MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL PET AGRONOMIA MANEJO DE PRAGAS AGRÍCOLAS COM INSETICIDAS ALTERNATIVOS Fortaleza, Ceará - Brasil 2012 2 © by Ervino Bleicher Edição comemorativa dos 20 anos do PET AGRONOMIA – UFC. Tutores: Professor Titular, Dr. José Higino Ribeiro dos Santos - Abril de 1992 a agosto de 1994. Professor Adjunto IV, Dr. João Licínio de Nunes Pinho - Setembro de 1994 a Fevereiro de 2004. Professor Titular, Dr. Ervino Bleicher - Março de 2004 a Dezembro de 2010. Professora Adjunto III, Dr.ª Cândida Hermínia C. de M. Bertini - Janeiro de 2011 a atual. CAPA: Frutificação de Azadirachta indica A. Juss, Família: Meliaceae, Campus do Pici, Universidade Federal do Ceará. 2012 (FOTO: E. Bleicher) Como citar este documento BLEICHER, E. Manejo de pragas agrícolas com inseticidas alternativos. Fortaleza: PET Agronomia – UFC. 2012. 34 p. 3 MANEJO DE PRAGAS AGRÍCOLAS COM INSETICIDAS ALTERNATIVOS Ervino Bleicher1 CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO 2 INSETICIDAS-ACARICIDAS DE ORIGEM VEGETAL 2.1 PÓS VEGETAIS 2.2 EXTRATOS VEGETAIS 2.3 PRODUTOS E SUBPRODUTOS INDUSTRIAIS 2.4 ÓLEOS VEGETAIS 2.4.1 ÓLEOS VEGETAIS VOLÁTEIS OU ESSÊNCIAIS 2.4.2 ÓLEOS VEGETAIS FIXOS 2.5 VERIFICAÇÃO E VALIDAÇÃO DA BIOATIVIDADE 3 ÓLEOS MINERAIS 4 SABÕES E DETERGENTES COMO INSETICIDAS-ACARICIDAS 5 INSETICIDAS-ACARICIDAS INORGÂNICOS 6 RECEITUÁRIO AGRONÔMICO 7 HORTO DE FITODEFENSIVOS 8 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1 Eng. Agr., MSc e DrSc em Entomologia. Ex-Professor Titular do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará. 4 1 INTRODUÇÃO Não há na literatura consenso a respeito de uma definição de Controle Alternativo de Pragas. Nesta publicação o controle alternativo deve ser entendido como uma alternativa aos agroquímicos obtidos por meio de síntese. Assim sendo, serão apresentadas substâncias químicas de origem natural obtidas por extração, refino ou mesmo reações simples. Estas substâncias têm efeito negativo na fisiologia e comportamento dos artrópodes (insetos e ácaros), pragas de plantas de interesse agrícola. O uso de algumas destas substâncias data de muito tempo. Referências ao uso destas substâncias são descritas pelos gregos, romanos e chineses há pelo menos 3000 anos. A natureza tóxica do arsênico era conhecida dos gregos e chineses já no primeiro século DC. Homero recomendava o uso do enxofre para “espantar” pragas, mil anos antes desta data (NAS, 1969). Por volta de 400 AC, durante o reinado do rei Xerxes, conhecia-se o poder inseticida do pó proveniente das flores de piretro (Chrysanthemum cinerariafolium) para o controle de piolhos (SILVA-AGUAYO, 2012) sendo este posteriormente conhecido como pó da Pérsia e usado contra outras pragas. Poucos foram os avanços relatados entre o fim do Império Romano 476 DC. até o ano 1000 DC. Posteriormente, por volta do ano 1101 os chineses descobriram o uso do sabão para o controle de pragas. O fumo passou a ser usado com fins inseticidas por volta de 1690 (PEDIGO; RICE, 2009). E uma nova planta inseticida, a rotenona, ficou conhecida em 1850 (SILVA-AGUAYO, 2012). Até o final da década de 1930 e início da década de 1940, os inseticidas botânicos e os inorgânicos eram as armas disponíveis para o controle de artrópodes pragas. Dentre os inorgânicos, os arsêniacais foram banidos em função de sua toxicologia. Textos anteriores a este período, e mesmo posteriormente, recomendavam o uso desses produtos. Com a entrada no mercado dos produtos de síntese, estes se mostraram excelentes biocidas, fáceis de adquirir e aplicar e, portanto mais confiáveis do ponto de vista 5 econômico. Assim, os antigos produtos entraram em desuso, até que os novos produtos de síntese também apresentassem limitações, estando assim criadas as condições para um “retorno ao passado”. Cabe, talvez, ao professor Milton de Souza Guerra, a primazia deste retorno com a esmerada publicação “Receituário Caseiro: alternativas para o controle de pragas e doenças de plantas cultivadas e de seus produtos” (GUERRA, 1985). Mais do que receitas, algumas de difícil aplicabilidade, coube ao autor “criar” todo um movimento a favor dos produtos chamados alternativos. Posteriormente viu-se a publicação de uma série de coletâneas, onde destacam-se algumas: Santos et al. (1988); Primavesi (1989); Abreu Junior (1998); Penteado (1999); Burg e Meyer (2002); Fernandes et al. (2005); Menezes (2005); Fernandes et al. (2006); Barbosa et al. (2006); Trani et al. (2007). As coletâneas são importantes ferramentas de apoio para o início de pesquisa, tanto na área médica como na área entomológica. Através do método cientifico valida-se ou não uma informação popular, bem como alerta-se para o seu uso incorreto. Na área entomológica, estas coletâneas apresentam deficiências que necessitam ser sanadas, para que a técnica não caia em descrédito. A seguir serão apontadas algumas destas falhas: 1. Nome comum - No caso de plantas inseticidas, a recomendação de seu uso baseado apenas no nome vulgar é temerária. Um mesmo nome vulgar pode ser usado para diferentes espécies, dependendo da região. 2. Imprecisão nas quantidades recomentadas – Em determinada receita o autor recomenda o uso de 20 cm de fumo em corda. Deve ser lembrado que o fumo em corda é comercializado com diferentes diâmetros, portanto 20 cm podem representar quantidades diferentes. Em outras receitas recomenda-se usar 0,5 kg de folhas ou sementes. Nem sempre o teor do principio bioativo é encontrado na mesma quantidade nos diferentes órgãos das plantas, portanto, podem gerar resultados diferentes. 6 3. Recomendação de uso genérico – Na maioria das compilações a recomendação é feita para um grupo entomológico. Por exemplo: para uso em lagartas. Sabe-se que diferentes espécies têm susceptibilidades diferenciadas a determinados agentes tóxicos. Assim, a dose que mata indivíduos de uma espécie pode não matar de outras. A recomendação por grupo, ex. lagartas, pulgões, etc. não é, portanto, adequada podendo no entanto ser usada como ponto de partida em pesquisa de validação. 4. Substância danosa às plantas. A fitotoxicidade é uma preocupação constante quando substâncias são usadas no controle de pragas e doenças. Algumas compilações recomendam o uso de substância já descartado por ser altamente fitotóxico às plantas. Neste caso, figura o querosene. 5. Substância obsoleta – Algumas publicações os autores continuam a recomendar substâncias que atualmente ferem os preceitos de sustentabilidade e ecologia. Por exemplo: o óleo de baleia. 