manejo de pragas agrícolas com inseticidas

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL
PET AGRONOMIA
MANEJO DE PRAGAS AGRÍCOLAS COM
INSETICIDAS ALTERNATIVOS
Fortaleza, Ceará - Brasil
2012
2
© by Ervino Bleicher
Edição comemorativa dos 20 anos do PET AGRONOMIA – UFC.
Tutores:
Professor Titular, Dr. José Higino Ribeiro dos Santos - Abril de 1992 a agosto de 1994.
Professor Adjunto IV, Dr. João Licínio de Nunes Pinho - Setembro de 1994 a Fevereiro de 2004.
Professor Titular, Dr. Ervino Bleicher - Março de 2004 a Dezembro de 2010.
Professora Adjunto III, Dr.ª Cândida Hermínia C. de M. Bertini - Janeiro de 2011 a atual.
CAPA: Frutificação de Azadirachta indica A. Juss, Família: Meliaceae, Campus do Pici,
Universidade Federal do Ceará. 2012 (FOTO: E. Bleicher)
Como citar este documento
BLEICHER, E. Manejo de pragas agrícolas com inseticidas alternativos.
Fortaleza: PET Agronomia – UFC. 2012. 34 p.
3
MANEJO DE PRAGAS AGRÍCOLAS COM INSETICIDAS ALTERNATIVOS
Ervino Bleicher1
CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO
2 INSETICIDAS-ACARICIDAS DE ORIGEM VEGETAL
2.1 PÓS VEGETAIS
2.2 EXTRATOS VEGETAIS
2.3 PRODUTOS E SUBPRODUTOS INDUSTRIAIS
2.4 ÓLEOS VEGETAIS
2.4.1 ÓLEOS VEGETAIS VOLÁTEIS OU ESSÊNCIAIS
2.4.2 ÓLEOS VEGETAIS FIXOS
2.5 VERIFICAÇÃO E VALIDAÇÃO DA BIOATIVIDADE
3 ÓLEOS MINERAIS
4 SABÕES E DETERGENTES COMO INSETICIDAS-ACARICIDAS
5 INSETICIDAS-ACARICIDAS INORGÂNICOS
6 RECEITUÁRIO AGRONÔMICO
7 HORTO DE FITODEFENSIVOS
8 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1
Eng. Agr., MSc e DrSc em Entomologia. Ex-Professor Titular do Departamento de Fitotecnia da Universidade
Federal do Ceará.
4
1 INTRODUÇÃO
Não há na literatura consenso a respeito de uma definição de Controle
Alternativo de Pragas. Nesta publicação o controle alternativo deve ser
entendido como uma alternativa aos agroquímicos obtidos por meio de
síntese. Assim sendo, serão apresentadas substâncias químicas de origem
natural obtidas por extração, refino ou mesmo reações simples. Estas
substâncias têm efeito negativo na fisiologia e comportamento dos artrópodes
(insetos e ácaros), pragas de plantas de interesse agrícola. O uso de algumas
destas substâncias data de muito tempo.
Referências ao uso destas substâncias são descritas pelos gregos,
romanos e chineses há pelo menos 3000 anos. A natureza tóxica do arsênico
era conhecida dos gregos e chineses já no primeiro século DC. Homero
recomendava o uso do enxofre para “espantar” pragas, mil anos antes desta
data (NAS, 1969).
Por volta de 400 AC, durante o reinado do rei Xerxes, conhecia-se o
poder inseticida do pó proveniente das flores de piretro (Chrysanthemum
cinerariafolium) para o controle de piolhos (SILVA-AGUAYO, 2012) sendo este
posteriormente conhecido como pó da Pérsia e usado contra outras pragas.
Poucos foram os avanços relatados entre o fim do Império Romano 476
DC. até o ano 1000 DC. Posteriormente, por volta do ano 1101 os chineses
descobriram o uso do sabão para o controle de pragas. O fumo passou a ser
usado com fins inseticidas por volta de 1690 (PEDIGO; RICE, 2009). E uma
nova planta inseticida, a rotenona, ficou conhecida em 1850 (SILVA-AGUAYO,
2012).
Até o final da década de 1930 e início da década de 1940, os inseticidas
botânicos e os inorgânicos eram as armas disponíveis para o controle de
artrópodes pragas. Dentre os inorgânicos, os arsêniacais foram banidos em
função de sua toxicologia. Textos anteriores a este período, e mesmo
posteriormente, recomendavam o uso desses produtos. Com a entrada no
mercado dos produtos de síntese, estes se mostraram excelentes biocidas,
fáceis de adquirir e aplicar e, portanto mais confiáveis do ponto de vista
5
econômico. Assim, os antigos produtos entraram em desuso, até que os
novos produtos de síntese também apresentassem limitações, estando assim
criadas as condições para um “retorno ao passado”.
Cabe, talvez, ao professor Milton de Souza Guerra, a primazia deste
retorno com a esmerada publicação “Receituário Caseiro: alternativas para o
controle de pragas e doenças de plantas cultivadas e de seus produtos”
(GUERRA, 1985). Mais do que receitas, algumas de difícil aplicabilidade,
coube ao autor “criar” todo um movimento a favor dos produtos chamados
alternativos.
Posteriormente viu-se a publicação de uma série de coletâneas, onde
destacam-se algumas: Santos et al. (1988); Primavesi (1989); Abreu Junior
(1998); Penteado (1999); Burg e Meyer (2002); Fernandes et al. (2005);
Menezes (2005); Fernandes et al. (2006); Barbosa et al. (2006); Trani et al.
(2007).
As coletâneas são importantes ferramentas de apoio para o início de
pesquisa, tanto na área médica como na área entomológica. Através do
método cientifico valida-se ou não uma informação popular, bem como
alerta-se para o seu uso incorreto.
Na área entomológica, estas coletâneas apresentam deficiências que
necessitam ser sanadas, para que a técnica não caia em descrédito.
A seguir serão apontadas algumas destas falhas:
1. Nome comum - No caso de plantas inseticidas, a recomendação de seu
uso baseado apenas no nome vulgar é temerária. Um mesmo nome vulgar
pode ser usado para diferentes espécies, dependendo da região.
2. Imprecisão nas quantidades recomentadas – Em determinada receita
o autor recomenda o uso de 20 cm de fumo em corda. Deve ser lembrado
que o fumo em corda é comercializado com diferentes diâmetros, portanto 20
cm
podem
representar
quantidades
diferentes.
Em
outras
receitas
recomenda-se usar 0,5 kg de folhas ou sementes. Nem sempre o teor do
principio bioativo é encontrado na mesma quantidade nos diferentes órgãos
das plantas, portanto, podem gerar resultados diferentes.
6
3. Recomendação de uso genérico – Na maioria das compilações a
recomendação é feita para um grupo entomológico. Por exemplo: para uso
em
lagartas.
Sabe-se
que
diferentes
espécies
têm
susceptibilidades
diferenciadas a determinados agentes tóxicos. Assim, a dose que mata
indivíduos de uma espécie pode não matar de outras. A recomendação por
grupo, ex. lagartas, pulgões, etc. não é, portanto,
adequada podendo no
entanto ser usada como ponto de partida em pesquisa de validação.
