Império Romano e outros impérios de sua época

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Autores:
Ana Maria de Fátima Santos Marino
Maria Teresa Vianna Van Acker
Ricardo Vianna Van Acker
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Caderno do Professor
Caderno 4 – Império Antigo
Módulo 7 – Império Romano e outros impérios de sua época
Neste caderno trataremos dos impérios da Antiguidade, em apenas um módulo. Estudaremos o Império
Romano e apresentaremos dois impérios importantes de sua época, o macedônico e o chinês, em uma
sequência didática em três etapas.
7.1. Explorando seus conhecimentos sobre os impérios da Antiguidade
Essa etapa da sequência didática é destinada a sondar os conceitos prévios dos alunos em relação ao que
vem a ser império e a apresentar documentos representativos dos impérios que vamos estudar: o império
chinês, o império de Alexandre e o Império Romano. Ainda nessa etapa, retomaremos a ideia de que a
narrativa histórica se faz com base em documentos, e também trataremos da sua diferença com a narrativa
lendária ou ficcional, aprofundando o que foi visto no módulo 1 do caderno 1.
7.2. Investigação e descoberta de como o Império Romano se formou
Essa etapa da sequência didática apresenta as modificações por que passaram o território e a sociedade
romanos no processo de transformações que culminaram no Império Romano. A ênfase nesse material não
será a história política, mas as transformações da sociedade na longa duração, com destaque para os conflitos
entre patrícios e plebeus e para a constituição da República Romana, a partir das tensões sociais internas e
das conquistas externas que levaram ao domínio imperial.
Consideramos importante que o aluno construa uma narrativa própria das transformações por que
passaram o território e a sociedade romana; uma narrativa que revele uma periodização original, sem
necessariamente reproduzir a periodização política da história de Roma: monarquia, república e império. Por
esse motivo, apresentamos as transformações políticas que levaram à conversão do consulado em império,
no final dessa etapa. Para que os alunos possam construir sua narrativa própria, utilizamos diferentes fontes
e propostas de produção coletiva.
7.3. Ampliação de seus conhecimentos sobre a diversidade cultural no mundo antigo
Essa etapa busca apresentar a diversidade cultural no interior do Império Romano, de forma a evidenciar
não apenas a fragilidade do Império e seu esforço em manter uma hegemonia cultural (em que pese sua
supremacia militar), mas também os povos que se opuseram aos romanos, os hunos, e povos dominados que
resistiram a eles, os judeus. É importante que os alunos tenham conhecimento de outros impérios que
existiram no mesmo período histórico, ainda que eles tenham tido durações e processos históricos de
formação distintos. Apresentamos, então, os impérios macedônico e chinês.
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Orientações didáticas
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1 – O objetivo da dramatização-relâmpago é que os alunos estimulem a imaginação e construam uma cena
a partir de seu repertório. Por isso, o professor deve conduzir essa atividade encorajando os alunos a
montarem um império imaginário, com base no que conhecem sobre a palavra. Sem cenário ou vestuários,
o grupo deverá se organizar para uma cena em que se representem as funções sociais necessárias para uma
cidade se transformar em um império, devendo ser evidenciadas suas bases materiais e sua localização.
Caso o professor julgue pertinente, poderá formar dois ou mais grupos, ou poderá fazer a atividade com
toda a classe. A primeira etapa consistirá na descrição a partir da imaginação do aluno, fundada nos
conhecimentos do que poderia ser um império.
Para organizar uma dramatização-relâmpago, alertamos para que se tenha cuidado com a organização do
tempo. Deve ser escolhido um ou dois líderes, que vai(ão) dirigindo o grupo: poderá ser considerado um
tempo de 10 minutos para escuta e levantamento de sugestões em torno do que seria um império; nos 5
minutos seguintes, os líderes devem organizar os grupos para a montagem de uma cena que represente o
império imaginado.
Após a apresentação, o professor, junto com a classe, fará uma lista na lousa dos elementos que fazem
parte dos impérios apresentados, e os convidará a verificar alguns impérios da antiguidade: persa, romano,
chinês.
Pergunta-se o que a classe sabe de cada um deles, para se ter uma noção, e também para provocar a
curiosidade. Pergunta-se também quais teriam sido os primeiros impérios.
Como toda tarefa de produção coletiva, essa também deverá ser avaliada ao final da atividade, por todos.
Sugerimos os critérios de:
• respeito ao tempo combinado;
• participação cooperativa de todos, considerando todas as diferentes formas de cooperação, como: dar
ideias, porém sem repeti-las; sugerir formas de elaborar a resposta a partir do que outros colegas
disseram; apontar falhas e sugerir melhorias;
• exploração do conteúdo informativo estudado;
• criatividade na resolução da questão proposta.
Observação: O professor é membro do grupo e também deve contribuir para a formulação da resposta,
incentivando as primeiras ideias e gerenciando a classe. Ele pode ser o escriba, ou então escolher um aluno
para desempenhar esse papel.
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2 – Para ser realizada em 5 minutos, após uma leitura coletiva.
Trata-se de um trabalho em grupo para ser realizado após a leitura. Caso o grupo de alunos tenha boa
proficiência em leitura, ela deverá ser silenciosa. Caso, no grupo, tenham alunos com dificuldade de leitura,
é melhor que esta seja realizada em voz alta, e que depois se estabeleça uma pequena discussão em dupla,
seguida da formulação de resposta. Sugere-se 5 minutos para a atividade de resposta e escrita.
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3 – Sua criação – transmitindo uma tradição.
Os alunos deverão narrar, por escrito, uma versão das lendas que contam os primeiros tempos de Roma,
utilizando como principal fonte de pesquisa o Caderno 2 de Português, que aborda as diferenças entre mito
e narrativa histórica. Eles devem ilustrar e entregar a atividade em uma folha separada, conforme a orientação
do seu professor, que poderá expô-la em um painel ou sob a forma de um pequeno livro que reúna as
diferentes versões das lendas elaboradas pelos alunos. O professor deve pedir que seus alunos anotem suas
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orientações e também os critérios que utilizará para avaliar esses trabalhos na página 45.
Recomenda-se considerar uns 10 dias para elaboração dos alunos.
Essa tarefa tem 3 objetivos:
1. Propor uma situação em que os alunos percebam que a transmissão das tradições comporta variáveis
atreladas a quem transmite essas tradições e ao momento em que o faz.
2. Estabelecer uma comparação entre a narrativa criada pelo aluno e as narrativas próprias da historiografia,
que se distanciam das lendas na elaboração de suas hipóteses de compreensão do fenômeno histórico.
3. Provocar uma situação em que a tarefa de casa dos alunos possa ser uma produção cultural em proveito
de toda a escola. O trabalho poderá ser exposto em um painel ou poderá resultar em um livro. (A
atividade poderá, inclusive, ser apresentada a outros níveis de ensino, se for o caso, de acordo com o
entendimento da coordenação e do grupo de professores da escola).
Observação: Este último objetivo deve ser cumprido sempre de acordo com as condições de
planejamento de cada unidade escolar.
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4 – Dramatização-relâmpago de uma sessão do Senado Romano.
A proposta de uma dramatização-relâmpago de uma sessão do Senado Romano objetiva concretizar
situações em que entram em cena os magistrados.
Os alunos devem representar cada situação indicada e apontar uma solução para ela. O professor precisará
organizar os alunos para que se preparem para a dramatização; a classe vai se reunir em um único grupo, ou
em vários, e deverá haver um consenso sobre quais serão os alunos que representarão os magistrados
responsáveis por cada um dos problemas envolvidos. Cada magistrado vai apresentar um problema ao Senado
e encaminhar uma solução para ele. Na Sessão do Senado, vai ouvir sugestões e, ao final da discussão, terá
o encaminhamento da solução, que poderá ser aprovada conforme sua proposta, negada complemente ou
receber sugestões de modificação.
O grupo terá 20 minutos para se organizar e até 15 minutos para apresentar os dois primeiros problemas
e encaminhar sua discussão e votação pelo Senado.
A dramatização em história tem objetivos quanto ao conteúdo histórico e também quanto à organização
da classe, e dela faz parte inclusive o professor, que deve ser o líder.
Do ponto de vista do conteúdo histórico, pretende-se:
a) promover a utilização das informações históricas em situações em que os agentes sociais possam ser
acompanhados em sua ação – magistrados e senadores –, para que os alunos memorizem as diferentes
funções dos magistrados, conheçam as várias esferas de sua atuação e representem sua dinâmica no
Senado.
b) promover a discussão das situações encenadas, com o intuito de fazer uma revisão dos conteúdos
anteriormente citados e de aproximar os alunos das questões tratadas efetivamente pelos romanos, de
forma que eles possam desenvolver a empatia histórica.
Do ponto de vista da organização do grupo, pretende-se promover o exercício de:
a) distribuição de funções para a organização da tarefa. Inicialmente, será preciso que o professor organize
uma discussão para que os alunos possam responder às questões propostas, de forma a definir quais
são os magistrados responsáveis pela resolução das situações apontadas e qual encaminhamento podem
dar a elas. Essa é a base do roteiro para a criação de uma cena na qual alguns alunos vão representar o
papel de magistrados – o restante da classe vai compor o Senado.
O próximo passo será organizar a cena. O professor ou um aluno escolhido por ele será o diretor, que
poderá definir quem vai representar os magistrados escolhidos. O diretor deverá ficar responsável também
por organizar o espaço e o tempo para a representação, para que ela se dê de forma rápida. Com relação
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ao espaço, não será necessário mudar as carteiras de lugar. Para que seja construída uma cena que sugira
a formação de uma assembleia, basta que cada um, ao falar, fique de pé, olhando e falando em direção
aos demais. Com relação ao tempo, organizar para que o grupo dramatize em no máximo 20 minutos.
Antes de ser iniciada a dramatização, é importante que todos fiquem em silêncio, por dois minutos, e que
se concentrem no papel que irão representar.
Finalmente, o grupo poderá representar uma sessão do antigo Senado Romano, devendo haver a
exposição, o debate e o encaminhamento de cada um dos problemas.
b) colaboração entre todos, com vistas a cumprir um objetivo comum.
c) administração dos recursos disponíveis – no caso, as informações que os alunos têm e o tempo para a
realização da tarefa.
d) autoavaliação coletiva.
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5 – Essa é uma tarefa que deverá ser iniciada, preferencialmente, em casa, pois trata-se de um momento
em que cada aluno vai buscar a relação do conteúdo estudado (organização política de Roma) com os governos
de Atenas e Esparta. Entretanto, ela deverá ser finalizada na classe, em um momento de correção geral que
deve anteceder a aula sobre o escravismo.
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6 – Criando com a história. Sua narrativa histórica da formação do Império Romano.
Trata-se de uma tarefa a ser orientada pelo professor, para que os alunos escrevam uma narrativa acerca
da formação do Império Romano, conforme o objetivo principal dessa etapa da sequência didática. Para isso,
eles podem ser orientados a escrever uma parte inicial sobre as transformações do território, da sociedade
e também sobre o papel do exército romano nesse cenário de transformação, assim como poderão utilizar
as informações das aulas seguintes, que versam sobre o escravismo e a organização da cidade romana, para
exemplificar o modo de vida no Império Romano, no seu apogeu.
Os alunos devem ser orientados a identificar as transformações sofridas pela sociedade romana,
localizando-as no tempo, definindo os períodos históricos em que estão inseridas e criando uma denominação
original para cada um desses períodos, justificando-os. Desse modo, será possível avaliar se os alunos se
apropriaram da construção das linhas do tempo vistas no caderno 2 e elaboradas no caderno 3, assim como
será possível avaliar se foram capazes de estabelecer os marcos de mudança e identificar as diferentes fases.
Nessa narrativa também devem estar presentes os agentes históricos e as transformações ocorridas na
ocupação do espaço, que se relacionam com a produção de riquezas e com a organização da sociedade.
Recomenda-se, então, que o professor defina os tópicos que devem estar contidos na narrativa, por meio
dos quais ele poderá avaliar as noções, conceitos e procedimentos relativos ao desenvolvimento do raciocínio
histórico que foram introjetados pelos alunos.
A linguagem narrativa a ser utilizada pelos alunos poderá ser variada: um texto com ilustrações, inclusive
com mapas; uma apresentação a ser exibida para a classe toda em programas como power point; um blog;
uma historia em quadrinhos.
Recomenda-se que essa narrativa seja cotejada com a primeira tarefa realizada pelos alunos, e que seja
retomada a diferença entre a narrativa lendária e a narrativa histórica. As orientações para que os alunos
realizem a tarefa e os critérios de sua avaliação devem ser anotados por eles na página 46.
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7 – Essa atividade tem o objetivo de apresentar o conceito de escravismo e, ao mesmo tempo, permitir
que os alunos expressem ideias que tenham sobre o assunto – os alunos são levados a ler um texto que
explica o conceito.
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8 – Recomenda-se distribuir a leitura dos textos por diferentes grupos da classe, para que a discussão
possa dar-se no tempo de aula (cada grupo ficará responsável, portanto, apenas pela leitura de um dos textos,
segundo a determinação do professor).
O objetivo da atividade é responsabilizar os alunos pela tarefa e propiciar o compartilhamento de
informações, com vistas à formulação do conceito sociedade escravista.
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9 – Essa atividade de produção coletiva tem o objetivo de relacionar o mapa da produção econômica com
o mapa das estradas romanas.
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10 – Essa atividade de produção coletiva possibilita que se estabeleça relação entre o passado e o
presente, assim como permite deslocar o objeto de estudo Roma para o tema diversões e sua importância
em cada época, no sentido de detectar o que permanece e o que muda. Para a classe poder construir um
pequeno texto sobre o assunto, deverá reconhecer as características básicas de cada época, retomando o
texto da página 27 e fazendo uma reflexão sobre suas experiências do presente. Depois de feito isso, a
comparação entre passado e presente proposta pela atividade será possível.
Figura 24
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11 – Para exemplificar os títulos do imperador o professor pode recorrer ao exemplo das moedas cunhadas
pelos imperadores, como esta de Trajano.
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12 – Essa atividade de anotações de leitura pode ser realizada em casa, após a explicação do professor,
que deve pedir aos alunos que leiam a tarefa para verificar se compreenderam seus objetivos. Na aula
seguinte, o professor corrigirá a tarefa para introduzir as informações sobre as invasões em Roma.
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13 – Essa atividade em grupo pretende verificar quais informações os alunos puderam identificar no texto,
e também de que modo o preconceito está presente no relato de Amiano Marcelino, do século IV.
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Tarefas Complementares
Apresentamos a seguir oito tarefas complementares sobre diferentes assuntos tratados neste
caderno. Elas podem ser utilizadas pelo professor sempre que for oportuno.
Tarefa 29 – Os primeiros tempos de Roma
1. O texto “Roma nos primeiros tempos” é uma narrativa histórica ou uma versão mitológica da origem
de Roma? Justifique sua resposta.
O texto é uma narrativa histórica: o autor cita os fatos e os situa no tempo e no espaço. Podemos resumir a narrativa história que é o texto
da seguinte forma: Os etruscos expandiram-se pela Península Itálica entre os séculos VII e VI a.C. As mudanças provocadas a partir de sua
chegada ficam por conta da união de várias cidades romanas e do favorecimento da vida econômica de Roma por meio da introdução da
metalurgia etrusca. Os etruscos foram expulsos pelos romanos em 509 a.C.
2.
Quem eram os primeiros habitantes de Roma? E quem eram os etruscos?
Os primeiros habitantes de Roma formavam um grupo de origem diversa e desconhecida. Sabemos que eles habitavam sete colinas na
região do Lácio e que falavam o latim. Os etruscos eram povos da região ao Norte do Lácio que vieram a ocupar quase toda a península
Itálica.
Tarefa 30 – A sociedade romana no tempo da monarquia
Relacione adequadamente as colunas:
A. Patrícios
B. Clientes
C. Plebeus
D. Escravos
E. Rex
F. Senado
( C ) Pequenos agricultores, artesãos e comerciantes.
( F ) Conselho de anciãos, formado pelos chefes das famílias mais ricas.
( B ) Homens livres que viviam sob a proteção dos patrícios, com os quais estabeleciam trocas de
favores.
( A ) Membros das famílias aristocratas, grandes proprietários de terras.
