anatomia da faringe

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Prof. Waldir Carreirão Filho
ANATOMIA DA BOCA
A boca é dividida em 2 segmentos: Vestíbulo oral
Cavidade oral propriamente dita
VESTÍBULO ORAL – corresponde ao espaço situado entre os lábios e
externamente, e os dentes e gengiva internamente.
a mucosa jugal
Como elemento anatômico importante temos o ducto excretório da glândula salivar parótida
Canal de Stenson que desemboca na mucosa jugal ao nível do segundo molar superior.
CAVIDADE BUCAL PROPRIAMENTE DITA –comunica-se posteriormente com o ístimo das
fauces (bordo livre do palato mole e o pilar anterior da loja amigdaliana)
O teto da cavidade bucal é formado pelo palato mole e palato duro.
O assoalho da cavidade bucal é preenchido pela língua que possui na sua porção inferior uma
prega mediana chamada frênulo lingual com desembocadura em seu lado do canal de
Wharton que é o ducto excretorio da glândula salivar submandibular.
A cavidade bucal é preenchida por um órgão eminentemente muscular , a língua.
A inervação motora da língua é dada pelo nervo hipoglosso.
A inervaçao sensitiva da língua: 2/3 anteriores - nervo facial(corda do tímpano)
1/3 posterior - nervo glossofaringeo
As papilas gustativas da língua são de três tipos:
FILIFORMES
– mais numerosas e disseminadas pelo dorso oral da língua
FUNGIFORMES – localizadas na ponta e bordas da língua
CALICIFORMES – em forma de V invertido localizadas na parte posterior da língua
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3
ANATOMIA DA FARINGE
A faringe é a porção do tubo digestivo situada posteriormente às cavidades nasais, boca e
laringe, anteriormente à coluna cervical e inferiormente à base do crânio (apófise basilar,
corpo do occipital e corpo do esfenóide). É um tubo musculomembranoso que se estende
da face inferior do crânio até o nível da cartilagem cricóide ventralmente, e da sexta
vértebra cervical dorsalmente. Ao nível da cartilagem cricóide e sexta vértebra cervical, a
faringe e a laringe terminam, e se iniciam a traquéia e o esôfago.
A cavidade da faringe tem cerca de 12,5cm de comprimento e é mais larga no sentido
transversal que no sentido antero-posterior. Sua maior largura situa-se imediatamente
abaixo da base do crânio onde se projeta lateralmente atrás do óstio faringeo da tuba
auditiva, formando o recesso faringeo (=Fosseta de Rosenmuller). O ponto mais estreito da
faringe está em sua terminação no esôfago.
A. Limites da faringe:
 superiormente é limitada pelo corpo do esfenóide e porção basilar do osso occipital;

inferiormente continua-se com o esôfago;
posteriormente está separada da parte cervical da coluna vertebral e da fascia prévertebral que recobre os músculos longo do pescoço e longo da cabeça por uma fenda
fascial;

anteriormente é incompleta e insere-se sucessivamente na lâmina medial do processo
pterigóide, na rafe pterigomandibular, na mandíbula, língua, osso hióide e cartilagems
tiróide e cricóide;

lateralmente está unida ao processo estilóide e seus músculos e em contato com as
artérias carótidas comum e interna, veias jugulares internas, nervos glossofaringeo, vago e
hipoglosso, troncos simpáticos e pequenas porções dos músculos pterigoideos mediais.