2 INSETICIDAS-ACARICIDAS DE ORIGEM VEGETAL Se levarmos em consideração a existência de mais de 250.000 plantas no planeta (SILVA-AGUAYO, 2012) e que só continuam existindo graças a mecanismos de defesa, físicos, morfológicos e principalmente químicos, tem-se a mão um vasto material para a descoberta de novos inseticidas botânicos. Já o Brasil, segundo Maciel et al. (2010) apresenta enorme riqueza botânica, com 56 mil espécies de plantas. No entanto, antes de colher plantas a esmo e testa-las contra um punhado de pragas, pode-se iniciar o trabalho de pesquisa com estudos etnobotânicos. Estes estudos existem em várias áreas do conhecimento cientifico, sendo mais frequentes na área médica (MATTOS, 2002). Estes mesmos estudos ou outros mais específicos podem fornecer informações valiosas, do conhecimento popular, sobre o uso de plantas para o controle de artrópodes. No caso da área médica, Souza e Felfili (2006) fizeram um levantamento de uso de plantas medicinais na região de Alto Paraiso de Goiás, GO. Fenner et al.(2006) relacionaram, em um levantamento 7 bibliográfico, as plantas utilizadas na medicina popular brasileira com potencial atividade antifúngica. Santos et al. (2008) relacionaram 63 espécies de plantas medicinais usadas pela população de Ariquemes (RO), distribuídas em 38 famílias, sendo a família Lamiaceae a de maior representatividade. Algumas pesquisas têm maior profundidade, relacionando também os perigos do uso das plantas medicinais. Num artigo apresentado por Ritter et al. (2002) os autores listam as plantas usadas como medicinais no município de Ipê, no Rio Grande do Sul. No entanto, além da simples listagem de plantas e suas prováveis atribuições medicinais, os autores alertam para o uso incorreto de algumas destas plantas e o detalhamento que este uso pode causar ao homem. Por outro lado, algumas espécies, como a Melia azedarach L. (Meliaceae) têm sido muito estudadas (ARAUJO et al., 2009) tendo suas ações farmacológicas testadas e comprovadas. No caso da área entomológica, cabe lembrar que já no início dos anos 1950, Maranhão (1954) publicou uma extensa lista contendo cerca de 2000 plantas com propriedades inseticidas distribuídas em 170 famílias, das quais se destacam: Solanaceae, Compositae, Leguminosae, Chenopodiaceae e Liliaceae. Destas, extraem-se, respectivamente, a nicotina, o piretro, o timbó, o heléboro e a anabasina. No entanto, publicações anteriores já existiam. Vários são os autores que apontam famílias de plantas com potencias inseticidas. Schumutterer (1990) destaca as famílias Meliaceae, Asteraceae, Labiaceae, Aristolochiaceae e Annonaceae como fontes de princípios ativos inseticidas. Leatemia e Isman (2004) relatam que as famílias botânicas que contêm espécies com potencial inseticida são: Meliaceae, Rutaceae, Asteraceae, Annonaceae, Labiatae e Canellaceae. Uma detalhada revisão sobre o uso de extratos vegetais obtidos das famílias Annonaceae, Meliaceae e Solanaceae é apresentada por Castillo-Sánchez et al. (2010). Recentemente foi lançado o livro “Plantas Tóxicas” tendo como autor principal o Emérito Prof. Matos (MATOS et al., 2011) e coordenação geral de H. Lorenzi. Este livro é um exemplo inequívoco de que as plantas podem conter substâncias (químicas) nocivas ao ser humano e aos animais domésticos. Portanto, é uma falácia pregar que as plantas podem ser usadas 8 sem perigo. Tomando-se os devidos cuidados, estas plantas podem ter utilidade inseticida e serem usadas de diferentes formas, como será visto a seguir. 2.1 PÓS VEGETAIS A avaliação de partes vegetais trituradas na forma de pó foi usadas no passado. O pó do piretro (Chrysanthemum cinerariaefolium) e de Timbó ou rotenona (Plantas do gênero Lonchocarpus e Derris ), finamente moídos e misturados à substâncias absorventes com bentonita, gesso, talco, terra diatomáceas eram aplicados por sobre as plantas mediante o uso de um vasilhame com pequenos furos ou um saco de tecido ralo que permitisse passar o pó quando sacudido ou batido com uma varinha (Guerra, 1985). Atualmente esta forma de controle é pouco utilizada, no entanto pode ser indicada para o controle de pragas de grãos armazenados em recipientes pequenos, como por exemplo, garrafas tipo PET, latas ou tambores, estes normalmente usados para manter estes grãos para consumo ou para plantio na agricultura familiar. 2.2 EXTRATOS VEGETAIS As partes vegetais são normalmente secas à sombra ou em estufas de ar forçado a 40ºC. Posteriormente moídas, e quando não usadas imediatamente, devem ser embaladas em recipientes que evitem a entrada da luz e do ar. Em alguns casos o material vegetal é utilizado para a obtenção dos extratos na sua forma natural, ou seja, imediatamente após a colheita. Os extratos recebem o seu nome em função do líquido utilizado para a retirada da substância ativa, como será visto a seguir. Todas as partes da planta, como raiz, casca, folhas ou sementes podem ser utilizadas em extratos. No entanto, deve ser sempre levado em conta o esgotamento deste material na natureza se ele não puder ser cultivado. Desta forma, a retirada de cascas de árvores nativas deve se restringir a uma pequena parte de um lado da planta, para que a mesma possa se regenerar. No caso de raízes, só devem ser utilizadas aquelas provenientes de plantios feitos pelo homem. 9 Outro fato a ser levado em conta é que a substância ativa pode se distribuir na planta em concentrações diferentes. No caso do nim indiano as sementes possuem muito mais substância ativa do que as folhas. As plantas propagadas por semente podem não possuir a mesma quantidade da substância bioativa da planta original. Sendo assim, a mesma quantidade de material vegetal de diferentes plantas pode não dar um mesmo resultado. Extratos Aquosos A água tem sido usada para a retirada de substâncias bioativas das plantas para uso como inseticida, sendo esta usada fria ou quente. Extratos Aquosos Frios (maceração) A maceração é o processo em que a água é utilizada para a extração da substância ativa. Normalmente deixa-se o material vegetal embebido em água por 24 horas. Melhor resultado é obtido pela trituração das partes vegetais usadas, principalmente se forem raízes, talos ou cascas. Quando no processo de maceração é usado o álcool, o processo final da maceração é chamado de tintura. Extratos Aquosos Quentes A água quente pode ser usada para a obtenção das substâncias ativas. Neste caso usam-se dois processos: a infusão e o cozimento. Infusão A infusão consiste em colocar água fervendo por sobre as partes das plantas das quais se deseja extrair os princípios ativos. Depois da junção da água, o recipiente deve ser abafado com uma tampa até esfriar. Em seguida, coa-se e o líquido fica pronto para ser usado ou misturado a outros ingredientes. Sugere-se o uso de recipientes de material grosso, que não transmita calor, pois assim o esfriamento será mais lento e demorado, permitindo um maior aproveitamento