4. Substância danosa às plantas.
A fitotoxicidade é uma preocupação
constante quando substâncias são usadas no controle de pragas e doenças.
Algumas compilações recomendam o uso de substância já descartado por ser
altamente fitotóxico às plantas. Neste caso, figura o querosene.
5. Substância obsoleta – Algumas publicações os autores continuam a
recomendar
substâncias
que
atualmente
ferem
os
preceitos
de
sustentabilidade e ecologia. Por exemplo: o óleo de baleia.
2 INSETICIDAS-ACARICIDAS DE ORIGEM VEGETAL
Se levarmos em consideração a existência de mais de 250.000
plantas no planeta (SILVA-AGUAYO, 2012) e que só continuam existindo
graças a mecanismos de defesa, físicos, morfológicos e principalmente
químicos, tem-se a mão um vasto material para a descoberta de novos
inseticidas botânicos. Já o Brasil, segundo Maciel et al. (2010)
apresenta
enorme riqueza botânica, com 56 mil espécies de plantas.
No entanto, antes de colher plantas a esmo e testa-las contra um
punhado de pragas, pode-se iniciar o trabalho de pesquisa com estudos
etnobotânicos.
Estes estudos existem em várias áreas do conhecimento cientifico,
sendo mais frequentes na área médica (MATTOS, 2002). Estes mesmos
estudos ou outros mais específicos podem fornecer informações valiosas, do
conhecimento popular, sobre o uso de plantas para o controle de artrópodes.
No
caso
da
área
médica,
Souza
e
Felfili
(2006)
fizeram
um
levantamento de uso de plantas medicinais na região de Alto Paraiso de
Goiás,
GO.
Fenner
et
al.(2006)
relacionaram,
em
um
levantamento
7
bibliográfico, as plantas utilizadas na medicina popular brasileira com
potencial atividade antifúngica. Santos et al. (2008) relacionaram 63 espécies
de plantas medicinais usadas pela população de Ariquemes (RO), distribuídas
em 38 famílias, sendo a família Lamiaceae a de maior representatividade.
Algumas pesquisas têm maior profundidade, relacionando também os
perigos do uso das plantas medicinais. Num artigo apresentado por Ritter et
al. (2002) os autores listam as plantas usadas como medicinais no município
de Ipê, no Rio Grande do Sul. No entanto, além da simples listagem de
plantas e suas prováveis atribuições medicinais, os autores alertam para o
uso incorreto de algumas destas plantas e o detalhamento que este uso pode
causar ao homem. Por outro lado, algumas espécies, como a Melia azedarach
L. (Meliaceae) têm sido muito estudadas (ARAUJO et al., 2009) tendo suas
ações farmacológicas testadas e comprovadas.
No caso da área entomológica, cabe lembrar que já no início dos anos
1950, Maranhão (1954) publicou uma extensa lista contendo cerca de 2000
plantas com propriedades inseticidas distribuídas em 170 famílias, das quais
se destacam: Solanaceae, Compositae, Leguminosae, Chenopodiaceae e
Liliaceae. Destas, extraem-se, respectivamente, a nicotina, o piretro, o timbó,
o heléboro e a anabasina. No entanto, publicações anteriores já existiam.
Vários são os autores que apontam famílias de plantas com potencias
inseticidas. Schumutterer (1990) destaca as famílias Meliaceae, Asteraceae,
Labiaceae, Aristolochiaceae e Annonaceae como fontes de princípios ativos
inseticidas. Leatemia e Isman (2004) relatam que as famílias botânicas que
contêm
espécies
com
potencial
inseticida
são:
Meliaceae,
Rutaceae,
Asteraceae, Annonaceae, Labiatae e Canellaceae. Uma detalhada revisão
sobre o uso de extratos vegetais obtidos das famílias Annonaceae, Meliaceae
e Solanaceae é apresentada por Castillo-Sánchez et al. (2010).
Recentemente foi lançado o livro “Plantas Tóxicas” tendo como autor
principal o Emérito Prof. Matos (MATOS et al., 2011) e coordenação geral de
H. Lorenzi. Este livro é um exemplo inequívoco de que as plantas podem
conter substâncias (químicas) nocivas ao ser humano e aos animais
domésticos. Portanto, é uma falácia pregar que as plantas podem ser usadas
8
sem perigo. Tomando-se os devidos cuidados, estas plantas podem ter
utilidade inseticida e serem usadas de diferentes formas, como será visto a
seguir.
2.1 PÓS VEGETAIS
A avaliação de partes vegetais trituradas na forma de pó foi usadas no
passado. O pó do piretro (Chrysanthemum cinerariaefolium) e de Timbó ou
rotenona (Plantas do gênero Lonchocarpus e Derris ), finamente moídos e
misturados à substâncias absorventes com bentonita, gesso, talco, terra
diatomáceas eram aplicados por sobre as plantas mediante o uso de um
vasilhame com pequenos furos ou um saco de tecido ralo que permitisse
passar o pó quando sacudido ou batido com uma varinha (Guerra, 1985).
Atualmente esta forma de controle é pouco utilizada, no entanto pode ser
indicada para o controle de pragas de grãos armazenados em recipientes
pequenos, como por exemplo, garrafas tipo PET, latas ou tambores, estes
normalmente usados para manter estes grãos para consumo ou para plantio
na agricultura familiar.
2.2 EXTRATOS VEGETAIS
As partes vegetais são normalmente secas à sombra ou em estufas de
ar
forçado
a
40ºC.
Posteriormente
moídas,
e
quando
não
usadas
imediatamente, devem ser embaladas em recipientes que evitem a entrada
da luz e do ar. Em alguns casos o material vegetal é utilizado para a obtenção
dos extratos na sua forma natural, ou seja, imediatamente após a colheita.
Os extratos recebem o seu nome em função do líquido utilizado para a
retirada da substância ativa, como será visto a seguir. Todas as partes da
planta, como raiz, casca, folhas ou sementes podem ser utilizadas em
extratos. No entanto, deve ser sempre levado em conta o esgotamento deste
material na natureza se ele não puder ser cultivado. Desta forma, a retirada
de cascas de árvores nativas deve se restringir a uma pequena parte de um
lado da planta, para que a mesma possa se regenerar. No caso de raízes, só
devem ser utilizadas aquelas provenientes de plantios feitos pelo homem.
9
Outro fato a ser levado em conta é que a substância ativa pode se distribuir
na planta em concentrações diferentes. No caso do nim indiano as sementes
possuem muito mais substância ativa do que as folhas. As plantas
propagadas por semente podem não possuir a mesma quantidade da
substância bioativa da planta original. Sendo assim, a mesma quantidade de
material vegetal de diferentes plantas pode não dar um mesmo resultado.
Extratos Aquosos
A água tem sido usada para a retirada de substâncias bioativas das
plantas para uso como inseticida, sendo esta usada fria ou quente.
Extratos Aquosos Frios (maceração)
A maceração é o processo em que a água é utilizada para a extração
da substância ativa. Normalmente deixa-se o material vegetal embebido em
água por 24 horas. Melhor resultado é obtido pela trituração das partes
vegetais usadas, principalmente se forem raízes, talos ou cascas. Quando no
processo de maceração é usado o álcool, o processo final da maceração é
chamado de tintura.
