NOME: : FERNANDO MEIRELLES LISTA – ESPECIAL UEG 1. (Ueg 2013) A expressão “Tudo o que é bom, belo e justo anda junto” foi escrita por um dos grandes filósofos da humanidade. Ela resume muito de sua perspectiva filosófica, sendo uma das bases da escola de pensamento conhecida como a) cartesianismo, estabelecida por Descartes, no qual se acredita que a essência precede a existência. b) estoicismo, que tem no imperador romano Marco Aurélio um de seus grandes nomes, que pregava a serenidade diante das tragédias. c) existencialismo, que tem em Sartre um de seus grandes nomes, para o qual a existência precede a essência. d) platonismo, estabelecida por Platão, no qual se entendia o mundo físico como uma imitação imperfeita do mundo ideal. 2. (Ueg 2013) O ser humano, desde sua origem, em sua existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja, recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos de fato e de valor por meio dos quais procura orientar seu comportamento teórico e prático. Entretanto, houve um momento em sua evolução histórico-social em que o ser humano começa a conferir um caráter filosófico às suas indagações e perplexidades, questionando racionalmente suas crenças, valores e escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio da elaboração dos sentimentos, das percepções e dos anseios humanos, procura consolidar nossas crenças e opiniões. b) existe desde que existe o ser humano, não havendo um local ou uma época específica para seu nascimento, o que nos autoriza a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também filosófica e exige o trabalho da razão. c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas e as certezas cotidianas que nos são impostos pela tradição e pela sociedade, visando educar o ser humano como cidadão. d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e justificações racionais que validam ou invalidam suas crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade revelada pela codificação mítica. 3. (Ueg 2013) O surgimento da filosofia entre os gregos (Séc. VII a.C.) é marcado por um crescente processo de racionalização da vida na cidade, em que o ser humano abandona a verdade revelada pela codificação mítica e passa a exigir uma explicação racional para a compreensão do mundo humano e do mundo natural. Dentre os legados da filosofia grega para o Ocidente, destaca-se: a) a concepção política expressa em A República, de Platão, segundo a qual os mais fortes devem governar sob um regime político oligárquico. b) a criação de instituições universitárias como a Academia, de Platão, e o Liceu, de Aristóteles. c) a filosofia, tal como surgiu na Grécia, deixou-nos como legado a recusa de uma fé inabalável na razão humana e a crença de que sempre devemos acreditar nos sentimentos. d) a recusa em apresentar explicações preestabelecidas mediante a exigência de que, para cada fato, ação ou discurso, seja encontrado um fundamento racional. CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FILOSOFIA / / 4. (Ueg 2013) Ganhar mais de 40 medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos é fácil. Determine que todas as escolas de seu país descubram os alunos de 3 a 13 anos que mais se destacam nas aulas de Educação Física. Separe-os da família e interne-os em escolas de esportes até a idade adulta. Distribua-os entre os esportes olímpicos em que têm mais chances de medalha olímpica. Esse é, pelo menos, o modelo que funcionou para a China nos jogos de Pequim. ESPECIAL OLIMPÍADAS. Época, Globo, ed. 536, 25 ago. 2008. p. 153. O trecho da reportagem da revista Época enfoca o esforço nacional chinês para obter sucesso nos Jogos Olímpicos de Pequim. Em termos comparativos, os atuais estudos de História Antiga atestam que na Grécia, berço dos jogos, existia grande competitividade entre as cidades-Estados. Filosoficamente, esse espírito competitivo dos helenos atesta que: a) a preparação física, intelectual e cidadã dos jovens gregos era feita em conjunto, portanto, uma vitória esportiva também representava um triunfo moral. b) a realidade dos Jogos Olímpicos da Antiguidade Clássica difere muito das Olimpíadas modernas, não sendo possível traçar nenhum tipo de comparação entre elas. c) o estabelecimento de modalidades, como arco e flecha e tiro ao alvo, em que a concentração é mais importante do que a força, preserva o espírito olímpico. d) o lema “o importante é competir” não foi levado em consideração durante a preparação dos atletas olímpicos chineses. 