UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós Graduação “Lato Sensu” em Terapia Ocupacional: Uma Visão Dinâmica em Neurologia JOICE CARLA PAULO THOMAZ INSTRUMENTOS AVALIATIVOS DE FUNCIONALIDADE E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA Lins – SP 2012 JOICE CARLA PAULO THOMAZ INSTRUMENTOS AVALIATIVOS DE FUNCIONALIDADE E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Terapia Ocupacional: Uma Visão Dinâmica em Neurologia sob a orientação da Professora Mestre Maria Madalena Moraes Sant’Anna. Lins – SP 2012 Thomaz, Joice Carla Paulo Instrumentos avaliativos de funcionalidade e acidente vascular cerebral: revisão crítica da literatura / Joice Carla Paulo Thomaz. – – Lins, 2012. 76p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para Pós-graduação em Terapia Ocupacional: Uma Visão Dinâmica em Neurologia, 2012. Orientadora: Maria Madalena Moraes Sant'Anna 1. Acidente Vascular Cerebral. 2. Avaliação da Deficiência. 3. Terapia Ocupacional. I Título. CDU 615.851.3 JOICE CARLA PAULO THOMAZ INSTRUMENTOS AVALIATIVOS DE FUNCIONALIDADE E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA Monografia apresentada ao Centro Universitário ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de especialista em Terapia Ocupacional: Uma Visão Dinâmica em Neurologia. Aprovada em: ____/____/_______. Banca Examinadora: Profª. Mestre Maria Madalena Moraes Sant’Anna Terapeuta Ocupacional, Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. __________________________ Profª. Mestre Solange Aparecida Tedesco Terapeuta Ocupacional, Mestre em Saúde Mental pela Universidade Estadual de São Paulo, UNIFESP, SP. __________________________ Lins – SP 2012 AGRADECIMENTOS A Professora Mestre Maria Madalena Moraes Sant’Anna, por compartilhar conhecimentos e dispensar atenção e apoio no auxílio à realização desse trabalho. Ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, pelo oferecimento de um curso de pós-graduação em Terapia Ocupacional de qualidade. As coordenadoras do Curso de Pós Graduação Maria Madalena Moraes Sant’Anna e Rosana Maria Silvestre Garcia de Oliveira, pela dedicação e empenho para que obtivéssemos conhecimentos atuais e de extrema relevância à prática da Terapia Ocupacional. A bibliotecária do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Sandra, pelo auxílio na obtenção dos artigos selecionados e atenção dispensada. Aos meus pais, pelo apoio, incentivo, confiança e pelo infinito amor dedicado. As amigas: Daniela, Marina e Larissa, pela companhia e imensa amizade, por ocuparem um lugar sempre construtivo em minha vida pessoal e profissional. RESUMO Atualmente, o Acidente Vascular Cerebral é uma das principais causas de óbito no Brasil e a principal doença que leva um grande número de pessoas aos programas de reabilitação. As seqüelas podem ser de origem motora, cognitiva, sensorial e/ou perceptiva, o que influencia diretamente o desempenho e a capacidade funcional nas atividades cotidianas e, consequentemente, a participação social do sujeito e sua qualidade de vida. Os objetivos deste estudo foram identificar os instrumentos utilizados na avaliação da funcionalidade em pacientes pós-AVC e quais deles são mais utilizados por terapeutas ocupacionais no processo avaliativo. Uma busca foi realizada nas bases de dados Bireme, Medline e OT Seeker, na Revista Baiana de Terapia Ocupacional, nos Cadernos de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e na Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo (USP), no período entre 2007 e 2011. Foram utilizados os descritores em português acidente vascular cerebral, avaliação da deficiência e terapia ocupacional e na língua inglesa stroke, disability evaluation e occupational therapy. Dez artigos foram incluídos nessa revisão de acordo com os critérios de inclusão. Foram encontrados 12 diferentes instrumentos avaliativos. O mais frequente foi o Protocolo de Desempenho Físico de FuglMeyer, presente em 5 dos artigos selecionados, seguido da Medida de Independência Funcional e o Wolf Motor Function Test, ambos utilizados em 4 estudos. Observou-se a necessidade de publicações de estudos escritos por terapeutas ocupacionais brasileiros, já que dos 10 artigos analisados, apenas 1 é na língua portuguesa e realizado no Brasil. Espera-se que os achados desse estudo tenham contribuído para que os profissionais percebam que os instrumentos de avaliação devem ser mais divulgados e aplicados na prática clínica para direcionamento do tratamento e atualização constante dos objetivos de acordo com o quadro clínico do paciente, preocupando-se com a capacidade funcional como importante ferramenta no desempenho ocupacional, independência e qualidade de vida. Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral. Avaliação da Deficiência. Terapia Ocupacional. ABSTRACT Currently, stroke is a major cause of death in Brazil and the main disease that takes many people to rehabilitation programs. The sequels can be motor, cognitive, sensory and / or perceptual, which directly influences the performance and functional capacity in daily activities and, consequently, the individuals' social participation and quality of life. The objectives of this study were to identify the instruments used in the evaluation of functionality in poststroke patients and which ones are most commonly used by occupational therapists in the evaluation process. A search was conducted in Bireme, Medline and OT Seeker databases, Bahia Journal of Occupational Therapy, Occupational Therapy Jounal of the Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) and the University of São Paulo (USP) Journal of Occupational Therapy, in the period between 2007 and 2011. Descriptors in Portuguese were stroke, disability evaluation and occupational therapy. In English language, stroke, disability evaluation and occupational therapy. Ten articles were included in this review according to inclusion criteria. We found 12 different types of evaluative instruments. The most common protocol was Fugl-Meyer Motor Assessement, present in 5 of the articles, followed by the Functional Independence Measure and the Wolf Motor Function Test, both in four studies. There is a need to study publications written by occupational therapists in Brazil since among the 10 articles analyzed, only one is in Portuguese and held in Brazil. It is hoped that the findings of this study have contributed the professionals realize that evaluation tools should be further disseminated and applied in clinical practice for guiding the treatment and constant updating of objectives according to the patient's condition, caring for functional capacity as an important tool in occupational performance, independence and quality of life. Keywords: Stroke. Disability Evaluation. Occupational Therapy. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AIVD: Atividades Instrumentais da Vida Diária AMAT: Arm Motor Ability Test AOTA: Associação Americana de Terapia Ocupacional ARAT: Action Research Arm Test AVC: Acidente Vascular Cerebral AVDs: Atividades da vida diária AVE: Acidente Vascular Encefálico AVP: Atividades da Vida Prática BIT: Behavioural Inattention Test CAHAI: Chedoke Arm And Hand Activity Inventory CDT: The Clock Drawing Task CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde COPM: Medida Canadense de Desempenho Ocupacional EAPA: Escala de Avaliação Postural ECT: Escala de Comprometimento de Tronco EDT: Escala de Deficiências de Tronco EMTR: Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva ETCC: Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua EQVE-AVE: Escala de Qualidade de Vida para Acidente Vascular Encefálico ES: Extremidade superior EXCITE: Extremity Constraint-Induced Therapy Evaluation) FAM: Functional Assessment Measure FMA: Avaliaçaõ de Fugl-Meyer HM: Hand Mentor MAL: Motor Activity Log MAS: Motor Assessement Scale MEEM: Mini Exame do Estado Mental MIF: Medida de Independência Funcional NIHSS: National Institute of Health Stroke Scale OMS: Organização Mundial da Saúde OT-APST: Occupational Therapy Adult Perceptual Screening Test QV: Qualidade de Vida QVRS: Qualidade de Vida Relacionada à Saúde RMI: Rivermead Mobility Index RTP: Tarefa Repetitiva Prática SF-36: Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey SIS: Stroke Impact Scale SMAF: Sistema de Mensuração de Autonomia Funcional SSQOL: Questionário Específico de Avaliação da Qualidade de Vida para Doença Cerebrovascular TCI: Terapia de Contenção Induzida TEMPA: Test d'Évaluation des Membres Supérieurs de Personnes Âgées THMMS: Teste e Habilidade Motora do Membro Superior TMIM: Terapia de Movimento Induzido modificado TMRI: Terapia de Movimento por Restrição Induzida UFSCar: Universidade Federal de São Carlos USP: Universidade de São Paulo WMFT: Wolf Motor Function Test LISTA DE QUADROS QUADRO 1: Síntese dos artigos selecionados .......................................27 QUADRO 2: Instrumentos avaliativos utilizados .......................................50 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................9 2 OBJETIVOS .................................................................................................23 3 MÉTODO.......................................................................................................24 3.1 Critérios de inclusão................................................................................24 3.2 Critérios de exclusão...............................................................................25 3.3 Critérios de busca e seleção...................................................................25 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................. 26 5 DISCUSSÃO ............................................................................................... 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 55 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 57 1. INTRODUÇÃO Atualmente no Brasil, a principal doença que leva pessoas com incapacidades aos programas de reabilitação e se constitui em uma das causas mais frequentes de óbitos é o Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como Acidente Vascular Encefálico (AVE) ou popularmente como derrame (ARES, 2003; DELBONI; MALENGO; SCHIMIDT, 2010; FÁBIO; MASSARO, 2009; VOOS; VALLE, 2008). Gagliardi (2010) discute em seu trabalho a utilização das nomenclaturas AVC, AVE e derrame, este último mais conhecido popularmente e que deve ser citado ao se dirigir ao público leigo. A diferença entre o AVE e o AVC seria que o primeiro englobaria não apenas o cérebro, mas outras estruturas que constituem o encéfalo. O autor debate sobre o emprego dos termos citados e conclui que o termo AVC é mais conhecido tanto no meio médico como na população em geral e não causa dúvidas em relação à doença a qual faz referência. Por isso, ao longo deste trabalho utilizaremos o termo AVC para designar tal doença. O AVC é descrito como “um déficit neurológico de início súbito causado por um distúrbio vascular que acarreta a interrupção do fluxo sanguíneo para uma área específica, podendo ser isquêmico ou hemorrágico” (FARIA 2007, p. 188). O AVC isquêmico compreende cerca de 80% de todos os casos e pode ser causado por hipoperfusão sistêmica, trombose ou embolismo. Já o hemorrágico, abrange 20% dos casos e envolve a ruptura de uma parede vascular anormal ou danificada (FARIA, 2007; FERREIRA et al, 2007). Soriano e Baraldi (2010) também fazem referência à taxa de mortalidade que no Brasil situam-se entre a primeira e terceira causas, alem de ser um dos principais motivos de hospitalizações e incapacidades. Os autores Ares, (2003), Fábio e Massaro (2009), Faria (2007) e Ferreira et al (2007) relatam em seus estudos sobre os fatores de risco e os classificam como não modificáveis e modificáveis. Eles concordam que dentre os não modificáveis estão a idade, hereditariedade, sexo masculino, raça negra e AVC prévio. Logo, os que podem ser alterados ou controlados para prevenir o evento incluem a hipertensão arterial sistêmica, diabetes, tabagismo, consumo de álcool e drogas, obesidade, sedentarismo, uso de contraceptivos orais e doenças cardíacas. O AVC pode ocorrer em qualquer idade, porém, sua incidência aumenta com o envelhecimento, sendo a faixa etária mais acometida após os 65 anos. A doença já se tornou uma das maiores causas de aposentadoria por invalidez, levando o sujeito a enfrentar alterações em suas relações, em sua participação nas atividades cotidianas e sociais decorrentes das desordens de origem física e/ou cognitivas (DELBONI; MALENGO; SCHIMIDT, 2010; SCALZO et al, 2010; TSUKAMOTO et al, 2010). Scalzo et al (2010) apontam que 90% dos sobreviventes apresentam algum tipo de deficiência e referem que dentre as manifestações clínicas mais frequentes após o episódio destacam-se as alterações nas funções sensitivas, motoras, de equilíbrio e de marcha, além do déficit cognitivo e de linguagem. O prejuízo motor mais comum apresenta-se como hemiplegia, que compreende a alteração da força muscular no lado contrário à lesão cerebral, como concordam Tsukamoto et al (2010). Os déficits neuromusculares que surgem após o AVC dificultam ou até mesmo tornam impossível a realização de algumas atividades do dia a dia. O uso funcional do membro superior fica bastante comprometido dependendo da lesão, o que compromete a realização das Atividades da Vida Diária (AVDs) e, consequentemente, a qualidade de vida e participação social (SCALZO et al, 