UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CAMPUS I – CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM WAGNER ARAUJO Através da terra: Estudo Etnobotânico de plantas utilizadas em rituais de cura por participantes de cultos religiosos de Matriz Africana em Campina Grande-PB CAMPINA GRANDE – PB 2014 0 WAGNER ARAUJO Através da terra: Estudo Etnobotânico de plantas utilizadas em rituais de cura por participantes de cultos religiosos de Matriz Africana em Campina Grande-PB Monografia apresentada Graduação de Enfermagem Estadual da Paraíba em exigência para obtenção do em Enfermagem. ao Curso de da Universidade cumprimento à grau de Bacharel Orientador: Prof. Dr. Thulio Antunes de Arruda CAMPINA GRANDE – PB 2014 1 2 3 AGRADECIMENTOS A Deus pelo dom da vida, por não ter desistido de mim, e por ter me acompanhado até aqui. Aos Orixás, em especial a dona do meu Orí (cabeça), Iemanjá, por ter me colocado no colo e ter exercido seu papel de mãe de forma incondicional. As mulheres da minha vida, Josefa Henriques de Oliveira e Ieda Araujo, por sempre acreditarem no meu potencial e ter incentivado a buscar sempre os estudos. Ao Prof°. Dr. Thúlio Antunes Arruda por ter aceitado ser meu orientador e pela amizade e dedicação de sempre. Ter convivido com ele por esse tempo foi um prazer imenso. Espero levar sua amizade para a vida. Em especial as minhas amigas: Suênya, Fernanda, Glaucilene, Walnielma, Thatiana, Laís, Aligia, Thayna, Thaynar e Leide Jane, por ter feito meus dias mais felizes. Não sei o que será de minha vida sem a presença de vocês. Mas as separações da vida são inevitáveis. Enfim, a todos aqueles que contribuíram para que eu pudesse chegar até aqui. 4 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – TABELA 2 – Categorias de sistemas corporais tratados pelas plantas medicinais utilizadas nos terreiros de Campina Grande –PB, com respectivos números de espécies.................................................................................... 23 Lista das plantas utilizadas nos terreiros em Campina Grande – PB..….......................................................................................................... 24 5 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – FIGURA 2 – Dados sociodemográficos e etnobotânicos fornecidos pelos informantes de terreiro do município de Campina Grande-PB.......................................... 19 Distribuição por família das plantas utilizadas nos terreiros em Campina Grande-PB...................................................................................................... 20 6 RESUMO As pesquisas etnobotânicas cresceram de forma visível em várias partes do mundo na ultima década, principalmente na América Latina, onde se destaca países como o México, Colômbia e Brasil. No caso do Brasil, a construção e a transformação dos saberes etnobotânicos se dão em meio de um cenário bastante peculiar no que se refere à diversidade cultural no tocante ao conhecimento e as práticas de seus habitantes e também a diversidade biológica, em conseqüência disso, um imenso saber em relação às plantas de interesse e potencial de mercado e que podem vim a ser possíveis fontes de renda com sustentabilidade ambiental. O presente estudo teve como objetivo conhecer o saber popular dos participantes de cultos religiosos de matriz africana sobre plantas medicinais na Cidade de Campina Grande. Trata-se de um estudo etnobotânico no qual foi utilizado o método descritivo-analítico, que permitirá o conhecimento e a seleção das plantas citadas. A pesquisa de campo foi realizada com os participantes de cultos religiosos de matriz africana que aceitaram participar do estudo, em terreiros da Cidade de Campina Grande, PB. Entre os entrevistados 40% são idosos. A maior parte dos informantes (60%) do gênero feminino, este tipo de conhecimento foi repassado em sua maioria (40%) pelas mães de santo, mas alguns afirmam também ter sido por pais de santo (20%), Ogans (10%), igreja (10%), entidades (10%), familiares (10%). Resultaram deste levantamento 29 espécies, distribuídas em 20 famílias botânicas, sendo as principais Fabaceae (6), Laminaceae (3), Boraginaceae (2) e Anacardiaceae (2) e Poaceae (2). Em relação a origem observou-se que 43% são nativas e 57% exóticas. As famílias com maior representatividade foram: Fabaceae (6 espécies), Laminaceae com 3 espécies, Boraginaceae, Anacardiaceae e Poaceae com 2 espécies.Esse estudo oferece subsídio para outras pesquisas etnobotânicas, sendo que o terreiro, enquanto espaço religioso e seus adeptos possuidores de um saber ancestral, passado através da oralidade,possuem grande conhecimento acerca de ervas com grande potencial terapêutico. PALAVRAS-CHAVE: Etnobotânica, Religiões de Matriz Africana, Ervas, Enfermagem. 7 ABSTRACT The ethnobotanical studies grew visibly in various parts of the world in the last decade, mainly in Latin America, which highlights countries such as Mexico, Colombia and Brazil. In the case of Brazil, the construction and transformation of ethnobotanical knowledge are given in the middle of a very peculiar scenario with regard to cultural diversity in relation to the knowledge and practices of its inhabitants and also biological diversity, as a result, one immense knowledge in relation to plants of interest and market potential and that can come to be possible sources of income on environmental sustainability. This study aimed to know the popular wisdom of the participants in religious cults of African origin on medicinal plants in the city of Campina Grande. This is an ethnobotanical study in which the descriptiveanalytical method, which allows the knowledge and selection of plants mentioned was used. The field research was conducted with the participants in religious cults of African origin who agreed to participate in terraces of the City of Campina Grande, PB. Among the respondents 40% are elderly. Most respondents (60%) were female, this kind of knowledge was passed mostly (40%) of the mothers holy (10%) , but some also claim to have been a saintly fathers (20%), ogans(10%), church (10%) entities (10%) family (10%). Resulted from this survey 29 species, distributed in 20 botanical families, the main Fabaceae (6), Laminaceae (3), Boraginaceae (2) and Anacardiaceae (2) and Poaceae (2). Regarding the origin was observed that 43% and 57% are native exotic. The families with the largest representation were: Fabaceae (6 species), Laminaceae with 3 species, Boraginaceae, Anacardiaceae and Poaceae with 2 espécies.Esse job offers subsidy for other ethnobotanical studies, and the yard, while religious space and possessors of a crowd ancestral knowledge, passed down through the oral tradition, have great knowledge of herbs with great therapeutic potential. KEYWORDS: Ethnobotany, Religions of African matrices in Brasil, Herbs, Nursing. 