( E ) Rei, que também era chefe militar.
( D ) Pequena parcela da população; trabalhavam em atividades domésticas ou na prestação de
serviços. Muitos eram plebeus endividados.
Tarefa 31 – Patrícios e plebeus na República
Leia o texto abaixo sobre os primeiros tempos da República e procure responder com base nele, na
aula que você assistiu e nas informações das páginas já estudadas os exercícios a seguir:
Visando adquirir direitos que os equiparassem aos patrícios, os plebeus passaram a pressionar o
Senado. Naturalmente encontraram grande resistência, mas, valendo-se de sua importância como força
de trabalho e como força militar (grande parte do exército era formado por plebeus), e ameaçando,
ainda, sair de Roma, eles conseguiram, aos poucos, ver suas reivindicações atendidas.
(Ciro de Moura Ramos. Ciências humanas e suas tecnologias. História Geral.
Volume 1. São Paulo: Cered, s/d. Adaptado.)
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1. Quais os poderes dos patrícios no início da República romana, os quais os plebeus reivindicavam
para si?
Casamento regulado por lei, participação no Senado e fim da escravidão por dívidas.
2.
Quais os direitos conquistados pelos plebeus?
Foram garantidos aos plebeus: o direito de casar com patrícios e de ingressar nas famílias mais importantes de Roma; o direito de ter uma
voz no Senado (o tribuno da plebe) que poderia vetar questões que não fossem do interesse dos plebeus; e o direito a algumas magistraturas.
Outro direito alcançado pelos plebeus: em caso de dívidas, os plebeus passaram a não poder mais ser escravizados.
3. De que modo os plebeus conquistaram seus direitos e, a partir deles, tiveram acesso a uma parcela
de poder que anteriormente era exclusiva dos patrícios?
Os plebeus pressionaram os patrícios ameaçando sair de Roma. Como eles eram grande parte do exército, caso cumprissem a ameaça,
Roma perderia muito de sua força.
Tarefa 32 – Sobre os magistrados romanos
Complete o quadro com a área de atuação política de cada um dos magistrados romanos.
Magistraturas
Áreas de atuação
Cônsules
Liderança administrativa e militar
Pretores
Justiça
Censores
Censo da população
Questores
Finanças
Edis
Administração das cidades
Tarefa 33 – As diferenças entre a Monarquia e a República
Em casa, os alunos deverão preencher o quadro abaixo para resumir as principais características da
Monarquia e da República, comparando esse dois períodos históricos.
Monarquia
República
Movimento da população
Época de formação – povoamento inicial
Expulsão dos etruscos e expansão do território
Economia
Economia agrícola e pastoril
Economia agrícola e comercial
Governo
Rei – era governante e chefe militar
Várias instâncias de governo
Senado
Senado – conselho de anciãos formado pelos
chefes das famílias patrícias
Senado – 300 patrícios com mandato vitalício
Assembleias
Assembleia formada por patrícios, que eram
consultados sobre questões de governo
Assembleia centuriata, formada com base no
exército
Grupos sociais
Sociedade: patrícios, clientes, plebeus
Plebeus conquistam direitos e o cargo de tribuno
da plebe; patrícios continuam sendo o grupo
dominante e os clientes são ligados a eles
Escravos
Escravos eram pessoas endividadas
Aumento do número de escravos (prisioneiros de
guerra), que pertenciam aos generais e eram
vendidos aos plebeus
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Tarefa 34 – A formação do território do Império Romano
Você pode identificar as etapas nas quais se realizaram as conquistas militares que permitiram a
constituição do território imperial romano? Poderemos responder à questão preenchendo as lacunas
abaixo.
IV e III a.C.
O domínio sobre a Península Itálica ocorreu nos séculos _______________
Roma
A disputa com Cartago ocorreu nos séculos III e II a.C., e o resultado foi a vitória de ____________
,
Sicilia, Espanha, Cartago e o resto do norte da África
que passou a dominar, além da Peninsula Itálica, a região da ___________________________________.
Quando passou a controlar todo o Mediterrâneo, no século I a.C., Roma também conquistou, na
Europa, a Galia e a Lusitânia, a oeste; a leste, conquistou a Grécia; na Ásia Menor, Síria e Palestina. O
vassalo
de Roma, ou
Egito não foi dominado militarmente, mas se transformou em um estado ______________
seja, pagava tributos – definidos a partir de acordos, e não devidos a uma derrota militar.
Tarefa 35
A expansão do território romano transformou a sociedade
Os plebeus, que eram pequenos proprietários, apesar de constituírem o grosso do exército, tiveram muitas dificuldades
econômicas, e por isso empobreceram. Diante da concorrência com os grandes proprietários de terra, senhores de grande
número de escravos, muitos endividaram-se, tiveram suas terras desapropriadas, ficaram desempregados, conheceram a fome
e a miséria e mudaram-se para Roma, onde viviam em bairros sem condições sanitárias.
Os homens novos (cavaleiros/equestres), como eram chamados, enriqueceram com as conquistas: eram comerciantes,
donos de navios, saqueadores, e também conquistaram direitos.
A sociedade romana foi então se redefinindo em três grupos sociais (ou ordens), estabelecidas de acordo com a riqueza
e os escravos.
Essas ordens, por serem definidas pela riqueza, já admitiam mobilidade social. Por exemplo, patrícios menos ricos
poderiam ser enquadrados na ordem equestre, e cavaleiros muito ricos pertenciam à ordem senatorial.
A República foi se transformando:
Ordem senatorial – cidadãos mais ricos (proprietários de terras, grandes comerciantes e banqueiros), que ocupavam as
altas magistraturas e os principais cargos do Império.
Ordem eqüestre – cidadãos menos ricos, mas bastante abastados; tinham acesso aos cargos administrativos de segundo
escalão.
Plebe – correspondia a grande parte da população: formada, na quase totalidade, pela massa dos empobrecidos e
desocupados. Vivia na miséria e era mantida por políticas do Estado. Saiu do campo e ocupou as cidades.
Escravos – também seguiram existindo, e passaram a constituir a maior parte da população.
A ideia de República, de governo para todos, combina com a expansão imperial? E em que
medida os patrícios mantiveram ou perderam seu poder com a expansão do território?
A classe pode voltar a discutir a organização social e preponderância dos patrícios durante a República, e mostrar que, apesar dos direitos
dos plebeus, os patrícios mantiveram o poder no primeiro momento. O professor pode indagar da classe o motivo que levou os patrícios a
concederem direitos aos plebeus, mostrando a fragilidade do poder dos patrícios sem um forte exército. Depois, pode mostrar que essa
fragilidade continua durante toda a história de Roma, e que a concessão de poder aos outros grupos – a ideia de República –, ainda que alguns
sejam mais poderosos, é uma estratégia para a manutenção no poder, o que sempre é difícil e envolve concessão de direitos e vantagens –
daí os incentivos aos legionários e aos comerciantes que acompanhavamo exército. Os novos ricos precisavam de incentivo, assim como
era preciso recrutar mais militares para dar conta da fronteira do território, já bastante extensa no século II a.C.
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Tarefa 36
Escravismo e Império
O arqueólogo alemão León Bloch, em 1913, há mais de um século, escreveu Lutas sociais na Roma Antiga, onde procurou
mostrar os conflitos sociais em Roma e anunciou uma explicação do escravismo,
(...)
O trabalho corporal não goza de consideração nenhuma onde impera a escravidão. Na Antiguidade o cidadão não sentia
alegria com os trabalhos no campo ou na obscura oficina; ao contrário, desejava que outros trabalhassem por ele. (...)
Conseguir esta situação não era coisa fácil, não só porque a capacidade produtiva do país se aproximava a cada ano de seus
limites, como também porque os escravos custavam dinheiro e sangue. Para dar satisfação à população, que exigia lucros
suficientes e fáceis e, por conseqüência um amplo aumento do bem-estar, era imprescindível trazer recursos do exterior e
buscar mão de obra fora do território urbano capazes de levar à cidade parte daquilo que ela necessita. É essa necessidade
que origina a política imperialista dos povos antigos.
(...)
O tesouro romano enchia-se na medida em que se ia alargando sua política mundial, pois as riquezas estrangeiras enviadas
à metrópole não se limitavam aos recursos das províncias. Macedônios, cartagineses e sírios eram obrigados a pagar na
moeda da época, 15 000 talentos, o que era uma soma extremamente grande. Além disso, Roma ganhava o produto de
saques, parte do qual os generais utilizavam em obras do interesse público, e outra parte iria para o tesouro. (...) Quanto aos
escravos, havia um imposto de 5% do seu valor, para quem quisesse libertar o seu.
(León Bloch. Lutas sociais na Roma Antiga. Lisboa: Publicações Europa América, s/d, p.88-94. Adaptado.)
A partir do texto acima e do que estudamos sobre a sociedade romana e sobre as
conquistas territoriais, vamos passar a conversar sobre as seguintes ideias relacionadas ao
escravismo:
1. Não é a guerra que provoca o escravismo, mas a necessidade de escravos, ou, como também
podemos dizer: a sua procura. (Moses Finley. Escravidão antiga e ideologia moderna. Rio de Janeiro:
Graal, 1991, p. 89.)
Por que havia em Roma a procura por escravos?
A classe pode mencionar: a desvalorização do trabalho braçal no campo ou nas oficinas, citados no texto de León Bloch; o aumento da
produção com a mão de obra escrava; o interesse dos comerciantes de escravos e dos generais, que recebiam como prêmio os prisioneiros
de guerra escravizados. A grande necessidade de escravos também pode ser demonstrada pela dificuldade de a sociedade romana aceitar
a libertação dos escravos.
2. De que modo o escravismo, para justificar a exploração, procura afirmar a inferioridade dos escravizados?
Resposta pessoal da classe, que deverá utilizar argumentos já apresentados, como: os escravos são pessoas desprovidas do direito sobre
o seu próprio corpo. A condição de escravo era proibida a qualquer romano (houve, anteriormente, a abolição da escravidão por dívidas).
Assim, um argumento para justificar essa injustiça era o da inferioridade de outros povos, identificada com a derrota militar, por exemplo.
Tarefa 37 – A política do pão e circo
1.
Qual a origem dos esportes sangrentos da República Romana?
Essas chamadas diversões brutais originaram-se de rituais funerários. No início da República, quando da morte de patrícios, organizavam-se
lutas violentas de escravos que só terminavam com a morte de um dos oponentes.
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2. De que maneira o imperador Trajano festejou sua conquista sobre a região da Dácia, que atualmente
corresponde aos territórios da Romênia e da Moldávia, no leste europeu?
A vitória sobre os dácios no ano de 106 foi comemorada com 117 dias de combates, que envolveram 10 mil combatentes, muitos deles
cativos dácios.
3.
Qual o significado histórico da política do pão e circo?
A política objetivava a distribuição de alimentos e diversão para o povo, com o objetivo de controlar as revoltas populares.
Tarefa 38
Figura – Mídia Objetivo
Agora você vai ler um texto de divulgação científica que mostra a existência da escola em
Carnuntum, a 40 km de Viena, na beira do rio Danúbio, portanto nas fronteira do Império Romano.
Nesse local situa-se, atualmente, a capital da província da Panônia.
Ruínas do acampamento militar romano – Carnuntum.
(Reinaldo José Lopes. Escola de Gladiadores. Folha de S.Paulo, Folha Ciência, 21 abr. 2014.)
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Escola de gladiadores
Sem enfiar uma única pá no chão, um grupo de arqueólogos austríacos fez uma descoberta quase cinematográfica: uma
enorme ‘escola de gladiadores’ construída na antiga fronteira do Império Romano, a 40 km de Viena.
Justamente por ainda estar debaixo da terra, o ‘ludusgladiatores’ (como os romanos chamavam esse estabelecimento)
da antiga cidade de Carnuntum tem um nível de preservação sem precedentes no território imperial.
Em artigo na última edição da revista “Antiquity”, a equipe liderada por Wolfgang Neubauer, do Instituto Ludwig
Boltzmann de Prospecção Arqueológica e Arqueologia Virtual, relata como o uso de tecnologias não invasivas permitiu que
o ‘ludus’ fosse recriado em detalhes.
Neubauer e companhia usaram imagens aéreas, radares e medições de pequenas variações no campo magnético da
Terra, entre outras coisas para identificar as estruturas que compunham o ‘ludus’ e estimar como elas eram usadas, sem
precisar escavar. (...) O cuidado se justifica porque o turismo desenfreado destruiu boa parte das construções romanas do local
ao longo dos séculos XIX e XX.
Carnuntum nasceu como acampamento militar de fronteira, mas acabou se tornando uma cidade próspera nos primeiros
séculos da Era Cristã. Dois anfiteatros acabaram sendo construídos no local, um civil, com capacidade para umas 15 mil
pessoas, e outro para uso exclusivo das legiões romanas, o que significa que havia trabalho de sobra para gladiadores na
região.
‘Trabalho’, claro, é modo de dizer, já que os gladiadores eram escravos. O ‘ludus’ deixa isso claro, uma vez que o complexo
lembra uma mistura de chácara, academia e prisão.
Os arqueólogos identificaram, por exemplo, um conjunto de cubículos que provavelmente eram quartos ou celas
individuais. Havia ainda outro cubículo ainda mais precário, no subsolo, que poderia ter sido uma espécie de cela solitária.
Neubauer diz que os gladiadores são bastante comparáveis aos esportistas profissionais de hoje. Alguns gladiadores
viraram superastros e até inspiravam a venda de produtos, mas seu status social, em geral, era baixo. ‘Podiam, de fato, ter
muitos fãs’, diz.
O local incluía ainda ao menos duas e talvez três arenas diferentes, uma delas com arquibancadas, que podiam receber
investidores.
Os cientistas acharam até o buraco onde provavelmente era fincado um tipo de joão-bobo, usado para treinar golpes de
espada.
O abastecimento de água era garantido por um aqueduto, e havia ainda uma casa de banhos com aquecimento central.
O local contava ainda com seu próprio cemitério.
Neubauer conta que achados feitos em Éfeso, na atual Turquia, sugerem que a dieta dos lutadores era basicamente
vegetariana – nada da ênfase em proteína animal que observamos na dieta dos esportistas de hoje.
(Reinaldo José Lopes. Escola de Gladiadores.
Folha de S.Paulo, Folha Ciência, 21 abr. 2014. Adaptado.)
1. O texto de divulgação científica que você leu relaciona-se com o processo de romanização? Justifique
sua resposta.
Sim, na medida em que o processo de romanização traz consigo a difusão da cultura, dos hábitos e dos costumes romanos por todas as
províncias do vasto império. O texto de Reinaldo José Lopes trata desse assunto ao abordar a “escola de gladiadores” de Carnuntum, nas
proximidades de Viena, na Áustria.
Há alguma relação entre a luta de gladiadores romanos e os espetáculos que propiciam alguma atividade
de lazer ou diversão na sociedade atual?
A classe deve debater essa questão e formular um texto estabelecendo a comparação entre o passado
e o presente, a partir da orientação do professor.
XIII
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Em relação aos gladiadores ou escravos – ou seja, pessoas que perdiam o direito à sua personalidade e ao seu corpo, e que foram dominadas
por alguém que as explorava em lutas, treinando-as para se venderem por muito dinheiro –, não temos nenhuma situação equivalente,
pois vivemos em uma sociedade e em um mundo onde a escravização é um crime. No entanto, podemos pensar comparativamente,
guardadas as devidas proporções, na perda da personalidade e da privacidade de algumas celebridades, que se dispõem a vários sacrifícios
devido a contratos milionários. Ressalte-se que as celebridades dispõem-se voluntariamente a passar pelo que passam. Os gladiadores, ao
contrário, eram obrigados a viver nas condições em que viviam.
Tarefa 39 – Os romanos, judeus e cristãos
Responda às questões abaixo a partir do texto da página 34.
1. A Judeia foi uma província romana onde viviam os judeus. Qual foi a reação judaica a seus
dominadores?
Os judeus resistiram à dominação síria e, em 142 a.C., recuperaram sua independência. Depois, a partir do século I, foram dominados por
romanos. Resistiram com rebeliões esporádicas até que, em 66 d.C., houve uma grande revolta.
2. Os romanos mantiveram o poder na Judeia a custa de expressiva violência contra os judeus. O que
fizeram os romanos na região?
