Fisioterapia Neurofuncional Maria Adriana Cruz dos Santos Benefícios da facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF) no fortalecimento muscular de membros inferiores em pacientes pós-acidente vascular encefálico. Manaus – AM 2015 MARIA ADRIANA CRUZ DOS SANTOS Benefícios da facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF) no fortalecimento muscular de membros inferiores em pacientes pós-acidente vascular encefálico. Manaus-AM 2015 1 Benefícios da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (PNF), No Fortalecimento Muscular de Membros Inferiores em Pacientes PósAcidente Vascular Encefálico. MARIA ADRIANA CRUZ DOS SANTOS¹ [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia² Rosiane Bentes Pinto³ Pós-graduação em Fisioterapia Neurofuncional – Faculdade FAIPE Resumo Esse trabalho de conclusão de curso trata-se de uma revisão Bibliográfica que aborda os benefícios da facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF), como opção de tratamento fisioterapêutico na reabilitação de pacientes que sofreram acidente vascular encefálico. Inicialmente apresenta definições acerca da problemática que envolve essa doença. Será trazida linguagem simples descrevendo a anatomia do sistema nervoso central diferenciando os dois tipos da doença. Serão pesquisadas as causas, a incidência, os fatores de risco, sinais e sintomas, fisiologia, fisiopatologia diferenciando acidente vascular encefálico isquêmico de acidente vascular encefálico hemorrágico, sequelas e disfunções e finalizando serão abordadas os benefícios da Fisioterapia no fortalecimento muscular em membros inferiores em pacientes pós-AVE, apresentando a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva como alternativa de reabilitação dos movimentos perdidos pela doença. Palavra- chave: AVE, Fisioterapia, PNF. 1 Pós-Graduanda em Fisioterapia Neurofuncional. Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestra em Bioética e Direito em Saúde, Doutoranda em Saúde Pública. 3 Co-Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Terapia Intensiva. 2 2 1. Introdução A expressão “Acidente vascular encefálico” refere-se ao infarto encefálico ocasionado por hemorragia cerebral não traumática. O infarto encefálico pode ser causado por diversos processos patológicos1. Acidente vascular encefálico (AVE) ou ataque cerebral é a perda repentina da função neurológica causada por uma interrupção do fluxo sanguíneo para o encéfalo. AVE isquêmico é o tipo mais comum, afetando cerca de 80% dos indivíduos com AVE; ocorre quando o coágulo bloqueia ou impede o fluxo sanguíneo, privando o encéfalo do oxigênio e de nutrientes essenciais, AVE hemorrágico ocorre quando os vasos se rompem, causando derramamento de sangue no interior ou ao redor do encéfalo. O termo acidente vascular encefálico é empregado de forma intercambiável com derrame para se referir as condições vasculares do encéfalo2. O AVE é uma doença comum e de grande impacto na saúde pública mundial, por ser a principal causa de incapacidades neurológicas e de importantes disfunções motoras e cognitivas3. O AVE pode causar sequelas motoras e sensoriais e prejudicar a independência funcional, trazendo impacto negativo na qualidade de vida. A atuação da fisioterapia é um fator importante para a melhora da qualidade de vida desses pacientes, Programas de fortalecimento e condicionamento físico têm demonstrado resultados positivos no que diz respeito aos ganhos de força, marcha, mobilidade e função em pacientes pós-ave4. O objetivo do método Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva ou método Kabat, como também é conhecido levando o nome do criador Dr. Herman Kabat, é promover ganho da funcionalidade por meio da facilitação, do fortalecimento e do relaxamento de grupos musculares, utilizando para isto, contrações concêntricas, excêntricas e estáticas, somando-se à aplicação gradual de resistência e procedimentos facilitatórios, visando atingir as necessidades adequadas a cada indivíduo5. Esse estudo visa mostrar o método Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva, os benefícios do método como tratamento fisioterapêutico e o que ele pode vir a proporcionar aos indivíduos que possuem o diagnóstico clínico de Acidente Vascular cerebral. Tendo como objetivo geral identificar os benefícios da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva na reabilitação do acidente vascular cerebral. E teve como objetivos específicos identificar os tratamentos fisioterapêuticos mais comuns para o acidente vascular cerebral, esclarecer sobre a técnica do método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva, e evidenciar os benefícios que a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva pode proporcionar na reabilitação do 3 Acidente vascular cerebral. E com isso fazer com que o método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva seja utilizado como mais uma alternativa eficaz de tratamento fisioterapêutico nas disfunções causadas pelo acidente vascular6. 