do processo de extração do princípio ativo das plantas. A quantidade de material fresco ou seco (pó) deve ser 10 pesada para se ter a relação massa/volume (m/v) conhecida. Na aplicação a calda deve ser ajustada à concentração recomendada para o controle da praga. Cozimento ou Decocção Neste processo o principio ativo é obtido fervendo-se em água a planta ou a parte da qual se deseja obter a substância ativa. As partes tenras, como flores e folhas, devem ferver por cinco a dez minutos. As raízes, talos e cascas após picadas serão fervidas por 15 a 30 minutos. Após esta fervura, procede-se da mesma forma que na infusão. Extrato Alcoólico A maceração mediante o uso de álcool recebe o nome de tintura. Ao contrário da tintura de uso medicinal que usa prioritariamente álcool de cereal, a tintura de uso agrícola pode ser obtida com qualquer tipo de álcool. Normalmente usa-se a proporção de 2:1 (álcool : pó vegetal). Por exemplo: 1 litro de álcool para 500 gramas de pó vegetal. Esta mistura é inicialmente agitada e colocada em repouso por 24 horas em local ou vasilhame que não permita a entrada de luz e, se possível, do ar. A mistura é filtrada em pano bem fino e a parte final espremida. Se o extrato não for imediatamente utilizado, deve ser guardado em vidro de cor âmbar (marrom) fechado hermeticamente. Normalmente usa-se o álcool comercial 92GL. Extrato Hidro-Alcoólico No caso do extrato hidro-alcoólico são usadas várias proporções de água : álcool. Em uma delas usam-se 700 ml de álcool 92GL para 300 ml de água e 500 gramas do material vegetal seco e em pó. Os procedimentos de obtenção são os mesmo do extrato alcoólico, a vantagem neste caso é o barateamento do custo. No entanto, deve ser testado para verificar se extrai as substâncias bioativas desejadas. 11 Vantagens e Limitações do uso de inseticidas botânicos Como qualquer substância utilizada na agricultura, os inseticidas botânicos apresentam vantagens e desvantagens (CLOYD, 2004; SILVAAGUAYO, 2012). Dentre as principais vantagens, são citadas: 1 Rápida degradação – Os inseticidas botânicos degradam-se rapidamente sob condições ambientais tais como: luz solar, umidade e precipitação. Isto significa que são pouco persistentes, o que reduz o seu impacto sobre os insetos benéficos e organismos não alvo. Propiciam ainda um menor resíduo no alimento e menor intervalo entre a pulverização e a colheita (intervalo de segurança). 2 Rápida ação – Inseticidas botânicos têm ação de choque, matando rapidamente os insetos ou fazendo com que eles suspendam a alimentação quase imediatamente após a aplicação dos mesmos. 3 Baixa toxidade a mamíferos – A maioria dos extratos botânicos apresenta baixa toxidade aos mamíferos. No entanto, reside neste ponto um dos maiores perigos dos inseticidas botânicos: ACHAR QUE SÃO INOFENSIVOS. Dos mais conhecidos, a nicotina (LD 50 50-60 mg/Kg) e a rotenona (LD50 60-1500 mg/Kg) desmentem esta versão. Vale salientar que Sócrates, o filósofo, foi morto com cicuta, um alcaloide proveniente da planta Conium maculatum L. (Apiaceae). Bastam 5 gramas de folha para uma morte em 30 minutos. O veneno largamente usado para matar ratos, a Strychinina, também é proveniente de uma planta, a Strychos nux-vomica (Loganiaceae). Recentemente Matos et al. (2011) publicaram um livro somente sobre plantas tóxicas para o homem e animais domésticos. 4 Seletivos – Causam, geralmente, menos impacto negativo sobre insetos e ácaros benéficos quando comparados aos produtos de síntese. Este fato ocorre primordialmente devido ao seu curto efeito residual. 12 5 Não fitotóxicos – A maioria dos produtos botânicos não é fitotóxica, quando estes são aplicados adequadamente. 6 Indução à resistência – normalmente exercem menor pressão de seleção sobre a população e assim retardam o surgimento de indivíduos resistentes. As defesas naturais das plantas contra os herbívoros consistem, quase sempre, de misturas de compostos correlacionados, ao invés de uma simples molécula tóxica. Se, por um lado, esta “mistura” de moléculas impõe dificuldades no processo de seu registro como inseticida junto aos órgãos governamentais, por outro, há evidências científicas de que dificulta o aparecimento de populações resistentes (ISMAN, 1997). Em ensaios de laboratório, visando a seleção de Mysus percicae resistentes, verificou-se uma resistência de nove vezes após o uso da Azadirachtina durante 35 gerações. Entretanto, quando foi usado extrato da semente contendo a mesma quantidade de Azadirachtina em conjunto com os demais produtos da mistura, não houve desenvolvimento da resistência durante o mesmo período (FENG; ISMAN, 1995). Há evidências de que estas misturas naturais atuem sinergicamente. Ou seja, o resultado do conjunto é superior àquele obtido por quantidade equivalente do composto mais ativo purificado, seja ele isolado (obtido por refino ou purificação) ou sintetizado (ISMAN, 1977). As principais desvantagens dos inseticidas botânicos são: 1 Rápida degradação – a rápida degradação, embora favorável do ponto de vista ambiental e humano, implica que poderá haver a necessidade de reaplicações. 2 Toxidade – nem todos os extratos botânicos têm baixa toxidade ao homem e animais, como já foi relatado. Portanto, os cuidados no manuseio destes na proteção do aplicador devem ser iguais aos dos produtos de síntese. 13 3 Custo e disponibilidade – Os inseticidas botânicos são mais caros que os de síntese, e podem não estar disponíveis ao longo do ano em função da sazonalidade da produção. 4 Falta de informações – Há deficiência de dados relativos à eficiência agronômica (cultura/artrópode), estudos toxicológicos e de tolerância de resíduos. 5 Necessidade de sinergistas – Alguns inseticidas botânicos, principalmente os que contêm piretro, necessitam de um sinergista. Estes produtos aumentam a toxidade efetiva por meio da inibição das enzimas de função mista (MFO’s) que no inseto tem a função de inativar o inseticida, permitindo que o inseto alvo se recupere. O sinergista mais usado é o butóxico de piperonila (PBO). 