Sete cavidades comunicam-se com a faringe: as duas cavidades nasais e a boca
anteriormente, as duas cavidades timpânicas lateralmente e a laringe e o esôfago
inferiormente.
A cavidade da faringe pode ser subdividida em 3 partes: nasal, oral e laríngea.
A parte nasal da faringe (=cavum = nasofaringe) situa-se posteriormente ao nariz e
acima do nível do pálato mole; difere das partes oral e laríngea porque sua cavidade
permanece sempre aberta. Anteriormente, comunica-se com as cavidades nasais através
das coanas. Em sua parede lateral situa-se o óstio faringeo da tuba auditiva , limitada
posteriormente pelo torus tubário, uma proeminência causada pela protrusão, sob a
mucosa, da extremidade medial da cartilagem da tuba. Uma prega vertical da mucosa, a
prega salpingofaringea, estende-se para baixo, a partir do torus, e contém o músculo
salpingofaringeo. Uma segunda prega, menor, a prega salpingopalatina, estende-se da
parte superior do torus ao pálato. Posteriormente ao óstio da tuba auditiva, a prega
salpingofaringea delimita com a parede da faringe um recesso profundo, o recesso faringeo
(=Fossa de Rosenmuller); é nesta região da prega e do recesso que nódulos linfáticos
difusos presentes no interior da mucosa vão formar a amigdala tubária (=amigdala de
Gerlach). Na parede postero-superior da nasofaringe identifica-se uma saliência também

4
constituída de tecido linfóide, conhecida como amigdala faringea (=adenóide = amigdala
faríngea de Luschka). Particularmente no primeiro e segundo anos de vida, a adenóide
pode se hipertrofiar em uma massa considerável (vegetação adenóide), chegando ao seu
tamanho máximo aos 4 a 7 anos e iniciando sua regressão aos 12-13 anos de vida. Acima
da amigdala faringea, na linha mediana, pode ocorrer uma depressão irregular da mucosa
estendendo-se superiormente até o processo basilar do osso occipital; a essa depressão,
damos o nome de bolsa faringea.
A parte oral da faringe (orofaringe) estende-se do pálato mole, superiormente, até a
epiglote ou o osso hióide inferiormente. Anteriormente, a orofaringe comunica-se com a
boca, através do istmo da garganta, e em suas paredes laterais, localizada entre os arcos
palatoglosso e palatofaringeo, pode-se identificar outra estrutura linfóide pertencente ao
anel linfático de Waldeyer: as amigdalas palatinas.

A parte laríngea da faringe (hipofaringe) estende-se do osso hióide à borda inferior da
cartilagem cricóide, onde se continua com o esôfago. As diversas estruturas musculares e
fácias formam espaços chamados espaços parafaríngeos, que tem importância na
propagação de infecções e crescimento tumoral. São eles:


