Se cortes no Técnico tivessem sido aplicados ao Estado, não havia

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Educação: Se cortes no Técnico tivessem sido aplicados ao
Estado, não havia défice - Cruz Serra
Lisboa, 20 set (Lusa) - O presidente IST, António Cruz Serra, disse hoje que o instituto que
dirige teve uma quebra de 30 por cento no financiamento público desde 2005, acrescentando
que se o mesmo tivesse acontecido na Administração Pública não haveria défice.
"Este ano, o Técnico terá uma descida de financiamento público de 8,5 por cento. A descida
acumulada desde 2005 é de 30 por cento”, disse o presidente do Instituto Superior Técnico
(IST) na inauguração do Laboratório de Bioengenharia de Células Estaminais e Medicina
Regenerativa, no edifício do Taguspark, em Oeiras.
"Se tivesse havido uma descida de 30 por cento na Administração Pública o país não estava
como está, acredito que não havia défice mas superavit", acrescentou.
Este ano, adiantou, o IST vai ter uma dotação do Estado de 45 milhões de euros, enquanto
as receitas próprias deverão ficar acima dos 60 milhões de euros, dos quais 10 milhões de
propinas.
"Estamos no limite do financiamento", afirmou, num discurso em que disse ter receio que a
crise coloque perturbações às receitas provenientes de entidades que financiam a
investigação e empresas.
Num evento com a presença do secretário de Estado do Ensino Superior, João Filipe Queiró,
o responsável pediu ainda que o ministro das Financas, Vitor Gaspar, tenha cuidado ao fazer
ao ensino superior "proibições em determinadas rúbricas, como a contratação" de recursos
humanos, uma vez que as universidades têm noção do momento que o país atravessa e só o
farão se forem extremamente necessários para projetos.
O presidente do IST deixou ainda críticas ao anterior Governo por ter interrompido o
contrato de financiamento dos módulos D e E do edifício do IST no Taguspark.
"Por isso, o IST teve de financiar com receita própria metade da obra. Gastámos sete
milhões de euros por conta do não cumprimento do contrato pelo Governo anterior", disse
Cruz Serra.
Para a conclusão do laboratório, o IST contou com o apoio do BPI, um contributo
considerado "essencial" pelo presidente do IST.
O BPI e o IST tem atualmente um acordo de parceria de 10 anos.
IM
Lusa/Fim
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