Reconhecimento Celeste Paulo J. S. Gil Departamento de Engenharia Mecânica, Secção de Mecânica Aeroespacial Instituto Superior Técnico Cadeira de Satélites, Lic. Eng. Aeroespacial Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 1 / 84 Sumário O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes O Sistema Solar e o Universo Distâncias no Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar O Referencial Terra e seus Movimentos Rotação da Terra Precessão e Nutação da Terra Precessão da Órbita Achatamento, Forças Diferenciais e Suas Consequências Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Configurações Planetárias Perı́odos Sideral e Sinódico Unidades de Distância Contagem do Tempo Medição do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 2 / 84 Sumário O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes O Sistema Solar e o Universo Distâncias no Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar O Referencial Terra e seus Movimentos Rotação da Terra Precessão e Nutação da Terra Precessão da Órbita Achatamento, Forças Diferenciais e Suas Consequências Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Configurações Planetárias Perı́odos Sideral e Sinódico Unidades de Distância Contagem do Tempo Medição do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 2 / 84 Sumário O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes O Sistema Solar e o Universo Distâncias no Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar O Referencial Terra e seus Movimentos Rotação da Terra Precessão e Nutação da Terra Precessão da Órbita Achatamento, Forças Diferenciais e Suas Consequências Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Configurações Planetárias Perı́odos Sideral e Sinódico Unidades de Distância Contagem do Tempo Medição do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 2 / 84 Sumário O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes O Sistema Solar e o Universo Distâncias no Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar O Referencial Terra e seus Movimentos Rotação da Terra Precessão e Nutação da Terra Precessão da Órbita Achatamento, Forças Diferenciais e Suas Consequências Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Configurações Planetárias Perı́odos Sideral e Sinódico Unidades de Distância Contagem do Tempo Medição do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 2 / 84 Introdução: Onde, Quando e o Que Há no Espaço I O que há no espaço, onde e como se movimenta I Movimentos da Terra e fenómenos relacionados que influenciam a nossa visão do Espaço I Sistemas de coordenadas para localizar objectos I Medição de distâncias astronómicas I Como medir o tempo e como o relacionar com as nossas unidades naturais Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 3 / 84 O Céu e o Sistema Solar Sumário O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes O Sistema Solar e o Universo Distâncias no Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar O Referencial Terra e seus Movimentos Rotação da Terra Precessão e Nutação da Terra Precessão da Órbita Achatamento, Forças Diferenciais e Suas Consequências Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Configurações Planetárias Perı́odos Sideral e Sinódico Unidades de Distância Contagem do Tempo Medição do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 4 / 84 O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes Estrelas Fonte: NASA Figura: As Plêiades ou Sete-Estrelo Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste I Uma Estrela é um objecto celeste com luz própria I Sistema Solar: Uma estrela, o Sol, que domina a dinâmica do sistema, e vários tipos de corpos que viajam em órbita em torno dele. IST, LEAero, Satélites 5 / 84 O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes Planetas I Um Planeta é um corpo que orbita em torno de uma estrela, sem luz própria, que I I I I Tem massa suficiente para ter gravidade própria e forma arredondada É dominante na sua órbita i.e. a sua gravidade atraiu os objectos circundantes e limpou a zona em redor Os planetas são muito menos massivos que as estrelas (ou a sua massa faria com que tivesse luz própria. . . ) 100+ planetas são conhecidos, incluindo os extra-solares I As órbitas dos planetas no sistema solar estão quase no mesmo plano e são aproximadamente circulares I Mercúrio, Vénus, Terra, Marte são ditos Planetas Terrestres, muito menores e menos massivos que os gigantes Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno, os Planetas Jovianos Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 6 / 84 O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes Planetas I Um Planeta é um corpo que orbita em torno de uma estrela, sem luz própria, que I I I I Tem massa suficiente para ter gravidade própria e forma arredondada É dominante na sua órbita i.e. a sua gravidade atraiu os objectos circundantes e limpou a zona em redor Os planetas são muito menos massivos que as estrelas (ou a sua massa faria com que tivesse luz própria. . . ) 100+ planetas são conhecidos, incluindo os extra-solares I As órbitas dos planetas no sistema solar estão quase no mesmo plano e são aproximadamente circulares I Mercúrio, Vénus, Terra, Marte são ditos Planetas Terrestres, muito menores e menos massivos que os gigantes Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno, os Planetas Jovianos Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 6 / 84 O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes Planetas I Um Planeta é um corpo que orbita em torno de uma estrela, sem luz própria, que I I I I Tem massa suficiente para ter gravidade própria e forma arredondada É dominante na sua órbita i.e. a sua gravidade atraiu os objectos circundantes e limpou a zona em redor Os planetas são muito menos massivos que as estrelas (ou a sua massa faria com que tivesse luz própria. . . ) 100+ planetas são conhecidos, incluindo os extra-solares I As órbitas dos planetas no sistema solar estão quase no mesmo plano e são aproximadamente circulares I Mercúrio, Vénus, Terra, Marte são ditos Planetas Terrestres, muito menores e menos massivos que os gigantes Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno, os Planetas Jovianos Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 6 / 84 O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes Planetas Anões Plutão já não é considerado planeta mas sim um planeta anão: I Planetas anões diferem dos planetas por não dominarem a sua órbita — nova classe de objectos (IAU, 2006) I Ceres (antes classificado como asteróide) e Eris (objecto 2003 UB313 , antes alcunhado Xena) fazem agora parte da classe dos planetas anões I Plutão é o protótipo da classe de objectos transneptunianos I Polémica da definição já vinha de trás. . . I Distinção entre planetas anões e outros objectos ainda não decidida, será feita mais tarde Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 7 / 84 O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes Planetóides, Cometas, Satélites e Outros I Além dos planetas principais, existem incontáveis planetas menores também conhecidos por Asteróides ou Planetóides; há muitos com órbitas entre Marte e Júpiter (a Cintura de Asteróides) e também para além de Neptuno (na Cintura de Kuiper) I Os Cometas são agregados de rochas e gelo a viajar em torno do Sol; têm órbitas muito alongadas, muitas quase parabólicas, e em qualquer plano; têm origem nos confins do sistema solar (na Nuvem de Oort); o cometa de Halley é um dos mais famoso de todos e estima-se que tenha cerca de 5 km de diâmetro I Satélite é um corpo em revolução em torno de um planeta, normalmente de massa desprezável face a este; excepções são a Lua (mL ' m⊕ /80) e Caronte (mC ' mPlut /10) Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 8 / 84 O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes Planetóides, Cometas, Satélites e Outros I Além dos planetas principais, existem incontáveis planetas menores também conhecidos por Asteróides ou Planetóides; há muitos com órbitas entre Marte e Júpiter (a Cintura de Asteróides) e também para além de Neptuno (na Cintura de Kuiper) I Os Cometas são agregados de rochas e gelo a viajar em torno do Sol; têm órbitas muito alongadas, muitas quase parabólicas, e em qualquer plano; têm origem nos confins do sistema solar (na Nuvem de Oort); o cometa de Halley é um dos mais famoso de todos e estima-se que tenha cerca de 5 km de diâmetro I Satélite é um corpo em revolução em torno de um planeta, normalmente de massa desprezável face a este; excepções são a Lua (mL ' m⊕ /80) e Caronte (mC ' mPlut /10) Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 8 / 84 O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes Planetóides, Cometas, Satélites e Outros I Além dos planetas principais, existem incontáveis planetas menores também conhecidos por Asteróides ou Planetóides; há muitos com órbitas entre Marte e Júpiter (a Cintura de Asteróides) e também para além de Neptuno (na Cintura de Kuiper) I Os Cometas são agregados de rochas e gelo a viajar em torno do Sol; têm órbitas muito alongadas, muitas quase parabólicas, e em qualquer plano; têm origem nos confins do sistema solar (na Nuvem de Oort); o