31. Teologia do Antigo Testamento

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FATAB - FACULDADE DE TEOLOGIA AVIVAMENTO BÍBLICO
TEOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO
Esta apostila integra
o curso
Bacharel em Teologia da FATAB
em modo de Correspondência.
RIBEIRÃO PIRES - 2005
Bacharel em Teologia
Teologia do Antigo Testamento
2
SUMÁRIO
I – INTRODUÇÃO AO TERMO ...................................................................... 4
1.1.
TEOLOGIA BÍBLICA. ....................................................................... 4
1. 2.
REVELAÇÃO BÍBLICA .................................................................... 4
1.2.2. A revelação é uma comunicação da parte de Deus ..................... 5
1.2.
INSPIRAÇÃO BÍBLICA (RELEMBRANDO) ...................................... 5
1.3.
O QUE É A HISTÓRIA DA REDENÇÃO? ........................................ 6
1.3.1. A história de Israel é uma história de redenção ............................ 6
Il – DEUS: O SEU SER E A SUA REVELAÇÃO. ........................................... 8
2.1. OS NOMES DE DEUS ...................................................................... 8
2.2. EL - O FORTE E PODEROSO .......................................................... 9
2.3.
ELOIM .............................................................................................. 9
2.4.
EL SHADDAI .................................................................................. 10
2.5. YAHWEH - O DEUS DA ALIANÇA ................................................... 10
2.6. COMO DEUS SE REVELOU .......................................................... 11
2.6.1. Antropomorfismo e antropopatismo ............................................ 11
III - O ANJO DO SENHOR ........................................................................... 13
3.1.
A DEIDADE DO ANJO DO SENHOR............................................. 13
3.1.3. O Anjo da presença do Senhor ................................................... 14
3.1.4. O Anjo no julgamento e na libertação ......................................... 14
IV - O ESPÍRITO DE DEUS ......................................................................... 16
4.1.
A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO ................................................ 17
4.2.
O DEUS DA ALIANÇA E SEU PODER ......................................... 17
4.3.
OS ATRIBUTOS DE DEUS ............................................................ 18
4.5.
O DEUS SANTO ............................................................................ 19
4.6.
A SANTIDADE ÉTICA DE DEUS ................................................... 19
4.7.
O DEUS MISERICORDIOSO ......................................................... 20
4.8.
O DEUS SOBERANO .................................................................... 20
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Teologia do Antigo Testamento
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V - O DEUS DA HISTÓRIA .......................................................................... 23
5.1.
A HISTÓRIA E OS PATRIARCAS .................................................. 24
5.2.
A HISTÓRIA E A REDENÇÃO ....................................................... 24
5.3.
A HISTÓRIA E OS PROFETAS ..................................................... 25
5.4.
A HISTÓRIA E O FUTURO ............................................................ 25
VI - A RAZÃO PARA O QUE DEUS FAZ: .................................................... 26
6.1.
DECLARAR A SUA GLÓRIA.......................................................... 26
6.2.
DEMONSTRAR O SEU AMOR ...................................................... 29
6.3.
MANIFESTAR A SUA JUSTIÇA ..................................................... 30
VII – COMPREENDENDO O SISTEMA RELIGIOSO .................................. 33
7.1.
A CAUSA E A MANIFESTAÇÃO DO PECADO ............................. 35
7.2. UMA NAÇÃO ESCOLHIDA .............................................................. 39
7.3.
O POVO DA LEI ............................................................................. 42
7.4.
A ESPERANÇA MESSIÂNICA ....................................................... 43
7.5.
AS DISPOSIÇÕES DO CONCERTO ............................................. 46
7.6.
O SACRIFÍCIO COMO UM QUADRO PROFÉTICO ...................... 53
7.7. A COMUNHÃO - “NO TABERNÁCULO” .......................................... 54
7.7.1. A estrutura do tabernáculo ........................................................ 55
VIII - CONCLUSÃO...................................................................................... 57
8.1.
A SOBERANIA DE DEUS .............................................................. 57
8.2.
A VIDA E A MORTE ....................................................................... 57
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................. 60
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I – INTRODUÇÃO AO TERMO
A teologia do Antigo Testamento se propõe a responder dentro de uma
compreensão da revelação sobre os assuntos centrais do Antigo
Testamento, destacando dentre eles; a formação do povo; o êxodo; a
promessa e a expectativa messiânica.
1.1.
TEOLOGIA BÍBLICA.
É o estudo da revelação pessoal de Deus, progressivamente desenvolvida
nas palavras e na história do Antigo Testamento, centralizando-se no
propósito de sua redenção para a humanidade perdida.
Há uma diferença entre a Teologia Bíblica do Antigo Testamento e a
Introdução ao Antigo Testamento. Enquanto a Introdução do Antigo
Testamento procura por elementos como a autoria dos livros individuais e
seus acontecimentos históricos, o estudo da Teologia Bíblica do Antigo
Testamento enfatiza a importância teológica de diversos temas ao
revelarem-se no desenrolar gradual da mensagem histórica.
1. 2.
REVELAÇÃO BÍBLICA
É a atividade de Deus por meio da qual ele transmite um conhecimento
inatingível ao homem, o fazendo entender a ponto de registrá-lo como algo
compreensível aos leitores e ouvintes.
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A palavra “revelação” significa: “remover o véu” de algo escondido que não
pode ser alcançado por meios naturais e nem pelo esforço humano. Uma
revelação é uma manifestação especial e extraordinária que desvenda um
mistério, sendo revelador o próprio Deus e o alvo da revelação o homem a
quem a mensagem é direcionada.
1.2.2. A revelação é uma comunicação da parte de Deus
A revelação divina não é resultado de qualquer capacidade ou valor pessoal.
Alguns teólogos modernos afirmam que Deus tem se revelado em suas
ações nas Escrituras; entretanto, cabe ao homem decidir o significado; de
acordo com alguns teólogos, ainda, Deus tem simulado sua mensagem, mas
cabe a nós fazermos sua interpretação. Deus agiu na história, porém a cada
ação divina, vê-se à interpretação de Deus registrada com relação àquele
acontecimento e o confirmar na compreensão do homem da época.
A ação de Deus foi acompanhada e interpretada pela sua palavra. Deus
demonstrou e declarou o seu propósito.
1.2.
INSPIRAÇÃO BÍBLICA (RELEMBRANDO)
“... É uma influência sobre natural exercida nos escritores sagrados pelo
Espírito de Deus, por cujas virtudes seus escritos são considerados de
integridade divina”. (B. Warfiel).
Ação significa que os escritores sagrados foram movidos pelo Espírito Santo
- ( 2 Pd. 1: 19-21) - Quer dizer que a Bíblia não é uma coletânea de opiniões
humanas. Os escritores foram, inspirados pelo ministério do Espírito Santo;
a fim de que aquilo que eles escrevessem, fosse a real mensagem de Deus.
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Inspiração significa que a bíblia possui a autoridade e a autenticidade de
Deus - (Jo 17:17) Revelação é um conteúdo ou aquilo que Deus disse;
inspiração é um método usado por Deus ou como Ele deu a sua mensagem.
Revelação é a mensagem, inspiração é o método.
1.3.
O QUE É A HISTÓRIA DA REDENÇÃO?
A palavra “historia” a princípio foi usada pelos gregos para definir “pesquisa,
informação, relato”; com o tempo, por uma questão de semântica, “história”
passou a significar “consciência histórica”, isto é, um conjunto de memórias
de um povo ou de uma nação, que são passadas de geração a geração.
Deus sempre interveio na historia da humanidade com atos, desde a
Criação; o Êxodo; o Cativeiro; a Restauração e o estabelecimento da nação
de Israel. Sobre a mensagem dos profetas para Israel, preparando-o para o
iminente juízo, responderam as seguintes perguntas:
O QUÊ?- O cativeiro vindouro (Am. 3:11)
POR QUÊ?- Por causa da apostasia nacional e individual (Am. 3:10)
QUEM?- Os assírios e os babilônios foram os instrumentos divinos de juízo
contra Israel (Am. 3:13 - 15; 4:2)
Os assírios não invadiram Israel simplesmente porque queriam conquistar
mais gente. Sem eles mesmos terem consciência disso, os assírios estavam
agindo de acordo com o propósito.
O que Deus fez na história de Israel, é de relevância na provisão de
redenção para toda a humanidade” a realização dos seus decretos.
1.3.1. A história de Israel é uma história de redenção
Os teólogos empregaram a palavra alemã “Heilsgeshichte” para descrever a
qualidade sem igual da história de Israel. Esta palavra foi traduzida como
“história santa” ou como “história da redenção”.
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Esta palavra foi aplicada de duas maneiras:
Primeiro; a Bíblia é um testemunho humano da atividade de Deus, como se
ela não contivesse verdades sobre Deus, mas simplesmente o registro
humano da atividade divina.
Segundo; interpretação da “história da redenção” diz que a Bíblia é o
testemunho que Deus mesmo da sobre a sua atividade. A libertação de
Israel da escravidão no Egito foi um dos maiores eventos históricos dos
tempos antigos, porque foi um fato iniciado por Deus. O cativeiro Babilônico
foi predito por Ele ao Seu povo, por meio dos profetas; tanto durante o exílio,
como depois dele, Deus continua explicando suas ações por meio da
comunicação verbal da sua mensagem.
Mediante a Sua Palavra e Suas ações, Deus tornou conhecido seu plano e
seu propósito, de maneira progressiva, onde cada evento explicava o outro;
Deus nunca deixou o homem interpretar por conta própria a atividade divina.
“Heilsgeschichte” é a história da salvação progressiva.
1.3.1.1. Tema do estudo
O desdobrar do plano de Deus para a redenção da humanidade perdida
(Heilsgeschichte)
O homem foi criado para ter comunhão com Deus e para desfrutar a riqueza
da sua presença para sempre, e mesmo depois da queda, Deus manteve o
seu propósito. O mundo como é não foi designado por Deus para ser à
morada do homem. O pecado originado pela desobediência, fez o homem
“cair” do seu estado original. O tema central do nosso estudo é o plano da
salvação (o homem restaurado mediante uma relação com Deus). A “queda”
é solidariamente transmitida a toda raça.
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Il – DEUS: O SEU SER E A SUA REVELAÇÃO.
2.1. OS NOMES DE DEUS
Algumas pessoas tiveram seus nomes mudados, a fim de indicar uma
transformação no seu relacionamento com Deus. Geralmente, porém, os
nomes eram usados para descrever o caráter ou função das pessoas.
Deus, porém, definiu seu próprio nome! Os nomes dos deuses pagãos eram
usados como "superstição", mas o nome do Deus de Israel não devia ser
invocado em vão (Ex. 20:7). Em muitos casos, um mesmo deus tinha
múltiplos nomes com vários graus de importância; no decurso do tempo,
esses deuses eram destronados pelo desgaste de mandatos impostos por
seus adeptos. Havia, no entanto, alguns nomes que eram conservados por
uma minoria seleta.
Aqueles que conhecessem tais nomes secretos seriam os donos do poder
que supostamente evocavam. Era um misticismo babilônico.
Quando os exilados da Judéia foram reinstalados na Babilônia pelos
conquistadores, os antigos nomes hebraicos rapidamente cederam lugar aos
nomes locais, que ironicamente, homenageavam os deuses da terra, um
exemplo disto é Mordecai, um nome babilônico, uma forma de Marduke, um
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dos principais deuses da Babilônia; assim como Ester era uma variação de
Astarte, deusa cananéia1.
Estava em andamento o desenrolar progressivo do plano da Redenção; e
um propósito no plano de Deus para Israel, iniciado com o Êxodo, foi tornar
o seu nome conhecido entre as nações (Is. 24:15; Ml. 1:11).
2.2. EL - O FORTE E PODEROSO
Esse era o nome mais comum de Deus no Oriente Próximo antigo, e ficou
cada vez mais associado ao Deus dos hebreus. Os povos antigos
acreditavam que havia um Deus que era superior e supremo entre os
deuses, e chamavam-no de “Deus Altíssimo”. Melquisedeque era sacerdote
do Deus Altíssimo; Jó serviu a esse mesmo Deus Altíssimo. Abraão
identificou o Deus Supremo como YAHWEH - o Deus da Aliança (Gn.14:22).
