PLACENTA E ANEXOS EMBRIONÁRIOS Prof. Dr. Wellerson Rodrigo Scarano Prof. Adjunto da Disciplina de Embriologia PLACENTA E ANEXOS Início da implantação embrioblasto trofoblasto 1 PLACENTA E ANEXOS -Após a adesão, o trofoblasto se diferencia em: Citotrofoblasto Sinciciotrofoblasto sinciciotrofoblasto citotrofoblasto O sincício produz enzimas proteolíticas, as quais possibilitam a implantação. PLACENTA E ANEXOS 2 PLACENTA E ANEXOS Embrião/feto: precisa do corpo da mãe para - obter O2 e nutrientes - eliminar produtos da excreção placenta e membranas fetais PLACENTA E ANEXOS Interface feto-materna: - PLACENTA - CÓRION trofoblasto - ÂMNIO epiblasto - amnioblastos - VESÍCULA UMBILICAL (Saco Vitelino) - ALANTÓIDE ANEXOS Desenvolvem-se a partir do zigoto, mas não fazem parte do embrião. 3 PLACENTA Definição local básico das trocas de nutrientes e gases entre a mãe e o filho Órgão materno-fetal Forma discóide (do gr. plakuos =bolo chato) PLACENTA Definição • Quando a termo: de 15-20cm; espessura de 2-3cm; pesa de 500-600g • Placenta e cordão umbilical - sistema de transporte: - nutrientes e O2 do sangue materno para o fetal, - excretas e CO2 do sangue fetal para o materno 4 PLACENTA Definição • Cresce em tamanho e espessura até 18ª sem • Totalmente desenvolvida cobre de 15 a 30% do endométrio • Pesa 1/6 do feto PLACENTA E ANEXOS Constituição •PORÇÃO FETAL SACO CORIÔNICO (mesoderma extraembrionário somático; citotrofoblasto e sincíciotrofoblasto CÓRION •PORÇÃO MATERNA ENDOMÉTRIO (decídua basal) 5 PLACENTA E ANEXOS Constituição córion -Mesoderme extraembrion. -Citotrofoblasto -Sinciciotrofoblasto 11 PLACENTA E ANEXOS Estrutura - Decídua Após implantação do embrião céls. endométrio modificam-se pela reação decidual DECÍDUA (do lat. Deciduus, que se desprende) = endométrio gravídico. Termo referente a camada funcional do endométrio 6 PLACENTA E ANEXOS Estrutura - Decídua - Decídua Basal forma o componente materno da placenta - Decídua Capsular situada entre o embrião/feto e a luz do útero; cobre o feto - Decídua Parietal todo o restante da mucosa uterina PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento do Córion Durante as 2ª e 3ª semanas: - rápida proliferação do sincíciotrofoblasto - desenvolvimento do saco coriônico - desenvolvimento das VILOSIDADES CORIÔNICAS Final da 3ª semana: - arranjo anatômico necessário para as trocas fisiológicas entre mãe e embrião/feto 7 PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento – vilosidades coriônicas Componente fetal da placenta = córion na região da decídua basal este aparece com grandes projeções = VILOSIDADES CORIÔNICAS. - sendo chamado de córion viloso ou córion frondoso PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento – vilosidades coriônicas Vilosidade primária Placa coriônica 8 PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento – vilosidades coriônicas PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento – vilosidades coriônicas 9 PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento – vilosidades coriônicas PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento – vilosidades coriônicas • Capilares das vilosidades fundem-se • final 3ª sem: o sangue do embrião começa a fluir lentamente por estes capilares coriônicos = TROCAS MATERNO-FETAIS 10 PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento – vilosidades coriônicas • final da 4ª sem: rede vascular completa já se estabeleceu na placenta, facilitando as trocas gasosas, nutricionais e de produtos de excreção PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento – vilosidades coriônicas • células do citotrofoblasto proliferam e se estendem pelo sincício isso forma uma capa de citotrofoblasto que envolverá todo o saco coriônico 11 PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento – vilosidades coriônicas vilosidades-tronco ou de