nesta edição

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Edição V
Agosto de 2014
Boletim Informativo
www.pronucleo.com.br
NESTA EDIÇÃO
Highlights do ESHRE
Highlights da Alpha
e muito mais...
EDITORIAL
Caros colegas,
Com muita satisfação tenho o prazer de apresentar
mais um informativo Pronúcleo.
A Pronúcleo, desde sua constituição, vem trabalhando constantemente para o fortalecimento da profissão
do embriologista clínico em nosso país. Muitas conquistas
foram alcançadas, mas muito ainda falta. Nossos encontros
nos congressos da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida vêm se fortalecendo gradativamente e, este ano não
foi diferente dos anteriores. Em contato desde o ultimo congresso realizado em Bonito-MS com a comissão organizadora, estaremos participando ativamente do evento, com
importantes discussões com convidados nacionais e internacionais de grande renome.
Ressalto que desde as primeiras ideias sobre os
temas a serem abordados, nossa preocupação foi a inclusão de tópicos práticos e temas atuais relacionados ao
laboratório de embriologia. Entendo que este objetivo foi
mais uma vez alcançado neste evento, possibilitando um
ótimo espaço para trocarmos ideias e experiências.
Este ano também nossa Associação foi convidada para participar do 1º Consenso sobre a situação
atual da profissão do embriologista clínico, realizado em conjunto com o 10º Congresso do Alpha Scientists,
em Antalya, Turquia. Esse grupo foi constituído por representantes de 18 países, onde representei o Brasil pela
Pronúcleo e a Redlara pela América Latina. Durante dois dias discutimos ativamente problemas, dificuldades
e ideias para que a diferença existente entre os países diminua gradativamente, facilitando a linguagem entre
diferentes grupos. As propostas discutidas serão convertidas em uma publicação ainda esse ano. Com certeza
irá auxiliar a todos.
Também tivemos participação ativa juntamente com o Scientific Exchange Programme, programa da
SBRA que visa um intercâmbio entre profissionais brasileiros e centros mundiais de referência em Reprodução
Assistida. Atualmente, podemos dispor também deste meio para aprimorar nossos conhecimentos e experiências. Neste informativo ainda teremos abordagens dos mais importantes acontecimentos nos dois últimos
eventos desse ano, o congresso Europeu (ESHRE) realizado em Munique e, o congresso Alpha, realizado na
Turquia.
Vale ainda ressaltar que nesse mês inauguraremos nosso novo site e novo grupo de discussão pela
rede social Facebook, o que aproximará ainda mais os profissionais de nosso país.
Assim, em meu nome e de toda a diretoria de nossa associação, agradecemos mais um vez o espaço
no congresso SBRA e, mais especificamente à comissão organizadora, liderada pelo Dr. Joaquim e a Diretoria
da Sociedade, presidida pelo Dr. Franco Jr.
Um bom congresso a todos! Um abraço,
José Roberto Alegretti
Diretor-Presidente
03
HIGHLIGHTS DA ESHRE 2014
sistema positivo na formação de blastocisto.
A cultura em placa com microfluídos demonstrou
taxas comparáveis de formação de blastocisto à
cultura em microgotas. Por outro lado, um efeito
negativo foi observado quando não se utiliza
albuminas no meio de cultivo. Além do uso de
biomarcadores moleculares na avaliação do desenvolvimento embrionário de camundongos.
Claudia G. Petersen
Embriologista - Centro de Reprodução Humana
Prof. Franco Junior.
[email protected]
No último encontro da Sociedade Européia de Reprodução Humana (ESHRE), realizado entre os dias 29 de Junho de 2 de Julho em Munique, na Alemanhã, esta sociedade
recebeu 1450 resumos de diferentes países
Espanha (137), Itália (123), Inglaterra (105),
Japão (86), Turquia (83), USA (71), Alemanha
(70), China (68) Irã (61), França (60), sendo
20% relacionados diretamente aos laboratórios de RA. Abaixo, segue um pequeno resumo de alguns destes trabalhos apresentados
e discutidos na charmosa cidade de Munique.
Cultura embrionária:
Ainda há espaço para estudos comparativos entre diferentes sistemas de cultura.
