SO PAULO - Dentro da agenda da segunda semana de janeiro, os

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Macroeconomic Highlight: China
O crescimento econômico dos países asiáticos e os sinais de saturação da economia
americana criaram a possibilidade de se vislumbrar uma nova ordem econômica no século 21: o
surgimento da China como maior potencia mundial. Muito já se falou sobre o poder de fogo do
“dragão chinês”. Seu produto interno bruto (PIB), por exemplo, avançou a taxas surpreendentes
nas últimas três décadas, com percentuais acima dos dois dígitos em alguns anos. Só para
termos idéia deste percentual, em 1992 a 2008, último período das reformas econômicas no
país, o crescimento anual médio foi de 10,4%, com destaque para os 14.2% de 1992.
A média de crescimento anual dos últimos 30 anos é de 9%, incluindo o recorde de 15,2%
de 1984. Mas os sinais recentes de desaceleração global, reforçados pela crise financeira iniciada
nos Estados Unidos, principal parceiro de comercial chinês, trouxeram dúvidas sobre o futuro do
gigante asiático.
Antes da crise internacional, o último ciclo de crescimento da economia mundial, no
intervalo entre 2003 e 2007, foi puxado pelos países emergentes, especialmente pela China. De
acordo com as estimativas do FMI, os chineses responderam por, pelo menos, um quarto da
expansão do crescimento mundial no período, enquanto só as economias emergentes, foram
responsáveis por três quartos do crescimento médio de 5% ano, no mesmo período.
Agora com a crise internacional, os tempos são outros, o mesmo FMI projeta um
crescimento da economia mundial na ordem de 0.5%, para 2009 e 3% 2010. Já para China, as
projeções são de um crescimento de 6.7 e 8%. Ceteris paribus, as expectativas apontam para
uma retomada do crescimento já em 2010.
Será que o “dragão chinês” se tornará apenas uma lagartixa, em 2009 ?
A China apresentou o resultado referente ao primeiro trimestre de 2009, neste podemos
observar um crescimento real de 6.1 (1Q, yoy%) na comparação interanual, que representa uma
redução de 0.7 p.p se comparada a 6,8 (4Q, yoy%). No mesmo período do ano passado (1Q,
2008 yoy%) a taxa de crescimento era de 10,6%.
Isso nos confirma que o “dragão chinês” esta cansado, e não, que ele perdeu sua força
potencial. Na primeira parte deste relatório resgatamos elemento histórico, apoiando assim
nossas argumentações em fatos e não em especulações.
Até o presente momento o “dragão chinês”, só apresentou sinais de correção na forte taxa
de crescimento e vinha imprimindo 10,4% desde o último ciclo de reformas 1992 a 2008, e 9%
nos últimos 30 anos, sendo isso indicadores médios.
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Macroeconomic Highlight: China
É obvio que existe a possibilidade de o “dragão chinês” crescer abaixo dos 6.7% previsto
para 2009, porém não nos esqueçamos que o governo chinês aprovou um pacote fiscal que no
total representa 10% do PIB, que é de duas a três os pacotes de ajuda apresentados pela
Inglaterra, Alemanha, Espanha entre outros países europeus. E lembrem-se, estas economias já
entraram em recessão técnica (dois trimestre consecutivos de taxas negativas no PIB), o que nos
da a impressão acredita que o “dragão chinês” esta só tomando um fôlego para a sua grande
retomada 1 , pois em 2010 o crescimento esperado é de 8%, apena 1% abaixo da média de 30
anos.
Dados Economicos: China
Março 2009
PIB real (1Q, YoY %)
CPI (YoY %)
Vendas a Varejo (YoY %)
Atual
6.1
-1.2
14.7
Previsão
6.8
-1.6
15.2
Um ano atrás
10.6
8.3
21.5
Thiago Batista Rocha
Senior Economist
Argos Fundos de Investimento Ltda.
Research Department of Macroeconomic Analysis
Phone & Fax: (55 - 11) 3721-5335
e-mail: [email protected]
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