5. (Ueg 2013) O movimento cartista (1838-1848) foi uma das primeiras manifestações coletivas do movimento operário inglês. Entre suas reivindicações, estavam o voto universal e secreto, o pagamento aos deputados e as eleições anuais para o Parlamento. Em fevereiro de 1848, houve a revolução que derrubou a monarquia liberal francesa e foi realizada essencialmente pela burguesia e pelo proletariado. Ao relacionar estes acontecimentos históricos com a teoria da luta de classes de Karl Marx, pode-se afirmar: a) a Revolução de 1848 foi uma revolução burguesa que instaurou uma nova organização estatal que, posteriormente, reprimiu o movimento operário, manifestando o que Marx denominou de “contrarrevolução”. b) a Revolução de 1848 foi uma revolução policlassista que gerou um regime socialista democrático, o que Marx considerou como modelo e primeira experiência de via pacífica para o comunismo pluralista. c) a Revolução de 1848 foi uma revolução proletária que constituiu a primeira forma daquilo que Marx denominou “ditadura do proletariado” e que seria repetida na Comuna de Paris de 1871 e na Revolução Russa de 1917. d) o movimento cartista foi a primeira expressão política do movimento comunista internacional e teve em Karl Marx o seu principal ideólogo e ativista, sendo a base da criação da Associação Internacional dos Trabalhadores. 1 6. (Ueg 2013) Analise a imagem. da professora LURDES DE BORTOLI GROTH, ficha nº 07/78. Brasília, 05 de janeiro de 1979. BORTOLI, Lurdes de. Educação moral e cívica. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979. (Folha preliminar). O texto citado é uma certidão de homologação autorizando a publicação de um livro didático de educação moral e cívica, disciplina integrante da grade curricular do ensino básico brasileiro até a década de 1980. No contexto histórico da época da publicação da certidão, ela possibilita mostrar que o Estado brasileiro apresentava relações de poder marcadas por a) estratégias autoritárias de controle social, restringindo a pluralidade teórica e ideológica nos livros didáticos. b) práticas neoliberais, copiando os modelos norte-americanos de controle da produção didática escolar. c) uma intensa racionalização administrativa decorrente da extrema especialização acadêmica dos funcionários públicos. d) uma preocupação apenas burocrática com a produção didática, considerada inofensiva para a política ideológica vigente à época. Augusto de Prima Porta, esculpida por volta de 19 a.C., é uma típica escultura da Roma antiga. A diferença dessa escultura em relação às gregas do período clássico está a) na monocromia, indicando maior austeridade dos costumes romanos em comparação com os dos gregos. b) na postura ereta e estática, demonstrando que as esculturas gregas retratavam o movimento dos corpos. c) no caráter político, já que as esculturas gregas priorizavam temas da mitologia religiosa. d) no uso da indumentária militar na composição da obra, uma vez que as esculturas gregas valorizavam o corpo humano. 7. (Ueg 2013) As histórias, resultado da ação e do discurso, revelam um agente, mas este agente não é autor nem produtor. Alguém a iniciou e dela é o sujeito, na dupla acepção da palavra, mas ninguém é seu autor. ARENDT, Hannah. A condição humana. Apud SÁTIRO, A.; WUENSCH, A. M. Pensando melhor – iniciação ao filosofar. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 24. A filósofa alemã Hannah Arendt foi uma das mais refinadas pensadoras contemporâneas, refletindo sobre eventos como a ascensão do nazismo, o Holocausto, o papel histórico das massas etc. No trecho citado, ela reflete sobre a importância da ação e do discurso como fomentadores do que chama de “negócios humanos”. Nesse sentido, Arendt defende o seguinte ponto de vista: a) a condição humana atual não está condicionada por ações anteriores, já que cada um é autor de sua existência. b) a necessidade do ser humano de ser autor e produtor de ações históricas lhe tira a responsabilidade sobre elas. c) o agente de uma nova ação sempre age sob a influência de teias preexistentes de ações anteriores. d) o produtor de novos discursos sempre precisa levar em conta discursos anteriores para criar o seu. 8. (Ueg 2013) CERTIFICO, a pedido da requerente que, no Diário Oficial da União, de 09 de janeiro de 1979, consta a homologação a seguir transcrita do Excelentíssimo Senhor Ministro da Educação e Cultura: PROCESSOS Nºs MEC-248.003/78 – CNMC 00142 – COMISSÃO NACIONAL DE MORAL E CIVISMO. Nos termos e para efeitos do parágrafo 1º do art. 10 do Decreto nº 68.065, de 14 de janeiro de 1971, HOMOLOGO o parecer da Comissão Nacional de Moral e Civismo, favorável, do ponto de vista da moral e do civismo, à obra didática intitulada EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA, de autoria 9. (Ueg 2013) A ciência desconfia da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e da falta de curiosidade. Por isso, onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a atitude científica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas. CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003. p. 218. Com base na afirmação precedente pode-se afirmar que: a) a ciência, ao contrário do senso comum, é um conhecimento objetivo, quantitativo e generalizador, que se opõe ao caráter dogmático e subjetivo do senso comum. b) a ciência domina o imaginário contemporâneo. Isso significa que, cada vez mais, confiamos no testemunho de nossos sentidos que promovem uma adesão acrítica à realidade dada. c) a ciência existe para confirmar nossas certezas cotidianas, utilizando um pensamento assistemático que despreza o trabalho da razão. d) a rigor, a ciência complementa o senso comum, mas banindo os obstáculos e problemas observados por nossa percepção imediata das coisas. 