Nesta sessão americanos, gregos, japoneses, irlandeses, belgas e italianos apresentaram dados comparativos entre: cultura sequencial, cultura com meio único, o não uso
de albumina e sistemas de cultivo em microfluídos. De uma forma geral, o uso de cultura
em meio único foi defendido como sendo um
04
Novas técnicas laboratoriais:
Nesta sessão, trabalhos demonstraram:
Não
diferenças
de
crianças
nascidas
por
técnicas
RA
relativamente novas (TESE, IVM e AOA) quando
comparados com as crianças provenientes das
técnicas convencionais (ICSI e FIV); a seleção
de espermatozóides morfologicamente normais através de ativador magnético de separação de células; o uso de time lapse para
avaliação do desenvolvimento embrionário de
embriões proveniente de oócitos vitrificados.
Tecnologia Time-lapse:
Sem dúvida essa tecnologia conseguiu
um grande espaço para sua discussão neste
Meeting, não só nas apresentações orais, mas
também no curso pré-congresso. Experientes
embriologistas apresentaram suas posições
quanto ao uso e resultados com Time-lapse. De
uma forma geral, a metodologia consegue avaliar com precisão tudo o que acontece dentro do
laboratório, através de fotografias e vídeos, sendo assim, um sonho para todos embriologista:
ver com detalhes o desenvolvimento individual
dos gametas e embriões, não só no laboratório
mas no aparelho de telefone celular. É possível checar o momento da divisão celular com
precisão e congelar as imagens para posterior
avaliação dos embriões. Entretanto, a discussão
ainda continua em relação ao uso dessa tecnologia na escolha do melhor embrião, aquele
que teria mais chances de implantação. A falta
de trabalhos randomizados, além da não possibilidade de avaliação funcional dos embriões
dificulta o impacto significativo dessa tecnologia para melhorias dentro do laboratorio.
CONSENSO EM EMBRIOLOGIA
Preimplantacional auxiliaram a diminuir as diferenças entre diferentes países. Nesta mesma linha,
verificou-se a necessidade de um consenso para
melhor avaliar e otimizar a formação profissional do
embriologista.
Deste modo, o Alpha Scientists in Reproducitve Medicine, associação sem fins lucrativos iniciada em 1994, atualmente presidida pelo Dr. Zsolt
Peter Nagy, diretor do Reproducitve Biology Associates (Atlanta, EUA), avaliou a necessidade de um
consenso para definir padrões mínimos para o profissional do laboratório de embriologia.
José Roberto Alegretti
Embriologista
Huntington Centro de Medicina Reprodutiva
Diretor-Presidente da Pronúcleo
Associação Brasileira de Embriologistas em Medicina Reprodutiva
Neste sentido, foram convidados 20 participantes de 18 sociedades mundiais. Anteriormente
ao encontro, 26 questionários foram recebidos, representando informações de 58 países, que serviram de base para as discussões.
A constante necessidade de adequação a um
processo iminente de globalização, por diversas vezes apresenta um caráter benéfico para um mesmo
grupo de profissionais de diferentes nacionalidades
e culturas.
Foram discutidos pontos referentes à situação profissional do embriologista em cada país, qual
profissional pode atuar como embriologista, requisitos mínimos de formação para ser considerado um
embriologista clínico, competências de um embriologista clínico entre outros pontos do aspecto de formação.
O acesso cada vez mais rápido e fácil possibilita que profissionais de diferentes formações ofereçam igual tecnologia ao seu cliente. No entanto,
a velocidade com que as diferenças tecnológicas
conseguem ser minimizadas, a capacidade do profissional responsável acompanhar a mudança não
segue na mesma velocidade.
Ainda foram abordados temas referentes
à educação continuada da profissão. As diferentes
sociedades apresentaram sua realidade e foram
elaboradas sugestões para um programa de certificação do profissional. Uma nova classificação dos
embriologistas também foi estabelecida, facilitando a
divisão das funções laboratoriais.
Cada vez mais profissionais de todas as áreas
são desafiados por melhorias, conceitos e definições
novas, muitas vezes havendo a necessidade de suprimir um aprendizado mais básico ou antigo, mas
não menos importante. Uma análise global evidencia
que esse evento é de caráter mundial, ultrapassando
geralmente as barreiras culturais, sociais e econômicas.
O profissional do laboratório de embriologia
vivencia cada vez mais este fato. A necessidade de
uma linguagem “universal” vem sendo cada vez mais
solicitada em congressos ou publicações. Consensos para as áreas de Criopreservação e Diagnóstico
Os tópicos discutidos serão transformados
em um documento a ser publicado ainda esse ano
em uma conceituada revista científica de nossa área,
e desse modo, acessíveis a todos embriologistas de
todos os países, participantes ou não do Consenso.