cometa de Halley é um dos mais famoso de todos e estima-se que tenha cerca de 5 km de diâmetro I Satélite é um corpo em revolução em torno de um planeta, normalmente de massa desprezável face a este; excepções são a Lua (mL ' m⊕ /80) e Caronte (mC ' mPlut /10) Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 8 / 84 O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes Meteoróides, Meteoros e Meteoritos I Meteoróides são partı́culas sólidas relativamente pequenas, muitas vezes microscópicas, que revolvem em torno do Sol I I Quando um meteoróide entra na atmosfera terrestre, normalmente a alta velocidade (em geral, 10-75 km/s), é denominado Meteoro ou Estrela Cadente I I São considerados meteoróides os corpos até ∼ 50 m; este limite não é bem definido e varia bastante A Terra recebe 100-200 t/dia de material extraterrestre, a maior parte do qual poeira (∼ 99%); quanto mais pequenos, mais efectiva a atmosfera a travá-los Os meteoros vaporizam-se na atmosfera mas às vezes ainda conseguem chegar ao solo; aos pedaços remanescentes dos meteoros chama-se Meteorito I I Composição: ∼ 95% rochosos, ∼ 4% ferro, raros de compostos complexos de Carbono Dezenas ou centenas de milhar maiores que 100 g Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 9 / 84 O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes Meteoróides, Meteoros e Meteoritos I Meteoróides são partı́culas sólidas relativamente pequenas, muitas vezes microscópicas, que revolvem em torno do Sol I I Quando um meteoróide entra na atmosfera terrestre, normalmente a alta velocidade (em geral, 10-75 km/s), é denominado Meteoro ou Estrela Cadente I I São considerados meteoróides os corpos até ∼ 50 m; este limite não é bem definido e varia bastante A Terra recebe 100-200 t/dia de material extraterrestre, a maior parte do qual poeira (∼ 99%); quanto mais pequenos, mais efectiva a atmosfera a travá-los Os meteoros vaporizam-se na atmosfera mas às vezes ainda conseguem chegar ao solo; aos pedaços remanescentes dos meteoros chama-se Meteorito I I Composição: ∼ 95% rochosos, ∼ 4% ferro, raros de compostos complexos de Carbono Dezenas ou centenas de milhar maiores que 100 g Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 9 / 84 O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes Meteoróides, Meteoros e Meteoritos I Meteoróides são partı́culas sólidas relativamente pequenas, muitas vezes microscópicas, que revolvem em torno do Sol I I Quando um meteoróide entra na atmosfera terrestre, normalmente a alta velocidade (em geral, 10-75 km/s), é denominado Meteoro ou Estrela Cadente I I São considerados meteoróides os corpos até ∼ 50 m; este limite não é bem definido e varia bastante A Terra recebe 100-200 t/dia de material extraterrestre, a maior parte do qual poeira (∼ 99%); quanto mais pequenos, mais efectiva a atmosfera a travá-los Os meteoros vaporizam-se na atmosfera mas às vezes ainda conseguem chegar ao solo; aos pedaços remanescentes dos meteoros chama-se Meteorito I I Composição: ∼ 95% rochosos, ∼ 4% ferro, raros de compostos complexos de Carbono Dezenas ou centenas de milhar maiores que 100 g Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 9 / 84 O Céu e o Sistema Solar O Sistema Solar e o Universo O Universo Andrómeda; Fonte: NASA I 80-120 mil milhões de galáxias no Universo I A galáxia onde estamos, a Via Láctea tem 2 pequenas galáxias satélite: a Grande e a Pequena Núvens de Magalhães Andrómeda é a galáxia mais próxima da nossa, a 2.9 milhões de anos-luz Idade do Universo: ∼ 13.7 mil milhões de anos Efeito gravitacional: I I I I I I 5% de matéria bariónica, da qual apenas ∼ 1% é visı́vel (estrelas) 25% de matéria escura 70% de energia escura Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 10 / 84 O Céu e o Sistema Solar O Sistema Solar e o Universo Localização do Sistema Solar na Galáxia Fonte: www.astronomynotes.com I I I Sol: estrela média I Estrela mais próxima: Proxima Centauri, a 4.3 anos-luz I Sistema Solar orbita o centro da Via Láctea a ∼ 220 km/s e completa uma revolução em 226 milhões de anos Via Láctea: 200-400 mil milhões de estrelas, diâmetro de 100000 anos-luz e espessura de ∼ 2000 anos-luz sendo de ∼ 5000 anos-luz no centro (onde se localiza o núcleo central) Sistema Solar a ∼ 27700 anos-luz do centro galáctico TPC: calcular a aceleração do sistema Solar devido ao movimento em torno da galáxia Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 11 / 84 O Céu e o Sistema Solar O Sistema Solar e o Universo Localização do Sistema Solar na Galáxia Fonte: www.astronomynotes.com I I I Sol: estrela média I Estrela mais próxima: Proxima Centauri, a 4.3 anos-luz I Sistema Solar orbita o centro da Via Láctea a ∼ 220 km/s e completa uma revolução em 226 milhões de anos Via Láctea: 200-400 mil milhões de estrelas, diâmetro de 100000 anos-luz e espessura de ∼ 2000 anos-luz sendo de ∼ 5000 anos-luz no centro (onde se localiza o núcleo central) Sistema Solar a ∼ 27700 anos-luz do centro galáctico TPC: calcular a aceleração do sistema Solar devido ao movimento em torno da galáxia Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 11 / 84 O Céu e o Sistema Solar Distâncias no Sistema Solar Distâncias no Sistema Solar Tempo-Luz Distância Aproximada Exemplo 1s 299792 km ∼ 3/4 Distância Terra-Lua 1 min 18 milhões km ∼ 1/8 UA 8.3 min 150 milhões km Distância Terra-Sol (1 UA) 1h mil milhões km ∼ 1.5 Distância Sol-Júpiter 6h 6.5 mil milhões km & Distância Sol-Plutão 12 h ∼ 1010 km ∼ 86 UA . Tamanho do sistema solar (heliopausa) I Cintura de Kuiper e Núvem de Oort ainda mais longe. . . I Para definições precisas de unidades de distância cf. Secção Sistemas de Referência Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 12 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Sol e Espaço Interplanetário Fonte: www.astronomynotes.com I O Sol é a grande fonte de energia do Sistema Solar — radiação electromagnética e Vento Solar com velocidade média de ∼ 400 km/s I O campo magnético solar estende-se no espaço e é dominante excepto perto dos planetas onde o campo magnético destes domina I T ' 15 MK (núcleo), 6000 K (superfı́cie), 2 MK (corona) I O espaço interplanetário não é vazio: para além da radiação, existem muitas partı́culas microscópicas de poeira e gás, a maior parte ionizado (B ∼ 5 nT, n ∼ 5 partı́culas/cm3 ) Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 13 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Tamanho do Sol Fonte: www.astronomynotes.com I I O Sol domina em tamanho e massa o sistema solar I Formou-se há ∼ 5 × 109 anos e provavelmente durará outro tanto I Perı́odo de rotação de cerca de 28 dias (rotação diferencial dependente da lat.) Distribuição da massa no sistema solar — Sol: 99.85% ; Planetas: 0.135% ; restante para tudo o resto; m = 3.329 × 105 m⊕ ; R = 109.12R⊕ = 696000 km Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 14 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Tamanhos Comparados dos Objectos do Sistema Solar Fonte: NASA Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 15 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Órbitas dos Planetas Revolução em Torno do Sol I Os planetas, a maior parte dos satélites e asteróides têm movimento de revolução em torno do Sol na mesma direcção I Os planos das órbitas dos planetas não diferem muito da eclı́ptica (à parte Mercúrio com 7◦ a maior inclinação é a de Vénus com 3.4◦ ); a de Plutão também não é demasiado diferente: 17.1◦ Fonte: www.astronomynotes.com Órbita Lunar inclinada 5.5◦ em relação à eclı́ptica Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 16 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Planetas Terrestres I Fonte: Basics of Space Flight Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste I São os que estão mais próximos do Sol à distância de minutos-luz I Ano ' 1.5×dia em Mercúrio: ressonância I Vénus apresenta uma ligeira rotação retrógrada, o que sugere um cataclismo passado IST, LEAero, Satélites 17 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Planetas Terrestres II Fonte: www.astronomynotes.com I Planetas sólidos; tamanhos comparáveis ao da Terra; nenhum tem anéis I Vénus, Terra e Marte têm atmosferas significativas Mercúrio tem atmosfera ténue de partı́culas do vento solar; Terra tem a Cintura de Van Allen ◦ Vénus é um Inferno: p ∼ 90 atm, T ∼ 465 C à superfı́cie e núvens de ácido sulfúrico na sua atmosfera, que é constituı́da principalmente por CO2 I I Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 18 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Dados Aproximados dos Planetas Terrestres Distância média do Sol Minutos-luz do Sol Massa (m⊕ = 1) Raio (R⊕ = 1) TOrbital (dias) ∠ Órbita-Eclı́ptica (◦ ) Excentricidade VOrbital (km/s) TRotação (dias) ∠ Equador-Órbita (◦ ) Satélites Naturais Mercúrio 0.39 UA 3.2 0.05 0.38 88 7 0.206 47.87 59 0.01 0 Vénus 0.72 UA 6.0 0.82 0.95 225 3.4 0.0068 35.02 243 (retr.) 177 0 Terra 1 UA 8.3 1 1 365 0 0.017 29.78 1 23 1 Marte 1.52 UA 12.7 0.11 0.53 687 1.8 0.093 24.13 1.03 25 2 Fontes: Basics of Space Flight; Brown (1998) Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 19 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Cintura de Asteróides Fonte: