Bem, na primeira aula da manhã de hoje que

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Aula Eletrocardiograma
Prof. Carlos Peres
1ª parte – Transcrita por Lívia Nascimento
Bem, na primeira aula da manhã de hoje que conhecimentos eu ganhei?
Eu ganhei o conhecimento da seqüência da excitação cardíaca, que a
despolarização começava num ponto, passava para outro e no fim chegava ao
ventrículo; que essa despolarização me dava uma onda complexa que é a
onda PQRS do eletrocardiograma. Outro conhecimento que nós ganhamos;
que a região do átrio, a primeira região que despolariza é a região sinoatrial e a
primeira região que repolariza também é a região sinoatrial. Isso é para os
átrios; para os ventrículos a primeira região que despolariza é a base, na região
do septo, a base dos ventrículos. A primeira região que repolariza é o ápice.
Agora, experimentalmente em certos casos, a repolarização em vez de
começar na ponta você pode fazer a mesma começar na base. Teste simples:
você registra seu ECG, tem a onda PQRST; “T” no mesmo sentido da onda
“R”, depois beba água gelada e você vai ver que ela inverte; e a gente vai ver
isso num vídeo que a gente preparou para vocês. Então isso é que ficou. Isso é
importante. A primeira parte que eu vou explicar a vocês é como é a seqüência
dos eventos se eu captar isso externamente com os eletrodos. Como é a onda
que vai. Então conversei com vocês sobre dipolo. Dipolo é uma carga elétrica e
todo dipolo que você tenha ele tem um valor, ele tem uma magnitude, um valor
uma voltagem; ele tem um sentido e tem uma direção. Então aqui está o
modelo que diz que o coração ele fica no centro do triângulo eqüilátero limitado
por três pontos: braço direito, braço esquerdo e a região do púbis ou perna
esquerda. E vejam que quando eu considero o coração ele está contido em
uma ??? cheia de soro fisiológico que chamam de condutor de volume. Então
já que os nossos líquidos corpóreos têm cloreto de sódio, que é bom condutor,
eu posso captar a somatória dessas atividades colocando dois eletrodos em
pontos específicos do meu corpo. Ali surge uma pergunta muito freqüente. Tem
uma mulher grávida, como é q você vai registrar o ECG de uma mulher sem ter
a mistura com o feto. Devia haver a mistura dos sinais. Se você quer captar a
atividade elétrica do feto, a atividade elétrica da mãe não se mistura. Também
vocês estudaram na eletroencefalografia (EEG) ou e eletromiografia sinais que
são gerados no seu corpo. Por exemplo, o EEG na amplitude das ondas é 10x
menos do que o ECG. No ECG, a amplitude do sinal somatório vai de 1 milivolt
a 1.2 milivolt. No EEG a atividade elétrica que eu vou captar nos eletrodos é
um décimo de milivolt. Isso vai depender muito de onde você coloca os
eletrodos. Então, a maneira como a gente coloca e onde a gente coloca
estabelece o que a gente chama de derivação. Quando eu digo que é uma
derivação I, II, III são locais pré-estabelecidos onde você vai aplicar os
eletrodos. Eu não posso colocar os eletrodos ao esmo para captar a atividade.