Por mais difícil que pareça a tarefa de criar
uma uniformidade mínima de nossa área, os pontos
abordados podem ser sim estabelecidos e postos
em prática. Como citado anteriormente, o trabalho é
árduo, mas totalmente possível. Como sempre, depende somente de nós. A Pronúcleo estará empenhada nesta nova etapa de nossa profissão.
05
HIGHLIGHTS DA ALPHA 2014
Rita de Cássia Savio Figueira
Embriologista
responsável
pelo
laboratório de Fertilização in vitro
do Fertility – Centro de Fertilização
Assistida.
Coordenadora da disciplina Laboratório em RHA do Instituto Sapientiae
– Ensino e Pesquisa em Reprodução
Assistida
[email protected]
Entre os dias 09 e 11 de maio de 2014
aconteceu em Antália, Turquia o 10º encontro bienal da sociedade ALPHA de cientistas em medicina reprodutiva, cujo principal objetivo é facilitar o
intercâmbio de informações entre profissionais que
atuam neste campo. Abordagens clínicas e laboratoriais foram amplamente discutidas, sendo alguns
dos temas destacados nos próximos parágrafos.
Embrião menos estressado, embrião mais competente?
Tendo como base esta intrigante questão,
alguns palestrantes conduziram suas apresentações levantando outros inúmeros questionamentos a respeito do papel das condições
laboratoriais
na
implantação
embrionária.
Além dos tópicos comumente discutidos como a
importância do controle de variáveis como temperatura e pH, podemos destacar a introdução de um
novo meio de cultivo para uso com a tecnologia de
time-lapse, bem como uma interessante discussão
a respeito da incorporação desta tecnologia à rotina
laboratorial.
Seria a combinação time-lapse, e a possibilidade de menor exposição do embrião, bem como o
retorno ao uso do meio de cultivo único, a solução
para um ambiente laboratorial menos estressante?
06
Meio de cultivo e time-lapse
David Gardner, cientista de destaque no desenvolvimento e pesquisa de meios sequenciais,
introduziu um novo meio de cultivo único para uso
em sistemas de cultivo associados à tecnologia timelapse. Após autoria de inúmeros estudos do ambiente de desenvolvimento embrionário in vivo, que
resultaram no estabelecimento da segunda geração de meios de cultivo, os meios sequenciais, e de
inúmeras demonstrações dos possíveis efeitos negativos dos componentes dos meios de terceira geração, os meios únicos, no início do desenvolvimento
embrionário, o pesquisador foi bastante questionado após sua exposição. Teriam realmente os novos
achados demonstrado a eficiência do meio único perante o meio sequencial, ou seria esta uma mudança
favorável à demanda deste novo cenário de menor
manipulação embrionária em sistemas time-lapse?
Workflow e time-lapse
Qual seria o impacto da implementação de
um sistema 100% time-lapse em uma rotina laboratorial? Segundo nos apresentou Cristina Hickman,
são inúmeros os questionamentos a respeito desta
nova rotina, dentre eles:
1.
Em que momento avaliar os dados gerados
ininterruptamente? Diariamente ou uma análise retrospectiva pode ser adotada aos finais de semana?
2.
Qual seria a demanda com relação à disponibilidade de tempo e equipe para uma análise
cumulativa?
3.
De que forma estabelecer um equilíbrio tempo x qualidade durante a anotação de inúmeros dados?
4.
E, afinal, quais são os parâmetros a serem
incluídos em uma avaliação?
5.
Utilizar modelos preditivos pré-estabelecidos
como base?
6.
Embriologistas mais experientes seriam capazes de ignorar a detecção de alteração de um
HIGHLIGHTS DA ALPHA 2014
parâmetro que não estivesse incluído neste modelo
a ser seguido?
Estes seriam apenas alguns dos pontos a
serem discutidos durante a incorporação desta tecnologia, infelizmente as respostas ainda não foram
elucidadas. Cabe reforçar que a não necessidade
de checagem da morofologia embrionária sob microscópio diariamente não implica em diminuição de
demanda em uma rotina laboratorial... talvez até represente o contrário.