A) Posterior: Espaço Retrofaríngeo, que se comunica com o mediastino posterior

B) Lateral: Espaço Maxilofaríngeo, que é dividido em:
- Loja Parotídea, que se comunica com a fossa pterigomaxilar.
- Espaço Paraamigdaliano, em relação direta com a parede faríngea, ligando entre sí os
diversos espaços.
- Espaço Retroestilóideo, é mais posterior, sendo atravessado pela carótida interna,
externa, jugular interna, n.glossofaríngeo, gânglio cervical superior do simpático.
B. Estrutura da faringe
A faringe é composta de 3 camadas: mucosa, fibrosa e muscular.
A túnica mucosa é contínua com a que reveste as cavidades nasais, a boca, as tubas
auditivas e a laringe. A parte nasal da faringe é revestida por epitélio cilíndrico ciliado e nas
porções oral e laríngea, o epitélio é pavimentoso estratificado. Na lâmina própria são
encontradas glândulas mucosas salivares acessórias e tecido linfóide, especialmente
numerosos, como já anteriormente citado, na parte cranial da faringe, em torno dos óstios
das tubas auditivas (=amigdala tubária).
A aponeurose faringea, ou camada fibrosa, situa-se entre as camadas mucosa e muscular;
é espessa superiomente onde as fibras musculares são escassas e à medida em que
desce, diminui de espessura gradualmente. A camada fibrosa é formada pelas fascias
faringobasilar e bucofaringea. A primeira se origina na base do occipital e se extende
horizontalmente ao longo da porção petrosa do temporal até o canal carotídeo, aonde se
deflete para alcançar a lâmina pterigoidea medial e a rafe pterigomandibular. A fascia
bucofaringea é uma reflexão da camada média da fascia cervical profunda; se origina na
base do crânio e se extende inferiormente para se fundir com as fascias visceral e prétraqueal. Uma forte faixa fibrosa insere-se no tubérculo faringeo, na face inferior da porção
basilar do osso occipital, e forma a rafe mediana, que serve para a inserção dos 3 músculos
constrictores da faringe.
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Músculos da faringe:
1. m. constrictor inferior
2. m. constrictor médio
3. m. constrictor superior
4. m. cricofaringeo
5. m. estilofaringeo
6. m. salpingofaringeo
7. m. Palatofaringeo
1. O músculo constrictor inferior da faringe, o mais espesso dos 3 constrictores,
origina-se da parte lateral da cartilagem cricóide no intervalo entre o m. cricotiroideo,
anteriormente, e a faceta articular para o corno inferior da cartilagem tiróide posteriormente.
Tem sua origem ainda, da linha oblíqua, na face lateral da lâmina da cartilagem tiróide e do
corno inferior. Destas origens, as fibras estendem-se em direção dorsal e medial para
inserirem-se com o músculo do lado oposto na rafe fibrosa da linha mediana posterior da
faringe. As fibras inferiores são horizontais e contínuas com as fibras circulares do esôfago;
as demais sobem, aumentando de obliquidade, e se sobrepõem ao m. constrictor médio.
2. O músculo constrictor médio da faringe é um músculo em forma de leque, menor
que o precedente. Origina-se de toda a extensão da borda superior do corno maior do osso
hióide, do corno menor e do ligamento estilo-hioideo. As fibras divergem a partir de sua
origem: as inferiores descem, sob o constrictor inferior, as médias passam
transversalmente, e as superiores sobem e se sobrepõem ao constrictor superior. Inseremse na rafe fibrosa mediana posterior e unem-se na linha mediana com o músculo do lado
oposto.
3. O músculo constrictor superior da faringe é quadrilátero, mais fino e pálido que os