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10 2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 12 2.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 12 2.2. Objetivos específicos ..................................................................................................... 12 3. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 13 3.1 Histórico da Fitoterapia .................................................................................................. 13 3.2 Uso de plantas em ritual.................................................................................................. 14 3.3 Uso de plantas como terapêutica alternativa e promoção da saúde ................................ 17 4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 18 4.1 Desenho do estudo .......................................................................................................... 18 4.2 Variáveis socioeconômicas e plantas com fins medicinais............................................. 18 4.3 Descrição e propriedades terapêuticas dos vegetais ....................................................... 18 4.4 Aspectos Éticos ............................................................................................................... 18 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 19 5.1 Considerações sobre os informantes ............................................................................... 19 5.2 Conhecimento etnobotânico............................................................................................ 19 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 27 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 28 APÊNDICE A ......................................................................................................................... 33 APÊNDICE B.......................................................................................................................... 36 9 1. INTRODUÇÃO As pesquisas etnobotânicas cresceram de forma visível em várias partes do mundo na última década, principalmente na América Latina, onde se destaca países como o México, Colômbia e Brasil. No caso do Brasil, a construção e a transformação dos saberes etnobotânicos se dão em meio a um cenário bastante peculiar no que se refere à diversidade cultural no tocante ao conhecimento e as práticas de seus habitantes e também a diversidade biológica, em conseqüência disso, um imenso saber em relação às plantas de interesse e potencial de mercado e que podem vir a serem possíveis fontes de renda com sustentabilidade ambiental (OLIVEIRA et al., 2009). Em virtude do aumento do consumo de fitoterápicos no Brasil, o Governo Federal criou, em 2006, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterapia que tem como objetivo geral “garantir à população brasileira o acesso seguro e racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional” (BRASIL, 2006). As populações tradicionais têm sofrido crescentes pressões econômicas e culturais impostas pela sociedade urbano-industrial, o que tem levado a consequências negativas para as suas práticas cotidianas. O conhecimento acumulado durante várias gerações por essas populações através do contanto com o meio constitui rico acervo de informações acerca do uso de recursos naturais, especialmente nos trópicos (MONTELES e PINHEIRO, 2007). Na pesquisa etnobotânica o pesquisador procura conhecer a cultura e o cotidiano da comunidade a ser pesquisada, os conceitos de saúde/doença, o modo como a comunidade utiliza os recursos naturais na cura de doenças, e o seu uso para atrair ou afastar animais, etc. Ele procura repassar o conhecimento apreendido para o meio científico de modo que não ocorram erros de interpretação (PATZLAFF e PEIXOTO, 2009). O pesquisador vê a comunidade como espaço de aprendizado, de construção de conhecimento, e procura mostrar que está nela para aprender e trocar conhecimentos. A valorização dos saberes passados pelos informantes é de extrema importância como modo de estimular o auto-reconhecimento como conhecedores em determinado tema e o reconhecimento por pares é importante para autoestima tanto dos informantes como da comunidade, fortalecendo a unidade da comunidade (PATZLAFF e PEIXOTO, 2009). Os africanos trouxeram um vasto acervo cultural para o Brasil, como línguas, costumes, religiões, práticas culinárias, tecnologias, e várias outras informações que foram 10 incorporadas ou desprezadas pelos colonizadores em razão do preconceito. Entre os conhecimentos que foram trazidos destacamos o saber sobre o uso de plantas que é uma prática que foi repassada e ainda hoje é de grande importância dentro dos terreiros de Umbanda e Candomblé do país (MEIRA e OLIVEIRA, 2011). Neste sentido a valorização do conhecimento dito ‘popular’, o ‘senso comum’ das comunidades tradicionais ou dos grupos marginalizados socialmente é, também, uma forma de contribuir para uma Educação Popular e através disso favorecer a construção de um conhecimento socializado significativo (SILVA, 2006). Para tanto, esta investigação, vislumbra conhecer o saber popular dos participantes de cultos religiosos de matriz africana sobre plantas medicinais na cidade de Campina Grande e, a partir daí, ao confrontar com a literatura, verificar se condizem com as indicações praticadas na comunidade em estudo. 11 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Investigar o saber popular dos participantes de cultos religiosos de matriz africana sobre plantas medicinais na Cidade de Campina Grande. 2.2. Objetivos específicos Identificar o perfil da população em estudo; Realizar uma breve descrição botânica das espécies vegetais; Investigar a forma de utilização das plantas citadas; Confrontar as informações prestadas pelos sujeitos da pesquisa sobre as propriedades medicinais com dados constantes na literatura. 