caule decomposto de buriti no desenvolvimento de mudas

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Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia
CONTECC’ 2015
Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza - CE
15 a 18 de setembro de 2015
CAULE DECOMPOSTO DE BURITI NO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DA
PIMENTA DEDO DE MOÇA
RICARDO SILVEIRA DAMASCENO¹*, LUAN DOS SANTOS SILVA¹, RAISSA RACHEL SALUSTRIANO
DA SILVA-MATOS2, WIARA DE ASSIS GOMES 4
1
1
Estudante de Agronomia, UFPI, Bom Jesus-PI; Fone: (89) 99991-2136, [email protected]
Estudante de Agronomia, UFPI, Bom Jesus-PI; Fone: (89) 99975-6155, [email protected]
2
Professora, UFMA, Bacabal-MA; Fone: (89) 9922-5819, [email protected]
2
Professora, UFPI, Bom Jesus-PI; Fone: (89) 9915-7805, [email protected]
Apresentado no
Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia – CONTECC’ 2015
15 a 18 de setembro de 2015 - Fortaleza-CE, Brasil
RESUMO: Um dos objetivos do substrato na produção de mudas é garantir o desenvolvimento de
uma cultivar com qualidade, em um pequeno intervalo de tempo e com melhores condições de custo e
manuseio. O presente experimento avaliou o efeito das diferentes concentrações de substratos a base
do caule decomposto do buriti (CDB) mais areia, para o cultivo das mudas de da pimenta dedo de
moça. As seguintes variáveis foram quantificadas e avaliadas: altura de planta, diâmetro do caule,
número de folhas, área foliar, e comprimento radicular. Usou-se o delineamento inteiramente
casualizado, com cinco tratamentos a base de caule decomposto de buriti (CDB): S1: solo e areia 1:1
(80%) + CDB (20%); S2: solo e areia 1:1 (60%) + CDB (40%); S3: solo e areia 1:1 (40%) + CDB
(60%); S4: solo e areia 1:1 (20%) + CDB (80%); S5: CDB (100%). Neste esxperimento foram
analisadas as seguintes variáveis: Altura de plântulas, número de folhas, diâmetro do caule e
comprimento radicular. O CDB pode ser utilizado como parte integrante na proporção 40%, pois
mostrou excelentes resultados nos parâmetros avaliados para mudas da pimenta dedo de moça.
PALAVRAS–CHAVE: Capsicum, substrato, propagação.
STEM DECOMPOSED BURITI PLANTS IN DEVELOPMENT OF PEPPER LADY FINGER
ABSTRACT: One of the goals of the substrate in the production of seedlings is to ensure the
development of a plant variety with quality, in a short time and with better terms of cost and handling.
This experiment evaluated the effect of different concentrations of substrates the base of the stem
decomposed the buriti (CBD) more sand for the cultivation of pepper seedlings finger girl. The
following variables were quantified and evaluated: plant height, stem diameter, number of leaves, leaf
area, and root length. It used a completely randomized design, with five treatments to stem base
decomposed buriti (CDB): S1: soil and sand 1: 1 (80%) + CBD (20%); S2: soil and sand 1: 1 (60%) +
CBD (40%); S3: soil and sand 1: 1 (40%) + CBD (60%); S4: soil and sand 1: 1 (20%) + CBD (80%);
S5: CBD (100%). In this esxperimento the following variables were analyzed: height seedlings,
number of leaves, stem diameter and root length. The CBD can be used as an integral part in the
proportion 40%, as showed excellent results in the evaluated parameters for young pepper seedlings
finger.
KEYWORDS: Capsicum, substrate, spread.
INTRODUÇÃO
As pimentas possuem sabores e cores especiais aos pratos e, podem ser qualificadas como um
alimento altamente integrado à cultura e aos modos de diversos países, especialmente no Brasil e no
México, sendo nestes, um dos principais ingredientes responsáveis pelas peculiaridades e qualidades
gastronômicas típicas mais apreciadas nestes países (REIFSCHNEIDER, 2000). O cultivo de pimenta
é de grande importância no Brasil, tanto pela característica de rentabilidade, quando o produtor agrega
valor ao produto, como também pela importância social (RUFINO & PENTEADO, 2006).