10. (Ueg 2011) Em meados do século IV a.C., Alexandre Magno assumiu o trono da Macedônia e iniciou uma série de conquistas e, a partir daí, construiu um vasto império que incluía, entre outros territórios, a Grécia. Essa dominação só teve fim com o desenvolvimento de outro império, o romano. Esse período ficou conhecido como helenístico e representou uma transformação radical na cultura grega. Nessa época, um pensador nascido em Élis, chamado Pirro, defendia os fundamentos do ceticismo. Ele fundou uma escola filosófica que pregava a ideia de que: a) seria impossível conhecer a verdade. b) seria inadmissível permanecer na mera opinião. c) os princípios morais devem ser inferidos da natureza. d) os princípios morais devem basear-se na busca pelo prazer. 11. (Ueg 2013) Com a emergência da época moderna, a partir do Séc. XVII, ocorreram diversas mudanças cruciais no plano filosófico, científico e religioso que mudaram a forma de o ser humano compreender a si mesmo, o universo e a sociedade. Nesse sentido, pode-se inferir que: a) a religião foi substituída por uma visão de mundo filosóficocientífica inspirada nos pensamentos de Marx, Nietzsche, Freud e Darwin. 2 b) no plano da filosofia, da ciência e da religião, observa-se uma maior liberdade e autonomia do homem para interpretar o mundo natural, social e religioso. c) o processo de secularização e racionalização promoveu duas visões de mundo concorrentes – o racionalismo e o cientificismo. d) ocorre uma unificação do pensamento filosófico, científico e religioso, promovendo uma indiferenciação dentro do próprio conhecimento. 12. (Ueg 2013) As suposições imediatas apontavam para um castigo divino. O Deus vingador que destruíra Sodoma e Gomorra demonstrava mais uma vez a sua cólera perante os pecados dos homens. A Europa recordava a orgulhosa Lisboa que dominara o comércio mundial e via-se castigada pelo mau uso que fizera de sua riqueza. DEL PRIORE, Mary. O mal sobre a Terra. Rio de Janeiro: Topbooks, 2003. p. 150. A citação refere-se ao terremoto de Lisboa, que arrasou a capital portuguesa em 1º de novembro de 1755. Essa visão de que o terremoto foi um castigo divino expressa uma concepção de a) conhecimento geológico incompatível com o secularismo iluminista. b) divindade incompatível com o Deus misericordioso do catolicismo romano. c) moralidade portuguesa marcada pela tolerância à diversidade religiosa e sexual. d) natureza interligada ao sagrado, típica de uma concepção mecanicista do Universo. 13. (Ueg 2012) Aristóteles é considerado por muitos estudiosos como o primeiro crítico literário. Sua vasta produção, além de abordar Política, Biologia, Metafísica e Ética, também trata de Poética. Acreditava que um grande poeta, como Homero, deveria ser considerado também um filósofo. Nesse sentido, Aristóteles defendia que a Poesia é superior à História porque a) a beleza formal dos versos poéticos não poderia ser igualada ao texto informativo dos historiadores. b) a poesia lida com conceitos universais, enquanto a narrativa histórica precisa focar um tema específico. c) a poesia poderia ser transformada em peças dramáticas, enquanto textos de história só poderiam ser lidos. d) o número de leitores de poesia era muito superior ao de leitores de textos sobre história, na Grécia Antiga. 14. (Ueg 2012) Durante seu reinado, Carlos Magno buscou reverter o quadro de estagnação cultural gerado pelas invasões bárbaras, quando muito do conhecimento da Antiguidade clássica havia se perdido. Reuniu então, com o apoio da Igreja, grandes sábios que deveriam transmitir sua sabedoria nas escolas da época. Esses grandes mestres foram chamados scholasticos. As matérias ensinadas por eles nas escolas medievais eram chamadas de artes liberais e foram divididas em a) fé e razão. b) matemática e gramática. c) trívio e quadrívio. d) teologia e filosofia. 15. (Ueg 2012) David Hume nasceu na cidade de Edimburgo, em pleno Século das Luzes, denominação pela qual ficou conhecido o século XVIII. Para investigar a origem das ideias e como elas se formam, Hume parte, como a maioria dos filósofos empiristas, do cotidiano das pessoas. Do ponto de vista de um empirista, a) não existem ideias inatas. b) não existem ideias abstratas. c) não existem ideias a posteriori. d) não existem ideias formadas pela experiência. 16. (Ueg 2012) “Uma moral racional se posiciona criticamente em relação a todas as orientações da ação, sejam elas naturais, autoevidentes, institucionalizadas ou ancoradas em motivos através de padrões de socialização. No momento em que uma alternativa de ação e seu pano de fundo normativo são expostos ao olhar crítico dessa moral, entra em cena a problematização. A moral da razão é especializada em questões de justiça e aborda em princípio tudo à luz forte e restrita da universalidade.” (HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre facticidade e validade. v. I. Trad. Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. p. 149.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a moral em Habermas, é correto afirmar: a) A formação racional de normas de ação ocorre independentemente da efetivação de discursos e da autonomia pública. b) O discurso moral se estende a todas as normas de ações passíveis de serem justificadas sob o ponto de vista da razão. c) A validade universal das normas pauta-se no conteúdo dos valores, costumes e tradições praticados no interior das comunidades locais. d) A positivação da lei contida nos códigos, mesmo sem o consentimento da participação popular, garante a solução moral de conflitos de ação. e) Os parâmetros de justiça para a avaliação crítica de normas pautam-se no princípio do direito divino. 17. (Ueg 2012) O filósofo judeu Ludwig Wittgenstein (1889-1951) afirmava que “tudo que podia ser pensado podia ser dito”. Para ele, “nada pode ser dito sobre algo, como Deus, que não podia ser pensado direito” e “sobre o que não se pode falar, deve-se ficar calado”. Com base nessas teses fundamentais do pensamento de Wittgenstein, pode-se interpretar sua filosofia como a) a busca pela clareza na filosofia, evitando-se temas metafísicos. b) o fundamento da censura no mundo moderno, uma vez que inibe o livre pensamento. c) uma tentativa de combater o nazismo e suas ideias absurdas, indizíveis. d) uma tentativa de transformar o debate filosófico num debate retórico. 18. (Ueg 2012) Para os gregos da Antiguidade, a palavra “idiota” era usada para representar o cidadão que não se preocupava com a vida política da cidade-estado. Portanto, de acordo com essa acepção grega, poderia ser considerado um “idiota” a) o filósofo Sócrates, que afirmava que a verdadeira sabedoria estava em reconhecer que “tudo que sei é que nada sei”. b) o general Alexandre, o Grande, que, tendo sido aluno de Aristóteles, pretendia dominar militarmente todo o mundo conhecido. c) o habitante da Polis, portador de direitos políticos, que ignorava os discursos e as decisões tomadas durante os debates públicos ocorridos na Ágora. d) os escravos, os estrangeiros, as mulheres e as crianças, que não tinham direito à cidadania, ao voto ou à voz na assembleia. 19. (Ueg 2012) Uma pesquisa publicada em março de 2011 informa que o sentimento religioso está diminuindo nos países ricos e que, em algumas décadas, o ateísmo pode se tornar majoritário nessas regiões. Independentemente de concordar ou não com as conclusões da pesquisa, filosoficamente, tal perspectiva pode ser relacionada a 3 a) Descartes e sua noção de que Deus existe na medida em que existe a ideia de Deus e ela está no homem, mas não veio do homem. b) Marx, que definiu a religião como o “ópio do povo”, considerando que as condições materiais interferem nas crenças. c) Sartre e a noção existencialista de que todo homem é livre e deve se responsabilizar por essa liberdade. d) Spinoza e sua perspectiva de um deus panteísta, um deus que seria as próprias leis da natureza. 20. (Ueg 2011) A influência de Sócrates na filosofia grega foi tão marcante que dividiu a sua história em períodos: período présocrático, período socrático e período pós-socrático. O período présocrático é visto como uma época de formação da filosofia grega, na qual predominavam os problemas cosmológicos. Ele se desenvolveu em cidades da Jônia e da Magna Grécia. Grandes escolas filosóficas surgem nesse período e muitos pensadores se destacam. Entre eles, um jônico, que ficou conhecido como pai da filosofia. Seu nome é: a) Tales de Mileto b) Leucipo de Abdera c) Sócrates de Atenas d) Parmênides de Eléia homem é a felicidade, e esta resulta do desenvolvimento harmônico das tendências de um ser, do exercício da atividade que o especifica. A moral peripatética é, pois, um a) eudemonismo. b) hedonismo. c) relativismo. d) liberalismo. 24. (Ueg 2011) Em meados do século IV a.C., Alexandre Magno assumiu o trono da Macedônia e iniciou uma série de conquistas e, a partir daí, construiu um vasto império que incluía, entre outros territórios, a Grécia. Essa dominação só teve fim com o desenvolvimento de outro império, o romano. Esse período ficou conhecido como helenístico e representou uma transformação radical na cultura grega. Nessa época, um pensador nascido em Élis, chamado Pirro, defendia os fundamentos do ceticismo. Ele fundou uma escola filosófica que pregava a ideia de que: a) seria impossível conhecer a verdade. b) seria inadmissível permanecer na mera opinião. c) os princípios morais devem ser inferidos da natureza. d) os princípios morais devem basear-se na busca pelo prazer. 