C8 oMatoEstado Grosso do Sul Campo Grande - MS | Quinta-feira, 17 de setembro de 2015 Vida Saudável Abdômen fortalecido Após a gestação, pode ocorrer a chamada diástase, que separa músculos da barriga, causando vários desconfortos Shutterstock/Divulgação Consumo de colágeno pode colaborar para que, durante a gravidez, os músculos da barriga se fortaleçam, evitando a doença após a gestação da mulher Ana Karolyna Resquim A gestação causa muitas mudanças na mente e no corpo das mulheres, e o crescimento abdominal é a modificação mais notável, e que, algumas vezes, pode acarretar em problemas um pouco mais sérios, como a diástase. A diástase é o afastamento dos músculos abdominais e pode atingir até 30% das mulheres após a gestação. A ginecologista e obstetra Kátia Sylvana Beckhauser explica que a diástase acontece quando as duas bandas musculares do abdômen, que deveriam estar próximas, se afastam. “Esse problema pode surgir acompanhado de hérnia umbilical, que é o aumento da abertura do umbigo e deslocamento das alças intestinais”, afirma. Segundo ela, o problema ocorre mais frequentemente em gestantes, mas pode acometer idosos, obesos e pessoas em qualquer situação onde haja aumento do volume abdominal. “A doença pode estar relacionada também à genética, a falta de atividade física, a doenças do colágeno e à alimentação pobre em proteínas”, afirma. Na gestação, a diástase começa a aparecer à medida que o útero cresce. “Não costuma causar sintomas ou dor. Após o nascimento, fica mais evidente, principalmente quando a paciente está deitada e eleva a cabeça, fazendo pressão intra-abdominal e possibilitando que as alças intestinais pressionem a região entre os músculos”, esclarece a médica. Problema pode ser notado a partir do 3º mês de gravidez A ginecologista e obstetra Suely Resende também explica que em gestante, a incidência da diástase é maior no terceiro trimestre da gestação, embora possa ser percebida a partir do segundo trimestre, e que é mais comum em mulheres que já passaram por gestações anteriores. “Os fatores que predispõem uma mulher grávida para uma diástase são gestações múltiplas, obesidade, um bebê grande, excesso de líquido amniótico e idade materna acima de 35 anos”, declara. Segundo ela, os sintomas mais comuns são dores na zona lombar, nádegas, coxas e uma protuberância no meio do abdômen quando se senta ou está em pé. Suely relata que existem algumas formas de prevenir o problema. “Manter o espaçamento entre as gestações em pelo menos dois anos, fazer exercícios físicos que forta- leçam a região abdominal, como pilates, acompanhados de um profissional, corrigir uma má postura e manter uma boa alimentação podem reduzir as chances de desenvolver o problema”, orienta a médica. O diagnóstico é feito, inicialmente, pelo relato da paciente e exame físico. Para saber a extensão do problema e ter mais clareza no diagnóstico, é orientado que se realize uma ultrassonografia ou tomografia computadorizada. O tratamento clínico está indicado com fisioterapeuta ou profissional habilitado para orientar o fortalecimento dos músculos. “Se a gestação causar afastamento dos músculos menor que quatro centímetros, muitas vezes é possível reverter a situação com exercícios físicos em até três meses. Se for maior, pode ser necessária uma cirurgia para unir os lados”, finaliza. (AKR) Mais dicas sobre saúde Dieta Já/Divulgação Dicas de Mulher/Divulgação Cirurgia Em casos em que o afastamento é maior do que 4 cm é necessária a cirurgia, onde faz-se uma aproximação dos músculos, fixando-os pela pele grossa que recobre a musculatura abdominal. Esta cirurgia também é estética. (AKR) Portal Saúde/Divulgação Tratamento Alimentação Uma alimentação cuidadosa e equilibrada ajuda a prevenir a diástase, que também pode ser causada pela desnutrição ou excesso de peso. O consumo de colágeno e de proteínas também ajuda a fortalecer os músculos. (AKR) Uma mãe só deve voltar a praticar esportes após tratamento efetivo. Se iniciar atividades sem estratégias corporais adequadas, a preservação da continência, apoio dos órgãos e da respiração podem causar novas lesões. (AKR)