outros dois. Origina-se do terço inferior da margem posterior da lâmina medial do processo
pterigóide, da rafe pterigomandibular, do processo alveolar da mandíbula, acima da
extremidade posterior da linha milo-hiodea e, por umas poucas fibras, da parte lateral da
língua. As fibras curvam-se posteriormente (inferiomente e superiormente) para inseriremse na rafe mediana, prolongando-se por meio de uma aponeurose até o tubérculo faringeo,
na porção basilar do osso occipital. As fibras superiores curvam-se por baixo do levantador
do véu palatino e da tuba auditiva. O intervalo entre a borda superior do músculo e a base
do crânio é fechado pela aponeurose faringea, conhecido como seio de Morgagni.
4. O músculo cricofaringeo está localizado ao nível da cartilagem cricóide e é formado
por fibras do m. constrictor inferior da faringe e fibras musculares transversas do esôfago.
5. O músculo estilofaringeo, longo e delgado, origina-se do lado medial da base do
processo estilóide, dirige-se para baixo, lateralmente à faringe, entre os constrictores
superior e médio, e expande-se sob a mucosa. Algumas de suas fibras se perdem nos
músculos constrictores, enquanto outras, juntando-se com o palatofaringeo, inserem-se na
borda posterior da cartilagem tiróide. O nervo glossofaringeo corre lateralmente a este
músculo e cruza-o para inervar o terço posterior da língua.
6. O músculo salpingofaringeo origina-se da parte inferior da tuba auditiva próximo ao
seu óstio; dirige-se para baixo e mistura-se com o fascículo posterior do palatofaringeo.
7. O músculo palatofaringeo já foi anteriormente citado.
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C. Inervação motora da faringe
Os músculos constrictores superior e médio, o m. salpingofaringeo e o m. cricofaringeo são
inervados por ramos do X e XI que compoem o plexo faringeo; o m. constrictor inferior por
ramos do laringeo externo e do recorrente (ramos do n. vago), e o músculo estilofaringeo
pelo nervo glossofaringeo.
observação: o plexo faringeo é formado por ramos do IX, X, e XI pares cranianos, e contém
fibras motoras, sensitivas e parasimpáticas que vão inervar o pálato e a faringe.
O intervalo entre a base do crânio e o músculo constrictor superior da faringe é ocluído pela
fascia faringobasilar. Ainda neste intervalo, podemos identificar as artérias faringea
ascendente (ramo da a.carótida externa) e palatina ascendente (ramo da a. facial), e os
músculos tensor e elevador do véu palatino, os quais se originam da fossa pterigóide -entre
as lâminas pterigoideas lateral e medial- e se inserem no pálato mole.
O espaço existente entre os músculos constrictor superior e médio da faringe é preenchido
pelo músculo estilofaringeo, nervo glossofaringeo e a. lingual.
Entre os músculos constrictores médio e inferior da faringe encontra-se a membrana
tireohioidea, a qual é perfurada pela veia e artéria laringea superior (ramo da a. tireoidea
superior) e nervo laringeo interno (ramo do nervo laringeo superior, que por sua vez é ramo
do n. vago).
O intervalo entre o músculo constrictor inferior e o esôfago é cruzado apenas pelo feixe
vasculo nervoso formado pela veia e artéria laringea inferior (ramo do tronco tireocervical) e
nervo laringeo recorrente (ramo do nervo vago).
A porção do esôfago mais relacionada com a deglutição é o terço superior, que apresenta o
músculo cricofaríngeo, na transição faringo esofágica, funcionando como esfíncter superior
do esôfago. A inervação do esôfago é dada pelo n. laríngeo recorrente.
D. Irrigação da faringe