Os cananeus denominavam Deus de El, assim foi que Jacó, depois do seu
sonho, mudou o nome de Luz para Betel (casa de Deus); muitos nomes de
pessoas terminavam com esta palavra ou sílaba divina.
Hagar identificou o ser que com ela falara como sendo YAHWEH, Abraão
fez um pacto de paz com Abimeleque e plantou um bosque para indicar a
natureza duradoura da aliança, e invocou o “Deus Eterno” (= El-Olam ) para
pessoalmente ser testemunha do acordo de paz (Gn. 21:33).
Há mais outros dois nomes derivados do nome “El” – Eloim e El-Shaddai.
2.3.
ELOIM
É a forma plural do nome El; ocorre 2.570 vezes no Antigo Testamento. Os
antigos pagãos tinham deuses diferentes para cada ocasião diferente: o
1
Conhecida entre os babilônicos como Istar..., e no sul da Arábia como Athtar... Virgem
perene, ela era também a mãe frutífera e criadora da vida. CHAMPLIN, Russel Norman.
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. v. 1. p.354
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deus da chuva, o deus do sol, o deus da colheita, o deus da guerra, o deus
do amor...
Não conseguiam imaginar um único Deus com todos esses
poderes. Mas o Deus único dos hebreus era poderoso, era Deus para todas
as ocasiões, não mudava. Manifestava seu poder e sua presença na
operação multiforme da sua majestade e poder.
2.4.
EL SHADDAI
“O Deus Onipotente” esse nome era para referir-se a Deus nos tempos dos
patriarcas.
Alguns comentaristas definem o nome “El-Shaddai” como o “Deus da
Montanha”, o que não era incomum entre os gregos que acreditavam que os
seus deuses habitavam o pico do Monte Olimpo;
El-Shaddai era outra nomenclatura a qual Deus usa para se revelar aos
Hebreus. “O Deus que fala do Horebe.”
Moisés apresentou ao povo um Deus pessoal e presente e não uma
localização geográfica. “El-Shaddai” é um “Deus totalmente suficiente”.
Shaddai significa “vencer”, “destruir”. El-Shaddai é o “vencedor”, ”o
destruidor”, o “onipotente”.
2.5.
YAHWEH - O DEUS DA ALIANÇA
O primeiro homem que invocou o nome de YAHWEH foi Enos, neto de Adão
(Gn. 4:26). O nome YAHWEH é usado mais de seis mil vezes no Antigo
Testamento como o Deus da Aliança. “IHVH” - palavra hebraica que
transliterada para o português tem o som de “IAVÉ” , porque lhe foram
acrescentada vogais. A pronúncia correta desse nome hebraico perdeu-se
no tempo, pois o Judeu temia pronunciar o nome Inefável. A pronúncia mais
aproximada é “Yahweh” = “Eu Sou”.
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Um nome revelado foi como Deus se apresentou a Moisés: “Senhor” =
“YAHWEH” = “Eu Sou”, um Deus único e verdadeiro:
YAHWEH:
Jiré = O Deus que provê (Gn. 22)
Cama = O Senhor que está ali (Es. 48:35)
Ráfia = O Senhor que cura (Ex.15:26)
Ra’ah = O Senhor, meu Pastor (Sl. 23:1)
Shalom = O Senhor que é paz (Jz. 6:24)
Tzidhenu = O Senhor, justiça nossa (Jr.23:6)
Nissi = O Senhor, minha Bandeira (Ex.17:15)
Sabaó = O Senhor dos Exércitos (1Cr.17:24).
2.6. COMO DEUS SE REVELOU
A menção de como seria a revelação de YAHWEH só pode ser baseada na
revelação já existente, ou o estudo histórico da revelação.
2.6.1. Antropomorfismo e antropopatismo
Antropomorfismo significa “em forma humana”: Deus era descrito como se
possuísse as características físicas ou emocionais dos homens, como “face”
e “costas” (Ex.33:23).Exemplos de antropomorfismo:
Mãos – Is. 66:2.
Pés – Gn. 3:8; Sl. 8:6.
Olhos - 1 Rs. 8:29; 2Cr. 16:9.
Ouvidos – Ne. 1:6; Sl. 34:15.
Antropopatismo significa ter “natureza emotiva humana”. Exemplo: Deus
zangou-se - Dt. 4:21.
Expressar ciúmes - Êx 20:5, etc.
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Teofania - Aparição física de Deus em forma humana, mas também em
forma do “Anjo do Senhor”. Deus passeava no Éden e conversava com Adão
e Eva. As teofanias eram as formas mais comuns da revelação divina nos
tempos patriarcais. Abraão recebeu a revelação de Deus por teofania.
2.6.2. A nuvem da presença de Deus
O período mosaico é notável por causa da presença visível de Deus na
“nuvem de glória”. Deus estava na coluna de fogo e na nuvem que ficava
sobre o tabernáculo. (Ex.13:21;14:19).
De dia o povo via a nuvem que pairava sobre todo o acampamento, de noite
a coluna de fogo, ambas com a finalidade de demonstrar a presença de
Deus. (Ex. 13:21, 22:14, Lv. 10:2, Nm. 16:35)
A presença de Deus na nuvem da glória no Santo dos Santos permaneceu
com Israel até os dias finais do reino de Judá (Israel do Sul) - Es 10:18;
11:23; Ag. 2:3.
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III - O ANJO DO SENHOR
Nos aparecimentos do Anjo Senhor, há indicações das características do
messias, observe os três registros abaixo mencionados:
Primeira: Agar foi a primeira pessoa nos registros bíblicos que recebeu uma
visita do Anjo do Senhor – Gn. 16:7-13.
Segundo: O anjo louva a obediência de Abraão e seu temor a Deus, porque
não negara a Deus o seu único filho. Note que o texto diz assim: “por quanto
não me negaste o teu único filho”. Era uma clara identificação com Deus
(Gn. 22).
Terceiro: Sozinho em Betel, tendo que se confrontar com seu irmão Esaú,
Jacó recebeu a visita do Anjo do Senhor – Gn. 32: 24 - 32. Jacó diz que o
Anjo do Senhor o livrou de todo o mal = redimir (redenção) .
3.1.
A DEIDADE DO ANJO DO SENHOR
A obediência ao Anjo do Senhor; o Anjo com o nome e a voz de Deus. (Ex.
23: 21,22)
3.1.1. Obediência ao Anjo
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O povo de Israel recebera uma clara obrigação moral através do Anjo; tem
que se submeter a sua autoridade, caso contrário não perdoaria os seus
pecados (Js. 24:19).
3.1.2. O Anjo com o nome e a voz de Deus
O anjo do Senhor disse: “Pois nele está o meu nome” (Ex.23:21)
O nome de Deus é o sinônimo do anjo do Senhor; portanto, a natureza e a
glória que Deus possui é também a natureza e a gloria do Anjo.
3.1.3. O Anjo da presença do Senhor
Em (Ex. 33:1-3) Deus enviaria o seu povo à terra Prometida; apesar de seus
pecados, Deus não deixou de cumprir a promessa feita aos patriarcas.
3.1.4. O Anjo no julgamento e na libertação
(Jz. 6:12 - 22) A libertação foi realizada por causa da presença do anjo do
Senhor (v.16); Gideão sabia que tivera um encontro com o Senhor Deus.
Elias experimentou a proteção do Anjo (1Rs. 19:5 - 7; 2Rs. 1:3 - 15). Ajudou
o rei Ezequias (2Cr. 32:21; 2Rs. 19:35).
3.1.5. O Anjo do Senhor no livro de Zacarias
Há uma distinção entre o Senhor e o Anjo do senhor (Zc. 1:12).
O Anjo do Senhor tem autoridade sobre os demais anjos (Zc. 1:11; 3:4).
O Anjo intercede diante de Deus em favor de seu povo (Zc. 1:12).
Ele assenta-se em lugar de Deus (Zc. 3:1, 2).
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Ele compartilha do mesmo propósito de Deus (Zc. 3:8 - 9)
A obediência ao Anjo é uma condição prévia para o recebimento da benção
de Deus (Zc. 3:6 - 7)
A defesa do povo de Deus por Jeová nos últimos dias é a mesma dada pelo
anjo do senhor no passado (Zc. 12:8).
O Anjo do Senhor possui os atributos e a personalidade da deidade, mas
ele não é a soma total da divindade. Evidências dos dois testamentos
indicam que o Anjo do Senhor é nada menos do o Filho pré-encarnado de
Deus, que realiza em medida cada vez maior o livramento redentor e a
proteção do povo de Deus.
O Espírito do Senhor Deus revelou-se no Antigo Testamento como uma
pessoa viva. O povo de Deus não estava simplesmente envolvido pelo poder
de um Deus invisível. Conheciam a presença contínua da presença de Deus,
era o poder de Deus mediante o Espírito Santo.
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IV - O ESPÍRITO DE DEUS
A palavra hebraica usada para o Espírito do Senhor no Antigo Testamento é
“ru’ach”. A palavra “ru’ach” significa a respiração normal, quieta.
Em Gn. 1:2, diz que o Espírito Santo movia-se sobre as águas. Esta palavra
“mover-se” é usada em Dt. 32:11 para descrever a ação de uma águia
protegendo seus filhotes no ninho. Esse movimento gera força, energia,
vida. Ali estava o princípio de todo o ser vivente.
Neemias relata que o Espírito Santo estava com o povo de Israel enquanto
este viajava através do deserto até à Terra prometida. (Ne. 3:20).
O Espírito Santo não somente orienta o povo de Deus, como também o
equipa para as tarefas que Ele o chamou para cumprir. Moisés e os setentas
anciões receberam a plenitude do Espírito Santo (Nm. 11:17 - 25).
Otoniel, Gideão, Jefté e Sansão receberam poder do Espírito do Senhor; (Jz.
3:10; 6:34; 11:29; 13:25) Davi igualmente (1 Sm. 16:13).
A maior manifestação da obra do Espírito Santo foi no ministério dos
profetas de Israel. Foram homens escolhidos e ungidos pelo Espírito de
Deus para serem seus mensageiros ao povo. Veja o ocorrido com Ezequiel:
O Espírito de Deus entrou nele (Ez. 2:2; 3:24).
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Colocou-o em pé (Ez. 2:2; 3:24).
O Espírito caiu sobre ele (Ez. 11:5).
O Espírito também levantou Ezequiel (Ez.3:12 - 14).
E às vezes, até mesmo o levava (Ez. 3:14) para localidades diferentes (Ez.
8:3; 11:1, 24; 37:1; 43:5).
A unção do Espírito Santo no Antigo Testamento era para pessoas
específicas. O derramamento do Espírito Santo em grande escala, era,
previsão futura (Jl. 2:28, 29).
4.1.
A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
Não há nenhuma declaração explícita no Antigo Testamento, a respeito do
Espírito Santo como pessoa. Em quase todas as referências ele é tratado
como Deus em ação. A ênfase principal recai no seu poder e não na sua
personalidade.
Uma compreensão da personalidade do Espírito Santo no Antigo
Testamento, pode ser obtida através dos seguintes versículos, que
mencionam qualidades da Pessoa do Espírito Santo que possui uma
natureza emotiva. Ele pode entristecer-se (Is 63:10). Não é simplesmente
um poder ou uma força, pois tem as qualidades éticas de uma
personalidade. Neemias reconheceu o Espírito de Deus como ensinador de
Israel (Ne 9:20).
4.2.
O DEUS DA ALIANÇA E SEU PODER
Através da história da humanidade têm-se vários exemplos de terríveis
manifestações de poder cruel de tiranos e ditadores. Porém, há um poder
bem maior, este é o poder de Deus. A nação de Israel foi tirada da
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escravidão do Egito através da manifestação explícita do poder de Deus. A
operação do poder de Deus sempre foi e sempre será para o cumprimento
do seu propósito.
4.3.
OS ATRIBUTOS DE DEUS
A afirmação básica da teologia do Antigo Testamento é que Deus existe e
que Ele, e Ele somente é o verdadeiro Deus, o único Deus.
Um atributo é intrínseco ao sujeito, é uma propriedade pela qual ele pode ser
distinguido ou identificado. Deus é santo. É essa perfeição da sua santidade
que tornou tão decisivamente importante a responsabilidade para com Deus.