Extratos Aquosos Quentes
A água quente pode ser usada para a obtenção das substâncias ativas.
Neste caso usam-se dois processos: a infusão e o cozimento.
Infusão
A infusão consiste em colocar água fervendo por sobre as partes das
plantas das quais se deseja extrair os princípios ativos. Depois da junção da
água, o recipiente deve ser abafado com uma tampa até esfriar. Em seguida,
coa-se e o líquido fica pronto para ser usado ou misturado a outros
ingredientes. Sugere-se o uso de recipientes de material grosso, que não
transmita calor, pois assim o esfriamento será mais lento e demorado,
permitindo um maior aproveitamento do processo de extração do princípio
ativo das plantas. A quantidade de material fresco ou seco (pó) deve ser
10
pesada para se ter a relação massa/volume (m/v) conhecida. Na aplicação a
calda deve ser ajustada à concentração recomendada para o controle da
praga.
Cozimento ou Decocção
Neste processo o principio ativo é obtido fervendo-se em água a planta
ou a parte da qual se deseja obter a substância ativa. As partes tenras, como
flores e folhas, devem ferver por cinco a dez minutos. As raízes, talos e
cascas após picadas serão fervidas por 15 a 30 minutos. Após esta fervura,
procede-se da mesma forma que na infusão.
Extrato Alcoólico
A maceração mediante o uso de álcool recebe o nome de tintura. Ao
contrário da tintura de uso medicinal que usa prioritariamente álcool de
cereal, a tintura de uso agrícola pode ser obtida com qualquer tipo de álcool.
Normalmente usa-se a proporção de 2:1 (álcool : pó vegetal). Por exemplo: 1
litro de álcool para 500 gramas de pó vegetal. Esta mistura é inicialmente
agitada e colocada em repouso por 24 horas em local ou vasilhame que não
permita a entrada de luz e, se possível, do ar. A mistura é filtrada em pano
bem fino e a parte final espremida. Se o extrato não for imediatamente
utilizado, deve ser guardado em vidro de cor âmbar (marrom) fechado
hermeticamente. Normalmente usa-se o álcool comercial 92GL.
Extrato Hidro-Alcoólico
No caso do extrato hidro-alcoólico são usadas várias proporções de
água : álcool. Em uma delas usam-se 700 ml de álcool 92GL para 300 ml de
água e 500 gramas do material vegetal seco e em pó. Os procedimentos de
obtenção são os mesmo do extrato alcoólico, a vantagem neste caso é o
barateamento do custo. No entanto, deve ser testado para verificar se extrai
as substâncias bioativas desejadas.
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Vantagens e Limitações do uso de inseticidas botânicos
Como qualquer substância utilizada na agricultura, os inseticidas
botânicos apresentam vantagens e desvantagens (CLOYD, 2004; SILVAAGUAYO, 2012).
Dentre as principais vantagens, são citadas:
1 Rápida degradação – Os inseticidas botânicos degradam-se rapidamente
sob condições ambientais tais como: luz solar, umidade e precipitação. Isto
significa que são pouco persistentes, o que reduz o seu impacto sobre os
insetos benéficos e organismos não alvo. Propiciam ainda um menor resíduo
no alimento e menor intervalo entre a pulverização e a colheita (intervalo de
segurança).
2 Rápida ação – Inseticidas botânicos têm ação de choque, matando
rapidamente os insetos ou fazendo com que eles suspendam a alimentação
quase imediatamente após a aplicação dos mesmos.
3 Baixa toxidade a mamíferos – A maioria dos extratos botânicos
apresenta baixa toxidade aos mamíferos. No entanto, reside neste ponto um
dos
maiores
perigos
dos
inseticidas
botânicos:
ACHAR
QUE
SÃO
INOFENSIVOS. Dos mais conhecidos, a nicotina (LD 50 50-60 mg/Kg) e a
rotenona (LD50 60-1500 mg/Kg) desmentem esta versão. Vale salientar que
Sócrates, o filósofo, foi morto com cicuta, um alcaloide proveniente da planta
Conium maculatum L. (Apiaceae). Bastam 5 gramas de folha para uma morte
em 30 minutos. O veneno largamente usado para matar ratos, a Strychinina,
também é proveniente de uma planta, a Strychos nux-vomica (Loganiaceae).
Recentemente Matos et al. (2011) publicaram um livro somente sobre plantas
tóxicas para o homem e animais domésticos.
4 Seletivos – Causam, geralmente, menos impacto negativo sobre insetos e
ácaros benéficos quando comparados aos produtos de síntese. Este fato
ocorre primordialmente devido ao seu curto efeito residual.
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5 Não fitotóxicos – A maioria dos produtos botânicos não é fitotóxica,
quando estes são aplicados adequadamente.
6 Indução à resistência – normalmente exercem menor pressão de seleção
sobre a população e assim retardam o surgimento de indivíduos resistentes.
As defesas naturais das plantas contra os herbívoros consistem, quase
sempre, de misturas de compostos correlacionados, ao invés de uma simples
molécula tóxica. Se, por um lado, esta “mistura” de moléculas impõe
dificuldades no processo de seu registro como inseticida junto aos órgãos
governamentais, por outro, há evidências científicas de que dificulta o
aparecimento de populações resistentes (ISMAN, 1997). Em ensaios de
laboratório, visando a seleção de Mysus percicae resistentes, verificou-se uma
resistência de nove vezes após o uso da Azadirachtina durante 35 gerações.
Entretanto, quando foi usado extrato da semente contendo a mesma
quantidade de Azadirachtina em conjunto com os demais produtos da
mistura, não houve desenvolvimento da resistência durante o mesmo período
(FENG; ISMAN, 1995). Há evidências de que estas misturas naturais atuem
sinergicamente. Ou seja, o resultado do conjunto é superior àquele obtido por
quantidade equivalente do composto mais ativo purificado, seja ele isolado
(obtido por refino ou purificação) ou sintetizado (ISMAN, 1977).
As principais desvantagens dos inseticidas botânicos são:
1 Rápida degradação – a rápida degradação, embora favorável do ponto de
vista ambiental e humano, implica que poderá haver a necessidade de
reaplicações.
2 Toxidade – nem todos os extratos botânicos têm baixa toxidade ao homem
e animais, como já foi relatado. Portanto, os cuidados no manuseio destes na
proteção do aplicador devem ser iguais aos dos produtos de síntese.
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3 Custo e disponibilidade – Os inseticidas botânicos são mais caros que os
de síntese, e podem não estar disponíveis ao longo do ano em função da
sazonalidade da produção.
4 Falta de informações – Há deficiência de dados relativos à eficiência
agronômica (cultura/artrópode), estudos toxicológicos e de tolerância de
resíduos.
5
Necessidade
de
sinergistas
–
Alguns
inseticidas
botânicos,
principalmente os que contêm piretro, necessitam de um sinergista. Estes
produtos aumentam a toxidade efetiva por meio da inibição das enzimas de
função mista (MFO’s) que no inseto tem a função de inativar o inseticida,
permitindo que o inseto alvo se recupere. O sinergista mais usado é o
butóxico de piperonila (PBO).