12 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 Histórico da Fitoterapia A fitoterapia é um método racional e alopático, baseado em evidências científicas, empregado no tratamento médico de várias patologias (ALVES, 2013). A fitoterapia (do grego, fitos, planta; terapia, tratamento) está em franca expansão no mundo inteiro, e os pesquisadores não cessam de redescobrir vegetais que substituem (com vantagens, em alguns casos) os produtos químicos convencionais. O uso das plantas para fins curativos é, de longe, a mais antiga forma de medicina praticada pelo homem (JUNQUEIRA, 2014). A utilização das plantas de forma terapêutica faz parte de um saber milenar e tradicional, passado oralmente ao logo das gerações, representando parte importante e integrante da cultura de um povo (SILVEIRA, 2005). É possível, portanto, que os nossos ancestrais tenham aprendido através da observação da natureza o valor terapêutico das plantas. Na verdade, existem evidências históricas e arqueológicas de que as propriedades curativas das plantas medicinais já eram conhecidas desde o período Neolítico (ALVES, 2013). Por volta do ano 3000 a.C., médicos chineses dispunham de sofisticadas farmacopéias (lista de ervas e suas indicações terapêuticas); algo semelhante ocorria na Assíria e no Egito a 2500 a.C., e, bem mais tarde, na Grécia (JUNQUEIRA, 2014). Até o presente momento, acredita-se que o primeiro livro que descreve o uso de plantas medicinais é de 2.700 a.C. vem dos Chineses com a obra intitulada de Pen Ts’ao (A Grande Fitoterapia), de ShenNung, conforme Eldin; Dunford (2001 apud TOMAZZONE et al, 2006). Entretanto, o primeiro tratado médico egípcio aceito e respeitado pela comunidade científica que inclui o uso de plantas foi o papiro decifrado em 1873 pelo egiptólogo alemão Georg Ebers. Esse papiro é datado de aproximadamente 1500 anos antes da era Cristã e tem como frase introdutória “Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para todas as partes do corpo humano” (CUNHA, 2003). Os gregos e os romanos absorveram e ampliaram o conhecimento na utilização das plantas medicinais. O uso medicinal da Artemisia annua contra a malária foi descrito pela primeira vez nas ‘52 Prescrições’ escritas durante a Dinastia Mawangdui Han que reinou na China de 206 a.C. a 220d.C (ALVES, 2013). As propriedades do ópio (Papaver somniferum) como sedativo e calmante, do óleo de rícino (Ricinus communis), da alcaravia (Carum carvi) e da hortelã pimenta (Mentha piperita) 13 como digestivo e da cila (Drimia urticaria) como estimulante cardíaco, já eram conhecidas no Egito há mais de 4.000 anos. Os egípcios sabiam como preparar diuréticos, vermífugos, purgantes e antissépticos de origem natural (ALVES, 2013). A Índia também teve um importante papel na descrição de plantas medicinais, principalmente devido à medicina Ayurvédica (ayur = vida, veda = conhecimento), baseada nos Vedas, o livro sagrado dos hindus. No século I antes de Cristo, os indianos produziram um tratado médico intitulado Caraka, com mais de 500 plantas (ALVES, 2013). Uma tumba descoberta por arqueólogos no Irã, em 1963, comprovou a existência de uma fitoterapia rudimentar há mais de 60 mil anos. O fato nada tem de estranhável, se considerarmos que o mundo vegetal sempre constituiu importante fonte de alimentos para a espécie humana; e que o conhecimento das plantas ‘boas’ e ‘más’ (saudáveis e tóxicas) acumulou-se pelo método do ensaio e erro. Por esse caminho, os habitantes das cavernas aprenderam também a identificar as espécies curativas (JUNQUEIRA, 2014). No Brasil, mesmo com o incentivo da indústria farmacêutica para a utilização de medicamentos industrializados, grande parte da população ainda se utiliza de práticas complementares para cuidar da saúde, como o uso das plantas medicinais, usadas para aliviar ou mesmo curar algumas enfermidades (BADKE, 2011). A diversidade cultural do Brasil permitiu que o uso e o conhecimento sobre essas plantas medicinais sofressem a influência de diversos povos, especialmente africanos, indígenas e europeus. Como apontam Lorenzi & Matos (2002), os escravos africanos trouxeram sua contribuição com o uso de plantas trazidas da África, as quais eram utilizadas em rituais religiosos, mas também por suas propriedades terapêuticas. Os pajés de tribos indígenas, grandes conhecedores das plantas medicinais, disseminavam seus conhecimentos sobre ervas locais e o seu uso aos seus descendentes, que o transmitiam e o aprimoravam. Por sua vez, os Europeus, que passaram a viver no Brasil, absorveram todos esses conhecimentos e os mesclaram com os que haviam trazido da Europa. 3.2 Uso de plantas em ritual Estudos demonstram que uma das principais motivações pelas quais as pessoas procuram o universo religioso estão relacionadas a questões ligadas ao processo de doença. Assim vêem a religião como alternativa de cura, cuja adesão estará influenciada por experiências individuais ou coletivas de eficácia. Entre as escassas informações sobre as 14 primeiras manifestações de religiosidade de matriz africana no Brasil referem-se a serviços de cura que eram prestados pelos africanos e por seus descendentes. Isso ocorria devido ao número reduzido de médicos que praticavam a medicina oficial e na falta de recursos às pessoas recorriam às práticas africanas e indígenas (MOTA e TRAD, 2006). Os africanos se reuniam ao redor dos chamados “candomblés rurais”, onde ofereciam consulta aos doentes, inclusive aos senhores de engenho. No Brasil, as religiões afrobrasileiras, estão instaladas em espaços denominados terreiros, que se constitui um lugar importante para compreender a concepção de vida afro-brasileira baseada na sacralização da natureza e na sua relação com a humanidade, é também neste espaço o lugar de busca pela originalidade, sendo sagrado, energizado e composto por uma atmosfera mítica, onde se constrói um espaço a parte do dia a dia urbano (MOTA e TRAD, 2006). Não de modo diferente das outras religiões, o candomblé e as religiões de matriz africanas, possuem seus significados acerca da doença, da morte e de outros infortúnios, como também um conjunto de práticas e hábitos ligados ao corpo e à saúde são difundidos através de seus preceitos e rituais(MOTA e TRAD, 2006). No candomblé que se caracteriza como uma religião que está fortemente ligada ao transe e a possessão, busca-se através de processos rituais reestabelecer o equilíbrio, ou seja, restabelecer a unidade que tinha sido desfeita entre o aiê (o mundo físico, a terra) e o orun (o mundo espiritual, o céu) onde habita os Orixás. O desequilíbrio entre essas duas dimensões, terra e céu, seria o motivo do processo de doença. Dentre as principais queixas que chegam aos terreiros de candomblé podemos citar a dor de cabeça, desmaios, taquicardia, doenças de pele, doenças mentais e muitas delas podem ser fatores para que a pessoa venha a passar por algum processo iniciático (MOTA e TRAD, 2006). Outro recurso pelo o qual o Pai ou Mãe de Santo recorre dentro dos espaços religiosos para o diagnóstico de doenças tanto físicas como espirituais é o jogo de búzios. Dentre as diversas práticas que podem ser tomadas para aliviar o processo de sofrimento do cliente/paciente podemos destacar o uso de banhos, folhas, as benzeduras, as beberagens, limpeza do corpo e do espírito, além de aconselhamentos (MOTA e TRAD, 2006). As doenças ganham aspectos que diferem do pensamento médico-científico. O mal que atinge o corpo, na maioria das vezes, está ligado a alguma causa sobrenatural. Nesse mesmo ambiente os seus adeptos podem entrar em contato com o sobrenatural através da mediunidade. É nesse contanto que se estabelecem