TÍTULO: A RELAÇÃO ENTRE A CRIMINALIDADE, O DESENHO E

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TÍTULO: A RELAÇÃO ENTRE A CRIMINALIDADE, O DESENHO E GESTÃO URBANA NAS CIDADES
MÉDIAS DO INTERIOR PAULISTA
CATEGORIA: EM ANDAMENTO
ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA
SUBÁREA: ARQUITETURA E URBANISMO
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE FRANCA
AUTOR(ES): ANA LAURA FRANÇA SANTANA, GABRIELA GIOLO TELINI
ORIENTADOR(ES): MAXIMILIANO ENGLER LEMOS
1.RESUMO
O presente trabalho se embasa na investigação, feita através de bibliografia e
estudo de caso, acerca da relação entre a criminalidade manifestada nas cidades
médias do interior paulista e fatores urbanísticos, bem como gestão e desenho
urbano. A pesquisa será elencada nas esferas históricas, sociais e práticas, com o
objetivo de prever possíveis intervenções e qualificações destes espaços.
2.INTRODUÇÃO
O termo criminalidade é a conceituação utilizada para retratar a associação
de delitos, ou seja, a relação espaço-temporal de comportamentos criminosos
(POSTERLI, 2000, p.22). Paralelamente, Gavira e Pages (FARIAS, 2005, p.170)
atestam que há uma clara proporcionalidade existente entre o índice de
criminalidade na cidade e o tamanho de determinada urbe.
No que tange a motivação para tal desvio de conduta, Shecaira (2014) afirma
que há quatro distintos pilares que estudam os agentes motivadores do ato
criminoso, sendo eles: clássico, positivista, correcionalista e por fim, Marxista. A
primeira linha de pensamento ressalta que o agente motivador da má conduta é a
própria escolha envolvida no processo. A corrente positivista observa que
determinismo biológico e/ou social são os responsáveis pelo ato criminoso.
Posteriormente, os correcionalistas diziam que a falta de autonomia positiva em
conjunto com a existência falha do indivíduo formavam o caráter criminoso em
questão. Por fim, o pensamento Marxista seria o responsável pela responsabilização
da sociedade e das lacunas nos pilares sociais acerca do delito.
Neste sentido, a principal finalidade desta investigação é aprofundar o estudo
acerca dos fatores que induzem o comportamento criminoso na estrutura social e
urbana das urbes médias interioranas do estado de São Paulo
3.OBJETIVO
Estudar e estabelecer a relação dos fatores urbanos com a criação de focos
de criminalidade incorporados nas cidades de médio porte no interior do estado de
São Paulo, bem como propor viáveis alternativas de melhoria após leituras projetuais
e conceituais relativas à problemática.
4.METODOLOGIA
A pesquisa foi dividida em duas etapas: conceitual e investigativa. A primeira
aborda as definições temáticas acerca da “criminalidade” e “desenho e gestão
urbana” separadamente, e, então, como e quais são os efeitos dessa associação; a
segunda refere-se a leituras projetuais de espaços onde a relação entre os conceitos
apresentados tenha sido examinada e desenvolvida de forma proveitosa.
5.DESENVOLVIMENTO
A relação social é fator primordial inerente à existência humana e tem como
consequência o aprimoramento individual e coletivo dos envolvidos (FORTES, 2011,
p.1). No entanto, há que se considerar o surgimento de fatores indesejáveis de tal
associação, bem como segregação, preconceito social, e criminalidade. Caliman
(1998, apud Caliman, 2008) ressalta que privação de pilares sociais são relevantes
fatores na construção do desvio comportamental.
Da vida social e suas projeções negativas, Morais (1981) afirma que um dos
mais relevantes aspectos é definido pelos sentimentos de medo e ira presentes no
homem atual. Enquanto a fúria promove o cansaço do indivíduo por colocá-lo
constantemente em situação de provável confronto, o temor inibe as reações
humanas desacelerando sinais vitais e cognitivos.