6. Entraves na comercialização – Isman (1997) apresenta alguns entraves
na comercialização de fitodefensivos. O primeiro deles reside no volume
necessário para a comercialização, nem sempre disponível, a não ser que a
espécie vegetal seja extremamente abundante na natureza ou já esteja sendo
cultivada com outra finalidade; o segundo entrave é a padronização dos
extratos e controle de qualidade dos mesmos; e em terceiro lugar as
dificuldades de registro destes fitoquímicos junto aos órgãos oficiais.
Outro fato que deve ser alertado é a de que a simples eficácia de um
extrato vegetal, verificado mediante a aplicação do método científico, não é,
por si só, garantia de uso na agricultura. Deve ser levada em conta a logística
do seu uso como apresentado a seguir na Tabela 1. É apresentada na tabela
a quantidade de material vegetal necessária em diferentes concentrações (de
0,5% a 50%) para diferences volumes de calda a ser aplicada. Assim sendo,
o controle de determinada praga que necessite de uma concentração de 25%
para controle, pode ser utilizada em uma horta caseira, onde para 10 litros de
calda serão usados 2,5 kg do material vegetal. No entanto, seria difícil usa-lo,
14
por exemplo, para 1 hectare de melancia no auge do seu desenvolvimento
quando seriam necessários 125 kg do vegetal para se obter a concentração
adequada, fato este que inviabilizaria o seu uso nessa cultura. Desta, forma
esta tabela pode ser útil para o planejamento de uso de um determinado
extrato.
TABELA 1. Quantidade de material vegetal necessário para preparar
diferentes quantidades de calda segundo as concentrações (m/v) indicadas.
EXTRATO A...
0,5%
1%
5%
10%
25%
50%
1/
LITROS DE CALDA
10
20
50g
0,1 Kg
0,1 Kg
0,2 Kg
0,5 Kg
1,0 Kg
1,0 Kg
2,0 Kg
2,5 Kg
5,0 Kg
5,0 Kg
10,0 Kg
1
5g
10 g
50 g
100 g
250 g
500 g
1/
100
0,5 Kg
1 Kg
5 Kg
10 Kg
25 Kg
50 Kg
500
2,5 Kg
5 Kg
25 Kg
50 Kg
125 Kg
250 Kg
Quantidade de calda geralmente utilizada para grandes culturas (algodão, milho, feijão,
soja etc.) gira em torno de 300 l/ha. No caso de tomate estaqueado no seu tamanho
máximo em torno de 800l/ha e de 2000 l/ha para as laranjeiras quando completamente
desenvolvidas.
Inseticidas – Acaricidas vegetais validados
Embora Thomson (1995) seja uma referência a respeito de inseticidas
em uso nos EUA, Isman (1997) fornece informações mais recentes da
situação dos inseticidas botânicos na América do Norte, Canadá e Europa.
Alguns inseticidas botânicos que anteriormente eram usados na Europa
Ocidental e EUA perderam o seu registro. Dentre eles a nicotina (de Nicotiana
tabacum), o quassim (de Quassia amara e Picrasma excelsa), e ryania (de
Ryanica speciosa). Como consequência, os únicos inseticidas de amplo uso na
América
do
Norte
e
Europa
são
o
piretro
(de
Chrysanthemum
cinerariaefolium) e a rotenona (de Derris spp e Lonchocarpus spp). Embora o
nim (de Azadirachta indica) esteja aprovado para o uso nos EUA, ainda não
estava no Canadá e Europa até 1997. No Brasil. o nim tem registro junto ao
MAPA (Agrofit, 2012) com o nome de AzaMax. Informações detalhadas destes
produtos podem ser obtidas via internet em www.cnpab.embrapa.br, série
documentos número 205: Inseticidas botânicos: seus princípios ativos, modo
de ação e uso agrícola, de Elen de Lima Aguiar Menezes (2005).
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Inseticidas – Acaricidas vegetais potenciais e em prospecção.
São muitas as pesquisas de prospecção de novos inseticidas botânicos.
No entanto, cabe aqui mencionar o exaustivo e primoroso trabalho executado
por Santa-Cecília et al. (2010). Estes autores, verificaram em condições de
laboratório sobre a cochonilha branca, Planococcus citri, extratos preparados
de 186 plantas coletadas em Minas Gerais. Dentre os 232 extratos avaliados,
apenas o de Persea americana foi selecionado por causar maior mortalidade
de ninfas. Este trabalho ilustra bem o universo de estudo a que os
pesquisadores se deparam na prática.
Algumas plantas, velhas e novas, após detalhados estudos despontam
como promissoras para uso faltando, no entanto, encontrar o sistema planta/
praga em que possam ser aplicadas com sucesso. Estas plantas são a Melia
azedarach (Cinamomo, árvore paraíso) Ruta graveolens (arruda), Trichillia
pallens e T. claussenii. As espécies da família Annonaceae são um grupo
aparte, no entanto merecem ser pesquisadas com cuidado devido ao seu
modo de ação.
2.3 PRODUTOS E SUBPRODUTOS INDUSTRIAIS
Atualmente o reuso de subprodutos da agroindústria tem se tornado
uma questão fundamental para a preservação do meio ambiente. Um destes
usos seria a utilização dos rejeitos para a produção de biodefensivos.
Tortas Vegetais
Resíduos da extração de óleo da semente, as tortas podem conter
princípios inseticidas. A principal delas é a torta de nim proveniente da
semente desta planta. No entanto, encontra-se ainda em fase de estudo, mas
é bastante promissora.
Amido de Trigo
O uso do amido de trigo, popularmente chamado de farinha, foi
avaliado por Barbosa et al. (2000) em aceroleira para o controle do pulgão.
16
Na dose de 1 kg para 20 litros de água (5% m/v) resultou em redução de
49,2% de ramos infestados pela praga.
2.4 ÓLEOS VEGETAIS
Os óleos são normalmente classificados em voláteis ou essenciais e
óleos fixos. Esta classificação tem gerado alguma confusão sobre a
diferenciação entre óleos vegetais fixos (também chamados não voláteis), e
os óleos essenciais (também chamados voláteis), objeto de pesquisas em
muitas instituições no Brasil e no exterior. Os óleos vegetais essenciais
apresentam uma grande variedade de constituintes e são caracterizados pelo
forte aroma e relativa volatilidade, encontrando grande aplicação na indústria
de cosméticos e de perfumaria.
2.4.1 ÓLEOS VEGETAIS VOLÁTEIS OU ESSENCIAIS
Os óleos essenciais voláteis ou etéreos são compostos encontrados em
várias plantas e possuem como características básicas o cheiro e o sabor. São
insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos, sendo extraídos
por técnicas simples como arraste de vapor.
Os óleos essenciais podem interferir no processo de seleção do
hospedeiro pelo inseto antes do mesmo chegar à planta mediante repelência
causada pelo odor do mesmo ou esta repelência pode ser devido ao “gosto”
conferido ao vegetal e é detectada após o pouso. Em sendo um óleo, pode
apresentar ainda o mesmo modo de ação dos óleos fixos quando aplicados
sobre o inseto. No caso do D-Limonene (de Citros) pode apresentar
mecanismo de ação semelhante às piretrinas.