6. Entraves na comercialização – Isman (1997) apresenta alguns entraves na comercialização de fitodefensivos. O primeiro deles reside no volume necessário para a comercialização, nem sempre disponível, a não ser que a espécie vegetal seja extremamente abundante na natureza ou já esteja sendo cultivada com outra finalidade; o segundo entrave é a padronização dos extratos e controle de qualidade dos mesmos; e em terceiro lugar as dificuldades de registro destes fitoquímicos junto aos órgãos oficiais. Outro fato que deve ser alertado é a de que a simples eficácia de um extrato vegetal, verificado mediante a aplicação do método científico, não é, por si só, garantia de uso na agricultura. Deve ser levada em conta a logística do seu uso como apresentado a seguir na Tabela 1. É apresentada na tabela a quantidade de material vegetal necessária em diferentes concentrações (de 0,5% a 50%) para diferences volumes de calda a ser aplicada. Assim sendo, o controle de determinada praga que necessite de uma concentração de 25% para controle, pode ser utilizada em uma horta caseira, onde para 10 litros de calda serão usados 2,5 kg do material vegetal. No entanto, seria difícil usa-lo, 14 por exemplo, para 1 hectare de melancia no auge do seu desenvolvimento quando seriam necessários 125 kg do vegetal para se obter a concentração adequada, fato este que inviabilizaria o seu uso nessa cultura. Desta, forma esta tabela pode ser útil para o planejamento de uso de um determinado extrato. TABELA 1. Quantidade de material vegetal necessário para preparar diferentes quantidades de calda segundo as concentrações (m/v) indicadas. EXTRATO A... 0,5% 1% 5% 10% 25% 50% 1/ LITROS DE CALDA 10 20 50g 0,1 Kg 0,1 Kg 0,2 Kg 0,5 Kg 1,0 Kg 1,0 Kg 2,0 Kg 2,5 Kg 5,0 Kg 5,0 Kg 10,0 Kg 1 5g 10 g 50 g 100 g 250 g 500 g 1/ 100 0,5 Kg 1 Kg 5 Kg 10 Kg 25 Kg 50 Kg 500 2,5 Kg 5 Kg 25 Kg 50 Kg 125 Kg 250 Kg Quantidade de calda geralmente utilizada para grandes culturas (algodão, milho, feijão, soja etc.) gira em torno de 300 l/ha. No caso de tomate estaqueado no seu tamanho máximo em torno de 800l/ha e de 2000 l/ha para as laranjeiras quando completamente desenvolvidas. Inseticidas – Acaricidas vegetais validados Embora Thomson (1995) seja uma referência a respeito de inseticidas em uso nos EUA, Isman (1997) fornece informações mais recentes da situação dos inseticidas botânicos na América do Norte, Canadá e Europa. Alguns inseticidas botânicos que anteriormente eram usados na Europa Ocidental e EUA perderam o seu registro. Dentre eles a nicotina (de Nicotiana tabacum), o quassim (de Quassia amara e Picrasma excelsa), e ryania (de Ryanica speciosa). Como consequência, os únicos inseticidas de amplo uso na América do Norte e Europa são o piretro (de Chrysanthemum cinerariaefolium) e a rotenona (de Derris spp e Lonchocarpus spp). Embora o nim (de Azadirachta indica) esteja aprovado para o uso nos EUA, ainda não estava no Canadá e Europa até 1997. No Brasil. o nim tem registro junto ao MAPA (Agrofit, 2012) com o nome de AzaMax. Informações detalhadas destes produtos podem ser obtidas via internet em www.cnpab.embrapa.br, série documentos número 205: Inseticidas botânicos: seus princípios ativos, modo de ação e uso agrícola, de Elen de Lima Aguiar Menezes (2005). 15 Inseticidas – Acaricidas vegetais potenciais e em prospecção. São muitas as pesquisas de prospecção de novos inseticidas botânicos. No entanto, cabe aqui mencionar o exaustivo e primoroso trabalho executado por Santa-Cecília et al. (2010). Estes autores, verificaram em condições de laboratório sobre a cochonilha branca, Planococcus citri, extratos preparados de 186 plantas coletadas em Minas Gerais. Dentre os 232 extratos avaliados, apenas o de Persea americana foi selecionado por causar maior mortalidade de ninfas. Este trabalho ilustra bem o universo de estudo a que os pesquisadores se deparam na prática. Algumas plantas, velhas e novas, após detalhados estudos despontam como promissoras para uso faltando, no entanto, encontrar o sistema planta/ praga em que possam ser aplicadas com sucesso. Estas plantas são a Melia azedarach (Cinamomo, árvore paraíso) Ruta graveolens (arruda), Trichillia pallens e T. claussenii. As espécies da família Annonaceae são um grupo aparte, no entanto merecem ser pesquisadas com cuidado devido ao seu modo de ação. 2.3 PRODUTOS E SUBPRODUTOS INDUSTRIAIS Atualmente o reuso de subprodutos da agroindústria tem se tornado uma questão fundamental para a preservação do meio ambiente. Um destes usos seria a utilização dos rejeitos para a produção de biodefensivos. Tortas Vegetais Resíduos da extração de óleo da semente, as tortas podem conter princípios inseticidas. A principal delas é a torta de nim proveniente da semente desta planta. No entanto, encontra-se ainda em fase de estudo, mas é bastante promissora. Amido de Trigo O uso do amido de trigo, popularmente chamado de farinha, foi avaliado por Barbosa et al. (2000) em aceroleira para o controle do pulgão. 16 Na dose de 1 kg para 20 litros de água (5% m/v) resultou em redução de 49,2% de ramos infestados pela praga. 2.4 ÓLEOS VEGETAIS Os óleos são normalmente classificados em voláteis ou essenciais e óleos fixos. Esta classificação tem gerado alguma confusão sobre a diferenciação entre óleos vegetais fixos (também chamados não voláteis), e os óleos essenciais (também chamados voláteis), objeto de pesquisas em muitas instituições no Brasil e no exterior. Os óleos vegetais essenciais apresentam uma grande variedade de constituintes e são caracterizados pelo forte aroma e relativa volatilidade, encontrando grande aplicação na indústria de cosméticos e de perfumaria. 2.4.1 ÓLEOS VEGETAIS VOLÁTEIS OU ESSENCIAIS Os óleos essenciais voláteis ou etéreos são compostos encontrados em várias plantas e possuem como características básicas o cheiro e o sabor. São insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos, sendo extraídos por técnicas simples como arraste de vapor. Os óleos essenciais podem interferir no processo de seleção do hospedeiro pelo inseto antes do mesmo chegar à planta mediante repelência causada pelo odor do mesmo ou esta repelência pode ser devido ao “gosto” conferido ao vegetal e é detectada após o pouso. Em sendo um óleo, pode apresentar ainda o mesmo modo de ação dos óleos fixos quando aplicados sobre o inseto. No caso do D-Limonene (de Citros) pode apresentar mecanismo de ação semelhante às piretrinas. A natureza volátil e de repelência dos óleos essenciais de Alecrimpimenta (Lippia sidoides Cham), Alfavaca-cravo (Ocimum gratissimum L.), Capim-citronela (Cymbopogam winterianus Jowit.), Hortelã-japonesa (Mentha arvensis L.) não proporcionou o controle da mosca branca em meloeiro quanto utilizados em situação de campo nas condições de Mossoró (RN) (SOUSA, 2000). 