Santidade é um atributo de Deus e predicado no homem. Porque Deus é
Santo, o povo de Israel devia ser santo. Israel foi chamado para viver uma
vida de pureza moral. Em meio às formas mais grosseiras de imoralidade
que permeiam o nosso mundo de hoje, somos chamados à mesma santa
vocação. O homem pode amar, mas não é amor; o homem pode fazer
justiça, mas não é justiça. Há, entretanto, atributos divinos que são
absolutos, p.ex.: á onisciência, onipresença e onipotência; eternidade,
unidade e eterno; imutabilidade e soberania.
4.4.
O Deus eterno
Tempo é a progressão de um ponto definido de início, que se dirige a um fim
definido. Tempo tem um começo e um fim, e porque tem um começo e um
fim, sua origem provém de uma força externa; é a existência de um ato
criativo de Deus. Tudo que está no tempo sofre a sua ação. Eternidade é
mais que extensão ilimitada de tempo, e não tem começo nem fim, existe
independentemente de qualquer força ou poder. A palavra hebraica para
descrever a eternidade de Deus é “Olam”. A ênfase dessa palavra, no que
diz respeito a Deus, é aquela de uma duração eterna.
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Deus sempre existiu e sempre existirá!
Deus é o Deus eterno (Gn. 21:33), porque Ele é o eterno Deus (Is. 40:28).
Ele é sempre o mesmo (Sl. 102:25, 26).
A misericórdia de Deus é eterna (Sl. 25:6; 89:2; 103:17).
A justiça de Deus é eterna (Sl. 111:3).
A força de Deus é eterna (Is. 26:4).
O amor de Deus é eterno (Is. 54:8; Jr.31:3).
A autoridade de Deus é eterna (Sl. 145:13; Jr.10:10; Dn.4:3)
4.5.
O DEUS SANTO
O paganismo no tempo do Antigo Testamento era totalmente destituído de
moralidade; os cultos idólatras pagãos eram verdadeiras orgias, das mais
grosseiras. E no de tanta sujeira, surge um povo cujo Deus é santo. Ele é
sem igual; é diferente e separado de qualquer outro conceito de Deus ou de
qualquer outra entidade. Por causa a sua santidade, Ele não podia ser
tratado com leviandade (Ex. 3:6; 1 Sm. 6:20; Is. 6:5). Deus está separado da
totalidade da criação. Ele é o Criador. Tudo quanto existe deve-se a Deus.
Ezequiel viu um vislumbre da majestade de Deus, e mesmo usando todas as
palavras que lhe foram possíveis, não conseguiu descrever o que viu.
4.6.
A SANTIDADE ÉTICA DE DEUS
Nos escritos do Antigo Testamento, Deus é santo, separado de toda a
criação moral, evidenciada pelas exigências que ele fazia ao seu povo. A
Adão e a Caim foram apresentadas obrigações morais. Adão caiu por opção
sua; Caim ofereceu os produtos da terra recentemente amaldiçoada.
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As obrigações morais foram dadas em forma da Lei, através da qual Deus
podia manter comunhão com o seu povo.
4.7.
O DEUS MISERICORDIOSO
Deus não é uma autoridade severa e cruel, disposta a todo o momento, a
condenar e castigar o homem pecaminoso. Pelo contrario, sua misericórdia
está sempre presente, disponível àqueles que precisam do seu amor
imerecido.
Uma das palavras mais significativas no Antigo Testamento, é a palavra
hebraica “hessed”, que os teólogos ligam com as obrigações pactuais de
Deus para com a nação de Israel. A lealdade de Deus às suas promessas
segundo a aliança, não se baseava no comportamento dos que estavam
comprometidos com ela, mas sim no amor e na misericórdia recebida
injustamente da parte dele. A misericórdia de Deus achava-se no seu amor
ao seu povo.
Primeiro fator é que a ajuda é necessária; tanto Israel como a humanidade
pecaminosa tem necessidade da operação do amor misericordioso de Deus.
A misericórdia é a única fonte de esperança; segundo fator é que há alguém
que tem a capacidade de ajudar, e só Deus pode agir em favor do homem
pecaminoso.
A misericórdia de Deus está acima da nossa compreensão “porque a sua
misericórdia é para sempre” (Sl. 136); é suficiente para satisfazer toda
necessidade (Sl. 88:5; 103:8; Os. 14:3).
4.8.
O DEUS SOBERANO
Deus é o governante soberano de toda a criação. Adão e Eva desde o
princípio estabeleceram o padrão da independência humana da autoridade
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de Deus. Ninrode procurou edificar para si um império sem Deus. Abraão
teve a experiência da soberania de Deus.
Abraão teve a experiência da soberania de Deus em sua própria vida,
quando ele e sua esposa, avançados em anos, geraram um filho. José, da
prisão e da condição de escravo, foi eleito e elevado à categoria de primeiroministro, e assegurou a sobrevivência de Israel.
Faraó do Egito e Nabucodonosor da Babilônia passaram pela experiência da
poderosa soberania de Deus. O relacionamento de Deus com Israel incluía a
identidade religiosa da sua soberania em todas as áreas da vida social,
econômica e religiosa.
Evidência do Criador Deus existe; isto é uma verdade que não precisa de
nenhuma explicação nem defesa. Alguns teólogos têm procurado comparar
os escritos pagãos sobre a criação com o relato em Gênesis.
A narrativa babilônica chamada “Enuma elish”, tem sido usada para
desacreditar na unicidade do registro em Gênesis. Não cremos que em
Gênesis houve plágio ou uso da mitologia pagã por três motivos:
Primeiro, a descrição da criação em Gênesis é monoteísta, nos relatos
pagãos são vários deuses brigando uns com os outros;
Segundo, a exposição em Gênesis, apresenta uma pureza moral que está
faltando totalmente nos registros pagãos;
Terceiro, o registro em Gênesis é escrito com singeleza e com uma
pressuposição básica das verdades divinas, o que é totalmente estranho aos
registros pagãos que atribuem a criação do mundo e do homem, a vários
deuses diferentes.
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Há dois princípios a serem considerados no tocante ao modo de como Deus
criou o Mundo.
Estudaremos esses dois princípios segundo os tópicos “A palavra de Deus”
e o “Espírito de Deus”.
É empregada dez vezes em Gênesis. Toda atividade da criação operou-se
pela Palavra declarada de Deus. O vocabulário hebraico que é traduzido
como “palavra” é “amar”, significando que tem sido definido como “dizer”,
“falar”, “contar” e “ordenar”. A formula profética empregada por quase todos
os profetas de Israel, era:
“Assim diz o Senhor”. Era a autoridade de Deus; a autoridade da Palavra
quando Ele criou o mundo. “E disse Deus”.
No tempo certo a “Palavra de Deus” veio a ser personificada na vida e no
ministério de Jesus Cristo que a maior e última expressão de Jesus em
diálogo e atividades abertas com o homem.
É apresentado em Gênesis 1, como a fonte de vida. A palavra aqui traduzida
“Mover-se”, que é em hebraico “Meraquefeth”, enfatiza uma intimidade de
contato entre aquilo por meio de quem surgiram à vida e a ordem. O
conceito de “ru’ach” (espírito) no pensamento religioso judaico, é
intimamente relacionado com o “hábito” de Deus. (Jó. 33:4).
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V - O DEUS DA HISTÓRIA
A partir do momento em que o homem passou a registrar os
acontecimentos, a história começou a existir como tradição de um povo, de
uma nação. Quando o homem quis saber da história que não foi registrada,
partiu para a escavação em busca das palavras perdidas em forma de
utensílios.
Deus fala e age na história, nos assuntos dos homens e das nações.
Os hebreus viam a história como uma linha contínua no tempo, com um
início e um fim. Os pagãos tinham os seus deuses, entretanto, nenhum
controlava a história. Para os hebreus, o Deus que criara o mundo e o
homem, controlava a sua história, e sem dúvida, lhe daria uma conclusão.
Deus é o Senhor da História, porque história é o desenvolvimento do
universo e das espécies sobre a terra, desde a sua criação. Entretanto,
história propriamente dita é aquela onde há espírito, isto é, algo que ocorre
apenas na humanidade.
O termo “história” com o sentido que conhecemos hoje é uma questão de
semântica. História para os antigos gregos era pesquisa relatada; com o
passar do tempo, o homem passou a registrar os relatos dos acontecimentos
e a tomar consciência dos seus valores petulantes.
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A consciência histórica se expressa a sim mesma numa tradição,isto é, num
conjunto que são Memórias guardadas e passadas de uma geração à outra.
O homem pré-histórico ainda não tinha consciência do valor dos
acontecimentos, e mesmo assim, ele ainda não tinha desenvolvimento um
meio de como registrar, tudo começou com a criação sendo escrita pelo
próprio Deus, pois a primeira menção da escrita está em Gênesis, quando
Deus pôs um sinal em Caim que visto e “lido” traduzia todo o pensamento.
Aí começou o propósito de Deus para o homem, que seria reinar sobre o
meio ambiente e ser submisso ao seu criador.
Os dois primeiros eventos históricos tornaram se inata a toda humanidade: a
criação do homem e sua queda. Logo teve início a história da redenção e
esta foi à força maior que deu continuidade a história da humanidade, sem a
qual a história do homem teria terminado no Éden. Deus deu “conhecimento”
desses fatos passados a um povo que foi o único portador da história
verdadeira, o povo israelita, a história da Salvação e a história da Redenção.
5.1.
A HISTÓRIA E OS PATRIARCAS
(Noé- Abraão –Isaque e Jacó-)- Deus reagiu à imoralidade de antes do
dilúvio. A chamada de Deus e sua promessa a Abraão (Gn. 12:1-3), e a
repetição dessa chamada e promessa a Isaque e a Jacó(Gn. 26:2 - 3; 28:1315), colocam a promessa de Gênesis 3:15 firmemente dentro do contexto da
família de Abraão.
5.2.
A HISTÓRIA E A REDENÇÃO
Deus tirou Israel do Egito e decretou um ato que faria, para sempre,
lembrar-se dessa liberdade, e a Páscoa foi instituída à nação. Quando Israel
pediu um rei, Deus lembrou que não fora um rei humano que o livrara da
escravidão. Foi dentro da História da Humanidade que a História da
Redenção foi Revelada; não há salvação sem a história da revelação e onde
há revelação há redenção; entretanto, não podemos identificar a história da
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redenção com a história universal; o poder redentor rompe na história, mas
não é criado pela história; a história da redenção é evidenciada dentro da
história universal por uma série de eventos mostrados e por isso é também
chamada de “História Sagrada”.
5.3.
A HISTÓRIA E OS PROFETAS
Israel recebeu a garantia de que assim como Ele agira no passado, na
libertação ou no juízo, assim também Deus agiria no presente e no futuro.
Os profetas seriam seus porta-vozes para anunciarem a sua vontade. Além
disso, os profetas viam o cativeiro na Babilônia à luz do propósito histórico
do julgamento divino da apostasia de Israel e de Judá (Is. 7:18 - 19; 10:5-7;
2Rs. 17:1-18; Jr. 25:9). A volta do remanescente à cidade destruída de
Jerusalém, não foi vista como mera mudança do progresso de uma nação;
era à vontade declarada de Deus - era Deus agindo na história. Isaías
predissera que Ciro, conquistador do Império da Babilônia, seria o vaso
escolhido de Deus para executar a libertação de Judá do cativeiro (Is. 44:2428; 45:1-3).
O remanescente que se reuniu ao redor do profeta Ageu para reconstruir o
templo, foi estimulado a relembrar aquilo que o Senhor fizera a favor do
povo, como encorajamento para o futuro (Ag. 24, 5,9).
5.4.
A HISTÓRIA E O FUTURO
Daniel expressou bem o relacionamento de Deus, quando escreveu que
Deus muda os tempos e as horas (Dn. 2:21). A certeza do futuro está ligada
à certeza histórica do passado. Algumas profecias já se cumpriram e outras
estão se cumprindo, e outras, ainda, se cumprirão no futuro. Um dia, todas
essas profecias tornar-se-ão parte história concreta; Israel será restaurada
ao Senhor (Os. 3:5; Jr. 30:9; Ez. 36:25, 29, 33); Jerusalém será o centro da
adoração do Senhor por parte dos habitantes da terra (Is. 2:24), e o trono de
Davi será restaurado na cidade de Davi (Is. 9:6, 7).