2010). As atividades desempenhadas por uma pessoa são descritas dentro de sete grandes áreas de abrangência, ou ocupação, que são: atividades da vida diária (AVD), atividades instrumentais da vida diária (AIVD), educação, trabalho, brincar, lazer e participação social. Incluídas na área das AVDs que geralmente é a mais atingida no indivíduo após o AVC estão as atividades: arrumar-se, higiene oral, banho, higiene no vaso sanitário, cuidados com aparelhos pessoais, vestir-se, alimentação e refeição, rotina de medicação, manutenção da saúde, socialização, comunicação funcional, mobilidade funcional e na comunidade, resposta a emergência e expressão (AOTA, 2002). Apesar dos maiores déficits se concentrarem nas AVD, os quadros se apresentam bastante diversos, bem como os prognósticos. Isso se explica pelo variado número de causas, a natureza do AVC e sua localização. Porém, em todos os casos é imprescindível observar o grau de comprometimento e incapacidade do paciente. Quanto mais precoce for iniciado o tratamento, melhor recuperação funcional poderá ser alcançada devido ao potencial de plasticidade cerebral até os seis meses após a lesão (ARES, 2003; FARIA 2007). Esta afirmação corrobora com as opiniões de Cecatto e Almeida (2010) quando descrevem que a melhora funcional das incapacidades apresentadas nos pacientes acontece, geralmente, nos primeiros meses após o evento, independente da etiologia do AVC. Após esse período, os autores destacam que a evolução está intimamente relacionada à idade do paciente, à etiologia e local da lesão e às comorbidades associadas. Desta forma, a reabilitação visa manter e/ou melhorar os ganhos funcionais e adquirir novas habilidades para o desempenho das atividades diárias. Além disso, o programa de reabilitação para uma pessoa incapacitada consiste no esforço para aumentar a funcionalidade, prevenir deformidades e aumentar a qualidade de vida (THAME et al 2010). Para que isso seja possível, este programa deve ser realizado por uma equipe interdisciplinar objetivando desenvolver, ao mesmo tempo, as áreas motoras, cognitivas, emocionais, sociais e familiares (CECATTO; ALMEIDA, 2010). Ferreira et al (2007, p. 174175) acrescentam aos objetivos de tratamento “promover a saúde e a independência, poupar energia, proporcionar prazer, qualidade de vida e reintegração na sociedade”. A equipe deve ser composta basicamente pelo médico fisiatra, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, enfermeiro, nutricionista e fonoaudiólogo. Desde o início, faz-se necessário o estabelecimento das metas e métodos do programa de reabilitação e das estratégias de intervenção de cada especialidade (CECATTO; ALMEIDA, 2010). O terapeuta ocupacional como integrante da equipe atua como facilitador da participação do indivíduo em suas ocupações nos diversos contextos de seu dia a dia (NEISTADT; CREPEAU, 2002), tendo na capacidade funcional o foco do seu trabalho. Cassiano (2008, p. 141) define capacidade funcional como a “habilidade independentemente, atividades da vida cotidiana”. para desempenhar, Como no paciente que sofreu um AVC as AVDs estão entre as ocupações mais prejudicadas, o papel do terapeuta ocupacional vem se firmando ao prezar por elas e pelo ótimo desempenho do sujeito em sua manutenção pessoal, objetivando melhorar a saúde e a qualidade de vida do sujeito e promover sua (re) inclusão efetiva na sociedade (CRUZ, 2010; ROGRIGUES; CAVALCANTI; GALVÃO, 2007). Mello et al (2004) propõem que o sucesso das intervenções aplicadas por terapeutas ocupacionais depende de como os profissionais definem os problemas relacionados à capacidade funcional e realizam o planejamento das intervenções. Por isso, é preciso compreender o sujeito que procura a reabilitação, sua história de vida, expectativas e avaliá-lo de forma a obter informações precisas sobre suas necessidades e possibilidades. Se pensarmos no vigente conceito de saúde que privilegia a função e não considera apenas a doença (FERREIRA et al, 2007) e no papel desempenhado pelo terapeuta ocupacional no processo de reabilitação do paciente após o AVC, como acima descrito, as avaliações voltadas à funcionalidade numa visão biopsicossocial, como proposto pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF, 2004) são de extrema relevância na prática deste profissional. À luz do modelo da CIF, o processo de avaliação deve se constituir no conceito ampliado de saúde, no qual a incapacidade está relacionada a uma determinada situação que abrange o ambiente, as estruturas e funções do corpo e o contexto pessoal do sujeito em questão, com influência direta no desempenho das atividades e na participação social (CIF, 2004). Pensando no conjunto de etapas que constituem o processo de reabilitação, a avaliação é realizada para analisar o desempenho nas atividades significativas para a pessoa em condições ambientais naturais e nos vários contextos em que vive (MAGALHÃES, 1997; NEISTADT, 2002). Mello et al (2004) e Neistadt (2002) concordam que a avaliação em terapia ocupacional visa estabelecer as prioridades da pessoa diante de seu quadro clínico e seus papéis ocupacionais para então descrever quais as dificuldades no desempenho ocupacional e em seus componentes de desempenho (musculoesquelético, neurológico, cardiopulmonar, simbólico, entre outros) relevantes para as queixas apontadas pelo paciente. Segundo a AOTA (2002), o desempenho ocupacional é definido como a capacidade para realizar as atividades do cotidiano, o qual depende da relação contínua e dinâmica entre os fatores pessoais, o contexto e a atividade. Geralmente, as avaliações são realizadas logo no início do tratamento, durante o processo de intervenção e ao término do mesmo. Este processo contínuo de avaliação auxilia o profissional a manter as prioridades do paciente sempre à frente do tratamento; atualizar dados e avaliar os progressos; modificar os objetivos, se necessário; documentar os ganhos, as necessidades de auxílio, os encaminhamentos indispensáveis e os procedimentos clínicos realizados durante todo o processo (NEISTADT, 2002). Para López (2001) existem diferentes métodos de avaliação que variam desde avaliações específicas de uma função até baterias de procedimentos para avaliação de diversas habilidades, incluindo instrumentos para verificação da funcionalidade nas áreas de desempenho. Stewart (2005) atribui ao terapeuta ocupacional a capacidade e responsabilidade de selecionar entre os diversos métodos avaliativos àquele mais apropriado as particularidades do indivíduo, considerando o propósito da avaliação e posterior intervenção, além de ser capaz de combinar métodos avaliativos diferentes que forneçam informações complementares. De um modo geral, encontram-se na literatura os seguintes métodos de avaliação: entrevista, observações clínicas, inventários e escalas, avaliações do modelo ecológico, avaliações transdiciplinares, baterias, avaliações não padronizadas e padronizadas. A entrevista é tida como parte importante do processo de avaliação, pois é o contato inicial com o paciente e sua família, início da construção da relação terapêutica. O terapeuta poderá reunir informações das percepções do paciente sobre suas dificuldades e prioridades, assim como da família e dos cuidadores. Geralmente é mais eficaz quando combinada a outros métodos avaliativos (LÓPEZ, 2001). Para este mesmo autor, as observações clínicas são utilizadas para reunir informações tão importantes quanto as avaliações padronizadas, além da obtenção de dados complementares quanto ao perfil do paciente, áreas de ocupação deficitárias e habilidades de desempenho. Hagedorn (2003) cita que as observações podem ser estruturadas, como em atividades determinadas e simulações, ou não estruturadas, que ocorrem nos contextos naturais. Os inventários e escalas são descritos, por Stewart (2005), como utilizados para reunir informações sobre o desenvolvimento do sujeito, desempenho funcional, interação com a família nos diversos contextos, entretanto poucos são padronizados e normatizados. Para Urbina (2007), os inventários são instrumentos não avaliados por escores, assim como questionários, levantamentos e lista de verificações. Já as escalas são instrumentos que possuem itens referentes à uma mesma habilidade, em ordem crescente de dificuldade, ou instrumentos que possuem diversos itens dentro de um tema de maior abrangência, que recebem valores mensuráveis. As avaliações do modelo ecológico são aquelas que focam a interação entre as habilidades físicas, mentais e psicossociais da pessoa com o ambiente, reunindo informações relevantes sobre o desempenho nos contextos. São avaliações que consideram a influência cultural e os valores da família, as demandas da tarefa e as expectativas de desempenho do indivíduo no ambiente (STEWART, 2005). As baterias são descritas como a reunião de diversos testes aplicados com um mesmo objetivo, que geram informações complementares (URBINA, 2007). As avaliações não padronizadas e padronizadas são apresentadas, por López (2001), como os procedimentos formais de avaliação. Estes são complementos da entrevista e observação, que direcionam a investigação do desempenho ocupacional, a maior responsabilidade da Terapia Ocupacional. As avaliações não padronizadas são descritas como subjetivas, sem instruções para aplicação ou interpretação de resultados, que ficam vulneráveis à experiência e julgamento do examinador. Os testes padronizados são àqueles que apresentam normas de aplicação, pontuação e interpretação de resultados, além da investigação estatística das propriedades psicométricas, que são definidas em relação à construção, confiabilidade e validade dos testes, assim como a adequação cultural. Os instrumentos de avaliação padronizados são destacados na literatura por fornecerem informações e resultados confiáveis e válidos, que irão complementar as demais informações obtidas durante todo o processo avaliativo (STEWART, 2005). Na literatura, observa-se o emprego de termos como “instrumento”, “medição”, “mensuração”, “avaliação”, “investigação”, para designar os métodos de avaliação padronizados (POLGAR, 2002). Segundo Urbina (2007, p.12), “o objetivo da padronização dos procedimentos é tornar tão uniformes quanto possíveis todas as variáveis que estão sob o controle do examinador”, o que inclui anular o máximo dos fatores externos influenciadores e fornecer informações quanto a administração, o contexto, avaliação e interpretação dos resultados, tornando o instrumento preciso no processo de testagem e uniformemente aplicado por diferentes examinadores em diferentes pacientes. A padronização também engloba o uso de padrões para a análise dos resultados, padrões estes advindos dos resultados obtidos na aplicação do instrumento na fase de desenvolvimento em um grupo de indivíduo, que servirão como referência para os resultados das testagens após finalizada sua padronização. Já a confiabilidade de um teste auxilia na seleção do instrumento mais apropriado à população alvo; determina os fatores potenciais para erro da testagem, principalmente para àqueles que possuem itens subjetivos; mostrase adequado para analisar a evolução do tratamento e revisão dos dados da avaliação inicial (URBINA, 2007). A validade determina o grau de eficácia com a qual o instrumento avalia o que se propõe a avaliar. O julgamento da validade centra-se na relação entre o que os escores medem e o que os examinadores esperam avaliar com o seu uso, sendo fundamental para a interpretação e compreensão dos escores do teste e das inferências realizadas com base nestes, a partir de fundamentos teóricos e empíricos do teste. Ser confiável não é sinônimo de ser válido, ou seja, o teste pode estar livre dos erros de mensuração, porém não ser adequado para realização de inferências com base nos escores (URBINA, 2007). A adequação cultural dos instrumentos de avaliação é necessária quando o examinador deseja aplicá-lo em uma população diferente para a qual foi desenvolvido. Considera-se que a seleção de conteúdo relevante do teste, sua construção e testagem das propriedades psicométricas são efetuadas em uma população específica, sendo que a utilização em indivíduos de diferentes culturas ameaça o processo de padronização. Isto ocorre devido à variação das expectativas comportamentais e de desempenho, que são moldadas pela cultura local, interferindo no escore e validade do teste, assim como na relevância de conteúdo dos mesmos (POLGAR, 2002). A escolha da avaliação utilizada depende do tipo do problema apresentado pelo sujeito e do treinamento do profissional (NEISTADT, 2002). Silva e Martinez (2002) completam que a utilização de ferramentas específicas para avaliação relaciona-se também com o setting terapêutico e com a linha teórica empregada pelo profissional. Como os profissionais de terapia ocupacional preocupam-se com o desempenho ocupacional de seus pacientes, ou seja, a capacidade de realizar satisfatoriamente as atividades de autocuidado, trabalho e lazer, faz-se necessário utilizar protocolos de avaliação que sugiram medir a função de forma a maximizar o desempenho ocupacional nos contextos vivenciados pelo sujeito (NEISTADT, 2002). Como já descrito acima, o quadro clínico do paciente que sofreu um AVC geralmente envolve algum tipo de comprometimento dos membros superiores e/ou inferiores, na linguagem, percepção, desordens sensoriais e cognitivas. Como estes déficits afetam diretamente a funcionalidade, o desempenho