O mesmo foi discutido por Nikica Zaninovic,
o qual presenciou a transformação de um centro
para um sistema 100% time-lapse. Contando hoje
com 8 equipamentos instalados e 2500 ciclos/ano
o centro ainda ressalta a dificuldade de adaptação
de embriologistas ao sistema de anotação de dados,
bem como a dificuldade e constante necessidade de
reavaliação no estabelecimento de modelos preditivos. Melhores resultados? Segundo Thoir Hardarson, não há dúvidas de que esta seja uma tecnologia
que deve ser explorada. No entanto, um impacto significativo nos indicadores de desempenho não necessariamente será observado.
Key Performance Indicators - KPIs
De que forma mensurar desempenho em
medicina reprodutiva? David Mortimer discutiu a
respeito da necessidade e importância de um processo contínuo de avaliação dos resultados obtidos,
tendo como base o estabelecimento de indicadores
de desempenho (Key Performance Indicators, KPIs).
Apenas com o estabelecimento destes indicadores estaríamos aptos a responder as seguintes
questões: “Estamos mantendo a qualidade dos serviços prestados, ou seja, os limites mínimos indicativos de bons resultados clínicos e/ou laboratoriais estão sendo atingidos?” “Estamos atingindo as metas
propostas, ou seja, houve um incremento de nossos
resultados?” Além disso, decorrente deste estabelecimento de valores, estaria a real possibilidade de
identificação de intercorrências - “o que não é medido não pode ser gerenciado”.
Genômica – a era do OMICS
Para finalizar, podemos destacar um ponto
interessante dentre as abordagens “OMICS” aplicadas no estudo da competência embrionária.
Com foco na genômica, a promissora tecnologia
de sequenciamento de nova geração (Next-Generation Sequencing – NGS) quando aplicada no
diagnóstico genético pré-implantacional atingiu
valores de 99,98% de especificidade e 100% de
sensibilidade em recente estudo de validação.
Tais resultados, associados à redução cada vez
mais significativa de custo das reações de sequenciamento de DNA, reforçam o impacto do advento
do uso desta tecnologia no diagnóstico de embriões.
Por outro lado, o perfil dos pacientes que se beneficiariam da técnica continua sendo tema de discussão.
Como síntese dos temas discutidos, cabe destacar o impacto que novas tecnologias podem causar
à rotina laboratorial, bem como o fato destas não necessariamente implicarem na obtenção de melhores
resultados.
Uma avaliação crítica prévia à aquisição de
um novo equipamento ou de um novo meio de cultivo, aliada a análise contínua de indicadores quantitativos e qualitativos de qualidade, tornam-se essenciais neste contexto.
Quais seriam os parâmetros indicativos de
desempenho na reprodução humana assistida? Até
que ponto seria interessante o estabelecimento de
um consenso? Em 2012, a sociedade ALPHA publicou, como resultado de um consenso, o estabelecimento de KPIs para procedimentos de criopreservação de oócitos e embriões. Um importante passo
para discutirmos mais a respeito do tema.
07
Como otimizar o cultivo a blastocisto?
Nova avaliação de qualidade laboratorial
Joyce Fioravanti1,2
Centro de Reprodução
Humana do Hospital e
Maternidade Santa Joana
1
Huntington Centro de
Medicina Reprodutiva
2
Introdução
O sucesso de tratamentos de Fertilização In Vitro foi,
por muitos anos, comprometido por condições de
cultivo subótimas, que resultavam em embriões com
desenvolvimento debilitado e subsequente perda de
viabilidade.
Entretanto, pesquisas da última década apresentam
meios de cultivo mais próximos do fisiológico e mais
capazes de proporcionar estabilidade ao embrião.
Soma-se a isto, a também melhora nas condições
de cultivo, que com o avanço tecnológico nos trouxe
equipamentos mais precisos e estáveis. A disseminação e desmistificação das técnicas aplicadas
laboratorialmente formaram mais profissionais bem
treinados, que absorveram não só importante lapidação técnica, mas também diminuíram variações de
manipulação.
As melhorias citadas aumentaram as taxas de implantação, diminuíram as perdas gestacionais e
disponibilizaram a formação de mais embriões para
criopreservação, e com isso, uma nova avaliação
do sistema de garantia de qualidade e resultados
tornou-se necessária para mensurar a capacidade
desta nova realidade do laboratório de Fertilização
In Vitro.