A natureza volátil e de repelência dos óleos essenciais de Alecrimpimenta (Lippia sidoides Cham), Alfavaca-cravo (Ocimum gratissimum L.),
Capim-citronela (Cymbopogam winterianus Jowit.), Hortelã-japonesa (Mentha
arvensis L.) não proporcionou o controle da mosca branca em meloeiro
quanto utilizados em situação de campo nas condições de Mossoró (RN)
(SOUSA, 2000).
17
2.4.2 ÓLEOS VEGETAIS FIXOS
Os óleos fixos causam danos à película de cera formada sobre a
cutícula, além de um possível rompimento da membrana celular, interferindo
no metabolismo do inseto; formam uma película plástica que bloqueiam seus
espiráculos, interferindo na respiração do inseto, matando-os por asfixia.
Podem também causar repelência, resultante da cobertura dos receptores
olfativos, interferindo na localização de hospedeiros. Uma das possíveis
causas de mortalidade seria, também, a própria aderência do inseto à
superfície foliar, impedindo o mesmo de se locomover ou mesmo se
alimentar. Vale salientar que os modos de ação desses óleos ainda não estão
completamente elucidados.
Os óleos podem participar como co-adjuvantes no controle de viroses,
pois alguns autores relatam que a utilização de óleos para prevenir a
propagação de viroses é uma das modernas práticas para controlar os
problemas trazidos por diversos vírus na cultura do tomate. Outros reforçam
a necessidade de se desenvolverem mais estudos sobre derivados vegetais,
principalmente os óleos, no combate à transmissores de viroses como as
moscas brancas. Existem boas evidências de que a pulverização de plantas
com óleos minerais ou vegetais reduzem a infecção de vírus do tipo não
persistente em campo, pela retenção dos virions nos estiletes de afídeos e a
supressão de transmissão de geminivirus transmitidos por moscas brancas.
Pois alguns autores relatam que emulsões de óleo têm sido utilizadas para
prevenir a transmissão de vírus do tipo não persistentes e para o manejo de
pragas. Outros propõem que a repelência de moscas brancas, devido à ação
dos óleos pode eliminar ou reduzir doenças virais transmitidas por essas
pragas, como o Curcubit Yelow Stuntig Disorder vírus (CYSDV).
Os óleos podem, dependendo da dose, ser fitotóxicos às plantas, pois
Moretto e Fett (1998) relatam que há nos óleos brutos cerca de 13 a 18 % de
contaminantes, sendo que esses valores caem para 2 a 3 % nos óleos já
processados. Dessa forma, ressalta-se a importância da utilização de óleos
refinados quando estes forem empregados contra insetos, reduzindo o risco
18
de fitotoxicidade. A qualidade do óleo associado ao emulsificante, também
pode determinar a fitotoxicidade em uma cultura. Verificou-se que o óleo de
algodão não refinado em solução a 2 %, emulsificado com 2 % de
detergente, causou severa fitotoxicidade ao algodoeiro.
Os óleos para serem aplicados necessitam ser misturados em água.
Para que isto seja possível deve-se usar uma substância emulsificante. Para
tanto pode ser usado o detergente neutro a 6,25%, ou o ricinoleato de sódio
na proporção de 1 : 1.
Ensaios efetuados na Universidade Federal do Ceará apontam o óleo de
algodão e o de soja como os melhores para o controle do pulgão preto, Aphis
craccivora e da mosca branca, Bemisia tabaci biotipo B.
No caso do controle de pragas de grãos armazenados mistura-se um (1)
ml por quilo do grão. Nas aplicações foliares a dose não deve exceder a 1%,
ou menos em culturas susceptíveis.
Kissmann (1997) define óleos vegetais formulados comercialmente
para uso agrícola como aqueles que apresentam proporções variadas de
ácidos graxos, como oleico, linoleico e lineólico; são menos estáveis que os
minerais e para sua formulação requerem mais emulsificantes e devem ser
refinados, o que aumenta os custos. Existem ainda os óleos vegetais
metilados. Estes, por esterificação metílica dos óleos vegetais permitem a
formulação de adjuvantes em caldas fitossanitárias, de performance muitas
vezes superior à dos óleos vegetais simples ou minerais.
Os óleos vegetais fixos são registrados e atualmente várias marcas
estão disponíveis no mercado.
2.5 VERIFICAÇÃO E VALIDAÇÃO DA BIOATIVIDADE
Embora as coletâneas apresentem um leque de opções a serem
aplicadas no controle alternativo de pragas de plantas cultivadas, muitas
destas receitas não foram cientificamente verificadas para seu uso ser
validado. Neste ponto vale a pena comentar sobre os termos eficiência e
eficácia.
19
Pode-se dizer que um determinado extrato foi eficiente no controle de
determinada praga, no entanto não foi eficaz. Um extrato que resulta em
40% de mortalidade, e estatisticamente diferindo da testemunha não tratada,
pode ser considerado eficiente. No entanto, os 60% de indivíduos vivos são
suficientes para que o dano econômico se perpetue. Portanto este extrato foi
eficiente, porém não foi eficaz. De outra, forma pode-se dizer que mata parte
dos indivíduos, mas não resolve o problema.
Geralmente este tipo de estudo tem dois objetivos: a) A descoberta de
uma nova molécula inseticida, neste caso o material vegetal a ser usado pode
ser muito reduzido; b) A obtenção de uma substância que possa ser usada
imediatamente. Nesta situação pode ser uma dona de casa que tem uma a
duas plantas na jardineira, um pequeno jardim, um quintal ou uma horta
doméstica. Outros usuários seriam agricultores de pequenas áreas, sejam
elas hortas ou pomares. Utilizam-se as informações da Tabela 1 para planejar
o consumo de material vegetal.
No geral, os estudos devem inicialmente ser simples, rápidos e baratos,
sendo encaminhados para as etapas mais detalhadas os extratos de espécies
promissoras. Assim sendo, normalmente os ensaios são efetuados na
seguinte sequência: em laboratório, no telado em vasos e finalmente no
campo. Exemplos desta metodologia serão dados mais adiante. Inicialmente
serão orientados a coleta e o preparo do material usado na validação
científica.
Passos para a verificação e validação de substâncias inseticidas.
1. Correta identificação da espécie em estudo (planta e inseto)
O
nome
comunidade
ou
vulgar
de
das
uma
plantas
região
pode
para
mudar
outra.
de
Assim,
comunidade
a
para
caracterização
taxonômica da espécie a ser estudada é o primeiro passo para estudos com
extratos botânicos.
20
2. Coleta do material
No caso de extratos de plantas são comumente usados: a raiz, a casca,
a folha, as sementes, as resinas e o látex, ou então produtos e subprodutos
do processamento industrial.
Deve ser levado em conta que a coleta das partes da planta não deve
colocar em risco a sua integridade. Portanto, sempre que possível devem ser
usadas plantas provenientes de plantios, caso não seja possível coletar as
estruturas de forma a não comprometer a planta. No caso da casca de
árvores, coletar apenas de um lado, e de tal forma que a planta se regenere,
o mesmo deve ser observado para raízes.