www.astronomynotes.com I Grande distância entre Marte e Júpiter; buscas começaram no séc. XVIII para encontrar um planeta. . . I Milhões de rochas em órbitas elı́pticas entre Marte e Júpiter; alguns têm satélites mas não são suficientemente grandes para serem redondos Primeiro a ser descoberto: Ceres, com 914 km de tamanho, é o maior Ceres foi em 2006 reclassificado como planeta anão pois cabe na definição destes (e.g. forma arredondada) Órbitas de 11000 determinadas e dados insuficientes de mais de 50000; 90% asteróides na cintura principal em 2.1-3.2 UA Asteróides Troianos: nos pontos de Lagrange L4 e L5 de Júpiter; Kirkwood Gaps: ressonâncias com Júpiter I I I I Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 20 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Cintura de Asteróides Fonte: www.astronomynotes.com I Grande distância entre Marte e Júpiter; buscas começaram no séc. XVIII para encontrar um planeta. . . I Milhões de rochas em órbitas elı́pticas entre Marte e Júpiter; alguns têm satélites mas não são suficientemente grandes para serem redondos Primeiro a ser descoberto: Ceres, com 914 km de tamanho, é o maior Ceres foi em 2006 reclassificado como planeta anão pois cabe na definição destes (e.g. forma arredondada) Órbitas de 11000 determinadas e dados insuficientes de mais de 50000; 90% asteróides na cintura principal em 2.1-3.2 UA Asteróides Troianos: nos pontos de Lagrange L4 e L5 de Júpiter; Kirkwood Gaps: ressonâncias com Júpiter I I I I Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 20 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Cintura de Asteróides Fonte: www.astronomynotes.com I Grande distância entre Marte e Júpiter; buscas começaram no séc. XVIII para encontrar um planeta. . . I Milhões de rochas em órbitas elı́pticas entre Marte e Júpiter; alguns têm satélites mas não são suficientemente grandes para serem redondos Primeiro a ser descoberto: Ceres, com 914 km de tamanho, é o maior Ceres foi em 2006 reclassificado como planeta anão pois cabe na definição destes (e.g. forma arredondada) Órbitas de 11000 determinadas e dados insuficientes de mais de 50000; 90% asteróides na cintura principal em 2.1-3.2 UA Asteróides Troianos: nos pontos de Lagrange L4 e L5 de Júpiter; Kirkwood Gaps: ressonâncias com Júpiter I I I I Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 20 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Cintura de Asteróides Fonte: www.astronomynotes.com I Grande distância entre Marte e Júpiter; buscas começaram no séc. XVIII para encontrar um planeta. . . I Milhões de rochas em órbitas elı́pticas entre Marte e Júpiter; alguns têm satélites mas não são suficientemente grandes para serem redondos Primeiro a ser descoberto: Ceres, com 914 km de tamanho, é o maior Ceres foi em 2006 reclassificado como planeta anão pois cabe na definição destes (e.g. forma arredondada) Órbitas de 11000 determinadas e dados insuficientes de mais de 50000; 90% asteróides na cintura principal em 2.1-3.2 UA Asteróides Troianos: nos pontos de Lagrange L4 e L5 de Júpiter; Kirkwood Gaps: ressonâncias com Júpiter I I I I Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 20 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Alguns Asteróides Passam Perto da Terra I I I Acredita-se que os asteróides são remanescentes do disco protoplanetário, não incorporados nos planetas na formação do sistema solar O grupo de asteróides que cruza a órbita da Terra e pode ser potencialmente perigoso Estima-se que haja cerca de 1000 asteróides que cruzam a órbita da Terra com um diâmetro superior a 1 km. . . Impressão artı́stica do impacto de um asteróide com alguns km de diâmetro que pode libertar tanta energia como alguns milhões de bombas nucleares. Fonte: www.biologydaily.com Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 21 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Planetas Jovianos Fonte: Basics of Space Flight Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste I Planetas Gigantes Gasosos I Rotação diferencial das camadas gasosas I Grande mancha vermelha de Júpiter é uma tempestade gigantesca (∼ 2R⊕ ) que dura há pelo menos 300 anos IST, LEAero, Satélites 22 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Gigantes Gasosos Fonte: www.astronomynotes.com Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste I Júpiter e Saturno têm muitos satélites I Júpiter tem um campo magnético 20 a 30 vezes mais intenso que o terrestre I Sistemas de Anéis em todos, embora relativamente diferentes IST, LEAero, Satélites 23 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Dados Aproximados dos Planetas Jovianos Distância média do Sol Horas-luz do Sol Massa (m⊕ = 1) Raio (R⊕ = 1) TOrbital (anos) ∠ Órbita-Eclı́ptica (◦ ) Excentricidade VOrbital (km/s) TRotação (h) ∠ Equador-Órbita (◦ ) Sat. Naturais (1995) Anéis Júpiter 5.2 UA 0.72 318 11 11.9 1.3 0.049 13.07 9.8 3.13 16 Poeira Saturno 9.5 UA 1.3 95 9 29.7 2.5 0.054 9.66 10.7 26.7 18 Sistema Extenso Úrano 19.2 UA 2.7 15 4 84.6 0.77 0.043 6.82 17.2 97.8 15 Finos, Escuros Neptuno 30.1 UA 4.2 17 4 165.9 1.8 0.011 5.48 16.1 28.3 8 Arcos Quebrados Fontes: Basics of Space Flight; Brown (1998) Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 24 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Satélites Fonte: www.astronomynotes.com I Satélites Galileanos de Júpiter I I I I I I O maior, Ganimedes, tem o dobro do tamanho de Plutão e metade do de Mercúrio Io tem vulcões activos, induzidos pelo calor devido às forças de maré com Júpiter Europa está coberto por uma camada fina de gelo Titã, o maior satélite de Saturno, tem uma atmosfera de azoto tão densa como a da Terra Tritão, satélite de Neptuno, é parcialmente coberto por gelo de azoto e neve Caronte, de Plutão, tem metade do tamanho deste, formando quase um sistema binário; Eris também tem um pequeno satélite: Dysnomia Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 25 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Dados dos Maiores Satélites do Sistema Solar Satélite Lua Io Europa Ganimedes Calisto Titã Tritão Planeta Terra Júpiter Júpiter Júpiter Júpiter Saturno Neptuno Raio (km) 1737.4 1815 1569 2631 2400 2575 1350 Massa (mL = 1) 1 1.22 0.65 2.01 1.47 1.84 0.29 Fonte: http://www.fukuoka-edu.ac.jp/~kanamitu/study/solar/solar/data.htm Ref.: RL = 1737.4 km ' R⊕ /4, mL = 7.35 × 1022 kg ' m⊕ /80 I Saturno tem mais 4 satélites com raios entre 530 km e 765 km I Úrano tem 4 satélites com raios entre 579 km e 761 km I Plutão, com raio 1195 km, tem Caronte, com raio 635 km Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 26 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Confins do Sistema Solar Fonte: www.astronomynotes.com Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Onde termina o sistema solar? I Trans-Neptunianos: a Cintura de Kuiper entre cerca de 30 UA e 50 UA; Plutão está localizado a 39 UA I Heliopausa a ∼ 100 UA I Núvem de Oort entre aproximadamente 50000 UA e 100000 UA (estrela mais próxima a ∼ 270000 UA) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 27 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Cintura de Kuiper I I I I I Zona aproximadamente no plano da eclı́ptica (tal como os planetas) entre 30 UA e 50 UA de distância do Sol São conhecidos mais de 800 objectos da cintura de Kuiper (KBO, Kuiper Belt Objects, Cubewanos); o maior é Plutão (com 1195 km de raio); Caronte também é grande; Eris tem aproximadamente o mesmo tamanho que Plutão e órbita ainda mais excêntrica; Quaoar , um KBO descoberto em 2002, tem metade do tamanho de Plutão e órbita quase circular Classificação não é clara pois são provavelmente bastante diferentes dos astros do interior do sistema solar Simulações por computador têm mostrado que a cintura de Kuiper pode ter sido formada pela acção gravı́tica de Júpiter; há previsões computacionais de objectos do tamanho da Terra Alguns KBOs que passam pela órbita de Neptuno encontram-se em ressonância orbital de vários tipos com aquele Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 28 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Classificação dos Trans-Neptunianos Fonte: Wikipedia I I I Objecto Trans-Neptuniano (TNO, Trans-Neptunian object): qualquer objecto no sistema solar com toda ou a maior parte da sua órbita para além de Neptuno; Sedna (ver à frente) é um TNO Plutino é um objecto do mesmo tipo que Plutão, do ponto de vista da sua órbita; estas órbita são estabilizadas por uma ressonância orbital com Neptuno, similares à de Plutão (3:2); os Plutinos constituem a zona interior da cintura de Kuiper SDO (scattered disk object) é um objecto da cintura de Kuiper com uma órbita muito excêntrica; estes objectos são usualmente encontrados na zona exterior da cintura de Kuiper; Eris é um SDO Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 29 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Heliopausa I Fronteira onde o vento solar é parado pelo meio interstelar I É muitas vezes considerada a fronteira do sistema solar I Especula-se que esteja localizada a ∼ 100 UA do Sol (perto da eclı́ptica) I A sua distância pode variar bastante com a latitude solar I A Voyager 1, o objecto humano mais longı́nquo e que se