Relato de experiência
Desde Dezembro de 2013, os resultados de cultivo
são semanalmente aferidos em 4 laboratórios do
grupo Huntington seguindo novos parâmetros de
qualidade. A efetividade das técnicas de manipula-
08
ção aplicadas no laboratório de FIV, de seus Embriologistas e de seus meios de cultivo são analisadas
através dos seguintes indicadores: taxa de fertilização (TF), taxa de formação de embriões top quality
- embriões entre 6 a 10 células, sem fragmentação
celular - no terceiro dia do desenvolvimento (TQD3),
taxa de blastulação (TB) e taxa de conversão do total
de embriões em D3 para blastocisto (TC).
Estes dados são analisados conjuntamente às
condições de cultivo gerais do laboratório, como
temperaturas das superfícies, temperatura ambiental, pH obtido nas incubadoras, lotes de meios de
cultura e descatáveis.
Com base em indicadores pré-estabelecidos em
consensos nacionais e internacionais, efetua-se um
relatório de desempenho das unidades, que possibilita garantir a reprodutibilidade das técnicas utilizadas, e, principalmente, a constância da performance
laboratorial, identificando possíveis pontos de diminuição de resultados.
Comentários e conclusões
A presente metodologia mostrou-se eficaz na otimização do cultivo estendido. A aferição semanal
das taxas de blastulação e, principalmente conversão, evidenciaram a estabilidade das condições
laboratoriais, facilitando a confiança para o cultivo
até a fase de blastocisto por membros da equipe.
A presença de taxas de conversão sempre superiores a 90% foram decisivas para comprovar a qualidade e a consistência do cultivo e a eficiência de
equipamentos e insumos. É possível verificar que
a estabilidade de resultado laboratorial está intimamente relacionada a parâmetros como CO2, O2, pH
e número de pacientes por incubadora.
Deste modo, uma abordagem mais específica e individualizada do laboratório mostrou-se essencial
para um melhor cultivo embrionário. Como estudos
recentes mostram que embriões transferidos em estágio de blastocisto possuem melhor prognóstico de
gestação e implantção, é importante que cada vez
mais os laboratórios sejam revistos em seu sistema
de cultivo e possam oferecer esta opção aos casais.
Este nosso relato busca oferecer ferramentas para
que os serviços de Reprodução Assistida incluam
em sua rotina a “cultura” do cultivo estendido.
ERGONOMIA
Abordagem ergonômica da atividade de embriologista especialista em reprodução humana:
análise dos constructos da carga mental, relação controle demanda e satisfação no trabalho
A pesquisa ergonômica está centrada na
produção de conhecimento e racionalização da ação de
transformação do trabalho, impactando positivamente sobre a saúde, segurança e produtividade. As tarefas do embriologista no ambiente laboral são complexas e expõem seus operadores a diversos fatores estressores, corroborando para um alto nível de competência e exigência dos embriologistas, e que traz evidência
de uma sobrecarga mental para a realização das tarefas.
Os métodos de avaliação da carga mental de trabalho
aplicados em estudos dentro da ergonomia possibilitam
conhecer as capacidades e limitações do operador, características da organização de trabalho e facilitam a apresentação quantitativa e qualitativa dos resultados. A partir
das medidas subjetivas e da associação destas com a
análise ergonômica do trabalho, pode-se fazer uma série
de investigações que vão além da mensuração da carga
mental. Baseado nesta linha de pensamento é possível
identificar as variáveis intervenientes na carga mental de
trabalho, identificando o constructo da carga de trabalho,
a relação demanda psicológica e controle do trabalho,
o estado positivo da mente
(vigor, dedicação e absorção) e como eles influenciam
este trabalho. Assim, estudar esses fatores permite
diagnosticar, compreender
e elucidar os aspectos ergonômicos que constituem
a carga mental de trabalho,
permitindo a proposição de
intervenções e busca de
soluções, que visam à melhoria no âmbito individual e
organizacional. Como ciência e contribuição à ergonomia, o estudo propõe a utilização e validação dessas ferramentas para o diagnóstico da demanda ergonômica e
justificar uma intervenção. Para os embriologistas, objeto
do estudo, apresentar um indicador para influenciar e desenvolver uma cultura para melhoria das situações gerais
de trabalho.
André Luis Américo da Cruz
[email protected]
(16) 981927271
Um olhar da ergonomia na prática da microscopia
Com mais ênfase nas condições de trabalho e práticas de saúde ocupacional no local de trabalho, uma posição ergonômica do corpo é fundamental para o conforto durante o dia e na atividade laboral.