21. (Ueg 2011) No século V a.C., Atenas vivia o auge de sua democracia. Nesse mesmo período, os teatros estavam lotados, afinal, as tragédias chamavam cada vez mais a atenção. Outro aspecto importante da civilização grega da época eram os discursos proferidos na ágora. Para obter a aprovação da maioria, esses pronunciamentos deveriam conter argumentos sólidos e persuasivos. Nesse caso, alguns cidadãos procuravam aperfeiçoar sua habilidade de discursar. Isso favoreceu o surgimento de um grupo de filósofos que dominavam a arte da oratória. Esses filósofos vinham de diferentes cidades e ensinavam sua arte em troca de pagamento. Eles foram duramente criticados por Sócrates e são conhecidos como a) maniqueistas. b) hedonistas. c) epicuristas. d) sofistas. 22. (Ueg 2011) A influência de Sócrates na filosofia grega foi tão marcante que dividiu a sua história em períodos: período présocrático, período socrático e período pós-socrático. O período présocrático é visto como uma época de formação da filosofia grega, na qual predominavam os problemas cosmológicos. Ele se desenvolveu em cidades da Jônia e da Magna Grécia. Grandes escolas filosóficas surgem nesse período e muitos pensadores se destacam. Entre eles, um jônico, que ficou conhecido como pai da filosofia. Seu nome é: a) Tales de Mileto b) Leucipo de Abdera c) Sócrates de Atenas d) Parmênides de Eléia 23. (Ueg 2011) Nos últimos tempos, alguns crimes hediondos chocaram a opinião pública brasileira. Casos como o da menina Isabela Nardone, o assassinato do casal Richtofen e, recentemente, o caso Elisa Samudio despertam asociedade para a discussão dos valores e da moral. A filosofia sempre teve como um dos pontos de sua reflexão a Moral. A Moral é a filosofia do agir humano e livre. Ela tem como máxima buscar o bem e evitar o mal. Na prática, este princípio pode ser facilmente confundido com o hedonismo que busca o prazer e evita a dor. Segundo Aristóteles, o fim último do 4 Gabarito comentado - Lista Especial UEG: Resposta da questão 1: [D] Falta para a questão uma referência bibliográfica apropriada. A filosofia de Platão é resultado de um trabalho de reflexão intenso e extenso, de modo que as questões durante os inúmeros diálogos por ele escritos são respondidas de maneiras distintas. Porém, Platão possui uma questão de fundo que se refere ao problema da identidade – resquício da tradição conflituosa de Parmênides e Heráclito –, a saber: o que é, é sempre idêntico a si mesmo ou é sempre distinto? O mundo verdadeiro é uma totalidade sempre permanente ou uma totalidade sempre efêmera? A concepção sobre Ideias que Platão formula atende, em geral, a essas questões e busca demonstrar como o sensível apesar de expor uma realidade impermanente, possui um fundamento permanente. As Ideias são verdadeiras, a realidade sensível é apenas uma aparência passageira dessa realidade. Resposta da questão 2: [D] A filosofia nasce, historicamente, em um período da Grécia antiga no qual se modificava a maneira com que os homens se relacionavam. Sendo que os mitos organizavam toda a vida social, consolidando práticas e cerimônias religiosas nas famílias, entre as famílias, nas tribos, entre cidades, etc., a sua modificação, ou até extinção, inevitavelmente faria renascer, distinta, a organização das relações dos homens entre eles mesmos nas casas e na cidade. A filosofia, por conseguinte, tem sua origem em duas modificações uma contextual e outra subjetiva, isto é, uma modificação na cidade e outra no próprio homem. As modificações da cidade e da própria subjetividade se confundem, pois a própria cidade deixa de se conformar com certas tradições religiosas e a própria subjetividade, com o passar das gerações, deixa de prezar os valores ancestrais organizados nos mitos. Com essas mudanças, a cidade e o homem passam a se constituir a partir de outras práticas consideradas fundamentais, como o pensamento racional – um pensamento com começo, meio e fim e justificado pela a experiência do mundo, sem o auxílio de entes inalcançáveis. Resposta da questão 3: [D] No período em questão, as cidades passam a se organizar de uma maneira distinta, livrando-se de uma centralização na figura de um rei (anax) e estabelecendo a figura de vários líderes (basileus). Nesta nova ordem, o rei não é capaz de dar a ordem para ser obedecido incondicionalmente e os vários líderes devem ser convencidos da ação necessária pela racionalidade do argumento, e não pela coerção. Essa necessidade de argumentar racionaliza os procedimentos deliberativos da cidade e acabam por estabelecer uma ordem na qual a tradição passa a ser afastada de pouco em pouco por sua inaptidão em atender problemas de ordem prática com eficiência. Resposta da questão 4: [A] A questão de vestibular não possui qualquer referência plausível à filosofia de fato. A simples alusão a certo tipo de educação e a simples vinculação de uma vitória esportiva a um triunfo moral não consolidam qualquer referência filosófica plausível. A questão não expõe nenhum pensamento de qualquer filósofo e mal faz uma análise sustentável da época do nascimento da filosofia para estabelecer uma resposta que possa ser adverbiada “filosoficamente”. Porém, talvez, filosoficamente, o espírito olímpico pudesse amostrar uma disciplina e uma beleza vinculadas à