ocupacional nas atividades cotidianas e a participação social, é imprescindível o emprego dos procedimentos específicos de avaliação (GILLEN, 2005; MELLO et al, 2004). Neste aspecto, os argumentos de Magalhães (1997) corroboram com os apontados por Mello et al (2004). As autoras concordam que as avaliações cientificamente fundamentadas facilitam a congruência do que se avalia e do que se define como objetivo da terapia ocupacional, além de promover a comunicação efetiva do terapeuta ocupacional com a equipe multiprofissional, consolidar os procedimentos específicos da profissão e documentar a eficácia da prática. Neistadt (2002) complementa a ideia ao citar que os objetivos traçados para o tratamento devem ser sempre mensuráveis e vinculados ao desempenho ocupacional. Para tanto, para lançar mão destes protocolos de avaliação é importante verificar o propósito de uso, sua aplicabilidade e propriedades psicométricas citadas acima (MELLO et al, 2004). Alguns critérios para utilização dos protocolos são considerados pela autora, como: praticidade; apresentação de propriedades psicométricas adequadas; avaliação dos aspectos necessários à população a qual se destina; ser sensível o suficiente para permitir que as alterações no desempenho sejam documentadas; incluir a natureza das dificuldades do indivíduo para a função nas atividades de vida diária (AVD) e atividades da vida prática (AVP); medir a capacidade de desempenho na realização das atividades. Infelizmente, na terapia ocupacional há poucos instrumentos adequados aos propósitos e especificidades da profissão (MELLO et al, 2004). Tedesco (2002) acresce a afirmativa ao expor que, no Brasil, os terapeutas ocupacionais não têm utilizado os instrumentos de avaliação padronizados para avaliar resultados, nem se engajado no desenvolvimento de instrumentos específicos de desempenho ocupacional. Contudo, os profissionais utilizam geralmente testes desenvolvidos por outras áreas, o que pode ofuscar o diferencial da terapia ocupacional e dificultar a medida dos ganhos com o tratamento (MELLO et al, 2004). Cecatto e Almeida (2010) exploram em seu estudo os principais instrumentos de avaliação utilizados com pacientes pós- AVC e ressaltam que cada um deles deve ser selecionado de acordo com as características individuais do paciente e da etiologia da lesão. Dentre os instrumentos apontados pelas autoras, o National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS), utilizado para classificação da gravidade do AVC na fase aguda é considerado por elas como instrumento de avaliação quantitativa da deficiência (CECATTO; ALMEIDA, 2010). Esta escala avalia o estado neurológico de pacientes com AVC e permite uma avaliação quantitativa dos déficits neurológicos, sendo utilizada na valorização do seu caráter agudo, determinação do tratamento mais apropriado e previsão do prognóstico. Apresenta 11 itens: nível de consciência, linguagem, fala, somatognosia, campo visual, movimentação ocular, força, coordenação e sensibilidade. É traduzida e adaptada para o português e apresenta boa confiabilidade e aplicabilidade (SORIANO; BARALDI, 2010). Cecatto de Almeida (2010) ainda ressaltam que os instrumentos unificados de avaliação funcional das incapacidades usados pela equipe de reabilitação devem incluir a Medida de Independência Funcional (MIF) ou o Índice de Barthel, que se propõem a avaliar o grau de independência nas AVDs; a Fulg-Meyer Motor Scale, usada para avaliar quantitativa e qualitativamente as funções sensitivomotoras; Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey - (SF-36), usada para avaliar a qualidade de vida; a Functional Assessment Measure (FAM), que avalia o grau de independência nas AVDs relacionadas às funções cognitivas e comportamentais como atenção e memória. A MIF foi desenvolvida com o objetivo de medir o grau de solicitação de cuidados de terceiros que o sujeito exige para o desempenho de 18 tarefas motoras e cognitivas, divididas em subescalas: autocuidado, controle esfincteriano, transferências, locomoção, comunicação e cognição social. A pontuação varia de 0 a 7 (dependência total – independência) e é validada, traduzida e adaptada para o português (RIBERTO et al, 2001). Já Caneda et al (2006) afirmam em seu estudo que as escalas mais utilizadas para avaliar comprometimento após o AVC são o Índice de Barthel, o NIHSS e a Escala de Rankin. O primeiro é amplamente usado para avaliação da independência funcional e mobilidade, especificamente no cuidado pessoal, mobilidade, locomoção e eliminação, com pontuação de 0 a 100 com intervalos de 5 pontos (quanto maior a pontuação, maior a independência) (MINOSSO et al, 2010). A escala de Rankin visa avaliar o grau de independência em tarefas específicas no paciente com AVC. Foram incorporadas adaptações mentais e físicas aos déficits neurológicos e a pontuação proporciona saber se o paciente consegue cuidar de si próprio na vida cotidiana. Foi traduzida e adaptada por Guimarães e Guimarães em 2004 e sua aplicabilidade e confiabilidade foram testadas mostrando ser um instrumento válido e aceitável clinicamente (SORIANO; BARALDI, 2010). O Protocolo de Desempenho Físico de Fugl-Meyer ou Avaliação de Fugl-Meyer (FMA), avalia cinco dimensões do comprometimento, incluindo três aspectos do controle motor como a amplitude de movimento articular, dor, sensibilidade, comprometimento motor da extremidade superior e inferior, e equilíbrio. Os dados são pontuados em uma escala ordinal de 3 (0 = não pode ser realizado; 1= realizado parcialmente; 2 = realizado completamente) aplicada para cada item, totalizando 226 pontos. (CACHO; MELO; OLIVEIRA, 2004; CAVACO; ALOUCHE, 2010; MAKI, et al, 2006). Outros estudos apontam protocolos de avaliação utilizados com pacientes após o AVC, como os de estudos de tradução e adaptação para a cultura brasileira: Stroke Especific Quality os Life Scale (SSQOL), desenvolvido para medir a qualidade de vida de indivíduos com sequelas de AVC, contendo 49 itens distribuídos em 12 domínios (energia, papel familiar, linguagem, mobilidade, humor, personalidade, autocuidado, papel social, raciocínio, função de membro superior, visão e trabalho/produtividade) (LIMA, R. et al, 2008). A escala foi validada por Santos (2007). Yoneyama et al (2008) também apresentam um estudo de validação para a versão brasileira da Escala de Avaliação Postural para pacientes após o AVC (EAPA). A escala avalia o controle postural partindo das posturas deitado, sentado e em pé e é derivada dos domínios equilíbrio e mobilidade do Protocolo de Desempenho Físico de Fugl-Meyer, mas se diferencia pela ausência dos itens de reação de proteção. Da mesma forma, Lima, M. et al (2008) traduzem para o português e validam a Escala de Comprometimento de Tronco (ECT), que propõe mensurar os aspectos quantitativos do comprometimento do tronco do paciente hemiplégico ou hemiparético pós AVC. Verifica sete itens: força muscular abdominal e verticalidade, percepção de verticalidade do tronco, força de rotação dos músculos do tronco para o lado afetado e não afetado, além das reações de endireitamento de ambos os lados. Castelassi et al (2009) traduzem e validam a Escala de Deficiências de Tronco (EDT), que é composta por 17 itens agrupados em 3 subescalas: equilíbrio estático (3 itens), dinâmico (10 itens) e coordenação na postura sentada (4 itens). Os pacientes têm três tentativas para realização de cada tarefa e as pontuações das subescalas são, respectivamente, 7, 10 e 6. A pontuação total varia de zero (pior função de tronco) a 23 (melhor função de tronco). O instrumento Rivermead Mobility Index (RMI), validado e adaptado transculturalmente para a língua portuguesa e para o contexto cultural brasileiro por Pavan et al (2009), quantifica a incapacidade funcional após o AVC, avaliando habilidades funcionais como marcha, equilíbrio e transferências. A Motor Assessment Scale (MAS) objetiva designar a função motora de pacientes pós AVC por meio de 8 tarefas motoras: passar de supino para decúbito lateral, supino para sentado, equilíbrio sentado, sentado para ortostase, marcha, função de membros superiores, movimentos das mãos e atividades manuais avançadas. Conte et al (2009) avaliaram a confiabilidade da MAS na versão em português com resultados positivos. Para avaliação dos membros superiores em pacientes que sofreram AVC, Saliba et al (2008) propõe o uso do Motor Activity Log (MAL), para avaliar a habilidade motora do membro superior afetado no dia a dia do indivíduo. Este instrumento não é encontrado na língua portuguesa, mas os estudos das autoras acima citadas descrevem que a avaliação tem propriedades adequadas à população brasileira. Além desta avaliação, o Wolf Motor Function Test (WMFT), avalia o membro superior de adultos com hemiparesia combinando medidas de tempo e qualidade de movimento em movimentos isolados e em atividades funcionais, 17 tarefas em sequencia, como descreve Pereira et al (2011) em seu estudo de confiabilidade da versão brasileira. As autoras se referem ainda ao Test d'Évaluation des Membres Supérieurs de Personnes Âgées (TEMPA), que avalia a função focal do membro superior pelo tempo, escore funcional e análise da tarefa pontuada por observação do desempenho e inclui 4 tarefas unilaterais e 4 bilaterais de AVDs para avaliar as limitações nas atividades. Ferreiro, Santos e Conforto (2010) apresentam um estudo de avaliação das propriedades psicométricas da versão em português do teste de JebsenTaylor para adultos com hemiparesia leve para o uso funcional da mão em algumas atividades cotidianas. O teste é composto por 7 subtestes, incluindo escrita, virar cartas, pegar pequenos objetos, simulação de alimentação, empilhar blocos, pegar objetos leves e pegar objetos pesados. A pontuação é definida pelo tempo de execução das tarefas. Outros instrumentos são apontados no estudo de Cavaco e Alouche (2010), como o Action Research Arm Test (ARAT) - Teste de Pesquisa-Ação do Braço, o qual contém 19 itens subdividos em 4 subescalas, sendo que 6 itens avaliam a capacidade de apertar objetos, 4 itens a capacidade de segurar, 6 itens avaliam a pinça e os 3 itens restantes avaliam a motricidade ampla. O escore varia de 0 a 57 pontos e quanto maior a pontuação, melhor o desempenho do indivíduo. Esta escala é validade na língua inglesa e ainda não foi traduzida ou validada para o português. Estas autoras ainda revelam outros instrumentos utilizados para avaliação do membro superior após o AVC, como o Chedoke arm and hand activity inventory (CAHAI) - Inventário de Atividade de Braço de Chedoke; a Arm motor ability test (AMAT) e o Functional Autonomy Measurement System (SMAF) - Sistema de Mensuração de Autonomia Funcional. O CAHAI avalia a extremidade superior e mão em tarefas funcionais de indivíduos com AVC, porém não é validade para o português. Sua confiabilidade, validade e sensibilidade foram confirmadas, de forma que é apta a discriminar e mensurar o comprometimento motor, bem como distinguir possíveis mudanças ocorridas ao longo do tratamento. Consiste na realização de 13 tarefas funcionais que incluem atividades unilaterais e bilatérias, pinça e preensão. O escore varia de 13 a 91 pontos e quanto maior a pontuação, maior a independência (CAVACO; ALOUCHE, 2010). O AMAT foi traduzido para o português como THMMS em 2006 (Teste e Habilidade Motora do Membro Superior) e mensura aspectos quantitativos e qualitativos das AVDs que envolvem o membro superior em indivíduos que sofreram AVC. É composto por 13 tarefas que reproduzem atividades cotidianas, avaliadas em uma escala de zero a 5, nos itens: habilidade funcional (capacidade de executar uma meta); qualidade do movimento (quão bem o movimento da tarefa foi executado). O tempo é cronometrado, sendo o limite para atividades unilaterais de 1 minuto e 2 minutos para as bilaterais. Caso ultrapasse o tempo limite, apenas a qualidade do movimento é considerada (CAVACO; ALOUCHE, 2010). O SMAF avalia a autonomia do indivíduo e é composta por 29 itens divididos em 5 subitens: atividades de vida diária, mobilidade, comunicação, função mental e atividades instrumentais de vida diária. O escore varia de zero a 87, sendo que quanto maior o escore, mais dependente é o paciente. É um instrumento confiável, porém não há tradução e validação dessa escala para o português do Brasil (CAVACO; ALOUCHE, 2010). Soriano e Baraldi (2010) citam ainda outros instrumentos que podem ser usados em pacientes que sofreram AVC, como a Escala de Equilíbrio de Berg, a Canadian Neurological Scale, a Dynamic Gait Índex, a European Stroke Scale, a Frenchay Activities Index, a Hemispheric Stroke Scale, a Motricity Index, a Timed up and go e Trunk Control Test. Essas avaliações ainda não são traduzidas, validadas e adaptadas para a população brasileira, com exceção da Escala de Equilíbrio de Berg. Destes instrumentos avaliativos acima citados, os que são validados, adaptados e tem sua aplicabilidade na população brasileira são: NIHSS, MIF, Índice de Barthel, Fugl-Meyer, Escala de Rankin, EAPA, ECT, TEMPA, THMMS, Escala de Equilíbrio de Berg e EDT. Destes 11 instrumentos, 5 são escalas genéricas e 6 são específicos para aplicação em indivíduos com AVC: Fugl-Meyer, THMMS, NIHSS, ER, EAPA e ECT (SORIANO; BARALDI, 2010). Como o foco da terapia ocupacional é o desempenho e a capacidade funcional do indivíduo nas atividades cotidianas e já que isto está prejudicado na maioria dos pacientes pós-AVC, a proposta deste trabalho fundamenta-se no processo avaliativo que embasa o processo de reabilitação para esta população. Para tanto, a proposta consiste em realizar uma revisão crítica da literatura para identificar quais os instrumentos de avaliação podem ser usados com esta clientela e identificar quais deles são atualmente mais aplicados por terapeutas ocupacionais em estudos publicados. A busca por estas publicações pode indicar, além dos instrumentos mais utilizados no processo avaliativo por terapeutas ocupacionais, os resultados quantitativos e/ou qualitativos indicados por tais instrumentos após as intervenções realizadas, podendo ou não favorecer efetivamente os objetivos do tratamento de terapia ocupacional e o direcionamento do processo terapêutico. 