Situação Epidemiológica da Doença pelo Vírus Ebola

Propaganda
Situação Epidemiológica da
Doença pelo Vírus Ebola (DVE)
Dra Walria Toschi
S/SUBPAV/SVS/CVE/GVDATA
Rio de Janeiro
11 de novembro de 2014
Epidemiologia
O vírus Ebola foi identificado pela primeira vez em 1976, no Zaire (atual
República Democrática do Congo), e, desde então, tem produzido
vários surtos no continente africano.
Esse vírus foi transmitido para seres humanos que tiveram contato com
sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, como
chimpanzés, gorilas, morcegos-gigantes, antílopes e porcos-espinhos.
Existem cinco espécies de vírus Ebola (Zaire ebolavirus, Sudão
ebolavirus, Bundibugyo ebolavirus, Reston ebolavirus e Tai Forest
ebolavirus), sendo o Zaire ebolavirus o que apresenta a maior
letalidade, geralmente acima de 60% dos casos diagnosticados.
O período de incubação pode variar de 2 a 21 dias
Não há transmissão durante o período de incubação, esta só ocorre
após o aparecimento dos sintomas, por meio do contato com sangue,
tecidos ou fluidos corporais de indivíduos infectados (incluindo
cadáveres), ou do contato com superfícies e objetos contaminados.
Epidemiologia
Cronologia
de Surtos
em humanos
por DVE
Fonte: GAR/OMS
Situação Epidemiológica África Ocidental
Atualizado em 07/11/14
Fonte: CDC/EUA
Situação Epidemiológica Global
Monitoramento da Doença pelo Vírus Ebola, países com transmissão
disseminada, SE 45.
Country
Total Cases
Laboratory-Confirmed
Cases
Guinea
1760
1479
1054
Liberia
6919
2514
2766
Sierra Leone
4862
4149
1130
Total
13241
8142
4950
Atualizado em 07/11/14
Total Deaths
Fonte: CDC/EUA
Monitoramento da Doença pelo Vírus Ebola, países com caso importado,
SE 45.
Country
Total Cases
Laboratory-Confirmed
Cases
Senegal
1
1
0
Mali
1
1
1
Total
2
2
1
Atualizado em 07/11/14
Total Deaths
Fonte: CDC/EUA
Situação Epidemiológica Global
Monitoramento da Doença pelo Vírus Ebola, países com transmissão
localizada, SE 45.
Country
Total Cases
Laboratory-Confirmed
Cases
Nigeria
20
19
8
United States
4
4
1
Spain
1
1
0
Total
25
24
9
Atualizado em 07/11/14
Total Deaths
Fonte: CDC/EUA
Epidemiologia
CASO SUSPEITO: Indivíduo procedente, nos últimos 21 dias, de país com transmissão
disseminada ou intensa de Ebola* que apresente febre de início súbito, podendo ser
acompanhada de sinais de hemorragia, como: diarreia sanguinolenta, gengivorragia,
enterorregia,
hemorragias
internas,
sinais
purpúricos
e
hematúria.
(* Libéria, Guiné e Serra Leoa)
CASO PROVÁVEL: caso suspeito com histórico de contato com pessoa doente, participação
em funerais ou rituais fúnebres de pessoas com suspeita da doença ou contato com animais
doentes
ou
mortos.
CASO CONFIRMADO: Caso suspeito com resultado laboratorial para Reação de Polimerase
em Cadeia (PCR) conclusivo para Ebola realizado em laboratório de referência.
CASO DESCARTADO: Caso suspeito com dois resultados laboratoriais para Reação de
Polimerase em Cadeia (PCR) negativos para Ebola realizados em Laboratório de Referência
definido pelo Ministério da Saúde, com intervalo mínimo de 48 horas entre as duas colheitas.
CONTACTANTE ou COMUNICANTE: Indivíduo que teve contato com sangue, fluido ou
secreção de caso suspeito ou confirmado; ou que dormiu na mesma casa; ou teve contato
físico direto com casos suspeitos ou com corpo de casos suspeitos que foram a óbito (funeral);
ou teve contato com roupa ou roupa de cama de casos suspeitos; ou que tenha sido
amamentado por casos suspeitos (bebês).
Manejo do Caso em Serviço de Saúde
1. Acionar imediatamente a CIEVS/SMS-RJ para notificação da ocorrência,
validação da definição de caso e orientações iniciais. A CIEVS acionará o
SAMU para remoção do caso suspeito ao Hospital de Referencia.
