos ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ver o Resumo das Características do Medicamento da ribavirina no que se refere aos efeitos indesejáveis da ribavirina caso se pretenda administrar o IntronA em combinação com a ribavirina em doentes com hepatite C crónica. Em ensaios clínicos realizados num amplo espectro de indicações e numa ampla gama de doses (de 6 MUI/m2/semana na tricoleucemia a 100 MUI/m2/semana no melanoma), os efeitos indesejáveis relatados com maior frequência foram febre, fadiga, cefaleias e mialgia. A febre e a fadiga eram geralmente reversíveis no período de 72 horas após a interrupção ou o termo do tratamento. O perfil de segurança apresentado baseia-se em 4 ensaios clínicos realizados em doentes com hepatite C que receberam IntronA em monoterapia ou em combinação com a ribavirina durante um ano. Todos os doentes incluidos nestes ensaios receberam 3 MUI de IntronA três vezes por semana. A percentagem de doentes que relataram efeitos (relacionados com o tratamento) indesejáveis ³ 10 % apresenta-se na Tabela 1 como um intervalo, por forma a captar as incidências relatadas nos grupos de tratamento individuais dos ensaios clínicos realizados em doentes que não receberam tratamento anterior durante um ano. A gravidade foi geralmente ligeira a moderada. 212 Tabela 1 Efeitos indesejáveis relatados em ensaios clínicos em doentes sem tratamento anterior que receberam tratamento durante 1 ano (³ 10 % dos doentes) IntronA IntronA + ribavirina (n = 806) (n = 1.010) Alterações no local de aplicação Inflamação no local da injecção 9-16 % 6-17 % Reacção no local da injecção 5-8 % 3-36 % Organismo como um todo 51-64 % 48-64 % Cefaleias 42-70 % 43-68 % Fadiga 15-39 % 19-41 % Calafrios 29-39 % 29-41 % Febre 19-37 % 18-29 % Sintomas de tipo gripal 9-30 % 9-30 % Astenia 6-11 % 9-19 % Diminuição do peso Gastrintestinais 18-31 % 25-44 % Náuseas 14-19 % 19-26 % Anorexia 12-22 % 13-18 % Diarreia 9-17 % 9-14 % Dor abdominal 3-10 % 6-10 % Vómitos Músculo-esqueléticos 41-61 % 30-62 % Mialgias 25-31 % 21-29 % Artralgias 15-20 % 11-20 % Dor músculo-esquelética Psiquiátricos 16-36 % 25-34 % Depressão 13-27 % 18-34 % Irritabilidade 21-28 % 33-41 % Insónia 8-12 % 8-16 % Ansiedade Diminuição da capacidade de 8-14 % 9-21 % concentração 5-8 % 5-11 % Labilidade emocional Pele e apêndices 22-31 % 26-32 % Alopecia 6-9 % 18-27 % Prurido 5-8 % 10-21 % Pele seca 5-7 % 15-24 % Exantema Sistema respiratório 3-7 % 7-13 % Faringite 3-7 % 8-11 % Tosse 2-9 % 10-22 % Dispneia Outros 8-18 % 10-22 % Tonturas 0-7 % 3-10 % Infecção Viral Os efeitos indesejáveis relatados entre 5 e 10 % dos doentes do grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram xerostomia, aumento da sudorese, dor torácica, mal-estar, dispepsia, estomatite, agitação, nervosismo, enevoamento da visão, e leucopenia. Os efeitos indesejáveis relatados entre 2 e 5 % dos doentes de um grupo de tratamento que recebeu IntronA e ribavirina foram dor no local da injecção, rubor, alterações da glândula lacrimal, eritema, dor no quadrante superior direito (QSD), hipertensão, confusão, hipostesia, diminuição da líbido, parestesias, vertigens, hipertiroidismo, hipotiroidismo, obstipação, glossite, fezes moles, acufenos, 213 palpitações, taquicardia, hepatomegalia, hiperuricemia, trombocitopenia, sonolência, amenorreia, menorragia, perturbações menstruais, herpes simplex, tosse não produtiva, epistaxis, congestão nasal, perturbações respiratórias, rinite, sinusite, exantema eritematoso, exantema maculopapular, alteração do paladar, enxaqueca, conjuntivite, dor nos olhos e perturbações de visão. Os efeitos indesejáveis observados com a hepatite C são representativos dos relatados quando o IntronA é administrado noutras indicações, com alguns aumentos de incidência antecipados relacionados com a dose. Por exemplo, num ensaio de tratamento adjuvante de alta dose com IntronA em doentes com melanoma, as incidências de fadiga, febre, mialgia, neutropenia/anemia, anorexia, náuseas e vómitos, diarreia, arrepios, sintomas tipo gripal, depressão, alopecia, paladar alterado e tonturas foram mais elevadas do que nos ensaios da hepatite C. A gravidade também aumentou com a terapêutica de alta dose (níveis 3 e 4 da OMS, em 66 % e 14 % dos doentes, respectivamente), em comparação com a gravidade ligeira a moderada geralmente associada a doses mais baixas. Os efeitos indesejáveis são geralmente tratados através do ajuste da dose. Foram observados eventos adversos adicionais raramente ou muito raramente durante ensaios clínicos noutras indicações ou após a comercialização de interferão alfa-2b. Estes incluem: Organismo como um todo: edema da face; Cardiovascular: hipotensão; Sistema nervoso central e periférico: perturbações da consciência, neuropatia, polineuropatia, convulsões; Ouvido e labirinto ósseo: perturbações de audição; Perturbações endócrinas: diabetes, agravamento da diabetes; Gastrointestinal: pancreatite, aumento do apetite, hemorragia gengival; Sistema hepatobiliar: hepatotoxicidade, incluíndo morte; Perturbações metabólicas e nutricionais: hiperglicémia, hipertrigliceridémia; Musculo-esquelético: rabdomiólise, por vezes grave, cãibras nas pernas, dorsalgias; Psiquiatria: comportamento agressivo, ideias suicidas, tentativas de suicídio, suicídio, psicose, incluindo alucinações; Sistema respiratório: infiltrados pulmonares; pneumonite; pneumonia; Sistema urinário: síndrome nefrótico, insuficiência renal, falência renal; Vascular (perturbações extracardíacas): isquémia periférica. Muito raramente, o IntronA usado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose ou exacerbação de sarcoidose. Os eventos adversos cardiovasculares (EACV), em particular arritmias, pareceram estar relacionados, na maioria dos casos, com doença CV pré-existente e com a terapêutica cardiotóxica anterior (ver 4.4). Foram referidos casos raros de cardiomiopatia reversível transitória em doentes sem sinais anteriores de doença cardíaca. Muito raramente, têm também sido reportados isquémia cardíaca e enfarte do miocárdio. Têm sido observadas, raramente, hemorragias da retina, manchas algodonosas e obstrução das artérias ou das veias da retina em doentes tratados com interferão alfa, incluindo o IntronA (ver 4.4). As alterações laboratoriais clinicamente significativas que ocorrem mais frequentemente com doses superiores a 10 milhões de UI por dia incluem redução do número de neutrófilos e de leucócitos, descida dos níveis de hemoglobina e do número das plaquetas; aumento dos níveis séricos de fosfatase alcalina, LDH, creatinina e ureia. Têm sido observados aumentos, considerados patológicos, dos níveis séricos de ALT/AST (TGP/TGO) em alguns indivíduos que não sofrem de hepatite e em alguns doentes com hepatite B crónica coincidente com depuração de ADNp viral. 4.9 Sobredosagem Não foram observados casos de sobredosagem que conduzissem a manifestações clínicas agudas. Todavia, tal como se verifica com qualquer composto farmacologicamente activo, está indicado o tratamento sintomático com monitorização frequente dos sinais vitais e rigorosa observação do doente. 214 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: Imunoestimulantes, citoquinas e imunomoduladores, interferões, interferão alfa-2b, código ATC: L03A B05 O IntronA é uma formulação estéril, estável de interferão alfa-2b, altamente purificado, produzido através de técnicas de recombinação do ADN. O interferão alfa-2b recombinante é uma proteína solúvel em água com um peso molecular de aproximadamente 19.300 daltons. É obtido a partir de um clone de E. coli, o qual contém um plasmídeo obtido por engenharia genética, hibridizado com um gene de interferão alfa-2b de leucócitos humanos. A actividade do IntronA é expressa em termos de UI, sendo 1 mg de proteína do interferão alfa-2b recombinante correspondente a 2,6 x 108 UI. As Unidades Internacionais são determinadas por comparação da actividade do interferão alfa-2b recombinante com a actividade da preparação de referência internacional de interferão de leucócitos humanos estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Os interferões são uma família de pequenas moléculas proteicas com pesos moleculares de aproximadamente 15.000 a 21.000 daltons. São produzidos e segregados pelas células em resposta a infecções virais ou a vários indutores sintéticos e biológicos. Foram identificadas três classes fundamentais de interferões: alfa, beta e gama. Estas três classes principais não são, por si só, homogéneas e podem conter várias espécies moleculares diferentes do interferão. Foram identificados mais de 14 interferões alfa humanos, geneticamente distintos. O IntronA foi classificado com interferão alfa-2b recombinante. Os interferões exercem as suas actividades celulares ligando-se a receptores de membrana específicos, existentes na superfície celular. Os receptores do interferão humano, isolados de células humanas linfoblastóides (Daudi), parecem ser proteínas altamente assimétricas. Apresentam selectividade em relação aos interferões humanos mas não em relação aos interferões murinos, sugerindo uma especificidade de espécie. Os estudos realizados com outros interferões demonstraram especificidade de espécie. Contudo, certas espécies de macacos, como por exemplo, os macacos Rhesus, são sensíveis à estimulação farmacodinâmica após exposição ao interferão tipo 1 humano. Os resultados obtidos em vários estudos sugerem que, após a sua ligação à membrana celular, o interferão inicia uma sequência complexa de eventos intracelulares que incluem a indução de certas enzimas. Pensa-se que este processo é, pelo menos em parte, responsável pelas várias respostas celulares ao interferão, incluindo a inibição da replicação viral em células infectadas por vírus, supressão da proliferação celular e actividades imunomoduladoras, tais como potenciação da actividade fagocítica dos macrófagos e aumento da citotoxicidade específica dos linfócitos para as células alvo. Todas ou algumas dessas actividade podem contribuir para os efeitos terapêuticos do interferão. O interferão alfa-2b recombinante demonstrou efeitos anti-proliferativos em ensaios pré-clínicos em que foram utilizados tanto sistemas de culturas de células animais e humanas como xeno-enxertos de tumores humanos em animais. Foi documentada a existência de uma actividade imunomodulatória significativa in vitro. O interferão alfa-2b recombinante inibe, igualmente, a replicação viral in vivo e in vitro. Embora se desconheça o modo de acção anti-viral exacto do interferão alfa-2b recombinante, este parece residir na alteração do metabolismo da célula hospedeira. Essa acção inibe a replicação viral ou, no caso de se verificar replicação, impede que os viriões resultantes abandonem a célula. Hepatite B crónica: A experiência clínica actual obtida em doentes tratados durante 4 a 6 meses com interferão alfa-2b indica que a terapêutica pode induzir depuração do ADN-VHB sérico. Foi observada melhoria dos 215 achados histológicos hepáticos. Nos doentes adultos em que tenha ocorrido negativação do AgHbe e ADN-VHB, foi observada uma redução significativa da morbilidade e mortalidade. O interferão alfa-2b (6 MUI/m2, três vezes por semana durante um período de 6 meses) foi administrado a crianças com hepatite B crónica activa. Dado ter existido uma imperfeição metodológica, não pode ser demonstrada a eficácia. Além disso, as crianças que receberam tratamento com interferão alfa-2b sofreram uma taxa de crescimento reduzida e foram observados alguns casos de depressão. Hepatite C crónica: IntronA em monoterapia e em combinação com a ribavirina foi estudado em 4 ensaios clínicos de Fase III com distribuição aleatória, realizados em 2.552 doentes com hepatite C crónica sem tratamento anterior com interferão. Nos ensaios procedeu-se à comparação da eficácia do IntronA utilizado em monoterapia ou em combinação com a ribavirina. A eficácia foi definida como uma resposta virológica mantida 6 meses após o final do tratamento. Os doentes elegíveis para estes ensaios sofriam de hepatite C crónica confirmada através de um ensaio por reacção de polimerase em cadeia positivo para ARN-VHC (PCR) (> 100 cópias/ml), uma biópsia hepática compatível com um diagnóstico histológico de hepatite crónica sem qualquer outra causa para a hepatite crónica e níveis séricos anómalos de ALT. IntronA foi administrado na dose de 3 MUI, 3 vezes por semana, em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes ensaios clínicos a maioria dos doentes recebeu tratamento durante um ano. Todos os doentes foram seguidos por um período adicional de 6 meses após o termo do tratamento para determinar a resposta virológica mantida. As taxas de resposta virológica mantida dos grupos que receberam tratamento durante um ano com IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina (dados de dois estudos) são apresentados na Tabela 2. A co-administração de IntronA com ribavirina aumentou em pelo menos duas vezes a eficácia do IntronA no tratamento da hepatite C crónica em doentes sem tratamento anterior. O genotipoVHC e a carga viral de base são factores de prognóstico que reconhecidamente afectam as taxas de resposta. O aumento da taxa de resposta da combinação de IntronA + ribavirina, comparativamente com IntronA em monoterapia, é mantido em todos os subgrupos. O benefício relativo da terapêutica combinada de IntronA + ribavirina é particularmente significativo no subgrupo de doentes mais difícil de tratar (genotipo 1 e carga viral elevada) (Tabela 2). Nestes ensaios as taxas de resposta aumentaram com a adesão ao tratamento. Independentemente do genotipo, os doentes tratados com IntronA em combinação com ribavirina que receberam ³ 80 % da terapêutica tiveram uma resposta mantida mais elevada, 6 meses após 1 ano de tratamento, comparativamente com os que receberam < 80 % da terapêutica (56 % vs. 32 % no ensaio C/I98-580). 216 Tabela 2 Genotipo VHC Taxas de resposta virológica mantida com IntronA + ribavirina (um ano de tratamento) por genotipo e carga viral I N=503 C95-132/I95-143 I/R N=505 C95-132/I95-143 I/R N=505 C/I98-580 Todos os Genotipos 16 % 41 % 47 % Genotipo 1 9% 29 % 33 % 25 % 33 % 45 % 3% 27 % 29 % 31 % 65 % 79 % Genotipo 1 £ 2 milhão de cópias/ml Genotipo 1 > 2 milhões de cópias/ml Genotipo 2/3 I I/R IntronA (3 MUI, três vezes por semana) IntronA (3 MUI, três vezes por semana) + ribavirina (1.000/1.200 mg/dia) Doentes que recidivaram: Um total de 345 doentes que recidivaram após o tratamento com interferão alfa receberam, no âmbito de dois ensaios clínicos, IntronA em monoterapia ou em combinação com ribavirina. Nestes doentes, a adição de ribavirina ao IntronA aumentou tanto quanto 10 vezes a eficácia do IntronA utilizado em monoterapia no tratamento da hepatite C crónica (48,6 % vs. 4,7 %). Este aumento da eficácia incluiu negativação do VHC sérico (< 100 cópias/ml por PCR), melhoria da inflamação hepática e normalização dos níveis de ALT, e mantinha-se na avaliação efectuada 6 meses após o final do tratamento. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A farmacocinética do IntronA foi estudada em voluntários saudáveis após a administração subcutânea de doses únicas de 5 milhões de UI/m2 e de 10 milhões de UI, de 5 milhões de UI/m2 pela via intramuscular e em perfusão intravenosa administrada durante 30 minutos. Foram demonstradas concentrações séricas médias comparáveis do interferão após injecções subcutâneas e intramusculares. A Cmax foi atingido entre três e 12 horas após a injecção com a dose mais baixa e entre seis a oito horas com a dose mais elevada. As semi-vidas de eliminação do interferão, após a administração de injecções subcutâneas e intramusculares, foram de aproximadamente duas a três horas e de seis a sete horas, respectivamente. Os níveis séricos registados 16 e 24 horas após a injecção, respectivamente, eram inferiores ao limite de detecção. As duas vias de administração, subcutânea e intramuscular, proporcionaram uma biodisponibilidade superior a 100 %. Na sequência da administração intravenosa, os picos dos níveis séricos do interferão (135 a 273 UI/ml) são atingidos no final da perfusão, descendo seguidamente a uma taxa ligeiramente mais rápida do que após a administração do fármaco por via subcutânea ou intramuscular, não sendo detectáveis quatro horas após a perfusão. A semi-vida de eliminação foi de aproximadamente duas horas. Os níveis urinários de interferão situavam-se abaixo do limite de detecção com qualquer das vias de administração. 217 Foram efectuados doseamentos dos factores neutralizantes do interferão em amostras de soro de doentes tratados com IntronA, em ensaios clínicos controlados pela Schering-Plough. Os factores neutralizantes do interferão são anticorpos que neutralizam a actividade anti-viral do interferão. A incidência clínica do desenvolvimento de factores neutralizantes em doentes oncológicos, tratados por via sistémica, é de 2,9 % enquanto que em doentes com hepatite crónica é de 6,2 %. Os títulos detectáveis são baixos em quase todos os casos e não têm sido geralmente associados a uma redução da resposta ou a qualquer outro fenómeno auto-imune. Não foi comprovada diminuição da resposta em doentes com hepatite, aparentemente devido aos baixos títulos observados. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Embora se considere, geralmente, que o interferão é específico em relação à espécie, foram realizados estudos toxicológicos em animais. A administração de injecções de interferão alfa-2b recombinante humano durante até três meses a ratinhos, ratos e coelhos não revelou a existência de toxicidade. A administração diária de 20 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses ao macaco cynomolgus não causou toxicidade digna de nota. Foi demonstrada toxicidade em macacos que receberam 100 ´ 106/UI/kg/dia durante 3 meses. Os estudos realizados com o interferão em primatas não humanos revelaram alterações do ciclo menstrual (ver 4.4). Os resultados obtidos nos estudos de reprodução animal indicam que o interferão alfa-2b recombinante não foi teratogénico no rato e no coelho e não afectou negativamente a gravidez, o desenvolvimento fetal ou a capacidade de reprodução em crias do rato submetidas a um tratamento. O interferão alfa-2b demonstrou exercer efeitos abortivos na Macaca mulatta (macaco rhesus) em doses 90 e 180 vezes superiores à dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2. Foram observados casos de aborto em todos os grupos posológicos (7,5 milhões, 15 milhões e 30 milhões de UI/kg), sendo a sua incidência estatisticamente significativa versus os grupos tratados com as doses intermédias e mais elevadas ( correspondendo a 90 e 180 vezes a dose intramuscular ou subcutânea recomendada de 2 milhões de UI/m2). Sabe-se que a administração de doses elevadas de outras formas de interferões alfa e beta pode produzir efeitos anovulatórios e abortivos relacionados com a dose, no macaco rhesus. Os estudos de mutagenicidade realizados com interferão alfa-2b não revelaram quaisquer eventos adversos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis q.s. para um volume administrável da caneta = 1,2 ml (inclui-se um sobreenchimento para uma distribuição adequada a partir do sistema de administração da caneta). 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros, excepto os mencionados no ponto 6.6. 6.3 Prazo de validade 15 meses Foi demonstrada estabilidade química e física durante a utilização durante 12 dias a 2ºC - 8ºC. Sob o ponto de vista microbiológico, após a abertura do recipiente, o produto deve ser guardado durante um período máximo de 12 dias a 2ºC - 8ºC. Quaisquer outros períodos de armazenamento e condições durante a utilização são da responsabilidade do utilizador. 218 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorífico). Não congelar. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente 50 milhões de UI: cartucho de 1,5 ml, vidro flint tipo 1: 1 caneta, 6 agulhas e 6 toalhetes de limpeza 2 canetas, 12 agulhas e 12 toalhetes de limpeza 8 canetas, 48 agulhas e 48 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Instruções de utilização e manipulação IntronA, solução injectável, caneta multidose é injectado por via subcutânea após colocação da agulha para injecção e marcação da dose prescrita. A caneta deve ser retirada do frigorífico cerca de 30 minutos antes da administração para permitir que a solução injectável atinja a temperatura ambiente (máx. de 25ºC). Cada caneta deverá ser apenas utilizada durante um período máximo de duas semanas, sendo seguidamente rejeitada. Deve utilizar-se uma agulha para injecção nova por cada dose administrada. Após cada utilização, a agulha para injecção deve ser rejeitada, com segurança, e a caneta deve ser recolocada imediatamente no frigorífico. Considera-se admissível um período máximo de 48 horas (dois dias) de exposição à temperatura de 25ºC durante um período de utilização de duas semanas para cobrir quaisquer atrasos acidentais na recolocação da caneta no frigorífico. À semelhança do que se verifica com todos os medicamentos para uso parentérico, IntronA solução injectável deve ser submetido a uma observação visual antes da administração para detecção de partículas estranhas e de alterações da coloração. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/99/127/037 EU/1/99/127/038 EU/1/99/127/039 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9 de Março de 2000 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 219 ANEXO III ROTULAGEM E FOLHETO INFORMATIVO 220 B. FOLHETO INFORMATIVO 221 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 1 milhão de UI pó e solvente para solução injectável Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 1 milhão de UI/frasco. Os outros ingredientes são glicina, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico e solução de albumina humana Solvente: água para injectáveis 1 ml/ampola Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: pó e solvente para solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 frasco de pó para solução injectável, 1 ampola de água para injectáveis, 1 seringa para injectáveis, 2 agulhas para injecção e 1 toalhete de limpeza 12 frascos de pó para solução injectável, 12 ampolas de água para injectáveis, 12 seringas para injectáveis, 24 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 222 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. - Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: 223 IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a 224 suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administração por perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. A formulação em pó liofilizado de IntronA deve ser reconstituída adicionando ao frasco 1 ml de água para injectáveis. A quantidade calculada de interferão para se obter a dose apropriada deve ser seguidamente retirada do(s) frasco(s), adicionada a 100 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada durante 20 minutos. A concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio a 0,9 % não deve ser inferior a 1 x 105 UI/ml. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques 225 (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorifico). Não congelar. Para efeitos de transporte de curta duração, o produto não reconstituído pode ser mantido fora do frigorífico a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC no período de quatro semanas antes da sua utilização. Se o produto não for utilizado nesse período de quatro semanas deve ser eliminado. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 226 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 227 228 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: um frasco de IntronA pó para solução injectável; uma ampola de solvente para o IntronA (1 ml de água para injectáveis); uma seringa de 2 ml; uma agulha comprida (por exemplo de 0,8 x 40 mm[21 gauge 1,5 polegada]) utilizada para adicionar água para injectáveis ao frasco que contém IntronA em pó; uma agulha curta (por exemplo de 0,3 x 13 mm[30 gauge 0,5 polegada]) para injecção subcutânea; um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Reconstituição de IntronA pó para solução injectável Retire a protecção do frasco de IntronA. Limpe a tampa de borracha do frasco com um toalhete de limpeza. Pode guardar o toalhete para limpar a zona da pele onde irá injectar a dose. Remova a seringa do invólucro. Não toque na extremidade da seringa. Pegue na agulha comprida e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Retire a aba protectora da agulha sem tocar na agulha e mantenha a seringa com a agulha na sua mão. Bata suavemente no ponta da ampola de solvente para assegurar que todo o líquido se encontra no fundo da ampola. Quebre a ponta da ampola de solvente. Insira a agulha na ampola de solvente e retire a quantidade total de solvente. Para preparar a solução de IntronA insira a agulha na tampa de borracha do frasco de IntronA e dirija cuidadosamente a extremidade da agulha contra a parede de vidro do frasco sem tocar com as mãos na tampa do frasco, previamente limpa. Injecte lentamente o solvente, dirigindo o jacto do líquido para a parede de vidro do frasco para evitar a formação de bolhas de ar. Não dirija o jacto para o pó branco existente no fundo do frasco. Para dissolver o conteúdo de cor branca, rode cuidadosamente o frasco de IntronA deixando a agulha da seringa no frasco, até obter a completa dissolução do conteúdo. Não agite. Caso se formem bolhas de ar, espere que a solução assente e que todas as bolhas atinjam a superfície da solução e desapareçam para retirar a sua dose do frasco. Utilize esta solução imediatamente. Medição da dose de IntronA a partir do pó reconstituído para injecção Segure no frasco e na seringa com uma mão, invertendo a posição. Verifique se a extremidade da agulha penetra na solução reconstituída de IntronA. A sua outra mão fica livre para movimentar o êmbolo. Puxe lentamente o êmbolo de modo a extrair para a seringa a dose correcta que lhe foi prescrita pelo seu médico. Segure a seringa, com a agulha no frasco, apontando para cima, retire a seringa da agulha longa deixando a agulha no frasco e sem tocar na extremidade da seringa. Pegue na agulha curta e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Retire a aba protectora da agulha que está inserida na seringa e verifique se existem bolhas de ar na seringa. Se observar a presença de quaisquer bolhas, puxe ligeiramente o êmbolo; bata suavemente na seringa, apontando a agulha para cima até que as bolhas desapareçam. Puxe o êmbolo lentamente até à dose correcta. Torne a colocar a aba protectora da agulha e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente, no máximo de 25ºC. Se a solução está fria, aqueça a seringa entre as palmas das mãos. Examine a solução reconstituída antes da administração: não a utilize se observar alterações da cor ou a presença de partículas estranhas. Neste momento, está pronto a injectar a dose. Injecção da solução 229 Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Retire a aba protectora da agulha. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, segure a seringa como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de 45º a 90º. Injecte a solução, empurrando o êmbolo suavemente até ao fundo. Retire a agulha da pele, mantendo-a direita. Comprima o local da injecção com um pequeno penso adesivo ou gaze esterilizada, se necessário, durante alguns segundos. Não massaje o local da injecção. Caso observe sangue, cubra com um penso adesivo. O frasco, ampola e todo o material utilizado na injecção que se destinam a ser utilizados uma única vez devem ser rejeitados. Elimine a seringa e as agulhas, com segurança, num recipiente fechado. 230 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 3 milhões de UI pó e solvente para solução injectável Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 3 milhões de UI/ frasco. Os outros ingredientes são glicina, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico e solução de albumina humana Solvente: água para injectáveis 1 ml/ampola Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: pó e solvente para solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 frasco de pó para solução injectável, 1 ampola de água para injectáveis, 1 seringa para injectáveis, 2 agulhas para injecção e 1 toalhete de limpeza 6 frascos de pó para solução injectável e 6 ampolas de água para injectáveis É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de 231 - coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. 232 Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: 233 IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administração por perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. A formulação em pó liofilizado de IntronA deve ser reconstituída adicionando ao frasco 1 ml de água para injectáveis. A quantidade calculada de interferão para se obter a dose apropriada deve ser seguidamente retirada do(s) frasco(s), adicionada a 100 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada durante 20 minutos. A concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio a 0,9 % não deve ser inferior a 1 x 105 UI/ml. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas 234 semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorifico). Não congelar. Para efeitos de transporte de curta duração, o produto não reconstituído pode ser mantido fora do frigorífico a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC no período de quatro semanas antes da sua utilização. Se o produto não for utilizado nesse período de quatro semanas deve ser eliminado. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 235 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 236 237 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: um frasco de IntronA pó para solução injectável; uma ampola de solvente para o IntronA (1 ml de água para injectáveis); uma seringa de 2 ml; uma agulha comprida (por exemplo de 0,8 x 40 mm[21 gauge 1,5 polegada]) utilizada para adicionar água para injectáveis ao frasco que contém IntronA em pó; uma agulha curta (por exemplo de 0,3 x 13 mm[30 gauge 0,5 polegada]) para injecção subcutânea; um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Reconstituição de IntronA pó para solução injectável Retire a protecção do frasco de IntronA. Limpe a tampa de borracha do frasco com um toalhete de limpeza. Pode guardar o toalhete para limpar a zona da pele onde irá injectar a dose. Remova a seringa do invólucro. Não toque na extremidade da seringa. Pegue na agulha comprida e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Retire a aba protectora da agulha sem tocar na agulha e mantenha a seringa com a agulha na sua mão. Bata suavemente no ponta da ampola de solvente para assegurar que todo o líquido se encontra no fundo da ampola. Quebre a ponta da ampola de solvente. Insira a agulha na ampola de solvente e retire a quantidade total de solvente. Para preparar a solução de IntronA insira a agulha na tampa de borracha do frasco de IntronA e dirija cuidadosamente a extremidade da agulha contra a parede de vidro do frasco sem tocar com as mãos na tampa do frasco, previamente limpa. Injecte lentamente o solvente, dirigindo o jacto do líquido para a parede de vidro do frasco para evitar a formação de bolhas de ar. Não dirija o jacto para o pó branco existente no fundo do frasco. Para dissolver o conteúdo de cor branca, rode cuidadosamente o frasco de IntronA deixando a agulha da seringa no frasco, até obter a completa dissolução do conteúdo. Não agite. Caso se formem bolhas de ar, espere que a solução assente e que todas as bolhas atinjam a superfície da solução e desapareçam para retirar a sua dose do frasco. Utilize esta solução imediatamente. Medição da dose de IntronA a partir do pó reconstituído para injecção Segure no frasco e na seringa com uma mão, invertendo a posição. Verifique se a extremidade da agulha penetra na solução reconstituída de IntronA. A sua outra mão fica livre para movimentar o êmbolo. Puxe lentamente o êmbolo de modo a extrair para a seringa a dose correcta que lhe foi prescrita pelo seu médico. Segure a seringa, com a agulha no frasco, apontando para cima, retire a seringa da agulha longa deixando a agulha no frasco e sem tocar na extremidade da seringa. Pegue na agulha curta e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Retire a aba protectora da agulha que está inserida na seringa e verifique se existem bolhas de ar na seringa. Se observar a presença de quaisquer bolhas, puxe ligeiramente o êmbolo; bata suavemente na seringa, apontando a agulha para cima até que as bolhas desapareçam. Puxe o êmbolo lentamente até à dose correcta. Torne a colocar a aba protectora da agulha e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente, no máximo de 25ºC. Se a solução está fria, aqueça a seringa entre as palmas das mãos. Examine a solução reconstituída antes da administração: não a utilize se observar alterações da cor ou a presença de partículas estranhas. Neste momento, está pronto a injectar a dose. Injecção da solução 238 Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Retire a aba protectora da agulha. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, segure a seringa como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de 45º a 90º. Injecte a solução, empurrando o êmbolo suavemente até ao fundo. Retire a agulha da pele, mantendo-a direita. Comprima o local da injecção com um pequeno penso adesivo ou gaze esterilizada, se necessário, durante alguns segundos. Não massaje o local da injecção. Caso observe sangue, cubra com um penso adesivo. O frasco, ampola e todo o material utilizado na injecção que se destinam a ser utilizados uma única vez devem ser rejeitados. Elimine a seringa e as agulhas, com segurança, num recipiente fechado. 239 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 5 milhões de UI pó e solvente para solução injectável Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 5 milhões de UI/ frasco. Os outros ingredientes são glicina, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico e solução de albumina humana Solvente: água para injectáveis 1 ml/ampola Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: pó e solvente para solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 frasco de pó para solução injectável, 1 ampola de água para injectáveis, 1 seringa para injectáveis, 2 agulhas para injecção e 1 toalhete de limpeza 6 frascos de pó para solução injectável e 6 ampolas de água para injectáveis É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de 240 - coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. 241 Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: 242 IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administração por perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. A formulação em pó liofilizado de IntronA deve ser reconstituída adicionando ao frasco 1 ml de água para injectáveis. A quantidade calculada de interferão para se obter a dose apropriada deve ser seguidamente retirada do(s) frasco(s), adicionada a 100 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada durante 20 minutos. A concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio a 0,9 % não deve ser inferior a 1 x 105 UI/ml. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas 243 semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorifico). Não congelar. Para efeitos de transporte de curta duração, o produto não reconstituído pode ser mantido fora do frigorífico a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC no período de quatro semanas antes da sua utilização. Se o produto não for utilizado nesse período de quatro semanas deve ser eliminado. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 244 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 245 246 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: um frasco de IntronA pó para solução injectável; uma ampola de solvente para o IntronA (1 ml de água para injectáveis); uma seringa de 2 ml; uma agulha comprida (por exemplo de 0,8 x 40 mm[21 gauge 1,5 polegada]) utilizada para adicionar água para injectáveis ao frasco que contém IntronA em pó; uma agulha curta (por exemplo de 0,3 x 13 mm[30 gauge 0,5 polegada]) para injecção subcutânea; um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Reconstituição de IntronA pó para solução injectável Retire a protecção do frasco de IntronA. Limpe a tampa de borracha do frasco com um toalhete de limpeza. Pode guardar o toalhete para limpar a zona da pele onde irá injectar a dose. Remova a seringa do invólucro. Não toque na extremidade da seringa. Pegue na agulha comprida e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Retire a aba protectora da agulha sem tocar na agulha e mantenha a seringa com a agulha na sua mão. Bata suavemente no ponta da ampola de solvente para assegurar que todo o líquido se encontra no fundo da ampola. Quebre a ponta da ampola de solvente. Insira a agulha na ampola de solvente e retire a quantidade total de solvente. Para preparar a solução de IntronA insira a agulha na tampa de borracha do frasco de IntronA e dirija cuidadosamente a extremidade da agulha contra a parede de vidro do frasco sem tocar com as mãos na tampa do frasco, previamente limpa. Injecte lentamente o solvente, dirigindo o jacto do líquido para a parede de vidro do frasco para evitar a formação de bolhas de ar. Não dirija o jacto para o pó branco existente no fundo do frasco. Para dissolver o conteúdo de cor branca, rode cuidadosamente o frasco de IntronA deixando a agulha da seringa no frasco, até obter a completa dissolução do conteúdo. Não agite. Caso se formem bolhas de ar, espere que a solução assente e que todas as bolhas atinjam a superfície da solução e desapareçam para retirar a sua dose do frasco. Utilize esta solução imediatamente. Medição da dose de IntronA a partir do pó reconstituído para injecção Segure no frasco e na seringa com uma mão, invertendo a posição. Verifique se a extremidade da agulha penetra na solução reconstituída de IntronA. A sua outra mão fica livre para movimentar o êmbolo. Puxe lentamente o êmbolo de modo a extrair para a seringa a dose correcta que lhe foi prescrita pelo seu médico. Segure a seringa, com a agulha no frasco, apontando para cima, retire a seringa da agulha longa deixando a agulha no frasco e sem tocar na extremidade da seringa. Pegue na agulha curta e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Retire a aba protectora da agulha que está inserida na seringa e verifique se existem bolhas de ar na seringa. Se observar a presença de quaisquer bolhas, puxe ligeiramente o êmbolo; bata suavemente na seringa, apontando a agulha para cima até que as bolhas desapareçam. Puxe o êmbolo lentamente até à dose correcta. Torne a colocar a aba protectora da agulha e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente, no máximo de 25ºC. Se a solução está fria, aqueça a seringa entre as palmas das mãos. Examine a solução reconstituída antes da administração: não a utilize se observar alterações da cor ou a presença de partículas estranhas. Neste momento, está pronto a injectar a dose. Injecção da solução 247 Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Retire a aba protectora da agulha. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, segure a seringa como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de 45º a 90º. Injecte a solução, empurrando o êmbolo suavemente até ao fundo. Retire a agulha da pele, mantendo-a direita. Comprima o local da injecção com um pequeno penso adesivo ou gaze esterilizada, se necessário, durante alguns segundos. Não massaje o local da injecção. Caso observe sangue, cubra com um penso adesivo. O frasco, ampola e todo o material utilizado na injecção que se destinam a ser utilizados uma única vez devem ser rejeitados. Elimine a seringa e as agulhas, com segurança, num recipiente fechado. 248 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 10 milhões de UI pó e solvente para solução injectável Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 10 milhões de UI/ frasco. Os outros ingredientes são glicina, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico e solução de albumina humana Solvente: água para injectáveis 1 ml/ampola Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: pó e solvente para solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 frasco de pó para solução injectável, 1 ampola de água para injectáveis, 1 seringa para injectáveis, 2 agulhas para injecção e 1 toalhete de limpeza 6 frascos de pó para solução injectável e 6 ampolas de água para injectáveis 10 frascos de pó para solução injectável, 10 ampolas de água para injectáveis, 10 seringas para injectáveis, 20 agulhas para injecção e 10 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 249 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. - Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: 250 IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a 251 suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administração por perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. A formulação em pó liofilizado de IntronA deve ser reconstituída adicionando ao frasco 1 ml de água para injectáveis. A quantidade calculada de interferão para se obter a dose apropriada deve ser seguidamente retirada do(s) frasco(s), adicionada a 100 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada durante 20 minutos. A concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio a 0,9 % não deve ser inferior a 1 x 105 UI/ml. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques 252 (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorifico). Não congelar. Para efeitos de transporte de curta duração, o produto não reconstituído pode ser mantido fora do frigorífico a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC no período de quatro semanas antes da sua utilização. Se o produto não for utilizado nesse período de quatro semanas deve ser eliminado. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 253 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 254 255 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: um frasco de IntronA pó para solução injectável; uma ampola de solvente para o IntronA (1 ml de água para injectáveis); uma seringa de 2 ml; uma agulha comprida (por exemplo de 0,8 x 40 mm[21 gauge 1,5 polegada]) utilizada para adicionar água para injectáveis ao frasco que contém IntronA em pó; uma agulha curta (por exemplo de 0,3 x 13 mm[30 gauge 0,5 polegada]) para injecção subcutânea; um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Reconstituição de IntronA pó para solução injectável Retire a protecção do frasco de IntronA. Limpe a tampa de borracha do frasco com um toalhete de limpeza. Pode guardar o toalhete para limpar a zona da pele onde irá injectar a dose. Remova a seringa do invólucro. Não toque na extremidade da seringa. Pegue na agulha comprida e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Retire a aba protectora da agulha sem tocar na agulha e mantenha a seringa com a agulha na sua mão. Bata suavemente no ponta da ampola de solvente para assegurar que todo o líquido se encontra no fundo da ampola. Quebre a ponta da ampola de solvente. Insira a agulha na ampola de solvente e retire a quantidade total de solvente. Para preparar a solução de IntronA insira a agulha na tampa de borracha do frasco de IntronA e dirija cuidadosamente a extremidade da agulha contra a parede de vidro do frasco sem tocar com as mãos na tampa do frasco, previamente limpa. Injecte lentamente o solvente, dirigindo o jacto do líquido para a parede de vidro do frasco para evitar a formação de bolhas de ar. Não dirija o jacto para o pó branco existente no fundo do frasco. Para dissolver o conteúdo de cor branca, rode cuidadosamente o frasco de IntronA deixando a agulha da seringa no frasco, até obter a completa dissolução do conteúdo. Não agite. Caso se formem bolhas de ar, espere que a solução assente e que todas as bolhas atinjam a superfície da solução e desapareçam para retirar a sua dose do frasco. Utilize esta solução imediatamente. Medição da dose de IntronA a partir do pó reconstituído para injecção Segure no frasco e na seringa com uma mão, invertendo a posição. Verifique se a extremidade da agulha penetra na solução reconstituída de IntronA. A sua outra mão fica livre para movimentar o êmbolo. Puxe lentamente o êmbolo de modo a extrair para a seringa a dose correcta que lhe foi prescrita pelo seu médico. Segure a seringa, com a agulha no frasco, apontando para cima, retire a seringa da agulha longa deixando a agulha no frasco e sem tocar na extremidade da seringa. Pegue na agulha curta e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Retire a aba protectora da agulha que está inserida na seringa e verifique se existem bolhas de ar na seringa. Se observar a presença de quaisquer bolhas, puxe ligeiramente o êmbolo; bata suavemente na seringa, apontando a agulha para cima até que as bolhas desapareçam. Puxe o êmbolo lentamente até à dose correcta. Torne a colocar a aba protectora da agulha e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente, no máximo de 25ºC. Se a solução está fria, aqueça a seringa entre as palmas das mãos. Examine a solução reconstituída antes da administração: não a utilize se observar alterações da cor ou a presença de partículas estranhas. Neste momento, está pronto a injectar a dose. Injecção da solução 256 Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Retire a aba protectora da agulha. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, segure a seringa como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de 45º a 90º. Injecte a solução, empurrando o êmbolo suavemente até ao fundo. Retire a agulha da pele, mantendo-a direita. Comprima o local da injecção com um pequeno penso adesivo ou gaze esterilizada, se necessário, durante alguns segundos. Não massaje o local da injecção. Caso observe sangue, cubra com um penso adesivo. O frasco, ampola e todo o material utilizado na injecção que se destinam a ser utilizados uma única vez devem ser rejeitados. Elimine a seringa e as agulhas, com segurança, num recipiente fechado. 257 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 18 milhões de UI pó e solvente para solução injectável Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 18 milhões de UI/ frasco. Os outros ingredientes são glicina, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico e solução de albumina humana Solvente: água para injectáveis 1 ml/ampola Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: pó e solvente para solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 frasco de pó para solução injectável, 1 ampola de água para injectáveis, 1 seringa para injectáveis, 2 agulhas para injecção e 1 toalhete de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. 258 - Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. 259 Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão 260 anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administração por perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. A formulação em pó liofilizado de IntronA deve ser reconstituída adicionando ao frasco 1 ml de água para injectáveis. A quantidade calculada de interferão para se obter a dose apropriada deve ser seguidamente retirada do(s) frasco(s), adicionada a 100 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada durante 20 minutos. A concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio a 0,9 % não deve ser inferior a 1 x 105 UI/ml. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. 261 Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorifico). Não congelar. Para efeitos de transporte de curta duração, o produto não reconstituído pode ser mantido fora do frigorífico a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC no período de quatro semanas antes da sua utilização. Se o produto não for utilizado nesse período de quatro semanas deve ser eliminado. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 262 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 263 264 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: um frasco de IntronA pó para solução injectável; uma ampola de solvente para o IntronA (1 ml de água para injectáveis); uma seringa de 2 ml; uma agulha comprida (por exemplo de 0,8 x 40 mm[21 gauge 1,5 polegada]) utilizada para adicionar água para injectáveis ao frasco que contém IntronA em pó; uma agulha curta (por exemplo de 0,3 x 13 mm[30 gauge 0,5 polegada]) para injecção subcutânea; um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Reconstituição de IntronA pó para solução injectável Retire a protecção do frasco de IntronA. Limpe a tampa de borracha do frasco com um toalhete de limpeza. Pode guardar o toalhete para limpar a zona da pele onde irá injectar a dose. Remova a seringa do invólucro. Não toque na extremidade da seringa. Pegue na agulha comprida e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Retire a aba protectora da agulha sem tocar na agulha e mantenha a seringa com a agulha na sua mão. Bata suavemente no ponta da ampola de solvente para assegurar que todo o líquido se encontra no fundo da ampola. Quebre a ponta da ampola de solvente. Insira a agulha na ampola de solvente e retire a quantidade total de solvente. Para preparar a solução de IntronA insira a agulha na tampa de borracha do frasco de IntronA e dirija cuidadosamente a extremidade da agulha contra a parede de vidro do frasco sem tocar com as mãos na tampa do frasco, previamente limpa. Injecte lentamente o solvente, dirigindo o jacto do líquido para a parede de vidro do frasco para evitar a formação de bolhas de ar. Não dirija o jacto para o pó branco existente no fundo do frasco. Para dissolver o conteúdo de cor branca, rode cuidadosamente o frasco de IntronA deixando a agulha da seringa no frasco, até obter a completa dissolução do conteúdo. Não agite. Caso se formem bolhas de ar, espere que a solução assente e que todas as bolhas atinjam a superfície da solução e desapareçam para retirar a sua dose do frasco. Utilize esta solução imediatamente. Medição da dose de IntronA a partir do pó reconstituído para injecção Segure no frasco e na seringa com uma mão, invertendo a posição. Verifique se a extremidade da agulha penetra na solução reconstituída de IntronA. A sua outra mão fica livre para movimentar o êmbolo. Puxe lentamente o êmbolo de modo a extrair para a seringa a dose correcta que lhe foi prescrita pelo seu médico. Segure a seringa, com a agulha no frasco, apontando para cima, retire a seringa da agulha longa deixando a agulha no frasco e sem tocar na extremidade da seringa. Pegue na agulha curta e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Retire a aba protectora da agulha que está inserida na seringa e verifique se existem bolhas de ar na seringa. Se observar a presença de quaisquer bolhas, puxe ligeiramente o êmbolo; bata suavemente na seringa, apontando a agulha para cima até que as bolhas desapareçam. Puxe o êmbolo lentamente até à dose correcta. Torne a colocar a aba protectora da agulha e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente, no máximo de 25ºC. Se a solução está fria, aqueça a seringa entre as palmas das mãos. Examine a solução reconstituída antes da administração: não a utilize se observar alterações da cor ou a presença de partículas estranhas. Neste momento, está pronto a injectar a dose. Injecção da solução 265 Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Retire a aba protectora da agulha. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, segure a seringa como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de 45º a 90º. Injecte a solução, empurrando o êmbolo suavemente até ao fundo. Retire a agulha da pele, mantendo-a direita. Comprima o local da injecção com um pequeno penso adesivo ou gaze esterilizada, se necessário, durante alguns segundos. Não massaje o local da injecção. Caso observe sangue, cubra com um penso adesivo. O frasco, ampola e todo o material utilizado na injecção que se destinam a ser utilizados uma única vez devem ser rejeitados. Elimine a seringa e as agulhas, com segurança, num recipiente fechado. 266 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 30 milhões de UI pó e solvente para solução injectável Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 30 milhões de UI/ frasco. Os outros ingredientes são glicina, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico e solução de albumina humana Solvente: água para injectáveis 1 ml/ampola Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: pó e solvente para solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 frasco de pó para solução injectável, 1 ampola de água para injectáveis, 1 seringa para injectáveis, 2 agulhas para injecção e 1 toalhete de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. 267 - Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. 268 Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão 269 anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administração por perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. A formulação em pó liofilizado de IntronA deve ser reconstituída adicionando ao frasco 1 ml de água para injectáveis. A quantidade calculada de interferão para se obter a dose apropriada deve ser seguidamente retirada do(s) frasco(s), adicionada a 100 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % e administrada durante 20 minutos. A concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio a 0,9 % não deve ser inferior a 1 x 105 UI/ml. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. 270 Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorifico). Não congelar. Para efeitos de transporte de curta duração, o produto não reconstituído pode ser mantido fora do frigorífico a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC no período de quatro semanas antes da sua utilização. Se o produto não for utilizado nesse período de quatro semanas deve ser eliminado. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 271 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 272 273 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: um frasco de IntronA pó para solução injectável; uma ampola de solvente para o IntronA (1 ml de água para injectáveis); uma seringa de 2 ml; uma agulha comprida (por exemplo de 0,8 x 40 mm[21 gauge 1,5 polegada]) utilizada para adicionar água para injectáveis ao frasco que contém IntronA em pó; uma agulha curta (por exemplo de 0,3 x 13 mm[30 gauge 0,5 polegada]) para injecção subcutânea; um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Reconstituição de IntronA pó para solução injectável Retire a protecção do frasco de IntronA. Limpe a tampa de borracha do frasco com um toalhete de limpeza. Pode guardar o toalhete para limpar a zona da pele onde irá injectar a dose. Remova a seringa do invólucro. Não toque na extremidade da seringa. Pegue na agulha comprida e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Retire a aba protectora da agulha sem tocar na agulha e mantenha a seringa com a agulha na sua mão. Bata suavemente no ponta da ampola de solvente para assegurar que todo o líquido se encontra no fundo da ampola. Quebre a ponta da ampola de solvente. Insira a agulha na ampola de solvente e retire a quantidade total de solvente. Para preparar a solução de IntronA insira a agulha na tampa de borracha do frasco de IntronA e dirija cuidadosamente a extremidade da agulha contra a parede de vidro do frasco sem tocar com as mãos na tampa do frasco, previamente limpa. Injecte lentamente o solvente, dirigindo o jacto do líquido para a parede de vidro do frasco para evitar a formação de bolhas de ar. Não dirija o jacto para o pó branco existente no fundo do frasco. Para dissolver o conteúdo de cor branca, rode cuidadosamente o frasco de IntronA deixando a agulha da seringa no frasco, até obter a completa dissolução do conteúdo. Não agite. Caso se formem bolhas de ar, espere que a solução assente e que todas as bolhas atinjam a superfície da solução e desapareçam para retirar a sua dose do frasco. Utilize esta solução imediatamente. Medição da dose de IntronA a partir do pó reconstituído para injecção Segure no frasco e na seringa com uma mão, invertendo a posição. Verifique se a extremidade da agulha penetra na solução reconstituída de IntronA. A sua outra mão fica livre para movimentar o êmbolo. Puxe lentamente o êmbolo de modo a extrair para a seringa a dose correcta que lhe foi prescrita pelo seu médico. Segure a seringa, com a agulha no frasco, apontando para cima, retire a seringa da agulha longa deixando a agulha no frasco e sem tocar na extremidade da seringa. Pegue na agulha curta e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Retire a aba protectora da agulha que está inserida na seringa e verifique se existem bolhas de ar na seringa. Se observar a presença de quaisquer bolhas, puxe ligeiramente o êmbolo; bata suavemente na seringa, apontando a agulha para cima até que as bolhas desapareçam. Puxe o êmbolo lentamente até à dose correcta. Torne a colocar a aba protectora da agulha e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente, no máximo de 25ºC. Se a solução está fria, aqueça a seringa entre as palmas das mãos. Examine a solução reconstituída antes da administração: não a utilize se observar alterações da cor ou a presença de partículas estranhas. Neste momento, está pronto a injectar a dose. Injecção da solução 274 Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Retire a aba protectora da agulha. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, segure a seringa como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de 45º a 90º. Injecte a solução, empurrando o êmbolo suavemente até ao fundo. Retire a agulha da pele, mantendo-a direita. Comprima o local da injecção com um pequeno penso adesivo ou gaze esterilizada, se necessário, durante alguns segundos. Não massaje o local da injecção. Caso observe sangue, cubra com um penso adesivo. O frasco, ampola e todo o material utilizado na injecção que se destinam a ser utilizados uma única vez devem ser rejeitados. Elimine a seringa e as agulhas, com segurança, num recipiente fechado. 275 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 3 milhões de UI solução injectável Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 3 milhões de UI num frasco de dose unitária Os outros ingredientes são o fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 frasco 1 frasco, 1 seringa para injectáveis, 1 agulha para injecção e 1 toalhete de limpeza 6 frascos, 6 seringas para injectáveis, 6 agulhas para injecção e 6 toalhetes de limpeza 12 frascos, 12 seringas para injectáveis, 12 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 276 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. - Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: 277 IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a 278 suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administração por perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. Embora seja possível utilizar um frasco de qualquer volume para medir a dose requerida, a concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 0,3 milhões de UI/ml. A dose apropriada de IntronA é retirada do(s) frasco(s), adicionada a 50 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % contida num saco de PVC ou frasco de vidro para uso intravenoso e administrada durante 20 minutos. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques 279 (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorifico). Não congelar. Para efeitos de transporte de curta duração, a solução deve ser mantida fora do frigorífico a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC durante um período de até sete dias antes da sua utilização. Durante esse período o IntronA pode ser recolocado, em qualquer momento, no frigorífico. Se o produto não for utilizado durante o período de sete dias deve ser eliminado. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 280 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 281 282 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: um frasco de IntronA solução injectável; uma seringa de 1 ml; uma agulha para injecção subcutânea (por exemplo de 0,4 x 13 mm[27 gauge 0,5 polegadas]); um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Medição da dose de IntronA Retire a tampa do frasco. Caso se trate de um frasco de dose múltipla, só terá de retirar a tampa quando preparar a primeira dose. Limpe a rolha de borracha do frasco que contém a solução de IntronA, utilizando um toalhete de limpeza. Remova a seringa do invólucro. Não toque na extremidade da seringa. Pegue na agulha e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Remova a aba protectora da agulha sem tocar na agulha, e encha a seringa com ar, puxando o êmbolo até ao nível correspondente à dose que lhe foi prescrita pelo seu médico. Mantenha o frasco de IntronA na vertical sem tocar com as mãos na tampa do frasco, previamente limpa. Introduza a agulha no frasco que contém a solução de IntronA e injecte ar no frasco. Segure no frasco e na seringa com uma mão, invertendo a posição. Verifique se a extremidade da agulha penetra na solução de IntronA. A sua outra mão fica livre para movimentar o êmbolo. Puxe lentamente o êmbolo de modo a extrair para a seringa a dose correcta que lhe foi prescrita pelo seu médico. Recoloque a aba protectora e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Retire a agulha do frasco e verifique se existem bolhas de ar na seringa. Se observar a presença de quaisquer bolhas, puxe ligeiramente o êmbolo; bata suavemente na seringa, apontando a agulha para cima até que as bolhas desapareçam. Puxe o êmbolo lentamente até à dose correcta. Remova a aba protectora da agulha e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente, no máximo de 25ºC. Se a solução está fria, aqueça a seringa entre as palmas das mãos. Examine a solução antes da administração: não a utilize se observar alterações da cor ou a presença de partículas estranhas. Neste momento, está pronto a injectar a dose. Injecção da solução Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Remova a aba protectora da agulha. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, segure a seringa como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de 45º a 90º. Injecte a solução, empurrando o êmbolo suavemente até ao fundo. Retire a agulha da pele, mantendo-a direita. Comprima o local da injecção com um pequeno penso adesivo ou gaze esterilizada, se necessário, durante alguns segundos. Não massaje o local da injecção. Caso observe sangue, cubra com um penso adesivo. O frasco e todo o material utilizado na injecção, que se destinam a ser utilizados uma única vez, devem ser rejeitados. Elimine a seringa e as agulhas, com segurança, num recipiente fechado. Caso se trate de frascos de dose múltipla, não se esqueça de voltar a colocar o frasco no frigorífico. 283 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 5 milhões de UI solução injectável Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 5 milhões de UI num frasco de dose unitária Os outros ingredientes são o fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 frasco 1 frasco, 1 seringa para injectáveis, 1 agulha para injecção e 1 toalhete de limpeza 6 frascos, 6 seringas para injectáveis, 6 agulhas para injecção e 6 toalhetes de limpeza 12 frascos, 12 seringas para injectáveis, 12 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 284 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. - Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: 285 IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a 286 suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administração por perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. Embora seja possível utilizar um frasco de qualquer volume para medir a dose requerida, a concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 0,3 milhões de UI/ml. A dose apropriada de IntronA é retirada do(s) frasco(s), adicionada a 50 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % contida num saco de PVC ou frasco de vidro para uso intravenoso e administrada durante 20 minutos. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques 287 (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorifico). Não congelar. Para efeitos de transporte de curta duração, a solução deve ser mantida fora do frigorífico a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC durante um período de até sete dias antes da sua utilização. Durante esse período o IntronA pode ser recolocado, em qualquer momento, no frigorífico. Se o produto não for utilizado durante o período de sete dias deve ser eliminado. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 288 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 289 290 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: um frasco de IntronA solução injectável; uma seringa de 1 ml; uma agulha para injecção subcutânea (por exemplo de 0,4 x 13 mm[27 gauge 0,5 polegadas]); um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Medição da dose de IntronA Retire a tampa do frasco. Caso se trate de um frasco de dose múltipla, só terá de retirar a tampa quando preparar a primeira dose. Limpe a rolha de borracha do frasco que contém a solução de IntronA, utilizando um toalhete de limpeza. Remova a seringa do invólucro. Não toque na extremidade da seringa. Pegue na agulha e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Remova a aba protectora da agulha sem tocar na agulha, e encha a seringa com ar, puxando o êmbolo até ao nível correspondente à dose que lhe foi prescrita pelo seu médico. Mantenha o frasco de IntronA na vertical sem tocar com as mãos na tampa do frasco, previamente limpa. Introduza a agulha no frasco que contém a solução de IntronA e injecte ar no frasco. Segure no frasco e na seringa com uma mão, invertendo a posição. Verifique se a extremidade da agulha penetra na solução de IntronA. A sua outra mão fica livre para movimentar o êmbolo. Puxe lentamente o êmbolo de modo a extrair para a seringa a dose correcta que lhe foi prescrita pelo seu médico. Recoloque a aba protectora e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Retire a agulha do frasco e verifique se existem bolhas de ar na seringa. Se observar a presença de quaisquer bolhas, puxe ligeiramente o êmbolo; bata suavemente na seringa, apontando a agulha para cima até que as bolhas desapareçam. Puxe o êmbolo lentamente até à dose correcta. Remova a aba protectora da agulha e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente, no máximo de 25ºC. Se a solução está fria, aqueça a seringa entre as palmas das mãos. Examine a solução antes da administração: não a utilize se observar alterações da cor ou a presença de partículas estranhas. Neste momento, está pronto a injectar a dose. Injecção da solução Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Remova a aba protectora da agulha. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, segure a seringa como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de 45º a 90º. Injecte a solução, empurrando o êmbolo suavemente até ao fundo. Retire a agulha da pele, mantendo-a direita. Comprima o local da injecção com um pequeno penso adesivo ou gaze esterilizada, se necessário, durante alguns segundos. Não massaje o local da injecção. Caso observe sangue, cubra com um penso adesivo. O frasco e todo o material utilizado na injecção, que se destinam a ser utilizados uma única vez, devem ser rejeitados. Elimine a seringa e as agulhas, com segurança, num recipiente fechado. Caso se trate de frascos de dose múltipla, não se esqueça de voltar a colocar o frasco no frigorífico. 291 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 10 milhões de UI solução injectável Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 10 milhões de UI num frasco de dose unitária Os outros ingredientes são o fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 frasco 1 frasco, 1 seringa para injectáveis, 1 agulha para injecção e 1 toalhete de limpeza 6 frascos, 6 seringas para injectáveis, 6 agulhas para injecção e 6 toalhetes de limpeza 12 frascos, 12 seringas para injectáveis, 12 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA 292 - - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: 293 IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a 294 suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administração por perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. Embora seja possível utilizar um frasco de qualquer volume para medir a dose requerida, a concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 0,3 milhões de UI/ml. A dose apropriada de IntronA é retirada do(s) frasco(s), adicionada a 50 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % contida num saco de PVC ou frasco de vidro para uso intravenoso e administrada durante 20 minutos. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques 295 (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorifico). Não congelar. Para efeitos de transporte de curta duração, a solução deve ser mantida fora do frigorífico a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC durante um período de até sete dias antes da sua utilização. Durante esse período o IntronA pode ser recolocado, em qualquer momento, no frigorífico. Se o produto não for utilizado durante o período de sete dias deve ser eliminado. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 296 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 297 298 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: um frasco de IntronA solução injectável; uma seringa de 2 ml; uma agulha para injecção subcutânea (por exemplo de 0,4 x 13 mm[27 gauge 0,5 polegadas]); um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Medição da dose de IntronA Retire a tampa do frasco. Caso se trate de um frasco de dose múltipla, só terá de retirar a tampa quando preparar a primeira dose. Limpe a rolha de borracha do frasco que contém a solução de IntronA, utilizando um toalhete de limpeza. Remova a seringa do invólucro. Não toque na extremidade da seringa. Pegue na agulha e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Remova a aba protectora da agulha sem tocar na agulha, e encha a seringa com ar, puxando o êmbolo até ao nível correspondente à dose que lhe foi prescrita pelo seu médico. Mantenha o frasco de IntronA na vertical sem tocar com as mãos na tampa do frasco, previamente limpa. Introduza a agulha no frasco que contém a solução de IntronA e injecte ar no frasco. Segure no frasco e na seringa com uma mão, invertendo a posição. Verifique se a extremidade da agulha penetra na solução de IntronA. A sua outra mão fica livre para movimentar o êmbolo. Puxe lentamente o êmbolo de modo a extrair para a seringa a dose correcta que lhe foi prescrita pelo seu médico. Recoloque a aba protectora e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Retire a agulha do frasco e verifique se existem bolhas de ar na seringa. Se observar a presença de quaisquer bolhas, puxe ligeiramente o êmbolo; bata suavemente na seringa, apontando a agulha para cima até que as bolhas desapareçam. Puxe o êmbolo lentamente até à dose correcta. Remova a aba protectora da agulha e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente, no máximo de 25ºC. Se a solução está fria, aqueça a seringa entre as palmas das mãos. Examine a solução antes da administração: não a utilize se observar alterações da cor ou a presença de partículas estranhas. Neste momento, está pronto a injectar a dose. Injecção da solução Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Remova a aba protectora da agulha. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, segure a seringa como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de 45º a 90º. Injecte a solução, empurrando o êmbolo suavemente até ao fundo. Retire a agulha da pele, mantendo-a direita. Comprima o local da injecção com um pequeno penso adesivo ou gaze esterilizada, se necessário, durante alguns segundos. Não massaje o local da injecção. Caso observe sangue, cubra com um penso adesivo. O frasco e todo o material utilizado na injecção, que se destinam a ser utilizados uma única vez, devem ser rejeitados. Elimine a seringa e as agulhas, com segurança, num recipiente fechado. Caso se trate de frascos de dose múltipla, não se esqueça de voltar a colocar o frasco no frigorífico. 299 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 18 milhões de UI solução injectável Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 18 milhões de UI num frasco de dose múltipla Os outros ingredientes são o fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 frasco 1 frasco, 6 seringas para injectáveis, 6 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza 2 frascos 2 frascos, 12 seringas para injectáveis, 12 agulhas para injecção e 24 toalhetes de limpeza 12 frascos 12 frascos, 72 seringas para injectáveis, 72 agulhas para injecção e 144 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA 300 - - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: 301 IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a 302 suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administração por perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. Embora seja possível utilizar um frasco de qualquer volume para medir a dose requerida, a concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 0,3 milhões de UI/ml. A dose apropriada de IntronA é retirada do(s) frasco(s), adicionada a 50 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % contida num saco de PVC ou frasco de vidro para uso intravenoso e administrada durante 20 minutos. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques 303 (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorifico). Não congelar. Para efeitos de transporte de curta duração, a solução deve ser mantida fora do frigorífico a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC durante um período de até sete dias antes da sua utilização. Durante esse período o IntronA pode ser recolocado, em qualquer momento, no frigorífico. Se o produto não for utilizado durante o período de sete dias deve ser eliminado. Após a abertura do recipiente, o produto deve ser conservado durante um período máximo de 28 dias a 2ºC - 8ºC. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 304 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 305 306 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: um frasco de IntronA solução injectável; uma seringa de 1 ml; uma agulha para injecção subcutânea (por exemplo de 0,4 x 13 mm[27 gauge 0,5 polegadas]); um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Medição da dose de IntronA Retire a tampa do frasco. Caso se trate de um frasco de dose múltipla, só terá de retirar a tampa quando preparar a primeira dose. Limpe a rolha de borracha do frasco que contém a solução de IntronA, utilizando um toalhete de limpeza. Remova a seringa do invólucro. Não toque na extremidade da seringa. Pegue na agulha e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Remova a aba protectora da agulha sem tocar na agulha, e encha a seringa com ar, puxando o êmbolo até ao nível correspondente à dose que lhe foi prescrita pelo seu médico. Mantenha o frasco de IntronA na vertical sem tocar com as mãos na tampa do frasco, previamente limpa. Introduza a agulha no frasco que contém a solução de IntronA e injecte ar no frasco. Segure no frasco e na seringa com uma mão, invertendo a posição. Verifique se a extremidade da agulha penetra na solução de IntronA. A sua outra mão fica livre para movimentar o êmbolo. Puxe lentamente o êmbolo de modo a extrair para a seringa a dose correcta que lhe foi prescrita pelo seu médico. Recoloque a aba protectora e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Retire a agulha do frasco e verifique se existem bolhas de ar na seringa. Se observar a presença de quaisquer bolhas, puxe ligeiramente o êmbolo; bata suavemente na seringa, apontando a agulha para cima até que as bolhas desapareçam. Puxe o êmbolo lentamente até à dose correcta. Remova a aba protectora da agulha e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente, no máximo de 25ºC. Se a solução está fria, aqueça a seringa entre as palmas das mãos. Examine a solução antes da administração: não a utilize se observar alterações da cor ou a presença de partículas estranhas. Neste momento, está pronto a injectar a dose. Injecção da solução Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Remova a aba protectora da agulha. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, segure a seringa como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de 45º a 90º. Injecte a solução, empurrando o êmbolo suavemente até ao fundo. Retire a agulha da pele, mantendo-a direita. Comprima o local da injecção com um pequeno penso adesivo ou gaze esterilizada, se necessário, durante alguns segundos. Não massaje o local da injecção. Caso observe sangue, cubra com um penso adesivo. O frasco e todo o material utilizado na injecção, que se destinam a ser utilizados uma única vez, devem ser rejeitados. Elimine a seringa e as agulhas, com segurança, num recipiente fechado. Caso se trate de frascos de dose múltipla, não se esqueça de voltar a colocar o frasco no frigorífico. 307 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 25 milhões de UI solução injectável Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 25 milhões de UI num frasco de dose múltipla Os outros ingredientes são o fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 frasco 1 frasco, 6 seringas para injectáveis, 6 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza 2 frascos 2 frascos, 12 seringas para injectáveis, 12 agulhas para injecção e 24 toalhetes de limpeza 12 frascos 12 frascos, 72 seringas para injectáveis, 72 agulhas para injecção e 144 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA 308 - - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: 309 IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a 310 suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administração por perfusão intravenosa: A perfusão deve ser preparada imediatamente antes da utilização. Embora seja possível utilizar um frasco de qualquer volume para medir a dose requerida, a concentração final de interferão na solução de cloreto de sódio não deve ser inferior a 0,3 milhões de UI/ml. A dose apropriada de IntronA é retirada do(s) frasco(s), adicionada a 50 ml de uma solução de cloreto de sódio a 0,9 % contida num saco de PVC ou frasco de vidro para uso intravenoso e administrada durante 20 minutos. NENHUM OUTRO MEDICAMENTO PODERÁ SER PERFUNDIDO CONCOMITANTEMENTE COM INTRONA. Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques 311 (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2ºC - 8ºC (no frigorifico). Não congelar. Para efeitos de transporte de curta duração, a solução deve ser mantida fora do frigorífico a temperaturas iguais ou inferiores a 25ºC durante um período de até sete dias antes da sua utilização. Durante esse período o IntronA pode ser recolocado, em qualquer momento, no frigorífico. Se o produto não for utilizado durante o período de sete dias deve ser eliminado. Após a abertura do recipiente, o produto deve ser conservado durante um período máximo de 28 dias a 2ºC - 8ºC. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 312 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 313 314 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: um frasco de IntronA solução injectável; uma seringa de 1 ml; uma agulha para injecção subcutânea (por exemplo de 0,4 x 13 mm[27 gauge 0,5 polegadas]); um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Medição da dose de IntronA Retire a tampa do frasco. Caso se trate de um frasco de dose múltipla, só terá de retirar a tampa quando preparar a primeira dose. Limpe a rolha de borracha do frasco que contém a solução de IntronA, utilizando um toalhete de limpeza. Remova a seringa do invólucro. Não toque na extremidade da seringa. Pegue na agulha e coloque-a firmemente na extremidade da seringa. Remova a aba protectora da agulha sem tocar na agulha, e encha a seringa com ar, puxando o êmbolo até ao nível correspondente à dose que lhe foi prescrita pelo seu médico. Mantenha o frasco de IntronA na vertical sem tocar com as mãos na tampa do frasco, previamente limpa. Introduza a agulha no frasco que contém a solução de IntronA e injecte ar no frasco. Segure no frasco e na seringa com uma mão, invertendo a posição. Verifique se a extremidade da agulha penetra na solução de IntronA. A sua outra mão fica livre para movimentar o êmbolo. Puxe lentamente o êmbolo de modo a extrair para a seringa a dose correcta que lhe foi prescrita pelo seu médico. Recoloque a aba protectora e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Retire a agulha do frasco e verifique se existem bolhas de ar na seringa. Se observar a presença de quaisquer bolhas, puxe ligeiramente o êmbolo; bata suavemente na seringa, apontando a agulha para cima até que as bolhas desapareçam. Puxe o êmbolo lentamente até à dose correcta. Remova a aba protectora da agulha e coloque a seringa com a agulha numa superfície plana. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente, no máximo de 25ºC. Se a solução está fria, aqueça a seringa entre as palmas das mãos. Examine a solução antes da administração: não a utilize se observar alterações da cor ou a presença de partículas estranhas. Neste momento, está pronto a injectar a dose. Injecção da solução Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Remova a aba protectora da agulha. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, segure a seringa como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de 45º a 90º. Injecte a solução, empurrando o êmbolo suavemente até ao fundo. Retire a agulha da pele, mantendo-a direita. Comprima o local da injecção com um pequeno penso adesivo ou gaze esterilizada, se necessário, durante alguns segundos. Não massaje o local da injecção. Caso observe sangue, cubra com um penso adesivo. O frasco e todo o material utilizado na injecção, que se destinam a ser utilizados uma única vez, devem ser rejeitados. Elimine a seringa e as agulhas, com segurança, num recipiente fechado. Caso se trate de frascos de dose múltipla, não se esqueça de voltar a colocar o frasco no frigorífico. 315 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 18 milhões de UI solução injectável numa caneta multidose. Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 18 milhões de UI/caneta Os outros ingredientes são o fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 caneta, 6 agulhas para injecção e 6 toalhetes de limpeza 2 canetas, 12 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza 8 canetas, 48 agulhas para injecção e 48 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. 316 - Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. 317 Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão 318 anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a 319 glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Cada caneta deve ser utilizada durante um período máximo de duas semanas após a primeira utilização, após o qual deve ser rejeitada. Durante esse período de duas semanas é admissível um tempo de permanência de 48 horas a uma temperatura de 25ºC, por forma a abranger os períodos em que se verifica atraso acidental na recolocação da caneta no frigorífico. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 320 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 321 322 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: uma caneta multidose de IntronA; uma agulha para injecção subcutânea (contida na embalagem); um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Utilize as agulhas para injecção contidas na embalagem exclusivamente para o IntronA. Utilize uma nova agulha para injecção para cada dose. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente no momento da injecção. As figuras A e B mostram-lhe todos os diferentes componentes da caneta e da agulha para injecção. Os componentes mais importantes são os seguintes: - O botão de pressão com escala que indica qual a dose escolhida. A barra colorida castanha e o botão de pressão encontram-se no fundo da caneta quando a tampa se encontra levantada. A caneta só está completamente fechada quando o triângulo existente na tampa com escala se encontra alinhado com o indicador da dose existente no corpo da caneta. Figura A Figura B 323 Medição da dose de IntronA Retire a caneta do frigorífico cerca de meia hora antes da administração da dose de modo a que a solução contida na caneta se encontre à temperatura ambiente antes da injecção. Quando estiver pronto para dar a injecção, prepare a caneta conforme a seguir indicado: Verifique se IntronA, solução injectável, tem um aspecto límpido antes da sua utilização. Não utilize a solução se o seu aspecto não for límpido e uniforme. Retire a tampa da caneta e desinfecte a membrana de borracha (ver Figura C) com um toalhete de limpeza . Figura C Retire a aba protectora da agulha para injecção. Note que assim que retira a aba protectora fica exposta a parte detrás da agulha para injecção (ver Figura D). Figura D Pressione suavemente a agulha para injecção na caneta, conforme indicado na Figura E. (Note que a parte detrás da agulha para injecção, perfurará a membrana de borracha que desinfectou previamente). Agora, rode a agulha para injecção no sentido dos ponteiros do relógio para que fique firmemente colocada na caneta (ver Figura F). Figura E Figura F 324 Em primeiro lugar, retire o invólucro externo da agulha para injecção (Figura G). Em seguida, retire cuidadosamente o invólucro interno da agulha para injecção, tendo em atenção que a agulha para injecção ficará agora exposta (Figura H). Guarde o invólucro externo da agulha para injecção para posterior utilização. Figura G Figura H A caneta encontra-se agora pronta a ser utilizada. Como pode ter-se acumulado uma pequena quantidade de ar na agulha para injecção e no reservatório durante a armazenagem, a próxima fase será remover quaisquer bolhas de ar eventualmente existentes. Este processo é designado por “Expurga de Ar”. Segure a caneta multidose de IntronA, solução injectável, apontando para cima a agulha para injecção. Bata no reservatório com o dedo para que as bolhas de ar subam para o topo do reservatório, mesmo abaixo da agulha para injecção (Figura I). Figura I Segure no corpo da caneta e rode o reservatório na direcção indicada pela seta na Figura J (no sentido dos ponteiros do relógio) até ouvir um estalido. Figura J 325 Mantenha a caneta virada para cima, pressione completamente o botão para cima e verifique se aparece uma gota de IntronA, solução injectável, na extremidade da agulha para injecção (Veja a gota na extremidade da agulha para injecção na Figura K, apresentada em seguida). Figura K Se não aparecer nenhuma gota, bata no reservatório com o dedo, verifique se o corpo da caneta foi devidamente rodado, pressione o botão até surgir uma gota na extremidade da agulha. Nota: Poderá ainda ficar algum ar na caneta; esse facto não é, no entanto, importante visto que já retirou o ar da agulha para injecção pelo que a dose será exacta. Volte a colocar a tampa da caneta multidose de IntronA, solução para injecção, colocando o ‘triângulo’ do lado oposto do indicador da dose, conforme indicado na Figura L. Figura L A caneta encontra-se agora pronta para ajustar a dose. Para efectuar a próxima fase, segure a caneta pelo meio do corpo. Desta forma, o botão de pressão mover-se-á livremente de modo a assegurar o ajustamento da dose correcta. Para ajustar a dose correcta, segure no corpo da caneta com uma das mãos, mantendo-a na horizontal. Com a outra mão, rode a tampa no sentido dos ponteiros do relógio, conforme indica a seta na Figura M. Verificará que o botão sobe, indicando qual a dose ajustada. Para ajustar a dose correcta, rode a tampa as vezes indicadas em seguida: 326 IntronA, solução injectável, caneta multidose 18 MUI/caneta: 1 volta completa(5 estalidos) = 1,5 MUI 2 voltas completas(10 estalidos) = 3,0 MUI 3 voltas completas(15 estalidos) = 4,5 MUI 4 voltas completas(20 estalidos) = 6 MUI Figura M A escala do botão de pressão indicará qual a dose ajustada (ver Figura N a seguir). Neste momento, verifique se ajustou a dose correcta. Figura N Após cada volta completa, verifique se o triângulo está na posição oposta ao indicador da dose (ver Figura O). Se ajustou uma dose errada, rode simplesmente a tampa no sentido contrário (contrário ao dos ponteiros do relógio) o mais possível, até que o botão de pressão volte à posição inicial e recomece novamente. Depois de marcar a dose correcta, estará ponto para a injecção. Figura O Injecção da solução Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. 327 Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, pegue na seringa, segurando-a como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de aproximadamente 45º. Em seguida pressione completamente para baixo o botão de pressão (ver Figura P). Figura P Mantendo o botão de pressão em baixo, deixe a agulha para injecção colocada durante alguns segundos para permitir que o IntronA, solução injectável, se distribua por debaixo da pele e, seguidamente, retire-a. Volte a colocar, cuidadosamente, o invólucro exterior da agulha para injecção (Ver Figura Q). Figura Q Desenrosque completamente a agulha para injecção, rodando no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, conforme indicado na Figura R. Em seguida, retire-a cuidadosamente da caneta e elimine a agulha para injecção dentro do respectivo invólucro (ver Figura S). 