É claro, depende, se eu quero saber se o coração tem atividade elétrica eu
coloco onde quiser o eletrodo, mas se eu quero medir as voltagens ali você já
tem pré-estabelecido os pontos de colocação dos eletrodos que nos chamamos
de derivações. Agora, como eu disse, a atividade elétrica do coração eu posso
registrar em três planos. Eu posso registrar colocando eletrodos em volta da
cintura que são eletrodos pré-cordiais, posso registrar no plano sagital, posso
registrar no plano ântero-posterior. Vai depender pra que eu quero, o que eu
vou fazer, que informação eu tenho. Normalmente o mais freqüente é você
registrar a atividade elétrica no plano frontal. Depois vamos ver ??? então
quando visualiza... qualquer coisa pra você visualizar bem você precisa ao
menos registrar a atividade em dois planos. X e Y e você já calcula Z. Se quer
só informação um plano é suficiente. Agora dito isso dos planos vamos ver
agora a seqüência. Nos átrios começa no nódulo sinoatrial e caminha
radialmente pelos átrios até atingir o nódulo AV. A seqüência dos ventrículos
começa pelo lado esquerdo do septo, depois vai pro lado direito do septo,
avança pra baixo, vai na parte do endocárdio; endocárdio pra epicárdio, depois
vai até a ponta e a última região a despolarizar é a região da base, mas é a
parte posterior, de fora do ventrículo. Portanto essa é a seqüência de
despolarização ventricular; ela segue um caminho, ela vai ter um vetor porque
se você soma cada uma das células... eu somo o vetor de um célula em
relação a outras para produzir o vetor resultante. Então esse, por exemplo, é o
sentido com que despolariza o ventrículo. Suponhamos que a célula de uma
certa região, por exemplo do septo tiveram um enfarte. É claro que o caminho
que a despolarização vai percorrer pode estar atrasada ou seguir uma outra via
e ali você vai ter alterações no ritmo de transmissão ou alterações na
condução. Pronto, então vocês terão que ler um pouco sobre seqüência de
despolarização. E o que são esses valores, não é pra decorar, mas tem
pesquisadores que mapeiam com eletrodos e mapeiam os segundos que
levam a despolarização a atingir, isso é conhecido como linhas (???). Tem
interesse quando se faz estudo de eletrofisiologia cardíaca, dá uma idéia qual é
a região. Agora vamos ver os eletrocardiogramas em si. Nós vimos a
seqüência de excitação; então vejam... a primeira região que despolariza você
vai ter a onda P, a onda P é a despolarização dos átrios, avança a onda P
também vai escrever a parte (???) o átrio esquerdo. (Alguém faz uma
pergunta) Professor responde: Eu estou aqui, o estímulo chegou ao átrio, do
átrio pra (???) e chegou aqui na base. Como o átrio é simplesmente uma
cavidade que empurra o sangue, ele contrai, mas ele não é essencial, a gente
considera a despolarização mais do ventrículo. Isso a professora Dênia vai
complementar na aula prática. Você pode fazer o eixo elétrico da onda P, como
é que a onda P é gerada por várias despolarizações dos átrios, você pode
fazer o eixo elétrico de despolarização ventricular, QRS, então mapear todos
os vetores, isso é feito. Veja, na medicina temos medicina, temos cardiologia,
temos eletrofisiologia, tem eletrocardiografia que todos nós temos que saber o
básico. Além disso, a eletrocardiogrrafia tem uma especialidade, a
vetocardiografia, os vetores porque permitem à você situar o coração na
atividade elétrica. Além disso você tem um outro exame de ciência chamado
magnetocardiografia, o que que faz? Em vez de você mapear a voltagem você
mapeia o campo elétrico gerado pelo coração, só que isso é difícil fazer no
hospital por causa da aparelhagem ultra-sensível em Gauss. Então é só feito
nos centros especializados, o Instituo de Física do Rio de Janeiro tem
magnetocardiógrafo. Ali você entra, capta o seu campo, cada batida, cada
despolarização. Tem um mapeamento, é uma ciência. Bem, aquela coisa que
eu mostrei há pouco tempo, o gráfico de despolarização, é essa seqüência de
despolarização atrial e ventricular que vai dar a você a onda do ECG. É claro
que vai depender do plano que você registra, vai depender da derivação que
você executa que eu vou explicar agora...
2ª parte – Transcrita por Maria Gabriela Amorim
Breno faz uma pergunta sobre a figura 4 do slide, mas não dá pra
entender ?(acho que foi alguma coisa sobre a conformação das ondas e sobre
os registros)... O professor responde, referindo-se ao slide: aqui você tem que
a onda T foi registrada e, portanto, já despolarizou os átrios. Aqui o estímulo vai
chegar ao nodo AV e aqui você vai ter a demora, certo? Bem, o estímulo já
entrou no átrio (na parte do septo), houve despolarização ventricular, e vai
caminhando (a região do endocárdio está toda despolarizada) e, agora, você
vai ter a repolarização. A dos átrios, já ocorreu. A dos ventrículos, também,
mas não deu pra registrar onda T de repolarização, teria q usar outra figura pra
mostrar esse atraso que caminha nesse sentido. Eu posso também fazer um
outro teste, estriado, e mostrar que ela caminha, começa, na base, só com as
estrias (???).