2. Fundamentação Teórica 2.1 Anatômia do Sistema Nervoso Este Consiste em um sistema nervoso, onde é separado por partes, de acordo com as características funcionais e sua localização. Estruturalmente o sistema nervoso é divido em sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. Sistema Nervoso Central: É aquele que se localiza dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral), este está envolvido por estruturas ósseas e é formado pelo encéfalo e medula espinhal, o encéfalo é situado na cavidade craniana e a medula espinal é situada no canal da coluna vertebral. O sistema nervoso central representa o centro integrador e Controlador de todo sistema nervoso. Ele recebe impulsos sensitivos do sistema nervoso periférico e formula respostas para tais impulsos7. Sistema Nervoso Periférico: É aquele que se localiza fora do esqueleto axial. E é formado pelas estruturas que estão localizadas fora do sistema nervoso central. Conhecidas como terminações nervosas, nervos e gânglios. As terminações nervosas: são situadas na extremidade de fibras sensitivas e motoras, são estruturas especializadas para receber estímulos físicos ou químicos na superfície ou no interior do corpo Os nervos: são cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo e que tem como função levar (ou trazer) impulsos ao SNC. Dividem-se em dois grupos formados por 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos espinhais. Estes nervos cranianos se originam no cérebro e no tronco encefálico e deixam a cavidade craniana através de forâmes do crânio. Os nervos espinhais se originam na medula espinhal e deixam o canal vertebral Através de forames intervertebrais. O Sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula espinal, como vimos anteriormente. O encéfalo apresenta algumas subdivisões, são elas: O Telencéfalo; o Diencéfalo; o Mesencéfalo; Metencéfalo; Mielencéfalo; Os Ventrículos encefálicos; as Meninges e o Líquido Cerebrobraquial8. Dentre ele podemos destacar o metabolismo encefálico é aeróbio, de modo que os neurônios são dependentes da irrigação sanguínea continua. Se não houver no cérebro essa irrigação ele automaticamente será privado de sangue, onde em questão de segundos haverá a perda da consciência ocorrendo lesões permanentes. O mecanismo fisiológico complexo garante que a irrigação sanguínea permaneça estável durante uma ampla gama de pressões 4 arteriais, fenômeno denominado “Auto-regulação”. O sangue chega ao encéfalo por quatro vasos importantes, a artéria carótida direita emerge da artéria denominada, artéria carótida esquerda diretamente da Aorta. Essas artérias passam pela parte frontal do pescoço onde cada uma delas e dividida em duas, os ramos (artérias cerebrais anteriores e media) irrigando os lobos frontal, parietal e temporal. As duas artérias anteriores do cérebro se unem anteriormente através da artéria comunicante anterior formando a parte anterior do circulo de Willis9. Este círculo arterial do cérebro recebe a denominação de polígono de Willis: que caracteriza-se por uma anastomose arterial de forma poligonal situada na base do cérebro, onde circunda o quiasma óptico e o tuber cinéreo, relacionando-se ainda com a fossa interpeduncular e a substância perfurada anterior. É formado pelas porções proximais das artérias cerebrais anterior, média e posterior, pela artéria comunicante anterior e pelas artérias comunicantes posteriores, direita e esquerda. O circulo arterial do cérebro, em casos favoráveis, permite a manutenção de um fluxo sanguíneo adequado em todo o cérebro, em casos de obstrução de uma ou mais das quatro artérias que irrigam o cérebro10. Os principais vasos cerebrais (artéria anterior, média e posterior do cérebro) não se anastomosam entre si, por isso são denominadas artérias terminais. As partes do cérebro por elas irrigadas são bem demarcadas