Arterial
a) Porção Inferior, irrigada principalmente pela a. tireoidea superior, e alguns ramos da
inferior.
b) Porção Superior, irrigada pela a. faringéia ascendente, e ramo faringeo da tiroidea
superior.

Venosa
Plexo faríngeo, drenando para jugular inferior, ou tributárias (facial e lingual).

Linfática
Linfonodos cervicais profundos.
II.
FISIOLOGIA DA FARINGE
A faringe participa da função respiratória, dando passagem às correntes aéreas
inspiratória e expiratória, da função fonatória, fazendo parte do pavilhão de ressonância
faringobuconasal, e ainda desempenha função primordial na deglutição dos alimentos.
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O processo de deglutição compreende uma fase inicial voluntária e uma fase posterior
reflexa, e portanto, involuntária.
A fase reflexa da deglutição, ou também denominada fase faringea, é mediada pelo tronco
cerebral, ao nível da formação reticular, imediatamente adjacente ao centro respiratório e
sofre também influência de comando cortical, cujo substrato neurológico ainda não é
claramente compreendido.
Para melhor compreensão da fisiologia da deglutição podemos dividi-la em 3 estágios que
seguem:
Estágio 01
Durante o primeiro estágio da deglutição, o bolo alimentar é impelido para trás, em direção
à fauce, pela pressão da língua contra o pálato duro, ao mesmo tempo em que a base da
língua se retrai e o osso hióide e a laringe elevam-se junto com a faringe. São os músculos
supra-hioideos (digástrico, estilohioideo, geniohioideo e milohioideo), que ao se contrairem
elevam diretamente o osso hióide, e indiretamente a laringe.
Estágio 02
Diferentemente do primeiro estágio, o estágio 02 é reflexo, absolutamente involuntário. Na
medida em que o bolo alimentar é empurrado contra o pálato mole, os músculos elevador e
tensor do véu palatino se contraem elevando e deixando o pálato mole mais tenso, ocluindo
a nasofaringe e portanto impedindo o refluxo do bolo alimentar. A contração do m. tensor
do véu palatino promove ainda, abertura da tuba auditiva. Simultaneamente, o istmo da
fauce é estreitado pela contração dos músculos palatoglosso e palatofaringeo. O músculo
palatofaringeo, por sua contração, ainda traciona a faringe acima do bolo alimentar,
aproximando-a do pálato, e a úvula fecha o pequeno espaço entre eles, contribuindo para
que não haja refluxo para a rinofaringe. Os músculos estilofaringeos, muito mais afastados
um do outro na origem do que na sua inserção, tracionam os lados da faringe para cima e
lateralmente, aumentando assim seu diâmetro transverso. O m. palatofaringeo forma um
plano inclinado, dirigido obliquamente para baixo e para trás, o que auxilia na condução do
bolo alimentar para a parte inferior da faringe.
A entrada da laringe é fechada pelo deslocamento das cartilagens aritenóides de encontro
ao tubérculo da epiglote, movimento este produzido pela contração dos músculos
tiroaritenoideos, aritenoideos, ariepiglóticos e tiroepiglóticos. É importante observar que o
fechamento da via aérea somente se mantém durante o tempo em que o alimento está
passando pela hipofaringe, e cessa assim que o alimento chega ao esôfago.
Logo que o bolo alimentar chega à faringe, os músculos levantadores relaxam-se, a faringe
desce, e os constritores contraem-se sincronicamente sobre o bolo alimentar conduzindo-o
para baixo, ao esôfago. O peristaltismo faringeo é responsável pelo clareamento do
alimento localizado em valéculas, e no seio piriforme.
Estágio 03
Este estágio é essencialmente esofágico, e se inicia com a passagem do bolo alimentar
pelo espaço cricofaringeo. Assim que a musculatura constrictora da faringe se relaxa, o
músculo cricofaringeo se contrai, garantindo que não haja refluxo do alimento do esôfago
para a faringe. O músculo cricofaringeo, tem a função, portanto, de esfincter funcional
superior do esôfago. A propulsão do alimento através do esôfago em direção ao estômago
depende do movimento peristáltico da musculatura esofágica, a qual é do tipo estriada
superiormente e lisa inferiormente.
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III.
IMUNOLOGIA DA FARINGE
O tecido linfóide localizado na faringe constitui o anel linfático de Waldeyer, entidade
bastante complexa e que abrange migdalas palatinas, faríngeas, lingual, tubárias, assim
como pequenos nódulos linfóides na paarede posterior da faringe. Tais estruturas linfóides
são capazes de reconhecer antígenos.