A Judeia foi ocupada pelas legiões do general Tito em 70 d.C., que arrasaram Jerusalém. Em 135, o imperador Adriano mudou o nome da
província para Palestina, massacrando grande parte da populacão. Isso provocou uma grande fuga (diáspora) de judeus.
3.
O que é o cristianismo?
O cristianismo surgiu como uma nova religião no início do Império Romano, de base monoteísta – os cristãos acreditavam em um único
Deus, que estaria acima do imperador romano.
4.
Qual o motivo da perseguição aos cristãos?
Os cristãos se recusavam a prestar culto ao imperador e não aceitavam as diferentes divindades romanas. Não cumpriam os deveres
militares, defendiam a pobreza e a igualdade entre todos os homens.
Referências Bibliográficas
Atlas Histórico Escolar. RJ: FAE / MEC, 1986.
Atlas of Ancient and Classical Geography, 1953.
BLOCH, Leon. Lutas Sociais na Roma Antiga. Lisboa: Publicações Europa América, s/d.
CROUZET, Maurice. História Geral das Civilizações, Tomo III. SP: difel, 1958.
FERREIRA, Olavo Leonel. Visita à Roma Antiga. SP: Editora Moderna, 2000.
FINLEY, Moses. Aspectos da Antiguidade. SP: Martins Fontes, 1991.
__________. Escravidão Antiga e Ideologia Moderna. RJ: Graal, 1991.
FORMAN, Joan. Os Romanos, povos do passado. SP: Melhoramentos, s/d.
FUNARI, Pedro Paulo. Império e Família em Roma. SP: Atual Editora, 2000.
__________. Roma, Vida Pública e Privada. SP: Atual Editora, 1994.
HAMMOND. Past Worlds. The Times Atlas of Archaeology, 1988.
Histoire Géographie. Paris: Nathan,1995.
Impérios em Ascensão – 400 a.C.–200d.C. História em Revista, Time Life, RJ, 1991.
LOPES, Reinaldo José. Escola de Gladiadores. Jornal Folha de São Paulo.Folha Ciência. 21 de abril de
2014.
RAMOS, Ciro de Moura. Ciências Humanas e suas Tecnologias. Historia Geral. Volume I. SP: Editora
Cered, s/d.
Revista Humanidades. Abril/Junho de 1982. Volume II, número 7.
WOOD, Francis. O Primeiro Imperador da China. SP: Editora Landscape, 2009.
XIV
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Número de aulas sugeridas
História – 6.o ano – 4.o Bimestre
Caderno
Capítulo
Semana
Programa
Exploração seus conhecimentos sobre os impérios na Antiguidade
1
Exploração seus conhecimentos sobre os impérios na Antiguidade
Investigação e descoberta de como o Império Romano se formou
2
Investigação e descoberta de como o Império Romano se formou
Investigação e descoberta de como o Império Romano se formou
3
Investigação e descoberta de como o Império Romano se formou
4
7
Investigação e descoberta de como o Império Romano se formou
4
Investigação e descoberta de como o Império Romano se formou
Ampliação de seus conhecimentos sobre a diversidade cultural no mundo antigo
5
Ampliação de seus conhecimentos sobre a diversidade cultural no mundo antigo
Ampliação de seus conhecimentos sobre a diversidade cultural no mundo antigo
6
Aula de ajuste
XV
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XVI
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Sumário
Caderno 4 – Império Antigo
Capítulo 7 – Império Romano e outros impérios de sua época.....................
3
7.1. Exploração seus conhecimentos sobre os impérios na Antiguidade...
4
7.2. Investigação e descoberta de como o Império Romano se formou.... 10
7.3. Ampliação de seus conhecimentos sobre a diversidade cultural
no mundo antigo.............................................................................. 33
Sua criação com a história ............................................................................ 45
Autores:
Ana Maria de Fátima Santos Marino
Maria Teresa Vianna Van Acker
Ricardo Vianna Van Acker
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Capítulo
5
7
Império Romano e outros impérios de sua época
Figura – Mídia Objetivo
Mapa-múndi
A área
assinalada
corresponde ao
espaço de
influência
dos
impérios
que iremos
estudar.
Figura 1
Neste capítulo vamos estudar os Impérios da Antiguidade. Destacaremos o Império Romano por ele
ter se expandido durante quatro séculos, tanto para o Oriente, como para o Ocidente. A Oriente, Roma
chegou a dominar o Egito, a região da Mesopotâmia e toda a área que correspondia ao espaço de
influência das cidades gregas, e chegou até a Arábia. A Ocidente, seu território se estendeu por quase toda
a Europa, até os rios Danúbio e Reno, no norte da Alemanha e pela região da Grã-Bretanha. Investigaremos
como se formou a estrutura de um império tão grande, e que ocupou grande parte do mundo conhecido
pelos antigos, no século III a.C., como você pode constatar observando o mapa de Eratóstones.
Além do Império Romano, estudaremos o
Mapa de Eratóstenes (século III a.C.)
Império Macedônico / Persa e o Império Chinês.
A disputa pelo domínio dos territórios era
intensa. Roma não foi o único império. Aliás, ao
dominar a região da Grécia, nada mais fez do que
ocupar cidades que haviam sido conquistadas
pelos persas, depois pelos macedônicos e que
retornaram ao poder dos persas posteriormente –
o que demonstra a intensa luta pela posse de
territórios. Quanto ao império chinês, ele
desenvolveu-se em um território distante da zona
de influência romana, mas com ela se comunicava Mapa elaborado pelo sábio Eratóstenes, em Alexandria,
no século III a.C.
3
por meio da rota da seda.
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DATA: _____/_____/_____
7.1. Exploração de seus conhecimentos sobre os impérios na Antiguidade
Certamente você já ouviu falar de impérios em várias situações, e pôde, inclusive, saber muito sobre
impérios na Antiguidade. Neste capítulo, vamos dar início ao nosso estudo procurando compartilhar o
que todos já sabemos sobre o que seja um império.
1 – Vide orientações didáticas (página IV).
1. De que maneira a classe descreveria um império? Como teriam sido os primeiros
impérios? Seu texto será possivelmente reformulado ao longo das discussões desta etapa
da sequência didática, por isso, faça suas anotações a lápis.
O professor deve conduzir esta atividade estimulando os alunos a montarem um império imaginário, com base no que conhecem sobre a
palavra. Para isso, eles deverão descrever oralmente para, depois, se for possível, fazer uma dramatização relâmpago de uma cena que seja
característica de um império. Caso não seja possível dramatizar, a classe deverá passar do exercício de imaginação ao registro no caderno
das palavras chaves, das ideias que estiveram presentes na produção da classe, inclusive sobre quais as funções sociais existentes em um
império, sobre suas bases materiais e sua localização.
Esculturas de soldados chineses, século III a.C.
4
Figura 3
Figura 2
Neste capítulo estudaremos fundamentalmente o Império Romano e outros dois impérios importantes da mesma época: o Império Macedônico, na Ásia, que se transformou em Império Persa e o
Império Chinês, mais a leste, que não foi registrado por Eratóstenes no século III a. C. (fig. 1)
Observe as imagens abaixo. Elas indicam os vestígios do Império Chinês no século III a.C. e do
Império de Alexandre, da Macedônia (século IV a.C.).
Alto relevo do sarcófago de Alexandre, século IV a.C.
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Figura 4
Figura 5b
Figura 7
Figura 6
Estátua de Alexandre na Macedônia.
Figura 5a
As esculturas que você viu na página anterior têm como função preservar a memória de reis muito importantes. Ao mesmo tempo, ambas têm
como tema a guerra, pois mostram soldados encouraçados e cenas de batalha. Na primeira figura você poderá identificar as estátuas de terracota
(tipo de argila) que compõem o exército de estátuas que faz parte do mausoléu do primeiro imperador da China, cujo nome pessoal era Ying Zheng
(260-210 a.C.), mas que era mais comumente chamado Kin-Shi-Huang-Di
(260-210 a.C), rei do Estado de Qin (247–221 a.C.), a partir do qual
unificou a China entre 221 a.C. e 210 a.C. O imperador mandou moldar
em cerâmica, e em tamanho natural, os diversos soldados, que parecem
montar guarda em seu túmulo até a posteridade. Esse governante passou
para a história como o fundador da China e como responsável pela finalização da grande Muralha da China.
Soberano rígido, foi também o responsável pela unificação de diferentes estados
em um só espaço chinês. É considerado,
portanto, o fundador da China atual.
A segunda imagem é um detalhe do
sarcófago de Alexandre, o Grande (356323 a.C.)
No Sarcófago foram esculpidas, em
relevo, cenas de batalhas de Alexandre
contra os persas. Alexandre era um imperador que valorizava a história, a filosofia
e as ciências. Por outro lado, Alexandre
expandiu o idioma e a cultura grega por grande parte da Ásia e
do norte da África, difundindo o que chamamos de helenismo.
Kin-Shi-Huang-Di e Alexandre são lembrados, como podemos perceber, até hoje.
Observe as imagens abaixo:
Estátua do imperador chinês onde foram
encontradas as esculturas de terracota.
5
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Depois de ter observado essas imagens, poderão ter surgido ideias novas. Se for esse o caso, é hora
de reformular o texto coletivo sobre o que é um império acrescentando informações, reforçando-as ou
mesmo complementando algumas ideias anotadas na página 5.
E quanto a Roma? Você conhece a origem da cidade de Roma? Sabe o que teria feito dessa cidade
o centro de um dos maiores impérios da Antiguidade?
Vamos ler os textos Roma nos primeiros tempos e Como se pode conhecer o mundo romano. Depois,
vamos observar o mapa da influência de Roma no seu auge (página 4), para então realizarmos a tarefa 26.
Roma nos primeiros tempos
Quem nunca ouviu falar em Roma, a capital da Itália?
É lá que se localiza o Vaticano, onde fica o papa.
Roma é uma cidade muito antiga. Na verdade, não se
sabe com certeza quando e como foi fundada a cidade. A
primeira data conhecida é 753 a.C. Sabe-se, no entanto,
que ela surgiu às margens do rio Tibre, a alguns
quilômetros da costa, em um ponto estratégico: por ali
passava um rota de sal que ligava o litoral ao interior.
Roma compreendia, inicialmente, uma área resultante
da junção de sete colinas: Palatino, Esquilino, Célio,
Capitólio, Quirinal, Vimial e Aventino, e desde o início foi
habitada por pessoas de diferentes origens. Era uma das
pequenas cidades da região do Lácio, localizada na parte
central da península Itálica, onde a língua falada era o
latim. Originou-se da unificação das cidades latinas e foi
governada durante bastante tempo por reis, que eram
eleitos por um conselho composto por chefes das
principais famílias. Em certo período, de 625 a 509 a.C.,
foi governada por um povo vizinho, os etruscos, aos quais
os reis se aliaram. Eles viviam no norte da península Itálica
e expandiram sua ocupação por grande parte da península
nos séculos VII e VI a.C. Foram os introdutores da
metalurgia na região, e eram fabricantes de objetos de
metais preciosos e de joias bastante requintadas.
Segundo a tradição, em 509 a.C. os romanos
acabaram com a realeza, expulsaram os etruscos e
instauram uma República.
(Olavo Leonel Ferreira. Visita à Roma Antiga.
São Paulo: Moderna, 2000, p. 9.)
Figura 8
(Pedro Paulo Funari. Império e família em Roma. São Paulo: Atual, 2000, p. 4 e 5. Adaptado.)
Colar e fíbulas de ouro – séc VII a.C. Acervo do Museu Gregoriano Etrusco.
6
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Como se pode conhecer o mundo romano?
A Arqueologia, que estuda o passado a partir dos vestígios materiais, tem fornecido,
há séculos, dados sobre os romanos. Os edifícios mais bem conservados das cidades
Mosaic
preservadas, como Pompeia e
Relevos.
o.
Herculano, na Itália, ou Petra,
na Arábia, podem ainda hoje
ser visitados.
Neles foram encontradas estátuas romanas em mármore,
vasos de vidro, de cerâmica e de bronze, além de pinturas de
parede, mosaicos e relevos.
Inscrição.
Dessa forma, para conhecer o mundo romano, utilizamos uma grande variedade de documentos e, a cada
ano, aumentam as descobertas de vestígios da civilização romana e os estudos a partir da literatura. A história
de Roma serve-se de todas essas fontes – literárias, arqueológicas ou iconográficas –, para que possamos
compreender a vida naquela época.
(Pedro Paulo Funari. Império e família em Roma. São Paulo: Atual, 2000, p. 7-9. Adaptado.)
7
Figura 11
Figura 13a
Além dos livros, os romanos escreviam em todo tipo
de objeto: todos os edifícios públicos tinham inscrições,
que informavam quem tinha sido o construtor, quem
financiara o prédio (...). Os vasos de cerâmica também
tinham inscrições, com o nome do fabricante ou da olaria
e a qualidade do produto. As moedas tinham inscrições, e
também se escrevia nas paredes, com estilete.
Uma parte dessas inscrições chegou até nós e tem sido
coletada e publicada. (...)
Podemos saber a idade média com que as pessoas morriam pelas lápides funerárias,
assim como podemos saber sobre as eleições nas cidades, estudar as trocas econômicas
e as preocupações das crianças na escola. (...)
Também podemos conhecer o mundo romano por meio de objetos, como xícaras.
Figura 13b
Figura 12
Figura 9
Figura 10
O Império Romano existiu há mais de dois mil anos. Como é que se
pode, então, conhecê-lo? Pelos livros que escreviam e publicavam. Eram
obras copiadas à mão e enviadas a muitas partes do Império, onde ficavam
guardadas em bibliotecas particulares ou públicas, até mesmo na
Biblioteca de Alexandria.
Os romanos escreviam em
latim, sua língua materna, e
também em grego, a língua
utilizada pelos sábios na época.
Uma parte desses livros chegou a
nós graças a copistas que
viveram na Idade Média.
Outros documentos foram perdidos – alguns, a Igreja Católica não
preservou por considerar pouco interessantes, entretanto divulgou os
textos que compõem o Novo Testamento e que são importante fonte de
informação para conhecermos a vida na Palestina, uma das regiões do
Império Romano.
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Depois de ter lido o texto Como se pode conhecer o mundo romano?, vamos organizar
as informações, para que possamos melhor responder a nossa pergunta inicial: o que
teria feito de Roma o centro de um dos maiores impérios da Antiguidade?
1.
Qual foi a intenção do autor ao escrever esse texto?
O texto de Pedro Paulo Funari procura pôr o leitor em contato com vestígios da vida em Roma no período do Império, ou seja, procura
fornecer as fontes que permitem seu estudo.
2. Os documentos citados são considerados vestígios da vida em Roma, no período do Império. Que
atividades os romanos praticavam?
Os antigos romanos escreviam e publicavam livros. Eles também valorizavam o estudo, construíam bibliotecas. Escreviam em vários tipos
de suportes: em edifícios públicos, vasos cerâmicos e de vidro, em moedas, túmulos, paredes e mosaicos.
3. Além do que você já anotou, quais são as informações que você já conhece e que considera
relevantes sobre o Império Romano?
Resposta pessoal do aluno. Podemos citar os monumentos históricos, como circos, coliseus, ruínas de Pompeia. O professor deve
valorizar aqui o conteúdo da classe, e depois, quando for tratar das cidades, das fortalezas, das política e das leis, ir mencionando que
esses também são elementos importantíssimos para o estudo da história do Império Romano.
No Portal Objetivo
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO
(www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite HIST6F401.
8
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2 – Vide orientações didáticas (página IV).
Figura – Mídia Objetivo
O Império Romano na época do imperador Trajano (98 a 117 d.C)
(Pedro Paulo Funari. Roma, vida pública e privada. São Paulo: Atual, 1994, p. 5.)
Depois de observarem o mapa, de terem lido os textos e de retomarem informações já
conhecidas, é possível tentar explicar como Roma teria passado de uma pequena cidadeEstado, localizada próximo ao litoral do Mar Mediterrâneo, à sede de um Império que
ocupou três continentes? Quais são as hipóteses que temos?
Professor, é importante ouvir os alunos, mas, ao mesmo tempo, será necessário organizar a conversa, de maneira que os alunos se ouçam
e não repitam as mesmas ideias. A atividade consiste numa construção coletiva, por esse motivo não é conveniente estimular a competição
ou a valorização de uma opinião sobre as demais.