2. Orientar o paciente, familiares e/ou acompanhantes, sobre os procedimentos
que serão adotados;
3. Internar o paciente em quarto privativo com banheiro, em isolamento, com
condições de suporte à vida, adotando as medidas de biossegurança;
4. Impedir a movimentação e o transporte do paciente para fora do quarto de
isolamento. Tanto o paciente quanto os profissionais envolvidos no transporte
deverão utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) recomendados;
Manejo do Caso em Serviço de Saúde
5. Todos os profissionais de saúde encarregados do atendimento direto
aos pacientes suspeitos de DVE devem estar protegidos utilizando os
seguintes EPI: macacão com mangas compridas, punho e tornozelos com
elástico, resistente à abrasão e à penetração viral, costuras termosseladas, com
abertura e fechamento frontal por zíper; máscara de proteção respiratória PFF2
ou N95 (quando indicado); protetor facial; botas impermeáveis; luvas
descartáveis e avental descartável, resistente a fluidos e impermeável;
6. Todos os EPI deverão ser retirados e descartados como resíduos do
Grupo A1, conforme descrito na RDC/Anvisa nº 306 de 04 de dezembro de
2004, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de
resíduos de serviços de saúde;
7. Atenção especial deve ser dada aos procedimentos de lavagem das
mãos, por parte dos profissionais que realizam os procedimentos,
utilizando antisséptico como o álcool-gel ou soluções degermantes (clorexidina a
2% ou PVPI 10%). A higienização das mãos deve ser realizada imediatamente
após a remoção dos EPI;
Manejo do Caso em Serviço de Saúde
8. Usar dispositivos descartáveis para o atendimento ao paciente sempre que possível.
Quando não houver dispositivo descartável, implantar o uso exclusivo para cada paciente,
como no caso de estetoscópios, esfigmomanômetros e termômetros, que deverão sofrer
desinfecção após o uso;
9. Evitar o uso de altas pressões de água e não pulverizar o produto químico desinfetante de
procedimentos que gerem aerossóis e respingos. Usar os EPI recomendados durante a
limpeza do meio ambiente e do manuseio de resíduos (equipe de limpeza).
10. Descartar os materiais perfurocortantes em recipientes de paredes rígidas,
resistentes à punção, com tampa e resistentes à esterilização. Estes recipientes deverão
estar localizados próximos à área de uso. Estes resíduos são considerados do Grupo A1.
11. Todos os resíduos gerados pelo caso suspeito no local do primeiro atendimento e
na ambulância deverão ser encaminhados, juntamente com o paciente, ao hospital de
referência acondicionados em saco vermelho, para descarte de lixo hospitalar infectante,
para tratamento e destinação adequados.
12. Todos os itens com os quais o paciente tiver contato e superfícies ambientais
devem ser submetidos à limpeza terminal com desinfecção com hipoclorito de sódio
10.000 ppm ou 1% de Cloro ativo (com 10 minutos de contato). Este procedimento deve ser
realizado conforme Manual de Segurança do Paciente Limpeza e Desinfecção de Superfícies
da ANVISA.
Notificação de Caso Suspeito
•
•
•
O Ebola é uma doença de notificação compulsória imediata (NCI)
de acordo com a Portaria Nº 1.271, de 06 de junho de 2014.
A notificação será realizada pelo profissional de saúde ou pelo serviço
que prestar o primeiro atendimento ao paciente, pelo meio mais rápido
disponível.
Todo caso suspeito / provável deve ser notificado imediatamente a
CIEVS, por um dos seguintes meios:
Notificação de Caso Suspeito
Somente
Unidades
da SMS Rio
Investigação Epidemiológica
•
A investigação hospitalar será de responsabilidade da equipe do Hospital de
referência e será repassada a CIEVS Rio, pela equipe de Vigilância
Epidemiológica da Unidade.
•
A investigação complementar (em ambiente extra- hospitalar), sempre que
necessário, será realizada pela CIEVS com apoio da Coordenação de Vigilância
Epidemiológica e Equipes de Vigilância Local .
•
•
Serão consideradas informações prioritárias:
1. Informações detalhadas sobre o histórico de viagem para áreas afetadas
pelo vírus, a fim de identificar local provável de infecção (LPI).
2. Deve-se, ainda, buscar no histórico de viagem as atividades de possível
exposição ao vírus, como contato com indivíduo suspeito (vivo ou morto);
animal (vivo ou morto); e tecidos, sangue e outros fluidos corporais
infectados. Adicionalmente, recomenda-se registrar detalhadamente as
manifestações clínicas apresentadas.
•
•
Os contatos de casos suspeitos identificados deverão ser monitorados por
21 dias após a última exposição conhecida.
•
A partir da manifestação de quaisquer sintomas compatíveis com DVE os
contactantes serão tratados como casos suspeitos.
Download