ancoragem: se prendem no endométrio através da capa citotrofoblástica PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento – vilosidades coriônicas vilosidades ramificadas ou terminais: crescem do lado das vilosidades-tronco. É o local da maior parte da troca de material entre mãe e feto. São banhadas pelo sangue materno nos espaços intervilosos 12 PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento – vilosidades coriônicas Vilosidades associadas à decídua basal aumentam córion viloso rapidamente em número, ramificam-se e córion liso crescem formando o CÓRION VILOSO PLACENTA E ANEXOS Desenvolvimento – vilosidades coriônicas córion liso córion viloso 13 PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS Composição parte materna DECÍDUA BASAL endométrio + parte fetal CÓRION VILOSO = Vilosidades (sincício e citotrofoblasto) PLACENTA PLACENTA E ANEXOS Composição 14 PLACENTA E ANEXOS Circulação Placentária Nos espaços entre a placa coriônica e espaços intervilosos • o sangue materno penetra pelas artérias endometriais • é drenado pelas veias espiraladas, • as vilosidades tronco e ramificadas são banhadas continuamente pelo sangue materno PLACENTA E ANEXOS Circulação Placentária 15 PLACENTA E ANEXOS Circulação Placentária • Vil. coriônicas ramificadas criam uma superfície de troca de substâncias que cruzam a MEMBRANA PLACENTÁRIA = entre a circulação do feto e da mãe PLACENTA E ANEXOS Circulação Placentária • MEMBRANA PLACENTÁRIA: - formada por: sincíciotrofoblasto, citotrofoblasto, mesênquima das vilosidades e endotélio dos capilares fetais - com o avanço da gravidez, torna-se mais delgada e muitos capilares ficam mais próximos do sincício Avanço da gravidez 16 PLACENTA E ANEXOS Circulação Placentária Membrana placentária - São conjuntos de tecidos extrafetais que separam o sangue materno do sangue fetal Constituição: Até a 20ª semana - Placenta humana é do tipo deciduada e hemocorial 33 PLACENTA E ANEXOS Circulação Placentária • Produtos de excreção e CO2 do feto (sangue pobre em O2) são levado pelas 2 ARTÉRIAS UMBILICAIS para a placenta e transferidos para o sangue materno • Da placenta, o sangue rico em oxigênio vai para o feto pela VEIA UMBILICAL 17 PLACENTA E ANEXOS Circulação Placentária Cordão umbilical Uma veia Duas artérias 35 18 PLACENTA E ANEXOS Circulação Placentária • No interior da placenta sangue materno e fetal não se misturam normalmente PLACENTA E ANEXOS Circulação Placentária • Espaço interviloso cerca de 150ml de sangue, substituídos de 3 a 4 vezes/minuto • Membrana placentária age como barreira 19 PLACENTA E ANEXOS Forma da Placenta Parte fetal Parte materna PLACENTA E ANEXOS Funções Atividades essenciais para a manutenção da gravidez e desenvolvimento do feto • METABOLISMO síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos ( fonte de nutriente e energia) • ELIMINAÇÃO DE PRODUTOS DE EXCREÇÃO 20 PLACENTA E ANEXOS Funções • TRANSPORTE DE GASES E NUTRIENTES através da membrana placentária e em ambas as direções - gases, nutrientes, hormônios, anticorpos maternos, excreções drogas, agentes infecciosos - por difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo e pinocitose PLACENTA E ANEXOS Funções • SÍNTESE E SECREÇÃO ENDÓCRINA pelo sincício, com produção de hormônios protéicos (gonadotrofina coriônica, somatomamotrofina coriônica, lactogênio placentário) e esteróides (progesterona e estrógeno) 21 ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS • Âmnio • Vesícula Umbilical (Saco Vitelino) • Alantóide • Córion ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ÂMNIO 22 ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ÂMNIO • dobramento envolve todo o embrião, como um balão cheio de líquido - líquido amniótico ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ÂMNIO • acompanhando o crescimento fetal cavidade amniótica se expande até