as soluções para os problemas ligados a 15 saúde espiritual, física ou mental. É nesse contexto que se inserem as plantas, ou ervas, para restabelecimento do equilíbrio do corpo e do espírito (CAMARGO,2014). As religiões de matriz africana possuem um olhar especial sobre o meio ambiente, pois acreditam que é deste que emana a força de sua existência, o poder (axé), e é no contato com as folhas que isso fica claramente percebido. As folhas constituem o elemento vegetal mais utilizado pelos candomblecistas. É importante frisar que “folha” também seria um termo genérico para raízes, sementes, cascas e troncos, e até mesmo a planta toda, dentro do universo dos terreiros. Nesse contexto certas folhas são dotadas de “poderes espirituais” e outras de valor medicinal (OLIVEIRA et al., 2007). Antes de colher as folhas, para saber quais serão utilizadas para determinados fins ou rituais é preciso consultar-se os encantados, que podem estar incorporados nos filhos da casa ou no pai de santo. O segredo do poder e utilização das folhas são passados através da oralidade, de geração em geração, de pai para filho, de tio para sobrinho, ou seja, em relação de parentesco, que não precisa ser necessariamente consangüíneo, mas como também os laços criados a partir da família de santo. O uso de um determinado tipo de planta pode variar de terreiro para terreiro, sendo que algumas casas fazem o uso para alguns tipos de problemas e outras com outras finalidades (OLIVEIRA et al., 2007). Dentre as plantas utilizadas na ritualística podemos destacar as que têm propriedades psicoativas, pois elas permitem estados alterados de consciência e isso possibilitaria o contanto com o sobrenatural, por meio da incorporação. Estas entidades podem estar em movimentação do corpo, enquanto dançam ao som de atabaques e de cânticos que são ecoados pelos adeptos ou quando em ritual de cura, que é comum na umbanda (CAMARGO, 2014). No nordeste, em especial na Paraíba, tem-se a utilização da Jurema (Mimosa hostilis) como planta sagrada, usada nos rituais e também na confecção da bebida de mesmo nome. Essa planta sobreviveu nas cerimônias de catimbó do nordeste, onde representa a principal herança da religiosidade indígena a permanecer na cultura brasileira, em diversos ritos sincretizados afro-indígenas, onde predomina a dança e os cânticos e se consomem cachimbos de tabaco e jurema, chamados de candomblé de caboclo. A antropologia das religiões caracterizou o Candomblé de Caboclo no Brasil, entre os quais o catimbó e a jurema, como cultos a parte dos Candomblés de Orixás que se tornam mais tradicionais no país desde a primeira metade do século XX (CARNEIRO, 2004). 16 3.3 Uso de plantas como terapêutica alternativa e promoção da saúde A enfermagem caracteriza-se por ser uma profissão que busca o cuidar a partir de uma visão do todo e tem seu exercício baseado em alternativas não apenas de cura, mas de prevenção de doenças e manutenção da saúde. O uso de plantas medicinais apresenta-se como uma prática comum observada por enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família (ESF) atuantes em zonas rurais (SILVA et al., 2007). A resolução COFEN – 197/1997 estabelece e reconhece as Práticas Alternativas como especialidade e/ou qualificação profissional de enfermagem. Entretanto, que para receber a titulação o profissional deve ter concluído e sido aprovado em curso reconhecido por instituição superior ou entidade congênere, possuindo uma carga horária mínima de 360 horas (COFEN,1997). Entendemos que em nosso país a grande diversidade de plantas favorece o uso de fitoterápicos, entretanto a não divulgação, como também a falta de pesquisas na área, desestimula aqueles que acreditam e desejam utilizar esse recurso como método de prevenção e de cura (SILVA et al., 2007). Como profissionais de saúde devemos orientar a população a utilizar os fitoterápicos de forma correta, pois eles apresentam princípios ativos com a capacidade de oferecer resultados satisfatórios desde que empregados corretamente. Compreende-se que o enfermeiro exerce papel fundamental na área da fitoterapia, pois ele está diretamente ligado à população tendo oportunidade de educá-la e orientá-la quanto o uso das plantas que podem vim a ser maléficas ou benéficas, e a forma que essas plantas podem ser utilizadas. O trabalho de educação em saúde pode ser desenvolvido no hospital, junto à comunidade, ou na Estratégia de Saúde da Família (SILVA et al., 2007). 17 4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Desenho do estudo Trata-se de um estudo etnobotânico no qual foi utilizado o método descritivo-analítico, que permitirá o conhecimento e a seleção das plantas citadas. A pesquisa de campo foi realizada com os participantes de cultos religiosos de matriz africana (Pais, Mães e filhos de santo) que aceitaram participar do estudo, em terreiros da Cidade de Campina Grande, PB. 4.2 Variáveis socioeconômicas e plantas com fins medicinais Para a determinação das variáveis socioeconômicas, bem como das indicações terapêuticas das plantas, foi utilizado um formulário elaborado especificamente para este estudo (APÊNDICE A). 4.3 Descrição e propriedades terapêuticas dos vegetais As plantas foram descritas botanicamente, e as propriedades medicinais citadas, confrontadas com dados disponíveis em fontes literárias confiáveis. 4.4 Aspectos Éticos Este projeto foi registrado no Sistema Nacional de Pesquisa (SISNEP), como CAAE0475.0.133.000-10 e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba, de acordo com os requisitos básicos da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde do Brasil (1996). Para a participação na pesquisa os sujeitos da pesquisa foram informados sobre os objetivos do estudo, e os que aceitaram participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (APÊNDICE B) em duas vias, sendo uma retida pelo sujeito da pesquisa e/ou seu representante legal e uma arquivada pelo pesquisador. 