Bolsa cai 9,96%... Presente de grego!

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puseram mais lenha na fogueira. Mais para o meio do
Bolsa cai 9,96%...
Presente de grego!
semestre, o terremoto no Japão e dados ruins sobre o
andamento da economia dos EUA fizeram com que o grau
de
Junho – 2011
Ano %
Ibovespa
-3,43%
-9,96%
Poupança
0,61%
3,61%
US$ (Comercial)
-1,15%
-6,24%
CDI
0,91%
5,47%
IPCA
0,05%*
3,76%**
o
cenário
do
mercado
Na Ásia, a China seguiu como centro das atenções.
Sempre com a expectativa de novas medidas de aperto
monetário, o mercado viu sucessivos aumentos da taxa
de depósito compulsório por parte do Banco Central
chinês, fruto da alta inflação acumulada nos últimos
** Acumulado no ano (3,71%) + expectativa junho
meses.
Inflação, preocupação com o crescimento chinês, dúvidas
acerca do crescimento da economia norte-americana,
deterioração econômica dos PIIGS (Portugal, Irlanda,
Itália, Grécia e Espanha) e crise política no Oriente Médio.
os
e
Ásia...
* Expectativa Focus: 01/07
foram
aumentasse
deteriorasse. E desta forma terminamos o semestre.
Mês %
Estes
aversão
principais
pontos
que
guiaram
arrefecimento da produção industrial e das vendas no
varejo, porém ainda considerados insuficientes pelas
autoridades chinesas que seguem na busca pelo combate
o
pessimismo do mercado neste primeiro semestre e, para
aqueles que não estão lembrados, o mesmo serve para o
primeiro semestre do ano passado também, com exceção
da crise no Oriente Médio. Como se pode inferir, nenhum
dos fatores citados poderia trazer resultado diferente do
verificado: forte queda no mercado de ações e forte
elevação da taxa de juros.
O otimismo durou apenas poucos dias logo no início do
ano, quando a crise econômica européia e as revoltas
contra os regimes ditatoriais no Oriente Médio tomaram
conta do noticiário global e os mercados começaram a
desabar. Internamente, a inflação em patamar elevado e a
decisão do Banco Central de complementar suas ações
com as chamadas medidas macroprudenciais, somente
Já são sentidos alguns impactos de tais medidas, como
à escalada de preços.
No Japão, o destaque do semestre ficou por conta da
destruição causada pela onda de terremotos e tsunamis
que devastaram parte do país em março. O processo de
reconstrução levará tempo e necessitará de grandes
somas de dinheiro. Junto a isso, a insegurança ainda se
faz
presente
em
função
da
contaminação
nuclear
causada pela usina de Fukushima.
O Banco Central japonês segue mantendo sua política de
juros baixos na tentativa de reerguer a já debilitada
economia do país que entrou em recessão ao apresentar
queda de 0,9% no PIB do primeiro trimestre.
Europa...
Novamente temos a Grécia como foco das atenções no
Estados Unidos...
continente, embora alguns dados bons
sido
O semestre termina com a atividade econômica norte-
divulgados em junho. O Banco Central da Alemanha reviu
americana ainda morna. Como reflexo de um ritmo de
as estimativas e crescimento do PIB do país para 2011 e
crescimento anualizado de 1,90% do PIB, o mercado de
2012, devendo ser de 3,1% e 1,8% respectivamente.
trabalho continua desafiador e o consumo das famílias
Deve-se lembrar que no ano passado o crescimento foi de
crescendo lentamente.
tenham
3,6%, o mais rápido desde a reunificação, embalado pela
retomada
das
exportações.
Além
disso,
a
taxa
de
O mês de junho passou sem grandes surpresas na
desemprego de 6,9% está no patamar mais baixo em 20
economia, talvez a maior e mais relevante tenha sido o
anos e em queda há 24 meses, segundo o Escritório
PMI de Chicago que mostrou forte recuperação (61,1
Federal de Emprego da Alemanha.
pontos),
puxado
autopeças
após
pela
os
normalização
desastres
no
do
mercado
Japão.