17 2.4.2 ÓLEOS VEGETAIS FIXOS Os óleos fixos causam danos à película de cera formada sobre a cutícula, além de um possível rompimento da membrana celular, interferindo no metabolismo do inseto; formam uma película plástica que bloqueiam seus espiráculos, interferindo na respiração do inseto, matando-os por asfixia. Podem também causar repelência, resultante da cobertura dos receptores olfativos, interferindo na localização de hospedeiros. Uma das possíveis causas de mortalidade seria, também, a própria aderência do inseto à superfície foliar, impedindo o mesmo de se locomover ou mesmo se alimentar. Vale salientar que os modos de ação desses óleos ainda não estão completamente elucidados. Os óleos podem participar como co-adjuvantes no controle de viroses, pois alguns autores relatam que a utilização de óleos para prevenir a propagação de viroses é uma das modernas práticas para controlar os problemas trazidos por diversos vírus na cultura do tomate. Outros reforçam a necessidade de se desenvolverem mais estudos sobre derivados vegetais, principalmente os óleos, no combate à transmissores de viroses como as moscas brancas. Existem boas evidências de que a pulverização de plantas com óleos minerais ou vegetais reduzem a infecção de vírus do tipo não persistente em campo, pela retenção dos virions nos estiletes de afídeos e a supressão de transmissão de geminivirus transmitidos por moscas brancas. Pois alguns autores relatam que emulsões de óleo têm sido utilizadas para prevenir a transmissão de vírus do tipo não persistentes e para o manejo de pragas. Outros propõem que a repelência de moscas brancas, devido à ação dos óleos pode eliminar ou reduzir doenças virais transmitidas por essas pragas, como o Curcubit Yelow Stuntig Disorder vírus (CYSDV). Os óleos podem, dependendo da dose, ser fitotóxicos às plantas, pois Moretto e Fett (1998) relatam que há nos óleos brutos cerca de 13 a 18 % de contaminantes, sendo que esses valores caem para 2 a 3 % nos óleos já processados. Dessa forma, ressalta-se a importância da utilização de óleos refinados quando estes forem empregados contra insetos, reduzindo o risco 18 de fitotoxicidade. A qualidade do óleo associado ao emulsificante, também pode determinar a fitotoxicidade em uma cultura. Verificou-se que o óleo de algodão não refinado em solução a 2 %, emulsificado com 2 % de detergente, causou severa fitotoxicidade ao algodoeiro. Os óleos para serem aplicados necessitam ser misturados em água. Para que isto seja possível deve-se usar uma substância emulsificante. Para tanto pode ser usado o detergente neutro a 6,25%, ou o ricinoleato de sódio na proporção de 1 : 1. Ensaios efetuados na Universidade Federal do Ceará apontam o óleo de algodão e o de soja como os melhores para o controle do pulgão preto, Aphis craccivora e da mosca branca, Bemisia tabaci biotipo B. No caso do controle de pragas de grãos armazenados mistura-se um (1) ml por quilo do grão. Nas aplicações foliares a dose não deve exceder a 1%, ou menos em culturas susceptíveis. Kissmann (1997) define óleos vegetais formulados comercialmente para uso agrícola como aqueles que apresentam proporções variadas de ácidos graxos, como oleico, linoleico e lineólico; são menos estáveis que os minerais e para sua formulação requerem mais emulsificantes e devem ser refinados, o que aumenta os custos. Existem ainda os óleos vegetais metilados. Estes, por esterificação metílica dos óleos vegetais permitem a formulação de adjuvantes em caldas fitossanitárias, de performance muitas vezes superior à dos óleos vegetais simples ou minerais. Os óleos vegetais fixos são registrados e atualmente várias marcas estão disponíveis no mercado. 2.5 VERIFICAÇÃO E VALIDAÇÃO DA BIOATIVIDADE Embora as coletâneas apresentem um leque de opções a serem aplicadas no controle alternativo de pragas de plantas cultivadas, muitas destas receitas não foram cientificamente verificadas para seu uso ser validado. Neste ponto vale a pena comentar sobre os termos eficiência e eficácia. 19 Pode-se dizer que um determinado extrato foi eficiente no controle de determinada praga, no entanto não foi eficaz. Um extrato que resulta em 40% de mortalidade, e estatisticamente diferindo da testemunha não tratada, pode ser considerado eficiente. No entanto, os 60% de indivíduos vivos são suficientes para que o dano econômico se perpetue. Portanto este extrato foi eficiente, porém não foi eficaz. De outra, forma pode-se dizer que mata parte dos indivíduos, mas não resolve o problema. Geralmente este tipo de estudo tem dois objetivos: a) A descoberta de uma nova molécula inseticida, neste caso o material vegetal a ser usado pode ser muito reduzido; b) A obtenção de uma substância que possa ser usada imediatamente. Nesta situação pode ser uma dona de casa que tem uma a duas plantas na jardineira, um pequeno jardim, um quintal ou uma horta doméstica. Outros usuários seriam agricultores de pequenas áreas, sejam elas hortas ou pomares. Utilizam-se as informações da Tabela 1 para planejar o consumo de material vegetal. No geral, os estudos devem inicialmente ser simples, rápidos e baratos, sendo encaminhados para as etapas mais detalhadas os extratos de espécies promissoras. Assim sendo, normalmente os ensaios são efetuados na seguinte sequência: em laboratório, no telado em vasos e finalmente no campo. Exemplos desta metodologia serão dados mais adiante. Inicialmente serão orientados a coleta e o preparo do material usado na validação científica. Passos para a verificação e validação de substâncias inseticidas. 1. Correta identificação da espécie em estudo (planta e inseto) O nome comunidade ou vulgar de das uma plantas região pode para mudar outra. de Assim, comunidade a para caracterização taxonômica da espécie a ser estudada é o primeiro passo para estudos com extratos botânicos. 20 2. Coleta do material No caso de extratos de plantas são comumente usados: a raiz, a casca, a folha, as sementes, as resinas e o látex, ou então produtos e subprodutos do processamento industrial. Deve ser levado em conta que a coleta das partes da planta não deve colocar em risco a sua integridade. Portanto, sempre que possível devem ser usadas plantas provenientes de plantios, caso não seja possível coletar as estruturas de forma a não comprometer a planta. No caso da casca de árvores, coletar apenas de um lado, e de tal forma que a planta se regenere, o mesmo deve ser observado para raízes. Horário de Coleta Algumas espécies vegetais têm a sua quantidade e proporções de substâncias secundárias alteradas em função da hora da coleta. Assim sendo, é conveniente procurar na literatura para verificar se este não é o caso de vegetal em estudo. Materiais de diferentes regiões O teor da substância bioativa pode estar sujeito a variação em função de fatores ambientais (solo: físico, químico; clima: temperatura, umidade, precipitação; localização geográfica, altitude, estação do ano, estágio fenológico, idade da planta, etc), bem como de fatores genéticos. Em estudo realizados por Leatemia e Isman (2004), estes autores verificaram que o extrato etanólico de semente de Annona squamosa e A. muricata variaram, respectivamente, na sua atividade inseticida em 8 e 5,4 devido à sua procedência. Houve ainda variação entre plantas de um mesmo local. Cabe aqui lembrar que o fenótipo apresentado por uma espécie é a resultante do seu genótipo mais os efeitos do ambiente. Para aquelas espécies de polinização aberta, esta pode ser a causa da variação observada em muitos resultados experimentais. 