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VI - A RAZÃO PARA O QUE DEUS FAZ:
Declarar a sua glória
Demonstrar o seu amor
Manifestar a sua justiça
Eis a história controlada por Deus que não a deixou nos ditames de
governantes humanos caprichosos
6.1.
DECLARAR A SUA GLÓRIA
Para ser glorificado, Deus criou o universo, escolheu a nação de Israel, e
dirigiu os negócios dos homens e das nações. É adorado através da
natureza por meio das obras da criação (Sl. 19:1; 111:3).
As religiões antigas consideravam a natureza com uma finalidade em si
mesma. As estrelas, os tempos e as estações, as condições variáveis do
clima, todos eram considerados com o nível de obediência ou desobediência
do homem a esses elementos personalizados. Jó embora vivesse numa
comunidade pagã, declarou com firmeza, que não se curvava diante dos
deuses falsos da natureza (Jó. 31:26-28).
As Dez pragas foram, na realidade, o modo divino de pronunciar o juízo
sobre a nação de Israel (Nm. 33:4). Tais deuses da natureza eram para
Israel, uma ameaça constante. Infelizmente, este conflito espiritual entre os
deuses da natureza e a glória de Deus, era uma característica contínua da
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Teologia do Antigo Testamento 27
historia de Israel. Ao deixar de obedecer à ordem de Deus no sentido de
destruir a civilização Cananéia, o povo de Israel manteve a porta aberta para
a influencia contínua dos deuses pagãos da natureza (Jz. 3: 57).
Até o juramento que o povo fizera no fim da vida de Josué, foi rapidamente
esquecida (Js. 24:15-18). No reino do Norte e posteriormente o reino do Sul,
um rei após outro, abandonou o mandamento, dado por Deus, de governar
em submissão ao Criador, ao invés de submeter-se aos deuses pagãos.
Salomão foi o primeiro (1Rs. 11:4-6). Jeroboão fez aliança política mediante
submissão aos ídolos da natureza (1 Rs. 12:27-33). Em Israel, Acabe
permitiu que sua esposa Jesabel introduzisse a adoração a Baal, e o culto
imoral de Asterote (no “bosque”) 1 Rs. 16:29-33. Seu genro em Judá fazia o
mesmo 2Cr. 21:6, 10,11. Manassés inverteu toda reforma religiosa feita pelo
rei Ezequias, seu pai, e introduziu a adoração aos deuses da natureza. (2
Rs. 21:2-16)
Foi tão mau o que Manassés fez que nem mesmo as reformas feitas pelo
seu neto, o rei Josias, impediu o juízo divino. Somente um julgamento divino
e o exílio conseguiriam expurgar da nação a idolatria. Durante o declínio
religioso de Israel, Deus não ficou em silêncio, os profetas anunciaram os
juízos de Deus, conclamando o povo de volta para Deus. O juízo prometido
veio mesmo, e nunca mais Israel cultuou aos deuses pagãos (Hb. 9:2).
Israel foi escolhido entre as nações para ser o instrumento revelador da
glória de Deus (Is. 43:7). Ele deu a Israel a responsabilidade de declarar a
sua glória entre as nações (1Cr. 16:24)
O primeiro exemplo de Deus ser glorificado por Israel, foi no caso de Nadabe
e Abiu, consumidos pelo fogo do altar por serem presunçosos. Deve-se
glorificar a Deus é honrar e obedecer aos seus preceitos. Outro exemplo de
Deus sendo glorificado: no julgamento de Acã (Js 7:19). O senhor será
glorificado na penalidade pagã, no pecado removido. Depois de todas as
humilhações e sofrimentos passados por Israel, no decurso do tempo, Deus
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Teologia do Antigo Testamento 28
foi glorificado no dia em que o povo voltou para a terra prometida, em 1948.
Mas essa glorificação só será plena, quando o Senhor restaurar Israel.
A glória de Deus pode ser vista na experiência de vários personagens no
Antigo Testamento. Em primeiro lugar, dois homens que realmente
testemunharam a representação visível da glória de Deus. Depois
consideraremos dois reis pagãos.
a) Moisés – Viu a demonstração da glória de Deus no livramento de Israel da
escravidão no Egito; presenciara a glória de Deus declarada no Monte Sinai;
e mesmo assim, orou: “Rogo-te que me mostres a tua glória” (Ex. 33:1, 823). O Senhor atendeu à sua oração no grau máximo em que o ser humano
pode suportar.
b) Ezequiel - Teve uma semelhante, na Babilônia. Suas descrições do tronocarro de Deus (a Merkavah= Carruagem de fogo), destacam palavras de
comparação análogas a “parecer” e “semelhante”. Durante todo o seu
ministério profético, Ezequiel fazia referencias a essa experiência sem igual.
Ezequiel também viu a glória de Deus (a Shekinah= Presença Divina)
levantar-se de sobre o querubim e ir até a entrada do templo (Ez. 9:3) e
voltou para o querubim; viu-a, ainda, levantar-se de sobre o querubim e
encher toda a casa em forma de nuvem, e encher, o átrio (Ez. 10:4); e pela
terceira vez, o profeta viu a gloria de Deus sair da entrada do templo e parar
sobre os querubins (Ez. 10:18); e pela última vez, a glória de Deus foi vista
pelo profeta, saindo da casa, pairando no centro da cidade de Davi e sair por
sobre o Monte das Oliveiras, e nunca mais voltar para o templo (Ez.
11:23).Até hoje, os judeus oram e esperam pela volta da Shekinah.
O Rei Nabucodonosor - orgulhoso de suas façanhas e realizações,
recusava-se a prestar atenção à advertência de Daniel a respeito do juízo
iminente. Preferiu acumular sobre si mesmo, a gloria e a honra. Foi-lhe
tirado o raciocínio, e depois de um certo, tempo no qual viveu como um
animal comendo a erva do campo, voltou ao convívio dos homens e
reconheceu a glória do Deus de Daniel (Dn. 4:34-37).
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Teologia do Antigo Testamento 29
Belsazar - Nomeado co-regente de seu pai que desejava no seu tempo livre
adorar o deus da lua. O príncipe Belsazar preferia dar louvores aos deuses
da natureza (Dn. 5:23) e o seu reino foi-lhe tirado. Só Deus merece toda
honra, toda glória e todo louvor.
6.2.
DEMONSTRAR O SEU AMOR
O Antigo Testamento é uma grande história de amor; do amor de Deus por
sua criação. Foi este amor que impediu a total destruição do mundo, ainda.
No hebraico “yada” é uma palavra que traduzida significa “saber” ou
“conhecer”. Literalmente, a palavra tem um significado de “tomar
conhecimento amoroso. Foi usada para descrever o relacionamento entre
Adão e Eva (Gn. 4:1). Esta foi à palavra, também usada, para descrever o
relacionamento entre Deus e Abraão(Gn. 18:19), o que nos diz que foi uma
profunda experiência amorosa. Em Amós 3:12, é usada a palavra “yada”
para dizer como o Senhor conhecia Israel.
O profeta Oséias seguiu a mesma linha de pensamento. Desde o início de
Israel como nação, na sua peregrinação no deserto, o Senhor tinha um
conhecimento afetivo desse povo. Oséias mantém a intimidade desse amor
por toda a sua mensagem. O senhor era assemelhado a um marido fiel que
buscava com amor, a esposa infiel (Os. 2:5). O Senhor era uma pai amoroso
que procura proteção para os seus filhos, os israelitas (Os. 7:15,11:1).
A segunda palavra para descrever o amor de Deus por Israel é “aheb”,
significando um amor fiel e consistente de deus para com um povo que na
melhor das hipóteses, retribuía com um tipo de amor bastante instável. A
primeira menção desse relacionamento encontra-se em (Dt. 4:37), onde
indica que o amor de Deus para com Israel remontava aos tempos distantes
dos antepassados israelitas. Desde a chamada de Abraão em Ur dos
Caldeus e durante o período dos grandes patriarcas Isaque e Jacó. Nada
havia que Israel pudesse fazer para merecer o amor de Deus (Dt. 7:7), era
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Teologia do Antigo Testamento 30
uma nação de ex-escravos que não possuía nenhum outro bem, mas sim o
amor de Deus, um amor “aheb”.
O amor de Deus por Israel manifestava-se por atos tangíveis de preservação
e proteção, a ponto de transformar maldições em bênçãos (Nm. 22:24).
Perto dos anos finais do reino de Saul, o profeta Jeremias lembrou ao povo
do inabalável que Deus tinha aos israelitas (Jr. 31:3), um amor solícito e
pessoal.
O amor de Deus é um amor paciente - Deus é paciente e tardio em iras (Ex.
34:6); suportou pacientemente o povo no deserto, tolerou a apostasia e
idolatria até certo ponto (Ne. 9:17-19), e não destruiu Israel dando-lhe tempo
para arrepender-se.
O amor de Deus é um amor compassivo - Para expressar esse sentimento
usa-se a palavra hebraica “raham” que significa o amor profundo de um
“Superior” para um “inferior”, e pode ser traduzido como “Compaixão” ou
“Misericórdia”. É compaixão por aquele que não tem a capacidade de ajudar
a si mesmo.
6.3.
MANIFESTAR A SUA JUSTIÇA
“ Não faria justiça o juiz de toda a Terra?”.(Gn 18:25).
Há eventos no Antigo Testamento que nos deixam perplexos.
Como um Deus de amor poderia ordenar a Josué destruir os habitantes de
Canaã? Homens, mulheres e crianças?
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Justiça no hebraico é “saddoq” quando é para descrever um padrão ético ou
moral. “Saddiq” é inerente à natureza de Deus (Dt. 32:4). A justiça e o juízo
são à base do seu trono. (Sl. 89:13).
Os princípios da Lei divina, conforme os Dez Mandamentos, forneciam uma
base sólida para a operação da justiça de Deus entre seu povo. É quase um
relacionamento de causa e efeito. Agir contra a lei era agir contra a justiça. O
juízo divino aplicado de acordo com essa justiça, é para todos os homens. A
benção de Deus para o seu povo sempre dependia da contínua lealdade dos
israelitas ao seu padrão moral. A desobediência resultava em castigo. Deus
é justo (Ne. 9:5-38).
A ordem para destruir os habitantes nativos de Canaã foi desconcertante.
Destruir pessoas que nunca lhes tinham feito mal nenhum? Toda uma
população sem respeitar seus anciões nem se apiedar de suas criancinhas?
Deus ordenar o aniquilamento completo de uma civilização? Por que o Deus
de amor faria isso? O homem tinha uma natureza moral, fora feito à imagem
de Deus, a justiça devia fazer parte da sua natureza. O desenvolvimento do
homem depois de sua queda indica duas maneiras de corresponder ao
padrão moral de Deus.
Havia aqueles que se esforçavam para manter a semelhança moral e viver
dentro da esperança fluente da justiça de Deus, e aqueles que rejeitavam o
padrão moral divino abandonando qualquer responsabilidade diante da
justiça de Deus. De todos os povos antigos, os cananeus eram os mais
imorais. O panteão cananeu era notável pelas imoralidades e barbaridades
grosseiras, que acompanhavam a vida religiosa dos cananeus. Todas as
formas de perversão sexual, bem como o sacrifício de crianças, formavam
uma parte comum do culto; eram os padrões da imoralidade. Josué viu o
“Príncipe do Exército do Senhor”, com a espada desembainhada pronta para
a batalha, uma teofania (Js. 5:13,14).
A ordem que Deus deu para a destruição da civilização Cananéia colocou
em ação a justiça divina. Ao fazer isto, Deus destruiu até bebês inocentes;
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Teologia do Antigo Testamento 32
se isto é justiça, por que Deus não entrega todos pecadores à mesma triste
sorte? Devemos considerar, antes de responder, o relacionamento entre a
justiça de Deus e a sua misericórdia.
Alguns hermeneutas dizem em seus comentários, que um Deus que
ordenou a destruição fatal de uma civilização antiga, não poderia ser um
Deus de amor. Sabemos, com certeza, que a natureza de Deus revela uma
união perfeita, sem nenhuma parte conflitante.