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Identificar quais os instrumentos de avaliação de funcionalidade são utilizados por terapeutas ocupacionais com pacientes adultos que sofreram AVC. 2.2 Objetivos Específicos o Conhecer os instrumentos usados para avaliação funcional de pacientes pós-AVC; o Verificar a especificidade dos instrumentos de avaliação utilizados na prática do terapeuta ocupacional no atendimento de pacientes pós-AVC. 3 MÉTODO O método empregado no desenvolvimento deste estudo consiste em revisão crítica da literatura sobre os instrumentos de avaliação utilizados por terapeutas ocupacionais no tratamento de pacientes pós-AVC. A pesquisa bibliográfica, segundo Gil (1999) tem por objetivo obter novos conhecimentos sobre determinado assunto através de procedimentos científicos. Alves-Mazzoti (2004), complementa que a revisão de literatura é de fundamental importância para a análise do que já há escrito sobre o mesmo tema da pesquisa e para a realização de discussões sobre o referencial teórico encontrado. Ela possibilita que o pesquisador contextualize o problema, selecione e discuta os dados que considera relevante para seu estudo. Mancini e Sampaio (2006) descrevem a revisão de literatura como uma síntese e análise de informações contidas em publicações e estudos sobre um tema específico. Complementam citando a revisão crítica de literatura como uma das formas de revisão, na qual o objetivo é que o autor resuma, analise e sintetize as informações sobre o assunto de interesse disponível na literatura. 3.1 Critérios de busca e seleção A busca para revisão de literatura foi realizada nas bases de dados eletrônicas Bireme, Medline e OT Seeker, na Revista Baiana de Terapia Ocupacional, nos Cadernos de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e na Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo (USP), no período entre 2007 e 2011. Nas bases de dados eletrônicas Bireme e Medline buscaram-se publicações em português e inglês com os seguintes descritores: Acidente Cerebrovascular, Avaliação da Deficiência e Terapia Ocupacional e Stroke, Disability Evaluation e Occupational Therapy resultando em 5 artigos na Bireme e 21 na Medline, selecionados após análise, respectivamente, 0 (nenhum) e 7 artigos. Ainda na base de dados Bireme, realizou-se nova busca para englobar todas as possibilidades para localização de estudos, utilizando os descritores: Acidente Cerebrovascular, Avaliação e Terapia Ocupacional e na língua inglesa Stroke, Evaluation e Occupational Therapy resultando 15 artigos dos quais foram selecionados apenas um. Foi realizada também busca na base de dados OT Seeeker, específica de Terapia Ocupacional. Utilizou-se o descritor Stroke e foi excluído da busca publicações de revisão de literatura. Dos 6 artigos encontrados de estudos randomizados, foi selecionado 1 artigo. Nas revistas de Terapia Ocupacional acima citadas, a busca foi realizada também nas edições entre 2007 a 2011, porém foi selecionado apenas 1 artigo da Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, de acordo com os critérios estabelecidos. Na pesquisa, foram encontrados, ao todo, 10 artigos científicos para análise e discussão, apresentados a seguir. 3.1 Critérios de inclusão Para este estudo utilizamos estudos randomizados, transversais, pré e pós teste e estudos de caso que contemplavam o tema de interesse, contendo relatos acerca da utilização de determinados instrumentos de avaliação no tratamento de reabilitação da Terapia Ocupacional com pacientes adultos pósAVC, explicitando pelo menos um instrumento avaliativo no resumo do artigo. 3.2 Critérios de exclusão Foram excluídos os estudos de revisão de literatura, estudos de tradução e adaptação de instrumentos e de padronização e validade, bem como estudos de avaliação de confiabilidade e avaliação das propriedades psicométricas pela utilização dos mesmos na primeira parte do trabalho que consistiu no levantamento bibliográfico sobre o tema. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Foram realizadas leitura e análise dos artigos selecionados para comparação entre as publicações e exame do conteúdo de cada estudo. Todos eles têm relação ao tema proposto e citam, pelo menos, um instrumento de avaliação na intervenção realizada junto ao paciente com AVC. Os 10 artigos selecionados para este estudo foram expostos em síntese no quadro 1 a seguir, com apresentação do nome dos autores, objetivos do trabalho, método utilizado e resultados encontrados. O quadro 1 procura favorecer o conhecimento dos assuntos abordados em cada artigo selecionado para posterior discussão, destacando os instrumentos de avaliação encontrados em cada um dos estudos, sendo eles: Avaliação de Fugl-Meyer, Wolf Motor Function Test, Medida de Independência Funcional, Índice de Barthel, Mini Exame do Estado Mental, Medida Canadense de Desempenho Ocupacional, Motor Activity Log, Behavioural Inattention Test, Escala de Aswhorth Modificada, Teste da Caixa de Blocos e Stroke Impact Scale. Quadro 1 – Síntese dos Artigos Selecionados AUTOR OBJETIVO MÉTODO RESULTADOS CONCLUSÃO Kakuda W; Abo M; Kobayash i K; Takagishi T; Momosak i R; Yokoi A; Fukuda A; Ito H; Tominaga A Esclarecer se a eficácia da combinação de baixa freqüência de estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) e terapia ocupacional intensiva (TO) depende da Estudo comparativo retrospectivo, realizado com cinqüenta e dois pacientes com AVC com hemiparesia de membro superior. Com base na fase Brunnstrom para mãodedos na admissão, os A pontuação da avaliação FuglMeyer aumentou significativamente em todos os pacientes, mas o aumento da pontuação foi significativamente maior no grupo Fase 4 de Brunnstrom do que nos outros dois. Do mesmo modo, o tempo O protocolo de 15 dias de baixa freqüência EMTr e a TO intensiva é potencialment e promissora na melhora da função motora do membro superior acometido. A extensão da melhoria (2011) gravidade da hemiparesia de membro superior após acidente vascular cerebral (tradução nossa). pacientes foram divididos em grupos. Durante uma internação de 15 dias, cada paciente foi submetido a 22 sessões de 20 minutos a EMTr de baixa freqüência que foi aplicado para o hemisfério não-lesional e 120 minutos de TO intensiva. A função motora do membro superior afetado foi avaliada com a avaliação de Fugl-Meyer e o Wolf Motor Function Test (WMFT) nos dias de admissão e descarga (tradução nossa). de desempenho WMFT diminuiu significativamente em todos os pacientes, mas a diferença de extensão da redução foi significativa entre Fase 3 e 4 e entre Fase 3 e Fase 5 (tradução nossa). motora através da intervenção pareceu ser influenciada pela gravidade da hemiparesia do membro superior à entrada do estudo (tradução nossa). Horn SD; Deutsche r D; Smout RJ; DeJong G; Putman K Descrever diferenças raciais entre negros e brancos em características do paciente, terapias auxiliares, fisioterapia, terapia ocupacional, e os resultados Estudo multicêntrico observacional prospectivo de reabilitação pós-AVC. Seis centros de reabilitação de internação dos Estados Unidos subdividiram pacientes Significativas diferenças entre negros e brancos fora identificadas em várias características dos pacientes e da intensidade de cuidados de reabilitação. Para pacientes com acidente vascular cerebral As razões das diferenças nos cuidados de reabilitação entre indivíduos negros e brancos devem ser investigadas para entender a escolha dos clínicos no (2010) Kim DY; Lim JY; Kang EK; You DS; Oh MK; funcionais no momento da alta na reabilitação do acidente vascular cerebral (tradução nossa). negros e brancos (n=732) em subgrupos 104-107 para cursos moderados (n = 397), e 108 a 114 para cursos graves (n = 335). Principais medidas de resultado: Medida de Independência Funcional – FIM (tradução nossa). moderada, os indivíduos negros eram mais jovens, tinham maior probabilidade de ser mulheres, e tiveram mais hipertensão e obesidade. Para pacientes com acidente vascular cerebral grave, os indivíduos negros eram menos doentes e tiveram escores mais elevados de admissão da MIF. Indivíduos brancos receberam mais tempo por dia de terapia ocupacional, embora os indivíduos negros tinham fisioterapia significativamente maior que a duração da sessão de terapia ocupacional. Não houve diferenças entre negros e brancos em resultados não ajustados de reabilitação pós AVC (tradução nossa). tratamento por raça. No entanto, não encontramos diferenças entre negros e brancos em resultados não ajustados de reabilitação pós- AVC (tradução nossa). Testar a hipótese de que 10 sessões de estimulação transcraniana Dezoito pacientes com AVC subagudo com deficiência Os escores basais da Avaliação FuglMeyer e Índice de Barthel Nossos resultados sugerem um efeito potencialment Oh BM; Paik NJ (2010) Cooke DM; Gustafss on L; por corrente contínua combinada com a terapia ocupacional obtem melhora da função motora do membro superior parético através da simulação da estimulação em pacientes com acidente cerebrovascular subagudo (tradução nossa). motora da mão foram aleatoriamente designados para uma das três sessões de 10 dias de (a) estimulação transcraniana por corrente contínua sobre o córtex motor afetado, (b) estimulação transcraniana por corrente sobre o córtex motor não afetado, ou (c) estimulação placebo. O comprometime nto motor dos membros superiores e o estado funcional global foram avaliados com a Avaliação de Fugl-Meyer e o Índice de Barthel modificado no início do estudo, um dia após a estimulação, e 6 meses após a estimulação (tradução nossa). Modificado foram comparáveis em todos os grupos. Em 6 meses de seguimento, a estimulação catódica transcraniana por corrente levou a uma melhoria da Avaliação FuglMeyer do que o procedimento simulado (tradução nossa). e benéfico da estimulação cortical nãoinvasiva durante o treinamento motor de reabilitação de pacientes que sofreram acidentes vasculares cerebrais subagudos (tradução nossa). O objetivo deste estudo foi explorar as relações da 197 pessoas com AVC foram recrutadas de O MEEM correlacionou-se significativamente com o Teste do A capacidade de um cliente no CDT podem ser Tardiani DL (2010) habilidade para o teste do desenho do relógio e as principais variáveis clínicas, incluindo a cognição, independência funcional, tipo e lado da lesão, o curso de educação e idade (tradução nossa). 12 hospitais de reabilitação. O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e a Medida de Independencia Funcional (MIF) foram utilizadas pelo terapeuta ocupacional no tratamento (tradução nossa). Desenho do Relógio. Na análise multivariada, uma relação significativa foi encontrada com a idade, Medida de Independência Funcional - motor e do lado do acidente vascular cerebral. A idade demonstrou a correlação mais forte com a capacidade do teste do desenho do relógio e maior declínio foi de cerca de 70 anos de idade (tradução nossa). afetados pela insuficiência resultante a partir do acidente vascular cerebral em si, mas a contribuição do envelheciment o normal e o declinio das capacidades cognitivas deve ser também considerado. Os resultados demonstram que o CDT pode ser um útil para demonstrar limitações cognitivas e funcionais e que pode ser usado para guiar avaliação mais completa após o AVC (tradução nossa). Hayner K; Gibson G; Giles GM Os autores compararam a eficácia da terapia de movimento por restrição induzida (TMRI) com o tratamento bilateral de igual intensidade para a disfunção das extremidades Estudo de intervenção randomizado com estratificação por gravidade da disfunção do membro superior. Doze adultos foram tratados com 6 horas de terapia Melhorias significativas foram encontradas nas pontuações da WMFT e COPM ao longo do tempo em ambos os grupos. Nenhuma diferença significativa A intensidade da terapia ocupacional com uma TMRI ou uma abordagem bilateral pode melhorar a função do membro superior em pessoas com disfunção (2010) Pereira, N D; Menezes, I M; Anjos, S M (2010) superior crônica causada por AVC (tradução nossa). ocupacional em 10 dias mais prática adicional em casa. Seis participantes usavam uma luva no membro superior intacto, e 6 participantes foram levados a usar ambos o membros superiores. O Wolf Motor Function Test (WMFT) e a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) foram administrados antes e depois do tratamento e em 6 meses de seguimento (tradução nossa). entre grupos foram encontradas Avaliar a capacidade da Terapia por Contensão Induzida (TCI) em ampliar a capacidade funcional de um indivíduo com sequela de hemiparesia crônica após AVE quando comparados àqueles que receberam tratamento convencional, com protocolos modificados. Estudo de caso