virtude promovida pelos filósofos antigos e reflexões estéticas sobre ideais por eles também realizadas. Resposta da questão 5: [A] Apesar de a teoria de Karl Marx (1818-1883) prever uma revolução, ela não é uma teoria da revolução, isto é, o pensamento de Marx indica uma inevitabilidade da revolução, todavia não constrói um conceito de revolução. Para estabelecer suas predições, Marx organiza uma reflexão materialista que relaciona os meios de produção, as forças produtivas e os donos dos meios de produção de tal modo que uma luta de classes entre os que possuem capital (possuindo o meio de produzir) e os que vendem sua mão de obra (constituindo a força produtiva) é sempre presente. A revolução, então, necessariamente deveria indicar uma passagem para um estado de coisas no qual a superação de contradições entre as classes fossem progressivamente sendo superadas; porém, quando uma classe (a nobreza) é simplesmente substituída por outra (a burguesia) para manter um domínio irrestrito dos meios de produção e a manutenção das tensões sociais e uma subjugação de outra classe (o proletariado), então aquilo que pareceria revolucionário é apenas a modificação dos atores que mobilizam os mecanismos que criam as contradições. Resposta da questão 6: [D] A forma de nu masculino nas esculturas gregas do período clássico é resultado de juízos estéticos provenientes do período arcaico. E a antropomorfização dos deuses gregos nesse período tornou o corpo humano um motivo tanto da arte secular quanto da sagrada. E a forma de escultura mais importante do período arcaico era a figura simples do homem em pé e de frente. No período clássico, a grande variação acontece em função da presença da forma de governo democrática que constrói uma sociedade hegemônica e esplendorosa. A escultura se aproximando das características da democracia passa a construir uma arte aproximada dos eventos particulares e deixa a simplicidade do período arcaico para favorecer a exuberância de detalhes. As representações da anatomia e do rosto ganham precisão extraordinária, e a mera frontalidade da figura arcaica dá lugar ao detalhamento de todas as dimensões e posições. A escultura romana foi extremamente influenciada pelas esculturas gregas do período clássico. Inicialmente, a escultura romana possuía basicamente influências das esculturas etruscas que deviam muito à escultura grega do período arcaico e do período helenístico – períodos em que a abstração, a simplicidade, a expressividade eram mais importantes que o realismo da figura. Porém, após o saque de Siracusa (212 a.C.) e o conhecimento por parte dos romanos do grande número de esculturas gregas do período clássico que adornavam essa cidade, os romanos deixaram de apreciar as esculturas de influência etrusca para cobiçar exclusivamente as de influência grega do período clássico. Essa grande influência fez com que a escultura romana se estabelecesse de alguma maneira através de cópias simples das obras gregas clássicas. Mas, a elaboração de variações dessas obras pelos gênios romanos produziu uma arte especificamente romana com características que lhe dão especificidades inconfundíveis. A retratística é um exemplo do avanço por parte dos romanos e, nessas obras, a exposição de figuras prestigiadas, como a do imperador César Augusto, exigia uma elaboração distinta da grega e com uma imponência também especial em que a indumentária tornava-se parte importante. Resposta da questão 7: [C] Para Arendt, a ação é uma das categorias fundamentais da condição humana e constitui a mais alta realização da vita activa. Arendt analisa a vita activa através de três categorias que correspondem às atividades fundamentais do nosso ser-no-mundo: trabalho, obra e ação. O trabalho é a atividade que é ligada à vida e suas 5 necessidades; a obra é a atividade ligada à condição da mundidade; e a ação é a atividade ligada à condição de pluralidade. A filósofa considera cada atividade autônoma, pois cada uma possui princípios distintos e é julgada segundo critérios diferentes. O trabalho é julgado de acordo com a sua capacidade de manter a vida humana, de suprir as nossas necessidades de consumo e reprodução, a obra é julgada por sua habilidade de construir e assegurar um mundo pronto para a utilidade do homem, e a ação é julgada por sua habilidade de apresentar a identidade do agente, afirmar a realidade do mundo e atualizar nossa capacidade de ser livre. Resposta da questão 8: [A] A específica homologação não possibilita, nem no contexto da ditadura, identificar “estratégias autoritárias de controle social, restringindo a pluralidade teórica e ideológica nos livros didáticos”, pois “Educação moral e cívica” é, por exemplo, um preceito ainda existente na atual Constituição democrática de 1988 que exige do ensino médio aprimoramento do educando para a cidadania através da formação Ética (cf. Lei 9.394/96, Título V, Capítulo II, Seção IV). Porém, tal neutralidade da matéria escolar se rompe devido ao próprio caráter da ditadura