18 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Considerações sobre os informantes Entre os entrevistados 40% são idosos. A maior parte dos informantes (60%) do gênero feminino, este tipo de conhecimento foi repassado em sua maioria (40%) pelas mães de santo, mas alguns afirmam também ter sido por pais de santo (20%), Ogans (10%), igreja (10%), entidades (10%), familiares (10%). Durante a entrevista foi verificada a ocorrência de pessoas que freqüentaram outras denominações religiosas como as neopentecostais e adquiriram nessas religiões saberes sobre plantas. Em relação ao nível de escolaridade em sua maioria possui nível médio e superior, sendo que 40% apresentam ensino médio e outros 40% ensino superior. Figura 1. Dados sociodemográficos e etnobotânicos fornecidos pelos informantes de terreiro do município de Campina Grande-PB. 5.2 Conhecimento etnobotânico Resultaram deste levantamento 29 espécies, distribuídas em 20 famílias botânicas (Tabela 2),sendo as principais Fabaceae (6), Laminaceae (3), Boraginaceae (2), Anacardiaceae (2) e Poaceae (2)(Figura 2). Em relação à origem observou-se que 43% são nativas e 57% exóticas. Azevedo e Kruel (2007) apontam resultados semelhantes em estudo 19 realizado em feiras livres no município do Rio de Janeiro onde do total de espécies identificadas apenas 33% são nativas e 67% são exóticas, tal resultado verificou-se devido à forte influência da cultura européia em especial para uso de plantas para fins medicinais e da africana em relação a uso ritualístico. Os resultados indicaram a folha (72%) como sendo a parte vegetal mais empregada no preparo dos remédios caseiros, banhos e limpezas espirituais e em seguida a casca (28%). Franco e Barros (2006) demonstram resultados semelhantes em um estudo ocorrido em Esperantina (PI), onde dentre as 85 espécies citadas, cerca de 43,5% a folha é citada como parte indicada seguida das cascas 19,5% e sementes 8%. Moreira et al. (2002) obteve resultados semelhantes estudando o uso das plantas medicinais na Vila Cachoeira, Ilhéus (BA). O uso acentuado da folha se dá devido à conservação do recurso vegetal, pois sua retirada não impede o desenvolvimento e a reprodução da planta, caso a parte aérea da planta não for excessiva (BELIZÁRIO e SILVA, 2012). Quanto as formas de preparo, o chá (56%) é de uso mais freqüente. Logo a seguir vem os banhos (11%) para limpeza e descarrego e bebidas (11%) em rituais. Ainda foram citadas as pomadas, porém de uso menos freqüente (4%). Oliveira (2012) obteve resultados semelhante estudando o uso de plantas medicinais em comunidades rurais da cidade de Alagoa Nova (PB) onde constatou que a forma de preparo de preparo mais utilizada é o chá (infusão) com 65,1 %. Segundo Fucket al. (2005), o uso de infusões, popularmente conhecidas como chás, é a mais recomendada. Distribuição por família das plantas medicinais utilizadas em terreiros de Campina Grande-PB Fabaceae 21% Laminaceae Boraginaceae 48% 10% 7% 7% 7% Anacardiaceae Poaceae Outras Figura 2. Distribuição por família das plantas utilizadas nos terreiros em Campina Grande-PB 20 Com base nas 29 espécies catalogadas, Tabela 2, para a realização da correlação entre conhecimento popular sobre o uso das espécies medicinais com o conhecimento científico, foram selecionadas as 6 espécies mais citadas pelos entrevistados, em relação a uso medicinal, dentre as famílias que tiveram um maior número de espécies nesse estudo, levando- se em consideração: nome científico e popular, indicação do uso popular e correlação entre outros conhecimentos. Alecrim: Rosmarinus officinalisL. Indicação do uso popular: Hipertensão. Correlação entre conhecimento científico e uso popular: Barbosa (2009), Oliveira e Araujo (2007), Silva et al. (2009), Oliveira (2012), obtiveram resultados semelhantes em seus estudos onde as indicações terapêuticas foram hipertensão, infarto, trombose, derrame, rouquidão, dor de garganta, infecções, gripe, chá calmante. Ainda destaca-se a ação antifúngica do óleo essencial da Rosmarinusofficinalis L. tendo sua atividade reconhecida por apresentar compostos fenólicos, aldeídos e alcoóis: citral, geraniol, linalol e timol têm alto poder anti-séptico (FENNER et al., 2006). Observou-se que o uso popular do alecrim confirma-se pela presença de compostos ativos que possuem atividades terapêuticas semelhantes às indicações dos entrevistados. Aroeira: Myracrodruon urundeuva Fr. Allem Indicação do uso popular: Micose/Expectorante/Vermífugo Correlação entre conhecimento científico e uso popular: Segundo Pereira et al. (2014) o óleo essencial da aroeira é o principal responsável pela ação antimicrobiana contra vários tipos de bactérias e fungos, sendo eficaz no tratamentos de micoses, candidíases, como também em alguns tipos de câncer, em virtude de sua capacidade de regeneração de tecidos. Estudos etnofarmacológicos referem o uso da aroeira no tratamento de inflamações, doenças do aparelho urinário, micoses, afecções respiratórias, doenças do trato gastrointestinal, diarréia, ferimentos, câncer, tratamento de hemorragias, cicatrizante (SOUZA, 2006; PACHECO, 2006; OLIVERA, 2010; FURTADO, 2012; PEREIRA, 2014). O conhecimento popular se correlaciona com o conhecimento cientifico. Cajueiro: Anacardium occidentale Indicação do uso popular: Anti-inflamatório/cicatrizante 21 Correlação entre conhecimento científico e uso popular: Estudos apontam que o efeito antiinflamatório do estrato da casca do cajueiro foram atribuídos a presença de taninos que demonstra eficácia tanto no tratamento da inflamação aguda, quanto na crônica, possuindo também potencial gastroprotetor e ação antimicrobiana( MELO et al. 2006; MENDONÇA, 2011; SOUZA, 2013) . As principais indicações terapêuticas descritas na literatura são cicatrizante, anti-inflamatório, bactericida, hipoglicemiante, expectorante, anticancerígeno, analgésico e anti-hemorrágico (JÚNIOR e CONCEIÇÃO, 2010; CONCEIÇÃO, 2011; SANTOS, 2014; CAETANO et al.,2014) . Todas as atividades foram confirmadas pelo conhecimento científico. Capim Santo: Cymbopogon citratus Indicação do uso popular: Calmante/ Dor abdominal Correlação entre conhecimento científico e uso popular: Estudos demonstram que os extratos do Capim Santo apresentam efeito hipotensor, diurético, antiinflamatório e antibacteriano (VENDRUSCOLO et al., 2005). O citral é o principal responsável pela atividade antibacteriana e comprovou-se através do óleo volátil sua atividade antifúngica frente a diferentes espécies de dermatófitos (SCHUCK et al. 2001). O óleo volátil ainda apresenta propriedades antifebril, antireumático, diaforético, analgésico, sendo basicamente composto por alfacitral e beta-citral, além do mirceno que já foi comprovada a sua ação analgésica periférica (MEDEIROS et al. 2004;SING et al., 2005; COSTA et al., 2010) Constata-se que o uso popular foi comprovado a partir da literatura cientifica. Confrei: Symphytum officinaleL. Indicação do uso popular: tratamento de câncer Correlação entre conhecimento cientifico e uso popular: O uso interno do confrei foi proibido por ser carcinogênico e hepatotóxico, além de apresentar atividade teratogênica, mutagênica e induzir o aborto devido a alcalóidespirrolizidínicos (RITTER et al., 2002;TOMAZZONI et al., 2006; GRUBE et al., 2007;SILVEIRA et al., 2008;SANTOS,2014). Constata-se que o uso popular ainda não foi comprovado a partir da literatura científica e que a forma que foi indicada para consumo (chá) apresenta contra-indicação por seus efeitos tóxicos. 