O texto e o mapa permitem levantar duas hipóteses:
1. Roma surgiu agregando vários povos, aglutinando as cidades latinas e aliando-se aos etruscos. Isso poderia indicar uma estratégia que
foi se aperfeiçoando.
2. A posição estratégica de Roma, no litoral e com ligação com o interior, permitia o fácil deslocamento tanto para fins de comércio como
para fins militares.
Além das hipóteses acima, podemos considerar a influência dos romanos sobre um vasto território a partir das seguintes informações:
Em várias cidades, como em Alexandria, surgiram bibliotecas com documentos que falam dos romanos, o que sugere que eram bastante
conhecidos.
As várias realizações romanas inferidas a partir dos vestígios apontados no exercício anterior.
Essa atividade não pretende esgotar o conteúdo dos textos, mas avivar o interesse dos alunos para a próxima etapa.
Criando com a História – Transmitindo uma tradição
3 – Vide orientações didáticas (página IV).
No segundo bimestre, em Língua Portuguesa, você estudou sobre origens lendárias de Roma. Agora
você vai rever o material e escrever sua versão da origem de Roma, ilustrando-a, conforme as orientações
do professor, que você registrou na página 45.
9
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DATA: _____/_____/_____
7.2. Investigação e descoberta de como o Império Romano se formou
Nessa etapa do nosso estudo sobre os Impérios da Antiguidade vamos conhecer o desenvolvimento
histórico do Império Romano. Isso quer dizer que vamos estudar sobre as redes de relações econômicas,
culturais e políticas que constituíram, ao longo do tempo, o território de um império. Tudo isso começou
com uma cidade-Estado, Roma, que em seus primeiros tempos foi uma Monarquia. Depois, durante o
período que chamamos de República, o território dessa cidade se expandiu por meio de contínuas
guerras; a economia e a organização da sociedade e do governo se transformaram de um modo tal que
ao longo de cinco séculos as condições tornaram-se propícias para a formação do Império.
Roma: da Monarquia à República
Em seus primeiros tempos, Roma viveu um período monárquico. Durante esse período, os romanos viviam da
agricultura e do pastoreio, e foi somente sob o domínio dos etruscos que a cidade cresceu. A sociedade romana estava
organizada em três grupos principais:
Patrícios – membros das famílias aristocratas, grandes
proprietários de terras. Governavam Roma por meio do
Senado.
Clientes – homens livres que viviam sob a proteção dos
patrícios, com os quais estabeleciam trocas de favores – muitas
vezes, patrícios e clientes eram parentes distantes.
Plebeus – homens livres, camponeses sem terra, pequenos
agricultores, artesãos e comerciantes. Não tinham direitos
políticos.
Ainda havia os escravos, que representavam uma pequena
parcela da população. Eles trabalhavam em atividades
domésticas ou prestavam serviços; em sua maioria eram
endividados.
Esses grupos sociais representavam ordens sociais, que não possibilitavam mobilidade social. Por exemplo: um patrício
sempre permanecia patrício, assim como seus filhos.
Essa sociedade era governada por um rei (rex), que era chefe militar eleito e contava com o auxílio do Senado – um
conselho de anciãos (em latim, senex, daí, “senado”) formado pelos chefes da famílias mais ricas (os patrícios) –, que
tinha, por sua vez, o poder de vetar, ou seja, de recusar as decisões do rei. Além do Senado, os membros homens e adultos
das famílias patrícias faziam parte de uma Assembleia. Sua função era formular leis.
Os patrícios, descendentes das antigas famílias, tinham poder sobre os outros grupos. Os etruscos, quando
conquistaram Roma, tentaram diminuir seu poder, e por essa razão aliaram-se aos plebeus, passando a aceitar que a partir
de certa riqueza os indivíduos poderiam ter acesso à classe militar. Esses militares passariam a integrar a assembleia
composta por representantes das centúrias do exército (oitenta guerreiros), que decidia os assuntos referentes à guerra.
Essa mudança diminuiu um pouco o poder dos patrícios, que deixaram de ser o único grupo a ocupar o poder político.
Em 509 a.C., os patrícios, ainda bastante fortes, reagiram e expulsaram os etruscos militarmente. A partir de então, teve
início a República, que aboliu a monarquia mas manteve as instituições importantes para o governo da cidade de Roma.
10
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Os patrícios e plebeus na República
A palavra República significa ‘a coisa pública’, aquilo que interessa ao público, a todos. Na época que
estamos estudando, se contrapunha à monarquia, ou seja, a um governo de um só. Entretanto veremos
que um grupo social – os patrícios – se considerou defensor da República, e observaremos como isso se deu.
Em primeiro lugar, eles, os patrícios, garantiram seu poder no Senado, composto quase inteiramente
por seus representantes. Eram trezentos senadores com mandato vitalício que tinham por função
fiscalizar as finanças do Estado e decidir sobre questões de guerra e paz. Além do Senado, havia a
Assembleia Centuriata (formada por patrícios e plebeus), que decidia todos os assuntos referentes às
guerras, participava na escolha dos cargos de governo (os chamados magistrados) e aprovava as leis.
Cada centúria tinha um representante, e os patrícios tinham o maior número delas.
No início da República, apenas os patrícios eram considerados cidadãos romanos, ou seja, eram os
únicos que tinham direitos civis, políticos e religiosos. Somente eles poderiam casar conforme a lei e possuir
imóveis. Contra essa situação, os plebeus se rebelaram para ampliação de seus direitos, e chegaram até a
ameaçar abandonar Roma. Caso isso ocorresse, os patrícios perderiam muito de sua força militar. Aos
poucos, os plebeus acabaram conquistando vários direitos; entre eles, quatro foram bastante importantes:
interferência nas decisões do Senado, acesso às leis, direito de se casarem e fim da escravidão por dívidas.
Em 494 a.C., a plebe conquistou um cargo de governo importante: o tribuno da plebe. A princípio,
foram dois, depois chegaram a ser dez. Eles eram eleitos por uma assembleia popular para representar
os interesses de seu grupo junto ao Senado. Eles podiam apresentar propostas, embora não pudessem
votar. No entanto, tinham um direito importantíssimo: eles podiam vetar as resoluções do Senado que
considerassem prejudiciais à plebe.
Em 450 a.C., conquistaram o direito de ter acesso a leis, sem depender da interpretação do Senado.
Isso porque anteriormente a essa data as leis eram transmitidas oralmente e interpretadas apenas pelos
senadores. A partir de 450 a.C., elas passaram a ser escritas e acessíveis a qualquer leitor.
Em 445 a.C., a plebe teve outra conquista importante. Foram autorizados os casamentos entre
patrícios e plebeus. A partir disso, a sociedade sofreu uma modificação relevante: os plebeus ricos
poderiam legitimamente integrar as famílias patrícias.
Em 375 a.C., os plebeus tiveram duas conquistas importantes: o direito de terem acesso ao maior
cargo do governo romano – o consulado (ver tabela abaixo) – e o direito de não serem mais escravizadas
as pessoas endividadas. A partir desse ano, os escravos existentes eram apenas os provenientes das
guerras (prisioneiros de guerra).
Os magistrados e o governo
Roma era governada por magistrados, que atuavam junto ao Senado e eram eleitos pela Assembleia Centuriata. O
nome Centuriata deve-se ao fato de ela ser formada a partir de representantes das centúrias, agrupamentos de
80 soldados que correspondiam às unidades básicas do exército.
Eram denominados magistrados aqueles que exerciam uma função específica na política da cidade; todos eles
desempenhavam função executiva, ou seja, deveriam agir em torno de um determinado aspecto da administração da
cidade. Podemos compará-los aos nossos ministros ou secretários de governo. O Senado aprovava as leis e as medidas
dos magistrados.
Magistrados
Consules (2)*
Pretores
Censores
Questores
Edil
Tribuno da plebe
Área de atuação
Líderes militares e administrativos
Justiça
Censo da população
Finanças
Administrador da cidade (prefeito)
Juiz e defensor de causas dos plebeus
*em caso de crise, um cônsul poderia
ser nomeado ditador pelo Senado, por
seis meses. E suas resoluções não
estariam sujeitas a aprovações.
11
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Vamos ler o texto de Políbio, um historiador romano que viveu no século II a.C.
O equilíbrio de poder em Roma
O cônsul, ao partir com seu exército, parece ter, efetivamente, autoridade absoluta em todos os assuntos; na verdade,
contudo, depende do apoio do povo e do Senado, e não é capaz de levar adiante as operações de guerra sem a
colaboração de ambos, pois, obviamente, as legiões necessitam de suprimentos constantes [que dependem do Senado].
É absolutamente indispensável aos cônsules conquistar a simpatia do povo, pois é este que ratifica as condições de paz
e os tratados.
O Senado, por seu turno, é obrigado a estar atento ao povo nas questões de interesse público. Se um só dos [dez]
tribunos da plebe se opuser, o Senado é incapaz de decidir em última instância sobre qualquer assunto [graças a seu poder
de veto].
Igualmente, o povo, por seu turno, é submisso ao Senado e respeita-lhe os membros, seja em público, seja na vida
privada. Nenhum dos poderes predomina sobre os outros nem pode desprezá-los.
Políbio. História, livro VI, capítulos 11-18.
DATA: _____/_____/_____
4 – Vide orientações didáticas (página V).
1. Os alunos vão se preparar para dramatizar uma sessão do Senado Romano na qual se
discutem problemas a serem resolvidos. Para isso, a classe deverá conversar sobre eles
previamente, e sua conclusão vai ajudar a definir o roteiro da dramatização.
Os problemas a serem resolvidos são os seguintes:
Os cartagineses atacam uma parte do território romano. Quem deve responder por essa situação? Quais
seriam as possíveis sugestões para dar conta desse acontecimento?
Os cônsules.
É preciso aumentar impostos para pagar o salário dos soldados. Quem pode informar qual é a situação
financeira das famílias e como poderá ser cobrado o imposto? Quais magistrados resolverão essa
situação? Que sugestões podem contribuir para a solução do problema?
Censores e questores.
Um patrício, em 300 a.C., decide cobrar uma dívida, e propõe a escravização do seu devedor. Isso seria
possível? Qual magistrado deverá atuar nessa questão? Há mais de uma solução para ela? Por quê?
O pretor.
Em 380 a.C., um plebeu e uma patrícia decidem se casar, e a família patrícia tenta impedir. Que
magistrado deve atuar nessa questão?
O tribuno da plebe.
Decide-se construir um mercado público. Quem definirá o local? E o que a classe acha que o magistrado
deve levar em conta para fazer sua proposta?
O edil.
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Qual o papel do Senado em todas as situações expostas anteriormente?
Ouvir os argumentos, aprovar, negar ou fazer recomendações. A classe poderá imaginar os argumentos que os responsáveis por cada solução
vão apresentar e as possíveis posições do Senado, com base no que já estudaram. Não se trata de esgotar as informações sobre o tema,
mas sim de verificar o que os alunos compreendem dessa divisão de poderes em Roma.
2. A partir das discussões realizadas, os alunos devem representar as duas primeiras situações. Para
isso, a classe vai se reunir em um único grupo, sempre segundo as orientações do professor. A tarefa do
grupo é escolher aqueles que representarão os magistrados responsáveis por oferecer solução para cada
um dos problemas expostos. Cada magistrado irá apresentar o problema que lhe compete ao Senado e
encaminhar uma solução para ele. Na sessão, os senadores vão ouvir sugestões e, ao final da discussão,
cuidarão do encaminhamento da solução, que poderá ser aprovada conforme sua proposta, negada
complemente ou reestruturada em torno de sugestões de modificação.
O grupo tem 20 minutos para se organizar e até 15 minutos para dramatizar as questões propostas,
segundo a orientação do professor.
5 – Vide orientações didáticas (página VI).
3. Depois da dramatização você poderá reponder à seguinte questão:
Quais os elementos da forma de governo da cidade de Roma a aproximam das cidades-Estado gregas?
Trata-se de um momento de revisão das formas de governo das cidades gregas. Ao final da dramatização, o professor deve pedir aos alunos
que iniciem uma conversa sobre o assunto, e, caso eles não encontrem a resposta, devem consultar o caderno e o conteúdo on-line e trazer
alguma resposta para a próxima aula, quando, então, em 5 minutos, a classe deverá compor a resposta à questão.
O período monárquico era uma oligarquia em que o poder ficava concentrado nas mãos dos patrícios. Podemos pensar em uma aristocracia,
como em Esparta. A partir do momento em que os plebeus começam a conquistar direitos, inclusive o de participar do exército e de se casar com
patrícios, podemos considerar que a aristocracia patrícia se enfraquece. Poderíamos pensar em democracia ao modo antigo a partir do
momento em que se instalou a Assembleia Centuriata – cada centúria do exército poderia ter seu representante nessa assembleia, que
escolhia os magistrados. Porém, o que houve foi uma lenta mudança na aristocracia, que vai se transformando em oligarquia: o poder, ao
invés de ser exercido apenas por descendentes dos patrícios, passa a incluir plebeus, ainda que os patrícios sejam predominantes. Ou seja,
diferentes classes sociais podem conseguir direitos políticos se estiverem ligadas a atividades militares. Será uma oligarquia cuja base
principal é o exército.
Ao final desse exercício, o professor deverá propor que os alunos fiquem atentos a essa questão, de modo a verificarem as novas
transformações ocorridas a partir da conquista de novos territórios.
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DATA: _____/_____/_____
República Romana e suas conquistas
A fase inicial da República Romana correspondeu a um período de conquistas no interior da
Península Itálica contra os etruscos e os sabinos. Ao final desse período, o território de Roma deixou de
ser restrito à cidade-Estado. Era o início da expansão territorial que deu origem ao aumento do poder
de Roma sobre a península Itálica. Ao conquistarem outras cidades, outros povos, os romanos passaram
a ter acesso a produtos agrícolas pagos como tributos pelas regiões conquistadas e a escravos que eram
prisioneiros de guerra. Segundo as leis da época, os escravos pertenciam aos generais do exército, que
depois os vendiam aos plebeus e patrícios, para os quais executavam vários tipos de trabalho. As
condições econômicas de Roma durante a República sofreram alterações. O comércio foi muito ampliado
por conta do acesso aos diferentes produtos das regiões conquistadas. A produção das grandes
propriedades aumentou muito com o trabalho escravo, o que levou ao empobrecimento dos pequenos
proprietários – muitos deles perderam suas terras e foram morar nas cidades.
A expansão do território romano e as Guerras Púnicas
O mundo antigo vivia em constante estado de guerra. E com Roma não foi diferente. Para se defenderem de ataques
dos vizinhos, os romanos fizeram acordos, alianças e também pegaram em armas. Com isso, Roma ampliou a área do
seu domínio.
A disputa por seu território e pelo controle econômico do Mar Mediterrâneo levou a um conjunto de lutas entre
romanos e cartagineses. Era o primeiro passo de Roma fora da península Itálica. Era o início de um conjunto de guerras
denominadas Guerras Púnicas. Acredita-se que essa denominação venha da palavra Punicci, que em língua fenícia
significava comerciante. No início da Primeira Guerra Púnica, século III a.C., relatos indicavam que a população de Cartago
era três vezes maior que a romana. A frota naval cartaginesa era superior à romana, mas tudo isso não constituiu um
obstáculo para a vitória de Roma sobre o norte da África.
Observe agora a evolução histórica das Guerras Púnicas:
PRIMEIRA GUERRA PÚNICA: 264 a 241 a.C. – Roma faz anexação da região da Sicília.
SEGUNDA GUERRA PÚNICA: 218 a 202 a.C. – O general cartaginês Aníbal partiu da península Ibérica e penetrou
na península Itálica, chegando a ameaçar Roma, mas foi vencido pelas tropas do
general romano Cipião, o Africano. A vitória romana levou à conquista da região
da atual Espanha e norte da África, exceto o reino da Numídia e Cartago.
TERCEIRA GUERRA PÚNICA: 150 a 146 a.C. – O general romano Cipião Emiliano destruiu Cartago e escravizou
seus habitantes. Estava dominado o Mediterrâneo Ocidental.
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Figura – Mídia Objetivo
Primeira fase da expansão romana ocorre entre o século IV a.C. e o século III a.C.