Assim como Deus é perfeito na sua justiça, também é perfeito na sua graça,
no seu amor, e na sua misericórdia. Deus estava dando ao seu povo, uma
revelação cada vez mais ampla do seu plano de redenção.
Veja o exemplo de Davi, foi castigado. A justiça de Deus está entrelaçada
com sua misericórdia; Ele não está abandonando sua justiça ética quando
perdoa o pecador arrependido. Isaias relaciona a justiça de Deus com a
promessa da salvação vindoura(Is.46:13). Oséias viu que a prometida
restauração nacional de Israel estava envolvida com a justiça de Deus (Os.
2:19; Jl. 2:13; Mq. 7:9). Veja a aplicação dupla da justiça de Deus.
Devemos reconhecer sua justiça judicial. Não pode haver meio termo no
padrão moral de Deus; deve-se também reconhecer a sua justiça redentora
de Deus. Ele não alterará seu método de redenção, pois é fiel ao seu próprio
padrão; o pecador arrependido receberá seu perdão justo. O pecador
impenitente receberá seu juízo também justo.
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VII – COMPREENDENDO O SISTEMA RELIGIOSO
Uma Humanidade perdida - A humanidade está envolvida num conflito
espiritual com um inimigo, e, paradoxalmente, por causa do pecado, pôs-se
ao lado do seu próprio inimigo, Satanás.
A pessoa e o propósito de Satanás - A origem de Satanás está envolvida em
mistério, mas há dois trechos nas escrituras que podem ser usados para
fornecer algumas informações a respeito dele, são Is. 14:12-15 e Ez. 28:1315; o profeta Isaías empregou a figura do rei da Babilônia, e o profeta
Ezequiel usou a figura do príncipe de Tiro, para descreverem a origem e a
queda de Satanás.
Satanás é um ser criado - “... No dia em que foste criado” (Ez. 28:13, 14).
Esse é um dos grandes mistérios da revelação bíblica do Antigo Testamento
Deus criou Satanás. Ao enfatizar o fato de Satanás ser ente criado, o Antigo
Testamento nega qualquer sugestão no sentido dele poder ser uma força
eterna independente. E mais, Satanás, foi criado por Deus como um ser
incomparável quanto à sua beleza e esplendor (Ez. 28:15), “perfeito em seus
caminhos”, era um “querubim ungido”, coberto de pedras preciosas; beleza
de um ser criado que refletia a glória do seu Criador.
Satanás foi um ser criado com propósito - O Antigo Testamento declara
nitidamente que Satanás foi criado para adorar a Deus, tinha o privilégio e a
responsabilidade de adorar e servir, ao seu criador; além disso, tinha a
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Teologia do Antigo Testamento 34
função de querubim ungido para proteger, era um dos poucos anjos cujo
ministério se associava intimamente com o trono de Deus.
Satanás revelou-se contra o propósito de Deus - Satanás foi criado para
proclamar a glória de Deus, mas tinha a capacidade de escolher, possuía
livre-arbítrio; e como ele usou esta liberdade? Desejou ocupar a posição de
Deus dentro do âmbito da criação. Quis chegar mais alto do que Deus, que a
sua glória fosse mais esplendorosa do que a do Criador.
A luta de Satanás contra Deus2 e o Homem - A revolta dos anjos, um
cataclismo cósmico! Um conflito criado pelo próprio Satanás entre ele e
Deus. Ele se opõe à vontade de Deus quanto ao bem estar dos homens.
O ataque de Satanás contra Adão e Eva - Cremos que na narrativa da
tentação em Gn. 3, havia tanto uma serpente quanto um poder demoníaco,
Satanás, que a usou para levar a efeito a sua intenção. O ataque a Eva foi a
duas etapas: 1- Satanás apresentou diante de Eva uma dúvida quanto à
veracidade da ordem de Deus; 2- apresentou diante de Eva uma dúvida
quanto à motivação do mandamento de Deus. Ele procurou persuadir a Eva
que a Palavra de Deus não era digna de confiança, e que era inspirada por
um motivo egoísta (Gn. 3:5).
O ataque de Satanás contra Jó - Como poderia Satanás comparecer diante
de Deus? (Jó 1:6; 2:2). É um mistério espiritual, e como seres humanos,
estamos limitados ao tempo e ao espaço. Deus é o onisciente e conhecedor
de todas as atividades de Satanás; é onipresente e Satanás poderia ter
comparecido à presença de Deus em qualquer localidade. Satanás tinha
sugerido ao homem a prática do mal; no caso de Jó, sugeriu o mau no
tocante ao homem.
2
Observe que está luta não é de igual poder e sim um fim de juízo decretado contra
aqueles que desobedeceram ao criador.
FATAB – FACULDADE DE TEOLOGIA AVIVAMENTO BÍBLICO
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Teologia do Antigo Testamento 35
Contra Davi - Induziu Davi a fazer um censo militar e com isso pecar contra
Deus. Davi optou pelo erro, assumui a culpa mas as conseqüências vieram.
Contra Josué - Em Zacarias 3:1-10, o profeta vê o sacerdote Josué em pé,
diante do tribunal da justiça divina . Satanás também estava lá para acusar
Josué. O sumo sacerdote ficava de pé diante de um Juiz. O anjo do Senhor,
o Cristo pré - encarnado, trajando roupas sujas. O Senhor mandou trocar
suas vestes, o havia perdoado.
As forças de Satanás nesse conflito - Satanás não é onipresente não é
onisciente, não é onipotente. Ele usa suas legiões de demônios para realizar
suas ímpias ambições. Diferentemente dos escritos das religiões pagãs
contemporâneas, o Antigo Testamento não apresentava uma demonologia
pormenorizada embora o povo de Israel tivesse plena confiança nos ensinos
rabínicos que davam consciência da existência dessas forças demoníacas.
A Bíblia retrata o relacionamento entre essas forças demoníacas e os ídolos
pagãos. Este fato é atestado pelo testemunho de Moisés em Dt. 32:17,
quando o líder acusou Israel de sacrificar aos demônios e declarou que
esses demônios, ídolos não eram aqueles que deixavam para trás no Egito,
mas sim, “Novos deuses que veio a pouco, dos quais não se estremeceram
vossos pais”. Jeroboão adorou os demônios. O Salmo 106 menciona Israel
sacrificando os próprios filhos aos demônios. Satanás queria a adoração
para si e por meio de sua influência e seu poder, induziu Israel e as nações
a sucumbirem aos seus desígnios.
7.1.
A CAUSA E A MANIFESTAÇÃO DO PECADO
O pecado começou no orgulho de Satanás.
Nós somos informados quanto à maneira dele ter entrado no jardim do Éden,
onde o primeiro homem e a primeira mulher, depois de terem sido criados
como pessoas responsáveis e inocentes nas experiências morais, para
serem colocados à prova.
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Teologia do Antigo Testamento 36
Não foi uma simples proibição de comer um fruto, Deus estava provando
Adão e Eva, provando sua atitude em relação a Ele. Deus pretendia que
Adão gozasse de comunhão ininterrupta com o seu Criador. A árvore do
conhecimento do bem e do mal devia ser à base de declaração de
obediência a Deus, por parte de Adão. Não comer o fruto era não ceder à
tentação de Satanás. A tragédia do período de experiência é que Adão e
Eva optaram por desconsiderar o mandamento de Deus, e atenderam aos
raciocínios de Satanás.
O ato de comer do fruto não começou com a primeira mordida. Teve início
no coração de Adão e de Eva, e ficaram conhecendo o bem e o mal. O bem
conheciam como algo que tinham perdido; e o mal como aquilo que se
tornava senhor de suas vidas.
Adão e Eva foram derrotados por Satanás - A conseqüência imediata do
pecado foi um senso de culpa, agora sabiam o que tinham feito e o que
tinham perdido. A culpa os fez se esconderem da presença de Deus, entre
as folhagens.
O casal humano foi julgado culpado diante de Deus e expulso do jardim;
mesmo assim, juntamente com a expulsão, veio à promessa divina de um
livramento futuro. A partir da queda, o homem passou a necessitar de um
libertador.
A descrição pormenorizada do pecado e das suas conseqüências se acha
nos escritos dos profetas.
O culto israelita baseava-se num ritual determinado por Deus. As cerimônias
religiosas formavam uma parte essencial da vida cotidiana do povo. Deus
terminou por não mais aceitar esses rituais por serem feitos hipocritamente,
de maneira automática (Is. 1), rejeitando a Deus no coração Jeremias
culminou quando declarou que a essência da religião estava na obediência a
Deus, e não nas práticas rituais. Era como se Israel quisesse comprar as
bênçãos de Deus, e a adoração ritualista a YAHWEH passou a misturar-se
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Teologia do Antigo Testamento 37
com as formas rituais pagãs; ninguém se esforçava para cultuar ao Senhor
segundo o seu coração e segundo suas necessidades e agradecimentos,
estavam empenhados a cumprirem rituais legalistas como se fizessem
tarefas pelas quais seriam pagos com as bênçãos do Senhor, e, como se
fosse pouco esse culto hipócrita, ainda inseriam rituais pagãos. Deus
condenou essa forma de culto como pecador de adultério e prostituição (Ez.
16:25; Ml. 6:6; Jr. 3:6, 8,9; 13:27).
Os profetas não somente denunciavam os pecados religiosos de Israel,
como também os males sociais que agradavam a comunidade. Há aqueles
que contariam de socializar as acusações dos profetas do Antigo
Testamento, e interpreta-las como mensagens para apoiar uma doutrina de
assistência social e de redistribuição de recursos. Não era essa a
perspectiva dos profetas e nem de Deus que não estava irado com a
distribuição desigual, mas com o pecado da cobiça que gerava essa
desigualdade. Amós, chamado o profeta da consciência social de Israel, foi o
que mais denunciou os pecados sociais do povo.
Não é a riqueza que Amós condenava, mas o desejo desordenado de obtêla, a obsessão de acumular poder (Am. 2:6-8; 3:12,15; 4:1; 5: 11 - 12; 6:36; 8:4-6).
A nação como um todo se havia esquecido das exigências de Deus, o
padrão de moralidade e adoração, e o povo sem liderança religiosa, passou
a individualizar-se segundo os seus próprios pensamentos e interesses. A
maior lição sobre a culpabilidade individual acha-se no registro de adultério
de Davi com Bate-Seba (2 Sm. 11:12; Sl. 51). Davi não apenas violou
princípios morais, como ultrajou um Deus santo. Davi não culpou a ninguém
pelo seu pecado, foi desconsiderado na história posterior dos judeus;
usaram a hereditariedade como desculpa pelos seus pecados (Jr. 31:29; Ez.
18:90). A responsabilidade da prestação de contas começa e termina em
cada indivíduo (Ez. 14:12-20).
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Teologia do Antigo Testamento 38
A conseqüência do pecado é a morte. A universalidade da culpa de Adão fez
a punição do mesmo recair sob os homens. (1Rs. 8:46; Sl. 14:1-3; 143:2; Pv.
20:9; Ec. 7:20).
Os egípcios e os cananeus não entendiam a morte como um fim da
existência. Eles tomavam providências esmeradas para a viagem do morto
através da “vida do alem”.
No pensamento religioso judaico, vida e morte formam um todo, sendo
somente aspectos diferentes da mesma realidade; eram as engrenagens
que rolavam no processo interminável da criação. A morte não parecia ao
judeu um aspecto aterrador; ao contrário, ela vinha para apaziguar toda a
dor e a tristeza, para confortar e completar. A morte não significava para eles
a extinsão completa, mas o começo de uma nova fase, e segundo a
“Mishnah” a vida sobre a terra era simplesmente “um corredor” que levava
ao luminoso Salão da Vida Eterna. E, por vinte e cinco séculos, os judeus
recitam à beira do túmulo do que se foram, as palavras hebraicas de
conciliação entre uma vida agitada e uma morte inescrutável: “O Senhor
deu, e o Senhor tomou; abençoado seja o nome do Senhor”. Sentia-se em
segurança com o pensamento de que a alma que partia, voaria em direção
ao céu e aninhar-se ai em paz no seio de Abraão.