Bem, já olhamos agora como ocorre dentro do coração. Eu preciso
captar essa atividade elétrica. Então, para captar essa atividade elétrica, eu
vou medir as voltagens, que eu capto com eletrodos colocados na superfície do
corpo. Então, para registrar o eletrocardiograma, eu preciso de dois eletrodos.
Às vezes, se usam três, porque o sistema eletrônico perfeito tem q eliminar a
interferência. Tem um tipo de amplificador que chama-se rejeição do modo
comum, para registrar sinais muito pequenos e eliminar a interferência da rede.
Agora ele começa a falar sobre métodos de como pode-se registrar a voltagem.
Primeiro precisa-se saber se essa variação de voltagem é em uma corrente
contínua ou se essa variação de voltagem é uma corrente alternada. A bateria
de lanterna é corrente contínua, quer dizer, ela fornece, no pólo positivo,
sempre o valor de voltagem (1,5V). Se ela perdeu energia, ela vai voltar pra
zero, vai morrer. Bem, tem outra variação de voltagem que alterna. E o q
significa alterna? Alterna significa que ela alterna em função do zero. Agora, ele
desenha no quadro gráficos q representam corrente alternada (senóide, onda
de eletrocardiograma). Agora ele dá uma espécie de justificativa do motivo pelo
qual o eletrocardiograma é uma corrente alternada: porque ela sai do zero
(linha isoelétrica), tem um estante em que ela vai para cima (onda P), tem
estante em que desce (onda QRS) e T. Portanto, quando eu estudo o
eletrocardiograma, o valor de voltagem é muito pequeno e é uma corrente
alternada. Então, vamos ter que processar eletronicamente ela como se
processam correntes alternadas. Então por isso que você vai usar o
amplificador diferencial.
Júlio pergunta algo que não dá pra entender (é alguma coisa sobre
fluxo...). O professor responde: veja, a corrente do fluxo de íons chama-se
corrente iônica e a corrente de que a gente está tratando é corrente eletrônica
(de elétrons). Íons são cargas. E elétrons também são cargas. Agora ele fala
que amplificadores que se usa para o ECG não é igual ao amplificador do som
comum. No amplificador de som de um carro, por exemplo, a cabeça do tocadisco ou cd, aquele cabeçote, tem 100 mV. Só que, no caso, ele é corrente
contínua. Aqui, não; ele é corrente alternada (o amplificador). E ele é
diferencial, porque esse amplificador mede a diferença que é captada. O
amplificador de som do carro não é diferencial. Por isso, quando você fala, ele
capta muito ruído. Os dois captam ruído, mas o amplificador diferencial é um
amplificador especial construído pra eliminar ruídos de radiação de
fluorescentes, etc. Então, por exemplo, em neurofisiologia, se você quer
estudar a atividade de um neurônio, você usa o amplificador diferencial. E o
diferencial vai ter dois eletrodos mais um, ligado a terra. Esse amplificador vai
ser ligado a um galvanômetro (que vai registrar a voltagem). Esse
galvanômetro vai deslocar o papel, que vai ter uma pena que vai escrever.