Em
de
julho,
A situação dos germânicos, porém, não se repete em
esperamos continuidade da lenta e gradual recuperação
outros países do bloco. Talvez a França seja a que chega
da maior economia do planeta.
mais próximo, mas ainda está distante de uma situação
confortável. O Reino Unido, que embora esteja com sua
Vemos com preocupação a situação política. Com a
taxa de juros em 0,5% a.a, não consegue engatar numa
maioria
rota de crescimento; a Itália, que apresentou um plano
acreditamos que não será tarefa fácil para o governo
para equilibrar seu orçamento recentemente, está em vias
Obama costurar um acordo e conseguir elevar o teto de
de ter seu rating soberano rebaixado, apresenta alta taxa
endividamento norte-americano até o dia 2 de agosto –
de
alto
data-limite projetada pelo Tesouro para que o país
endividamento público e, além disso, conta com um
continue cumprindo todas as suas obrigações. Estamos
sistema político atrapalhado e destoante da maioria dos
falando de risco de calote no país símbolo do capitalismo.
países
Isso é grave e as três maiores avaliadoras de risco, Fitch,
desemprego,
europeus;
baixo
crescimento
Portugal,
cujas
econômico,
características
se
assemelham às da Itália, só que com uma economia bem
republicana
na
Câmara
dos
Deputados,
Moody’s e S&P, já manifestaram suas preocupações.
menor, já sofre com o plano de austeridade imposto pelo
FMI e União Européia; e a Espanha que continua a
Outro assunto que fez visita nesse último mês foi a
amargar a maior taxa de desemprego do bloco.
possibilidade de um novo Quantitative Easing, frente aos
dados decepcionantes sobre o desempenho da economia
Por fim, devemos falar da Grécia, o país que estruturou os
neste primeiro trimestre. O FED, no entanto, segue
alicerces deste mundo ocidental em que vivemos e hoje
confiante numa guinada nesta segunda metade do ano.
parece abalar de alguma forma. Neste junho muitas
negociações rolaram em torno da liberação de um novo
O
cenário
político
pacote de ajuda. Alemanha e França conseguiram inserir
desempenho dos mercados neste início de semestre.
no risco alguns de seus bancos privados credores da
Teremos um mês de julho movimentado no Congresso
Grécia e o congresso do país deu mais um voto de
americano
confiança para Papaconstatinou que encara diariamente a
provavelmente o que veremos será um adiamento do
revolta da população que sofre bastante com as medidas
problema porque os republicanos não estarão dispostos a
de austeridade. Este último pacote, no entanto, somente
entregar uma solução barata ao governo democrata.
e,
ainda
instável
que
um
tende
acordo
a
penalizar
seja
o
firmado,
assegura a situação até agosto, e até lá deveremos
encarar várias discussões e tentativas de encontrar uma
Brasil...
saída definitiva para a Grécia e para os outros países que
Embora passando por alguns tensos períodos, podemos
estão na mesma situação, preservando o Euro e a
afirmar que o primeiro semestre foi bom para a economia
estabilidade do bloco.
brasileira.
Agora com a presidente Dilma à frente do governo federal,
Nem mesmo a política de compra de dólares por parte do
vimos um início de mandato que surpreendeu até a
Banco Central foi suficiente para conter a valorização do
oposição. Com pulso firme, a presidente prezou pelas
real frente à moeda norte-americana, que atingiu o menor
indicações técnicas para cargos relevantes em detrimento
patamar desde 2008, fruto do forte ingresso de recursos
à distribuição de cargos aos partidos aliados. Além disso,
estrangeiros no país, atraídos pela alta taxa de juros e
afirmou que buscará fortemente a redução dos gastos,
pela segurança garantida pelo patamar de grau de
inclusive atingindo um superávit primário acima das
investimento do país.
expectativas em abril.