único. Sugerem que os aspectos comportamentais pertencentes à técnica têm grande influência nos bons resultados e a TCI pode ter maior ação nas atividades de vida diária de pacientes com hemiplegia quando aplicados todos os três tipos de intervenção em que consiste. O paciente foi avaliado pela Motor Activity Log (MAL) e pelo Wolf Motor Function Test (WMFT). na WMFT (tradução nossa). crônica após o AVC. Intensidade do tratamento ao invés de restrição pode ser o fator crítico terapêutico (tradução nossa). Espera-se que a técnica seja divulgada na íntegra no Brasil para que possa dar continuidade ao trabalho de modo que os resultados obtidos sejam compatíveis aos da literatura mundial pela equivalência da intervenção proposta. Tsang MH; Sze KH; Fong KN (2010) Analisar a técnica eyepatching em olho direto, para comprovação da eficácia na redução da negligência unilateral e melhora da capacidade funcional, buscando investigar a eficácia da terapia ocupacional associada à técnica no tratamento de pacientes com negligência unilateral pós AVC (tradução nossa). Ensaio randomizados controlado. Método exploratório e pesquisa quantitativa com 35 pacientes recrutados em grupos de intervenção e controle. O estudo foi realizado durante 4 semanas, onde o grupo de intervenção recebeu tratamento da terapia ocupacional convencional mais a técnica de eyepatching e o grupo controle recebeu apenas tratamento convencional. Foram realizados os testes de Behavioural Inattention Test (BIT) e a Medida de Independência Funcional (MIF) na admissão e alta (tradução Foi verificada melhora maior no teste BIT no grupo de intervenção, porém, quanto à MIF não houve diferença significativa entre os dois grupos (tradução nossa). A técnica eyepatching auxilia na redução da negligência, porém não foi confirmada melhora significativa na função (tradução nossa). nossa). Rosenstei n L; Ridgel AL; Thota A; Samame B; Alberts JL (2008) Descreve o efeito de um dispositivo robótico combinado com tarefas repetitivas práticas (RTP) na extremidade superior em um paciente com acidente vascular cerebral crônico (tradução nossa). O cliente: uma mulher de 32 anos, 11 meses após o AVC, com movimentos de punho mínimos e movimento dos dedos. Ela recebeu cerca de 48 horas de intervenção dividida igualmente entre um dispositivo robótico e RTP durante 3 semanas. As medidas avaliativas adotadas incluem o Wolf Motor Function Test (WMFT), a porção de extremidadesuperior da Fugl-Meyer Motor Assessment (FMA), e a Escala Modificada de Ashworth. (tradução nossa). Os escores favoráveis no WMFT foram observados. Amplitude de movimento ativa, do pré ao pósintervenção, aumentou em 35 graus no ombro, 65 graus no punho, e 70 graus no polegar. Análise cinética de uma tarefa bimanual de destreza indicou melhor especificação de captar forças para ambos os membros (tradução nossa). A utilização combinada de RTP e dispositivo robótico foi eficaz para ganho funcional de movimento da extremidade superior mais afetada como observado por melhorias nas medidas de ombro e testes de destreza bimanual. (tradução nossa). Carmeli E; Peleg S; Bartur G; Elbo E; Vatine JJ Avaliou o benefício potencial terapêutico do uso de HandTutor em combinação Estudo piloto randomizado e controlado, com um avaliador cego. 31 pacientes com Após 15 sessões de tratamento consecutivas, uma significativa melhora foi observada no grupo Os resultados desta investigação piloto sugere um estudo mais aprofundado (2011) com a reabilitação tradicional em população pósAVC sub-agudo. O estudo compara o grupo experimental recebendo terapia tradicional combinada com o tratamento HandTutorTM, contra um grupo controle, recebendo apenas a terapia tradicional (radução nossa). AVC na fase sub-aguda, foram aleatoriamente distribuídos a um dos dois grupos (experimental ou de controle) em conjuntos de três. O grupo experimental (n = 16) foram submetidos a um programa de reabilitação da mão usando o HandTutorTM combinada com a terapia tradicional. O grupo controle (n = 15) receberam apenas a terapia tradicional. Os esquemas de tratamento para ambos os grupos eram de igual duração e frequência. Foram avaliados utilizando três indicadores: Teste Brunnstrom, Fugl-Meyer Assessement, (FM), teste da caixa de blocos e de experimental (95%) em comparação com o grupo controle (tradução nossa). da utilização do HandTutorTM em combinação com terapia ocupacional tradicional e fisioterapia durante a reabilitação funcional do acidente vascular cerebral (tradução nossa). melhoria, tal como determinado pelo software HandTutorTM (tradução nossa). Wu CY, Chen CL, Tsai WC, Lin KC, Chou SH (2007) Analisar os benefícios da terapia de movimento por restrição induzida modificado (TMRI) sobre a função motora, função diária, qualidade de vida relacionada a saúde (QV) em idosos sobreviventes de AVC (tradução nossa). Dois grupos randomizados controlados, com medidas pré e póstratamento. realizado em clínicas de reabilitação. Vinte e seis pacientes idosos com AVC com 0,5 a 31 meses pós acidente vascular (primeiro evento), receberam a reabilitação TMRI (restrição do membro afetado combinado com o treinamento intensivo do membro afetado) ou tradicional por um período de 3 semanas (tradução nossa). Medidas de desfecho incluíram a Avaliação de Fugl-Meyer (FMA), Medida de Independência Funcional (MIF), Motor Activity Log (MAL), e Stroke Impact Scale (SIS). O FMA avaliado a gravidade do comprometimento motor; o instrumento MIF e MAL relatou função diária, eo SIS detectou QVRS (tradução nossa). O grupo TMRI apresentou melhora significativame nte maior na função motora e na função (tradução nossa). No estudo de Pereira, Menezes e Anjos (2010), o paciente foi submetido à avaliação pelo MAL, descrito como uma entrevista estruturada que avalia em escalas de 5 pontos a quantidade e a qualidade com que o paciente usa seu membro superior mais afetado fora do ambiente terapêutico em 30 atividades do seu dia a dia. Foi avaliado também pelo WMFT, que tem como objetivo avaliar a habilidade motora dos membros superiores de pacientes com hemiparesia. Esta última avaliação contêm 17 tarefas sendo duas delas de força, por isso neste estudo foram realizadas 15 tarefas que são cronometradas. O paciente foi reavaliado no final da segunda semana, um e três meses após o término do protocolo de Terapia de Contenção Induzida (TCI) para acompanhamento dos resultados. As autoras sugerem que pelo aumento do resultado encontrado na MAL é possível afirmar que houve um maior uso do membro superior mais afetado durante a realização das AVDs. Elas ainda comparam essas alterações da MAL aos resultados publicados no projeto multicêntrico EXCITE (Extremity Constraint-Induced Therapy Evaluation), que visa a melhora funcional dos membros superiores de pacientes com sequelas de hemiparesia após AVE subagudos e crônicos. Uma relação entre o aumento do uso mantido após a TCI e uma reorganização cortical uso dependente tem sido relatada em artigos que associaram a aplicação da MAL com técnicas de representação cortical (PEREIRA; MENEZES; ANJOS, 2010). A diminuição discreta do tempo médio de execução das tarefas da WMFT pode ser devido à melhora na qualidade de execução das tarefas após TCI, já que alguns pacientes já realizavam as tarefas em tempo razoável. Outra hipótese é que o aumento do uso do membro superior mais afetado não se dá pelo aumento de velocidade de execução de alguns movimentos, mas pela participação intensa mais AVDs durante a TCI (PEREIRA; MENEZES; ANJOS, 2010). Kim et al (2010) realizam um estudo sobre os efeitos da estimulação trancraniana por corrente contínua (ETCC) na função dos membros superiores após o AVC. ETCC é uma técnica não invasiva de estimulação cortical que é indolor, de baixo custo, não tem maiores efeitos adversos e usa um instrumento simples e portátil. Dependendo da polaridade da estimulação, ETCC pode aumentar ou diminuir a excitabilidade cortical (anódica ou catódica). Neste estudo, os autores investigam a hipótese de que as sessões repetidas de ETCC anódica ou catódica em pacientes com acidente cerebrovascular subagudo pode provocar maior melhora na função motora do membro superior parético a longo prazo de seguimento. Estudo prospectivo, randomizado e controlado com avaliação cega na linha de base (pré), 1 dia após a intervenção (pós 1), e 6 meses após a intervenção (pós 2). Todos os pacientes tiveram AVC isquêmico na área cortical ou subcortical nos últimos dois meses com déficits motores leves a moderados e foram aleatoriamente atribuídos a um dos três grupos (anódica, catódica, ou tratamento simulado). Cada tratamento consistiu em 10 sessões (5 vezes por semana por 2 semanas) e de estimulação anódica ou catódica ou o tratamento simulado que foi administrado durante 20 minutos durante as sessões convencionais de terapia ocupacional. A Terapia Ocupacional consistiu de um protocolo padronizado de exercícios, que foi projetado para melhorar a função da mão parética. Vinte e oito atividades com base no WMFT e MAL foram pré-definidos como parte da terapia ocupacional convencional, e o terapeuta aplicou a cada paciente de acordo com as necessidades. Níveis de dificuldade dessas atividades foram aumentadas com base em aumentos de força e coordenação da mão paralisada. Todos os indivíduos receberam terapia ocupacional 30 minutos, e ETCC foi aplicado no início em 20 minutos e em seguida terapia ocupacional continuou para o restante 10 min (KIM et al, 2010). A função motora do membro superior foi avaliada utilizando a FMA, que examina a presença de movimento sinérgico e padrões isolados e capacidade de agarrar. A função global foi avaliada usando o Índice de Barthel modificado, que avalia a independência em atividades ligadas à vida diária (KIM, et al, 2010). Dezoito pacientes completaram o estudo e foram avaliados no seguimento de 6 meses. Foi avaliado o efeito da ETCC em FMA do membro superior parético. Interações em tempo foram significativas, mas o efeito da intervenção por si só não era significativa. A pontuação FMA após ETCC catódica foi significativamente mais elevada do que após estimulação convencional, avaliados a cada 6 meses. Análise não revelou diferenças significativas nos escores de MBI entre os três grupos nos 6 meses de seguimento (KIM et al, 2010). Para os 11 pacientes de estimulação anódica e catódica a FMA melhorou após 6 meses e foi negativamente correlacionada com escore basal FMA da parte parética do membro superior, indicando que os pacientes mais gravemente afetados se beneficiaram mais do que pacientes menos severamente afetados. A melhoria na MBI mostrou semelhante correlação com base no Índice de Barthel Modificado. No entanto, a melhoria da FMA e Índice de Barthel Modificado após 6 meses não se correlacionou com os valores basais do grupo convencional (KIM et al, 2010). O estudo mostrou que o tratamento de pacientes com acidente cerebrovascular subagudo com 10 sessões de ETCC combinada com a terapia ocupacional convencional provocou melhoria da função do membro superior parético do que o tratamento placebo com terapia ocupacional, quando avaliada 6 meses após o tratamento. Para melhor conhecimento, este é o primeiro estudo a demonstrar um efeito benéfico a longo prazo de várias sessões de ETCC na recuperação motora da mão parética em pacientes com AVC subagudo (KIM et al, 2010). Kakuda et al (2011), com base em alguns estudos, realizaram um protocolo de 6 dias e 15 dias de estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTR) de baixa freqüência e aplicação de terapia ocupacional intensiva para o tratamento de pacientes com hemiparesia de membro superior. O objetivo deste estudo foi o de esclarecer o significado da clínica nas alterações induzidas pela aplicação de 15 dias de baixa frequência EMTR e terapia ocupacional intensiva, e para determinar se a extensão da melhoria motora em relação ao membro superior afetado pela intervenção é influenciada pela gravidade da hemiparesia. Foram 52 sujeitos com hemiparesia após AVC que durante o período entre 01 de abril de 2009, e 31 de julho de 2010, internados durante 15 dias para receber intervenção com EMTR de baixa frequência e terapia ocupacional intensiva ao longo de 15 dias. Na admissão, o Teste de Brunnstrom de mãodedos foi determinada por um médico do departamento de como uma linha de base de severidade da negligência unilateral do membro superior. As principais medidas de desfecho para a função motora do membro superior afetado incluiu a FMA e o WMFT, que foram realizados no dia da admissão e no dia da alta (KAKUDA et al, 2011). FMA é um instrumento de medida quantitativa baseada no desempenho para a avaliação de várias deficiências em pacientes que sofreram derrame. O FMA inclui 33 itens para a avaliação da função motora do membro superior. Como cada item é avaliado em uma pontuação de 3 (0 não pode executar, 1 pode executar parcialmente, e 2 pode realizar plenamente), a pontuação máxima para o desempenho motor do membro superior foi de 66 pontos. O WMFT inclui 15 tarefas cronometradas para a avaliação do ensino da função motora dos membros superiores. O tempo de desempenho de cada tarefa cronometrada foi gravada, e a soma do tempo de desempenho de 15 tarefas temporizadas foi calculado como o tempo total. Quando a tarefa não foi concluída dentro de 120 segundos, o desempenho de tempo da tarefa foi registada como 120 segundos (KAKUDA et al, 2011). Para todos os pacientes a pontuação FMA aumentou