o conteúdo líquido máximo de 1L. (3334 semanas) 23 ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ÂMNIO ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ÂMNIO • Inicialmente secretado pelas células amnióticas • Porém, a maior parte vem do líquido tecidual (intersticial) materno, por difusão através da decídua parietal • Mais tarde provém do sangue do espaço interviloso da placenta 24 ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ÂMNIO • composição 99% água com material em suspensão (céls. epiteliais fetais mortas, sais orgânicos e inorgânicos, além das fezes e urina fetal) ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ÂMNIO • Durante 3º trimestre: água do fluido amniótico é trocada a cada 3hrs • Grandes volumes movimentam-se entre a circulação materno-fetal pela membrana placentária • É deglutido pelo feto (cerca de 400ml/dia no final da gravidez) 25 ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ÂMNIO • Meio de flutuação para o feto, capacitando-o mover-se livremente • Permite crescimento simétrico do feto • barreira contra infecções • impede aderência entre o âmnio e o embrião/feto • permite o desenvolvimento normal do pulmões • protege contra choques, absorvendo impactos • ajuda a manter constante a temperatura fetal ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ÂMNIOCENTESE 26 ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ÂMNIOCENTESE • Estudo de sistemas enzimáticos, aminoácidos, hormônios e outras substâncias fetais • Pode-se prever doenças hemolíticas, genéticas, defeitos metabólicos e cromossômicos • Pode-se retirar de 20 a 30ml (antes da 14ª sem. há pouco fluido) • níveis de -fetoproteína: indica defeito grave no tubo neural e indica aberrações cromossômicas • Oligoidrâmnio (anomalia Sist. Urinário) e Polidrâmnio (anomalia SN) ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS VESÍCULA UMBILICAL – SACO VITELINO Apesar de não ser ter função diretamente ligada a nutrição, é essencial: • transfere nutrientes quando a circulação útero placentária estiver sendo formada (2ª- 3ª sem) 27 ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS VESÍCULA UMBILICAL – SACO VITELINO • Primeiro local de formação do sangue no mesoderma extra-embrionário da parede do saco vitelino (3ª-6ªsem) • endoderma incorporado para formar o intestino primitivo • local de aparecimento das células germinativas primordiais ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS VESÍCULA UMBILICAL – SACO VITELINO • Perde todo contato com o intestino primitivo na 6ªsem. • Com o avanço da gravidez, ele atrofia • Em 2 a 4% dos adultos a parte proximal intra-abdominal persiste como divertículo ileal (mais comum em homens) 28 ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ALANTOIDE ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ALANTOIDE 29 ANEXOS EMBRIONÁRIOS OU MEMBRANAS FETAIS ALANTOIDE • Importância: - em sua parede ocorre formação de sangue - seus vasos tornam-se os vasos umbilicais (2 artérias e 1 veia) - se diferenciará em úraco e ligamento umbilical médio (liga a bexiga à região umbilical) PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS Gestações Múltiplas e as Membranas Fetais Gêmeos Dizigóticos: - Provenientes de dois zigotos - Influência genotípica materna - biamnióticos e bicoriônicos 30 PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS Gestações Múltiplas e as Membranas Fetais Gêmeos Dizigóticos: - Provenientes de dois zigotos - Fusão dos córions (placenta fusionada) - Mosaicismo (hemácias com dois fenótipos) PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS Gestações Múltiplas e as Membranas Fetais Gêmeos Monozigóticos: - Provenientes de um único zigoto - Podem ser monocoriônicos e biamnióticos (mais comum) ou bicoriônicos e biamnióticos 31 "A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida." (Vinicius de Moraes) 32