Então isso é básico. Você também pode, em vez de usar galvanômetro, botar
aqui um gravador, um datilógrafo (que pode registrar temperatura, por exemplo,
e registra sem tinta, como uma secretária eletrônica). Então hoje você já dispõe
de sistemas que vão captar a atividade elétrica do seu coração e registrá-la
(por dia, por hora, contínuo, programada a cada 5 minutos...) e ter toda história
sua da atividade elétrica do coração. O homem que primeiro desenvolveu isso
chama-se _______. Só que, quando ele fez esses gravadores, ele usava
gravadores de rolos imensos, nos anos 1950. Hoje, você tem gravador de
______ igual ao usb entrada que você tem. Você põe dois eletrodos naquele
seu terminal e você registra o ECG da pessoa. Ali você registra todo dia, vai à
central, ela desgrava e se tem o ECG todo o tempo (quando se faz sexo,
quando come, quando vai ao banheiro...), porque existem certos atos que
provocam arritmias. _______ é o sistema de registro do ECG
contínuo;_________, temporário. Assim como temos o registro do ECG, temos
os registros de pressão arterial, só que ele leva um outro nome, chama-se
mapa. Quando chegar a aula de pressão, eu vou mostrar. Então aqui está a
unidade básica: amplificador, galvanômetro (pra registrar) e papel. Então, se
você quer montar, construir, você vai ter que ter esses três componentes:
amplificador diferencial, um galvanômetro ou sistema de registro e um sistema
de deslocamento do papel que vai ter que padronizar. O papel do ECG, quem
assistir à aula hoje, vai ver que ele desloca 2,5 cm/s.
Agora, indo do simples para o complexo. Você vai ter as
resistências da pele, vai ter eletrodos. Os eletrodos vão para aqueles dois
braços ou cabos do amplificador; o amplificador vai para o galvanômetro e
registra o papel. Aí você registrou e vai dizer: - Professor, de quantos mV é a
atividade elétrica? Então vão ter dois pontos de calibração. Calibração, para
todos os eletrocardiógrafos, em sentido vertical, está no mesmo valor.
Calibração no sentido vertical: 1 mV/cm. Não pode esquecer isso (essa
aferição). No eletrocardiógrafo, se eu apertar o botão onde está escrito_____,
eu tenho que deslocar _________. E o papel já está estabelecido, já
vem na fabricação (2,5 cm/s). Como é que isso é feito? Dentro do
eletrocardiógrafo tem um motor, um motor sincro, que sincroniza com 60
_______ e desloca sempre a 2,5 cm/s. A engrenagem _________________
_____________________________. Então são dois pontos básicos: aferição
vertical e aferição horizontal (2,5 cm/s). Consequentemente, cada pequena
divisão vai valer 0,04s (um quadradinho) e cada grande divisão, 0,2s.
Então, vamos ver, agora, derivação. O que é derivação? Que tipos
de derivação a gente pode ter? E, quais são as derivações mais usadas?
Então, definindo: derivação é a maneira como se vai aplicar os eletrodos,
certos pontos do seu corpo, da pele, para captar a atividade elétrica. E essa
derivação vai ter dois pólos, dois cabos. Quais? Ou três (como eu disse a
vocês, um vai pra terra). Agora, vamos ver o seguinte: o que são derivações
monopolares? O q são bipolares? O q são derivações pré-cordiais? E o que
são derivações dos membros? Mexendo um pouco, eu disse que loirinha
(Elaine) era muito magra. Qual foi o parâmetro de eu dizer que loirinha era
magra? É que eu assisto ao Faustão e, quando eu comparei a ela, ela era,
evidentemente, magra. Portanto, o que é derivação bipolar? A derivação
bipolar compara a voltagem captada por um eletrodo num ponto com a
voltagem captada por outro eletrodo. Então, é comparativo. Um tem mais
potencial que o outro...
Fim! Desculpem pelas palavras que não consegui entender. Bons
estudos!
3ª parte – Transcrita por Mariana Arroxelas
A derivação monopolar, ela não capta um em relação ao outro, ela capta
aquele ponto em que eu estou colocando o eletrodo em relação ao ponto de
potencial zero, que é a terra. Quando eu digo derivação monopolar, eu vou ter
que ter o ponto de referência zero. Como vou conseguir isso, eu vou explicar.
Vou dar um exemplo. Eu viajo de carro. E vou até caruaru. No meio do
caminho, paro “em serra de russas”. E lá vejo uma placa: “altitude de serra de
russas: 150m”. O que quer isso dizer? Que “serra de russas” está a uma
altitude de 150m acima do nível do mar. A referência na geografia é o nível do
mar. Na eletrocardiografia, é o ponto de referência zero. Quando eu digo que é
monopolar, um eletrodo tem que está no ponto de referência zero e o outro no
ponto que eu quero pesquisar.