“Vá como um pássaro, voarás para teu ninho”. – O conceito de morte nunca
foi definido claramente no Antigo Testamento, onde achamos apenas um
quadro parcial da mesma como um processo biofísico, o rompimento do
espírito e da matéria; a conseqüência do pecado.
Encontramos, nitidamente, a distinção que Deus fez entre a morte do justo e
a morte do ímpio (Ez. 18:32; 33:11; Sl. 116:15) Para os justos:
Salomão antevia um lugar de refúgio e de bem-aventurança (Pv 14:32)
Isaías previa os justos entrando num lugar de descanso e de paz (Is 57:1, 2).
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Teologia do Antigo Testamento 39
Jó afirmava estar na presença de Deus (Jó. 7:8)
Os salmistas confiavam numa futura ressurreição do corpo (Sl. 16:9 – 11;
17:15; 49:15).
Enquanto há esperança para o justo há o destino declarado do ímpio:
julgamento e castigo (Jó. 21:30; Sl. 1:5, 6; Pv. 11:7).
É o lugar da morte. (Gn. 37:35; 44:31; Nm. 16:33; 1 Sm. 2:6; Sl. 6:5; 89:48).
Em segundo lugar, Sheol é usado para referir-se a um lugar de castigo para
os ímpios (Dt. 32:22; Jó. 21:13; 26:6; Sl. 9:17; Pv. 15:24).
Alguns teólogos explicam o Sheol como um lugar só, dividido em dois
compartimentos separados. Um deles é para os justos que esperam a
ressurreição dos mortos e o outro é para o castigo eterno dos ímpios. Outros
teólogos propõem uma teoria alternativa, e declaram que o Sheol é uma só
palavra para descrever dois lugares; o primeiro é o lugar da sepultura,
destinado a todo homem, justo e injusto. O segundo lugar é onde ficam as
almas dos ímpios.
7.2. UMA NAÇÃO ESCOLHIDA
O plano divino da redenção começou com os chamados patriarcas. Esses
homens, Abraão, Isaque e Jacó receberam de Deus promessas específicas
segundo o concerto, em cujo cumprimento seria realizado o plano da
redenção.
Começando com Abraão e tendo expansão universal e não só local.Há dois
tipos de concertos3 no Antigo Testamento: o Concerto Diplêurico e o
Concerto Monoplêurico.
3
Pode ser entendido como Aliança, termo comum na teologia reformada.
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Teologia do Antigo Testamento 40
O concerto Diplêurico é um acordo entre duas partes, de categoria igual, que
aceitam voluntariamente; p.ex: Davi e Jônatas; Josué e os gibeonitas; Edom
e seus confederados.
A participação de Deus em concertos diplêuricos relaciona-se com duas
áreas específicas:
1- Os homens podem invocar a Deus para ser testemunha de um acordo
entre partes iguais (1Sm. 23:18; 2Sm. 5:3; 1Cr. 11:3).
2- Os homens podem fazer pactos diplêuricos a fim de cumprirem o serviço
de Deus (2 Cr. 23:1) ou para manter os padrões divinos (Jr. 34:8-10).
O concerto Monoplêurico é um tratado feito entre uma parte mais forte e
uma parte mais fraca (o rei de Babilônia e Zedequias. Ez. 17:13,14. Esta foi
a forma como Deus iniciou a favor da humanidade enfraquecida pelo
pecado. Deus fez um tratado que continha obrigações para Ele, com Abraão
, Isaque e Jacó, posteriormente com Moisés e Davi. Ao homem não foi dada
a
oportunidade
de
discutir
as
condições
desses
contratos.
A
responsabilidade era divina.
A promessa do concerto não poderia ser impedida por catástrofes naturais
nem pela oposição humana. Incluía a preservação da descendência. Depois
do milagre do nascimento de Isaque, Abraão ficou tão firme na sua fé em
Deus, que não hesitou em sacrificar o filho.
Abraão recusou os despojos de guerra e aceitou a bênção de
Melquisedeque (Gn. 14 e 15). Esta bênção concretizou o relacionamento
pessoal entre Deus e Abraão (Gn. 15:1).
A garantia foi o sacrifício. De conformidade com uma prática caldéia
contemporânea, o concerto era ratificado pela divisão em duas partes de
animais sacrificais. Havia uma diferença importante entre a maneira dos
caldeus praticarem essa ratificação mediante o sacrifício, e o modo do
Senhor agir. A prática normal era de parceiros que firmavam um acordo, e
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Teologia do Antigo Testamento 41
compartilhavam os mesmos direitos e responsabilidades; mas, Abraão ficou
sendo observador, somente Deus “andou” entre os animais sacrificados.
A promessa da terra (Gn. 12:1; 13:14, 15,17; 15:7 - 8,18; 17:8; 24:7; 26:3-5).
A promessa inicial da terra (Gn. 12:1; 15:18;17:1-8).
A promessa da semente (Gn. 12:2;13:13;17:2-6;3:15).
A promessa da bênção (Gn 12:3; 22:18; 26:4; 28:14).
Abraão recebeu a ordem do Senhor para deixar a sua pátria, Ur, e viajasse
para um país desconhecido. Enquanto Abraão estava em Ur, o Senhor lhe
falou (Gn. 12:1), mas quando chegou à Terra Prometida, o Senhor
apareceu-lhe (Gn. 12:7). Não podemos separar a importância da Terra da
promessa redentora de Deus.
A terra no período Mosaico - O ponto culminante da história de Israel, é a
libertação da escravidão no Egito. A posse da terra por Israel como um
cumprimento de uma promessa divina, era para ser uma salva-guarda contra
qualquer sentimento de superioridade nacional devido a semelhante
conquista. A terra seria dos israelitas porque o Senhor o dera a eles, e por
nenhuma outra razão. Fica claro que a terra é uma terra “santa”: é separada
por Deus visando seu propósito redentor incomparável; “Para ali por Seu
Nome”; “A fim de por ali o Seu Nome” Dt. 12:5; 1 Rs. 9:3; 11:36; 14:21; 2 Rs.
21: 4 - 7; 2 Cr 6:20; 33:7;“O Meu Nome estará ali” 1Rs. 8:15 - 29; 2Rs.
23:27.
Os israelitas deixaram de purificar a terra da poluição Cananéia, como
conseqüência ficou Israel realmente corrompido e seguiu após as práticas
imorais dos cananeus. Os profetas foram os porta-vozes de Deus, e
denunciaram o declínio moral do povo escolhido.
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7.3.
Teologia do Antigo Testamento 42
O POVO DA LEI
Deus deu a Israel os princípios e os preceitos da lei como base para os
israelitas continuarem a desfrutar das bênçãos do Senhor e a ocupar a terra
prometida.
Muitos teólogos descrevem a lei de Moisés como um fardo impossível de
suportar; foi uma lei feita por Deus e outorgada ao povo, e promulgada por
Moisés. A lei não foi dada como um fardo pesado para o povo, foi outorgada
como uma demonstração do amor de Deus pelo seu povo, como um pai
disciplinando o filho (Dt. 8:5).
O Decálogo é dividido em três partes naturais:
Preâmbulo – Ex. 20:2; Dt. 5:6.
As obrigações diante do Senhor – Ex. 20:3-11; Dt. 5:7-21.
As obrigações para com a comunidade – Ex. 20:12-17; Dt. 5:13-21.
O preâmbulo é identificação do iniciador do concerto. O que Ele faz? Quem
é Ele? O "Deus Vivo" de Israel, sempre presente. Ele é o eternamente auto
existente – Ex. 20:2; Dt. 5:5.
A obrigações para com Deus era de; adorar o único Deus Verdadeiro (uma
religião Monoteísta); não ter nenhuma representação falsa de Deus (Ex.
20:4-6). O Deus de Israel não podia ser assemelhado a qualquer forma que
se pudesse imaginar.
Não tem nada a ver com ritos supersticiosos (Ex. 20:7). Segundo a crença
contemporânea, havia um poder inerente ao uso do nome de uma entidade
sobrenatural.
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Teologia do Antigo Testamento 43
Supostamente ao pronunciar aquele nome, o usuário obtinha poder
sobre a entidade, forçando-a agir ao seu favor. Israel não devia fazer isso.
Manter uma identidade com Deus segundo o concerto (Ex. 20:8-11). Essa é
a função primaria da ordenança do dia do sábado (Ex. 31:16).
7.4.
Para
A ESPERANÇA MESSIÂNICA
delimitar
o
assunto
a
Esperança
Messiânica
será
vista
progressivamente através de cada um dos períodos da revelação.
A primeira promessa sobre a semente escolhida, encontra-se em Gn. 3:15,
e começa com um conflito. Quando Adão pecou, passou o seu senhorio para
Satanás, antes era de Deus, mas Deus não abandonou o homem, prometeulhe a redenção.
Deus deu a Abraão a promessa de uma semente com significado nacional
(Gn. 12:1, 13:15, 15:5). Por meio dela todas as nações do mundo seriam
abençoadas. Quando Jacó invoca a bênção sobre seus filhos, é que
recebemos um vislumbre da pessoa escolhida que cumpriria a promessa da
semente futura (Gn. 49:8-12), desenvolvida de três maneiras nessa profecia:
O libertador nasceria da mulher;
Ele possuiria a autoridade da realeza;
Ele seria da tribo de Judá.
Cerca de 995 a.C., o rei Davi ficou sabendo através do profeta Nata que,
dentro da nação inteira de Israel, da tribo de Israel, da tribo de Judá, sua
família fora escolhida para ser ancestral do Messias vindouro (2 Sm. 7:1216; 1Cr. 17 Sl. 89:3,4). Essa promessa é chamada o Concerto Davídico,
quando Deus estabeleceu o trono de Davi.
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Nesse período de apostasia nacional e de juízo divino, havia maior ênfase
na promessa do Messias, do Libertador.
O povo se afastava de Deus, caía sob os inimigos e clamavam pelo
Messias.
A sua humanidade era evidenciado por ser:
Ele é a semente da mulher (Gn. 3:15).
Ele é o descendente de Judá (Gn. 49:8-10).
Ele será nascido em Belém (Is. 7:14; Mq. 5:2).
Ele surgirá da raiz de Jessé ( Is. 11:1).
Ele virá como um Renovo de Davi (Jr. 23:5; 33:15).
A sua divindade evidenciada:
Nos salmos (Sl. 2:7 – 12; 45:6 – 7 e 110)
Em Isaías (Is. 7:14)
Com a “Queda”, o homem não saiu de debaixo de autoridade, mudou de
“autoridade”, de senhorio; uma força, em oposição, à soberania de Deus, se
estabeleceu na terra. Um dos propósitos do plano da redenção era o
restabelecimento da autoridade divina.
“O profeta fala ao povo em nome de Deus; mas é o sacerdote quem fala a
Deus, em favor do povo”.
Era o chefe da família quem oficiava o sacerdócio, quando Deus torrou seu
povo do Egito, substituiu o ofício do sacerdote familiar por aqueles dos
sacerdotes nacionais. As leis para o sacerdócio foram dadas a Moisés, e
Deus escolheu para ser o primeiro sumo sacerdote a Arão. Mas a
necessidade de um sacrifício para sempre, Deus escolheu outro Sacerdote,
eterno e perfeito.
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O Sacerdócio Vindouro - “jurou o Senhor, e não se arrependerá; tu és um
sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque”. Sl. 110:4. Uma
mudança do sacerdócio.
Contrastando com o sacerdócio frágil e cheio de fracassos de Arão e seus
descendentes.
Segundo a ordem de Melquisedeque - um personagem misterioso.
O Sacerdócio de Melquisedeque e o do Messias - Sobre Melquisedeque.
A narrativa silencia quanto à ascendência desse sacerdote, o que é
incomum no Antigo Testamento, onde muita ênfase é atribuída à genealogia.
Melquisedeque era sacerdote do “Deus Altíssimo”. Para que não haja duvida
alguma quanto à divindade de Melquisedeque, notemos que Abraão
claramente o identificou com seu Deus quando empregou o nome “O Deus
Altíssimo”.
Como sacerdote, Melquisedeque abençoou a Abraão.
Como conhecimento do ofício sacerdotal de Melquisedeque, Abraão lhe
entregou o dízimo.