6.RESULTADOS PRELIMINARES
6.1. Resultados sociais
A segregação social é gerada a partir da segregação urbana, que, por sua
vez, tem como base a precária prestação de serviços públicos, a ineficiência do
planejamento e efetivação dos aparelhos urbanos (RIBEIRO, 2005, p.50).
Paralelamente, Villaça (1998, p.360) ressalta que a segregação é um fenômeno
geográfico onde a classe dominante desempenha sua soberania através do espaço
urbano. Logo, observa-se o âmbito espacial agindo sobre o social.
Segundo Lima & Vala (2004, p.402), o preconceito atinge historicamente os
grupos desfavorecidos projetando-se, principalmente, à diferentes raças e classes
sociais, de modo que características físicas e status sócio-econômico sejam tidos
como motivadores de comportamento excludente e discriminatório.
Morais (1981, p.16) afirma que as disparidades e injustiças sociais em
conjunto com valores morais depreciados e a objetificação dos valores pessoais
motivam um sentimento ambicioso e de insatisfação entre os moradores. Logo, o
indivíduo que não atinge as expectativas sociais de consumo legitima na
criminalidade a chance de equiparação social.
6.2. Resultados físicos e práticos
No que se refere aos aspectos físicos relativos as urbes e o comportamento
humano, Gehl (2014, p.99) propõe quatro principais ferramentas práticas destinadas
ao aprimoramento da vivencia e experiência dos locais de forma segura. Inicialmente
se faz substancial que a população seja encorajada a utilizar os espaços públicos,
sejam eles ruas, calçadas ou parques. Uma vez que um ambiente é devidamente
utilizado, nota-se a percepção de segurança e valorização do espaço. Como
segundo ideal, Gehl enfatiza a variedade de utilização dos lotes como uma forma de
garantir variados períodos e tipologias de uso, aumentando assim a vigilância no
local através da vivência. O terceiro pilar está embasado na tênue transição entre
espaços públicos, semi públicos e privados, de modo que harmonize o uso e
aprimore a sensação de segurança percebida no local. Finalmente, Gehl expõe a
importância do planejamento das vias públicas e da iluminação noturna das
mesmas, onde não somente a correta hierarquização das ruas e posicionamento de
placas auxiliem na localização do indivíduo, mas também proporcionem ambiente
mais convidativo e seguro para transito de pedestres.
7.FONTES CONSULTADAS
CALIMAN, G. Paradigmas da exclusão social. Editora Universa, 2008.
DE QUEIROZ RIBEIRO, L. C. Segregação residencial e segmentação social: o
“efeito vizinhança” na reprodução da pobreza nas metrópoles brasileiras. Cadernos
Metrópole, n. 13, 2005.
FARIAS, P. J. L. Ordem urbanística e a prevenção da criminalidade. Revista de
informação legislativa, Brasília, v.168, n.42, p.167-184, out/dez. 2005.
FORTES, W. Sociedade, Direito e controle social. Jus Navigandi, Teresina, ano 16,
n.
3100,
27
dez.
2011.
Disponível
em:
<http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8675>.
Acesso em: 05 mar. 2016.
GEHL, J. Cidades Para Pessoas. Tradução de Anita de Marco. 2 ed. São Paulo:
Perspectiva, 2013. 262 p.
LIMA, M. E. O. As novas formas de expressão do preconceito e do racismo. Estudos
de psicologia, [S.I], v.9, n.3, p.401-411, 2004.
MORAIS, Regis De. O que é violência urbana. São Paulo: Brasiliense 1981. 113 p.
POSTERLI, Renato. Violência urbana: abordagem multifatorial da criminogenese.
Belo Horizonte: Inédita, 2000.
SHECAIRA, S. S. Criminologia. 6.ed. rev. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014. 349 p.
VILLAÇA, F. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Nobel, 1998.
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