E o que são derivações pré-cordiais? Bipolares, eu vou ter dois
eletrodos. É claro que vai depender onde se coloca. Eu vou comparar a
voltagem de um em relação ao do outro. Para não ter milhares de eletrodos, a
gente tem padronização. Então derivações bipolares, eu vou ter nos membros,
e no pré-cordis. Por que pré-cordis? Porque ta mais perto do coração, e vou
poder visualizar melhor. A derivação dos membros.. eu vou ter aqui... Podem
ser (padrão)... Foram primeiro descritas por Einthoven. Essas derivações de
Einthoven também são conhecidas como derivações “standard”. Em português,
traduziu-se “padrão”. Tudo isso quer dizer a mesma coisa... essas derivações
(???) E são essas daqui: DI, DII e DIII. Se eu vou pra alemanha e registrei a
derivação em DII, todos sabem... que o negativo está no braço direito e o
positivo na perna esquerda. Na perna direita está o eletrodo de referência terra. Ela é aterrada. Se eu disser DI, logo vc sabe: braço direito negativo,
braço esquerdo positivo. Se eu digo DIII: braço esquerdo negativo, perna
esquerda positivo. Pra vc lembrar, lembre do triângulo (ele fez no quadro...)...
Isso é convenção. Se vc trocar um eletrodo vc vai inverter a onda. Uma
sugestão: DECORE, FIXE essas derivações, é importante. Agora, tem uma
coisa adicional. Suponha que vc está monitorizando um paciente. Vc não gasta
papel... hj vc tem memória, tem computador... E, note, isso é comum... a onda
R, sempre é maior na DII. E como ela é uma onda saliente e importante, com
maior amplitude, ela é utilizada para monitoria contínua, na UTI.. É rotina. E vc
deve saber: eletrodo negativo no braço direito e o positivo na perna esquerda.
Se vc souber disso, já sabe 50% da aula. Agora, que informação vc tem
usando essas derivações nos membros? Vc tem informação de como a
atividade elétrica caminha no plano frontal.
[Pergunta sobre como decorar aquele triângulo dos eletrodos...] Dica:
decore que o braço direito é negativo. Isso vai dizer a vc os eletrodos... mas se
vc trocar os eletrodos, não tem problema... a onda vai aparecer invertida e vc
percebe que está errado.
Aqui está o plano frontal, aqui está a projeção do coração. Do eixo. Se
eu olhar, o meu coração fica nesse quadrado. E se eu calcular o eixo, ele está
num ângulo de 60graus. Veja uma coisa interessante: no homem, suponha que
eu tenha hipertrofia... vai deslocar o eixo. Porque nosso coração é fixado.
Suponha que eu tenha hipertrofia do ventrículo esquerdo.. horizontaliza-se.
Então o deslocamento do coração provocado por aumento de uma cavidade
vai produzir uma alteração no eixo elétrico dele. Isso é no homem. No homem,
o coração é verticalizado, sempre toma esse ângulo de 60graus. [Pergunta] A
derivação dá informação da atividade elétrica no plano frontal. Agora eu quero
saber qual é a posição do seu coração no tórax. Seu coração não está
totalmente verticalizado, seu coração está horizontalizado um pouco, 60graus.
Porque tem a massa abdominal. Se o ventrículo esquerdo aumentar de
tamanho, como na hipertensão crônica, ele vai ter mudança do eixo elétrico.
Por isso é importante vc aprender bem a prática.
[Pergunta:] Mas professor, não tem as variações? [Resposta:] Óoootimo.
Aqui tem um tipo longilíneo. Tipo Marco Marciel. Sem dúvida o eixo dele vai ser
diferente. Um gordo também vai ter o eixo desviado. O ECG pode dar
informação se vc tem alteração no ritmo, na freqüência e indiretamente pode
dar informação se o coração está deslocado pro lado direito ou esquerdo.