brasileira instituída no golpe de 1964. Podemos denegrir o ensino de “Educação moral e cívica” qualificando-o como autoritário porque no contexto da ditadura militar brasileira todas as ações desse Estado eram direcionadas para o controle disciplinar dos cidadãos. De modo que a matéria escolar não é especificamente um meio para controlar e restringir autoritariamente o comportamento dos cidadãos, porém se decorrente de uma estratégia governamental autoritária, então se transforma em um meio para disciplinar os cidadãos e restringi-los ideologicamente. Resposta da questão 9: [A] Em geral, a ciência estabelece um método de pesquisa racional que busca a construção coletiva de conhecimentos refletidos e seguros sobre a variedade da natureza, e, também, de conhecimentos esclarecedores sobre os fenômenos que nos parecem familiares. Sendo assim, a ciência possui uma base racional fundante a qual todo homem pode ter acesso e, desse modo, todos podem participar. Ela possui, além disso, como objeto de pesquisa a perplexidade do homem perante a variância de alguns fenômenos naturais e a permanência de outros, e como objetivo da pesquisa harmonizar estas diferenças em equilíbrios dinâmicos através de conceitos e sistemas de conceitos justificados da melhor maneira possível, isto é, pela construção de experimentos controlados e avaliações imparciais. Resposta da questão 10: [A] O pensamento de Pirro de Élis é um tanto difícil de ser capturado, pois, assim como Sócrates, ele nada escreveu. Desse modo, possuímos referências que expõem este filósofo cético de maneiras distintas: 1) um Pirro isolado do mundo, dedicando-se plenamente à sua serenidade; 2) um Pirro que vive conforme os costumes e as leis, dedicando-se plenamente à serenidade da cidade; e 3) um Pirro mestre fundador de uma escola filosófica, na qual se dedicava plenamente a transmitir aos discípulos a serenidade. Talvez a primeira referência esteja relacionada com a experiência de Pirro com os ginosofistas hindus durante as expedições de Alexandre – estes ensinavam a distância do mundo e a solidão tranquila. A segunda talvez esteja relacionada com a experiência de Pirro com os cínicos – estes ensinavam não haver fundamento racional para as relações políticas e, por conseguinte, liberavam o ser das disputas e lhe garantia ao homem uma serenidade no movimento conforme os fenômenos. A terceira talvez esteja relacionada com a experiência de Pirro com a escola megárica e Anaxarco de Abdera – os primeiros ensinavam sobre a impossibilidade de estabilização do discurso e a consequente não-apreensão do ser; o segundo ensinava a respeito de Demócrito e como a aparência percebida pelos sentidos era enganosa, como na verdade o que há realmente são átomos e vácuo, sendo a percepção sensível apenas uma relação entre os átomos das coisas e os átomos da alma. Resposta da questão 11: [B] A modernidade estabelece algumas quebras de vínculo com a tradição católica que liberam o pensamento do homem europeu para reflexões determinadas autonomamente. O Protestantismo, a filosofia racionalista em oposição à escolástica e o nascimento da ciência moderna em forte contraposição aos dogmas da Igreja Católica constituem movimentos fortes contra a autoridade eclesiástica e a favor de uma mudança na forma do ser humano compreender a si mesmo, a sociedade e o universo. Resposta da questão 12: [A] O texto citado expõe as suposições realizadas em função da devastação da capital lusitana ocorrida no dia 1º de novembro de 1755. Tais suposições buscavam explicar donde viria tal violência natural capaz de arrasar uma cidade. A tradição católica, que pensa em sintonia com o texto bíblico, busca rapidamente exemplos similares esclarecedores da origem do evento na motivação divina. De modo que as visões religiosas, no caso uma visão católica, não expõe um conhecimento geológico do evento, porém um conhecimento teológico do qual se deriva uma explicação sobre o evento natural. Deus, como castigo, puniu os portugueses da mesma maneira que puniu Sodoma e Gomorra – por pecar –, e no caso de Lisboa a punição proveio da má administração de suas riquezas adquiridas no período em que dominaram o comércio mundial. Ora, o Iluminismo era uma tendência com uma cultura muitíssimo distinta da tradição católica. Diferentemente da explicação baseada na revelação divina, o Iluminismo não tentaria responder à questão sobre a origem do evento natural através da argumentação teológica. O terremoto não devastaria a cidade de Lisboa porque Deus quer se vingar, porém o terremoto deveria ser visto unicamente como um evento natural do qual o homem poderia alcançar uma explicação racional e, então, geológica. Resposta da questão 13: [B] Segundo Aristóteles, a diferença básica entre a história e a poesia é que a primeira trata de acontecimentos particulares, que já ocorreram, enquanto que a poesia trata do universal, do que poderia ocorrer. É por esse mesmo motivo que a poesia é considerada superior à história. Resposta da questão 14: [C] As