significativamente e o desempenho WMFT de tempo diminuiu significativamente. O Brunnstrom de mão-dedos na admissão foi de 3 em 13 pacientes (grupo Fase 3), 4 em cada 20 pacientes (grupo Fase 4) e 5 em 19 pacientes (grupo Fase 5). A intervenção aumentou a pontuação do FMA em todos os 3 grupos. Para o tempo do WMFT, reduções significativas foram registados nos grupos de Fase 4 e a Fase 5, mas não no grupo de Fase 3 (KAKUDA et al, 2011). O protocolo de 15 dias de EMTR de baixa freqüência e terapia ocupacional intensa é seguro e tem o potencial para melhorar a função motora do membro superior acometido em pacientes que tenham sofrido um acidente vascular cerebral. A extensão da melhoria parece ser influenciado pela gravidade da hemiparesia do membro superior. Os resultados sugerem que pacientes com estágio Brunnstrom 4 ou 5 com hemiparesia do membro superior são os mais adequados para este protocolo (KAKUDA et al, 2011). Tsang, Sze e Fong (2010), em seu estudo propõem formular uma abordagem de tratamento baseada em melhorar o desempenho funcional em pacientes com negligência unilateral após AVC utilizando a técnica eyepatching, que consiste na oclusão parcial da visão utilizando um óculos de fácil uso e baixo custo com um hemicampo bloqueado por uma lente de luz. Essa técnica concentra a atenção do paciente no espaço contralesional bloqueando o lado ipsilesional da visão. Utilizam para avaliar as melhorias o Behavioural Inattention Test (BIT), que avalia a negligência visual unilateral e que pode demonstrar a eficácia da técnica de eye-patching e a MIF, para avaliar melhora funcional na abordagem de tratamento. O estudo testa a hipótese de que existe um maior ganho de BIT para pacientes com AVC tratados com tratamento de terapia ocupacional convencional com eye-patching do que para aqueles tratados com o tratamento convencional apenas, e que existe uma maior ganho para a MIF em pacientes com AVC tratados com eye-patching do que para aqueles tratados com o tratamento convencional. O estudo foi realizado com 34 pacientes em um período de 6 meses em grupos relativamente homogêneos (TSANG; SZE; FONG, 2010). O subteste BIT convencional e a MIF foram avaliados na admissão e no término por assessores que eram cegos para o propósito do experimento. Os pacientes pertencentes ao grupo controle foram submetidos a 4 semanas de terapia ocupacional tradicional, enquanto que aqueles no grupo experimental foram submetidos a tratamento de terapia ocupacional por 4 semanas com óculos especiais que bloqueiam a metade direita campo visual (TSANG; SZE; FONG, 2010). O subteste BIT utilizado é pouco convencional e foi utilizado como ferramenta para medir o resultado do tratamento e para classificar os sujeitos em com negligência unilateral ou sem. A MIF foi utilizado para medir o grau de independência e de assistência necessária. A MIF é composta por 18 itens que avaliam uma ampla gama de atividades: 13 itens motores (por exemplo, transferência de cama, ir ao banheiro, e curativo) e cinco itens cognitivos (por exemplo, compreensão, expressão, e interação social). As características de linha de base, tais como cronológica idade, sexo, local da lesão, grau de escolaridade, comorbidade, e escores basais de Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), e MIF, foram comparados entre os grupos controle e de intervenção (TSANG; SZE; FONG, 2010). Segundo os autores, os resultados revelaram que o tratamento convencional com eyepatching foi eficaz na redução da negligência do lado esquerdo, porém o estudo falhou em demonstrar uma melhora na capacidade funcional em pacientes do grupo de intervenção em relação ao grupo controle. Apenas três itens da MIF mostraram uma diferença significativa entre os grupos controle e intervenção. As ferramentas escolhidas para medidas de resultado no presente estudo foram BIT e MIF. BIT fornece uma indicação útil de alterações subjacentes à deficiência, mas não revelam muito sobre o capacidade da pessoa para realizar atividades complexas a cada dia. O instrumento MIF é uma medida da incapacidade, não compromisso. A MIF inclui uma escala de sete níveis que designa grande gradações de comportamento, da dependência à independência. Esta escala permite a classificação de pacientes, por sua capacidade de realizar uma atividade independente, versus sua necessidade de assistência de outra pessoa ou um dispositivo. No entanto, as medidas atualmente disponíveis de deficiência pode ser demasiado insensível para detectar mudanças. O modo diferente de configurar cada tipo de avaliação pode contribuir para a conclusão negativa no teste da MIF. Os benefícios a longo prazo de eyepatching para sanar deficiências negligência no acidente vascular cerebral pacientes permanecem não comprovadas. Pode ser útil para estudos futuros de negligência o tratamento com maiores tamanhos de amostras, e do efeito do tratamento ao longo do tempo pode ser medido no follow-ups (TSANG; SZE; FONG, 2010). Cooke, Gustafsson e Tardiani (2010) colocam como propósito de seu estudo examinar as relações entre a capacidade de pacientes após o AVC para desenhar um relógio, e um número de fatores clínicos, incluindo características pessoais, cognitivas, capacidade de estado funcional e do tipo de acidente vascular cerebral. O The Clock Drawing Task (CDT) do Occupational Therapy Adult Perceptual Screening Test (OT-APST) envolve o desenho corretamente e colocando as mãos e números em um relógio para uma hora indicada. Ao relógio é dada uma pontuação de três com base no número de elementos essenciais que estão presentes e colocada corretamente de acordo com os critérios de pontuação. Há um ponto atribuído para um relógio circular com fechamento ou muito próximo encerramento (um relógio quadrado é aceito), um ponto para a presença dos números 1-12 (números romanos pode ser usado), e um ponto para o simétrico e colocação exata dos números (COOKE et al, 2005). Uma pontuação de três é indicativo de qualquer deficiência, uma pontuação de menos do que três é indicativo de insuficiência no CDT. Foram recrutados participantes que haviam sofrido primeiro AVC e capacidade para fornecer o consentimento informado. O MEEM e a MIF foram utilizadas neste tempo pelo terapeuta ocupacional no tratamento. Os terapeutas ocupacionais foram obrigados a utilizar o padrão de instruções e os manuais de pontuação para as avaliações. O CDT utilizado nesta pesquisa foi obtido a partir da OT-APST. O OT-APST é uma ferramenta projetada para triagem de deficiência na percepção visual e prática em adultos após AVC e outras formas de lesão cerebral adquirida. Ele contém 25 itens em sete subtestes que incluem agnosias (cinco itens), visuoespaciais relações, incluindo esquema corporal e negligência unilateral (cinco itens), as habilidades de construção (três itens), apraxia (seis itens), acalculia (um item) e habilidades funcionais (cinco itens). Ele tem um alto nível de confiabilidade entre avaliadores, intra-examinadores e teste-reteste para todos os itens. O CDT é uma medida padronizada breve de 30 pontos, do estado cognitivo do adulto que avalia seis áreas da função cognitiva, incluindo orientação, recordação atenção, imediata de curto prazo, linguagem e a capacidade de seguir ordens simples verbais e escritos. A independência funcional dos participantes foi avaliado usando a MIF ou o Índice de Barthel Modificado. A MIF é uma escala de 18 itens ordinal com 13 do motor e cinco itens cognitivos. O itens motores são divididos em quatro domínios incluindo de auto-atendimento, controle de esfíncteres, transferências e locomoção. O Índice de Barthel Modificado é uma medida padronizada de capacidade de um indivíduo para realizar 10 tarefas pessoais de auto-atendimento. Como resultado, na MIF os escores motores de todos os participantes foram usados para representar o nível de independência funcional (COOKE; GUSTAFSSON; TARDIANI, 2010). O desempenho no The Clock Drawing Task foi demonstrado como tendo uma forte associação com a capacidade cognitiva como medido pelo MEEM. Idade, MIF motora e o lado do AVC também demonstraram uma significativa relação com o CDT. A capacidade de um cliente no CDT podem ser afetados pela insuficiência resultante a partir do acidente vascular cerebral em si, mas a contribuição do envelhecimento normal e o declínio das capacidades cognitivas deve também deve ser considerado exigidas (COOKE; GUSTAFSSON; TARDIANI, 2010). Os resultados demonstram que o CDT pode ser útil para demonstrar limitações cognitivas e funcionais e que pode ser usado para guiar avaliação mais completa após o AVC. No entanto, é preconizado que esta é apenas uma estratégia que podem ser utilizados para determinar se uma ou mais avaliações abrangentes das habilidades da pessoa são exigidas (COOKE; GUSTAFSSON; TARDIANI, 2010). Rosenstein et al (2008) tem em seu estudo o objetivo da descrever os efeitos de uma intervenção combinada. Utilizou-se tarefa repetitiva prática (RTP) e o apoio repetitivo de um dispositivo de movimento robótico chamado Hand Mentor (HM) para aumentar a função da extremidade superior em um paciente com AVC crônico com no mínimo movimentos de dedo e do punho. O HM está focado em melhorar a amplitude de movimento ativa na flexão do punho e extensão, o controle do punho, e iniciar o movimento distal. Quando todo o movimento é iniciado proximalmente, pode resultar em um padrão de sinergia com a maioria dos movimentos ativos que ocorrem com o ombro, deixando a porção distal do membro com mínimo de controle. Quando os pacientes são encorajados a se concentrar em iniciar e fortalecer os movimentos distalmente (após estabilização proximalmente), eles podem ter maior potencial para isolar e variar movimentos. Para testar esta técnica, foi realizada entao uma pesquisa com uma paciente do sexo feminino, 32 anos e 11 meses após ter sofrido o AVC. Antes da intervenção ela não usava o membro superior direito nas tarefas funcionais, nem como apoio para o membro superior esquerdo (ROSENSTEIN et al, 2008). Na avaliação do tônus com a Escala Modificada de Ashworth ela marcou 1+ para flexores de punho. RTP é uma prática reunida em que o paciente realiza atividades funcionais repetitivamente durante pelo menos 15 a 30 min. Pode ser uma atividade completa ou foco em componentes de movimento, eventualmente combinando os componentes. Apenas o membro superior mais afetado é usado para executar as tarefas. Estas atividades são gradualmente aumentadas em dificuldade, e o selecionadas atividades escolhidas pelo paciente . Usando RTP, a dificuldade da tarefa foi gradualmente aumentada com as exigências para uma maior precisão e diminuição do tempo (ROSENSTEIN et al, 2008). As medidas avaliativas adotadas incluem o WMFT, a porção de extremidade-superior da FMA, e a Escala Modificada de Ashworth. O WMFT usa 15 testes cronometrados para um máximo de 120 s em cada item; avalia a extremidade superior em movimentos relativos para tarefas funcionais. O FMA mede a função motora dentro e fora de padrões de sinergia, coordenação e testes de reflexo. A pontuação varia de 0 a 2 para todos os itens: 0 = não foi possível realizar o movimento, 1 = parcialmente capaz de realizar o movimento, e 2 = totalmente capaz de realizar o movimento. A pontuação máxima é 66. A Escala de Ashworth Modificada, avalia, especificamente, a espasticidade por meio de uma resposta rápida ao estiramento, utiliza uma escala de classificação variando a partir de 0, indicando que não há aumento do tônus muscular, a 5, o que indica a rigidez (ROSENSTEIN et al, 2008). Os autores relatam que a utilização combinada de RTP e HM foi eficaz para ganho funcional de movimento da extremidade superior mais afetada como observado por melhorias nas medidas de ombro e testes de destreza bimanual. Embora ela pudesse executar as tarefas funcionais recém-adquiridas lentamente, ela voltou a padrões anormais de movimento quando demandas foram colocadas sobre ela durante o WMFT. Este achado pode explicar porque alguns dos testes no WMFT aumentou com o tempo. Ela não mostrou alterações nas áreas que exigiam compreensão e liberação e controle motor fino, como levantar uma lata, lápis ou clipe de papel e dobrar uma toalha. Ela foi inicialmente incapaz de realizar estes itens e não foi esperado para melhorar estas seções. Portanto, o RTP centrou-se principalmente no controle distal em relação ao pulso estabilidade e aderência resultante. No WMFT, o mais substancial mudança foi a elevação de um cesto (ponderada). Ela era inicialmente incapaz de executar esta tarefa, mas no final da intervenção, ela foi capaz de realizá-la em 8 s. Este achado indica que ela tinha aumentado o controle proximal, bem como o controle distal para a extensão do punho e flexão dos dedos. A Escala Modificada de Ashworth não mostrou alterações no punho. Este teste avalia a espasticidade por meio de uma resposta rápida a um estiramento por ser a espasticidade velocidade dependente. Embora a pontuação não se alterou para espasticidade do punho, a paciente foi capaz de controlar seu tônus flexor do punho, pela capacidade para estendê-lo lentamente e manter pelo menos extensão do punho neutro e a estabilidade durante tarefas funcionais (ROSENSTEIN et al, 2008). Wu et al (2007), propõem examinar os benefícios da Terapia de Movimento Induzido modificado (TMIM) em diferentes aspectos da saúde em idosos sobreviventes de AVC, usando a FMA para refletir a melhoria da função motora, a MIF e a MAL para objetivamente e