ESTA PALESTRA NÃO PODERÁ SER REPRODUZIDA SEM A REFERÊNCIA DO AUTOR TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO NA HEMOFILIA Luciana C. O. Oliveira Hematologista e Hemoterapeuta Hemocentro Ribeirão Preto Hospital das Clínicas da FMRP-USP Hemofilia: Diferenças GRAVIDADE: Leve X Mod X Grave INIBIDOR: sim X não TRATAMENTO: demanda X profilático FATOR: recombinante X plasmático ARTROPATIA: sim X não … Hemofilia: Diferenças GRAVIDADE: Leve X Mod X Grave INIBIDOR: sim X não TRATAMENTO: demanda X profilático FATOR: recombinante X plasmático ARTROPATIA: sim X não … Como individualizar o tratamento? Conhecer o meu paciente! Como individualizar? 6 anos Peso: 20 Kg Profilaxia: 25UI/Kg, 3x/semana JOHN 3 hemartroses Atividades: • Natação: 2as e 4as feiras • Bicicleta: sábados e domingos • Educação física às 5as feiras PAUL Sem sangramentos Atividades: • Videogames/ computador – todos os dias • Educação física às 4as feiras Fischer. Haemophilia 2014 May;20 Suppl 4:106-13 Como individualizar o tratamento? Conhecer o meu paciente! História Clínica: - Fenótipo hemorrágico - Estilo de vida - Atividades diárias - Dose/ frequência/ horário da aplicação do fator - Adesão ao tratamento - Avaliação musculoesquelética (Presença de articulação-alvo?) - Resposta clínica ao tratamento (Inibidor?) Perfil Farmacocinético Risco de Sangramento Biológico Risco baixo Fenótipo grave PK desfavorável Doença articular préexistente Fenótipo leve PK favorável Articulações saudáveis Ambiental Alto risco Estilo de vida arriscado Esportes Baixa adesão Subtratamento Sedentarismo Boa adesão “Super” tratamento Petrini, Valentino, Gringeri, Re & Ewenstein. Expert Rev. Hematol. Early online, 1–10 (2015) Fenótipo Hemorrágico 10 a 15% dos pacientes com hemofilia A: fenótipo mais brando, menos hemorragias espontâneas e menor consumo de concentrados de fator Pavlova. Semin Thromb Hemost. 2013 Oct;39(7):702-10 Atividade Física e Risco de Sangramento Tipo de Atividade Risco Relativo Natação 1,0 Futebol Artes Marciais 2,7 3,7 Fischer. Haemophilia 2014 May;20 Suppl 4:106-13 Tratamento Individualizado JOHN 6 anos Peso: 20 Kg Profilaxia: 25UI/Kg, 3x/semana 3 hemartroses Atividades: • Natação: 2as e 4as feiras • Bicicleta: sáb. e domingos • Ed. física às 5as feiras Como melhorar o tratamento do John? Tratamento Individualizado JOHN ? Natação Natação ? Ed. Física ? Bicicleta Natação Fator VIII FARMACOCINÉTICA ? ? Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda 500UI 500UI 500UI 500UI Farmacocinética - Meia-Vida • Definição: A meia-vida é o tempo necessário para que a concentração de uma droga diminua em 50%. – Depende do produto administrado – Resposta individual Fórmula: T1/2 = 0,693/ Kel (Kel)= (Logaritmo natural da concentração inicial – logaritmo natural da concentração final) / (tempo final-tempo inicial) 0,693 = Logaritmo natural de 2 Lee et al. Haemophilia 2006, 12 (Suppl.3)1-7. Bjorkman at al. J Thromb Haemost 2013, 11: 180–182. Collins et al. Haemophilia (2011), 17, 2–10 Farmacocinética - Meia-Vida 7,5h 16,5h Meia-vida: grande influência na frequência de infusões Collins et al. Thromb Haemost 2010; 8: 269–75.Collins et al. Haemophilia (2011), 17, 2–10 Tratamento Individualizado Tratamento profilático 500+UI,+3x/semana+ Fator VIII Fator+ VIII+ JOHN 2,12% 1% 1%) Segunda Segunda+ Quarta Quarta+ Sexta Sexta+ Domingo Segunda+ Domingo+ Segunda Consumo+médio+semanal:+1500UI+ Consumo médio semanal: 1500UI Tratamento Individualizado Tratamento profilático JOHN Qual é o500+ melhor regime para o John? UI,+3x/semana+ Fator VIII Fator+ VIII+ Bicicleta 59h 2,12% 1% 1%) Segunda Segunda+ Quarta Quarta+ Sexta Sexta+ Domingo Segunda+ Domingo+ Segunda Consumo+médio+semanal:+1500UI+ Consumo médio semanal: 1500UI Tratamento Individualizado Profilaxia – 500UI dias alternados Fator VIII JOHN 1% Segunda Quarta Sexta Domingo Terça Consumo médio semanal: 1750UI Tratamento Individualizado Profilaxia – 250UI dias alternados Fator VIII JOHN 1% Segunda Quarta Sexta Domingo Terça Consumo médio semanal: 1750UI 875UI Adesão 15 anos Peso: 50kg Profilaxia secundária há 1,5 anos: 25UI/Kg, 3x/semana 1250UI, 3as, 5as e sabádos 2014 1 hemartrose joelho D – pós trauma 2015 – 6 meses 2 hemartroses cotovelo D, 1 hemartrose tornozelo E, 1 hemartrose joelho D CHARLES Adesão Fator VIII ABRIL 2015 1% Terça Quinta Sábado Terça Quinta Sábado Terça Quinta Sábado Terça Quinta Sábado Terça Sábado Terça Quinta Sábado Terça Quinta Sábado Terça Quinta Sábado Terça Fator VIII MAIO 2015 1% Terça Quinta - Falta de tempo no final de semana para aplicação, acorda tarde; Pouco sangramento – só 1 sangramento em 2014 Adesão • Idade do pacientes: Motivos • Esquecimento • Tempo insuficiente para o tratamento • Sintomas flutuantes/ redução dos sintomas • Inconveniência • Estresses sociais / familiares • Acesso venoso ruim Moerloose et al. Haemophilia (2008), 14, 931–938 Adesão • Acesso venoso1 - Punções frequentes (meia-vida curta do fator) - Dor local - Dificuldade em crianças pequenas - Cateter venoso central – Dificuldade, custo, infecção, trombose - Fístulas arteriovenosas - Doses escalonadas? • Frequência de infusão - Maior frequência, menor quantidade de fator consumido, maior facilidade de manter níveis acima do “through level” desejado - Viável? 1. M. Carcao, A. Srivastava / Seminars in Hematology 53 (2016) 3–9 Considerações finais • É preciso conhecer o paciente! • Para a determinação do regime ideal de tratamemto para cada paciente é importante considerar: fenótipo hemorrágico, ‘status’ articular, perfil farmacocinético, nível de atividade, grau de adesão ao tratamento e os recursos disponíveis; • A adaptação do tratamento às características do paciente e o suporte do Centro Tratador contribuem para a adesão aos regimes de tratamento e consequentemente para melhora da qualidade de vida. MUITO OBRIGADA! 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