22 Hortelã: Mentha sp. Indicação do uso popular:Calmante/Amebíase Correlação entre conhecimento científico e uso popular: O uso tópico da Mentha sp. foi indicado em trabalhos farmacológicos para o alívio de sintomas de cefaléia e prurido, além de possuir ação anti-espamótica, antiinflamatória, anti-ulcerativa e anti-viral. Ainda evidenciouse o uso como expectorante sendo que essas indicações se justificam pela presença de cumarinas. A Menthasp.mostra eficácia no tratamento de amebíase, giardíase e tricomoníase (BARATA, 2006; RODRIGUES,2009; VASCONSELLOS et al.,2010; SILVA, et al.,2012) . Constata-se que o uso popular foi comprovado a partir da literatura científica. As categorias de sistemas corporais com maior número de espécies citadas foi o sistema nervoso com 9 indicações, as doenças sexualmente transmissíveis e problemas do sistema respiratório, ambos com 3 indicações (Tabela 1). Podemos citar ainda as plantas alucinógenas que foram citadas, dentre elas destacamos Juncus L. e Mimosa hostilisBenth utilizadas na confecção de bebidas para serem consumidas durante os rituais. Destacamos também as plantas que foram citadas para limpeza e cura espiritual e que são utilizadas durante o tratamento feito pelo cliente/paciente nos terreiros em forma de banho como a Petiveria tetranda,Beta patellaris Moq, Vismia guianensis (Aulbl.) Pers., Bryophytum pinnatum e Senna alata (L.) Roxb. Tabela 1. Categorias de sistemas corporais tratados pelas plantas medicinais utilizadas nos terreiros de Campina Grande –PB, com respectivos números de espécies. Categoria Doenças da pele e do tecido subcutâneo Doenças infecciosas e parasitárias Doenças Sexualmente Transmissíveis Inflamaçõesem geral Neoplasias Problemas do sistema cardiovascular Problemas do sistema digestório Problemas do sistema nervoso Problemas do sistema respiratório Número de espécies 2 1 3 2 1 2 3 9 3 23 Tabela 2. Lista das plantas utilizadas nos terreiros em Campina Grande –PB. Família/Espécie Nome Origem Parte utilizada Indicação Formas de uso e posologia Cajueiro Nativa Folha Anti-inflamatório/cicatrizante Chá, tomar durante a manhã e a noite. Aroeira Nativa Folha Micose/Expectorante/Vermífugo Chá, tomar durante a manhã e a noite. Endro Exótica Folha Gases Chá, toma-se até obter os resultados. Alface Exótica Folha Calmante Chá, toma-se até obter os resultados Mastruz Exótica Folha Torcicolo Chá, toma-se até obter os resultados Vernacular Anacardiacea Anacardium occidentale Myracrodruon urundeuva Fr. Allem. Apiaceae Anethum graveolens Asteraceae Lactuca sativa Brassicaceae Lepidium virginicum L. Problemas Respiratórios Boraginaceae Heliotropium i ndicum Symphytum officinaleL. Chenopodiaceae Beta patellaris Moq. Clusiaceae Vismia guianensis (Aulbl.) Pers Fedegoso Nativa Folha Vermífugo Chá, tomar durante a manhã e a noite. Confrei Exótica Folha Câncer Chá, tomar duas ou três vezes ao dia. Beti Exótica Folha Limpeza espiritual Banhos, 1 por dia, durante 3 dias. Nativa Folha Limpeza espiritual Banhos, 1 por dia, durante 3 dias. . Lacre 24 Família/Espécie Nome Origem Parte utilizada Indicação Formas de uso e posologia Pau Pereiro Nativa Folha DST/Cancro Pomada, sabão ou banho (manhã e noite). Vernacular Fabaceae Platycyamus regnellii Caesalpinia leiostachya (Benth.) Senna alata (L.) Roxb. Erythrina velutina Mimosa hostilis Benth. Jucá Nativa Casca Cicatrização Mangerioba Nativa Folha Cura espiritual Mulungu Nativa Casca Insônia Jurema Nativa Casca Alucinógena/ Cicatrizante Angico Nativa Casca - Junco Exótica Casca Alucinógena Macassá Exótica Folha Lavar manhã e noite com a água da casca Passar as folhas no corpo do consulente Tomar a água da casca até obter resultados Bebida Bebida Anadenanthera falcata Juncaceae Juncus L. Laminaceae Aeollantrus suaveolens Mart. . Mentha sp. Rosmarinus officinalis L. Passifloraceae Passifora sp. Chá, toma-se até obter resultados. Calmante Hortelã Exótica Folha Calmante/Amebíase Chá, toma-se até obter resultados. Alecrim Exótica Folha Hipertensão Chá, não especificou Exótica Folha/casca Calmante Chá, toma-se até obter resultado Romã Exótica Folha/casca Antiinflamatório Chá, toma-se até obter resultado Maracujá Nativa Folha Calmante Chá, toma-se até obter resultado Laureaceae Annamomum zeylanicum Lythaceae Punica granatum Bebida Caneleira 25 Família/Espécie Nome Origem Parte utilizada Indicação Formas de uso e posologia Guiné Exótica Folha Cura espiritual Banho, não enxugar-se Vernacular Phytolaccaceae Petiveria tetranda Poaceae Cymbopogon citratus Elionurus muticus Capim-Santo Exótica Folha Calmante/Dor abdominal Chá, toma-se até obter resultado Erva-Cidreira Nativa Folha Calmante Chá, toma-se até obter resultado Juazeiro(Juá) Nativa Casca Limpeza bucal Escovar os dentes com a água da raspa Laranjeira Exótica Folha Calmante Chá, toma-se até obter resultado Jaramataia Exótica Folha Problemas Gastrointestinais Chá, 3 ou 4 vezes ao dia Colônia Exótica Folha Rhammaceae Ziziphus joazeiro Mart. Rutaceae Citrus aurantium L. Verbenaceae Avicenia africana Zingiberáceas Alpina zerumbet Hipotensão Arterial Chá,tomar sempre que necessário 26 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Foram catalogadas 29 espécies medicinais e místicas que são utilizadas em rituais de curas nos terreiros da cidade de Campina Grande-PB. As mesmas estão distribuídas em 20 famílias. As famílias com maior representatividade foram: Fabaceae (6 espécies), Laminaceae com 3 espécies, Boraginaceae, Anacardiaceae e Poaceae com 2 espécies. Podemos considerar que as plantas são de grande importância para o uso místico dentro dos rituais afro-brasileiros, tanto pelo seu valor enquanto representação, quanto aos efeitos que causam naquelas que a utilizam. Existem plantas que são utilizadas para dor física e para espiritual, e também como oferenda para os orixás dos adeptos. A parte da planta mais citada foi a folhas, principalmente utilizada para chás e as cascas utilizadas para fins ritualísticos. Quanto às formas de uso a mais citadas foi o chá (56%), seguido de bebidas e banhos, ambos com 11%. Esse trabalho oferece subsídio para outras pesquisas etnobotânicas, sendo que o terreiro, enquanto espaço religioso e seus adeptos possuidores de um saber ancestral, passado através da oralidade, possuem grande conhecimento acerca de ervas que podem contribuir potencialmente para futuras descobertas no campo da fitoterapia. 27 REFERÊNCIAS ALVES, L.F. Produção de Fitoterápicos no Brasil: História, Problemas e Perspectivas. Revista Virtual de Química ISSN 1984-6835, v.5, n.3, 2013. ALVES, R. N. et al. Utilização e comércio de plantas medicinais em Campina Grande, PB, Brasil. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 4, n. 2, p. 175-198, 2007. AZEVEDO, V.M.; KRUEL, V. S. D. F. Plantas medicinais e ritualísticas vendidas em feiras livres no município do Rio de Janeiro, RJ, Brasil: estudo de caso nas zonasNorte e Sul. Acta Bot. Bras. , v 21, n. 2, P. 203-275, 2007. BADKE, Marcio Rossatoet al. Plantas medicinais: o saber sustentado na prática do cotidiano popular. Esc Anna Nery, v. 15, n. 1, p. 132-39, 2011. BARATA, G. Medicina Popular obtém reconhecimento cientifico. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v55n1/14839.pdf> Acessado em: 18/10/14. BARBOSA, J.A.A. “Das sementes aos frutos”: Indicações terapêuticas dos vegetais e suas partesem uma comunidade tradicional da Paraíba. Disponível em: <http://sites.uepb.edu.br/biofar/download/v5n12011/das_sementes_aos_frutos_vegetais_utilizados_no_preparo_tradicional_de_fitoterapicos _no_semi-arido_paraibano-2.pdf> Acessado em: 16/10/14. BELIZÁRIO, T. L.; SILVA, L. A. Abordagem etnobotânica no tratamento de parasitoses em comércios de fitoterápicos e numa comunidade rural em Uberlândia- MG. Enciclopédia Biosfera, v.8, n. 15, p. 1730, 2012. BRUNING. M.C.R.;MOSEGUI. G.B.G;VIANNA. C.M.M. A utilização da fitoterapia e de plantas medicinais em unidades básicas de saúde nos municípios de Cascavel e Foz do Iguaçu – Paraná: a visão dos profissionais de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 10, p.26752685, 2012. CAETANO, R. S.; et al. O uso de plantas medicinais utilizadas por freqüentadores dos ambulatórios Santa Marcelina, Porto Velho, RO. Revista Saúde Pesquisa, v. 7, n. 1, p. 5563, 2014. CAMARGO, Maria Thereza Lemos de Arruda. As plantas medicinais e o sagrado: a etnofarmacobotânica da medicina popular no Brasil. 1. Ed. São Paulo: Ícone, 2014. 280 p. CARNEIRO,H. As plantas sagradas na história da América. Disponível em: http://www.fafich.ufmg.br/varia/admin/pdfs/32p102.pdf. Acessado em: 12/08/14 COFEN. Resolução 197/1997. Estabelece e reconhece as Terapias Alternativas como especialidade e/ou qualificação do profissional de Enfermagem. Rio de Janeiro, 19 mar. 1997. Disponível em: <http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-1971997_4253.html> Acessado em: 06/10/14. 28 CONCEIÇÃO, G. M.; et al. Plantas do Cerrado: comercialização, uso e indicação terapêutica fornecida pelos raizeiros e vendedores, Teresina, Piauí. Scientia plena, v. 7, n. 12, p. 1-6, 2011. COSTA, R. S.; et al. Produtos naturais utilizados para tratamento de asma em crianças residentes na cidade de Salvador- BA, Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.20, n.4, p. 594-599, 2010. CUNHA, A. P. Plantas e produtos vegetais em fitoterapia. Lisboa: Fundação CalosteGulbenkiam, 2003. FENNER, R.; BETTI, A. H.; MENTZ, L. A.; RATES, S.M.K.. Plantas utilizadas na medicina popular brasileira com potencial atividade antifúngica. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas BrazilianJournalofPharmaceuticalSciences, v.42, n.3, p. 369-94, 2006. FRANCO, E. A. P.; BARROS, R. F. M.; Uso e diversidade de plantas medicinais no Quilombo Olho d’água dos Pires, Esperantina, Piauí. Rev. Bras. PI. Med, Botucatu, v.8, n.3, p.78-88,2006. Furtado GB. Avaliação do efeito terapêutico da aroeira do sertão (Myracrodruon urundeuvaAllemão) na gastropatia reativa induzida por anti-inflamatórios não esteroides. 2012 [Dissertação de Mestrado em Farmácia]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará; 2012. GRUBE, B.; et al. Eficácia da pomada de extrato de raiz de confrei no tratamento de pacientes com osteoartrite sintomática no joelho: resultados do estudo duplo-cego, randomizado, bicêntrico e placebo-controlado. Disponível em: <http://www.dohmsweb.net/apparenza/informes/168_fitoterapia_art_tec.pdf> Acessado em: 18/10/14. JÚNIOR, S. R. O.; CONCEIÇÃO, G. M. Espécies vegetais nativas do cerrado utilizadas como medicinais pela comunidade de Brejinho, Caxias, Maranhão, Brasil. Cadernos de Geociências, v. 7, n. 2, p. 140-127, 2010. JUNQUEIRA, B. Plantas miraculosas. Disponível em: http://www.aguasdelindoia.com/bethjunqueira/beth_fitoterapia.htm. Acessado em 12/08/2013 LÓPEZ, C. A. A. Considerações gerais sobre plantas medicinais. Ambiente: Gestão e Desenvolvimento,v. 1, n. 1, p. 19-27, 2006. LORENZI, H.; MATOS, F. J. de A.. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. São Paulo: Instituto Plantarum, 2002. 512 p. ISBN 8586714186. MADIA, R. F.; RODRIGUES, V. Conhecimento popular de plantas medicinais no bairro Aparecidinha na cidade de Sorocaba/SP. Revista Eletrônica de Biologia, v. 2, n. 3, p. 2-18, 2009. MELO, A. F. M.; et al. Atividade antimicrobiana in vitro do estrato de Anacardium occidentale sobre espécies de Streptococcus. Revista Brasileira de Famacognosia, v.16, n. 2, p. 202-205, 2006. 29 MEDEIROS, M. F. T.; et al. Plantas medicinais e seus usos pelos sitiantes da Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba, RJ, Brasil. Rev. Acta. Bot. Bras., v. 18, n. 2, p. 391-399, 2004. MEDONÇA, L. S. Aspectos ambientais, químicos e biológicos relacionados a própoles vermelha. Disponível em: <http://psa.unit.br/wpcontent/uploads/2012/04/2011_Lucyana_Mendon%C3%A7a.pdf> Acessado em: 16/10/14. Ministério da Saúde. Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasília, 2006. MONTELES, R.; PINHEIRO, C. U.B. Plantas medicinais em um quilombo maranhense: uma perspectiva etnobotânicas. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v. 7, n. 2, p. 3842,2007. MORREIRA, R. C. T.; COSTA, L. C. B.; COSTA, R. C. S.; ROCHA, E. M. Abordagem etnobotânica acerca do Uso de Plantas Medicinais em Vila Cachoeira, Ilhéus, Bahia, Brasil. Acta Farm. Bonaerense, v. 21, n.3, p. 205-211, 2002. MOTA, C.S.; TRAD, L.A.B. A gente vive para cuidar da população: estratégias de cuidado e sentidos para saúde, doença e cura em terreiros de Candomblé. Saúde e Sociedade, v. 20, n. 2, p. 325-337, 2006. MEIRA,C.S.; OLIVEIRA, M.F.S.; Plantas do axé: sua fundamentação religiosa nos terreiros de umbanda da cidade de Poções-Bahia. Disponível em: http://www.xiconlab.eventos.dype.com.br/resources/anais/3/1307364598_ARQUIVO_TRAB ALHOPRONTOEM05DEJUNHODE2011CONLAB.pdf. Acessado em: 12/08/2014. OLIVEIRA, C. G. Plantas medicinais utilizadas em comunidades rurais do município de Alagoa Nova- PB. Disponível em: <http://dspace.bc.uepb.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/1744/PDF%20%20Gilv%C3%A2nia%20Costa%20de%20Oliveira.pdf?sequence=1> Acessado em: 16/10/14. OLIVEIRA, F. C. S.; BARROS, R. F. M.; MOITANETO, J. M. Plantas medicinais utilizadas em comunidade rurais de Oeiras, semiárido piauiense. Rev. Bras. PI. Med., Botucatu, v. 12, n. 3, p. 282-301, 2010. OLIVEIRA, J. C.; ARAUJO, T. L. Plantas medicinais: usos e crenças de idosos portadores de hipertensão arterial. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 09, n. 01, p. 93 - 105, 2007. OLIVEIRA, F.C.; ALBUQUERQUE, U.P.; FONSECA-KRUEL, V.S.; HANAZAKI, N. Avanços nas pesquisas etnobotânicas no Brasil. Acta BotanicaBrasilica, v.23, n. 2, p. 590605,2007. OLIVEIRA, M. F. S.; MEIRA, S.C. O uso das plantas sagradas nas religiões afrobrasileiras: um estudo de caso nos espaços religiosos da umbanda em Poções-BA. 30 Disponível em: http://periodicos.uesb.br/index.php/cmp/article/viewFile/2231/1902 Acessado em: 12/08/14. PACHECO, M.V.; et al. Efeito de temperaturas e substratos da germinação de sementes de Myracrodruon urundeuva Fr. All. (Anacardiaceae). Sociedade de Investigações Florestais, v. 30, n. 3, p. 359-367, 2006. PATZLAFF,G.R.;PEIXOTO, L.A. A pesquisa etnobotânica e o retorno do conhecimento sistematizado à comunidade: um assunto complexo. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 16, n. 1, p. 237-246, 2009. PEREIRA, P. S.; et al. Uso da Myracroduon urundeuva Allemão (aroeira do sertão) pelo agricultores no tratamento de doenças. Revista cubana de plantas medicinais, v. 19, n.1, 2014. RITTER, M. R.; et al. Plantas usadas como medicinais no município de Ipê, RS, Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 12, n. 2, p. 51-62, 2002. SANTOS, J. H. Plantas medicinais utilizadas por usuários de uma unidade básica de saúde em Campina Grande/PB. Disponível em: <http://dspace.bc.uepb.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/5053/PDF%20%20Jana%C3%ADna%20Hil%C3%A1rio%20dos%20Santos.pdf?sequence=1> Acessado em: 16/10/14. SCHUCK, V. J. A; et al. Avaliação da atividade antimicrobiana de Cymbopogoncitratus.Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 37, n. 1, p. 45-49, 2001. SILVA, R. F.; et al. Estudo etnobotânico das Plantas Medicinais Utilizadas pela população do Município de Jataí, Goiás. Rev. Bras. De Agroecologia, v. 4, n. 2, p. 174-177, 2009. SILVA, M. C. Conhecimento cientifico e o saber popular sobre moluscos nos terreiros de Candomblé de Recife e Olinda, estado de Pernambuco. 2006. 111 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2006. SILVA, N. C. B. S.; et al. Uso de plantas medicinais na comunidade quilombola da Barra II – Bahia, Brasil. BolLationoam Caribe PlantMedAromat, v. 15, n. 5, p. 435-453, 2012. SILVA, C. G. R.; SILVA, J. L.L.; ANDRADE, M. Fitoterapiacomo terapêutica alternativa e promoção da saúde. Disponível em: <http://www.uff.br/promocaodasaude/fit.pdf> Acessado em: 06/10/14 SILVEIRA, I.M.M. O Conhecimento popular sobre o papel curador das plantas ea sua educação na escola. 2005. 51f. Monografia (Especialização em Gestão Educacional)– Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2005. SILVEIRA, P. F.; et al. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 4, p. 618-626, 2008. 31 SING, G.; et al. Efeitos agudos dos extratos hidroalcoólicos do alho (Alliumsativum L.) e do capim-limão (Cymbopogoncitratus (DC) Stapf) sobre a pressão arterial média de ratos anestesiados. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 15, n. 2, p. 94-97, 2005. SOUZA, C. D.; FELFILI, J. M. Uso de plantas medicinais na região de Alto Paraíso de Goiás, GO, Brasil. Acta bot. bras., v. 20, n. 1, p. 135-142, 2006. SOUZA, D. R. O conhecimento sobre fitoterápicos no tratamento de feridas. Disponivel em: < http://dspace.bc.uepb.edu.br:8080/jspui/bitstream/123456789/3976/1/PDF%20%20Diogo%20Rodrigues%20Souza.pdf> Acessado em: 16/10/14. VASCONSELLOS, C.; et al. Plantas medicinais utilizadas na saúde da mulher no Brasil. Hori. Enferm, v. 22, n. 1, p. 23-33,2011. VENDRUSCOLO, S. G.; et al. Dados químicos e farmacológicos sobre as plantas utilizadas como medicinais pela comunidade do bairro de Ponta Grossa, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 15, n. 4, p. 361-372, 2005. TOMAZZONI, M. I.; et al. Fitoterapia popular: a busca instrumental enquanto prática terapêutica. Texto Contexto Enfermagem, v. 15, n. 1, p. 115-121, 2006. 32 APÊNDICE A FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS 33 APÊNDICE - A FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS Entrevistador: ____________________________ Data: ___/___/____ I. Dados de identificação 1.Qual o seu nome completo? 2. Qual a sua idade? | __ || __ | 3. Sexo (observar e anotar): | __ | (1) masculino (2) feminino 4. Até que série o sr (a) estudou? ______________________ II. Dados socioeconômicos 5. Quantas pessoas moram na sua casa? (incluir o entrevistado e empregado fixo se houver) | __ | __ | 6. Quantas pessoas da sua casa estão trabalhando? | __ | __ | 7. Qual a renda mensal de todos os moradores? Pessoas 123456 - Outra fonte de renda (bolsa família, pensão, aluguel) Especificar: _________________________________ Renda mensal ( R$) ( 1 ) Não ( 2 ) Sim | __ | | __ | __ | __ | __ | __ | TOTAL III. Conhecimento sobre plantas medicinais 8. O sr (a) conhece alguma planta(s) usada(s) EM RITUAIS DE CURA? (1) Não (2) Sim 9. Em caso afirmativo, quais? Plantas Para quê? Partes Formas de Administração Posologia 10. Destas, qual (is) o sr (a) reconhece como mais importante? 34 ____________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 11. Há quanto tempo o sr (a) trabalha/ utiliza com plantas medicinais? ___________________________________________________ 12. Com quem o sr (a) aprendeu os conhecimentos sobre o uso medicinal de plantas? ____________________________________________________ Data: ___/___/___ Visto: ____________________________________ Observação: 35 APÊNDICE B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 36 Apêndice B Universidade Estadual da Paraíba Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Farmácia Av. das Baraúnas, 351 – Campus Universitário - Bodocongó Campina Grande, Paraíba – CEP: 58109-753 Eu, __________________________________________, declaro, para os devidos fins, que livremente aceito participar da pesquisa intitulada “ESTUDO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS UTILIZADAS POR PARTICIPANTES DE CULTOS RELIGIOSOS DE MATRIZ AFRICANA EM CAMPINA GRANDE, PB”, coordenada pelo Prof. Thúlio Antunes de Arruda, docente da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Na referida pesquisa será feito um levantamento de dados a respeito do conhecimento popular sobre as propriedades medicinais das plantas medicinais utilizadas. Fui informado(a) e esclarecido(a) de que os seguintes procedimentos serão realizados. Vou responder a um formulário de identificação socioeconômico e sobre meu conhecimento a respeito das plantas com fins medicinais; Ficou garantida a ausência de riscos a minha integridade física, mental e moral. Será garantido o sigilo das informações prestadas. A importância da pesquisa para a comunidade científica e para a população foi ressaltada. Qualquer dúvida que eu tiver será esclarecida pelo responsável por esta pesquisa, sendo assegurado que, em qualquer momento do estudo, posso anular este termo de consentimento, sem qualquer constrangimento ou prejuízo. Campina Grande, ____ de __________________ de _______. ____________________________ Informante Assinatura ou Impressão dactiloscópica _________________________ Pesquisador 37