328 Figura R Figura S Volte a colocar a tampa da caneta, novamente com o triângulo na posição oposta à do indicador da dose, conforme indicado na Figura T. Em seguida, volte a colocar a caneta no frigorífico. Figura T 329 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 30 milhões de UI solução injectável numa caneta multidose. Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 30 milhões de UI/caneta Os outros ingredientes são o fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 caneta, 6 agulhas para injecção e 6 toalhetes de limpeza 2 canetas, 12 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza 8 canetas, 48 agulhas para injecção e 48 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. 330 - Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. 331 Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão 332 anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a 333 glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Cada caneta deve ser utilizada durante um período máximo de duas semanas após a primeira utilização, após o qual deve ser rejeitada. Durante esse período de duas semanas é admissível um tempo de permanência de 48 horas a uma temperatura de 25ºC, por forma a abranger os períodos em que se verifica atraso acidental na recolocação da caneta no frigorífico. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 334 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 335 336 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: uma caneta multidose de IntronA; uma agulha para injecção subcutânea (contida na embalagem); um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Utilize as agulhas para injecção contidas na embalagem exclusivamente para o IntronA. Utilize uma nova agulha para injecção para cada dose. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente no momento da injecção. As figuras A e B mostram-lhe todos os diferentes componentes da caneta e da agulha para injecção. Os componentes mais importantes são os seguintes: - O botão de pressão com escala que indica qual a dose escolhida. A barra colorida azul e o botão de pressão encontram-se no fundo da caneta quando a tampa se encontra levantada. A caneta só está completamente fechada quando o triângulo existente na tampa com escala se encontra alinhado com o indicador da dose existente no corpo da caneta. Figura A Figura B 337 Medição da dose de IntronA Retire a caneta do frigorífico cerca de meia hora antes da administração da dose de modo a que a solução contida na caneta se encontre à temperatura ambiente antes da injecção. Quando estiver pronto para dar a injecção, prepare a caneta conforme a seguir indicado: Verifique se IntronA, solução injectável, tem um aspecto límpido antes da sua utilização. Não utilize a solução se o seu aspecto não for límpido e uniforme. Retire a tampa da caneta e desinfecte a membrana de borracha (ver Figura C) com um toalhete de limpeza . Figura C Retire a aba protectora da agulha para injecção. Note que assim que retira a aba protectora fica exposta a parte detrás da agulha para injecção (ver Figura D). Figura D Pressione suavemente a agulha para injecção na caneta, conforme indicado na Figura E. (Note que a parte detrás da agulha para injecção, perfurará a membrana de borracha que desinfectou previamente). Agora, rode a agulha para injecção no sentido dos ponteiros do relógio para que fique firmemente colocada na caneta (ver Figura F). Figura E Figura F 338 Em primeiro lugar, retire o invólucro externo da agulha para injecção (Figura G). Em seguida, retire cuidadosamente o invólucro interno da agulha para injecção, tendo em atenção que a agulha para injecção ficará agora exposta (Figura H). Guarde o invólucro externo da agulha para injecção para posterior utilização. Figura G Figura H A caneta encontra-se agora pronta a ser utilizada. Como pode ter-se acumulado uma pequena quantidade de ar na agulha para injecção e no reservatório durante a armazenagem, a próxima fase será remover quaisquer bolhas de ar eventualmente existentes. Este processo é designado por “Expurga de Ar”. Segure a caneta multidose de IntronA, solução injectável, apontando para cima a agulha para injecção. Bata no reservatório com o dedo para que as bolhas de ar subam para o topo do reservatório, mesmo abaixo da agulha para injecção (Figura I). Figura I Segure no corpo da caneta e rode o reservatório na direcção indicada pela seta na Figura J (no sentido dos ponteiros do relógio) até ouvir um estalido. Figura J 339 Mantenha a caneta virada para cima, pressione completamente o botão para cima e verifique se aparece uma gota de IntronA, solução injectável, na extremidade da agulha para injecção (Veja a gota na extremidade da agulha para injecção na Figura K, apresentada em seguida). Figura K Se não aparecer nenhuma gota, bata no reservatório com o dedo, verifique se o corpo da caneta foi devidamente rodado, pressione o botão até surgir uma gota na extremidade da agulha. Nota: Poderá ainda ficar algum ar na caneta; esse facto não é, no entanto, importante visto que já retirou o ar da agulha para injecção pelo que a dose será exacta. Volte a colocar a tampa da caneta multidose de IntronA, solução para injecção, colocando o ‘triângulo’ do lado oposto do indicador da dose, conforme indicado na Figura L. Figura L A caneta encontra-se agora pronta para ajustar a dose. Para efectuar a próxima fase, segure a caneta pelo meio do corpo. Desta forma, o botão de pressão mover-se-á livremente de modo a assegurar o ajustamento da dose correcta. Para ajustar a dose correcta, segure no corpo da caneta com uma das mãos, mantendo-a na horizontal. Com a outra mão, rode a tampa no sentido dos ponteiros do relógio, conforme indica a seta na Figura M. Verificará que o botão sobe, indicando qual a dose ajustada. Para ajustar a dose correcta, rode a tampa as vezes indicadas em seguida: 340 IntronA, solução injectável, caneta multidose 30 MUI/caneta: 1 volta completa (5 estalidos) = 2,5 MUI 2 voltas completas(10 estalidos) = 5 MUI 3 voltas completas(15 estalidos) = 7,5 MUI 4 voltas completas(20 estalidos) = 10 MUI Figura M A escala do botão de pressão indicará qual a dose ajustada (ver Figura N a seguir). Neste momento, verifique se ajustou a dose correcta. Figura N Após cada volta completa, verifique se o triângulo está na posição oposta ao indicador da dose (ver Figura O). Se ajustou uma dose errada, rode simplesmente a tampa no sentido contrário (contrário ao dos ponteiros do relógio) o mais possível, até que o botão de pressão volte à posição inicial e recomece novamente. Depois de marcar a dose correcta, estará ponto para a injecção. Figura O Injecção da solução Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. 341 Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, pegue na seringa, segurando-a como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de aproximadamente 45º. Em seguida pressione completamente para baixo o botão de pressão (ver Figura P). Figura P Mantendo o botão de pressão em baixo, deixe a agulha para injecção colocada durante alguns segundos para permitir que o IntronA, solução injectável, se distribua por debaixo da pele e, seguidamente, retire-a. Volte a colocar, cuidadosamente, o invólucro exterior da agulha para injecção (Ver Figura Q). Figura Q Desenrosque completamente a agulha para injecção, rodando no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, conforme indicado na Figura R. Em seguida, retire-a cuidadosamente da caneta e elimine a agulha para injecção dentro do respectivo invólucro (ver Figura S). 342 Figura R Figura S Volte a colocar a tampa da caneta, novamente com o triângulo na posição oposta à do indicador da dose, conforme indicado na Figura T. Em seguida, volte a colocar a caneta no frigorífico. Figura T 343 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto: 1. O que é IntronA e para que é utilizado 2. Antes de utilizar IntronA 3. Como utilizar IntronA 4. Efeitos secundários possíveis 5. Conservação de IntronA 6. Outras informações IntronA, 60 milhões de UI solução injectável numa caneta multidose. Interferão alfa-2b - A substância activa é o interferão alfa-2b recombinante, 60 milhões de UI/caneta Os outros ingredientes são o fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, edetato dissódico, cloreto de sódio, m-cresol, polissorbato 80 e água para injectáveis. Titular da autorização de introdução no mercado: SP Europe 73, rue de Stalle B-1180 Bruxelles Bélgica 1. Fabricante: SP (Brinny) Company Innishannon County Cork Irlanda O QUE É INTRONA E PARA QUE É UTILIZADO A forma farmacêutica é: solução injectável IntronA existe à disposição em embalagens de diferentes tamanhos: 1 caneta, 6 agulhas para injecção e 6 toalhetes de limpeza 2 canetas, 12 agulhas para injecção e 12 toalhetes de limpeza 8 canetas, 48 agulhas para injecção e 48 toalhetes de limpeza É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. IntronA (interferão alfa-2b) modifica a resposta do sistema imunitário do organismo, contribuindo para combater as infecções virais e as doenças graves. O IntronA é utilizado no tratamento de certas doenças que afectam o sangue, a medula óssea, os gânglios linfáticos ou a pele, e que podem estenderse pelo organismo. Entre estas incluem-se a tricoleucemia, leucemia mielóide crónica, mieloma múltiplo, linfoma folicular, tumor carcinóide e o melanoma maligno. O IntronA é também utilizado no tratamento da hepatite B ou C crónica, que são infecções virais do fígado. 2. ANTES DE UTILIZAR INTRONA - Informe o seu médico no caso de alguma vez ter tido um ataque cardíaco ou um problema cardíaco; caso tenha antecedentes de dificuldades respiratórias ou pneumonia, problemas de coagulação do sangue, problemas do fígado, problemas da tiróide, diabetes, ou pressão arterial alta ou baixa. 344 - Informe o seu médico no caso de já ter recebido tratamento para problemas de depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica; confusão; perda de consciência. Informe o seu médico caso esteja a tomar shosaikoto, um produto fitofarmacêutico de origem chinesa. Não utilize IntronA: se tem hipersensibilidade (alergia) ao interferão ou a qualquer outro ingrediente de IntronA. se tem doença cardíaca grave. se tem insuficiência renal ou hepática. se tem doença hepática avançada, descompensada (não controlada). se tem hepatite e se foi submetido, recentemente, a um tratamento com medicamentos que suprimem o sistema imunitário (outros, para além de tratamentos de curta duração com medicamentos do tipo cortisona). se tem antecedentes de ataques epilépticos (convulsões) ou doenças nervosas ou mentais graves. se tem antecedentes de doença auto-imune, ou se recebeu transplante de órgãos e se está a tomar medicamentos que suprimem o sistema imunitário (o seu sistema imunitário protege-o contra as infecções). se tem uma doença da tiróide que não se encontre devidamente controlada. Tome especial cuidado com IntronA: se estiver grávida ou planear ficar grávida. (ver Gravidez). se tem psoríase; esta pode piorar durante o tratamento com IntronA. quando utilizar IntronA, pode ter temporariamente um risco acrescido de contrair uma infecção. Informe o seu médico se tiver a impressão de que contraiu uma infecção. informe o seu médico se desenvolver sintomas associados com gripe ou com outro tipo de infecção respiratória, tais como febre, tosse, ou dificuldade em respirar. informe imediatamente o seu médico se notar hemorragias ou contusões pouco habituais. se desenvolver sintomas de uma reacção alérgica grave (tais como, dificuldade respiratória, sibilos ou urticária) durante este tratamento, procure imediatamente ajuda médica. Durante o tratamento com IntronA O seu médico poderá solicitar-lhe que ingira uma quantidade de líquidos maior do que é habitual para prevenir uma situação de descida da pressão arterial. Gravidez Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Em estudos realizados em animais prenhes foi comprovado que os interferões provocaram, por vezes, a ocorrência de abortos. Desconhece-se qual o seu efeito na gravidez humana. No caso de lhe ter sido receitado IntronA em combinação com ribavirina, é muito importante que leia a secção sobre gravidez do Folheto Informativo da ribavirina. Aleitamento Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Não deverá amamentar se está a ser submetida a um tratamento com IntronA. Condução de veículos e utilização de máquinas: Não conduza nem utilize máquinas se sentir sonolência, cansaço, ou confusão com este medicamento. Utilizar IntronA com outros medicamentos: IntronA pode aumentar os efeitos de substâncias que lentificam o seu sistema nervoso, causando, possivelmente, sonolência. Assim, informe-se junto do seu médico sobre a possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas, tomar medicamentos para dormir, sedativos ou medicamentos para dores intensas. Informe o seu médico se estiver a tomar teofilina ou aminofilina para a asma, ou sobre todos os outros medicamentos que esteja a tomar ou que tenha tomado recentemente, mesmo sem receita médica, visto que a dose de alguns medicamentos pode ter que ser ajustada enquanto estiver a utilizar IntronA. 345 Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos sem receita médica. 3. COMO UTILIZAR INTRONA O seu médico receitou IntronA especificamente para si e para a sua situação actual; não partilhe este medicamento com mais ninguém. O seu médico indicou-lhe a dose correcta que deverá tomar de IntronA de acordo com as suas necessidades individuais. A dose poderá variar de acordo com a doença a ser tratada. Se estiver a administrar IntronA a si próprio, certifique-se se a embalagem do medicamento que recebeu contém a dose que lhe foi efectivamente prescrita. Nos casos em que o tratamento deve ser administrado 3 vezes por semana, as doses devem ser administradas, de preferência, em dias alternados. Indica-se, seguidamente, a dose inicial que é utilizada habitualmente em cada situação; as doses individuais podem, no entanto, variar pelo que o médico poderá modificar a sua dose com base nas suas necessidades específicas: Hepatite B crónica: 5 a 10 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Hepatite C crónica: 3 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Tricoleucemia: 2 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectadas por via subcutânea (debaixo da pele). Leucemia Mielóide Crónica: 4-5 milhões de UI/m2 diários, injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Mieloma múltiplo: 3 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Linfoma folicular: como adjuvante de quimioterapia, 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele) Tumor carcinóide: 5 milhões de UI, 3 vezes por semana (em dias alternados), injectados por via subcutânea (debaixo da pele). Melanoma Maligno: terapêutica de indução: 20 milhões de UI/m2 , por via intravenosa, diariamente, 5 dias por semana, durante um período de 4 semanas. Terapêutica de manutenção: 10 milhões de UI/m2, 3 vezes por semana (em dias alternados) administrada por via subcutânea (debaixo da pele). O seu médico poderá prescrever uma dose diferente de IntronA administrado isoladamente ou em associação com outros medicamentos (por exemplo citarabina, ribavirina). Se estiver a tomar IntronA em associação com outro medicamento, leia atentamente o folheto informativo do medicamento utilizado em associação. O seu médico determinará o esquema posológico exacto de acordo com a suas necessidades. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que IntronA é demasiado forte ou demasiado fraco. Administração por via subcutânea: IntronA destina-se a ser administrado através da via subcutânea. Isto significa que IntronA é injectado com uma agulha para injecção curta no tecido adiposo, logo por debaixo da pele. Se administrar a si próprio este medicamento, receberá instruções sobre o modo de o preparar e de dar a injecção. Serão 346 anexadas a este folheto instruções pormenorizadas sobre a forma de administração por via subcutânea (ver COMO AUTO-INJECTAR INTRONA, no final do folheto). Administra-se uma dose de IntronA em cada dia estipulado. IntronA pode ser administrado diariamente (5 ou 7 vezes por semana), ou três vezes por semana, em dias alternados, por exemplo, na Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Os interferões podem provocar cansaço não usual; no caso de se auto-administrar, faça-o antes de se deitar. Utilize IntronA exactamente como lhe foi prescrito pelo seu médico. Não exceda a dose recomendada e prossiga o tratamento com IntronA durante o período de tempo recomendado. Se utilizar mais IntronA do que deveria: Informe o seu médico assistente ou profissional de cuidados de saúde, logo que possível. Caso se tenha esquecido de tomar IntronA: Se se auto-administrar, tome a dose de que se esqueceu logo que se lembrar, e prossiga o tratamento de acordo com as instruções. Não tome a dose prescrita a dobrar. Se está previsto injectar este produto diariamente e se esqueceu, acidentalmente, de administrar a dose diária completa, prossiga o tratamento no dia seguinte utilizando a dose habitual. Se necessário, consulte o seu médico ou farmacêutico. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como os demais medicamentos, IntronA pode ter efeitos secundários. Embora seja possível que nem todos estes efeitos secundários ocorram, na eventualidade de se registarem poderão requerer cuidados médicos. Se ocorrer algum dos seguintes efeitos secundários, pare de utilizar o IntronA e informe o seu médico imediatamente ou diriga-se às urgências do hospital mais próximo: · inchaço das mãos, pés, tornozelos, face, lábios, boca ou garganta que podem causar dificuldade em engolir ou respirar; urticária; sensação de desmaio. Estes são efeitos secundários muito graves. Se ocorrerem, pode ter tido uma reacção alérgica grave ao IntronA. Pode precisar de atenção médica urgente ou de hospitalização. Estes efeitos secundários muito graves são muito raros. Contacte o seu médico imediatamente se ocorrer algum destes efeitos secundários: · dor no peito ou tosse intensa e persistente; batimento irregular ou rápido do coração; confusão, depressão mental, perda de sensibilidade ou formigueiro ou dor nas mãos ou pés; ataques (convulsões); dificuldade em adormecer, pensar ou concentrar-se; estado mental alterado; comportamento agressivo, vontade de ferir-se a si próprio; dor intensa no estômago; fezes escuras ou do tipo alcatrão; sangue nas fezes ou na urina, perda grave de sangue pelo nariz; cor pálida, quantidade elevada de açúcar no sangue, febre ou arrepios que começam após algumas semanas de tratamento, dor na parte baixa das costas ou de lado, dificuldade a urinar, problemas com a visão ou audição. Estes podem servir de sinal para efeitos secundários graves que podem necessitar de atenção médica urgente. No início do tratamento com IntronA pode sentir sintomas do tipo gripal, com febre, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e calafrios/tremores. O seu médico poderá recomendar-lhe que tome paracetamol se desenvolver este tipo de sintomas. Outros efeitos secundários que podem ocorrer incluem: · dor, inchaço e vermelhidão no local de injecção, perda de cabelo, tonturas, alterações no apetite, dores no estômago, diarreia, náuseas (sentir enjoo), infecção viríca, ansiedade, dor de garganta e dor ao engolir, sensação geral de desconforto, pressão arterial elevada ou baixa, enxaquecas, dores de cabeça, rubor, problemas menstruais, diminuição do apetite sexual, problemas com a 347 glândula tiróide, hemorragia gengival, boca seca, dor na boca ou língua, herpes simplex (bolhas de febre), alteração do paladar, perda de peso, problemas no estômago, dispepsia (azia), vómitos, obstipação, aumento do fígado (problemas no fígado), fezes moles, problemas nos rins, sinusite, pneumonia, agitação, irritabilidade, sonolência, fraqueza, alterações do humor, nervosismo, tosse (por vezes intensa), dificuldade em respirar, nariz entupido ou pingo no nariz, comichão, secura ou vermelhidão da pele, exantema, aumento da sudação, dor muscular súbita e grave, sensibilidade diminuída ao toque, cãibras nas pernas, dor nas costas, e alterações de valores laboratoriais sanguíneos. Muito raramente, IntronA isolado ou em associação com ribavirina (Rebetol) pode estar associado a anemia aplástica. Muito raramente, tem sido relatado sarcoidose (uma doença caracterizada por febre persistente, perda de peso, dor e inchaço nas articulações, lesões na pele e glândulas inchadas). Contacte imediatamente o seu médico se tiver algum destes sintomas. Em alguns doentes podem também ocorrer outros efeitos secundários não descritos acima. Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DE INTRONA Manter fora do alcance e da vista das crianças. Conservar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Cada caneta deve ser utilizada durante um período máximo de duas semanas após a primeira utilização, após o qual deve ser rejeitada. Durante esse período de duas semanas é admissível um tempo de permanência de 48 horas a uma temperatura de 25ºC, por forma a abranger os períodos em que se verifica atraso acidental na recolocação da caneta no frigorífico. Não utilize IntronA após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não utilize IntronA caso detecte alterações no aspecto de IntronA, pó ou solução injectável. 348 6. OUTRAS INFORMAÇÕES Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. België/Belgique/Belgien Rue de Stalle/Stallestraat 73 B-1180 Bruxelles/Brussel/Brüssel Tél/Tel: + 32-(0)2 370 92 11 Luxembourg/Luxemburg Rue de Stalle 73 B-1180 Bruxelles Belgique/Belgien Tél: + 32-(0)2 370 92 11 Danmark Hvedemarken 12 DK-3520 Farum Tlf: + 45-44 39 50 00 Nederland Maarssenbroeksedijk 4 NL-3542 DN Utrecht Tel: + 31-(0)30 240 88 88 Deutschland Thomas-Dehler-Straße 27 D-81737 München Tel: + 49-(0)89 627 31-0 Norge Ankerveien 209 N-1359 Eiksmarka Tlf: + 47 67 16 64 50 Ελλάδα Αγίου ∆ηµητρίου 63 GR-174 55 Άλιµος Τηλ: + 30-1 0 98 97 300 Österreich Badener Strasse 23 A-2514 Traiskirchen Tel: + 43-(0)2252 502-0 España Km. 36, Ctra. Nacional I E-28750 San Agustín de Guadalix - Madrid Tel: + 34-91 848 85 00 Portugal Casal do colaride Agualva P-2735 Cacém Tel: + 351-21 433 93 00 France 92 rue Baudin F-92300 Levallois-Perret Tél: + 33-(0)1 41 06 35 00 Suomi/Finland PL 3/PB 3 FIN-02201 Espoo/Esbo Puh/Tlf: + 358-(0)9 613 55 51 Ísland Lynghálsi 13 IS-110 Reykjavík Tel: + 354 540 80 00 Sverige Box 27190 S-10252 Stockholm Tlf: + 46-(0)8 522 21 500 Ireland Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK United Kingdom Tel: + 44-(0)1 707 363 636 United Kingdom Shire Park Welwyn Garden City Hertfordshire AL7 1TW - UK Tel: + 44-(0)1 707 363 636 Italia Centro Direzionale Milano Due Palazzo Borromini I-20090 Segrate (Milano) Tel: + 39-02 21018.1 Este folheto foi aprovado pela última vez em 349 350 COMO AUTO-INJECTAR INTRONA As instruções a seguir indicadas explicam como injectar a si próprio IntronA. Leia as instruções atentamente e siga-as passo a passo. O seu médico ou seu/sua assistente explicar-lhe-á como deve injectar IntronA a si próprio. Não tente injectar-se a si próprio sem estar seguro de ter compreendido o procedimento e as condições necessárias à auto-injecção. Preparação Antes de começar, reuna todo o material necessário: uma caneta multidose de IntronA; uma agulha para injecção subcutânea (contida na embalagem); um toalhete de limpeza . Lave cuidadosamente as suas mãos. Utilize as agulhas para injecção contidas na embalagem exclusivamente para o IntronA. Utilize uma nova agulha para injecção para cada dose. Certifique-se que a solução se encontra à temperatura ambiente no momento da injecção. As figuras A e B mostram-lhe todos os diferentes componentes da caneta e da agulha para injecção. Os componentes mais importantes são os seguintes: - O botão de pressão com escala que indica qual a dose escolhida. A barra colorida rosa e o botão de pressão encontram-se no fundo da caneta quando a tampa se encontra levantada. A caneta só está completamente fechada quando o triângulo existente na tampa com escala se encontra alinhado com o indicador da dose existente no corpo da caneta. Figura A Figura B 351 Medição da dose de IntronA Retire a caneta do frigorífico cerca de meia hora antes da administração da dose de modo a que a solução contida na caneta se encontre à temperatura ambiente antes da injecção. Quando estiver pronto para dar a injecção, prepare a caneta conforme a seguir indicado: Verifique se IntronA, solução injectável, tem um aspecto límpido antes da sua utilização. Não utilize a solução se o seu aspecto não for límpido e uniforme. Retire a tampa da caneta e desinfecte a membrana de borracha (ver Figura C) com um toalhete de limpeza . Figura C Retire a aba protectora da agulha para injecção. Note que assim que retira a aba protectora fica exposta a parte detrás da agulha para injecção (ver Figura D). Figura D Pressione suavemente a agulha para injecção na caneta, conforme indicado na Figura E. (Note que a parte detrás da agulha para injecção, perfurará a membrana de borracha que desinfectou previamente). Agora, rode a agulha para injecção no sentido dos ponteiros do relógio para que fique firmemente colocada na caneta (ver Figura F). Figura E Figura F 352 Em primeiro lugar, retire o invólucro externo da agulha para injecção (Figura G). Em seguida, retire cuidadosamente o invólucro interno da agulha para injecção, tendo em atenção que a agulha para injecção ficará agora exposta (Figura H). Guarde o invólucro externo da agulha para injecção para posterior utilização. Figura G Figura H A caneta encontra-se agora pronta a ser utilizada. Como pode ter-se acumulado uma pequena quantidade de ar na agulha para injecção e no reservatório durante a armazenagem, a próxima fase será remover quaisquer bolhas de ar eventualmente existentes. Este processo é designado por “Expurga de Ar”. Segure a caneta multidose de IntronA, solução injectável, apontando para cima a agulha para injecção. Bata no reservatório com o dedo para que as bolhas de ar subam para o topo do reservatório, mesmo abaixo da agulha para injecção (Figura I). Figura I Segure no corpo da caneta e rode o reservatório na direcção indicada pela seta na Figura J (no sentido dos ponteiros do relógio) até ouvir um estalido. Figura J 353 Mantenha a caneta virada para cima, pressione completamente o botão para cima e verifique se aparece uma gota de IntronA, solução injectável, na extremidade da agulha para injecção (Veja a gota na extremidade da agulha para injecção na Figura K, apresentada em seguida). Figura K Se não aparecer nenhuma gota, bata no reservatório com o dedo, verifique se o corpo da caneta foi devidamente rodado, pressione o botão até surgir uma gota na extremidade da agulha. Nota: Poderá ainda ficar algum ar na caneta; esse facto não é, no entanto, importante visto que já retirou o ar da agulha para injecção pelo que a dose será exacta. Volte a colocar a tampa da caneta multidose de IntronA, solução para injecção, colocando o ‘triângulo’ do lado oposto do indicador da dose, conforme indicado na Figura L. Figura L A caneta encontra-se agora pronta para ajustar a dose. Para efectuar a próxima fase, segure a caneta pelo meio do corpo. Desta forma, o botão de pressão mover-se-á livremente de modo a assegurar o ajustamento da dose correcta. Para ajustar a dose correcta, segure no corpo da caneta com uma das mãos, mantendo-a na horizontal. Com a outra mão, rode a tampa no sentido dos ponteiros do relógio, conforme indica a seta na Figura M. Verificará que o botão sobe, indicando qual a dose ajustada. Para ajustar a dose correcta, rode a tampa as vezes indicadas em seguida: 354 IntronA, solução injectável, caneta multidose 60 MUI/caneta: 1 volta completa(5 estalidos) = 5 MUI 2 voltas completas(10 estalidos) = 10 MUI 3 voltas completas(15 estalidos) = 15 MUI 4 voltas completas(20 estalidos) = 20 MUI Figura M A escala do botão de pressão indicará qual a dose ajustada (ver Figura N a seguir). Neste momento, verifique se ajustou a dose correcta. Figura N Após cada volta completa, verifique se o triângulo está na posição oposta ao indicador da dose (ver Figura O). Se ajustou uma dose errada, rode simplesmente a tampa no sentido contrário (contrário ao dos ponteiros do relógio) o mais possível, até que o botão de pressão volte à posição inicial e recomece novamente. Depois de marcar a dose correcta, estará ponto para a injecção. Figura O Injecção da solução Escolha o local da injecção. Os melhores locais para a injecção são os tecidos que possuem uma camada de gordura entre a pele e o músculo: coxa, face exterior do braço (poderá necessitar do auxílio de outra pessoa para utilizar este local), abdómen (excepto umbigo ou cintura). Se for excepcionalmente magro, utilize apenas a coxa ou a face exterior do braço para dar a injecção. Não injecte sempre no mesmo local. 355 Limpe e desinfecte a pele onde pretende dar a injecção. Aguarde que a área escolhida fique seca. Com uma mão, aperte uma prega de pele solta. Com a outra mão, pegue na seringa, segurando-a como se fosse um lápis. Insira a agulha na prega da pele num ângulo de aproximadamente 45º. Em seguida pressione completamente para baixo o botão de pressão (ver Figura P). Figura P Mantendo o botão de pressão em baixo, deixe a agulha para injecção colocada durante alguns segundos para permitir que o IntronA, solução injectável, se distribua por debaixo da pele e, seguidamente, retire-a. Volte a colocar, cuidadosamente, o invólucro exterior da agulha para injecção (Ver Figura Q). Figura Q Desenrosque completamente a agulha para injecção, rodando no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, conforme indicado na Figura R. Em seguida, retire-a cuidadosamente da caneta e elimine a agulha para injecção dentro do respectivo invólucro (ver Figura S). 356 Figura R Figura S Volte a colocar a tampa da caneta, novamente com o triângulo na posição oposta à do indicador da dose, conforme indicado na Figura T. Em seguida, volte a colocar a caneta no frigorífico. Figura T 357