21 Materiais de diferentes espécies de plantas Não raro, algumas famílias botânicas são apontadas como portadoras de princípios inseticidas. No entanto, pode não ser totalmente verdade, e assim, quando possível, deve ser coletado o maior número de espécies dentro de uma família para se obter sucesso. O gênero Trichillia da família Meliaceae (a mesma do Nim) tem sido apontada como promissora fornecedora de extratos bioativos. Borgini e Vendramim (2003) estudaram seis espécies de Trichillia: T. casaretti, T. catigua, T. claussenii, T. elegans, T. pallens, T. pallida e compara a Azadirachta indica. Foram testados contra Spodoptera frugiperda usando folhas de milho como alimento. Extratos aquosos de folhas foram superiores aos de ramos, sendo que apenas T. pallens mostrou-se eficiente e comparável ao extrato de referência A. indica com 98,7% de mortalidade de larvas. Em outro estudo, Matos et al. (2006) avaliaram extratos hexânicos, metanólicos e hitrometanólicos (1:1) de três epecies de Trichillia: T. clausennii, T. catigua e T. elegans, utilizando dieta artificial e larvas de S. frugiperda. O extato hexânico mostrou-se o mais adequado, sendo a substância biotativa de T. claussenii a espécie mais promissora das três. 3. Preparo inicial do material Secagem dos materiais Normalmente o material é secado a 40ºC à sombra ou em estufa de ventilação forçada. Moagem dos materiais. Antes do uso as partes vegetais são inicialmente picadas ou então diretamente moídas em diferentes equipamentos. As sementes com alto teor de óleo são as mais difíceis de moer por tenderem a formar uma pasta. A moagem deve ficar bem fina, pois quanto menor o tamanho das partículas melhor é a extração. O pó de café é um excelente indicativo da granulometria desejada. 22 Pós Secos Quando o produto da moagem for destinado ao tratamento, este pode ser aplicado puro, ou então misturado a substâncias inertes para que sejam obtidas as concentrações desejadas. Normalmente são usadas para o tratamento de grãos destinados ao armazenamento. Extratos com água A água é o extrator mais utilizado, no entanto, pode haver fermentações indesejáveis com a alteração do produto final. Neste caso, é sempre aconselhável que a extração seja feita por um período de 24 a 48 horas e após filtrado o extrato deve ser usado. Tinturas com álcool e outros solventes Como a água não é sempre o extrator mais adequado, lança-se mão a outros solventes, destes o mais comum e barato é o etanol. 4. Solventes Alguns solventes utilizados comumente em laboratórios de química orgânica, em ordem decrescente de polaridade, são: água, metanol, etanol, acetato de etila, diclorometano, clorofórmio, éter dietílico e hexano. Como regra geral, compostos polares se dissolvem em solventes polares, e compostos pouco polares ou apolares, em solventes pouco polares ou apolares. IMPORTANTE: A compra e armazenamento de alguns solventes podem necessitar de permissão de órgãos federais. 5. Armazenamento do material preparado Antes da Extração Após secar a parte vegetal, o mesmo deve ser armazenado em local protegido da luz, com temperatura e umidade baixa. Procura-se manter as partes vegetais o mais intactas possíveis. O armazenamento do material 23 vegetal já moído acelera a decomposição pois as partículas menores são mais sujeitas à oxidação por possuir maior superfície de contato. São também mais fáceis de servir de substrato para o mofo. Quando este ocorrer deve ser prontamente descartado. Após a extração Caso haja necessidade de manter o extrato armazenado, deve ser em frasco de vidro âmbar, bem tampado, envolto em papel alumínio e em armário fechado e em ambiente fresco. Se possível, em geladeira. 6. Preparo do material para aplicação Normalmente o substrato é diluído em água para a aplicação. Outras vezes usa-se o próprio extrator, que não deve afetar o inseto alvo. Quando a substância extraída tem difícil miscibilidade em água no momento da aplicação, estes produtos podem ser emulsificados com produtos para tal fim: Tween 20, ricinoleato de sódio, lecitina de soja, ou mesmo o detergente neutro usado domesticamente. Lembrar que o próprio emulsificante pode ter efeito bioativo e deve ser testado para este fim. 7. Parcelas Devem ser do tamanho ou conter um número tal de indivíduos com os quais se possa diferenciar tratamentos diferentes. 8. Tratamentos Devem conter pelo menos os tratamentos listados 1. Testemunha absoluta (sem aplicação) 2. Testemunha relativa (solvente; para verificar o efeito do mesmo) 3. Testemunha positiva (produto com eficiência conhecida: para avaliar erros na metodologia de aplicação) n’ . Os demais tratamentos devem atender as exigências do método estatístico a ser usado na análise. 24 9. Formas de Aplicação Entenda-se como forma de aplicação o modo com que o alvo (artrópode) entre em contato com o agente bioativo. Aplicação Tópica Neste caso, o contato é direto com o alvo, usando-se como equipamentos: a) Micro Seringa Mediante mecanismos que acionam o êmbolo de uma seringa em uma distância conhecida, a micro seringa produz uma gota de 1 µl (micro litro) que é colocada no tórax do inseto. b) Torre de Potter Equipamento que pulveriza uma quantidade desejada de calda sobre uma área conhecida onde estão acondicionados os artrópodos alvos. c) Imersão dos indivíduos É a metodologia mais simples para triagens inicias. Neste caso, os artrópodos são fixos em uma fita adesiva de dupla face, sendo que uma das faces é colada a uma lâmina de microscópio. Sobre a outra face adesiva são depositados os indivíduos que permanecem a ela aderida. O conjunto é mergulhado na calda e posteriormente deixado em local adequado para secar. As avaliações são efetuadas em tempos definidos para verificar a mortalidade. A mortalidade na testemunha irá determinar o tempo de avaliação, que deve ser quando esta atingir no máximo os 10%. Este tipo de ensaio também pode ser feito com insetos maiores confinados em gaiolinhas que são imersas, seguindo-se o protocolo acima proposto. d) Contaminação indireta Tubos de vidro ou ensaio são pulverizados internamente e deixados para secar. Isto permite um filme de inseticida na superfície. Insetos são confinados nestes tubos e entram em contato com o resíduo. Após tempo pré-determinado a mortalidade é avaliada. 