A imunologia das amígdalas e das adenóides é bastante complexa, apresentando
implicaçes clínicas específicas. Estes órgãos são os únicos envolvidos tanto na imunidade
local quanto na produção de anticorpos do sistema imune. A infecção crônica de
amígdalas e de adenóides pode resultar em produção local de anticorpos, em alterações
nos níveis de linfócitos T ou B ou mesmo de imunoglobulinas. Em contraste com os
linfonodos, as amígdalas e adenóides não possuem linfáticos aferentes, mas um epitélio
especializado que tem importante função na apresentação e no processamento de
antígenos. Pequenas quantidades de antígenos são captados, fagocitados, e destruídos
parcialmente por macrófagos. A substancia antígena é transpotada através das células
reticulares(criptas) por células M e células processadoras de antígenos (APC). Estes
antígenos são então transportados ao centro germinativo do folículo linfóide, onde ocorre
resposta das células B e T. Os linfócitos T se ativam e sofrem uma transformação blástica,
estimulando a formação de linfócitos B, que se transformam em plasmócitos e secretam
anticorpos. Após contato com diferentes antígenos, tais células adquirem receptores de
reconhecimento específicos, resultando em produção de imunoglobulinas, em expansão da
memória de clones ou em migração de células B de capilares de sítios distantes. Os
linfócitos mais maduros se encontram na periferia do folículo, adjacente ao epitélio da
cripta, tendo provavelmente, ação na imunidade local, responsável pela regulação
antimicrobiana da orofaringe.
No compartimento extracelular, há praticamente dois tipos de linfócitos T: helper (Th) e o
supressor (Ts). Eles estão envolvidos na regulação da resposta humoral (célula B).
Aproximadamente 2/3 dos linfócitos T de adenóides e amigdalas são Th e sua ativação
normalmente resulta em resposta humoral do tipo monoclonal. Esta modalidade de
resposta imunológica é específica em relação a determinado antígeno e, portanto, costuma
ser eficiente no controle de infecções. Contudo em algumas situações (como em infecção
pelo Vírus Epstein-Barr), pode ocorrer uma proliferação de Ts, que se relaciona com
ativação policlonal (não específica) dos linfócitos B, resultando persistência de patógenos
potencialmente infectantes. A presença de tais patógenos pode causar estimulação
antigênica constante, resultando em maior proliferação de células B e em amígdala
hipertrofiada e cronicamente infectada.
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SEMIOLOGIA DA BOCA E FARINGE
Dois sintomas maiores são motivos de queixa dos pacientes com doenças na faringe:
Disfagia e Odinofagia
Disfagia que é a dificuldade na deglutição ou perda na progressão ordenada do alimento
da boca para o estômago. Quando a disfagia é mais importante para os sólidos do que
líquidos uma causa obstrutiva é provável. A anamnese é muito útil na localização da causa
do problema. Em geral disfagia orofaríngea é referida na área cervical superior e a disfagia
esofágica na área supra ou substernal. Quadro de refluxo nasal, inabilidade para iniciar a
deglutição e a aspiração sugerem origem alta. Aqui o exame físico é muito importante:
observação de defeitos congênitos, cirúrgicos ou traumáticos no soalho bucal, língua ou
palato; achados de paralisia do IX, X, XI, XII ou outros déficits neurológicos ou a descoberta
de um processo inflamatório completa a investigação. Se o diagnóstico não é esclarecido
um exame contrastado com bário, ou esofagoscopia pode ser necessário.
Dor e desconforto torácico (incluindo pirose) são mais sugestivos de disfagia de origem
esofágica. Nesta área o exame físico é de menor benefício, mas pode ser importante na
avaliação geral do paciente. Exames radiológicos tipo contrastado com bário, e endoscopia
são muito úteis.
Além disto o clínico astuto deve inquirir sobre desordens gastrointestinais, perda de peso,
uso de medicações, álcool, história familiar, pneumonias de repetição (aspiração), refluxo
nasal, hipernasalidade vocal.
Odinofagia que é a dor a deglutição, constitui-se um sintoma bastante freqüente nos
processos inflamatórios, infecciosos e tumorais da região da faringe.
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A tosse pode estar presente nas doenças da faringe, podendo inclusive em alguns casos
ser rebelde aos tratamentos clínicos usuais, tendo-se que ter em mente que pode ser
devida a utilização dos inibidores da ECA, usados como anti-hipertensivos, que induzem a