Horário de Coleta
Algumas espécies vegetais têm a sua quantidade e proporções de
substâncias secundárias alteradas em função da hora da coleta. Assim sendo,
é conveniente procurar na literatura para verificar se este não é o caso de
vegetal em estudo.
Materiais de diferentes regiões
O teor da substância bioativa pode estar sujeito a variação em
função de fatores ambientais (solo: físico, químico; clima: temperatura,
umidade, precipitação; localização geográfica, altitude, estação do ano,
estágio fenológico, idade da planta, etc), bem como de fatores genéticos. Em
estudo realizados por Leatemia e Isman (2004), estes autores verificaram
que o extrato etanólico de semente de Annona squamosa e A. muricata
variaram, respectivamente, na sua atividade inseticida em 8 e 5,4 devido à
sua procedência. Houve ainda variação entre plantas de um mesmo local.
Cabe aqui lembrar que o fenótipo apresentado por uma espécie é a
resultante do seu genótipo mais os efeitos do ambiente. Para aquelas
espécies de polinização aberta, esta pode ser a causa da variação observada
em muitos resultados experimentais.
21
Materiais de diferentes espécies de plantas
Não raro, algumas famílias botânicas são apontadas como
portadoras de princípios inseticidas. No entanto, pode não ser totalmente
verdade, e assim, quando possível, deve ser coletado o maior número de
espécies dentro de uma família para se obter sucesso.
O gênero Trichillia da família Meliaceae (a mesma do Nim) tem sido
apontada como promissora fornecedora de extratos bioativos. Borgini e
Vendramim (2003) estudaram seis espécies de Trichillia: T. casaretti, T.
catigua, T. claussenii, T. elegans, T. pallens, T. pallida e compara a
Azadirachta indica. Foram testados contra Spodoptera frugiperda usando
folhas de milho como alimento. Extratos aquosos de folhas foram superiores
aos de ramos, sendo que apenas T. pallens mostrou-se eficiente e
comparável ao extrato de referência A. indica com 98,7% de mortalidade de
larvas. Em outro estudo, Matos et al. (2006) avaliaram extratos hexânicos,
metanólicos e hitrometanólicos (1:1) de três epecies de Trichillia: T.
clausennii, T. catigua e T. elegans, utilizando dieta artificial e larvas de S.
frugiperda. O extato hexânico mostrou-se o mais adequado, sendo a
substância biotativa de T. claussenii a espécie mais promissora das três.
3. Preparo inicial do material
Secagem dos materiais
Normalmente o material é secado a 40ºC à sombra ou em estufa
de ventilação forçada.
Moagem dos materiais.
Antes do uso as partes vegetais são inicialmente picadas ou então
diretamente moídas em diferentes equipamentos. As sementes com alto teor
de óleo são as mais difíceis de moer por tenderem a formar uma pasta. A
moagem deve ficar bem fina, pois quanto menor o tamanho das partículas
melhor é a extração. O pó de café é um excelente indicativo da granulometria
desejada.
22
Pós Secos
Quando o produto da moagem for destinado ao tratamento, este pode
ser aplicado puro, ou então misturado a substâncias inertes para que sejam
obtidas as concentrações desejadas. Normalmente são usadas para o
tratamento de grãos destinados ao armazenamento.
Extratos com água
A
água
é
o
extrator
mais
utilizado,
no
entanto,
pode
haver
fermentações indesejáveis com a alteração do produto final. Neste caso, é
sempre aconselhável que a extração seja feita por um período de 24 a 48
horas e após filtrado o extrato deve ser usado.
Tinturas com álcool e outros solventes
Como a água não é sempre o extrator mais adequado, lança-se mão a
outros solventes, destes o mais comum e barato é o etanol.
4. Solventes
Alguns solventes utilizados comumente em laboratórios de química
orgânica, em ordem decrescente de polaridade, são: água, metanol, etanol,
acetato de etila, diclorometano, clorofórmio, éter dietílico e hexano. Como
regra geral, compostos polares se dissolvem em solventes polares, e
compostos pouco polares ou apolares, em solventes pouco polares ou
apolares.
IMPORTANTE: A compra e armazenamento de alguns solventes
podem necessitar de permissão de órgãos federais.
5. Armazenamento do material preparado
Antes da Extração
Após secar a parte vegetal, o mesmo deve ser armazenado em local
protegido da luz, com temperatura e umidade baixa. Procura-se manter as
partes vegetais o mais intactas possíveis. O armazenamento do material
23
vegetal já moído acelera a decomposição pois as partículas menores são mais
sujeitas à oxidação por possuir maior superfície de contato. São também mais
fáceis de servir de substrato para o mofo. Quando este ocorrer deve ser
prontamente descartado.
Após a extração
Caso haja necessidade de manter o extrato armazenado, deve ser em
frasco de vidro âmbar, bem tampado, envolto em papel alumínio e em
armário fechado e em ambiente fresco. Se possível, em geladeira.
6. Preparo do material para aplicação
Normalmente o substrato é diluído em água para a aplicação. Outras
vezes usa-se o próprio extrator, que não deve afetar o inseto alvo.
Quando a substância extraída tem difícil miscibilidade em água no
momento da aplicação, estes produtos podem ser emulsificados com produtos
para tal fim: Tween 20, ricinoleato de sódio, lecitina de soja, ou mesmo o
detergente
neutro
usado
domesticamente.
Lembrar
que
o
próprio
emulsificante pode ter efeito bioativo e deve ser testado para este fim.
7. Parcelas
Devem ser do tamanho ou conter um número tal de indivíduos com os
quais se possa diferenciar tratamentos diferentes.
8. Tratamentos
Devem conter pelo menos os tratamentos listados
1. Testemunha absoluta (sem aplicação)
2. Testemunha relativa (solvente; para verificar o efeito do mesmo)
3. Testemunha positiva (produto com eficiência conhecida: para avaliar erros
na metodologia de aplicação)
n’ . Os demais tratamentos devem atender as exigências do método
estatístico a ser usado na análise.
24
9. Formas de Aplicação
Entenda-se como forma de aplicação o modo com que o alvo
(artrópode) entre em contato com o agente bioativo.
Aplicação Tópica
Neste
caso,
o
contato
é
direto
com
o
alvo,
usando-se
como
equipamentos:
a) Micro Seringa
Mediante mecanismos que acionam o êmbolo de uma seringa em uma
distância conhecida, a micro seringa produz uma gota de 1 µl (micro litro)
que é colocada no tórax do inseto.
b) Torre de Potter
Equipamento que pulveriza uma quantidade desejada de calda sobre
uma área conhecida onde estão acondicionados os artrópodos alvos.
c) Imersão dos indivíduos
É a metodologia mais simples para triagens inicias. Neste caso, os
artrópodos são fixos em uma fita adesiva de dupla face, sendo que uma das
faces é colada a uma lâmina de microscópio. Sobre a outra face adesiva são
depositados os indivíduos que permanecem a ela aderida. O conjunto é
mergulhado na calda e posteriormente deixado em local adequado para secar.