Se um microscópio for usado para trabalhar, uma
posição ergonômica não deixa o instrumento apenas
confortável, mas também diminui a fadiga e, mais importante, o deixa mais fácil de usar. Adicionalmente,
a excelente ergonomia do operador minimiza o risco
de lesões repetitivas relacionadas à tensão muscular.
Numa abordagem superficial da atividade do embriologista no uso da microscopia, em análise às suas exigências físicas, pode-se evidenciar o risco de aparecimento
de patologias musculoesqueléticas crônicas, bem como o
desconforto físico e redução de desempenho, fatores que
dependem da postura adotada para o trabalho, o ajuste
do microscópio às características do trabalhador e seu
tempo de exposição na atividade. Nesta óptica é importante uma ótima interação do trabalhador com o equipamento e principalmente que este meio de trabalho permita
um ajuste às características individuais de cada operador.
A ergonomia de um microscópio pos-
sui um grande impacto na produtividade do operador, na qualidade do trabalho e também nos custos adicionais, como resultado de perda de tempo,
desperdício, fadiga do operador, doenças, etc.
Mas um microscópio ergonômico não significa apenas a melhoria do ajuste da altura do assento ou da
posição da lente para melhorar a posição do corpo.
Um microscópio ergonômico fornece conforto para o operador, melhorando a fadiga dos olhos, a coordenação entre mãos e olhos, a eficiência e a economia de tempo, precisão e taxas de erros, bem como muitos outros fatores.
Alertamos
que
outros
aspectos
devem
ser
analisados sob o olhar da ergonomia e que aqui ilustramos algumas características primarias existentes
na interação homem-máquina durante a sua atividade
laboral.
Melhorar estas condições ergonômicas, tanto do trabalhador quanto a de equipamentos e mobiliários, não é
apenas melhorar o conforto do operador, mais sim proporcionar muitos outros benefícios para a organização,
como redução do absenteísmo e aumento na produtividade.
09
PROGRAMAÇÃO PRONÚCLEO NO CONGRESSO
DA SBRA
CONGRESSO da REDE
LATINOAMERICANA
De 20 a 23 de Agosto de 2014
Gran Hotel Stella Maris Resort & Convention
Site oficial do evento:
http://www.sbra2014.com.br
20 a 21 de agosto 2014
Salvador - BA / Gran Hotel Stella Maris
20/08/2014
WORKSHOP PGD
60 vagas
Valor do Curso
R$ 1.200,00
08:00 às 12:00
Parte teórica
08:00 às 0830
Biópsia Dia 3 x Dia 5. Qual melhor conduta?
Soledad Sepúlveda (Perú)
Transferência “a fresco” ou de embriões congelados?
Maria Carmen Rubio (Espanha)
Mosaicismo e Self-Correc�on.
Roberto Coco (Argen�na)
1
08:30 às 09:00
09:00 às 0930
1
09:30 às 10:00
Discussão
10:00 às 10:30
Intervalo
10:30 às11:00
12:00
CGH-array. Resultados atuais.
Roberto Araujo (SP)
Translocação e alterações no carió�po.
Kalinda Endo (SP)
Next Genera�on Sequencing.
Juliana Cuzzi (SP)
Discussão
14:00 às 18:00
Parte prá�ca
1
PROGRAMAÇÃO
Coordenadores: Ricardo Azambuja (RS)
José Roberto Alegre� (SP)
1
11:00 às 11:30
11:30 às 12:00
1
1
WorkShop
Coordenadores:
14:00 às 18:00
Biópsia de embrião e blastocisto.