encontra a ∼ 90 UA do Sol (2003), pode-a ter detectado Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 30 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar A Nuvem de Oort I Especulada zona esférica no espaço, situada entre 50 kUA e 100 kUA, nos limites da influência gravitacional do Sol I Não há evidências directas da sua existência mas acredita-se que seja a grande fonte de cometas que entra no interior do sistema solar; os cometas na nuvem de Oort estão fracamente ligados ao Sol e perturbações estelares ou outras forças podem alterar as suas órbitas, lançando-os para o espaço interstelar ou para o interior do sistema solar I Estima-se que a massa total dos cometas da nuvem de Oort seja de cerca de 40 vezes a da Terra I Os cometas de perı́odo longo aparecem em qualquer altura e de qualquer direcção (não só na eclı́ptica); os que aparecem pela primeira vez vêm de uma distância média de 44000 UA Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 31 / 84 O Céu e o Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar Sedna Fonte: NASA I I Objecto mais distante do sistema solar descoberto até agora (2004): 3 vezes mais longe que Plutão I Órbita elı́ptica invulgar com perı́odo 10500 anos I Talvez o primeiro objecto descoberto da nuvem de Oort apesar de 10 vezes mais próximo do que o estimado para esta Maior que Quaoar: cerca de 2/3 do tamanho de Plutão; Periélio a cerca de 76 UA e excentricidade e ' 0.855 Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 32 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Sumário O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes O Sistema Solar e o Universo Distâncias no Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar O Referencial Terra e seus Movimentos Rotação da Terra Precessão e Nutação da Terra Precessão da Órbita Achatamento, Forças Diferenciais e Suas Consequências Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Configurações Planetárias Perı́odos Sideral e Sinódico Unidades de Distância Contagem do Tempo Medição do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 33 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Referencial Terra I Uma vez que a Humanidade está na Terra, é um referencial privilegiado para nós I Movimentos da Terra determinam os ciclos do Homem I Equações do movimento devem ser integradas num referencial de inércia mas, I alguns fenómenos são relativos ao referencial Terra — resistência aerodinâmica, observações, etc. I Referenciais inerciais relacionados com ou definidos à custa da Terra são apenas aproximadamente de inercia I Para medições precisas é necessário levar em conta as caracterı́sticas e os movimentos da Terra em pormenor Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 34 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Rotação da Terra Rotação da Terra — Dia Solar Aparente Fonte: Brown, 1998 Dia Solar Aparente I Intervalo de tempo entre 2 trânsitos sucessivos através do meridiano local (2 meios-dias sucessivos) I Pode ser medido com um relógio de Sol e foi usado desde sempre I Humanidade rege-se pelo Sol mas este dia não é constante ao longo do ano, mesmo para um observador fixo. . . I A rotação própria da Terra e a revolução em torno do Sol estão envolvidas I Os dias solares não coincidem com o perı́odo de rotação da Terra, são maiores. . . Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 35 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Rotação da Terra Rotação da Terra — Dia Solar Médio I Variações da duração do dia solar aparente devidas a I I Velocidade da Terra na sua órbita não ser constante Tempo medido ao longo do equador mas Sol anda na eclı́ptica Fonte: Smith & Jacobs, 1971 Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Dia Solar Médio I Dia de comprimento invariante: vale sempre 1/365.2564 do ano I Como se órbita da Terra fosse circular e eixo de rotação perpendicular a esta I É o tempo padrão comum — o lido nos relógios: Um dia solar médio tem exactamente 24 h, ou 1440 min ou 86400 s Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 36 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Rotação da Terra Diferenças entre os Dias Solares Aparente e Médio A Equação do Tempo I Os dois efeitos — órbita não circular e inclinação do eixo de rotação terrestre em relação à eclı́ptica — contribuem para as diferenças Fonte: www.astronomynotes.com Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste I Os 2 efeitos não atingem o máximo simultaneamente I Diferença máxima de cerca de 1/4 hora IST, LEAero, Satélites 37 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Rotação da Terra Rotação da Terra — Dia Sideral Fonte: Brown, 1998 Dia Sideral Médio O perı́odo médio de rotação da Terra em relação às estrelas i.e. no referencial de inércia — o “verdadeiro” perı́odo de rotação da Terra I Duração menor que a dos dias solares pois a Terra tem que rodar cerca de 1◦ mais para os completar I 1 dia sideral = 23 h 56 m 4.09 s em unidades de tempo solar médio (as “normais”) O Equinócio Vernal (sempre ele. . . ) é o ponto-zero do tempo sideral I Dia sideral também se divide em 24 h siderais de 60 m siderais de 60 s siderais; 1 dia sideral = 86400 s siderais = 86164.091 s solares médios; 1 dia solar médio = 86400 s solares médios = 86636.55536 s siderais = 24 h 3 m 56.5536 s de tempo sideral Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 38 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Precessão e Nutação da Terra Ângulo do Eixo Polar com a Eclı́ptica e Estações do Ano Fonte: www.astronomynotes.com I I Eixo da Terra inclinado 23◦ 27’30” em relação à Eclı́ptica I Estações do Ano determinadas pela obliquidade e não pela distância da Terra ao Sol em pontos diferentes da órbita Fonte: www.astronomynotes.com Só há uma variação de distância de ∼ 3% correspondendo a uma variação da energia recebida de ∼ 6% (Periélio em 2 Jan., Afélio a 3 Jul.) Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 39 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Precessão e Nutação da Terra Fonte: www.astronomynotes.com I Precessão dos equinócios faz mudar a altura das estações do ano (cf. a seguir) Fonte: www.astronomynotes.com I O que determina as estações é a direcção de incidência dos raios solares em cada hemisfério I Clima influenciado por massas de água e de terra, circulação da atmosfera, etc. Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 40 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Precessão e Nutação da Terra Precessão da Terra Fonte: www.astronomynotes.com I Corpos não esféricos a rodar, mesmo sem binários aplicados, precessam Lua e Sol actuam devido ao achatamento da Terra aplicando binários que fazem o eixo de rotação própria da Terra precessar devido ao efeito giroscópico em torno de uma O eixo polar da Terra descreve um cone em torno de uma direcção fixa no espaço, normal à eclı́ptica, num perı́odo de ∼ 26000 anos I I Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 41 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Precessão e Nutação da Terra Precessão dos Equinócios Fonte: www.astronomynotes.com I Precessão dos Equinócios — a rotação do eixo polar faz deslizar as estações ao longo do ano; ao fim de ∼ 13000 quando era Inverno é Verão e vice-versa I Devido à precessão, todas as estrelas parecem mudar de posição ao longo do tempo de O para E cerca de 60” de arco por ano I A estrela polar encontra-se neste momento perto da direcção do eixo polar da Terra; daqui a ∼ 13000 será Vega a estrela “polar” Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste Fonte: www.astronomynotes.com IST, LEAero, Satélites 42 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Precessão e Nutação da Terra Ano Tropical I Ano correspondente ao tempo decorrido entre duas passagens aparentes consecutivas do Sol pelo ponto vernal I Duração do ano tropical: 365.24218967 d (epoch J2000) — menor que a do ano sideral (365.256363051 d) Nutação da Terra I A Terra também apresenta um pequeno movimento de nutação de 18.6 anos de perı́odo e amplitude de 9.2 s arco; a sua causa pode ser assacada ao plano da órbita da Lua não coincidir com o da Terra I Há outros pequenos movimentos do mesmo género, com perı́odos menores, às vezes não muito bem explicados Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 43 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Precessão da Órbita Precessão da Órbita — Ano Anomalı́stico I Devido às perturbações dos outros corpos do sistema solar, a órbita da Terra precessa i.e. a linha das ápsides roda; o ano anomalı́stico é uma revolução completa em relação às ápsides; duração: 365.259635864 d (epoch J2000) — maior que o ano sideral Outros Perı́odos I Ano Eclipse ou Eclı́ptico, relacionado com a órbita da Lua (e relacionado com os eclipse lunares) I Ano Gaussiano, que dura 365.2568983 d, relacionado com a constante gravitacional I Ano Besseliano, ano tropical que começa sempre perto de 1 de Janeiro Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 44 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Achatamento, Forças Diferenciais e Suas Consequências Achatamento da Terra e Latitude I Elipsóide de Referência — A rotação da Terra provoca um