Porém, mesmo com o cenário bastante promissor para o
Fruto desse bom início foi a elevação d a nota de crédito
país, a Bolsa brasileira não refletiu tal otimismo e
soberano
importantes
encerrou o semestre com perda acumulada de 9,96%.
agências de classificação de risco do mundo, Fitch e
Credita-se a culpa desse mau desempenho ao cenário
Moody’s.
externo (Líbia, Grécia, Japão etc) e à elevação dos juros
brasileiro
por
duas
das
mais
internos que sugaram boa parte dos recursos da Bolsa
Politicamente, nada fugia à regra até que em maio a Folha
de
S.
Paulo
publicou
reportagem
dando
conta
para a renda fixa.
do
crescimento patrimonial vertiginoso do mais importante
Mercados...
ministro e braço direito de Dilma Roussef, Antonio Palocci.
O semestre inicia com um cenário macroeconômico
Deu-se início, então, a uma guerra entre governo e
doméstico mais calmo, com a inflação mais controlada, o
oposição, até que não foi mais possível resistir e Palocci
crescimento
renunciou ao cargo (assim como fizera em 2006 no caso
sustentável, o fim do ciclo de aperto monetário e com o
do caseiro Francenildo) dando lugar à Gleisi Hoffmann.
preço das ações bastante depreciado. No front externo as
do
PIB
voltando
para
uma
trajetória
nuvens negras persistem. No caso da Grécia, os demais
Aproveitando o momento de mudança, Dilma trocou o
países europeus e credores parecem estar próximos de
apagado Luiz Sérgio pela “pulso firme” Ideli Salvatti na
uma solução de curto prazo para o país. Enquanto isso,
Secretaria de Relações Institucionais. A troca teve como
Portugal, Irlanda e Espanha estão silenciosos e não
objetivo melhorar a interação do governo com os partidos
trazem tanto transtorno... ainda.
e sua base aliada no Congresso.
Nos EUA, tudo indica que julho será um mês tumultuado,
Na economia, como era esperado, o ano começou com
onde o Congresso deverá votar pelo aumento do limite de
inflação acelerada, herança (maldita?) deixada por Lula.
endividamento ou o país não terá condições de cumprir
Para combatê-la, o Banco Central subiu juros (de 10,75%
suas obrigações financeiras.
para
12,25%)
e
tomou
algumas
medidas
macroprudenciais. Agentes de mercado projetam novas
Embora o cenário não seja dos melhores, é consenso que
altas da Selic este ano, algo entre 0,25 e 0,50 pontos
o
percentuais. Quanto à adoção de novas medidas, o BC
depreciados. O mercado parece acreditar num segundo
parece ter deixado-as para um segundo momento, visto
semestre de recuperação moderada. O preço alvo para o
que a economia já dá sinais de arrefecimento e os índices
Ibovespa no final do ano gira em torno de 70.000 pontos,
de preços já mostram deflação.
e acreditamos que o valor mais provável é de 72.000
mercado
pontos.
No
brasileiro
entanto
com
devemos
continuar
e
múltiplos
ressaltar
que
o
que
bastante
a
processo
alta
Porém, a deflação esperada para o mês de junho não é
volatilidade
suficiente para supor que a situação é confortável. O
recuperação deverá ser lento e ocorrer na medida em que
Banco Central projeta o retorno à meta no ano que vem,
novas informações venham provar que
porém tudo leva a crer que os 4,5% só poderão ser vistos
tomadas trazem efeitos positivos.
em 2013.
deve
está
de
as medidas
Para os juros acreditamos que com o cenário inflacionário
iniciando a ficar moderado e com as medidas do Banco
Central surtindo efeito, o Copom deverá encerrar o ciclo de
alta na taxa Selic na próxima reunião, fixando a meta em
12,5%
a.a.
Não
esperamos
mais
medidas
macroprudenciais.
O dólar seguirá em suave queda devido à defesa do BC. A
alta liquidez internacional casada com nossa elevada taxa
de juros e boas oportunidades de investimentos deverão
manter a forte entrada de investimentos estrangeiros. O
mundo crescendo mais e o alto preço de commodities
também deverão depreciar a moeda americana.
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