25 Aplicação no Alimento O extrato é aplicado sobre o alimento ou este é imerso no extrato e posteriormente oferecido ao artrópode. Um artifício para manter adequada a parte vegetal por mais tempo, é colocando-a sob uma fina camada e ágar a 1%, no interior de uma placa de Petri, com a parte abaxial voltada para cima para uso com artrópodes que preferem esta face da folha. No caso de dieta artificial, o extrato é incorporado à mesma, observando-se a temperatura para não desnaturar o extrato, sendo esta dieta posteriormente oferecida aos insetos. Aplicação na Planta Hospedeira A planta hospedeira é plantada em vaso. A pulverização com o extrato pode ser efetuada antes ou após a inoculação destas plantas com os artrópodes. Estes vasos podem ser mantidos em casa de vegetação ou levados para áreas externas visando uma situação mais próxima da realidade. Aplicação no solo junto à planta Procede-se da mesma forma que na situação anterior. Somente a aplicação do extrato não é sobre os indivíduos e sim no solo junto ao caule para avaliar se o mesmo é absorvido pelas raízes e transcolados para efetuar o controle dos indivíduos na parte aérea. Aplicação na planta em condições de campo Esta situação representa as condições edafoclimáticas em que um extrato estará exposto nas condições normais de uso. É um experimento oneroso, e deve ser usado quando o candidato a biocida já tenha passado pelas outras etapas do processo. No entanto, é de fundamental importância para o aval de eficiência agronômica do extrato. 26 Processo de Avaliação No geral, avaliam-se o número de indivíduos vivos após determinado tempo transcorrido do tratamento, bem como o número de ovos e larvas/ninfas. São também avaliados os parâmetros relacionados à biologia dos indivíduos: ciclo, fecundidade, fertilidade, razão intrínseca de aumento, alterações morfogenéticas, além do peso e tamanho. Avalia-se também o padrão de consumo de alimento. Quanto ao efeito sobre a planta, são avaliadas alterações como clorose e necrose indicativos de fitotoxidade. Algumas vezes são usadas plantas mais sensíveis como bio indicativas. Análise dos dados obtidos Os dados obtidos são submetidos rotineiramente à análise de variância. Caso necessário, os dados são transformados pela formula: X 0,5 . As médias são separadas por Duncam (para triagens iniciais), Tukey, Scott-Knott, etc. Em estudos de efeito dose-resposta são utilizadas regressões. Sugerese o uso de pelo menos cinco doses para este tipo de estudo. As análises de eficiência agronômica mais utilizadas são aquelas que utilizam as fórmulas de Abbott (1925) e Henderson e Tilton (1955). Fórmula de ABBOTT E% = [(T -Tr)/T ]*100 T = Testemunha absoluta; Tr = Tratamento Fórmula de HENDERSON e TILTON E% = {1- [(Trd x Ta) / (Tra x Td)] x 100} Ta = Testemunha antes da aplicação; Td = Testemunha depois da aplicação Tra =tratamento antes da aplicação ;Trd = tratamento depoi da aplicação A eficiência desejável para cada uma das etapas da triagem é muito variável entre as referencias científicas. No entanto, para a etapa de campo, 27 deseja-se uma eficiência superior a 80% ou uma eficiência que impeça o artrópode de atingir o nível de dano econômico. 3. ÓLEOS MINERAIS Kissmann (1997) define óleos minerais como aqueles formulados com predominância de frações parafínicas de hidrocarbonetos, variando com o comprimento da cadeia e com as ramificações. Devem apresentar alto teor (mais de 95%) de componentes não sulfonáveis, sendo a sulfonação um teste tratando um óleo com ácido sulfúrico concentrado. As frações não saturadas reagem, formando sulfonados. Essas frações não saturadas, por serem reativas, tendem a causar fitotoxicidade. Várias são as marcas comerciais registradas e seu uso se encontra generalizado. 4. SABÕES E DETERGENTES COMO INSETICIDAS Os produtos usados em domicílios não foram formulados para o controle de pragas agrícolas, mas têm sido estudados para este fim. Os principais são os sabões e os detergentes. Os detergentes produtos com fins domissanitários, domésticos não ou seja, são os usados sabões na e os agricultura convencional, em escala comercial, mas sim, em jardins e cultivos orgânicos ou como agentes tensoativos nas formulações de pesticidas e misturas. Possuem ação de contato, sem efeito residual, controlando as pragas de corpo mole, como afídeos, mosca branca, pisilídeos, tripes, cochonilhas e ácaros. Não são eficientes em insetos com cutículas duras, como besouros, abelhas, vespas, moscas ou gafanhotos. No entanto, as baratas são exceções, porque são insetos de corpo duro, porém, sensíveis à exposição a sabão. Além disto são ineficientes naqueles insetos que voam e que possuem movimentos rápidos, pois possibilitam sua fuga, fazendo com que não sejam atingidos pela pulverização de detergente ou sabão. Daí surge também uma vantagem do uso desses produtos: são seletivos aos inimigos naturais, pois esses animais, geralmente, possuem o corpo coberto com forte cutícula e são 28 bastante móveis. É o caso das joaninhas e dos sirfídeos, no entanto, as formas imaturas desses insetos são menos móveis e possuem o corpo mole, sendo susceptíveis às injúrias que os sabões ocasionam. Embora o mecanismo de ação destes produtos não tenha sido totalmente elucidado, acredita-se que causem dano à película de cera sobre a cutícula dos insetos e que interfiram no metabolismo da respiração, além de provocar mudanças na estrutura da folha e repelência. Diversos autores afirmam que os sabões só são ativos biologicamente enquanto úmidos, sendo sua ação por contato e, com efeito, apenas de “choque”, que depende muito do volume aplicado e da correta cobertura da área foliar a ser tratada na planta, bem como do estilo de pulverização utilizada pelo aplicador. Desta forma, para se atingir um bom controle, pode haver a necessidade de várias aplicações a curto espaço de tempo. Neste caso, os sabões podem exercer um efeito negativo na fisiologia da planta como o relatado por Koehler et al. (1983) para o repolho. Um outro fator que pode interferir na eficiência dos sabões é a presença dos sequestrantes que são os componentes responsáveis pela +2 +2 +3 ligação aos íons Cálcio (Ca ), Magnésio (Mg ) e Ferro (Fe ) presentes na água dura. Impedem que esses íons se liguem aos tensoativos e, dessa forma, os sequestrantes evitam que o sabão perca seu papel de desengordurante. Esses componentes não estão presentes na fórmula de uns poucos sabões em pó podendo contribuir para sua baixa eficiência dadas as condições de água dura. Os sabões não possuem agentes sequestrantes, e assim têm a desvantagem de formar sais insolúveis com cátions divalentes que por ventura estão presentes na água, reduzindo sua ação inseticida. Os detergentes possuidores de sequestrantes não formam esses precipitados e por isso são mais vantajosos do que os sabões. Por outro lado, o Omo® Cores apresentou o melhor efeito dose/resposta, além da melhor eficiência na menor dose, o que o qualifica para aplicações repetidas, dado o mecanismo de ação