Agora vamos ver o que são derivações periféricas unipolares. Vimos
sobre bipolares. As unipolares vão exigir de vc que vc ligue um eletrodo de
referência no ponto de potencial zero. Esse eletrodo ou liga na terra ou no
ponto de potencial zero, chamado de central terminal de Wilson. Wilson foi um
grande cardiologista. Eles pegam o eletrodo através de resistor de 5 KOhms
ligam todos: o braço direito, braço esquerdo, perna, pra esse ponto... e esse
ponto é de referência zero. O outro eletrodo é pesquisador. Por exemplo,
derivação unipolar do braço direito, o eletrodo pesquisador vai estar no braço
direito e o eletrodo de referência na central terminal. Aqui um detalhe... isso vc
não precisa fazer. Já que vc comprou um eletrocardiógrafo, quando vc chaveia,
essa chave, quando vc põe pra derivação AVR, AVL, ele já faz esse jogo e
troca. Vou explicar: a maioria da turma tem computador, e em recife a rede
elétrica é 200 com dois picos, não tem terra, e os chips do computador são
muito sensíveis à estática. Então qualquer estática, trovão... ela pega e danifica
o chip e vc não sabe. Então o que se faz? Vc precisa de um ponto de
referência zero, de um terra, pra esse computador. Tens uns que compram um
Copper???, é um bastão de cobre, aliás, é de ferro, revestido de cobre. Dois
metros, e marretam no chão. E dali ligam um grampo, puxam um fio de cobre e
ligam na tomada tripla que vc tem no computado. Sucede que vc não pode, em
todos os pontos conseguir terra, claro que se é um apartamento rico, reúne o
condomínio, vamos aterrar, vamos usar tomada tripla. Quem não tem dinheiro
pra isso, usam vários truques... tem a chamada “terra virtual”.. funciona?
Funciona... mas não é ainda seguro.
4ª parte : Transcrita por Mariana Arruda
Então a mesma coisa em eletrocardiografia. Pra você ter ponto de
referência terra, nem todas as tomadas estão aterradas, nem sempre tem um
cano, de água, porque antigamente os canos eram galvanizados, hoje é
plástico, não serve... Então a gente usa um truque, usa o truque eletrônico!
Vocês, bons alunos vestibulandos, a não ser que o pai pagou uma verba
grande, como fizeram no Ceará, bons estudantes...
A turma toda: óóóóóóóóóóó!
Sem nenhuma ofensa, cearense que está aqui é bom, aquele que
foi pro Rio e passou é ruim, aqui é sério, eu já tive aluno cearense muito bom,
iniciação científica... (A partir daqui ele começa a brincar com a turma, em
relação aos alunos de outros estados... Veja, sergipano também é muito bom,
o professor Garcia, o artigo que ele fez de eletrocardiografia, ele foi reitor e ele
é professor de fisiologia em Sergipe, ele escreveu um livro... Biofísica e
fisiologia! Ele depois continua falando sobre Sergipe... )
Então veja, pra quê serve central terminal... A central terminal serve
pra nos fornecer ponto de referência zero necessário pro registro de derivações
unipolares. Se quer bipolares, eu não preciso! Então central terminal de Wilson,
só derivações unipolares, e você não tem que construir ele, ele já está no
eletrocardiógrafo. Agora se você não tiver um eletrocardiógrafo, e tiver
simplesmente um registrador ou polígono, ali você vai ter que verificar, se ele
tem essa central terminal...
(Aqui ele pede pra pular uns slides e ir pro “terceiro”)
Bem, as derivações pré-cordiais! Então já vimos dos membros, a
informação de derivação dos membros é pra você ter informação num plano
frontal, como ocorre atividade elétrica.
As derivações pré-cordiais, vejam aqui... Elas nos dão informação
num plano transverso. E você tem as derivações pré-cordiais bipolares (não
são muito usadas; existem, mas não são usadas). Você tem as derivações
unipolares pré-cordiais, que eu vou mostrar a vocês. Enfatizo que eu nem
Denia vamos cobrar os pontos onde você coloca as derivações unipolares, isso
você vai aprender na clínica, na prática, quando você tiver com seu
eltrocardiógrafo.