e distintas, embora as anastomoses ocorram na periferia de cada região, se houver oclusão de um desses vasos, ocorrerá uma lesão cerebral relativamente estereotipada na região irrigada9. A interrupção da irrigação sanguínea leva a falta de glicose e oxigênio aos neurônios necessário ao metabolismo, e isso provoca uma diminuição ou parada da atividade funcional na área acometida do cérebro. Quando se ultrapassa três minutos o cérebro sem suprimento sanguíneo cerebral, pode ocorrer uma alteração funcional irreversível, provocando uma necrose do tecido nervoso. O AVC pode ser causado por dois mecanismos o de oclusão arterial ou hemorragia. O mecanismo de oclusão arterial (trombose ou embolia). A trombose é caracterizada pelo bloqueio de uma artéria do cérebro, causado por um coágulo sanguíneo solido ou trombo que se forma dentro do sistema vascular ou placa arterosclerótida. Mecanismo de Hemorragia ocorre devido á ruptura de um vaso sanguíneo causando hemorragia intracerebral ou subaracnóidea11. 2.2 Tipos de AVE – Acidente Vascular Encefálico Isquêmico e Hemorrágico. O Acidente Vascular Encefálico Isquêmico: corresponde à morte do tecido encefálico causada por uma interrupção do fluxo sanguíneo para uma determinada região do encéfalo, 5 secundaria a oclusão de uma artéria cervical ou encefálica menos frequentemente, de uma veia do encéfalo1. Estes podem ser subdivididos: AVCi Trombótico: É causado pela aterosclerose e trombose cerebral .Este ocorre pelo desenvolvimento de um coágulo de sangue ou trombo no interior das artérias cerebrais ,causando isquemia. AVCi Embólico: É provocado por êmbolos, pequenas porções de matéria como coágulo, tecido adiposo,ar,bactéria ou outros corpos estranhos,liberados na corrente sanguínea e que se deslocam até as artérias cerebrais produzindo oclusão e isquêmia. AVCi Lacunar: É ocasionado por acometimento de arteríolas perfurantes que se ramificam a partir de grandes vasos11. O Acidente vascular Encefálico Hemorrágico ocorre quando a hemorragia cerebral e consequência de um fenômeno inverso ao da isquêmia: ocorrendo extravasamento de sangue e ruptura de estruturas cerebrais levando ao extravasamento sanguíneo dos vasos12. AVC Hemorrágico é subdivido: Hemorragia Subaracnóidea e Hemorragia Intracerebral. A Hemorragia Subaracnóidea: É provocada no espaço cheio de fluído entre o cérebro e a membrana aracnóide. Este Corresponde ao sangramento no espaço subaracnóideano, que circunda o encéfalo. O traumatismo constitui a causa mais comum de HSA (hipertensão arterial), A HSA (hipertensão arterial) espontânea decorre da ruptura de aneurismas saculares intracranianos. A Hemorragia intracerebral: Este tipo ocorre espontâneamente no interior do cérebro, no parênquima do encéfalo e nos ventrículos, devido à ruptura arterial, venosa ou de outras estruturas vasculares1. A hemorragia é causada nas partes mais profundas do cérebro. Ocorre geralmente em pacientes hipertensos, um problema que leva a um tipo particular de degeneração conhecida como LIPO-HIALINOSE, nas pequenas artérias profundas do cérebro. As paredes arteriais ficam enfraquecidas e com isso desenvolve pequenas herniações ou microaneurismas, que podem romper-se. O hematoma se espalha pelos planos sulcados da substância branca, assim formando uma lesão de massa substancial. O hematoma ocorre na região mais profunda do cérebro, comprometendo o tálamo, o núcleo lentiforme e a cápsula externa, com menos frequência o cerebelo e a ponte. Podendo romper-se no sistema ventricular, que leva ao óbito rapidamente. A auto- regulação vascular normal é perdida nas proximidades do hematoma, e uma vez que a própria lesão constitui massa considerável, a pressão intracraniana eleva-se subitamente. O paciente sobrevivendo a uma crise inicial pode sobreviver sinais hemiplégicos e hemi-sensoriais profundos. Um defeito de campo visual também pode tornar-se aparente. O prognóstico é grave, mas quando começa a se recuperar em geral, o paciente fica surpreendentemente bem quando o hematoma é reabsorvido. Supostamente são destruídos 6 menos neurônios do que nos acidentes vasculares isquêmicos, na maioria das vezes uma drenagem cirúrgica precoce pode ser bastante bem-sucedida, em especial o hematoma sendo localizado no cerebelo9. Principais síndromes relacionadas à oclusão das artérias cerebrais são Síndrome da Artéria carótida interna, síndrome da artéria cerebral média,síndrome arterial