As
avaliações
são
efetuadas
em
tempos
definidos
para
verificar
a
mortalidade. A mortalidade na testemunha irá determinar o tempo de
avaliação, que deve ser quando esta atingir no máximo os 10%. Este tipo de
ensaio também pode ser feito com insetos maiores confinados em gaiolinhas
que são imersas, seguindo-se o protocolo acima proposto.
d) Contaminação indireta
Tubos de vidro ou ensaio são pulverizados internamente e deixados
para secar. Isto permite um filme de inseticida na superfície. Insetos são
confinados nestes tubos e entram em contato com o resíduo. Após tempo
pré-determinado a mortalidade é avaliada.
25
Aplicação no Alimento
O extrato é aplicado sobre o alimento ou este é imerso no extrato e
posteriormente oferecido ao artrópode. Um artifício para manter adequada a
parte vegetal por mais tempo, é colocando-a sob uma fina camada e ágar a
1%, no interior de uma placa de Petri, com a parte abaxial voltada para cima
para uso com artrópodes que preferem esta face da folha. No caso de dieta
artificial, o extrato é incorporado à mesma, observando-se a temperatura
para não desnaturar o extrato, sendo esta dieta posteriormente oferecida aos
insetos.
Aplicação na Planta Hospedeira
A planta hospedeira é plantada em vaso. A pulverização com o extrato
pode ser efetuada antes ou após a inoculação destas plantas com os
artrópodes. Estes vasos podem ser mantidos em casa de vegetação ou
levados para áreas externas visando uma situação mais próxima da realidade.
Aplicação no solo junto à planta
Procede-se da mesma forma que na situação anterior. Somente a
aplicação do extrato não é sobre os indivíduos e sim no solo junto ao caule
para avaliar se o mesmo é absorvido pelas raízes e transcolados para efetuar
o controle dos indivíduos na parte aérea.
Aplicação na planta em condições de campo
Esta situação representa as condições edafoclimáticas em que um
extrato estará exposto nas condições normais de uso. É um experimento
oneroso, e deve ser usado quando o candidato a biocida já tenha passado
pelas outras etapas do processo. No entanto, é de fundamental importância
para o aval de eficiência agronômica do extrato.
26
Processo de Avaliação
No geral, avaliam-se o número de indivíduos vivos após determinado
tempo transcorrido do tratamento, bem como o número de ovos e
larvas/ninfas. São também avaliados os parâmetros relacionados à biologia
dos indivíduos: ciclo, fecundidade, fertilidade, razão intrínseca de aumento,
alterações morfogenéticas, além do peso e tamanho. Avalia-se também o
padrão de consumo de alimento. Quanto ao efeito sobre a planta, são
avaliadas alterações como clorose e necrose indicativos de fitotoxidade.
Algumas vezes são usadas plantas mais sensíveis como bio indicativas.
Análise dos dados obtidos
Os dados obtidos são submetidos rotineiramente à análise de variância.
Caso necessário, os dados são transformados pela formula:
X  0,5 .
As médias são separadas por Duncam (para triagens iniciais),
Tukey, Scott-Knott, etc.
Em estudos de efeito dose-resposta são utilizadas regressões. Sugerese o uso de pelo menos cinco doses para este tipo de estudo.
As análises de eficiência agronômica mais utilizadas são aquelas que
utilizam as fórmulas de Abbott (1925) e Henderson e Tilton (1955).
Fórmula de ABBOTT
E% = [(T -Tr)/T ]*100
T = Testemunha absoluta; Tr = Tratamento
Fórmula de HENDERSON e TILTON
E% = {1- [(Trd x Ta) / (Tra x Td)] x 100}
Ta = Testemunha antes da aplicação; Td = Testemunha depois da aplicação
Tra =tratamento antes da aplicação ;Trd = tratamento depoi da aplicação
A eficiência desejável para cada uma das etapas da triagem é muito
variável entre as referencias científicas. No entanto, para a etapa de campo,
27
deseja-se uma eficiência superior a 80% ou uma eficiência que impeça o
artrópode de atingir o nível de dano econômico.
3. ÓLEOS MINERAIS
Kissmann (1997) define óleos minerais como aqueles formulados com
predominância de frações parafínicas de hidrocarbonetos, variando com o
comprimento da cadeia e com as ramificações. Devem apresentar alto teor
(mais de 95%) de componentes não sulfonáveis, sendo a sulfonação um teste
tratando um óleo com ácido sulfúrico concentrado. As frações não saturadas
reagem, formando sulfonados. Essas frações não saturadas, por serem
reativas, tendem a causar fitotoxicidade. Várias são as marcas comerciais
registradas e seu uso se encontra generalizado.
4. SABÕES E DETERGENTES COMO INSETICIDAS
Os produtos usados em domicílios não foram formulados para o controle
de pragas agrícolas, mas têm sido estudados para este fim. Os principais são
os sabões e os detergentes.
Os
detergentes
produtos
com
fins
domissanitários,
domésticos
não
ou
seja,
são
os
usados
sabões
na
e
os
agricultura
convencional, em escala comercial, mas sim, em jardins e cultivos orgânicos
ou como agentes tensoativos nas formulações de pesticidas e misturas.
Possuem ação de contato, sem efeito residual, controlando as pragas de
corpo mole, como afídeos, mosca branca, pisilídeos, tripes, cochonilhas e
ácaros. Não são eficientes em insetos com cutículas duras, como besouros,
abelhas, vespas, moscas ou gafanhotos. No entanto, as baratas são exceções,
porque são insetos de corpo duro, porém, sensíveis à exposição a sabão.
Além disto são ineficientes naqueles insetos que voam e que possuem
movimentos rápidos, pois possibilitam sua fuga, fazendo com que não sejam
atingidos pela pulverização de detergente ou sabão. Daí surge também uma
vantagem do uso desses produtos: são seletivos aos inimigos naturais, pois
esses animais, geralmente, possuem o corpo coberto com forte cutícula e são
28
bastante móveis. É o caso das joaninhas e dos sirfídeos, no entanto, as
formas imaturas desses insetos são menos móveis e possuem o corpo mole,
sendo susceptíveis às injúrias que os sabões ocasionam.
Embora o mecanismo de ação destes produtos não tenha sido
totalmente elucidado, acredita-se que causem dano à película de cera sobre a
cutícula dos insetos e que interfiram no metabolismo da respiração, além de
provocar mudanças na estrutura da folha e repelência.
Diversos autores afirmam que os sabões só são ativos biologicamente
enquanto úmidos, sendo sua ação por contato e, com efeito, apenas de
“choque”, que depende muito do volume aplicado e da correta cobertura da
área foliar a ser tratada na planta, bem como do estilo de pulverização
utilizada pelo aplicador. Desta forma, para se atingir um bom controle, pode
haver a necessidade de várias aplicações a curto espaço de tempo. Neste
caso, os sabões podem exercer um efeito negativo na fisiologia da planta
como o relatado por Koehler et al. (1983) para o repolho.