Ricardo Azambuja (RS)
José Roberto Alegre� (SP)
Mª Eugenia Póo (Espanha)
Pericles Hassun (SP)
Ana Carolina Nogueira Mar�nhago (SP)
Monique Bonavita Bueno (SP)
Grupo A e B
21/08/2014
08:00 às 18:00
08:00 às 12:00
14:00 às 18:00
Realização:
Parte prá�ca
Grupo C e D
Grupo E e F
Apoio:
Informações:
Regional: Brasil
email: [email protected]
Dia 21 de Agosto - Quinta-feira
Auditório Porto Seguro
08h30 às 10h - MESA REDONDA
Cultivo embrionário
Coordenadora: Rita Figueira(SP)
8h30 - Meios de Cultura: Atualização
Wayne Caswell (USA)
8h50 - Seleção, qualidade e validação de meios de cultivo
Michele Schonfeldt (USA)
9h10 - Controles laboratoriais: Temperatura, O2 e pH
Florência Nodar (Argentina)
9h30 - Discussão
10h às 10h30 - CONFERÊNCIA
Sistema de cultivo e outcomes em ART
Presidente: Claudia Petersen (SP)
Conferencista: Florência Nodar (Argentina)
10
INTERVALO - 10h30 às 11h
PROGRAMAÇÃO PRONÚCLEO NO CONGRESSO
DA SBRA
Dia 21 de Agosto - Quinta-feira
Auditório Porto Seguro
11h às 12h - Temas Livres/Debate Informal
Coordenador: Carlos Gilberto Almodin (PR)
Comentadores:
Ricardo Azambuja (RS)
Raul Eid Nakano (SP)
ALMOÇO - 12h às 13h30
13h30 às 15h MESA REDONDA
Técnicas complementares ao laboratório de FIV
Coordenadora: Claudia Petersen (SP)
13h30 - Atualização em vitrificação embrionária: qual estágio oferece melhor resultado?
Iris Figueira Cabral Rocha(DF)
13h50 - Validade da análise de birefringência de zona pelúcida
José Lucca Neto (PR)
14h10 - Diagnóstico da viabilidade embrionária: possível de ser quantificado?
Rita Figueira (SP)
14h30 - Discussão
15h às 15h30 CONFERÊNCIA
Atualização em hatching
Presidente: José Roberto Alegretti (SP)
Conferencista: Claudia Petersen (SP)
INTERVALO - 15h30 às 16h
Dia 22 de Agosto - Sexta-feira
Auditório Porto Seguro
08h30 às 10h - MESA REDONDA
Aspectos relevantes em reprodução assistida
Coordenadora: Hitomi Miura Nakagawa (DF)
8h30 - FIV com óvulos doados: das indicações à transferência
a fresco ou em ciclo subsequente
Alvaro Petracco (RS)
8h50 - Critérios para escolher os melhores embriões
Roberto Coco (ARGENTINA)
9h10 - Aspectos médicos consensuais e conflitantes na nova resolução do CFM
Adelino Amaral da Silva (DF)
9h30 - Discussão
Comentadores:
Kazue Harada Ribeiro(SC)
Assumpto Iaconelli Jr (SP)
10h às 10h30 - CONFERÊNCIA
Novas tecnologias em ART
Presidente: Ricardo Azambuja (RS)
Conferencista: Florência Nodar (Argentina)
INTERVALO - 10h30 às 11h
11h às 12h - Temas Livres
Coordenadora: Claudia Petersen (SP)
Comentadores:
Nilo Frantz (RS)
José Lucca Neto (PR)
ALMOÇO - 12h às 13h30
11
PROGRAMAÇÃO PRONÚCLEO
NO CONGRESSO DA SBRA
Dia 22 de Agosto - Sexta-feira
Auditório Porto Seguro
13h30 às 15h MESA REDONDA
Transferência embrionária
Coordenador: José Roberto Alegretti (SP)
13h30– Sempre em estágio de clivagem
João Eduardo Pinheiro Neto (CE)
13h50 - Sempre em estágio de blastocisto
Mauro Gomes (SP)
14h10– Sempre com embriões criopreservados
Irineu Iester Degaspari (ES)
14h30 - Discussão
15h às 15h30 CONFERÊNCIA
A avaliação dos gametas e embriões por “OMICS”: uma nova era?
Presidente: Jonatas Borges Soares (SP)
Conferencista: Edson Borges (SP)
INTERVALO - 15h30 às 16h
16 às 17h - PONTO E CONTRAPONTO
Biópsia embrionária em dia 5 e com transferência a fresco sempre?
Coordenador: Ricardo Azambuja (RS)
16h – Sim: Soledad Sepulveda
16h20 – Não: Roberto Coco (Argentina)
16h40 – Discussão
17h às 17h30 - CONFERÊNCIA
Atualização em cultivo de blastocisto e seus desafios
Presidente: Mauro Gomes (SP)
Conferencista: José Roberto Alegretti (SP)
Assembléia da Pronúcleo no
Congresso da SBRA de 2013, em Bonito/MS
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