tosse prolongada e refrataria ao uso de anti-histamínicos.
O exame da boca e da orofaringe denominamos orofaringoscopia ou simplesmente
oroscopia.
Para a realização da orofaringoscopia temos que recorrer a uma fonte de iluminação
artificial(foco) e ao abaixador de língua para auxiliar no exame. O abaixador de língua
nunca deve tocar o terço posterior da língua e a parede posterior do orofaringe, pois
desencadeiam o reflexo nauseoso.
Crianças maiores de 6 meses de idade devem ser examinadas preferentemente no colo da
mãe. Ambientes de penumbra favorecem a realização do exame.
Tipos anatômicos de amígdalas palatinas
a. amígdalas hipertróficas –fazem acentuada saliência na loja amigdaleana
b. amígdalas pediculadas – fazem discreta saliência na loja amigdaleana
c. amígdalas atróficas – que podem ser de dois tipos:
- amígdalas encastoadas - que estão bridadas pelo pilar anterior
- amígdalas intravélicas - que parecem não existir e só são visíveis pelo reflexo nauseoso.
Em relação as amígdalas devemos observar tipo anatômico, diversas reações
inflamatórias, presença ou não de exsudatos, ulcerações, pseudomembranas, placas
mucosas ou formações tumorais.
A expressão da amígdala palatina está indicada na suspeita de infecção crônica da mesma
e é realizada com auxilio de um segundo abaixador de língua, comprovando a saída de
exsudato purulento.
Na inspeção da parede posterior do orofaringe no estado patológico podemos encontrar
pequenas granulações linfóides que quando aumentadas de volume e de numero e
hiperemiadas constituem a faringite granulosa crônica
na paralisia do véu palatino observamos não elevação do véu e voz anasalada.
A paralisia unilateral dos músculos constrictores da faringe caracteriza o sinal da cortina
O nasofaringe é observado pela rinoscopia posterior(visualização indireta através da
boca, com auxilio de espelho plano), da nasofaringoscopia (visualização direta das fossas
nasais e cavum através de sistema ótico que pode ser rígido ou flexível, constituindo-se um
exame que proporciona grande riqueza de detalhes) , ou da radiografia simples de perfil do
cavum (raio X de cavum) para individualização das vegetações adenóides. No raio X de
cavum a criança deve estar de boca fechada e em inspiração. A nasofibroscopia em
crianças, está indicada principalmente naquelas que apresentam dados cllinicos que
apontam para obstrução nasal crônica e o raio x de cavum se torna insuficiente para
confirmar o diagnostico de hipertrofia adenoideana, para uma segura indicação cirúrgica.
Para o exame do hipofaringe usamos a laringoscopia indireta, e a videolaringoscopia,
onde devemos observar a base da língua, os seios pirirformes e as fossetas
glossoepigloticas.
Toda exploração da faringe tem que ser seguida de uma palpação dos linfonodos
cervicais.
Os gânglios subangulomandibulares drenam as amígdalas palatinas.
A cadeia cervical posterior drena o nasofaringe. Temos ainda os gânglios submandibulares,
os submentonianos, e a cadeia cervical anterior.
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OUTROS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA FARINGE
1. DEGLUTOGRAMA/FARINGOGRAFIA
Indicações:
- Alterações da motilidade
- Aspiração
- Disfagia
- Doença Neuromuscular
- Tumores
- Traumas com Suspeita da Fístula
- Corpos Estranhos
2. ESOFAGOSCOPIA
Este método diagnóstico permite avaliar visualmente as estruturas envolvidas na
deglutição, podendo demonstrar uma série de alterações envolvidas em sua função normal.
O exame pode ser realizado sob anestesia local, ou geral, utilizando-se de esofagoscópios
rígidos ou flexíveis.
A esofagoscopia pode ser utilizada terapeuticamente para retirada de corpos estranhos, e
para dilatação de constricções. Podemos utilizar dilatadores pneumáticos ou velas de
dilatação sequenciadamente
3. RADIOISÓTOPOS
Muito útil na avaliação do trânsito esofagiano ou cintigrafia dinamica do esôfago .
Consiste no registro sequencial em intervalos de tempo curtos (0.8-1s) da progressão do
conteúdo radioativo através do esofago, desde sua passagem faringoesofagiana até o
estômago, sendo o registro observado em vídeo câmera ou fotografias.
Tendo indicação na avaliação de compressões extrínsecas, intrínsicas com alteração da
luz, fístulas traqueo esofágicas, e refluxo gastro esofágico.
4.TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
INDICAÇÕES

TUMORES

TRAUMAS

ABSCESSOS.
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