destes produtos, com menos efeito negativo na fisiologia da planta como o relatado por Koehler et 29 al. (1983) para o repolho. Esses autores perceberam uma redução de 23% no peso da cabeça de repolho nas linhas do campo em que foi utilizado frequentemente o sabão inseticida Safer (seis vezes por semana). Os sabões e detergentes apresentam, geralmente, eficiência de 40 a 50% no controle de afídeos, tripes, ácaros e mosca branca. A dose a ser aplicada irá depender da susceptibilidade do inseto e da planta. Sabões – No controle do pulgão preto, Aphis craccivora, em usando-se o feijão de corda, Vigna unguiculata, em situação de cultivo protegido (Plástico UV) a dose de até 8g/litro não causou fitotoxidade. Detergentes - No controle do pulgão preto, Aphis craccivora, em usando-se o feijão de corda, Vigna unguiculata, em situação de cultivo protegido (Plástico UV) a dose de até 2% não causou fitotoxidade, há exceção do detergente Ypê Limão. Dependendo da susceptibilidade da cultura e das condições de temperatura e umidade, há a necessidade de realizar verificações locais em poucas plantas são necessárias para fazer ajuste da dose. Assim sendo, recomenda-se um teste prévio através da aplicação do produto a ser utilizado em uma parte da planta por 24 horas e, então, só depois de vista a reação, é que deve ser aplicado em um grupo maior de plantas. 5. INSETICIDAS INORGÂNICOS Enxofre Enxofre é talvez o defensivo mais antigo ainda em uso. É usado para controle de algumas doenças de plantas, mas também como acaricida. Não é tóxico para mamíferos mas pode irritar a pele e, principalmente, os olhos. O LD50 é de 5.000 mg/Kg. Pode ser fitotóxico em temperaturas muito altas e tempo seco. Não deve ser aplicado 20-30 dias após o uso de óleo pois reage com este, potencializando a fitotoxicidade. É registrado e encontrado nas casas comerciais na forma de pó para ser misturado em água e na formulação de suspensão. Também pode ter efeito desalojante, como quando 30 é usado em conjunto com inseticidas para o controle da lagarta do cartucho do milho. Terra Diatomácea É um pó abrasivo que adsorve a camada de cera que recobre a exocutícula permitindo a perda de água, resultando na morte do inseto por dissecação. É oriunda de conchas de diatomáceas que após moídas resultam em um pó abrasivo devido aos seus cantos afiados. No Brasil é registrado para o controle de pragas de grãos armazenados. Pode causar problemas respiratórios se o pó for inalado. CAOLIM É uma argila composta de silicado de alumínio, de cor branca, não abrasiva que se dispersa na água e é quimicamente inerte em amplo espectro de pH. Atua como barreira mecânica impedindo que insetos consigam alcançar os tecidos vulneráveis. Também tem ação repelente criando superfícies desfavoráveis para alimentação e postura. O filme branco uniforme interfere no processo de localização do hospedeiro mascarando a cor do tecido vegetal. Ademais, as partículas de caolim atuam como agente irritante nos insetos. Após o pouso em superfícies tratadas, as partículas de caolim se desprendem e aderem ao corpo do inseto ativando um excessivo processo de auto limpeza, desviando o mesmo do seu verdadeiro objetivo. Na sua aplicação necessitam de uma boa cobertura vegetal para o seu bom funcionamento. Sendo um pó, pode causar problemas respiratórios, e deve ser usada máscara de proteção. Seu LD50 é superior a 5000 mg/Kg. É registrado nos EUA para várias pragas e considerado de uso seguro. SÍLICA Produtos à base de sílica são usados nos EUA deste 1956. O mecanismo de ação é devido à remoção da camada lipídica externa que evita a perda d’água nos insetos. Desta forma o inseto morre por dissecação. Às vezes a areia (sílica) é usada neste sentido. Resultados insatisfatórios têm sido 31 observados com pulgões pois estes conseguem repor a água perdida. A LD50 é de 3160 mg/Kg. 6. RECEITURÁRIO AGRONÔMICO O receituário agronômico é o certificado de garantia do produtor e o documento que atesta que o Engenheiro Agrônomo usou um procedimento respaldado pela ciência. Por outro lado, segundo a Instrução Normativa conjunta sda/sdc/anvisa/ibama nº 1, de 24 de maio de 2011, em seu Art. 13, define que os produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica estão dispensados de receituário agronômico. Define ainda esta IN em seu Art. 16 que ficam isentos de registro os produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica produzidos exclusivamente para uso próprio. 7. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) Embora os produtos chamados de alternativos sejam naturais, eles são potencialmente perigosos, como foi detalhado neste documento e amplamente divulgado em outros artigos científicos. Em assim sendo, devese sempre usar os equipamentos de proteção individual mais apropriados para cada tipo de manuseio. No entanto, a Instrução Normativa conjunta sda/sdc/anvisa/ibama nº 1, de 24 de maio de 2011, em seu art. 14 e § 2º, induz ao leigo uma falsa sensação de segurança, conforme transcrito a seguir: Art. 14. O rótulo e a bula dos produtos fitossanitários de que trata este Anexo conterá em sua parte inferior, com altura equivalente a quinze por cento da altura da impressão da embalagem, faixa na cor branca, com os seguintes dizeres em preto: “Produto fitossanitário com o uso aprovado para a agricultura orgânica”. § 2º No rótulo e bula dos produtos de que trata o caput deste artigo, não deverão constar os símbolos da caveira com as duas tíbias cruzadas. 32 8. HORTO DE FITODEFENSIVOS Uma vez de posse do conhecimento científico, a exemplo do que já é feito na medicina com as farmácias vivas (MATOS, 2002), poderão ser construídos hortos de fitodefensivos. A Instrução Normativa conjunta sda/sdc/anvisa/ibama nº 1, de 24 de maio de 2011, em seu Art. 16, dá respaldo legal nesta indicação pois define que: ficam isentos de registro os produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica produzidos exclusivamente para uso próprio. 9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ABBOTT , W.S. A method of computing the effectiveness of insecticide. Journal of Economic Entomology, v.18, p.265-267, 1925. ABREU JUNIOR, H. Práticas alternativas de controle de pragas e doenças na agricultura. Coletânea de Receitas. EMOPI, Campinas-SP, 1998. 115 p. AGROFIT. Disponível em http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/!ap_ing_ativo_consulta_cons Acesso em 01 de maio de 2012. ANDREI, E. Compêndio de defensivos agrícolas: guia prático de produtos fitossanitários para uso agrícola. Andrei editora, 7ª ed., São Paulo-SP, 2005. 1141 p. ANÔNIMO, Insecticidal Soaps. [s.d.]. Disponível em: <http://ipmofalaska.homestead.com/files/soap.html>. 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