Conquistas romanas e a localização de Cartago.
Após derrotar os cartagineses nas Guerras Púnicas, Roma prosseguiu com sua política expansionista
objetivando dominar territórios, cobrar tributos de povos conquistados e escravizar prisioneiros de guerra.
O Mar Mediterrâneo transformou-se em Mare Nostrum, nosso mar, uma imensa faixa controlada por
Roma.
Ao mesmo tempo, os romanos abriram outras frentes de combate e dominaram a Grécia e a Ásia
Menor. Depois, no século seguinte, estenderam suas conquistas para Síria, Palestina, Macedônia,
Lusitânia (Portugal atual) e Gália (França atual). Além de terem conquistado vários povos, também fizerem
acordos em que puderam transformar outros grupos em seus vassalos, como o Egito, por exemplo, que
tinha um governo próprio mas que passou a dever obrigações a Roma.
Observe as transformações do território romano:
Figura – Mídia Objetivo
Expansão romana – século I a.C.
Figura – Mídia Objetivo
Expansão romana – séculos III a II a.C.
À medida que ia avançando com a dominação sobre outros povos, a República Romana foi
ampliando seus limites ao máximo. Para governar tão vasto império, o território foi subdividido em
províncias e suas fronteiras foram fortificadas com a presença de legiões. Cada província era administrada
por um governador, que era nomeado pelo Imperador.
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Figura – Mídia Objetivo
Províncias e fronteiras do Império Romano no seu apogeu (século II d.C.)
O sucesso militar de Roma deveu-se a uma série de fatores. Podemos citar dois como sendo muito
importantes: a organização do exército e o enriquecimento de parte da sociedade, a que foi favorecida
pela guerra.
A legião romana
Legionário
Vestia uma camisa de malha sobre uma túnica
de lã (cota). Um capacete de ferro protegia a
cabeça e o rosto do soldado (elmo).
Portava o pilum, que era uma lança com ponta
afiada, pensada para penetrar na armadura do
adversário, e uma espada espanhola curta, o
gladius.
Centurião
Vestia uma cota de malha, elmo e grevas, que
eram proteções de prata para as pernas.
Lutava apenas com uma espada; ostentava um
amuleto peitoral e um cinto, ambos com o
emblema de seu posto militar (insígnias).
(Adaptado de Impérios em Ascensão – 400 a.C.
200 d.C. – História em Revista. Time Life Livros.
Rio de Janeiro: Abril Livros, 1991, p. 68.)
16
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O exército romano e suas fortalezas
O exército romano era formado por cidadãos entre 17 e 45 anos
que se organizavam em 28 legiões, subdivididas em cortes, e essas em
centúrias.
As campanhas militares eram também extremamente
organizadas e conforme o exército avançava os romanos construíam
fortalezas nas fronteiras.
Esquema de uma fortaleza em Inchtuthill,
Perthshire, construída entre 83 e 87 d. C.
(visão vertical)
(HAMMOND. Past Worlds: The Times Atlas
of Archaeology, 1988, p. 170. Adaptado.)
Ilustração de fortaleza romana em Inchtuhill, Perthshire, construída entre 83 e 87 d.C. (visão oblíqua).
(HAMMOND. Past Worlds: The Times Atlas of Archaeology, 1988, p. 171. Adaptado.)
17
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Além da organização do exército, outro fator importante foi o incentivo dado aos militares para
participarem e promoverem as guerras com base em uma promessa: enriquecimento.
A economia romana e a guerra: riqueza e escravidão
Os legionários recebiam promessas de dinheiro, de terras e ainda era-lhes permitido saquear. As terras conquistadas
pertenciam ao Estado, eram terras públicas (ager publicus) que podiam ser distribuídas aos cidadãos. Entretanto a maior
parte delas foi dada aos patrícios e a uma nova classe social que enriqueceu com as guerras – grandes comerciantes e
negociantes, responsáveis pelo fornecimento de alimentos, pela construção de navios e pelo transporte terrestre e
marítimo. As guerras também aumentaram a quantidade de escravos, prisioneiros de guerras, aos quais os comandantes
militares tinham direito – muitas vezes, os comandantes ofereciam escravos aos legionários para incentivá-los nas batalhas.
Esses escravos, uma vez conquistados nas guerras, não poderiam seguir com o exército em suas campanhas; por essa
razão, os comerciantes de escravos passaram a ser muito importantes – eram eles que adquiriam os escravos dos generais,
o que facilitava o avanço das tropas e contribuía para a movimentação da economia romana. Outra fonte de escravos foram
as regiões que tradicionalmente já mantinham esse tipo de comércio, como podemos observar no mapa a seguir. Os
escravos passaram a ser utilizados em todos os trabalhos na cidade e no campo, especialmente nas grande propriedades
daqueles que recebiam as terras públicas, nos serviços domésticos, no serviço público, na produção e até no lazer.
Figura – Mídia Objetivo
Mapa da economia do Império Romano no século II d. C.
18
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6 – Vide orientações didáticas (página VI).
Criando com a História – Sua narrativa histórica da formação do Império Romano
Você já escreveu um texto transmitindo um saber de tradição sobre a fundação de Roma. A partir
de agora, vai escrever uma narrativa histórica sobre a formação do Império Romano. Para isso, deve se
cercar de muitas informações. Até aqui, você já aprendeu algumas coisas sobre as lutas dos plebeus por
mais direitos, sobre o fortalecimento do exército, a substituição de uma monarquia pela República e a
expansão do seu território. Agora vai aprender mais sobre a importância dos escravos em Roma e sobre
a importância das cidades. Seguindo a orientação do seu professor, você vai escrever uma narrativa
histórica sobre a formação do Império Romano consultando suas anotações na página 46.
Expansionismo e escravismo
O enorme número de escravos gerado pelas guerras de conquista alterou o modo de vida romano
e tornou sua economia dependente da mão de obra escrava, pois os grandes proprietários que os
possuíam tinham maior capacidade de produção do que os pequenos, o que os expulsou para as cidades –
esse foi um dos grandes fatores de empobrecimento da plebe. Calcula-se que no século I a.C. havia
cerca de três escravos para cada cidadão romano. Por isso consideramos Roma, a partir da fase de suas
conquistas, uma sociedade escravista, pois ela era dependente dos escravos, diferentemente do que
ocorria no período monárquico, quando os escravos eram a minoria.
Ser escravo em Roma
Em princípio o escravo era um forasteiro, um “bárbaro”, fato que o distinguia de todas as outras forças de trabalho
obrigatório que você já estudou – os camponeses egípcios recrutados para construir as pirâmides, os clientes da Roma
dos primeiros tempos, os presos por dívidas. O escravo é introduzido em uma sociedade que não é a sua de forma
violenta e traumática, arrancado não apenas de sua terra natal como também de tudo aquilo que, em circunstâncias
normais, pode propiciar apoio social e psicológico ao ser humano. Ele é separado da família, dos companheiros, das suas
instituições religiosas, e não recebe nenhum outro foco de relação a não ser a figura do senhor e, de maneira pouco
confiável, a dos camaradas escravos. Além disso, não pode esperar apoio de outros grupos oprimidos da sociedade para
a qual foi conduzido. Perdeu o controle não apenas sobre o seu trabalho, mas também sobre a sua pessoa (e
personalidade). Daí serem os castigos e abusos corporais uma condição da escravidão.
(Moses Finley. Aulo Caprélio Timóteo, mercador de escravos. Aspectos da Antiguidade.
São Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 191.)
7 – Vide orientações didáticas (página VI).
1. O texto que você acabou de ler apresenta alguma informação que pode ser utilizada como
argumento para a exclusão dos escravos por outros grupos sociais? Qual?
O texto diz que o escravo é oprimido, que não conta com apoio de nenhum outro grupo social; além do mais, ele não é senhor nem
mesmo do seu próprio corpo.
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2. O texto afirma que os escravos são bárbaros, que são estrangeiros introduzidos à força em uma
sociedade. Em que medida você julga que essa condição é uma boa justificativa para que exista
exploração e até castigos físicos.
Reposta pessoal dos alunos. Espera-se que eles percebam o fato de que ser estrangeiro não justifica a exploração nem os castigos.
Os alunos poderão levantar a hipótese de que o fato de serem introduzidos à força gera revoltas e violência e amedronta os homens livres.
Poderão ainda levantar outras hipóteses, que o professor deve registrar, além de convidar à leitura dos outros textos. Ao final, o professor
deve apontar que a injustiça primeira é a da escravidão propriamente, que retira do escravo o direito sobre o próprio corpo e sobre sua
pessoa.
Depois desse momento de discussão, é hora de ler, em casa, o texto seguinte, para tirarmos algumas
conclusões sobre o que significava ser escravo em Roma e qual o significado de uma sociedade escravista.
8 – Vide orientações didáticas (página VII).
Senhores e escravos em Roma: uma relação delicada
O desprezo pelo mercador de escravos, mesmo sendo ele muito rico, não era incomum, o que nos sugere que a
escravidão em si apresentava certos problemas de ordem moral mesmo quando era considerada absolutamente
necessária.(...) Gregos e romanos tentaram justificar a escravidão com base em uma inferioridade natural dos escravos.
A tentativa fracassou por diversas razões.
Em primeiro lugar havia uma minoria muito grande a quem essa “teoria” não se aplicava: (...) as centenas de milhares
de prisioneiros trazidas do mundo grego, durante dois séculos, quando os romanos o conquistaram. Essa invasão
involuntária teve como um de seus efeitos uma verdadeira revolução cultural. O poeta romano, Horácio, escreveu: “A
Grécia cativa cativou seu rude conquistador”; era evidentemente impossível aplicar a doutrina da inferioridade natural (que
poderia ser utilizada para outros povos, como os germanos) a um povo que lhes fornecia a maior parte dos professores,
e que introduziu a filosofia, o teatro e o que havia de melhor em escultura e arquitetura no seio de uma sociedade que
anteriormente não demonstrara possuir virtudes voltadas para tais interesses.
Em segundo lugar, a prática de libertar escravos como recompensa pelo serviço fiel era bastante comum na
Antiguidade, ocorrendo com maior freqüência quando o senhor estava próximo da morte. Podemos ter uma ideia das
proporções que atingiu esse costume por meio de um decreto do primeiro imperador, Augusto. Ele tentou conter as
libertações concedidas no leito de morte, provavelmente para proteger os direitos dos herdeiros; estabeleceu que nenhum
homem poderia liberar mais do que cem escravos em seu testamento. Após séculos dessa prática de libertação de escravos
quem poderia distinguir os “naturalmente superiores” dos “naturalmente inferiores” entre os habitantes das cidades
gregas e romanas (especialmente quando não havia nenhuma diferença na cor da pele)? É importante considerar que os
libertos recebiam o nome da família do seu ex-senhor.
(Moses Finley. Aspectos da Antiguidade. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 192 e 193. Adaptado.)
1.
Qual a justificativa moral utilizada por gregos e romanos para escravizarem outros povos?
Gregos e romanos justificavam a escravidão afirmando que os povos escravizados eram estrangeiros.
20
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2.
De que modo a escravidão de gregos por romanos foi contestada em sua justificativa moral?
Ao contrário dos povos considerados inferiores, os gregos eram professores em Roma, mesmo sendo escravos. Essa situação era
contraditória com a afirmação de que os povos escravizados eram inferiores aos romanos.
3. Senhores de escravos concediam liberdade a seus escravos. Como o faziam e como isso era visto pela
sociedade romana?
Em geral, ao morrerem, alguns senhores libertavam seus escravos e até mesmo lhes davam seu nome de família. Isso deve ter sido muito
comum, pois houve a necessidade de se criar uma lei que limitasse o número de escravos libertos.
4.
Qual a relação do título do texto com a intenção do autor, Moses Finley?
Moses Finley quer mostrar que apesar de ter existido uma justificativa para a escravidão – forma de trabalho obrigatória que transforma
um ser humano em coisa –, a inferioridade do povo escravizado, não era incomum uma relação de admiração e até mesmo de afeto entre
o senhor e seu escravo, o que é demonstrado pelo uso de escravos como professores (gregos) e pelo número de libertos que recebem o nome
da família. O título está relacionado com a intenção do autor de mostrar que os próprios costumes da Roma Antiga contradiziam a
justificativa da escravidão.
5.
O que você considera mais importante nesse texto? E por quê?
Os três aspectos mais importantes do texto são: a justificativa da escravidão, o papel dos escravos gregos e o costume de libertar escravos.
6. Você acredita que a sociedade brasileira, que foi escravista, também considerava o negro inferior?
Por quê?
Propor uma pequena discussão com a classe e anunciar que isso será mais estudado no sétimo ano. Podemos avaliar junto aos alunos se há
resquícios ainda hoje da ideia de os negros (os escravos no Brasil eram todos negros) serem considerados inferiores, e se isso se revela sob
a forma de preconceito racial.
21
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As cidades e o Império
Roma cresceu muito, e as cidades construídas segundo o seu modelo proliferaram por todo o
território conquistado. A partir delas, os governadores administravam o Império. Todas elas possuíam
fórum, teatro, circo, basílica, rede de esgotos e água, termas, banheiros públicos e muros ou fosso de
proteção. Os povos conquistados aceitavam submeter-se a Roma, às suas regras; aceitavam manter a paz,
pois poderiam participar do exército romano e, assim, enriquecerem.
“Os líderes políticos eram responsáveis pelos
grandes projetos de construções. Aqueles que
construíam aquedutos e anfiteatros estavam certos
de serem populares junto aos cidadãos de Roma.
Os construtores romanos usavam pedra, tijolo,
mármore, granito e madeira. Esses materiais eram
transportados em barcaças, ao longo do rio Tibre, para
Roma. Os construtores romanos inventaram o concreto, que era uma mistura de cascalho, areia e água. (...).
Muitos dos mais belos edifícios eram construídos
perto do Fórum. O Fórum era o principal centro
comercial da cidade. Ali havia lojas, praças de mercado, e era o local onde os romanos discutiam política e
onde se dava a administração da justiça.
Os imperadores muitas vezes erigiam edifícios
comemorativos da sua própria grandeza. Muitos
desses edifícios subsistiram até os dias atuais. Observe
a imagem a seguir.
22
Figura – Mídia Objetivo
Roma: construções e monumentos
Figura 16
Vespasiano construiu o Coliseu em 80 d. C., que era chamado
de anfiteatro Flávio, em homenagem à família Flávia, do imperador.
Mas uma estatua colossal de Nero foi erguida próxima a ele, o que
deu origem ao apelido de Colosseum, que se transformou em
Coliseu. Trajano construiu uma coluna com sua estátua no alto.
Tanto Júlio César como Otávio Augusto construíram um Fórum.
Otávio Augusto construiu também teatros, termas, bibliotecas,
templos e celeiros. Dizia ele: ‘Encontrei uma cidade de tijolo e
deixei-a de mármore’.
(...) Com um milhão de pessoas vivendo em Roma, era impossível produzir toda a comida necessária nas propriedades próximas.
No tempo de Júlio César as mercadorias eram importadas. Grandes
cargueiros navegavam para o porto de Óstia. Nele as mercadorias
eram descarregadas para barcaças que subiam o rio Tibre até Roma.
Os navios mercantes chegavam a Òstia diariamente de todas as
partes do Império. Eles viajavam até mesmo à Índia, e regressavam,
apesar de as viagens levarem, às vezes, um ano.
Os comerciantes também usavam a grande rede de estradas
do Império. Não traziam só mercadorias, mas também informações
acerca de novos métodos de fabricação, de todos os confins do
Império.
(...) À medida que o Império Romano crescia, os romanos construíram uma grande rede de estradas. As primeiras grandes estradas romanas, tais como a Via Apia, ligavam Roma a outras partes
da Península Itálica. Conforme os soldados iam conquistando terras fora da Itália, construíam mais estradas. Elas lhes permitiram
viajar com segurança e rapidez através das novas terras conquistadas.
Os soldados não eram as únicas pessoas que viajavam para
partes distantes do Império. Oficiais do governo tinham de ir
gerenciar as novas propriedades. Comerciantes iam comprar
comida e mercadorias para trazê-las a Roma. Assim, embora as
estradas tivessem sido construídas primeiramente para o exército,
os funcionários públicos e os comerciantes, rapidamente, também
começaram a viajar por elas.”