cerebral posterior,síndrome da artéria vertebrobasilar e a síndrome da artéria cerebral anterior.Neste contexto a síndrome da artéria cerebral anterior destaca-se por ser o menor dos dois ramos terminais da artéria carótida interna, esta realiza o suprimento do aspecto central do hemisfério cerebral (lobos frontal e parietal) e das estruturas subcorticais, incluindo os gânglios basais(cápsula interna anterior,núcleo caudado inferior), fórnix anterior os 4/5 anteriores do corpo caloso11. As características mais comuns dessa síndrome é a hemiparesia contralateral e a perda sensorial com maior envolvimento do membro inferior devido à inclusão da área funcional desta extremidade na organização somatotópica do aspecto central do córtex. Confusão mental, afasia (se for o hemisfério dominante) hemiplegia contralateral (com predomínio do MMII) Hemianestesia contralateral (com predomínio do MMII), apraxia de marcha, reflexo de sucção, reflexos depreensão e incontinência urinaria e fecal13. A artéria cerebral anterior: um dos ramos de bifurcação da carótida interna, a artéria cerebral anterior dirige-se para diante e para cima, ganha a fissura longitudinal do cérebro, curva-se em torno do joelho do corpo caloso e ramifica-se na face medial de cada hemisfério desde o lobo frontal ate o sulco parieto-occipital. Distribui-se também a parte mais alta da face súpero-lateral de cada hemisfério, onde se limita com o território da artéria cerebral media. A Obstrução de uma das artérias cerebrais anteriores causa em outros sintomas, paralisia e diminuição da sensibilidade no membro inferior do lado oposto devido à lesão de partes das áreas corticais motora e sensitiva que correspondem a perna e que se localizam na porção alta dos giros pré e pós-central (lóbulo paracentral)10. 2.3 Disfunções e Sequelas do AVE Dentre eles podemos classificá-lo em comprometimentos diretos e indiretos.sendo os indiretos: tromboembolismo venoso, rachaduras da pele, diminuição da flexibilidade, subluxação e dor ombro, distrofia reflexa simpática e descondicionamento e os comprometimentos diretos: déficits somato-sensitivos, dor, déficits visuais, distúrbio da fala e linguagem, disfunção perceptiva, disfunção cognitiva, distúrbios afetivos, diferença comportamentais, disfunção de bexiga e intestino e déficits motores14. 7 Dentre os comprometimentos supra citados em pacientes com AVE destaca-se o comprometimento no déficits motor em membros inferiores (MMII): A disfunção motora é um dos problemas mais frequentemente encontrados após o acidente vascular encefálico. O déficit motor é caracterizado por hemiplegia ou hemiparesia do lado oposto à lesão no hemisfério cerebral15. A hemiparesia é a forma mais evidente de sequela de AVE, sendo caracterizada pela perda do controle motor do lado contralateral ao afetado do encéfalo. Na hemiparesia, há perda da capacidade dos músculos controlarem o tronco, portanto, o indivíduo com, tem uma ausência ou déficit controle de equilíbrio. Durante os primeiros estágios do AVE, a flacidez sem movimentos voluntários é comum geralmente, essa condição e substituída pelo desenvolvimento de espásticidade, hiper-reflexia e padrões de movimento em massa, conhecidos como sinergismos16. 2.4 Hemiplegia e hemiparesia Uma das características relevantes da hemiplegia e hemiparesia é a fraqueza muscular, que é refletida pela incapacidade ou impedimento de gerar força em níveis normais e desejados. Pode ocorrer em razão da perda ou da diminuição das unidades motoras ou das mudanças fisiológicas no músculo plégico, seja pela desnervação, pela diminuição da atividade física, pelo desuso, repouso excessivo no leito e atrofia neurogênica17. A incapacidade física mais comum é a hemiplegia, definida como paralisia ou paresia de um domínio corporal. Os sintomas são resultantes de uma lesão em um hemisfério cerebral afetando um lado contralateral do corpo, e o desenvolvimento de sintomas de hemiparesia e/ou disfasia é rápido, com quadro inicial de hemiplegia flácida, evoluindo para espásticidade. Outras incapacidades decorrentes do AVC podem ser problemas de percepção, cognição, sensórias de comunicação que precisam ser considerados no tratamento14. O hemicorpo afetado cursa na sua fase aguda com fraqueza muscular, flacidez muscular, evoluindo normalmente para uma espásticidade, levando ao padrão postural hemiparético/hemiplégico crônico18. 