Então ela leva o nome C, chest,1,2,3,4 são os pontos aqui. Se
alguém quer, posso repetir; se não quer, saiba que existe, vamos ver na figura!
Próximo...
Bem, e agora, já vimos o que é derivação, já vimos o que é
derivação unipolar, bipolar, já vimos que há necessidade de padronizar... Então
vamos ver que informação o ECG nos fornece...
Uma pessoa faz uma pergunta, ele responde: A derivação é a
maneira, o local onde se coloca os eletrodos para captar a atividade elétrica.
Bem, que informação você tem a partir do eletrocardiograma?
Primeiro, se você olhar o registro, você pode calcular a freqüência
cardíaca... Lembre-se disso agora: quando se calcula a freqüência cardíaca,
expiração a freqüência diminui. Isso se chama arritmia sinusal respiratória.
Quando fizeram o registro do ECG na prática, verificam isso; certas pessoas
têm isso mais acentuado do que outras, isso é normal. ARRITMIA porque há
alteração do ritmo, SINUSAL porque ela afeta o nódulo sinusal. Então o ECG
vai ser normal, só que você vai ter maior número de batimentos por
despolarizações na inspiração do que na expiração.
Alguém faz uma pergunta, tenho a impressão de que é “de que
forma a respiração vai agir na arritmia sinusal respiratória”
Ele responde: Mais adiante, você vai ver que tem participação do
sistema nervoso autônomo, e o nervo vago tem influência sobre a sua
freqüência cardíaca. Então devido à interação entre respiração e o sistema
circulatório, você tem essa arritmia. Em certos animais ela é acentuada, por
exemplo no timbu (entendi esse nome...) , é um tipo...
Então, freqüência cardíaca! Você pra saber a freqüência cardíaca,
só precisa registrar ECG (qualquer derivação), contanto que onda R ( que é
mais saliente) possa ser observada. Não precisa DI, DII, bipolar, unipolar;
qualquer registro do ECG já permite calcular a freqüência.
Segundo, condução do estímulo no coração: onde começa, onde
termina, como se transmite através das ondas.
Detecção de arritmias, não esqueça: alterações na atividade elétrica
da cabeça, (eletroencefalografia) chama-se disritmias. A disritmia é cerebral, a
arritmia é cardíaca; são alterações da atividade elétrica, mas com termos
diferentes.
Você tem informação sobre a posição do coração: ali você vai ter
que registrar o ECG... Dois sistemas, e indiretamente você vai calcular o eixo e
vai ver... Então não pode ver o coração contraindo, mas você vai ver a posição
do coração calculada indiretamente... Isso vão fazer na prática. Professora
Denia adora, gosta muito, ensinar aos alunos, eu não tenho tanta paciência!!!
Danos ao músculo cardíaco em função do fluxo miocárdico: aqui você
vai ver alterações do nivelamento cardíaco, como por exemplo uma pessoa
tem enfarto, você já pode dizer se esse enfarto é recente, se existe enfarto, se
este enfarto é antigo, através da observação do .................... (não consegui
entender essa parte!!!!)
IMPORTANTE: O ECG não informa sobre os eventos mecânicos do
coração!
Hugo pede pra ele especificar, ele responde:
Mas a freqüência cardíaca também é número de despolarizações do
coração, em um termo amplo.
Hugo fala mais alguma coisa... O professor responde:
Mas não diz se o coração contraiu, não diz se a válvula abriu, não
diz se você tem pressão arterial, é nesse sentido, atividade mecânica. Então
pra atividade mecânica você tem outra metodologia, tem raio-X, tem ECO.
Hugo fala de novo, aí Carlos responde: Não, a despolarização e
repolarização é atividade elétrica da célula. Essa despolarização é necessária
porque ela provoca entrada do cálcio, e o cálcio vai participar da contração.
Você pode ter atividade elétrica sem ter atividade mecânica; se não tiver
atividade mecânica, você não vai ter pressão, não vai abrir a válvula, certo?
FIM
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