Um outro fator que pode interferir na eficiência dos sabões é a
presença dos sequestrantes que são os componentes responsáveis pela
+2
+2
+3
ligação aos íons Cálcio (Ca ), Magnésio (Mg ) e Ferro (Fe ) presentes na
água dura. Impedem que esses íons se liguem aos tensoativos e, dessa
forma,
os
sequestrantes
evitam
que
o
sabão
perca
seu
papel
de
desengordurante. Esses componentes não estão presentes na fórmula de uns
poucos sabões em pó podendo contribuir para sua baixa eficiência dadas as
condições de água dura.
Os sabões não possuem agentes sequestrantes, e assim têm a
desvantagem de formar sais insolúveis com cátions divalentes que por
ventura estão presentes na água, reduzindo sua ação inseticida. Os
detergentes possuidores de sequestrantes não formam esses precipitados e
por isso são mais vantajosos do que os sabões.
Por
outro
lado,
o
Omo®
Cores
apresentou
o
melhor
efeito
dose/resposta, além da melhor eficiência na menor dose, o que o qualifica
para aplicações repetidas, dado o mecanismo de ação destes produtos, com
menos efeito negativo na fisiologia da planta como o relatado por Koehler et
29
al. (1983) para o repolho. Esses autores perceberam uma redução de 23% no
peso da cabeça de repolho nas linhas do campo em que foi utilizado
frequentemente o sabão inseticida Safer (seis vezes por semana).
Os sabões e detergentes apresentam, geralmente, eficiência de 40 a
50% no controle de afídeos, tripes, ácaros e mosca branca.
A dose a ser aplicada irá depender da susceptibilidade do inseto e da
planta.
Sabões – No controle do pulgão preto, Aphis craccivora, em usando-se
o feijão de corda, Vigna unguiculata, em situação de cultivo protegido
(Plástico UV) a dose de até 8g/litro não causou fitotoxidade.
Detergentes - No controle do pulgão preto, Aphis craccivora, em
usando-se o feijão de corda, Vigna unguiculata, em situação de cultivo
protegido (Plástico UV) a dose de até 2% não causou fitotoxidade, há exceção
do detergente Ypê Limão.
Dependendo da susceptibilidade da cultura
e das condições de
temperatura e umidade, há a necessidade de realizar verificações locais em
poucas plantas são necessárias para fazer ajuste da dose. Assim sendo,
recomenda-se um teste prévio através da aplicação do produto a ser utilizado
em uma parte da planta por 24 horas e, então, só depois de vista a reação, é
que deve ser aplicado em um grupo maior de plantas.
5. INSETICIDAS INORGÂNICOS
Enxofre
Enxofre é talvez o defensivo mais antigo ainda em uso. É usado para
controle de algumas doenças de plantas, mas também como acaricida. Não é
tóxico para mamíferos mas pode irritar a pele e, principalmente, os olhos. O
LD50 é de 5.000 mg/Kg. Pode ser fitotóxico em temperaturas muito altas e
tempo seco. Não deve ser aplicado 20-30 dias após o uso de óleo pois reage
com este, potencializando a fitotoxicidade. É registrado e encontrado nas
casas comerciais na forma de pó para ser misturado em água e na
formulação de suspensão. Também pode ter efeito desalojante, como quando
30
é usado em conjunto com inseticidas para o controle da lagarta do cartucho
do milho.
Terra Diatomácea
É um pó abrasivo que adsorve a camada de cera que recobre a
exocutícula permitindo a perda de água, resultando na morte do inseto por
dissecação. É oriunda de conchas de diatomáceas que após moídas resultam
em um pó abrasivo devido aos seus cantos afiados. No Brasil é registrado
para o controle de pragas de grãos armazenados. Pode causar problemas
respiratórios se o pó for inalado.
CAOLIM
É uma argila composta de silicado de alumínio, de cor branca, não
abrasiva que se dispersa na água e é quimicamente inerte em amplo espectro
de pH. Atua como barreira mecânica impedindo que insetos consigam
alcançar os tecidos vulneráveis. Também tem ação repelente criando
superfícies desfavoráveis para alimentação e postura. O filme branco
uniforme interfere no processo de localização do hospedeiro mascarando a
cor do tecido vegetal. Ademais, as partículas de caolim atuam como agente
irritante nos insetos. Após o pouso em superfícies tratadas, as partículas de
caolim se desprendem e aderem ao corpo do inseto ativando um excessivo
processo de auto limpeza, desviando o mesmo do seu verdadeiro objetivo. Na
sua aplicação necessitam de uma boa cobertura vegetal para o seu bom
funcionamento. Sendo um pó, pode causar problemas respiratórios, e deve
ser usada máscara de proteção. Seu LD50 é superior a 5000 mg/Kg. É
registrado nos EUA para várias pragas e considerado de uso seguro.
SÍLICA
Produtos à base de sílica são usados nos EUA deste 1956. O mecanismo
de ação é devido à remoção da camada lipídica externa que evita a perda
d’água nos insetos. Desta forma o inseto morre por dissecação. Às vezes a
areia (sílica) é usada neste sentido. Resultados insatisfatórios têm sido
31
observados com pulgões pois estes conseguem repor a água perdida. A LD50
é de 3160 mg/Kg.
6. RECEITURÁRIO AGRONÔMICO
O receituário agronômico é o certificado de garantia do produtor e o
documento que atesta que o Engenheiro Agrônomo usou um procedimento
respaldado pela ciência.
Por
outro
lado,
segundo
a
Instrução
Normativa
conjunta
sda/sdc/anvisa/ibama nº 1, de 24 de maio de 2011, em seu Art. 13, define
que os produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica
estão dispensados de receituário agronômico.
Define ainda esta IN em seu Art. 16 que ficam isentos de registro os
produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica
produzidos exclusivamente para uso próprio.
7. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)
Embora os produtos chamados de alternativos sejam naturais, eles são
potencialmente
perigosos,
como
foi
detalhado
neste
documento
e
amplamente divulgado em outros artigos científicos. Em assim sendo, devese sempre usar os equipamentos de proteção individual mais apropriados
para cada tipo de manuseio.
No entanto, a Instrução Normativa conjunta sda/sdc/anvisa/ibama nº 1,
de 24 de maio de 2011, em seu art. 14 e § 2º, induz ao leigo uma falsa
sensação de segurança, conforme transcrito a seguir:
Art. 14. O rótulo e a bula dos produtos fitossanitários de que trata este Anexo
conterá em sua parte inferior, com altura equivalente a quinze por cento da
altura da impressão da embalagem, faixa na cor branca, com os seguintes
dizeres em preto: “Produto fitossanitário com o uso aprovado para a
agricultura orgânica”. § 2º No rótulo e bula dos produtos de que trata o
caput deste artigo, não deverão constar os símbolos da caveira com as
duas tíbias cruzadas.
32
8. HORTO DE FITODEFENSIVOS
Uma vez de posse do conhecimento científico, a exemplo do que
já é feito na medicina com as farmácias vivas (MATOS, 2002), poderão ser
construídos hortos de fitodefensivos.
A Instrução Normativa conjunta
sda/sdc/anvisa/ibama nº 1, de 24 de maio de 2011, em seu Art. 16, dá
respaldo legal nesta indicação pois define que: ficam isentos de registro
os produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica
produzidos exclusivamente para uso próprio.
9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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