achatamento nos pólos que pode ser descrito considerando a Terra um elipsóide onde Req ' 6378 km e Rpol ' 6357 km Fonte: Bate et al, 1971 Paulo J. S. Gil (SMA, IST) I Latitude Geocêntrica L0 : ângulo entre o plano equatorial e o raio a partir do centro da Terra I Latitude Geodésica L: ângulo entre o plano equatorial e a normal à superfı́cie do elipsóide; Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 45 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Achatamento, Forças Diferenciais e Suas Consequências I A palavra latitude geralmente significa Latitude Geodésica e é a que usualmente aparece em mapas; a vertical é definida pelo fio de prumo, à parte anomalias locais I A Latitude Astronómica é a definida pelo fio de prumo sem correcção da anomalias Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 46 / 84 O Referencial Terra e seus Movimentos Achatamento, Forças Diferenciais e Suas Consequências Forças Gravitacionais Diferenciais e Marés Fonte: www.astronomynotes.com Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste I Efeitos de maré; marés sólida e lı́quida I Rotação fixa da Lua e suas causas I Aumento da duração do dia terrestre em escalas geológicas I Mais informações sobre estes fenómenos quando se estudar a dinâmica de corpos extensos. . . IST, LEAero, Satélites 47 / 84 Sistemas de Referência Sumário O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes O Sistema Solar e o Universo Distâncias no Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar O Referencial Terra e seus Movimentos Rotação da Terra Precessão e Nutação da Terra Precessão da Órbita Achatamento, Forças Diferenciais e Suas Consequências Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Configurações Planetárias Perı́odos Sideral e Sinódico Unidades de Distância Contagem do Tempo Medição do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 48 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Coordenadas Geográficas Fixas: Latitude e Longitude Fonte: Smith & Jacobs, 1973 I Longitude é positiva para Este (direcção de rotação do planeta), contada a partir do Meridiano de Greenwich, o Primeiro Meridiano (ou Meridiano Primo) I Latitude é positiva para Norte I Terra não esférica ⇒ várias definições de latitude (como se verá) E = Equador PL = Paralelo de Latitude NP = Pólo Norte SP = Pólo Sul Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 49 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Fonte: Basics of Space Flight I Linha Internacional de mudança de data: 180◦ W (com recortes. . . ) I Lisboa: 9.133◦ W, 38.717◦ N = 9◦ 8’ W 38◦ 43’ N R⊕ ' 6378 km ⇒ Longitude no equador: 1◦ ' 111 km, 1’' 1.9 km e 1”' 31 m Como a Terra não é esférica, como se verá adiante, o grau de Latitude Geocêntrica varia entre 110.6 km no Equador e 111.7 km nos Pólos devido ao achatamento I I I Sistema Latitude-Longitude é um referencial que roda com a Terra Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 50 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Esfera Celeste, Eclı́ptica e Equinócio Vernal Fonte: Basics of Space Flight Paulo J. S. Gil (SMA, IST) I A Esfera Celeste é a projecção do Globo Terrestre no Céu, com os correspondentes Equador e Pólos N e S Celestes I A Eclı́ptica é a linha que o Sol descreve ao longo do ano na esfera Celeste, que define o plano da órbita da Terra em torno do Sol I Quando o Sol passa o equador para o Hemisfério Norte é o Equinócio Vernal ou da Primavera (no Hemisfério Norte). Por apontar vagamente para a constelação de Carneiro (Áries), tem o sı́mbolo correspondente e também é conhecido por Primeiro Ponto de Áries Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 51 / 84 Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Sistemas de Referência Sistema de Coordenadas Heliocêntrico-Eclı́ptico Fonte: Chobotov, 1991 I I Eixo Z normal à Eclı́ptica, sentido definido pela órbita I X , Y no plano da Eclı́ptica com X definido pelo Equinócio Vernal, positivo na direcção do Sol a partir da Terra; Y é tal que o triedro é directo Como o eixo de rotação da Terra muda de direcção ao longo dos séculos devido à Precessão dos Equinócios este sistema não é um referencial de inércia exacto; quando é necessário precisão muito elevada é necessário indicar as coordenadas de um objecto baseadas no Equinócio Vernal de um ano particular ou epoch. O epoch pode ter significados ligeiramente diferentes Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 52 / 84 Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Sistemas de Referência Sistema de Coordenadas Geocêntrico-Equatorial I Sistema inercial centrado na Terra (ECI, Earth-centered inertial); referencial inercial à parte a precessão dos equinócios, similar ao caso anterior I Eixo Z coincide com eixo da Terra e aponta para Norte; Eixos X , Y no plano do Equador com X a apontar para o Primeiro Ponto de Áries (Equinócio Vernal) e triedro directo Fonte: Chobotov, 1991 I I Sistema não roda com a Terra Coordenadas utilizadas: I I I Paulo J. S. Gil (SMA, IST) α, ascensão recta, positivo para Este δ, declinação, positivo para Norte r , distância radial Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 53 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas O Sol Visto do Sistema Geocêntrico Fonte: Chobotov, 1991 I I Ângulo entre o Equador Celeste e a Eclı́ptica denomina-se Obliquidade; ' 23, 5◦ Trópicos de Câncer e Capricórnio: paralelos celestes que o Sol descreve nos dias de solstı́cio de Verão e Inverno do Hemisfério Norte, respectivamente Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 54 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas O Sol na Eclı́ptica, Solstı́cios e Equinócios Fonte: http://www.astronomynotes.com/ Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 55 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Relação Entre os Sistemas Geográfico e Geocêntrico Inercial Fonte: Chobotov, 1991 I Coordenadas Geográficas: I I I φ (latitude geocêntrica) λE (longitude Este) O ângulo entre a direcção do Equinócio Vernal e o meridiano de Greenwich θg denomina-se “tempo sideral de greenwich” I θ = θg + λE = θg 0 + ω⊕ (t − t0 ) + λE (admitindo velocidade angular da Terra constante) I θ denomina-se “tempo sideral” Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 56 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Sistema de Coordenadas Azimute-Elevação I Localização relativa a um observador num determinado ponto na superfı́cie da Terra I Observador na origem, horizonte local é o plano fundamental Fonte: Chobotov, 1991 I À parte a distância ρ, utilizam-se 2 coordenadas: I I I Az (Azimute): ângulo no plano do horizonte local medido a partir da direcção Norte 0◦ 6 Az 6 360◦ El (Elevação ou Altitude): elevação angular a partir do plano do horizonte −90◦ 6 El 6 90◦ Zénite e Nadir; a distância ao Zénite é o complementar da Elevação (90◦ − El) Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 57 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Observação do Céu Fonte: http://www.astronomynotes.com Paulo J. S. Gil (SMA, IST) I Equador Terrestre, Equador Celeste e Horizonte Local I Altitude no Meridiano I Estrelas descrevem arcos I Telescópios, Radio-telescópios, etc. montados para tirar partido de um dos sistemas — AR-Dec ou Az-El (hoje em dia menos importante) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 58 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Observação do Céu Fonte: http://www.astronomynotes.com Paulo J. S. Gil (SMA, IST) I Equador Terrestre, Equador Celeste e Horizonte Local I Altitude no Meridiano I Estrelas descrevem arcos I Telescópios, Radio-telescópios, etc. montados para tirar partido de um dos sistemas — AR-Dec ou Az-El (hoje em dia menos importante) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 58 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Observação do Céu Fonte: http://www.astronomynotes.com Paulo J. S. Gil (SMA, IST) I Equador Terrestre, Equador Celeste e Horizonte Local I Altitude no Meridiano I Estrelas descrevem arcos I Telescópios, Radio-telescópios, etc. montados para tirar partido de um dos sistemas — AR-Dec ou Az-El (hoje em dia menos importante) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 58 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Observação do Céu Fonte: http://www.astronomynotes.com Paulo J. S. Gil (SMA, IST) I Equador Terrestre, Equador Celeste e Horizonte Local I Altitude no Meridiano I Estrelas descrevem arcos I Telescópios, Radio-telescópios, etc. montados para tirar partido de um dos sistemas — AR-Dec ou Az-El (hoje em dia menos importante) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 58 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Observação do Céu Fonte: http://www.astronomynotes.com Paulo J. S. Gil (SMA, IST) I Equador Terrestre, Equador Celeste e Horizonte Local I Altitude no Meridiano I Estrelas descrevem arcos I Telescópios, Radio-telescópios, etc. montados para tirar partido de um dos sistemas — AR-Dec ou Az-El (hoje em dia menos importante) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 58 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Coordenadas Planetográficas I Nos Planetas, esquema de latitude/longitude similar ao