subjetivamente representar a função diária, e Stroke Impact Scale (SIS) para refletir qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). Esta pesquisa utilizou um estudo randomizado controlado com a hipótese de que os pacientes que recebessem 3 semanas de TMIM iriam apresentar um desempenho substancialmente melhor em suas extremidades superiores afetadas refletida por estas 4 medidas que doentes que receberam reabilitação tradicionais (WU et al, 2007). Foram recrutados 26 idosos com AVC (15 homens, 11 mulheres; média de idade, 71.69) Os sujeitos eram destros antes de acidente vascular cerebral. Os critérios de inclusão incluíram, dentre outros: sem déficits cognitivos graves (escore 63 MEEM, não uso considerável do membro afetado (uma quantidade de uso pontuação 2,5 na MAL); que não tivesse espasticidade excessiva em qualquer das articulações do membro superior afetado (ombro, cotovelo, punho, dedos) (pontuação MAS 2 em qualquer articulação). Usamos FMA (pontuação máxima, 66) para avaliar várias dimensões de deficiências motoras usando uma escala ordinal de 3 pontos (0, não é possível executar; 1, pode realizar parcialmente; 2, pode realizar plenamente). O instrumento MIF foi usado para medir objetivamente mudanças no desempenho da atividade através da observação do desempenho, e a MAL foi usada para medir subjetivamente as mudanças no desempenho de atividade através de autorelato (WU et al, 2007). O instrumento MIF (máximo pontuação, 126) é composto por 18 itens agrupados em 6 subescalas de medição auto-cuidado, controle esfincteriano, transferências, locomoção, comunicação, e cognição social. Cada item é classificado com uma contagem de 1 a 7 (1, a assistência completa para executar atividades básicas da vida diária; 2, assistência máxima; Assistência, 3 moderado, 4, o mínimo de ajuda; 5, supervisão, 6, independência modificada, 7, total independência na realização de AVD básicas) (WU et al, 2007). O MAL é uma entrevista semi-estruturada que obteve informações sobre como os pacientes usam seus membros afetados durante 30 AVDs importantes. Os pacientes utilizaram uma escala de 6 pontos (escore intervalo, 0 - 5) para classificar quanto o braço está sendo utilizado em uma escala de 6 pontos e a qualidade do movimento (faixa de pontuação, 0 - 5) para avaliar o quão bem eles estão usando o membro superior afetado (WU et al, 2007). O SIS é uma medida abrangente dos resultados de saúde em populações. A avaliação do SIS envolve uma participação da pessoa nas atividades que a pessoa geralmente faz em sua situação de vida e habilidades relevantes, tais como comunicação, memória, mobilidade e para a participação de atividades pessoais. SIS foi, portanto, apropriado para ser usado para medir as mudanças na QVRS e desempenho na participação através de auto-relato. O SIS, versão 2, contém 64 itens da escala de auto-relato desenvolvido para avaliar 8 domínios funcionais, incluindo força, memória, emoções, comunicação, AVD, AIVDs e mobilidade da função da mão, e participação. A pontuação do maior significa melhor performance (WU et al, 2007). Para ambos os grupos, o tratamento do estudo ocorreu durante sessões regulares de terapia ocupacional. Os pacientes melhoraram em diferentes aspectos da função motora, função diária, e participação como refletido pelos padrões de movimento do membro superior, independência em AVDs, e alguns aspectos da QV. A maior melhora nos escores da FMA e da MIF foi observada no grupo de TMIM do que na reabilitação tradicional. O melhoramento substancial no movimento anormal padrões, refletidos por FMA, no grupo TMIM sugeriu que TMIM reverte prejuízos ao invés de simplesmente ajudar os pacientes a se adaptarem às deficiências residuais. Por conseguinte, em grande parte a melhora da função diária, refletida pela MIF, na TMIM grupo pode resultar das deficiências motoras reduzidas ao invés de desenvolver novas estratégias compensatórias. As mudanças na pontuação na MIF foram apoiadas pela melhoria relatada para a AVD e AIVD domínio do SIS. Os pacientes do grupo TMIM subjetivamente relataram maiores melhorias na utilização e função do membro superior afetado, como medidos pelos MAL, do que aqueles no grupo de reabilitação tradicional (WU et al, 2007). Horn et al (2010) afirmam em seu trabalho que indivíduos de raça negra em comparação com indivíduos brancos são mais propensos a ter uma saúde ruim, menos probabilidade de receber uma gama de serviços e procedimentos, e mais propensos a receber tratamento discriminatório em ambientes de cuidados. Por isso este estudo visou descrever e comparar pacientes negros e brancos que receberam reabilitação hospitalar após AVC, em termos de (1) demografia e carcterísticas de saúde; uso de terapias auxiliares, atividades de fisioterapia e terapia ocupacional, e (3) uso de intervenções do fisioterapia e terapia ocupacional como atividades terapêuticas distintas. Para tanto, realizou-se um estudo multicêntrico observacional prospectivo com 732 pacientes. O principal objetivo foi avaliar as diferenças entre negros e brancos em características do paciente e prestação de reabilitação com fisioterapia e terapia ocupacional. Foram examinados os cuidados destas duas profissões ao nível das atividades em terapia e das intervenções previstas no âmbito destas atividades e comparadas as características demográficas dos pacientes (HORN et al, 2010). Os resultados de diferenças aparentes no estado funcional na alta (isto é, parte motora MIF) sugere que nenhuma prática de disparidades raciais existe nos resultados. Significativas diferenças raciais na intensidade da reabilitação foram identificados, com os pacientes brancos geralmente ficando mais em terapia intensa do que os pacientes negros (em terapia ocupacional). As razões para estas diferenças devem ser investigadas para compreender melhor o raciocínio da clínica que leva os médicos na escolha de tratamentos. No entanto, não foram encontradas diferenças raciais não ajustadas aos resultados de reabilitação motora de AVC, aumentando a possibilidade de indivíduos brancos ou negros receberem terapias mais intensas associadas a melhores resultados. Isto sugere que é preciso estudar associações de cuidados de fisioterapia e terapia ocupacional com com resultados funcionais aos ajuste para as características do paciente, para permitir a otimização de opções de tratamento para todos os pacientes que freqüentam a reabilitação (HORN et al, 2010). No estudo de Hayner, Gibson e Giles (2010) os autores compararam a eficácia da Terapia de Movimento por Restrição Induzida (TMRI) com o tratamento bilateral de igual intensidade para a disfunção das extremidades superiores crônica causada por AVC. Foi realizado um estudo de intervenção randomizado com estratificação por gravidade da disfunção da extremidade superior com dois grupos. Os participantes foram classificados como com mais ou menos disfunção em membros superiores como determinado pelo desempenho no WMFT e depois aleatoriamente enviados a qualquer grupo. Para assegurar que a intervenção foi realmente da mesma intensidade e para evitar confusão organizacionais, todos os participantes foram tratados simultaneamente, no mesmo local, e pelos mesmos terapeutas. Para doze adultos residentes na comunidade foram fornecidas 6 horas de terapia ocupacional por 10 dias mais a prática em casa adicional. Seis participantes usavam uma luva na ES intacta, e 6 participantes foram levados a usar ambas as extremidades superiores. O WMFT e a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) foram administrados antes e depois do tratamento e em 6 meses de seguimento. Quanto aos resultados, melhorias significativas foram encontradas nas pontuações do WMFT e da COPM ao longo do tempo em ambos os grupos. Nenhuma diferença significativa entre os grupos foram encontradas no WMFT. A intensidade da terapia ocupacional com uma TMRI ou uma abordagem bilateral pode melhorar a função da extremidade superior em pessoas com disfunção crônica após o AVC. Intensidade do tratamento ao invés de restrição pode ser o fator crítico terapêutico (HAYNER; GIBSON; GILES, 2010). O WMFT é a medida mais usada em pesquisa para avaliar função motora com TMRI. O WMFT mede as habilidades motoras finas e grossas determinadas pela qualidade do movimento e a velocidade de movimento em 15 tarefas (mais 2 testes de força). Confiabilidade excelente para o WMFT quando usado com as pessoas após AVC com disfunção de extremidade superior subseqüente. A COPM é uma avaliação clínica estruturada que permite aos participantes auto-identificar objetivos da terapia nas categorias de auto-cuidado, produtividade e lazer. Os objetivos são classificados em duas escalas de 10 pontos que descrevem o desempenho e a satisfação com o desempenho (HAYNER; GIBSON; GILES, 2010). O estudo de Carmeli et al (2011) avaliou o potencial terapêutico benéfico do uso de HandTutor em combinação com a reabilitação tradicional na população pós-AVC subagudo. O estudo compara o grupo experimental recebendo terapia tradicional combinada com o tratamento HandTutor, contra um grupo controle, recebendo apenas a terapia tradicional. Estudo piloto randomizado e controlado, com um avaliador cego, realizado na unidade de reabilitação Reuth em Israel. Trinta e um pacientes com derrame na fase sub-aguda foram aleatoriamente atribuídos a um dos dois grupos (experimental ou de controle) em conjuntos de três. O grupo experimental (n = 16) foi submetido a um programa de reabilitação da mão usando o HandTutor combinado com a terapia tradicional. O grupo controle (n = 15) receberam apenas a terapia tradicional. Os esquemas de tratamento para ambos os grupos eram de igual duração e frequência. Melhorias foram avaliadas utilizando três indicadores: 1) a FMA 2) Teste da Caixa de Blocos 3) de melhoria, tal como determinado pelo software HandTutor (CARMELI et al, 2011). Após 15 sessões de tratamento consecutivas, uma significativa melhora foi observada no grupo experimental em comparação com o grupo controle. Os resultados desta investigação sugerem um estudo mais aprofundado da utilização do HandTutor em combinação com terapia ocupacional tradicional e fisioterapia durante a reabilitação da função da mão após acidente vascular cerebral (CARMELI et al, 2011). Desta forma, discutiremos a seguir a relação entre os instrumentos de avaliação encontrados em cada um dos estudos analisados, focando a funcionalidade e a especificidade de cada um deles na prática do terapeuta ocupacional. Os instrumentos encontrados para discussão comtemplam a Avaliação de Fugl-Meyer, o Wolf Motor Function Test, a Medida de Independência Funcional, o Índice de Barthel Modificado, o Mini Exame do Estado Mental, a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional, o Motor Activity Log, o Behavioural Inattention Test, a Escala de Aswhorth Modificada, o Teste da Caixa de Blocos e Stroke Impact Scale. 5 DISCUSSÃO No estudo de Pereira, Menezes e Anjos (2010), os autores relatam que a hemiparesia é o déficit mais comum após a ocorrência de um AVC, afetando agudamente 80% das pessoas e, cronicamente, 40%, como concordam Scalzo et al (2010) e Tsukamoto et al (2010). Pereira, Menezes e Anjos (2010) relatam ainda que as técnicas de reabilitação têm tido maior sucesso em restaurar a função dos membros inferiores do que dos membros superiores, porém, o que dá mais independência ao indivíduo nas AVDs, bem como maior autoestima é a função do membro superior. Kim et al (2010) acrescentam à afirmação que a melhoria nos membros superiores é mais limitada do que a recuperação da marcha, mesmo com neuroreabilitação. Por isso, os autores concordam que abordagens terapêuticas adicionais são necessárias para melhorar a recuperação da função do membro superior após o acidente vascular cerebral. Pereira, Menezes e Anjos (2010) ressaltam no estudo a importância da assiduidade do paciente no tratamento para a obtenção de bons resultados, bem como a colaboração da família no processo assim como encontrado na literatura nos escritos de Ferreira et al (2007), Mello et al (2004) e Neitadt e Crepeau (2002). A maioria dos estudos encontrados combinam as sessões de terapia ocupacional com alguma técnica para somar à reabilitação do paciente pósAVC, principalmente para a reabilitação dos membros superiores por ser um dos principais motivos de déficits nas AVDs e, consequentemente, a capacidade funcional do indíviduo, como descrito na literatura por Cecatto e Almeida (2010), Cruz (2010), Ferreira et al (2007), Gillen (2005), Mello et al (2004), Rodrigues, Cavalcanti e Galvão (2007) e Scalzo et al (2010). No processo avaliativo descrito nos artigos pesquisados, a avaliação ocorre no início do tratamento com reavaliações seguintes após a intervenção para medida de resultados, como exposto por Neistadt (2002). Apesar dos maiores déficits se concentrarem nas AVDs, os quadros se apresentam diversos, assim como os prognósticos. Isso se explica pelo variado número de causas, a natureza do AVC e sua localização (ARES, 2003; FARIA 2007). Isso pode ser confirmado em todos os estudos encontrados, já que neles há critérios de inclusão e exclusão para a participação das propostas de cada estudo por ser esta população com características muito diversas, podendo apresentar déficits tanto nas áreas motora, cognitiva, sensorial e perceptual. Além disso, as conseqüências na área social são de extrema relevância ao restringir a participação do sujeito em atividades desempenhadas