XVI Simpósio Brasileiro de Química Teórica – SBQT 2011 Ouro Preto – MG, 20-23 Novembro de 2011 30 Anos SBQT Comparação da estabilidade relativa de radicais primários e secundários centrados em átomos de carbono e oxigênio saturados Larissa Ramos G. da Silva (IC), Vinícius Rodrigues de Andrade (IC), Martha Teixeira de Araújo (PQ), José Walkimar de M. Carneiro (PQ) Departamento de Química Inorgânica, Instituto de Química, Universidade Federal Fluminense Palavras-Chave: Artemisinina, DFT, malária, estabilidade de radicais. A malária é uma doença infecciosa parasitária que afeta milhões de pessoas no mundo resultando em um grande número de mortes. A artemisinina (figura 1a), usada no tratamento da malária, é uma lactona sesquiterpênica que apresenta uma ligação endoperóxido, considerada essencial para a atividade antimalárica desse composto. Há indícios de que o mecanismo de ação da artemisinna se inicia com a quebra da ligação peróxido pelo íon Fe(II) do heme, resultando na formação de intermediários radicalares centrados em átomos de oxigênio e de carbono. Essas espécies são consideradas as responsáveis pela inativação do parasita, por processos que envolvem a alquilação do heme ou de alguma proteína específica do parasita. Trabalhos anteriores indicaram que radicais primários e secundários na artemisinina possuem estabilidades similares. O objetivo deste projeto foi estudar a estabilidade relativa de radicais centrados em átomos de oxigênio e carbono de um conjunto de moléculas constituído por 25 compostos saturados, usando o metodo DFT, o funcional B3LYP e o conjunto base 6-31g(d). Os resultados mostram que em cadeias alifáticas, sem heteroátomos, os radicais centrados em carbonos secundários sempre são mais estáveis do que os centrados em carbonos primários. O mesmo ocorre com a substituição de um carbono dessa cadeia por um oxigênio. Entretanto, em alguns compostos, por exemplo o radical N (figura 1b), um radical centrado em carbono primário é 0,40 kcal/mol mais estável do que o radical M (figura 1c), um radical centrado em carbono secundário. Isso indica que alguns radicais considerados menos prováveis possuem estabilidade termodinâmica e viabilidade cinética que permitem sua existência. (a) (b) (c) Figura 1: (a) Artemisinina (b) Radical N (c) Radical M Suporte: CNPq, FAPERJ