2.5 Tratamento Fisioterapêutico PNF (Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva) O PNF é um recurso que pode ser indicado no tratamento desses pacientes, com o intuito de facilitar o movimento, melhorar a forca, controle e coordenação do movimento, promovendo reações do mecanismo neuromuscular por meio da estimulação dos proprioceptores. Dentre os princípios básicos e técnicas específicas utilizadas no método 8 destacam-se os movimentos em diagonais que partem do alongamento máximo associado ao reflexo de estiramento, o comando verbal e visual, a resistência aplicada à biomecânica corporal e irradiação de força. A combinação dos princípios e técnicas podem ser utilizadas de acordo com o grau de acometimento de cada individuo com o propósito de gerar respostas motoras adequadas19. A utilização do PNF em membros inferiores (MMII) se aplica em busca da funcionalidade e preparação para marcha. Esta técnica implica diretamente na forca e controle do movimento da musculatura, propiciando uma melhor desenvoltura nas fases da marcha, no equilíbrio, na segurança e na funcionalidade20. O objetivo do PNF é promover ganho da funcionalidade por meio da facilitação, do fortalecimento e do relaxamento de grupos musculares, utilizando para isto, contrações concêntricas, excêntricas e estáticas, somando-se á aplicação gradual de resistência e procedimentos facilitatórios, visando atingir as necessidades adequadas a cada individuo5. O PNF possui diversos efeitos fisiológicos dentre os quais, efeitos pós-descarga, somação temporal, somação espacial, irradiação, indução sucessiva e inervação recíproca servirão como método para recrutamento e reeducação muscular21. A utilização da exploração de reflexos posturais, o uso da gravidade para facilitar o movimento nos músculos fracos, contrações excêntricas para facilitar a atividade dos músculos agonistas, e padrões de diagonais do movimento para facilitar a ativação dos músculos são pontos abordados no PNF. O membro inferior tem duas diagonais: FlexãoAbdução-Rotação interna e Extensão-Adução-Rotação externa / Flexão – Adução-Rotação externa e Extensão-Abdução-Rotação interna de membros inferiores. Este tem como objetivo facilitar o movimento envolvendo nervos e músculos, trabalhando-se os receptores sensoriais que enviam informações relacionadas ao movimento e posicionamento corporal22’5. Fonte: http://de.geocities.com/kinderphysiotherapie/pnf.htm Figura 1: Diagonais dos Membros Inferiores 9 3. Metodologia O presente artigo teve como metodologia a pesquisa bibliográfica como ferramenta para adquirir e aprofundar conhecimentos quanto à fisioterapia aplicados à facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF), em pacientes com acidente vascular encefálico em membros inferiores. A pesquisa ocorreu durante o período de janeiro de 2015 a julho de 2015, com as palavras-chaves: acidente vascular encefálico, fisioterapia, PNF. Utilizando-se uma busca da literatura por meio de consulta nas bases de dados eletrônicos como Google acadêmico, Scielo além de livros para comprovação da eficácia do método fisioterapêutico. Os livros periódicos e artigos científicos foram adotados a partir do ano de 1977 progredindo até o Ano de 2013 e que estivessem relacionados ao tema. 4. Resultados e Discussão Este Trabalho teve como intuito mostra os benefícios da facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF), como técnica fisioterapêutica para tratamento de pacientes hemiparéticos acometidos por acidente vascular encefálico (AVE), onde encontramos livros, artigos e monografias que demonstram a eficácia da técnica no contexto da pesquisa. A facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF) é uma filosofia de tratamento criada na década de 1950 que parte do princípio de que cada indivíduo possui um potencial não explorado e de um enfoque positivista, apresentando técnicas específicas que visam o ganho de flexibilidade, a coordenação motora, o fortalecimento muscular e a estabilidade, quer seja axial ou apendicular, tendo efeitos positivos no programa de reabilitação neurológica, inclusive em pacientes hemipareticos23. A FNP é uma excelente técnica para treino de fortalecimento muscular, pois é baseada na aplicação de resistência para facilitar a contração muscular. A Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva é funcional para pacientes com as lesões do neurônio motor superior acompanhado de espasticidade, mas também pode ser utilizado para iniciar contração muscular em casos de lesão periférica e fraqueza muscular de qualquer etiologia em membros inferiores6. Os exercícios de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva visam aumentar a capacidade de amplitude de movimento e melhorar a capacidade da pessoa em responder de forma positiva ao esforço, assim as vantagens que decorrem da prática desses exercícios é a melhora nos déficits motores do indivíduo em membros inferiores comprometidos, de modo que ele possa conseguir enfrentar os desafios da vida diária24. 