utilizado na Terra I Meridiano Primeiro escolhido de modo a que passe por uma caracterı́stica proeminente do planeta e.g. cratera conhecida Astro Sol Lua Marte Coordenadas Heliográficas Selenográficas Areográficas Meridiano Primeiro O que passou na Terra em 9.9-10-1853 Centro médio da face virada para a Terra Cratera Airy-O Planetas Jovianos: vários sistemas porque latitudes diferentes rodam a velocidades diferentes: e.g. Júpiter: Sistema Cientı́fico II, baseado na rotação das cinturas N e S; Saturno, Urano e Neptuno: e.g. Sistema III de coordenadas — baseado no campo magnético Satélites Galileanos: como na Lua mas para Júpiter, claro Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 59 / 84 Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas I Há acordo internacional moderado pela IAU (International Astronomical Union) para sistemas de coordenadas noutros planetas I Acordo sobre o eixo polar, o plano equatorial e o meridiano primeiro para planetas e satélites I O pólo Norte é colocado Hemisfério Norte Celeste, independentemente do sentido de rotação do corpo, longitude varia entre 0◦ e 360◦ , etc. I Parâmetros de especificação podem variar com o tempo e podem ser encontrados em The Astronomical Almanac For The Year 1991, U.S. Naval Observatory And The Royal Greenwich Observatory, U.S. Government Printing Office, Washington, DC, 1991 Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 60 / 84 Sistemas de Referência Configurações Planetárias Configurações Planetárias Fonte: Smith & Jacobs, 1971 I I Planetas Superiores: os mais longe do Sol do que a Terra; Planetas Inferiores: mais próximos do Sol que a Terra I Elongação: distância angular entre um planeta e o Sol; elongação Este ou Oeste: planeta a E ou O do Sol como visto da Terra, respectivamente I Conjunção: elongação de 0◦ , Quadratura: elongação de 90◦ , etc. Os Planetas inferiores têm elongação máxima Órbitas directas (sentido directo, indicado) ou retrógradas Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 61 / 84 Perı́odos Sideral e Sinódico Sistemas de Referência Perı́odos Sideral e Sinódico Fonte: Smith & Jacobs, 1971 I Perı́odo Sideral (P): Perı́odo necessário para completar uma revolução em relação às estrelas fixas i.e. medido num referencial de inercia I I I Planetas superiores: Planetas inferiores: 1 S = 1 E O perı́odo da órbita se esta for considerada sem perturbações. . . Perı́odo Sideral da Terra E = 365.26 dias Perı́odo Sinódico (S): Tempo médio necessário para um planeta circum-navegar a esfera celeste visto da Terra e.g. entre oposições sucessivas − 1 ◦ ◦ P ⇐ (S − E )(360 /E ) = S(360 /P) 1 1 1 S = P − E TPC: Deduzir as fórmulas dos perı́odos sinódicos Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 62 / 84 Perı́odos Sideral e Sinódico Sistemas de Referência Perı́odos Sideral e Sinódico Fonte: Smith & Jacobs, 1971 I Perı́odo Sideral (P): Perı́odo necessário para completar uma revolução em relação às estrelas fixas i.e. medido num referencial de inercia I I I Planetas superiores: Planetas inferiores: 1 S = 1 E O perı́odo da órbita se esta for considerada sem perturbações. . . Perı́odo Sideral da Terra E = 365.26 dias Perı́odo Sinódico (S): Tempo médio necessário para um planeta circum-navegar a esfera celeste visto da Terra e.g. entre oposições sucessivas − 1 ◦ ◦ P ⇐ (S − E )(360 /E ) = S(360 /P) 1 1 1 S = P − E TPC: Deduzir as fórmulas dos perı́odos sinódicos Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 62 / 84 Sistemas de Referência Unidades de Distância Principal Unidade de Distância no Sistema Solar Unidade Astronómica, UA (AU em inglês) I Distância média entre a Terra e o Sol: 149.6 × 109 m ' 150 milhões de km (o IAU tem uma definição exacta. . . ) I Distância média entendida como semi-eixo maior da elipse que é a órbita (distância varia entre a(1 − e) e a(1 + e)) I Na década de 1960, utilizando ecos de radar de Vénus, o JPL refinou o valor da UA; navegação das sondas interplanetárias depende da sua precisão I Unidade de medida natural no Sistema Solar I A 3a Lei de Kepler P2 2 P⊕ = a3 3 a⊕ permite calcular a em UA, sabendo P⊕ = 1 ano e o perı́odo sideral P calculado a partir do perı́odo sinódico; foi o que Copérnico fez! Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 63 / 84 Sistemas de Referência Unidades de Distância Génese da Unidade Astronómica I Planetas interiores: elongação máxima usada directamente I Planetas exteriores: perı́odo sinótico permite determinar perı́odo sideral ⇒ posição de elongação máxima da Terra relativamente ao planeta Fonte: Logsdon, 1998 Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 64 / 84 Sistemas de Referência Unidades de Distância Outras Unidades Astronómicas de Distância I Ano-Luz (ou Tempo-Luz) I Distância que a luz viaja num ano no espaço livre sem campos gravı́ticos ou magnéticos I Ano Juliano de 365.25 dias de 86400 s I c = 299792458 m/s ⇒ 1 ano-luz ' 9.46 × 1015 m I Utilizado para medir distâncias grandes (estelares); a estrela mais próxima do Sol, Proxima Centauri, encontra-se a 4.22 anos-luz I 1 ano-luz = 63240 UA I Distâncias no Sistema Solar são da ordem de minutos-luz ou horas-luz Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 65 / 84 Sistemas de Referência Unidades de Distância Outras Unidades Astronómicas de Distância II Parsec — Paralaxe de um arco de segundo I Distância tal que um objecto apresenta uma paralaxe anual de 1” de arco; 1 pc = 3.26 anos-luz I Astrónomos usam o parsec por razões históricas I Estrela mais próxima encontra-se a 1.3 pc de distância, apresentando uma paralaxe de 0.762 arcsec Fonte: www.wordiq.com Primeira medição da paralaxe de estrelas só foi realizada em 1838 por Friedrich Wilhelm Bessel (estrela 61 Cygni) Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 66 / 84 Contagem do Tempo Sumário O Céu e o Sistema Solar Objectos Celestes O Sistema Solar e o Universo Distâncias no Sistema Solar Morfologia do Sistema Solar O Referencial Terra e seus Movimentos Rotação da Terra Precessão e Nutação da Terra Precessão da Órbita Achatamento, Forças Diferenciais e Suas Consequências Sistemas de Referência Esfera Celeste e Sistemas de Coordenadas Configurações Planetárias Perı́odos Sideral e Sinódico Unidades de Distância Contagem do Tempo Medição do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 67 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Tempo I Medir o tempo com precisão é crucial em astrodinâmica I Resultados analı́ticos ou numéricos servem para fazer previsões, nomeadamente da posição dos objectos celestes, em instantes passados ou futuros I Discrepâncias encontradas entre as previsões e as observações podem ser atribuı́das a uma fidelidade insuficiente do modelo dinâmico (teoria não ser suficientemente boa) ou a uma falta de precisão da medição do tempo I O tempo abstracto tal como aparece nas equações, com gama de variação na recta real, é neste contexto um parâmetro útil que pode servir como variável independente Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 68 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Tempo abstracto I O tempo abstracto das equações é o tempo absoluto no sentido Newtoniano ou não relativista I I I Tempo avança uniformemente e é igual para todos os observadores Depende para a sua determinação das leis da dinâmica (Newtoniana, que é definida com tempo absoluto) É a variável independente de nas teorias gravitacionais do Sol, Lua e planetas e o argumento para as efemérides (Ephemeris) fundamentais no Almanaque (ver à frente) Problema: Esta definição do tempo não encara a questão de relacionar as soluções das equações definidas num certo instante de tempo com a realidade fı́sica de como o tempo é determinado Mas determinar o tempo e relacioná-lo com outros é um problema complexo. . . Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 69 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Medição do Tempo na História I Medição do tempo: processo de contar um fenómeno periódico observável I Utilização ao longo da História de fenómenos que asseguraram cada vez maior precisão Maior precisão é obtida quando o perı́odo fundamental do fenómeno utilizado é mais insensı́vel a mudanças no ambiente fı́sico I I I I I Relógios de pêndulo — muito melhores que relógios de água, de Sol, etc., muito dependentes de medições de ângulos, dimensões de depósitos, diâmetro de sumidouros, temperatura. . . Mas o perı́odo do pêndulo ainda depende de ~g , que varia de local para local à superfı́cie da Terra (para não falar fora) Um sistema de tempo baseado no pêndulo só seria válido num único ponto da Terra Mais: tem que ser orientado na vertical e não pode ser utilizado em navios. . . Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 70 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Tempo de Efeméride, ET I Fins do séc. XIX: diferenças de outro modo inexplicáveis entre as posições observadas e previstas dos corpos do sistema solar — suspeita de dia e ano terrestres variáveis, não conclusivamente demonstrado até meados do séc. XX I Quando foi reconhecido que a rotação da Terra era irregular, o tempo solar médio foi abandonado e introduzido o Tempo de Efeméride (ET, Ephemeris Time), baseado nos movimentos do Sistema Solar (posições relativas à Terra) I Posição de um planeta, visto da Terra, num local especial (e.g. em oposição com o Sol) — acontecimento particular: efeméride I A unidade de segundo de efeméride foi adoptada como sendo 1/31 556 925,9747 do ano tropical para as 12h de 1 de Jan., 1900 Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 71 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Tempo Atómico Internacional, TAI I I Desde 1 Jan. 1958 — A base da contagem do tempo passou a ser o tempo atómico internacional (TAI, International Atomic Time) 1 s (SI) = 9 292 631,770 perı́odos do tempo da transição hiperfina do electrão exterior do átomo de Ce133 no estado neutro I I I Os relógios atómicos medem a frequência da energia das micro-ondas absorvidas ou emitidas no processo de transição com precisão melhor que 1/1014 Precisões para comparação: algumas partes em 1013 para osciladores de quartzo; 1/106 para relógios de pulso e bons relógios de pêndulo O segundo SI foi escolhido para concordar com o segundo efeméride com a precisão disponı́vel na altura da transição Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 72 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Tempo Atómico — Base de Contagem do Tempo I O TAI é, para todos os efeitos cientı́ficos, práticos e legais, a unidade standard de medição de intervalos de tempo em SI, que se aproxima do tempo abstracto absoluto I Existem outros standards (para além do de Ce133 ) — masers de Hidrogénio, dispositivos de armazenamento de iões I Resultados de intercomparação de cerca de 200 standards de frequência em torno do Mundo são combinados para identificar univocamente o intervalo de tempo (o TAI) em que os eventos ocorrem na Terra I O TAI é a base para todas as escalas de tempo de uso geral à superfı́cie da Terra — sinais rádio, sistemas de navegação (incluindo o GPS), etc. Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 73 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Efeitos Relativistas I Teoria da Relatividade — conceito de tempo absoluto é errada (e de espaço também. . . ) I I Relatividade Restrita: Percepção do tempo depende do movimento do observador; observadores em locais diferentes não conseguem concordar no instante exacto dos acontecimentos: as medições dependem do movimento relativo Relatividade Geral: A medição do tempo (incluindo a dos relógios atómicos) é alterada pelos campos gravitacionais em que ela se realiza I Conclusão: O tempo, variável independente das equações da dinâmica do sistema solar, depende do sistema de coordenadas utilizado para escrever essas equações I Alta precisão requerida ⇒ especificar relação entre tempo em referenciais e o TAI, apropriado para uso à sup. da Terra I Diferenças são notadas no Sistema Solar Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 74 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Efeitos Relativistas I Teoria da Relatividade — conceito de tempo absoluto é errada (e de espaço também. . . ) I I Relatividade Restrita: Percepção do tempo depende do movimento do observador; observadores em locais diferentes não conseguem concordar no instante exacto dos acontecimentos: as medições dependem do movimento relativo Relatividade Geral: A medição do tempo (incluindo a dos relógios atómicos) é alterada pelos campos gravitacionais em que ela se realiza I Conclusão: O tempo, variável independente das equações da dinâmica do sistema solar, depende do sistema de coordenadas utilizado para escrever essas equações I Alta precisão requerida ⇒ especificar relação entre tempo em referenciais e o TAI, apropriado para uso à sup. da Terra I Diferenças são notadas no Sistema Solar Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 74 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Efeitos Relativistas I Teoria da Relatividade — conceito de tempo absoluto é errada (e de espaço também. . . ) I I Relatividade Restrita: Percepção do tempo depende do movimento do observador; observadores em locais diferentes não conseguem concordar no instante exacto dos acontecimentos: as medições dependem do movimento relativo Relatividade Geral: A medição do tempo (incluindo a dos relógios atómicos) é alterada pelos campos gravitacionais em que ela se realiza I Conclusão: O tempo, variável independente das equações da dinâmica do sistema solar, depende do sistema de coordenadas utilizado para escrever essas equações I Alta precisão requerida ⇒ especificar relação entre tempo em referenciais e o TAI, apropriado para uso à sup. da Terra I Diferenças são notadas no Sistema Solar Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 74 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Tempos Dinâmicos Terrestre e Baricêntrico Duas escalas de tempo para contar com efeitos relativistas I O Tempo Dinâmico Terrestre (TDT, Terrestrial Dynamical Time) é utilizado para as efemérides geocêntricas (e.g. posições aparentes relativamente ao centro da Terra) I O Tempo Dinâmico Baricêntrico (TDB, Barycentric Dynamical Time) é usado para as efemérides referentes ao centro do Sistema Solar I TDT e TDB diferem por um pequeno termo periódico dependente da teoria relativista utilizada I IAU, 1991: Clarificação das coordenadas de espaço-tempo: cada vez mais precisão com novas definições, relação com grandezas definidas anteriormente incluı́das. . . Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 75 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Contagem do Tempo Definições de tempo sucessivamente mais precisas foram sendo adoptadas I Tempo solar médio, substituı́do por I ET, baseado nas posições planetárias vistas da Terra: eventos celestes marcam o tempo I Tempo Atómico, aumenta a precisão da contagem do tempo, é independente dos movimentos dos astros; torna-se a base da contagem do tempo TDT, substitui ET na contagem do tempo, é a base actual do tempo “abstracto” I I I TDT = TAI + 32,184 s, a diferença é o erro estimado acumulado entre a introdução do TAI e do TDT; deste modo TDT dá continuação a ET TDB, varia por um termo periódico de TDT, para relacionar acontecimentos no referencial do Sistema Solar Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 76 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Contagem do Tempo Definições de tempo sucessivamente mais precisas foram sendo adoptadas I Tempo solar médio, substituı́do por I ET, baseado nas posições planetárias vistas da Terra: eventos celestes marcam o tempo I Tempo Atómico, aumenta a precisão da contagem do tempo, é independente dos movimentos dos astros; torna-se a base da contagem do tempo TDT, substitui ET na contagem do tempo, é a base actual do tempo “abstracto” I I I TDT = TAI + 32,184 s, a diferença é o erro estimado acumulado entre a introdução do TAI e do TDT; deste modo TDT dá continuação a ET TDB, varia por um termo periódico de TDT, para relacionar acontecimentos no referencial do Sistema Solar Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 76 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Contagem do Tempo Definições de tempo sucessivamente mais precisas foram sendo adoptadas I Tempo solar médio, substituı́do por I ET, baseado nas posições planetárias vistas da Terra: eventos celestes marcam o tempo I Tempo Atómico, aumenta a precisão da contagem do tempo, é independente dos movimentos dos astros; torna-se a base da contagem do tempo TDT, substitui ET na contagem do tempo, é a base actual do tempo “abstracto” I I I TDT = TAI + 32,184 s, a diferença é o erro estimado acumulado entre a introdução do TAI e do TDT; deste modo TDT dá continuação a ET TDB, varia por um termo periódico de TDT, para relacionar acontecimentos no referencial do Sistema Solar Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 76 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Contagem do Tempo Definições de tempo sucessivamente mais precisas foram sendo adoptadas I Tempo solar médio, substituı́do por I ET, baseado nas posições planetárias vistas da Terra: eventos celestes marcam o tempo I Tempo Atómico, aumenta a precisão da contagem do tempo, é independente dos movimentos dos astros; torna-se a base da contagem do tempo TDT, substitui ET na contagem do tempo, é a base actual do tempo “abstracto” I I I TDT = TAI + 32,184 s, a diferença é o erro estimado acumulado entre a introdução do TAI e do TDT; deste modo TDT dá continuação a ET TDB, varia por um termo periódico de TDT, para relacionar acontecimentos no referencial do Sistema Solar Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 76 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Contagem do Tempo Definições de tempo sucessivamente mais precisas foram sendo adoptadas I Tempo solar médio, substituı́do por I ET, baseado nas posições planetárias vistas da Terra: eventos celestes marcam o tempo I Tempo Atómico, aumenta a precisão da contagem do tempo, é independente dos movimentos dos astros; torna-se a base da contagem do tempo TDT, substitui ET na contagem do tempo, é a base actual do tempo “abstracto” I I I TDT = TAI + 32,184 s, a diferença é o erro estimado acumulado entre a introdução do TAI e do TDT; deste modo TDT dá continuação a ET TDB, varia por um termo periódico de TDT, para