Figura 14
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Detalhe de uma estrada romana na região de
Yorkshire, na Inglaterra.
(Joan Forman. Os romanos, povos do passado. São Paulo:
Melhoramentos, s/d, p. 36, 40 e 42. Adaptado.)
Figura 15
23
C4_6o_Ano_Historia_Tony_2016_PROF_SOME 17/06/16 09:23 Página 24
Figura – Mídia Objetivo
A produção econômica no Império Romano
Este mapa mostra as mercadorias que eram produzidas por todo o Império. As matérias-primas tais como metais e
couros vinham do norte. Os alimentos vinham do sul e os perfumes, da Arábia.
(Joan Forman. Os romanos, povos do passado. São Paulo: Melhoramentos, s/d, p. 43.)
Vocabulário
Anfiteatro: grande edifício oval ou circular, com assentos para os espectadores.
Aqueduto: canal artificial para conduzir água potável para Roma; feito de pedra e elevado acima do solo.
Púrpura: tintura natural de coloração vermelho-púrpura, extraída de caramujos marinhos, e que provavelmente foi
produzida e comercializada pelos povos fenícios. Essa tinta tinha um grande valor comercial na Antiguidade; tecidos
tingidos dessa cor eram utilizados apenas pelas camadas mais ricas da sociedade.
24
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1. Por que razão os líderes políticos responsáveis pela construção de aquedutos e
anfiteatros eram considerados populares junto aos cidadãos romanos?
Os aquedutos eram responsáveis pela condução e distribuição de água potável para toda a população, e os anfiteatros eram locais de
diversão para os romanos.
2.
Como você descreveria o Fórum romano?
Era o principal lugar público da cidade, no qual os cidadãos romanos discutiam política e onde acontecia a administração da justiça. Ficava
localizado na região central da cidade; foi construído em forma retangular e cercado por colunas. Compreendia diversas construções e lojas.
9 – Vide orientações didáticas (página VII).
Observando o mapa a seguir, os alunos, organizados em duplas ou trios, deverão levantar as
possibilidades de realização de um intenso comércio exterior a partir da cidade de Roma.
Um Império tão grande e numeroso exigia uma grande circulação de mercadorias. Grandes navios subiam o rio Tibre até Roma. Muitas
mercadorias podiam demorar até um ano para chegar à Roma. Os comerciantes usavam também a rede de estradas, que cortava a vastidão
do Império.
Vestígios das construções romanas em vários locais do Império
Figura 17
Figura – Mídia Objetivo
Em todo o mundo romano, na África, Ásia e Europa, do leste ao oeste, encontramos vestígios de cidades romanas.
Estrada romana em Portugal (Setúbal).
Rede de estradas romanas.
25
Figura 18a
Figura 20
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Figura 19
Figura 18b
Termas romanas de Bath (Inglaterra). O edifício
acima do andar térreo foi refeito.
Biblioteca de Celsus, em Éfeso (Ásia Menor,
atualmente Turquia).
Le’ptis Magna (atualmente Al-Khums, na Líbia).
Anfiteatros, circos e os pobres de Roma
Com o e enriquecimento das classes mais abastadas, a plebe foi ficando cada vez mais empobrecida, conforme
estudamos anteriormente. Os pobres se deslocaram para as cidades. No século II a.C., foram organizadas algumas revoltas
populares. Houve uma tentativa de distribuição de terras públicas para eles, mas o tribuno da plebe que conseguiu a
aprovação desse projeto, por volta de 133 a.C., Tibério Graco, foi assassinado. Seu irmão, Caio Graco, foi também eleito
tribuno da plebe porém o máximo que conseguiu foi aprovar a venda de trigo a preços baixos para os pobres e a criação
de uma colônia na África para os cidadãos desocupados. Apesar disso, não foi reeleito. A plebe romana, após o insucesso
da propostas dos irmãos Graco, acomodou-se à política do “pão e circo” (panis et circenses), nome dado à medida
adotada pelo Senado republicano, que oferecia alimentos e diversão para conter as revoltas da plebe descontente. A
diversão era, em geral, ofertada por meio de lutas entre gladiadores ou lutas entre um gladiador e um animal selvagem,
realizadas em anfiteatros, ou então, corridas de cavalos atrelados a carros de combates – as bigas ou quadrigas –, que
aconteciam em circos. Nas províncias foram construídas arenas seguindo esse modelo.
26
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Essas lutas e espetáculos oferecidos no Coliseu eram do agrado popular e representavam parte dos
valores da sociedade da época, conforme é possível perceber a partir da leitura do texto a seguir:
Uma diversão brutal
“Os esportes sangrentos que tanto fascinavam os romanos tinham sua origem em ritos funerais. Nos primeiros dias
da República, organizaram-se às vezes lutas violentas entre escravos para marcar a morte de nobres ricos. As lutas
constituíam em uma oferta de sangue ao morto, permitindo às vítimas em potencial ao menos uma chance de
sobrevivência. Logo, os governantes romanos aprenderam a explorar o fascínio dessas carnificinas. Júlio César agradou
o povo ao reunir 640 gladiadores na arena. E o imperador Trajano festejou seu triunfo sobre a Dácia, no ano de 106, com
uma maratona de mortes no Coliseu que durou 117 dias e envolveu quase 10 mil combatentes, muitos deles escravos
dácios. Esses espetáculos, que com frequência envolviam animais ferozes, não atraíam apenas o populacho. Os senadores
tinham assento de honra – assim como as virgens vestais –, de onde observavam o clamor da multidão pedindo ao
imperador para salvar ou condenar o perdedor.
Os críticos da sociedade romana sabiam que tais passatempos, junto com a farta distribuição de comida que os
acompanhava, transformavam o romano médio de cidadão engajado em espectador enfraquecido. Como escreveu o
romano Juvenal: O público, que antes outorgava comandos, consulados, legiões e tudo o mais, agora não interfere e
anseia apenas por duas coisas – pão e circo!
(História em revista. Impérios em ascensão – 400 a.C. – 200 d.C. Time Life Livros. Rio de Janeiro: Abril Livros,1991, p. 65. Adaptado.)
Vocabulário
Dácia: região da Europa Central que corresponde, atualmente, aos territórios da Romênia e da Moldávia.
Virgens vestais: sacerdotisas romanas que não podiam ter nenhum tipo de contato com homens.
10 – Vide orientações didáticas (página VII).
Leia a afirmação do historiador Tácito, que viveu entre 55 d.C e 117 d.C., em seu livro Histórias:
Penso realmente que [...] a paixão pelos gladiadores e cavalos é, por assim dizer, concebida no
ventre materno [...] Poucos são os que falam de qualquer outro assunto em suas casas, e ao entrar em
uma sala de aula, de que mais trata a conversa dos jovens a não ser de combates e corridas?
Sob a orientação do professor, a classe deverá discutir se nos nossos dias existem formas de diversões
ou esportes que podem nos remeter às disputas da República Romana, considerando que essas exigiam
a formação de gladiadores, escravos preparados para lutar até a morte em espetáculos públicos.
O professor, ou um escriba, escolhido por ele, deverá anotar as ideias levantadas pelos alunos para produzir um texto coletivo.
Os alunos devem pensar nas conversas que mais os agradaram e motivaram, e depois escrever um parágrafo como o do historiador Tácito,
que deve se iniciar por “O que mais apaixona os [brasileiros, paulistas, alunos do Colégio] é”...
Os alunos poderão mencionar as recentes lutas de MMA (Mixed Martials Arts), que são artes marciais que incluem tanto golpes de combate
em pé quanto técnicas de luta no chão. Poderão citar também as rinhas (lutas) de galos e de outros animais, no interior do país, assim
como touradas e festejos violentos com touros em regiões da Europa. Entretanto os esportes mais populares e que alegram a população
27
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em geral não são esses. No Brasil, o esporte que mais recebe atenção é o futebol. De todo modo, é importante considerar que poderemos
encontrar respostas que fogem das nossas ideias preconcebidas. Importante também é perguntar sempre aos alunos sobre qual é a origem
da informação que trazem.
Você já estudou que as províncias reproduziam os costumes e as grandes construções romanas. As
lutas de gladiadores também foram incorporadas nessas províncias. Para que elas existissem os escravos
eram treinados em escolas especiais. A mais importante delas localizou-se em Capua, no sul da Península
Itálica.
DATA: _____/_____/_____
Nós vimos que durante a República foi se constituindo o território do Império Romano. A ampliação
do território a custa do domínio de outros povos, que passaram a pagar impostos a Roma, caracterizava
o Império. Entretanto o título de imperador – imperator, que significava aquele que tem o supremo
comando militar – foi dado a um governante muito mais tarde, somente no século I a.C. Esse governante
foi Augusto, que consagrou-se primeiro imperador em 27 a.C. – comandante das forças de mar e terra,
administrador geral das províncias romanas e sacerdote supremo, única pessoa a autorizar um culto
religioso no Império.
Roma vinha tendo dificuldades em governar um território tão extenso, com tantos povos diferentes;
seu exército precisava ser cada vez maior para defender tal império. Ao
longo do século I a.C., a aristocracia senatorial foi perdendo seus
antigos privilégios; havia muita luta pelo poder, traições e assassinatos
entre cônsules e magistrados, rebeliões nas províncias e muita pobreza
nas cidades. O senado passou a apoiar sempre os generais mais bem
sucedidos, e muitas vezes os próprios generais disputavam essa
supremacia, alimentando conflitos e traições que punham o império
em risco. A fórmula da condução do governo por dois cônsules estava
condenada ao fracasso e se anunciava uma tendência à concentração
do poder dos magistrados nas mãos de um só político. O senador
Júlio César, que também foi cônsul, passou a exercer suas funções
políticas acumulando os títulos de chefe religioso, chefe do exército e
ditador perpétuo. Júlio César, membro de uma importante família
patrícia, contava com o apoio dos plebeus romanos em função das
reformas sociais que pretendia implantar: distribuir trigo do Egito para
Busto de Júlio César – 50 a.C.
28
Figura – Mídia Objetivo
As transformações do governo romano: o imperador
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Figura 22
Figura 21
os pobres de Roma; dividir as terras conquistadas em guerras entre os
plebeus; conceder a cidadania romana aos habitantes de algumas
províncias. Ele praticamente governava Roma sozinho: anunciava-se
um Império como forma de governo. Uma conspiração por parte de um
grupo de senadores fez com que César fosse assassinado no dia 15 de
março do ano de 44 a.C.
Após a morte de Júlio César, seu sobrinho e herdeiro político, No ano 14 d.C.,
a esposa de
Otávio, deu continuidade às reformas sociais em curso em Roma,
Otávio Augusto
estabilizando as tensões do período republicano.
encomendou
O governo de Otávio contava com o apoio do Senado, que lhe uma estátua do
conferiu os títulos de príncipe – o primeiro cidadão de Roma – e de imperador com
trajes militares
Augusto, isto é, o divino.
falando aos
Consagrou-se assim Otávio Augusto, o primeiro imperador de
soldados.
Roma, no ano de 27 a.C.: o comandante das forças de mar e terra,
administrador geral das províncias romanas, sacerdote supremo e única
pessoa a autorizar um culto religioso no Império. Sua popularidade se deveu à paz, ao trigo barato para
a plebe e a presentes para os soldados. Não podemos esquecer que Augusto buscou a popularidade,
assim como outros imperadores, por meio da propaganda veiculada por inscrições, estátuas e moedas.
O governo de Otávio Augusto não se baseava apenas na expansão territorial do Império, mas também
na consolidação de conquistas anteriores, na defesa das fronteiras e na manutenção da paz em todas as
províncias. Para cumprir com suas proposições reorganizou o exército e distribuiu as legiões pela fronteira.
Instaurava-se, assim, as bases da “Pax Romana”, período de paz e segurança do Império Romano.
Na verdade, essa “paz” assentava-se sob a dominação exercida pela força. A Pax Romana vigorou
durante todo o governo de Otávio Augusto (27 a.C. – 14 d.C.), e tinha como base de apoio as legiões
romanas. Augusto criou também a guarda
pretoriana, que tinha a função de proteger o
imperador; era composta por quinhentos homens.
Criou ainda condições para o desenvolvimento da
cidade de Roma, com o auxílio financeiro de Caio
Mecenas, grande incentivador das artes.
Projetos arquitetônicos vislumbravam uma
“nova Roma”. Antigas moradias caíram por terra e
foram substituídas por edifícios que chegavam a
atingir vários andares. Surgiram verdadeiras
avenidas, ao lado das quais se erigiram palácios,
monumentos e edifícios públicos. Uma rede de
estradas facilitava a comunicação entre as províncias
do Império.
No entanto, as dispustas pelo poder, os
problemas políticos e as dificuldades em administrar
o Império e defendê-lo de invasões provocaram sua
divisão, em 395: nasceram o Império Romano do
Oriente e o Império Romano do Ocidente (ver
mapas nas páginas 31 e 32).
Maquete de Roma, conservada no Museu da Civilização
Romana. Roma (Itália).
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Figura 23
Os imperadores: seu poder e seus símbolos
Todos os poderes concentravam-se
nas mãos do imperador. O Senado, as
assembleias e as magistraturas foram
mantidas, mas seu poder foi muito
diminuído.
A sucessão imperial obedecia a
vontade do próprio imperador e a
aceitação do exército, afinal, seu poder
era de origem militar. Ele não precisava
ser nem romano nem patrício. O
próprio imperador escolhia seu
sucessor. O Senado somente
confirmava a decisão. Otávio iniciou o
costume de, ao escolher seu sucessor,
adotá-lo como filho, e treiná-lo para
isso. Os demais imperadores seguiram
o mesmo costume.
Otávio Augusto não teve filhos.
Antes mesmo de sua morte, colocavase a questão da sucessão ao poder. O
imperador adotou Tibério, filho de sua
terceira esposa, Lívia, que assumiu o
controle político do Império em 14
d.C., quando do falecimento de Otávio
Augusto. O imperador morreu aos 76
anos de idade, após governar Roma
por 44 anos. Depois do funeral seu
nome foi colocado na lista dos deuses
romanos.
Todos outros imperadores
seguiram o costume estabelecido a
partir de Augusto de mandar esculpir
grandes estátuas suas, de cunhar
moedas nais quais era forjado o
desenho de sua face e de se
autoproclamarem Augusto, o que
significa o venerado, o escolhido por
deus, o divino.
Imperador romano Trajano.
11 – Vide orientações didáticas (página VII).
A fragilidade do poder imperial
Após cinco séculos de dominação e grandiosidade, o Império Romano mostrava sinais de crise. As bases de
sustentação do poder do imperador, o escravismo e a poderosa organização militar entravam em colapso. O cidadão
romano perdeu a confiança em um dos valores mais tradicionais do império: o direito divino de seus imperadores.
Roma, senhora poderosa do mundo antigo, estava empobrecendo.
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Declínio do Império Romano em fins do século III
(Atlas Histórico Escolar. Rio de Janeiro: FAE/MEC, 1986. Adaptado.)
12 – Vide orientações didáticas (página VII).
1. Qual é a leitura que você faz desse mapa, a partir das legendas?
Certamente o aluno irá observar que o expansionismo romano e suas conquistas territoriais atingiram seu limite no século III, e que em 263
e 276 Roma assinala perda de território para os visigodos. Os alunos deverão observar também que os legionários se concentravam nas
fronteiras e que, em alguns locais, construíram fortalezas.
2.
Ao analisarmos o mapa, é possível dizer que a obtenção de escravos aumentou? Por quê?
A partir da leitura do mapa, é possível dizer que a obtenção de escravos diminuiu, pois a expansão romana chegou até as fronteiras
fortificadas.
3.
Quanto aos impostos recebidos pelos romanos, o que podemos inferir a partir do mapa?
Percebemos que os impostos diminuíram, pois as regiões assinadas em verde foram abandonadas pelos romanos, o que nos faz inferir que
essas mesmas regiões deixaram de pagar impostos aos romanos.
4.
Quais povos estavam nas fronteiras do norte do Império Romano?
Jutos, anglos, francos, burgúndios, alamanos, vândalos, gépidas, vizigodos, ostrogodos e alanos.
Os povos que você acaba de identificar no mapa eram germânicos. Muitos deles entraram no território
romano e foram assimilados, viviam como súditos de Roma. Mas isso não ocorria sempre. Às vezes o
exército declarava guerra não para conquistar novos territórios, mas para defender as fronteiras do Império.