A pimenta ‘Dedo de Moça’ é muito mais que um tempero. Um estudo recente comprovou que
a pimenta diminui o risco de doenças cardiovasculares, ao emagrecer e reduzir o colesterol.
Para a formação de mudas o substrato tem como objetivo principal assegurar o
desenvolvimento da cultura com qualidade, em um curto período, e pequeno custo de manejo
(FILGUEIRA, 2008). Assim um bom substrato proporciona melhor retenção de água suficiente para a
germinação, além de permitir a germinação das plântulas, juntamente com atributos de boa aeração
para permitir a difusão de oxigênio para as raízes, pouca resistência á penetração das raízes e boa
resistência á perda de estrutura (SILVA JÚNIOR & VISCONTI, 1991).
Mediante o exposto, o presente trabalho objetivou avaliar a viabilidade do caule decomposto
de buriti na formação de mudas da pimenta Dedo de Moça.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento com a pimenteira Dedo de Moça (Capsicum baccatum) foi conduzido de 20 de
Dezembro de 2013 (semeadura) à 18 de Janeiro de 2014 (30 dias), em ambiente telado com sombrite
(50% de sombreamento), no Sítio Nossa Senhora Aparecida no município de Currais, Piauí, na
latitude Sul de 09º01’30”, longitude Oeste de 44º23’19.4” e altitude média de 365 m.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos à base de caule
decomposto de buriti (CDB): T1: solo e areia 1:1 (80%) + CDB (20%); T2: solo e areia 1:1 (60%) +
CDB (40%); T3: solo e areia 1:1 (40%) + CDB (60%); T4: solo e areia 1:1 (20%) + CDB (80%); T5:
CDB (100%).
As mudas foram conduzidas em bandejas de poliestireno expandido (128 células),
previamente desinfetada com hipoclorito de sódio 2,5% por vinte minutos, suspensas linearmente de
solo sobre estrados de madeira. Foram semeadas duas sementes por célula da bandeja, aos 10 dias
após a semeadura foi feito o desbaste, deixando uma planta por célula. A irrigação foi realizada
diariamente, uma vez por dia, utilizando pulverizador costal. Foi realizado adubação via foliar com
Niphocan® (composição: 10% de N; 8% de P2O5; 8% de K2O; 0,5% de Mg; 1% de Ca; 2% de S; 1%
de Zn; 0,5% de B; 0,1% de Fe; 0,1% de Mo; 0,2% de Cu e 0,5% de Mn), semanalmente, para o
suprimento nutricional das mudas de couve, totalizando 4 aplicações.
Ao término do experimento, 30 dias após a semeadura, foram avaliadas: i) altura de plântula
(cm): determinada do nível do solo ao ápice da planta: com auxílio de régua milimetrada; ii) número
de folhas; iii) diâmetro do caule (mm): obtido com paquímetro digital (Digimess ®), à 1,0 cm de altura;
Em seguida as plantas foram retiradas dos substratos, lavadas em água corrente e conduzidas ao
Laboratório de Fitotecnia do Campus Professora Cinobelina Elvas da Universidade Federal do Piauí,
onde foram avaliadas as variáveis: iv) área foliar determinada em medidor de área foliar digital (LiCor, L1-3100®); v) comprimento da maior raiz (cm), com o auxílio de régua milimetrada.
Os dados foram submetidos à análise de variância, pelo teste “F”, para diagnóstico de efeito
significativo, e as variáveis que apresentaram efeito significativo foram submetidas à análise
quantitativa de regressão polinomial no software Sigmaplot, conforme recomendações de Ferreira
(2000).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na figura 1, primeira variável Altura de plantas (Figura 1), observou-se a maior média para a
altura de plantas no tratamento T2, havendo um decréscimo nos tratamentos seguintes. Segundo
Moreira, (2001), na escolha por um determinado substrato objetiva-se aperfeiçoar as condições para o
melhor desenvolvimento da planta, que no experimento teve efeito teve efeito significativo na
proporção média de 40% de CDB.
Costa, (2012) diz que para a variável altura de plantas há a interação do ambiente e do
substrato, isto pode explicar as variações alternadas entre os diferentes tratamentos do experimento na
altura das plantas.