relacionar acontecimentos no referencial do Sistema Solar Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 76 / 84 Contagem do Tempo Medição do Tempo Comentários I Relações entre as várias definições de tempo estão bem estabelecidas I TAI é uma escala de tempo estatı́stica, baseada em muitos relógios atómicos e sujeita a erros sistemáticos na duração do segundo; TDT é um tempo uniforme idealizado; diferença acumulada só relevante por enquanto para avaliação de pulsares de milisegundos de perı́odo I Para anos anteriores a 1955, quando TAI não existia, TDT deve ser extrapolado com a informação disponı́vel. . . Problema complexo e com incertezas Informações adicionais sobre todas estas questões (definições de tempo e não só, relações entre as definições, fórmulas de cálculo, etc.) podem ser encontradas no Explanatory Supplement to the Astronomical Almanac (U.S. Naval Observatory) Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 77 / 84 Contagem do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Calendários I I I I I O calendário em anos, meses, dias, horas, minutos e segundos é o conveniente para a actividade humana É necessário relacionar este tempo, forçado pelas convenções humanas a estar sincronizado com o movimento da Terra, com o Tempo Dinâmico Terrestre, baseado nos processos atómicos Unidade básica de conveniência humana: dia (a alternância dia-noite modela as nossas vidas); o dia é definido por passagens sucessivas do Sol num dado meridiano Dia solar médio, como já visto, serve para remover variações anuais da duração do dia (dia solar aparente) devidas à excentricidade da órbita da Terra e sua inclinação relativamente ao equador do Sol Como meio-dia é uma definição local, é necessário um meridiano de referência para um sistema planetário de tempo (e navegação) Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 78 / 84 Contagem do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Meridiano de Greenwich e Fusos Horários I Meridiano de referência (0 de longitude): Uma marca no observatório de Greenwich (Londres) I Fusos Horários são definidos para as diversas longitudes, 24 zonas de tempo de 15 de longitude; a hora legal dos paı́ses geralmente segue esta divisão, com algumas excepções Fonte: www.infoplease.com Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 79 / 84 Contagem do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Tempo Universal Coordenado I O Tempo Universal Coordenado (UTC, Universal Coordinated Time) é um escala de tempo atómica que se mantém em acordo com o Tempo Universal (UT, ver à frente) que é uma medida da rotação da Terra em torno do seu eixo I A rotação da Terra não é uniforme e a diferença entre TAI e UT aumenta irregularmente cerca de 1 s em cada 18 meses I Segundos de salto exactos são introduzidos ou retirados de UTC (2 vezes por ano, se necessário) para o manter em sintonia com a rotação da Terra, medida relativamente às estrelas I UTC é assim mantido próximo de UT (menos de 1 s) i.e. preciso (atómico) mas de acordo com o calendário I TAI = UTC + ∆AT, I O UTC é a base da contagem do tempo (atómico) civil e legal Paulo J. S. Gil (SMA, IST) ∆AT = número de segundos de salto Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 80 / 84 Contagem do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Tempo Universal I Tempo solar médio no meridiano primeiro (Greenwich), é por definição, o Tempo Universal (UT, Universal Time) I I I UT pode em qualquer instante ser deduzido das observações do movimento diurno das estrelas I I I UT é também denominado Greenwich Mean Time (GMT) ou Zulu Time (Z), usado em navegação Como GMT era usado em observações astronómicas antes de 1925, e foi usado como base para o tempo civil (relacionado com o UTC), este termo deve ser evitado em trabalhos de precisão por ser ambı́guo Observação não corrigida depende do local de observação: UT0 Correcção em longitude independente da observação origina UT1 A variação de UT1 relativamente ao tempo uniforme representa a irregularidade da rotação da Terra I I À parte termos seculares, vários efeitos mal compreendidos e essencialmente não previsı́veis alteram o movimento da Terra Exemplos: acumulação de gelo nas regiões polares, sismos, etc. Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 81 / 84 Contagem do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Data Juliana I Para muitos fins astronómicos é conveniente usar um número contı́nuo de dias, sem adição e subtracção de dias de calendário, o número de dias Julianos I Número inteiro de dias relativo ao meio-dia de Greenwich, inı́cio do dia astronómico quando o sistema foi inventado I Os dias Julianos são extendidos por fracções decimais de dia, resultando na data Juliana (JD, Julian date) I A data Juliana iniciou-se às 12h de 1 Jan. de 4713 A.C. ⇒ JD tem actualmente 7 dı́gitos! I Ex.: JD de 31/12/1984 (⇔ 0/1/1985), às 0h é JD 2 446 066.5 Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 82 / 84 Contagem do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Datas Julianas Modificadas I I JD é um número muito grande e inconveniente quando só estão envolvidas datas recentes — Modificações da data Juliana: Data Juliana Modificada (MJD) introduzida 1957, eliminando os dois primeiros dı́gitos correntes e iniciada às 24h I I I I MJD = JD - 2 400 000.5 MJD 0 = meia-noite de 16 para 17 Nov, 1858 Dia Juliano para o Espaço (JDS, Julian Day for Space): epoch (inı́cio) em 0h UT, 17 Set. 1957 ⇒ JDS = JD - 2 436 099.5 Vantagem extra: foram definidas às 0h. . . TPC: Calcule JD, JDS e MJD das 0h e 12h de hoje Epoch standard recomendado: I J2000.0 = 1.5 Jan 2000 = JD 2 451 545.0 TDB I Tem que ver com definicão de ano Besseliano e Juliano. . . I Mais pormenores no ”Explanatory Supplement”. . . Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 83 / 84 Contagem do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Datas Julianas Modificadas I I JD é um número muito grande e inconveniente quando só estão envolvidas datas recentes — Modificações da data Juliana: Data Juliana Modificada (MJD) introduzida 1957, eliminando os dois primeiros dı́gitos correntes e iniciada às 24h I I I I MJD = JD - 2 400 000.5 MJD 0 = meia-noite de 16 para 17 Nov, 1858 Dia Juliano para o Espaço (JDS, Julian Day for Space): epoch (inı́cio) em 0h UT, 17 Set. 1957 ⇒ JDS = JD - 2 436 099.5 Vantagem extra: foram definidas às 0h. . . TPC: Calcule JD, JDS e MJD das 0h e 12h de hoje Epoch standard recomendado: I J2000.0 = 1.5 Jan 2000 = JD 2 451 545.0 TDB I Tem que ver com definicão de ano Besseliano e Juliano. . . I Mais pormenores no ”Explanatory Supplement”. . . Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 83 / 84 Contagem do Tempo Escalas de Tempo de Rotação e Calendário Datas Julianas Modificadas I I JD é um número muito grande e inconveniente quando só estão envolvidas datas recentes — Modificações da data Juliana: Data Juliana Modificada (MJD) introduzida 1957, eliminando os dois primeiros dı́gitos correntes e iniciada às 24h I I I I MJD = JD - 2 400 000.5 MJD 0 = meia-noite de 16 para 17 Nov, 1858 Dia Juliano para o Espaço (JDS, Julian Day for Space): epoch (inı́cio) em 0h UT, 17 Set. 1957 ⇒ JDS = JD - 2 436 099.5 Vantagem extra: foram definidas às 0h. . . TPC: Calcule JD, JDS e MJD das 0h e 12h de hoje Epoch standard recomendado: I J2000.0 = 1.5 Jan 2000 = JD 2 451 545.0 TDB I Tem que ver com definicão de ano Besseliano e Juliano. . . I Mais pormenores no ”Explanatory Supplement”. . . Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 83 / 84 Bibliografia Bibliografia Comentada * C. Brown Spacecraft Mission Design, 2a ed, AIAA Education Series, AIAA (1998) Livro muito bem feito e claro embora fale apenas do essencial. * Nick Strobel Astronomy Notes, www.astronomynotes.com Excelente sı́tio de Astronomia, muito claro e com boas ilustrações e animações. Também há em livro. * R.P. Bate, D.D. Mueller & J.E. White, Fundamentals of Astrodynamics, Dover (1971) Um clássico muito completo, ainda muito utilizado. * J.M.A. Danby, Fundamentals of Celestial Mechanics, 2a ed, revista e alargada, Willmann-Bell, Richmond, USA (1988) Mais de Mecânica Celeste mas muito bem feito. * V. Chobotov (ed.), Orbital Mechanics, 2a ed, AIAA Education Series, AIAA (1991) Excelente. * T. Logsdon, Orbital Mechanics, Theory and Applications, Wiley (1998) Simpático como introdução. * Gazetteer of Planetary Nomenclature, http://planetarynames.wr.usgs.gov/ Regras para baptismo de objectos celestes e suas caracterı́sticas, nomenclatura, sistemas de coordenadas dos planetas e muito mais. * E.P. Smith & K.C. Jacobs, Introductory Astronomy and Astrophysics, Saunders (1973) Livro bastante claro de introdução a vários assuntos relevantes, nomeadamente conceitos de Astronomia. * Basics of Space Flight, http://www.jpl.nasa.gov/basics/ Excelente sı́tio para se começar a aprender mas mais sobre o sistema solar do que sobre história da Astronomia. * P.K. Seidelmann, Explanatory Supplement to the Astronomical Almanac, U.S. Naval Observatory, (1992) De longe a fonte de informação mais importante sobre definições de referenciais, tempo, etc. Paulo J. S. Gil (SMA, IST) Reconhecimento Celeste IST, LEAero, Satélites 84 / 84