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Leia o texto abaixo sobre os frísios, povos de que temos notícias a partir do historiador romano
Tácito. Ao que tudo indica, tratava-se de um povo de navegadores, que dominaram o mar do norte, a
Bretanha e o leste da Dinamarca.
Os frísios e Império Romano
Os frísios aproximaram-se do rio Reno [...] e ocuparam as terras vagas, reservadas para uso dos soldados [romanos].
Eles agiam sob o comando de Verrit e Malorix, reis dessa nação [...]. Já tinham construído as casas, semeado os campos
e cultivado o solo, quando o governador da província os ameaçou com armas romanas, caso não retornassem à sua
antiga morada ou não obtivessem de César a permissão para se estabelecerem nas novas.
Tácito, escritor romano, 55 d-c- 117 d.C. Anais, XIII- 54 (século II d.C.)
Você pode imaginar que a mesma cena se repetiu ao longo de toda a fronteira norte diante da pressão
dos povos germânicos para ocuparem terras do Império. As tensões aumentaram na região, pois muitos
dos legionários e até comandantes de legiões eram descendentes de germânicos que já haviam feito a paz
com Roma, no início da expansão territorial. Como, então, germânicos combateriam germânicos?
As tensões nas fronteiras do Império foram crescentes. Os imperadores não conseguiam governar.
Entre 211 e 284 se elegeram 23 imperadores, sendo que 20 foram assassinados. Então, aos conflitos com
os povos além das fronteiras somavam-se as tensões entre os governantes.
No séculos IV e V a situação do Império se agrava – acompanhe no mapa:
Figura – Mídia Objetivo
Rotas dos germanos e dos hunos (séculos IV e V)
Concluindo:
– O Império não ampliou a quantidade de escravos no período observado.
– A quantidade de escravos deixou de ser proporcional ao crescimento da população.
– Com menos escravos, menor se tornou a produção de riquezas.
– O Império diminuiu o número de legionários e passou a gastar menos com equipamentos militares.
Uma onda de violência atingiu o interior da sociedade romana. Grandes segmentos de desempregados e famintos passaram
a praticar saques e pilhagens. As fronteiras, menos fortificadas, possibilitaram a invasão dos vizinhos do norte.
Esse cenário de violências fez com que muitos cidadãos romanos abandonassem as cidades – assunto que trataremos no
início do 7.º ano.
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DATA: _____/_____/_____
Nesta etapa do nosso estudo trataremos primeiramente da diversidade que havia no interior do Império
Romano, e depois trataremos das diferenças e
semelhanças entre os impérios antigos da Macedônia e
da China, que existiram à época da Império Romano.
O vasto Império Romano conviveu com muitos
povos diferentes, alguns submetidos, ainda que à força,
e que aderiram aos padrões da cultura romana. Outros
povos, no entanto, não reproduziram essa lógica. Um
caso conhecido é a província da Judeia (veja no mapa
da página 16 sua localização). Os povos conquistados,
muitas vezes escravizados, também eram considerados
SHAPUR I, imperador persa, submete Valeriano, imperabárbaros, inferiores, conforme lemos no texto que dor romano. Relevo em pedra, Irã, século III d.C.
abordou as justificativas da escravização. Vamos
exemplificar esse julgamento conhecendo como os romanos descreviam os hunos.
A Judeia e o cristianismo
Você estudou que a partir de Roma instalou-se um sistema de dominação na Antiguidade que atingiu
grande parte do mundo conhecido. Eram as províncias romanas espalhadas pela Europa, norte da África
e parte da Ásia que, através do processo de romanização, procuravam manter os padrões civilizatórios
de Roma – o que incluía construções e costumes como o culto ao imperador e outras atividades.
Entretanto, nem todos os povos dominados se submetiam à romanização. A Judeia é um exemplo.
A religião dos antigos hebreus era diferente de todas
as outras da Antiguidade: eles acreditavam em um único
deus, Iavé, sendo, portanto, monoteístas. Seu deus era
bom, justo e garantia proteção ao seu povo escolhido (os
hebreus) desde que cumprissem os Dez Mandamentos.
O deus único dos hebreus não podia ser representado em
imagens nem ter seu nome pronunciado; ele manifestava-se por meio dos profetas, que cumpriam a função
de difundir os ensinamentos religiosos. Os antigos hebreus
condenavam a idolatria e as religiões estrangeiras.
A importância da religião monoteísta dos hebreus se
prolonga até hoje, pois é a base da religião judaica e do
cristianismo.
Figura – Mídia Objetivo
A religião judaica
33
Figura 25
7.3. Ampliação de seus conhecimentos sobre a diversidade cultural no mundo antigo
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Os hebreus e a Judeia
Figura 26
Em uma planície fértil, situada às margens do Rio Jordão, na região da Palestina, viveram os hebreus. Sabe-se que,
por volta do século XVIII a.C., vieram da cidade de Ur, na Mesopotâmia, para se fixarem ali. Os hebreus organizaram-se
em doze tribos, independentes entre si. Quando chegaram à Palestina, eram um povo nômade composto por pastores.
Ao se fixarem na região, foram abandonando o nomadismo e dedicaram-se à agricultura. Pouco a pouco, intensificaram
as atividades comerciais com outros povos, transformando a Palestina no centro das rotas de caravanas que faziam o
comércio entre o Egito e o Oriente Médio.
Numa época de seca prolongada na região, algumas das tribos dos hebreus foram para o Egito, onde acabaram
escravizadas. Por quanto tempo permaneceram nessa condição não se sabe ao certo. Há relatos que afirmam que os
hebreus estiveram no Egito por até 500 anos.
Os judeus resistiram a todas as tentativas de dominação cultural. O reino da Síria tentou impor uma helenização
forçada, ou seja, tentou obrigá-los a praticar costumes relacionados à expansão da cultura grega. Os judeus, no entanto,
reagiram com violência, e em 142 a.C. recuperaram sua independência. Contudo, a partir do século I a.C., começaram
a sofrer intervenção de Roma. A partir de 63 a.C. o reino da Judeia foi anexado como estado vassalo de Roma, um
principado governado a partir de 40 a.C. por Herodes, que conquistou a cidade de Jerusalém. Como todo governante
romano, iniciou um audacioso programa de construções, que incluía as cidades de Cesárea e Sebástia e as fortalezas em
Heródio e Massada.
Hipódromo de Cesárea – Palestina.
A partir do ano 6 d.C., a planície onde viviam os hebreus tornou-se uma província romana de Judeia submetida ao
governador da Síria. À proporção que aumentava a opressão romana sob os judeus, crescia a insatisfação, que se
manifestava por rebeliões esporádicas, até que se deflagrou uma revolta total, em 66 d.C. As legiões romanas, lideradas
pelo general Tito, superiores em número e armamento, ocuparam a Judeia e arrasaram a cidade de Jerusalém e seu
templo, em 70 d.C., e posteriormente tomaram a última fortaleza judaica – Massada, em 73 d.C. Em 135 d.C., o
imperador Adriano rebatizou a Judeia de Palestina e promoveu um massacre de grande parte da população, o que
impulsionou uma diáspora, isto é, fuga ou dispersão em massa.
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Nesse ambiente político da Judeia e no interior da religião judaica uma outra religião se tornou importante nos
últimos séculos do Império Romano: o cristianismo.
Durante o governo de Otávio Augusto, na cidade de Belém, província da Palestina, nasceu, segundo a tradição
católica, Jesus Cristo. A família do jovem Jesus mudou-se para Nazaré, uma pequena aldeia situada na Galileia. Dali,
Jesus começou a pregar, atraindo seguidores na comunidade judaica, que passaram a considerá-lo o Messias, aquele que
viria salvar a humanidade, e que era muito ansiosamente aguardado.
Em sua pregação, Cristo fazia críticas ao sistema moral e social vigentes,
passando a ser considerado uma ameaça ao Império Romano. Pôncio Pilatos,
governador romano na Palestina, mandou prendê-lo sob a acusação de estar
tramando contra o imperador. Como resultado dessa acusação, Jesus Cristo foi
crucificado.
O cristianismo, nova forma de religiosidade que surgiu no início do Império
Romano, seguia uma base monoteísta, a crença em um único Deus, que estaria
acima do imperador romano. Sendo assim, os cristãos se recusavam a prestar
culto ao imperador e não aceitavam as diferentes divindades romanas. Além
disso, não cumpriam os deveres militares, defendiam a pobreza e a igualdade
entre todos os homens. Essa atitude dos cristãos desafiava o poder de Roma, que
passou a persegui-los violentamente. As primeiras perseguições foram feitas pelo
imperador Nero no ano de 64, e duraram por cerca de duzentos anos.
Como forma de driblar a perseguição, os primeiros cristãos reuniam-se em
catacumbas para realizar suas cerimônias religiosas e enterrar seus mortos. As
catacumbas eram cemitérios subterrâneos formados por galerias com nichos nas
laterais, onde eram colocados os mortos enrolados em tecidos.
Catacumbas nas cercanias de Roma.
Porém, a partir do século IV (313), o imperador Constantino decretou o fim
da perseguição aos cristãos.
Áreas de concentração e centros de difusão do cristianismo – século IV
(Histoire
Géographie. Paris:
Nathan, 1995.
(Adaptado).
In: Joelza Ester
Domingues.
História em
Documento.
Imagem e Texto.
São Paulo: FTD,
2009, p.239.)
35
Figura 27
O cristianismo na Antiguidade
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Os hunos
Povo seminômade, os hunos foram uma antiga confederação eurasiática de nômades ou
seminômades equestres, que era organizada em torno de uma aristocracia proveniente da Ásia Central.
Algumas das tribos que compunham o povo huno moveram-se para a Europa no século IV,
provavelmente devido a mudanças climáticas. Eles eram excelentes criadores de cavalos e adeptos de
combates a cavalo (com espada, lanças e arco).
Movendo-se com suas famílias e com grandes rebanhos de animais domesticados e cavalos, eles
migraram em busca de novos pastos para se estabelecerem. Devido a sua proeza militar e disciplina,
mostraram-se imbatíveis, tirando todos do seu caminho. A corrente migratória estabelecida pelos hunos
resultou no desmembramento de vários povos, que, temerosos com a sua chegada, dispersavam-se. Esse
efeito de dissipação de grandes populações contornou Constantinopla e o Império Romano do Oriente
e chegou aos rios Danúbio e Reno, fazendo resultar na tomada do Império Romano do Ocidente em 476,
pelos hérulos chefiados por Odoacro.
Figura – Mídia Objetivo
O Império Huno e a divisão do Império Romano séc. V
Através da descrição de Amiano Marcelino, datada do século IV, podemos conhecer alguns aspectos
da vida dos hunos. Leia com muita atenção o que esse autor tem a nos dizer:
Os Hunos
“Os hunos ultrapassam em barbarismo tudo quanto se possa imaginar. Ignoram o uso da charrua, as habitações
sedentárias, casas ou cabanas. Eternamente nômades, habituam-se desde a infância ao frio, à fome e à sede. Seus
rebanhos acompanham-nos nas suas migrações, puxando carros nos quais levam as famílias. Suas vestimentas consistem
em uma túnica de linho e numa casaca de peles de rato cosidas. Um capacete ou um barrete lançado para trás e peles
de bode enroladas nas pernas peludas completam este equipamento. Seu calçado, cortado sem forma nem medida, não lhes
permite marchar; isto explica por que são incapazes de combater como infantes, enquanto que, uma vez na sela, dir-seia estarem pregados no dorso de seus cavalinhos feios, mas infatigáveis e rápidos como o raio. Nada iguala sua destreza
no disparo, a distâncias prodigiosas, das flechas dotadas de ossos pontiagudos, tão duros e mortíferos como o ferro.”
(In: Crouzet, Maurice. História Geral das Civilizações, tomo III. São Paulo: Difel, 1958, p. 91.)
Vocabulário
36
Barrete: touca, carapuça.
Charrua: arado de ferro.
Cosida: costurada.
Dorso: as costas de um animal.
Infante: soldado de infantaria; tropa
militar que combate a pé.
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13 – Vide orientações didáticas (página VII).
1. Em sua opinião, é correto relacionar aos hunos o termo “bárbaros”, assim como fez o autor em seu
texto? Justifique sua resposta.
O grupo pode considerar em sua discussão a diferenciação cultural dos povos hunos. Durante muito tempo os termos “bárbaros” e
“barbarismo” eram considerados em relação aos vizinhos, aos povos que estavam além das fronteiras romanas; os termos eram empregados
com sentido negativo, seu uso sinalizava clara intenção de denotar preconceito.
2.
Descreva o vestuário de um huno.
Vestiam-se com um tipo de túnica de linho e com uma casaca de pele de ratazana do mato. Não usavam roupas de baixo, vestiam a mesma
túnica até apodrecer.
3.
Retire do texto uma frase que justifique o nomadismo dos hunos.
“Eternamente nômades, habituavam-se desde a infância ao frio, à sede e à fome. Seus rebanhos acompanhavam-nos em suas migrações,
puxando cavalos que encerravam as família (...)”
4. Você pôde identificar preconceito por parte do autor em relação aos hunos? Justifique com
fragmentos do texto.
• “Ultrapassam em barbarismo (…)”.
• “Ignoram o uso da charrua”.
O autor poderia iniciar sua exposição evidenciando aquilo que destaca positivamente os hunos, mas optou, ao contrário, por anunciar aquilo
que o grupo não conhecia.
A diversidade cultural para além das fronteiras do Império Romano
Os diferentes povos que viviam no Império Romano e o contato com povos invasores não eram as únicas situações
de diversidade cultural às quais os governantes romanos faziam frente. No século III a. C. desenvolveram-se tanto no
Ocidente (oeste) quanto no Oriente (leste) grandes impérios que, através do mundo indiano e dos reinos persas e turcos,
colocariam em contato o mundo grego europeu (também chamado helênico ou helenístico) com o Egito, a Pérsia, a
Índia e a China, unificando aos poucos o mundo conhecido entre a Europa e a Ásia. Esses impérios, centralizados na figura
de um imperador, foram o Império de Alexandre da Macedônia e o Império de Qin Shi Huangdi da China.
Ambos os imperadores fundaram cidades e abriram estradas, planejando ampliar o seu império. Ambos governaram
em constantes viagens pelos seus territórios, e ambos morreram após um reinado relativamente curto.
Foram impérios importantes por sua extensão e pelo que deixaram para a posteridade.
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Figura – Mídia Objetivo
Representação do território do Império de Alexandre (séc. IV a.C.) e do Império Chinês (séc. III a.C.)
O Império de Alexandre
Alexandre herdou um pequeno império conquistado por seu pai Felipe, rei da Macedônia: nada
menos que o mundo grego, suas ilhas e suas colônias na Ásia Menor. Com a morte de Felipe, Alexandre
assume o trono aos 20 anos, em 336 a.C., e decide liquidar as constantes ameaças representadas pelo
Império Persa ao mundo grego. Em dez anos, Alexandre domina todo o Império Persa, incluindo a
Babilônia e o Egito, e chega ao vale do rio Indo. Em sua longa marcha, recolhe tributos em ouro e manda
construir monumentos e teatros, levando a cultura e a língua gregas ao exterior – por isso seu Império
é considerado também como Império Helenístico.
Alexandre era um guerreiro forte e corajoso, estrategista inteligente e um homem culto (tinha sido
aluno do célebre filósofo Aristóteles). Não diferenciava os gregos dos estrangeiros “bárbaros”. Alexandre
compreendeu que os povos da Ásia não eram bárbaros, mas sim seres humanos como os gregos, com
culturas e crenças próprias que ele tratou de respeitar. Aliás, ao assumir o trono da Macedônia, Alexandre
promoveu uma aliança de casamento entre seus soldados e as mulheres persas. Ele próprio casa-se com
uma das filhas do Xá, imperador da Pérsia.
Alexandre fundou várias cidades; a mais famosa entre elas é a cidade de Alexandria, no Egito.
A expansão do Império de Alexandre encontrou seus limites na fronteira do rio Indo (atual Paquistão).
Por não conseguir invadir os reinos indianos, o imperador recuou para a Babilônia, onde faleceu de febre.