Figura 1. Altura de Plantas (cm) de pimenta ‘Dedo de Moça’.
Altura de Plantas (cm)
3,4
3,2
3,0
2,8
2,6
AP=2,80+0,017*CDB-0,0001*CDB2
R2=0,72
2,4
20
40
60
80
100
Caule Decomposto de Buriti (%)
Para a variável diâmetro do caule (Figura 2), o melhor desenvolvimento foi verificado no
segundo tratamento T2, 40% de CDB. Os resultados mostram que, assim como na altura de plantas, a
variável atual apresentou déficits significativos proporcionados pelo aumento da concentração de
CDB.
Figura 2. Diâmetro do Caule (mm) de pimenta ‘Dedo de Moça’
0,90
Diâmetro do Caule (mm)
0,85
0,80
0,75
0,70
0,65
0,60
0,55
0,50
DC=0,77+0,002*CDB-2,86*CDB2
R2=0,89
20
40
60
80
100
Caule Decomposto de Buriti (%)
Segundo Abrei et al., (2002), para sustentar o crescimento e desenvolvimento das plantas, é de
suma importância a caracterização das propriedades físicas, químicas e biológicas dos materiais
utilizados como substratos. Portanto, para o diâmetro do caule estas características poderiam não está
de acordo com as necessidades da planta.
Figura 3. Número de Folhas de pimenta ‘Dedo de Moça’
4,5
NF=4,40-0,01*CDB+6,96*CDB2
R2=0,78
Número de Folhas
4,4
4,3
4,2
4,1
4,0
3,9
3,8
3,7
20
40
60
80
Caule Decomposto de Buriti (%)
100
A Figura 3 mostra que, para o número de folhas, os tratamentos com menores concentrações
de CDB proporcionaram maiores incrementos para esta variável, visto que apresentou maior número
de folhas no T2 (40% de CDB).
O tratamento T3 apresentou menor de número de folhas então, as maiores concentrações de areia +
solo dispuseram de melhores condições físicas, químicas e biológicas para esta variável.
Hartmann et al. (2002) diz que o sistema radicular se desenvolve satisfatoriamente quando há
a combinação pelo substrato de boa aeração com alta capacidade de retenção de água, boa drenagem e
ausência de contaminantes, o que configura um bom desenvolvimento da parte aérea. Com base nos
dados da Figura 4, observa-se que há uma pequena resposta do volume radicular, como acréscimo do
substrato no Tratamento T3, porém ouve melhor desenvoltura radicular desta variável no tratamento
T1, com menor concentração do substrato à base de caule decomposto de buriti.
Figura 4. Volume Radicular (cm3) de pimenta ‘Dedo de Moça’
Volume Radicular (cm3)
0,45
VR=0,40-0,004*CDB+1,88*CDB2
R2=0,79
0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
20
40
60
80
100
Caule Decomposto de Buriti (%)
CONCLUSÕES
O caule decomposto de buriti teve efeito negativo sobre as variáveis, quando em maiores
concentrações, atuando positivamente na proporção de 40%, sendo esta, indicada na produção de
mudas da pimenteira ‘Dedo de Moça’.
REFERÊNCIAS
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Filgueira, F. A. R. Novo manual de olericultura: Agrotecnologia moderna na produção e
comercialização de hortaliças. (3ª ed.) Viçosa: UFV, 2008, 421p.
COSTA, E.; PEGORARE, A. B.; LEAL, P. A. M.; ESPÍNDOLA, J. de S.; SALAMEN, L. C. P.
Formação de mudas e produção de frutos de berinjela.Científica,40(1): 12-20, 2012.
Moreira, M. A. Produção e aclimatização de mudas micropropagadas de abacaxizeiro Ananas comosus
(L) Merril cv. Pérola. 2001. 81 f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal de Lavras,
Lavras.
Hartmann, H. T.; kester, D. E.; davies junior, F. T.; geneve, R. L. Plant propagation: principles and
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Abreu MF.; abreu CA.; bataglia OC. 2002. Uso da análise química na avaliação da qualidade de
substratos e componentes. In: encontro nacional de substratos para plantas. 3, Campinas, 2002.
Campinas: IAC, p. 17–28 (IAC. Documentos, 70).
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