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Dengue pode ser mais perigosa para pessoas obesas
Por Dr.Marchesini | Publicado dia 18/07/2014 às 04h48
A obesidade pode ser considerada um fator de risco em pacientes picados pelo mosquito Aedes Aegypti. Isso
porque o excesso de peso quase sempre agrega outras condições de saúde que potencializam os danos de
qualquer infecção como, exemplo, a pressão alta, o colesterol desequilibrado e as alterações no funcionamento
do coração.
Este quadro clínico pode agravar os sintomas da dengue, Zika e Chikungunya que são a desidratação e a
dificuldade na circulação do sangue.
“O risco de o paciente entrar em choque é maior nestas condições. Por isso, os médicos que recebem os
cardíacos e os obesos mórbidos com suspeita de dengue precisam ficar alertas”, afirma o especialista em
obesidade, cirurgião Caetano Marchesini.
AGRAVANTES – Segundo informações do Ministério da Saúde, o maior número de óbitos por dengue no
Brasil está entre os pacientes que possuem alguma doença pré-existente. Isso porque a dengue pode agravar
doenças como hipertensão, diabetes, problemas cardíacos e respiratórios pelo fato de que propicia uma baixa da
defesa do organismo em sua fase mais crítica.
Segundo Marchesini, pessoas que possuem doenças pré-existentes devem procurar imediatamente um médico
ao identificar qualquer sintoma da dengue, Zika e Chikungunya entre eles, febre, dores no corpo, nos olhos e
nas articulações. “No caso de pacientes hipertensos contraírem a dengue, é necessária hidratação com controle
rigoroso da pressão arterial”, reforça o cirurgião.
A médica e clínica geral, Mirella Massolo, explica que vítimas da dengue - doença transmitida por mosquito e
que pode ser letal - sofrem da chamada permeabilidade vascular, em que há vazamento dos vasos sanguíneos
para os tecidos adjacentes, provocando dificuldades respiratórias e complicações em órgãos vitais, como
cérebro, fígado e rins.
Esses sintomas em indivíduos com sobrepeso indicam maior risco. “Alguns estudos indicam que em pessoas
com índice de massa corporal elevado, seus capilares são intrinsecamente mais propensos a vazarem, o que é
agravado numa infecção por dengue”, enfatiza Mirella.
Ela reforça a importância do acompanhamento periódico e da dosagem de medicamentos para doenças préexistentes. "É uma recomendação fundamental, assim como evitar a automedicação, especialmente, o uso de
anti-inflamatórios e procurar o médico assim que constatar sintomas das doenças transmitidas pelo Aedes
Aegypti", finaliza Mirella.
Para evitar a dengue o ideal é combater os focos de acúmulo de água e locais propícios para reprodução do
mosquito transmissor, usar repelentes e roupas que evitem exposição de pele e evitar lugares conhecidos como
áreas endêmicas.
EPIDEMIA - O número de casos de dengue no Brasil este ano já é 52,3% maior do que o do mesmo período de
2015, ano que teve a maior epidemia de dengue da história do país. Nas primeiras oito semanas do ano, houve
396.582 casos prováveis de dengue, segundo o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. Até
hoje, segundo o Instituto Pasteur, já foram registrados, 1,5 milhão de casos no Brasil, principal foco da
epidemia.
O Aedes é um mosquito que atua somente durante o dia. Seus ovos são muito resistentes, sobrevivendo vários
meses num local seco. A chegada de água propicia a incubação dos ovos, que rapidamente se transformam em
larvas que dão origem às pupas, das quais surge o adulto.
Sintomas da dengue são de início os comuns de uma virose e que piora: febre por vários dias, dores de cabeça,
dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas juntas, prostração e vermelhidão no corpo. A forma
hemorrágica se inicia igual a dengue clássica e depois de alguns dias, piora com hemorragias nasais, gengivais,
urinárias, gastrointestinais ou uterinas levando ao risco de choque e até a morte, por queda acentuada das
plaquetas e inflamação dos vasos sanguíneos.
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