A natureza misteriosa da origem de Melquisedeque tem seu cumprimento na
eternidade do Sacerdócio Messiânico – Hb. 7:16 - 17.
O relacionamento entre Melquisedeque o “Deus Altíssimo” tem sua principal
expressão no relacionamento entre o Sacerdote Messiânico e Deus Pai.
Hebreus 5:5 - 6.
A bênção impetrada sobre Abraão, seria cumprida na bênção Messiânica
sobre os salvos dentre as nações. Hb. 6:14 - 20.
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Assim como Melquisedeque recebeu a porção do Senhor e a homenagem
de Abraão, assim também o sacerdote Messiânico receberá a homenagem
de todos aqueles que se identificam com Ele. Hb. 13:12 - 15.
O Senhor prometeu através do seu profeta Zacarias (Zc. 6:13) que
Zorobabel completaria a reconstrução do templo e uma união do governo
religioso, na pessoa do sacerdote Josué, e o governo civil com Zorobabel.
O Messias viria investido dos dois governos. A esperança de Israel se
transformaria em realidade na pessoa do Messias, seu Rei Sacerdote.
Essa promessa foi feita a Israel por meio de Moisés, em Dt. 18:15-19; a
promessa de um profeta com o ministério individual; como Moisés, teria a
responsabilidade de conduzir seu povo, e que falaria a Palavra de Deus. As
mensagens dos profetas não eram a conseqüência de uma interpretação
política social esclarecidas da atualidade, nem eram o modo humano de
tentar uma solução aos problemas da nação.
O ministério profético terminou com Malaquias. Jesus veio como o profeta
para declarar a mensagem de Deus (Jo. 17:8).
A nação de Israel estava em condições incomparáveis para ser o canal das
bênçãos divinas para todas as nações da terra. Os israelitas foram
chamados para andar em humildade e obediência diante do Senhor. Mas o
desejo da nação estava sempre em oposição ao desejo de Deus para ela.
Israel devia ser servo do Senhor. O declínio moral e a desobediência
levaram ao desequilíbrio e à perda de qualquer direito que pudesse ter
reivindicado quanto a ser servo de Deus com bênçãos universais. Jesus veio
como Servo individual, para obedecer e morrer sacrificado.
7.5.
AS DISPOSIÇÕES DO CONCERTO
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É o Deus da graça. Em nenhuma parte das mitologias pagãs, lemos a
respeito de um Deus que agia voluntariamente com amor, ao lidar com a
humanidade sem merecimentos. Essas deidades pagãs são tratadas como
seres vingativos que precisavam ser continuadamente aplacados mediante o
sangue dos sacrifícios, até mesmos sacrifícios humanos em muitos casos. A
graça de Deus é totalmente sem coerção, inteiramente imerecida.
Criou o homem num ato de graça soberana de um Deus amoroso, mas o
homem desobedeceu ao seu Criador. Na presença dos pecadores
desenganados e desamparados, Adão e Eva, Deus pronunciou contra
Satanás a sentença do juízo e da derrota iminentes por parte do
descendente daqueles que Satanás procurava destruir. (Gn. 3:15).
A palavra hebraica “Hannum” é sempre usada para referir-se a Deus como
misericordioso e compassivo.
A graça faz parte integrante da natureza de Deus e é dada livremente dos
que nada merecem. Há outra palavra hebraica que precisamos examinar, a
fim de entendermos plenamente a graça de Deus na teologia do Antigo
Testamento. A palavra “Hannum” ressalta Aquele que dá a graça, um favor
imerecido; “Hen” evidencia o que é dado e a quem é dado; misericórdia
imerecida a quem recebe.
Há um abismo entre as linhagens de Sete e de Caim, com suas formas
grosseiras de imoralidade, e focaliza Noé, o homem temente a Deus. Noé
era um homem justo; vivia segundo um padrão moral rigoroso; era a única
testemunha
para
sua
geração,
sem
igual
entre
todos
os
seus
contemporâneos. – Noé recebeu a graça porque era justo, ou injusto porque
recebera a graça? Vejamos três interpretações:
A PRIMEIRA - Noé recebeu graça por ser um homem de práticas justas. É
difícil de aceitar porque se opõe ao princípio da graça imerecida descrita em
todas as partes da revelação de Deus; a graça é uma dádiva e não um
pagamento ou recompensa.
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A SEGUNDA - Deus arbitrariamente escolheu um homem da comunidade
antidiluviana e o levou a corresponder com justiça à atividade da graça na
sua vida. O que distingue Noé dos demais membros da comunidade
antidiluviana? Seria apenas a operação da graça divina. Salvar apenas a
Noé e condenar o restante da comunidade à destruição, seria uma operação
de graça divina muito ríspida.
A TERCEIRA - A graça de Deus sempre estava livremente disponível a
todos quantos quisessem aceita-la. O homem como um ser espiritual,
precisa reconhecer que é espiritualmente frágil e empobrecido; é somente
por meio de um relacionamento com Deus que essa situação pode ser
modificada. Antes de Noé Enoque andou com Deus, o que nos leva a crer
que Noé se predispôs a ter um relacionamento com Deus.
Nos conta que Moisés também achou graça aos olhos de Deus. A base do
relacionamento entre Israel e o Senhor, não era a lei, mas a graça,
mencionada quatro vezes por Moisés (Ex. 33:12 - 13,16).
Gideão duvidava ter recebido a graça, o favor imerecido de Deus (Jz. 6:17).
Quem era Gideão? O membro mais jovem da família mais obscura na
comunidade, e malhava trigo às escondidas, no lugar de pisar uvas; estava
cuidando dos seus.
O Senhor o visitou e lhe deu uma comissão divina, e dotou de capacidades
especiais para cumprir aquela incumbência; isso foi, realmente, graça divina!
Davi pediu ao Senhor “Misericórdia” (Hebraico “Hen” = “graça”) no estado da
sua desolação, aflição e pecado.
O homem precisa da graça de Deus, e “o Senhor da sua graça aos mansos”
(Pv. 3:34).
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Por que o Senhor escolheu a nação de Israel? Foi uma escolha feita por
amor divino; Deus amava os pais da nação (Abraão, Isaque e Jacó) (Ex.
4:37). Israel sofria uma rigorosa escravidão no Egito; eram como animais
que tinham direito ao acasalamento, à comida e à moradia, aos quais foram
negados os direitos de ser pessoas; Deus libertou-os; por que? Por causa do
amor (Dt. 7:8; Os. 11:1). Balaão procurou amaldiçoar a Israel, mas Deus
transformou a maldição em benção. Por quê? Porque Deus ama a Israel (Dt.
23:5).
O profeta Oséias descreveu claramente o amor que existe entre Deus e
Israel: A escolha de Israel originou-se no amor do Senhor. O Senhor é
retratado buscando a Israel, e não Israel buscando o Senhor (Os. 11:14).
O começo do relacionamento entre o Senhor e Israel, coincidiu com o Êxodo
( Rm. 2:10).
O relacionamento é assemelhado aos laços do casamento. Oséias expressa
o fato tanto positivo quanto negativamente. Positivamente, o relacionamento
é descrito pela palavra “conhecer” (Os. 13:5; Am. 3:20), que significa: “tomar
conhecimento amoroso de”.
Israel entrou de bom grado nesse relacionamento. As cordas da escravidão
no Egito foram lançadas de lado, voluntariamente, em troca das cordas do
amor divino (Os. 11:4).
A expressão negativa dos laços do matrimônio acha-se na acusação de
adultério. Israel rompeu os laços do matrimônio. Os princípios legais que
formavam a base do relacionamento eram considerados ou violados por
Israel (Os. 1:2; 2:2; 4:12; 9:1).
O caminho para a reconciliação foi mantido aberto a despeito da forte ênfase
dada ao juízo vindo da parte do Senhor. Mesmo assim, a reconciliação com
o Senhor não dependia do valor moral ou espiritual da nação; dependia da
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livre graça de Deus; Israel precisava voltar ao Senhor na condição em que a
nação se achava (Os. 6:1-3;14:2-3).
O Senhor aceitará e restaurará a nação arrependida de Israel. Essa
restauração baseia-se no seu amor e graça (Os. 14:4).
Ao denunciar a nação pela apostasia, o profeta Jeremias (Jr. 31:2 - 3),
relembra um período anterior de abjuração da fé, durante a caminhada no
deserto e depois, na terra prometida. Olhando o passado e o presente
Esdras reconheceu que à volta do remanescente para Jerusalém, nada mais
era do que uma intervenção de Deus, em favor imerecido para o seu povo.
Zorobabel estava supervisionando a reconstrução do templo, enfrentando
uma montanha de obstáculos. Parecia ser impossível completar a tarefa.
Apesar disso, Zorobabel não aceitaria a derrota. O Senhor lhe garantira,
através do profeta Zacarias, que ele concluiria a obra. E conseguiu.
Uma definição adequada para a palavra “Lei” é que era “o dom de Deus, que
visava mostrar a Israel como viver uma vida santa e feliz”. Mas como a lei
se relacionava com a graça? Em primeiro lugar, a lei foi dada segundo a
graça. Foi iniciada pelo mesmo Senhor, cujo amor e misericórdia para com
seu povo escolhido eram manifestados de modo constante e consistente. A
doação da lei não aboliu seu amor, nem sequer por um período de tempo.
(Jr. 31:2).
Em segundo lugar, é que a lei nunca teve a finalidade de estabelecer um
relacionamento redentor. Em terceiro lugar, a lei foi graciosamente
outorgada pelo Senhor para capacitar Israel a manter comunhão com Ele,
comunhão expressada pelos sacrifícios pelos pecados, e pelas ofertas
pacíficas. Terceiro, é que uma das funções primaria da lei, era testificar da
pobreza moral dos homens e da sua capacidade constante da graça do
Senhor (Dn. 9:4-5; Mq. 6:10-13; Jr. 3:4,5)
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Deus iniciou no jardim do éden seu programa redentor do homem. Ali, Adão
e Eva, ouviram pela primeira vez, falar da esperança de uma redenção
futura mediante a promessa divina de um sacrifício a ser oferecido pelo
descendente da mulher (Gn. 3:15).
Os filhos de Jacó foram escolhidos por Deus como nação através da qual
viria o descendente. Entre as doze tribos foi escolhida a de Judá, e entre as
famílias judias foi escolhida a de Davi.
Os sacrifícios mosaicos não eram oferecidos a fim de obterem o favor de
Deus. Eram oferecidos a fim de reaver a comunhão com Deus, que fora
rompido pelo pecado.
A premissa básica revelada nos sacrifícios no Antigo Testamento, tinha um
sentido de uma cobertura vicária: as Escrituras ensinam com clareza, como
os animais oferecidos em sacrifícios, serviam como “substitutos” daquele
que os oferecia. A morte, que era o justo castigo por causa dos seus
pecados e era transferida para o animal sacrificando-o.
A penalidade era integralmente paga pelo sacrifício do substituto. A morte
exigida já se realizara, mas não era a morte do pecador. Este, por causa do
seu pecado inerente, não poderia fazer uma expiação pessoal pelo seu
pecado. A palavra “cobertura” é explicada mais detalhadamente em Lv. 4 “e
o sacerdote fará propiciação...” (do hebraico “kipper” = expiação). A
expiação dá cobertura para o pecador.
O primeiro ato simbólico - ocorria quando a pessoa que ofertava
apresentava seu sacrifício ao sacerdote e colocava as mãos sobre a cabeça
do animal. Por meio desse ato indicava que transferia o seu pecado ao
animal sacrificado.
O Segundo ato simbólico - ocorria no Dia da Expiação (Yom Kippur). Depois
do primeiro animal ter sido sacrificado e o sangue aspergido sobre o
propiciatório, o Sumo Sacerdote voltava a sua atenção ao segundo animal.
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Teologia do Antigo Testamento 52
Esse animal, selecionado de antemão para essa tarefa especial, era
colocado diante do Sumo Sacerdote. Este impunha as mãos sobre a cabeça
do animal, que então era levado para o deserto solto ali, para nunca mais
voltar ao arraial de Israel; o pecado era removido.
O quadro exposto abaixo mostra de forma didática etapa após etapa para
uma melhor compreensão dos sacrifícios.