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Figura – Mídia Objetivo
As campanhas militares e o Império de Alexandre (336 a.C. a 326 a.C.)
Os reinos helenísticos
Figura – Mídia Objetivo
Com a morte de Alexandre em 323 a.C., seu império foi dividido entre diversos generais. Veja o mapa a seguir:
Dentre os reinos helenísticos, aquele que teve maior estabilidade foi o do Egito, que ficou sob o domínio de uma
família de origem grega, conhecida como a dinastia dos Ptolomeus. O primeiro rei Ptolomeu fundou em Alexandria um
museu e uma biblioteca – espécie de universidade da época – que se tornariam o centro da vida cultural helenística até
a conquista romana do Egito, no ano 30 a.C., quando a rainha Cleópatra – última soberana da dinastia dos Ptolomeus –
perde o poder para o imperador romano chamado Augusto. Por muitos séculos após sua fundação, Alexandria tornou-se o
centro cultural da Antiguidade, tornando-se uma verdadeira metrópole, onde habitavam cerca de um milhão de
habitantes.
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O desenvolvimento no período helenístico
O conhecimento científico acumulado na Biblioteca de Alexandria durante o período helenístico foi de enorme
importância, e serviria de base para criação da ciência moderna mais de 1500 anos depois. Observe no quadro a
contribuição dada por alguns dos cientistas do mundo helenístico ao progresso da ciência.
Especialidade
Obra
Euclides
(século IV a.C.)
Matemática
Elementos de geometria; base da geometria até
os dias atuais.
Aristarco
(século III a.C.)
Astronomia
Demonstrou que a terra gira em torno de si
mesma.
Apolônio
(século III a.C.)
Matemática
Estudo geométrico das curvas: elipses, parábolas
e hipérboles (seções cônicas), conceitos ainda
hoje utilizado nas escolas.
Arquimedes
(século III a.C.)
Física, matemática e tecnologia
Descobridor dos princípios da alavanca e da
hidrostática (estudo dos fluidos).
Desenvolveu mecanismos usados até hoje, como
o parafuso e a roldana; criou lentes (ótica); criou a
primeira bomba hidráulica (parafuso de
Arquimedes) e criou o primeiro planetário, para
estudar os astros.
Na matemática, desenvolveu métodos para
calcular a área da circunferência.
Eratóstenes
(século III a.C.)
Bibliotecário, geógrafo, astrônomo, matemático
e historiador.
Foi o principal bibliotecário de Alexandria, e
organizou a cronologia dos fatos históricos
conhecidos até então. Criou um dos primeiros
mapas do mundo conhecido.
Demonstrou que o planeta Terra é uma esfera, e
calculou com precisão o seu diâmetro.
Ptolomeu de
Alexandria
(século II a.C.)
Astrônomo e geógrafo
Sistematizou o conhecimento geográfico da
época, na obra chamada Almagesto.
Figura – Mídia Objetivo
Cientista
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O conhecimento em Alexandria
As atividades de Alexandria no campo da matemática constituíram exemplos da criatividade geral do seu museu,
especialmente no que toca a iniciativas científicas. Quanto à pesquisa histórica, o passado do Egito foi todo investigado,
posto em evidência e registrado. Fizeram-se grandes avanços em matéria de conhecimento e técnica da medicina, assim
como em biologia e geografia. O mundo foi estudado até seus confins mais remotos, sem que fossem poupados trabalhos
ou despesas. Expedições foram enviadas à Índia e à China, entre outros lugares, com vistas ao aperfeiçoamento das cartas
geográficas, a corrigir concepções consagradas e a obter descrições de povos e costumes. Num jardim zoológico imenso
e magnífico foram reunidos animais de todas as espécies, que ali foram levados para observações e estudo aprofundado.
(Revista Humanidades, abr/jun1982, vol II, n.o 7, p. 62.)
Figura 28
O mundo segundo Ptolomeu de Alexandria
O Império Chinês
Quando estudamos as civilizações do mundo mediterrâneo antigo, quase nos esquecemos da
existência de outros povos que, até aquele momento, ainda não eram conhecidos pelos europeus.
Paralelamente ao desenvolvimento da cultura helenística e da cultura romano-cristã europeia deu-se a
formação do Império Chinês.
Achados arqueológicos demonstram que o território que demarcava o Império Chinês abrigou um
dos mais antigos centros agrícolas, onde se desenvolveram a produção de arroz e a pecuária bovina e
suína, além da criação de aves. Mas a centralização do Estado em torno das fronteiras da China como
as conhecemos hoje só ocorreu com a reunião de Estados pelo Primeiro Imperador Kin-Shi-Huang-Di, no
século III a.C. Desde essa época, o Estado foi marcado pela presença de uma burocracia palaciana, de
universidades e escolas para funcionários e de uma nobreza cortesã, em grande parte formada por
eunucos.
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Figura – Mídia Objetivo
Entre as ações do Primeiro Imperador para unificar o país, destacamos:
• A unificação e padronização de pesos e medidas
Balança chinesa da época do
primeiro imperador.
Figura 29
• A uniformização da escrita (ideogramas)
• A unificação da moeda
Moedas da dinastia Kin.
Figura 30
Kin-Shi-Huang-Di inicia, assim, a coesão daquilo que conhecemos como China, alcançando desde
o extremo oeste, no deserto de Gobi, até o leste e o Norte, próximo à península da Coreia. O imperador
conclui então a construção do sistema de muralhas ao Norte, chamado de Grande Muralha, para evitar
as invasões das populações nômades mongóis do norte.
As obras do Primeiro Imperador não se limitaram à Grande Muralha da China: mandou construir
canais fluviais para facilitar o transporte, mandou fazer obras de irrigação e construiu a cidade de Xian
(ou Chang’an), na fronteira oeste da China, onde mandou erguer seu mausoléu. Além disso, mandou
também construir um observatório astronômico. Datam desse período importantes descobertas, como
o uso do petróleo e de gás natural para iluminação, assim como a fabricação de ferro fundido e do aço.
A Grande Muralha da China foi iniciada por
reinos do norte da China no século V a.C.,
mas só foi concluída sob o governo do
Primeiro Imperador. Prisioneiros e
camponeses foram forçados pelo imperador
a concluir a obra, que oferecia proteção
contra as invasões dos povos da Mongólia,
ao norte. A Grande Muralha evitou por
mais de mil anos a invasão dos mongóis,
que afinal conseguiram seu intento no
século XIII.
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Outro ato que marcou o reinado do Primeiro Imperador foi a censura à filosofia e à literatura chinesa.
Para evitar que os reinos dominados tentassem se reorganizar, o Primeiro Imperador procurou apagar a
sua história ordenando uma grande queima de livros. Leia o documento a seguir:
O decreto da destruição de livros
Se alguém que não seja um erudito da corte ousar guardar canções antigas, registros históricos ou textos das centenas
de escolas, tais documentos deverão ser confiscados e queimados pelo governador da província e comandante do exército.
Aqueles que, nas conversas, ousarem citar canções e registros históricos deverão ser executados em praça pública; aqueles
que utilizarem antigos precedentes para se opor à nova ordem deverão ter suas famílias exterminadas, e os oficiais que
tenham conhecimento de tais casos, e não comunicarem o fato, deverão ser punidos da mesma maneira.
Se passados trinta dias após a promulgação desse decreto os proprietários de tais livros ainda não os tiverem destruído,
deverão ter a face tatuada e serão condenados ao trabalho forçado na grande muralha. Os únicos livros que não precisam
ser destruídos são aqueles que tratam de medicina, adivinhação e agricultura.
(Francis Wood. O primeiro Imperador da China. São Paulo: Landscape, 2009, p. 102 e 103.)
a) Por que o Primeiro Imperador buscava apagar a memória dos antigos reinos chineses?
Para que os reinos dominados não tentassem se reorganizar.
b) Que conhecimentos o Primeiro Imperador considerava ameaçadores?
Os registros históricos, canções e histórias provenientes da tradição oral.
c) Na sua opinião, a história pode ser vista como ameaça por um governante? Converse sobre isso com
o seu professor, em sala de aula.
O aluno irá opinar sobre o assunto e depois cotejará suas ideias com as dos colegas de sala de aula.
O fim da dinastia, mas não o fim do Império
O Primeiro Imperador da China não conseguiu transmitir seu poder ao sucessor. Embora no seu
governo tenha havido muita perseguição aos intelectuais, o conhecimento e a filosofia conseguiram
sobreviver. Com a morte de Kin-Shi-Huang-Di, textos de pensadores como Lao-Tsé, Confúcio e outros
foram resgatados pela dinastia Han, que o sucedeu e que foi responsável pela expansão do comércio
internacional de seda.
Leia o texto a seguir sobre a Rota da Seda.
Descobertas arqueológicas comprovam o comércio entre
Oriente e Ocidente na Antiguidade
“Em território soviético, peças chinesas de seda foram desenterradas de um enorme túmulo com cúpula de pedra (...).
Entre elas estava um esplêndido pano para cobrir o cavalo de seda com uma fênix bordada, tendo ao lado um espelho
de bronze, ambos de origem chinesa. Tecidos e franjas de seda aplicados a vestes de lã também foram encontrados em
túmulos dos séculos VI e V a.C. na Grécia, Alemanha e Luxemburgo. (...) Os gregos, cuja curiosidade fora atraída por esse
novo produto de luxo, tinham apenas ideias muito vagas acerca da longínqua terra do Oriente que chamavam
simplesmente de “País da Seda”, nome que se continuou usando até o período romano. (...)
Posteriormente, a dinastia Han começou a explorar de modo mais sistemático as regiões do oeste, empregando para
isso vastos recursos humanos e materiais. A abertura de uma rota postal ao longo das orlas meridional e setentrional do
deserto de Takla Makan só foi possível graças ao poderio militar e à eficiência administrativa da dinastia Han. A rota foi
estendida para além do Pamire e conectada às vias já existentes na Ásia (...). A partir de então as expedições de seda para
o Ocidente foram constantes, enquanto os produtos da Ásia central e ocidental começaram também a chegar em grandes
quantidades ao interior da China. (....)
(Ma Young. A rota da seda. In: O Correio da Unesco, ago. 1984, ano 12, nº 8, p. 22.)
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Ocidente e oriente começavam a ser ligados por um longa rota comercial, a chamada Rota da Seda,
através da qual ouro e prata da Europa, da região do Mar Cáspio e da Pérsia, fluíam para a China em
troca de tecidos de seda. Essa rota foi bastante ativa do século II a.C até o século XV, período em que o
contato entre a China e o ocidente pôde se estabelecer.
(Cláudio
Vicentino.
Atlas
Histórico –
Geral &
Brasil. São
Paulo:
Scipione,
2011, p. 49.
Adaptado).
A Rota da Seda foi se expandindo até se tornar uma complexa rede de caminhos que permitia o contato
comercial do Oriente com o Ocidente.
No Portal Objetivo
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO
É importante lembrar que o
cultivo do bicho da seda pelos
chineses e a fabricação dos famosos
tecidos de seda datam do início das
primeiras civilizações da humanidade, assim como é importante
saber que a escrita chinesa é uma
das primeiras do mundo antigo – há
registros de mais de 4 mil anos
atrás.
44
Figura 31
(www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite HIST6F402.
Inscrições ideográficas chinesas em osso, que passavam a ser usados como
oráculos. Acervo do British Ashmolean Museum.
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Sua criação com a História
Transmitindo uma tradição
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Sua criação com a História
Sua narrativa histórica da formação do Império Romano
46
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Créditos das Figuras
Figura 1
Figura 16
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Erat%C3%B3stenes#/media/File:
Mappa_di_Eratostene.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Joan Forman. Os romanos. São Paulo: Melhoramentos, 2007, p. 40.
Figura 2
Disponível em: <http://i.dailymail.co.uk/i/pix/2012/08/17/article-0-04f5a0840000044
d-637_634x434.jpg>
Figura 3
Figura 17
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrada_romana#/media/File:Estrada_
romana.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Figura 18a
Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/35/Alexander_
Sarcophagus.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Termas_romanas_de_Bath#/media/
File:Ba%C3%B1os_Romanos,_Bath,_Inglaterra,_2014-08-12,_DD_21.JPG>. Acesso
em: 31 ago. 2015.
Figura 4
Figura 18b
Disponível em: <http://artsmia.org/terracotta-warriors/images/preview/2012_mia337_
TCW_EmperorPortrait_1053.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Disponível em: <https://fr.wikipedia.org/wiki/Thermes_de_Bath#/media/File:Circular_
Roman_Bath,_Bath,_c1900.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Figura 5a
Figura 19
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alexander-sarkofagen,_
Nordisk_familjebok.png>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ephesus10.jpg>. Acesso em:
31 ago. 2015.
Figura 5b
Figura 20
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Macedonian_Army_
Alexander.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Leptis_Magna_Arch_of_
Septimus_Severus.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Figura 6
Figura 21
Disponível em: <http://static.guim.co.uk/sys-images/guardian/Pix/pictures/2011/8/11/
1313077831973/Alexander-the-Great-statu-007.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Joelza Ester Domingues. História em documento – Imagem e texto – 6.o ano. São
Paulo: FTD, 2009, p. 223.
Augusto de Prima Porta, mármore, 2m de altura, século I d.C.
Figura 7
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cin_Shihhuang_Shaanxi_
statue.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Figura 8
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Collana_e_fibule_d%
27oro,_da_tomba_regolini-galassi_di_cerveteri,_675-650_ac._ca.JPG?uselang=pt>.
Acesso em: 31 ago. 2015.
Figura 9
Figura 22
Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/74/Plastico_
E.U.R._rom_marts_2003.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Figura 23
Disponível em: <http://trajano.org/>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Figura 24
Pedro Funari. Império e família em Roma. São Paulo: Atual, 2000, p. 7.
Joelza Ester Domingues. História em documento – Imagem e texto – 6.o ano. São
Paulo: FTD, 2009, p. 223.
Figura 10
Figura 25
“The Great Library of Alexandria”
Tolzmann, Don Heinrich, Alfred Hessel and Reuben Peiss. The Memory of Mankind.
New Castle, DE: Oak Knoll Press, 2001.
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ancientlibraryalex.jpg>.
Acesso em: 28 ago. 2015.
Joelza Ester Domingues. História em documento – Imagem e texto – 6.o ano. São
Paulo: FTD, 2009, p. 241.
Figura 11
Cartaz que comemora a eleição de um candidato a uma magistratura em Pompeia,
Roma.
“Todos os pompeianos, sem exceção, elegeram Páquio Próculo duúnviro: ele é,
verdadeiramente, digno da administração da cidade”. Este cartaz comemora a eleição
de um candidato a uma magistratura em Pompeia. (CIL, v. IV, inscrição 1122.)
Pedro Funari. Roma: vida pública e vida privada. São Paulo: Atual, 2006, p. 27.
Figura 12
Xícaras pintadas com cenas em que aparecem animais selvagens (Museu Nacional da
Dinamarca, Copenhague).
Figura 26
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Caesarea_Palaestina.jpg>.
Acesso em: 31 ago. 2015.
Figura 27
Disponível em: <http://romeactually.com/wp-content/uploads/2014/03/RomeCata
combs-8-1000x665.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Figura 28
Disponível
em:
<http://www.portocidade.unisanta.br/fotos/descobrimento/g/
mapa1482.jpg> Acesso em: 31 ago. 2015.
Figura 29
Pedro Funari. Império e família em Roma. São Paulo: Atual, 2000, p. 9.
Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Economic_history_of_China_before_
1912>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Figura 13a e 13b
Figura 30
HAMMOND. Past Worlds: The Times Atlas of Archaelogy. 1988.
Figura 14
Os navios mercantes romanos eram largos e fundos para transportar grandes cargas
de trigo. Os remos só eram usados quando o navio parava devido à calmaria.
Joan Forman. Os romanos. São Paulo: Melhoramentos, 2007, p. 42.
Disponível em: <http://www.fotosefotos.com/uploads/images/muralha-da-china.jpg>.
Acesso em: 31 ago. 2015.
Figura 31
Chris Scarre. Smithsonian Timelines of the Ancient World. Nova York: Dorling
Kindersley, 1999, p. 126.
Figura 15
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%B3rum_Romano#/media/File:
Forum_Romanum_Rom.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2015.
Fórum romano, localizado no centro de Roma.
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