10 Também estão inclusos nesta terapia estímulos de percepção, que tem o objetivo de recuperar a amplitude de movimento, fortalecimento do membro inferior afetado e há melhora na coordenação para a execução dos treinos funcionais. Utilizar juntamente com estímulos visuais e comandos verbais podem ser úteis para conseguir o feedback do paciente durante a terapia25. A Facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF) tem o objetivo e sucessiva capacidade de promover ganho da funcionalidade por meio da facilitação do fortalecimento e do relaxamento de grupos musculares,utilizando para isto contrações concêntricas,excêntricas e estáticas,somando-se a aplicação gradual de resistência e procedimentos facilitatórios, visando atingir as necessidades adequadas a cada indivíduo5. A facilitação neuromuscular proprioceptiva utiliza-se da exploração de reflexos posturais, o uso da gravidade para facilitar o movimento nos músculos fracos, contrações excêntricas para facilitar a atividade dos músculos agonistas, e padrões de diagonais do movimento para facilitar a ativação dos músculos são pontos abordados do PNF22. Tendo membro inferior duas diagonais distintas com o objetivo de facilitar o movimento envolvendo nervos, músculos, receptores sensoriais que enviam informações relacionadas ao movimento e posicionamento corporal. Esta técnica se executada de forma correta pelo profissional fisioterapeuta tem sua eficácia garantida alcançando o objetivo proposta da pesquisa. Onde se podem evidenciar os efeitos da técnica de facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF), no fortalecimento muscular de membros inferiores em pacientes pós Acidente vascular encefálico (AVE). 5. Conclusão A Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva tem sido utilizada em programas de reabilitação, principalmente no tratamento de pacientes com disfunções do sistema nervoso central. Dentre este se destaca o Acidente Vascular Encefálico onde o tratamento com a Técnica proposta FNP, mostra consideráveis ganhos na funcionalidade, fortalecimento, relaxamento de grupos musculares e ainda trabalha de forma, mais dinâmica a contração muscular por meio de contrações concêntricas, excêntricas e estáticas. O Presente artigo foi elaborado através da Revisão Bibliográfica destacando-se os benefícios da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva em pacientes com sequelas sensóriomotora ocasionadas pelo AVE, permitindo assim identificar as principais complicações póslesão cerebral. Concluindo-se desta forma que o aprofundamento do presente estudo, seja utilizado como recurso fisioterapêutico em pacientes com incapacidades motoras,visto que os 11 achados referênciais, indicam que a realização adequada da técnica propicia independência motora aos pacientes submetidos a este tratamento. Tornando-se importante destacar que o domínio da técnica é de suma importância para a eficácia do tratamento, pois as diagonais devem respeitar a biomecânica corporal, os ajustes de resistência para cada caso, o posicionamento do paciente de forma confortável, o contato manual sem pressões com “Lumbrical grip”, o comando verbal necessário, para que no momento certo o paciente responda a solicitação de maior atividade do grupo muscular trabalhado. REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO 1. UCHINO,k; et al. Acidente Vascular Encefálico. University of Texas-Houston Stroke tean. Revinter Ltda, 2008. 2. PEREIRA, P, G; Abordagem Fisioterapêutica do AVE na Fase Flácida. Revisão Bibliográfica Faculdade Ávila, 2013. Disponível em www.portalbiocursos. Acesso em 08/04/2015 3. COSTA A.F; ARAUJO, L.D.S; ROCHA,V.M.R; Estado Neurológico e Cognição de Pacientes Pós-Acidente Vascular Encefálico. Artigo, 2009. www.scielo.br. Acesso em 14/06/2015. 4. SANTOS B.M. A; OLIVEIRA, P.T; PIEMONTE, P.E. 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