A necessidade
O sacrifício
Como manter a comunhão
entre um Deus Santo e o povo
O método
A oferta diária de um animal
O holocausto
imaculado, totalmente
ímpio.
consumido no altar (Lv 1)
Como lidar com pecados
O tipo de sacrifício dependia da
específicos cometidos sem
O sacrifício pelo pecado
pessoa envolvida; para um
querer ou em circunstancias
sacerdote, um novilho; para um
atenuantes.
príncipe, um bode; para um
particular, uma cabra.
Como lidar com pecados que
exigiam restituição a Deus.
Um cordeiro é sacrificado, o
O sacrifício pelo Sacrilégio
que significa que a restituição
exigida foi paga (Lv. 5:14; 6:7).
Como expressar gratidão
voluntária a Deus por qualquer
Juntamente com o sacrifício de
O sacrifício pacífico
bênção inesperada.
um animal imaculado, uma
oferta de comida também era
feita para indicar a comunhão
com Deus.
Como expressar gratidão a
Deus por ter atendido um
Igual ao método anterior
A oferta de voto
pedido com o qual fora feito um
voto.
Como expressar gratidão a
Deus sem referência a qualquer
bênção específica.
Idem: o animal sacrificado
A oferta voluntária
podia ter pequenas
imperfeições. Lv. 22:23; Dt.
16:10.
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7.6.
Teologia do Antigo Testamento 53
O SACRIFÍCIO COMO UM QUADRO PROFÉTICO
“É impossível deixar de ver que o Antigo Testamento, do começo ao fim,
baseia-se na expectativa de um Cristo expiador”. Deus progressivamente
desvendou seu programa de redenção através de etapas sucessivas da
revelação.
É prometida uma pessoa (Gn. 3:15) que estará envolvida numa luta intensa
contra a descendência da serpente, e, por último, através da luta e de
sofrimento através do sofrimento e morte.
A necessidade de sacrifícios constantes era uma lembrança marcante ao
povo, quanto à eficácia limitada de tais sacrifícios. Estes eram apenas de
natureza temporária. As repetições constantes desses sacrifícios, dia após
dia e ano após ano, indicava uma insuficiência inerente para dar uma
solução permanente para os pecados do povo; era necessário um sacrifício
maior, melhor e único.
Característica
Valor moral
O sacrifício Mosaico
O sacrifício Messiânico
Um símbolo externo da
Possui a perfeição
justiça; na realidade, era
inerente da justiça, na
moralmente neutro.
Pessoa do Messias.
Um sacrifício compulsório Um sacrifício voluntário. O
Motivação
Identificação
que não envolvia a
Messias dará
vontade do animal.
voluntariamente sua vida.
Não há relacionamento
Uma representação por
entre os homens e os
identificação. O Messias
animais.
tinha união com os
homens.
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As profecias também aparecem nos Salmos:
Sl. 22:1
Mt. 27:46
Sl 22:7
Mt 27:46
Sl. 22:8
Mt. 27:43
Sl. 22:18
Mt. 27:35
À medida que a vida moral e espiritual da nação entrava em declínio no
período dos profetas, uma ênfase cada vez maior era dada ao sacrifício
Vindouro do Messias.
O capitulo 53 de Isaías, descreve de modo exato a oferta de sacrifício do
Servo do Senhor. Diferentemente dos sacrifícios Mosaicos, esse sacrifício
final, estabelece uma propiciação completa e permanente, entre Deus e os
homens.
O dia da Expiação (Yõm kippur) segundo o concerto Mosaico, era uma
lembrança anual dos pecados de Israel. Vimos o desdobrar da promessa do
sacrifício vindouro que promoverá a cobertura vicária final para os pecados
do povo. O descendente da mulher conforme a promessa, o Messias
Sofredor, cumprirá tudo quanto Deus têm prometido.
O propósito do sacrifício, segundo o Antigo Testamento, foi promover a
propiciação expiatória que será consumada com o sacrifício do Messias e i
cumprimento de todos os símbolos e tipos que o antecedem.
7.7. A COMUNHÃO - “NO TABERNÁCULO”
A humanidade perdeu; a auto-revelação de Deus centralizando sua
presença no meio da nação escolhida, fez Israel distinguir-se de todas as
demais nações.
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Teologia do Antigo Testamento 55
Quando os israelitas estavam para avançar pelo deserto afora, Moisés
implorou que Deus não retirasse a sua presença do meio deles (Ex.
33:12...).
Através do Tabernáculo Deus estaria presente espiritualmente, na
manifestação específica da sua glória e santidade, como:
“O tabernáculo” (“MISHKAN”) Ex. 25:9 -
Literalmente, “habitação”; esse
nome do tabernáculo enfatiza a presença de Deus. Não se tratava de um
símbolo, nem de presença espiritualizada; o próprio Deus de infinita
majestade estava presente no Tabernáculo, o mesmo Deus que falava no
meio dos raios e dos trovões do Monte Sinai.
“A tenda da congregação” (“OHEL MO’EDH”) Ex. 29:42 – 43 - Deus não
estava somente presente no Tabernáculo, estava ali para encontrar-se com
Moisés e o povo. Era a glória de Deus habitando no meio do povo, em
comunhão.
“O tabernáculo do testemunho” (“OHEL HAEDUTH”) Ex 38:21 - Focaliza a
atenção para o encontro entre Deus e o povo. A Arca do Concerto continha
os Dez Mandamentos que eram o Testemunho da comunhão entre o Senhor
e Israel; a presença do Senhor entre seu povo dependia da rigorosa
obediência dos israelitas aos princípios da Lei (testemunho).
“O santuário” (“MIHDASH”) Ex 15:17; 25:8 - O Tabernáculo era um lugar
santo, planejado por Deus, conforme um sistema de acesso cada vez maior
à sua presença.
7.7.1. A estrutura do tabernáculo
O átrio externo - A primeira estrutura vista no átrio do tabernáculo era o altar
dos sacrifícios. Ninguém podia aproximar-se da presença de Deus, sem um
sacrifício. Uma pia também era colocada no átrio externo; ali, o sacerdote
parava para se lavar antes de entrar no santuário.
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O santuário - A segunda divisão do santuário era reservada para os
sacerdotes. Ali, à luz fraca do candelabro, eles ministravam na presença de
Deus em favor da nação. O candelabro era a única forma de iluminação no
santuário (Ex. 25:31-40). A mesa da Proposição (Ex. 25:23-30; Lv. 24:5-8)
também pode ser chamada a Mesa da Presença; simboliza a presença de
Deus. O doce perfume de incenso que subia do altar do incenso, era uma
ilustração das orações da nação, que subiam ao Senhor (Ex. 30:1-10).
O lugar santíssimo - Era a área mais exclusiva do Tabernáculo, usada por
um homem só, uma vez por ano, no Dia da Expiação ( Yom Kippur). Ali só
havia a Arca do Concerto. Por cima da Arca havia o Propiciatório (tampa da
arca), com dois querubins de ouro estendendo as asas sobre ele.
A adoração tem sido definida como um ato de gratidão pelas bênçãos
recebidas da deidade, no caso de Israel, ao Deus único e verdadeiro. No
estudo da adoração, fa-se um desenvolvimento do uso e do significado de
Seis palavras hebraicas, que expressam aspectos diferentes da adoração:
“Halal, Yadash, Barak, Todah, Tehellah e Zamar”
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Teologia do Antigo Testamento 57
VIII - CONCLUSÃO
8.1.
A SOBERANIA DE DEUS
No Antigo Testamento Deus é criador do universo e Soberano, também,
sobre Israel (Is. 33:22; 41:21) e sobre as nações pagãs do mundo antigo
(Dn. 4:37). Á medida que Israel rejeitava o domínio divino, os profetas
falavam do dia que o governo universal de Deus seria estabelecido, e nunca
mais seria rejeitado. O período histórico do novo testamento inicia-se com
Israel vivendo debaixo do governo romano. A principal autoridade,
entretanto, era a lei. Foi criada uma classe de judeus zelosos para estudar a
lei, e o reino da lei substituiu o reino de Deus. Jesus ensinava diferente,
ensinava um reino que não era limitado dentro das aspirações políticas
judaicas, mas dentro do plano da redenção traçado por Deus. A autoridade
de Deus agora se tornou realidade na autoridade de Jesus, uma realidade
concreta testemunhada nas epístolas apostólicas.
8.2.
A VIDA E A MORTE
O Antigo Testamento começa com a descrição da origem da vida no jardim
do Éden. Deus é a origem de toda a vida (Gn. 2:7; Sl. 36:9; 139:13; Jr.
17:13).
Se o Senhor removesse seu poder sustentador, o resultado seria a morte
(Jó. 34:14 - 15; Sl. 104:29).
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O conceito espiritual no Antigo Testamento era o de um envolvimento diário
com a vida terrestre.
A teologia do Antigo Testamento não procurava uma existência esotérica
numa vida vivida num estado de alienação do decurso do tempo no dia-adia.
Uma vida longa era considerada evidência da bênção de Deus. (Gn. 15:15;
Dt. 5:16; Pv. 3:1-3; 30:1-20).
Além da convivência com o Senhor, o velho testamento descreve uma
expectativa de uma vida além do túmulo, isto é, dos limites sombrios da
sepultura. A ressurreição era uma realidade distintiva (Jó. 19:25-27; Sl.
49:16; Is. 26:19; Dn. 12:2).
No Novo Testamento achamos uma continuidade desses mesmos temas da
vida e da morte. Os gnósticos ensinavam que a vida real era distinta da vida
material e que somente podia ser achada em isolamento esotérico das
limitações do mundo material. A esperança da ressurreição dentre os mortos
foi colocada em nítido relevo como realidade concreta pela ressurreição de
Jesus. Porque Ele vive, nós podemos viver também (Rm. 5:18; 1Co. 15:2022). A vida Cristã não é de indiferença estóica nem de ascetismo gnóstico; é
uma vida de envolvimento redentor com a comunidade. Há, também, uma
continuidade marcante entre a teologia da morte no Antigo Testamento e
aquela que então aparece no novo testamento. Os dois testamentos
ensinam que a conseqüência do pecado é a morte. Paulo expôs essa
mesma verdade teológica na sua epístola aos cristãos romanos (Rm. 3:1018,23). O Antigo Testamento prescreve sacrifícios de animais como
expiação vicária pelos pecados do povo de Israel; Jesus morreu como
sacrifício pelo homem (Rm. 4:25; 5:6; 1Ts. 5:10; Hb 2:9, 14 e 15).
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A confluência do tema da redenção, entre os dois Testamentos, é
completada na vida e no ministério do Senhor Jesus Cristo. Deus é tão
perfeito que não deixou de lado nem um detalhe.
O Rei de Israel - Deus prometeu a Judá que dentre os descendentes deste,
viria o líder do povo de Israel (Gn. 49:10). A casa e a linhagem do rei Davi
herdariam a promessa (II Sm. 7:12-16)
O Servo do Senhor - O conceito do Servo do Senhor seria concretizada por
uma pessoa cuja morte forneceria a expiação vicária pelos pecados do povo
de Israel. O Evangelho segundo João, que apresenta a divindade do Senhor
Jesus Cristo, também mostra sua submissão à vontade do Pai (Jo. 4:34;
5:30; 6:38; 17:4; 19:28-30). Jesus é o Rei que reina, é o sacrifício e a vítima,
e o Sacerdote.
Dentro dos temas centrais da teologia do Antigo Testamento se destacam os
que
foram
mencionados,
culminando
dentro
de
uma
teologia
fundamentalista, no cumprir da promessa redentora.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
KAISER JR, Walter C. Teologia do Antigo Testamento. 2º ed. São Paulo:
Vida Nova, 1984. p. 312
FRANCISCO, Clyde T. Introdução ao Velho Testamento.2º ed. Rio de
Janeiro: Juerp, 1995. p. 288
SHMIDT, Werner H. Introdução ao Antigo Testamento. São Leopoldo:
Sinodal, 1994. p. 395
SELLIN, Ernst & FOHRER, Georg. Introdução ao Antigo Testamento. São
Paulo: Paulinas, 1977. p. 825
CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 6º
ed. v.1. São Paulo: Hagnos, 2002. p. 1039
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