artes liberais, na escolástica, eram divididas entre trívio (a gramática, a retórica e a dialética) e quadrívio (a aritmética, a geometria, a astronomia e a música). Elas eram ensinadas de forma a dar uma educação integral aos homens. Resposta da questão 15: [A] O empirismo opõe-se ao inatismo ao considerar que as ideias se originam somente da experiência. Essa diferença pode ser bem observada quando se compara a visão de David Hume com a de René Descartes, para quem as ideias verdadeiras surgem de forma inata no sujeito cognoscente. Resposta da questão 16: [B] 6 Tendo herdado a tradição kantiana, Habermas pensa a moral a partir de um princípio de orientação racional, utilizando-se da noção de ação comunicativa. A única alternativa que trata do mesmo princípio é a [B], única correta. investigação rigorosa, desvelar a verdade (alétheia) por trás das opiniões particulares que cada homem possui sobre as coisas do mundo. Portanto, por serem tipos bastante distintos é mais interessante que não sejam confundidos e sejam expostos na sua diferença para que enriqueçam a história da antiguidade grega. Resposta da questão 17: [A] A questão faz referência ao trabalho de Wittgenstein em Tractatus Logico-Philosophicus. Sobre essa obra, somente a alternativa [A] é plausível. Wittgenstein, ao trabalhar com a filosofia da linguagem, procura dar maior clareza às investigações filosóficas. Segundo o autor, a metafísica corresponde a tentar dizer o que não pode ser dito. Resposta da questão 22: [A] Tales de Mileto é conhecido como o primeiro filósofo e sua visão era de que a água era a origem de todas as coisas. Tales também exerceu estudos na área da matemática e da astronomia. Considera-se que ele seja o fundador da Escola Jônica, importante corrente de pensamento filosófico pré-socrático. Resposta da questão 18: [C] Somente a alternativa [C] é correta. O “idiota” é justamente o cidadão (homem adulto e livre) que não exerce seu dever de atuação política na Ágora. Resposta da questão 19: [B] Países mais ricos tendem a ter melhores desempenhos educacionais. Sendo assim, seus habitantes tendem a ser mais críticos a respeito das explicações religiosas. Na medida em que essa mudança a respeito das crenças está relacionada com as transformações nas condições materiais de existência, a alternativa [B] é a única que pode ser considerada correta. Resposta da questão 23: [A] Do grego eudaimonia, ou “felicidade", eudemonismo corresponde à doutrina segundo a qual a felicidade é o objetivo da vida humana. Se para Aristóteles o fim último do homem é a felicidade, é certo que sua moral será um tipo de eudemonismo. Resposta da questão 24: [A] Também chamado de ceticismo prático, o pirronismo baseiase na ideia de que é impossível conhecer a realidade, que é sempre contingente e mutável. Assim, o que restaria ao homem seria renunciar a busca pela verdade, exatamente como se afirma na alternativa A. Resposta da questão 20: [A] Refere-se ao Tales de Mileto a famosa história sobre o filósofo que caminhando e olhando para o céu, tropeça em uma pedra e cai em um poço. Apesar de essa história ter se mantido na tradição, as outras histórias sobre Tales de Mileto revelam alguém preocupado não apenas com eventos celestiais, mas também com os terrenos. Esse filósofo também foi um político empenhado (buscando a união das cidades jônicas contra os persas), engenheiro habilidoso (construindo diques para desviar o curso do rio e facilitar a navegação e a irrigação), astrônomo perspicaz (prevendo eclipses e mapeando os céus em favor dos navegantes) e matemático talentoso (reconhecendo relações importantes de proporção entre triângulos). Porém, tudo isso podemos apenas presumir através dos relatos que contam sua vida. De Tales não restaram escritos, e nem se sabe se ele realmente escreveu qualquer texto. Todavia, deixando a falta de informação para lá, Tales é consagrado por alguém importante como o fundador da filosofia cosmológica: “É Aristóteles que consagra Tales como fundador da filosofia cosmológica, tendo sido o primeiro a tratar de modo sistemático e racional o problema da origem, transformação e conservação do mundo. Para Tales, a phýsis é a água, ou melhor, a qualidade da água, o úmido”. CHAUÍ, M. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles, volume 1. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. Resposta da questão 21: [D] É um tanto complicado chamar os conhecidos sofistas de filósofos, afinal eles eram conhecidos como sofistas, e não como filósofos, e existe um motivo para tal diferenciação. Basicamente, a diferença está na relação com o conhecimento que cada um dos tipos mantém. O sofista possui um relacionamento técnico com o conhecimento, isto é, o sofista domina a opinião (dóxa) e faz uso técnico deste tipo de conhecimento para estabelecer posições relativas, com força argumentativa menor ou maior. O filósofo possui um relacionamento amoroso com o conhecimento, isto é, o filósofo deseja conhecer e, por conseguinte, busca, através de uma 7