anteriormente à lesão (CECATTO; ALMEIDA, 2010; CRUZ, 2010; FERREIRA et al, 2007; GILLEN, 2005; MAGALHÃES, 1997; MELLO et al, 2004; NEISTADT, 2002; NEISTADT; CREPEAU, 2002; ROGRIGUES; CAVALCANTI; GALVÃO, 2007; SCALZO et al, 2010). Todos os estudos apresentam pelo menos um instrumento de avaliação de funcionalidade. No entanto, foi possível observar no decorrer deste trabalho divergências entre as definições de avaliação funcional. Alguns autores apontam avaliações funcionais como aquelas que englobam atividades da vida cotidiana (AVDs) (CACHO; MELO; OLIVEIRA, 2004; CAVACO; ALOUCHE, 2010; MAKI, et al, 2006; RIBERTO et al, 2001; SORIANO; BARALDI, 2010), outros incluem no rol de avaliações funcionais instrumentos de medida de força, sensibilidade, tônus, equilíbrio, qualidade de vida entre outras (CECATTO; ALMEIDA, 2010; COOKE; GUSTAFSSON; TARDIANI, 2010; ROSESNTEIN et al, 2008). Isso pode ser explicado pelo fato de componentes como estes afetarem diretamente o desempenho do indivíduo nas atividades cotidianas. No quadro 2 a seguir estão dispostas as avaliações utilizadas em cada estudo selecionado. QUADRO 2: Instrumentos avaliativos utilizados AUTOR INSTRUMENTOS AVALIATIVOS Kakuda W; Abo M; Kobayashi K; Takagishi T; Momosaki R; Yokoi A; Fukuda A; Ito H; Tominaga A (2011) - Avaliação de Fulg-Meyer Horn SD; Deutscher D; Smout RJ; DeJong G; Putman K (2010) -Medida - Wolf Motor Function Test (WMFT) (MIF) de Independência Funcional Kim DY; Lim JY; Kang EK; You DS; Oh MK; Oh BM; Paik NJ (2010) - Avaliação de Fulg-Meyer Cooke DM; Gustafsson L; Tardiani DL (2010) - Mini Exame do Estado Mental (MEEM) - Índice de Barthel -Medida de Independência Funcional (MIF) Hayner K; Gibson G; Giles GM - Wolf Motor Function Test (WMFT) (2010) -Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) Pereira, N. D; Menezes, I. S; Anjos, S. M. (2010) - Motor Activity Log (MAL) Tsang MH; Sze KH; Fong KN (2010) - Behavioural Inattention Test (BIT) - Wolf Motor Function Test (WMFT) -Medida de Independência Funcional (MIF) Rosenstein L; Ridgel AL; Thota A; Samame B; Alberts JL (2008) - Wolf Motor Function Test (WMFT) - Avaliação de Fugl-Meyer - Escala de Aswhorth Modificada Carmeli E; Peleg S; Bartur G; Elbo E; Vatine JJ - Avaliação de Fugl-Meyer - Teste da caixa de blocos (2011) Wu CY, Chen CL, Tsai WC, Lin KC, Chou SH (2007) - Avaliação de Fugl-Meyer -Medida de Independência Funcional (MIF) - Motor Activity Log (MAL) - Stroke Impact Scale (SIS). O instrumento avaliativo mais utilizado foi a FMA, presente em 5 dos 10 artigos selecionados, como ilustrado no quadro acima. Em seguida, a MIF e o WMFT aparecem em 4 estudos, seguido do MAL em 2 artigos. Os demais artigos são utilizados em apenas 1 dos 10 artigos, sendo o Índice de Barthel, a COPM, a Escala de Aswhorth Modificada, o BIT, SIS, o Teste da Caixa de Blocos e o MEEM. Estes resultados confirmam a descrição de Cecatto e Almeida (2010) sobre as avaliações mais utilizadas na reabilitação de pacientes pós-AVC, que inclui a FMA, a MIF e o Índice de Barthel, além da SF-36 e FAM não descritas em nenhum estudo da revisão de literatura. A FMA avalia cinco dimensões do comprometimento, incluindo três aspectos do controle motor como a amplitude de movimento articular, dor, sensibilidade, comprometimento motor da extremidade superior e inferior, e equilíbrio. Os dados são pontuados em uma escala ordinal de 3 (0 = não pode ser realizado; 1= realizado parcialmente; 2 = realizado completamente) aplicada para cada item, totalizando 226 pontos. (CACHO; MELO; OLIVEIRA, 2004; CAVACO; ALOUCHE, 2010; MAKI et al, 2006). Nos estudos de Carmeli et al (2011), Kakuda et al (2011), Kim et al (2010), Rosenstein et al (2008) e Wu et al (2007) este instrumento é utilizado para avaliar a função motora do membro superior demonstra através dos resultados ser um instrumento válido e de grande confiabilidade para pesquisas e também em intervenções clínicas. A MIF é descrita nos estudos de Cooke, Gustafsson e Tardiani (2010), Horn et al (2010), Tsang, Sze e Fong (2010) e Wu et al (2007) como um instrumento de grande relevância para a pesquisa e o conhecimento das limitações do paciente após o AVC, já que engloba atividades específicas da vida diária. Podemos verificar que a MIF é bastante citada em estudos brasileiros como visto na realização do levantamento bibliográfico como também em publicações na língua inglesa, como as descritas acima. Pereira, Menezes e Anjos (2010) utilizam em seu estudo o WMFT, que objetiva avaliar a habilidade motora dos membros superiores de pacientes com hemiparesia. Esta última avaliação contêm 17 tarefas sendo duas delas de força, como concordam Pereira et al (2011). Por isso neste estudo foram realizadas 15 tarefas que são cronometradas. As autoras afirmam que a WMFT mostrou resultados positivos após a intervenção indo ao encontro dos resultados encontrados por Pereira et al (2011) em seu estudo de confiabilidade da versão brasileira do WMFT. Rosesntein et al (2008) e Kakuda et al (2011) apresentam o WMFT como um instrumento que utiliza 15 testes cronometrados para um máximo de 120 s em cada item e avalia a extremidade superior em movimentos relativos para tarefas funcionais. Assim como no estudo de Pereira, Menezes e Anjos ( 2010), nestes estudos também utilizam apenas 15 das 17 tarefas propostas, por 2 delas serem de força. Na pesquisa de Rosesntein et al (2008), o WMFT demonstrou alterações em algumas tarefas específicas de coordenação motora ampla e não nas tarefas de coordenação motora fina, o que corresponde com a evolução da paciente em ganhos de movimentos que favoreciam tais atividades. Para Kakuda et al (2011), o WMFT mostrou resultados positivos e negativos em grupos diferentes de intervenção, o que comprova sua eficácia em medir a melhora da função motora do membro superior. Hayner, Gibson e Giles (2010) também utilizam o WMFT para avaliar o comprometimento da função motora dos membros superiores antes e depois da intervenção e comprovam que não houve diferenças entre os grupos de terapia por contensão induzida e de intervenção bilateral. Eles afirmam que o WMFT é a medida mais usada em pesquisa para avaliar função motora quando utilizada terapia por contenção com excalente confiabilidade para uso com pessoas após AVC com disfunção de membro superior. Pereira, Menezes e Anjos (2010) também descrevem em seu estudo a utilização do MAL como uma entrevista estruturada que avalia em escalas de 5 pontos a quantidade e a qualidade com que o paciente usa seu membro superior mais afetado fora do ambiente terapêutico em 30 atividades do seu dia a dia, como também descrevem WU et al (2007) em sua pesquisa ao também inserir este instrumento no processo avaliativo. Pereira, Menezes e Anjos (2010) sugerem que pelo aumento do resultado encontrado no MAL em seu estudo, é possível afirmar que houve um maior uso do membro superior mais afetado durante a realização das AVDs, confirmando sua eficácia. No estudo de Wu et al (2007) também foi possível observar melhorias na utilização e função do membro superior afetado após a intervenção. O MAL não é encontrado na língua portuguesa, mas como afirmado pelas autoras Saliba et al (2008), a avaliação tem propriedades adequadas à população brasileira. Isso se confirma com o artigo de Pereira, Menezes e Anjos (2010), já que é a única pesquisa escrita na língua portuguesa realizada no Brasil entre os 10 artigos selecionados para análise. No estudo de Kim et al (2010), tanto o MAL quanto o WMFT foram utilizados para basear o protocolo de intervenção utilizado, com vinte e oito de suas atividades pré-definidas como parte da terapia ocupacional convencional, não como medidas de avaliação pré e pós intervenção. O MEEM, por ser um instrumento que avalia a função cognitiva é bastante utilizado nos artigos como parte dos procedimentos de triagem para inclusão dos participantes nas pesquisas, não especificamente para avaliar função após as intervenções realizadas, já que elas avaliam o desempenho funcional em atividades cotidianas ou função motora. As demais avaliações descritas apresentam nos estudos medidas satisfatórias para as propostas dos mesmos e confirmação de suas propriedades psicométricas. Das três avaliações mais utilizadas nas publicações (MIF, o WMFT e FMA), todas são validadas, adaptadas e tem sua aplicabilidade para a população brasileira. Destas, a única escala específica para aplicação em indivíduos com AVC é o FMA, sendo os demais instrumentos genéricos (SORIANO; BARALDI, 2010). Dos 10 artigos selecionados para análise e discussão, apenas 1 é um estudo na língua portuguesa e realizado no Brasil. Isso expõe a carência de publicações das intervenções da terapia ocupacional com a população em questão. Foi possível verificar que há instrumentos válidos e confiáveis para a realização de estudos com a população brasileira, porém são poucos adequados a especificidade da terapia ocupacional, como afirma Tedesco (2002). De acordo com a autora e pelos resultados aqui descritos, verifica-se a necessidade em desenvolver instrumentos específicos de desempenho ocupacional para destacar o diferencial da terapia ocupacional e medir o sucesso das intervenções (MELLO et al, 2004). Pelos resultados aqui descritos, verifica-se a necessidade de apoderarse dos instrumentos específicos de desempenho ocupacional para apresentar e mensurar os procedimentos de intervenção em terapia ocupacional. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão crítica de literatura sobre os instrumentos de avaliação de funcionalidade utilizados com pacientes pósAVC e quais deles atualmente são empregados em estudos publicados por terapeutas ocupacionais. A relevância deste estudo se deve aos déficits apresentados pelos pacientes após o AVC, que podem ser motores, cognitivos, perceptivos e/ou sensoriais. Na maioria dos casos as sequelas afetam diretamente o desempenho nas atividades diárias e a capacidade funcional, com consequências negativas na participação social e qualidade de vida. A abrangência e os impactos das limitações na vida do sujeito após o AVC devem ser levados em conta pelo terapeuta ocupacional no processo de reabilitação para o sucesso das intervenções. Para tanto, a etapa de avaliação se mostra de extrema importância para direcionar o tratamento de acordo com as possibilidades e necessidades da pessoa. A revisão de literatura para a busca das publicações indicou que, na maiora das vezes, os déficits após o AVC encontram-se nas atividades de vida diária, por isso utilizam nos estudos avaliações que comtemplam tarefas específicas, bem como movimentos específicos para a realização das mesmas, principalmente dos membros superiores. O componente motor aparece como tendo maior enfoque nas pesquisas, todavia, a cognição é levada em conta para a inclusão dos participantes no estudo. A definição de capacidade funcional engloba o desempenho do indivíduo nas atividades cotidianas, porém, tanto no levantamento bibliográfico como na revisão de literatura é possível observar na descrição de diversos autores sobre avaliações de componentes como força, tônus, equilíbrio e sensibilidade como parte do rol de avaliações funcionais. Isso se deve ao variado números de sequelas que podem estar presentes após a lesão, que interferem no desempenho das atividades cotidianas. Os estudos levantam doze instrumentos avaliativos, destes, três são mais utilizados nas intervenções descritas por terapeutas ocupacionais, sendo elas a Medida de Independência Funcional, o Protocolo de Desempenho Físico de Fugl-Meyer e o Wolf Motor Fuction Test. Apesar dos estudos serem grande parte escritos na língua inglesa (9 dos 10), essas três avaliações mais utilizadas são validadas, adaptadas e aplicáveis à população brasileira. O Protocolo de Desempenho Físico de Fugl-Meyer e o WMFT são específicos para aplicação em pacientes pós-AVC. Esses achados nos indicam a escassez de artigos brasileiros, fazendose necessária a realização e publicação de mais estudos para a divulgação e caracterização da profissão como parte da equipe de reabilitação do paciente pós-AVC, bem como para registro, medidas e direcionamento das intervenções com foco na especificidade da terapia ocupacional. Espera-se ainda que os aspectos levantados nesse estudo contribuam para que os profissionais percebam que os instrumentos de avaliação devem ser mais divulgados e aplicados na prática clínica para direcionamento do tratamento e atualização constante dos objetivos de acordo com o quadro clínico do paciente. Além disso, devem visualizar a capacidade funcional como uma importante ferramenta para o desempenho ocupacional, independência e qualidade de vida para que se mantenha o foco da terapia ocupacional mesmo com a utilização de instrumentos de avaliação multidisciplinares. REFERÊNCIAS ALVES-MAZZOTTI, A. J. Revisão da bibliografia. In: ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O Método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomson, 2004. p. 179-188. AOTA - American Occupational Therapy Practice Framework: Domain and Process. American journal of occupational therapy v.56, n.6, p. 609-639, nov/dez 2002. Disponível em: <http://chua2.fiu.edu/ot/Practice_Framework.pdf>. Acesso em: 12 Mai. 2012. ARES, M. J. J. Acidente vascular encefálico. In: TEIXEIRA, E. et al. Terapia ocupacional na reabilitação física. São Paulo: Roca, 2003. p. 3-16. CACHO, E. W. A; MELO, F. R. L. V.; OLIVEIRA, R. 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