|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| DEPARTAMENTO CIENTÍFICO Recomendações brasileiras para direção veicular em portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis e arritmias cardíacas Brazilian recommendations for driving restrictions in patients with Electronic Implant Devices and bearers of heart arrhythmias eDitor Guilherme Fenelon e Silvana a. D. niShioka Co-eDitores aDalberto lorGa Filho CoorDenaDores luíS a. CaStilho teno, enrique i. PaChón mateo e Flávio emir aDura PartiCiPantes riCarDo alkmim teixeira, leanDro Zimerman, alexSanDro FaGunDeS; antonio vitor; CeCília barCeloS; ClauDio Pinho; eDuarDo r. b. CoSta; FernanDo luCCheSe; FernanDo oliva; FernanDo Porto; halim Cury; hélio lima De brito Junior; JoSé CarloS PaChón mateo; JoSé mário baGGio; JoSé tarCíSio vaSConCeloS; Júlio CéSar De oliveira; luíS GuStavo belo; marCela SaleS; martino martinelli Filho; Paulo broFFman; Paulo De tarSo meDeiroS; roberto CoSta; SilaS DoS SantoS Galvão Filho; viCente ávila – SobraC / DeCa - SbC; roberto DouGlaS moreira; JoSé heverarDo CoSta montal; mauro auGuSto ribeiro - abramet CoorDenaDor Geral Guilherme Fenelon Fenelon G., niShioka S.a.D., lorGa Filho a, teno l.a.C., PaChon e.i., aDura F.e. e ColS. SoCieDaDe braSileira De CarDioloGia e aSSoCiação braSileira De meDiCina De traFeGo. reComenDaçõeS braSileiraS Para Direção veiCular em PortaDoreS De DiSPoSitivoS CarDíaCoS eletrôniCoS imPlantáveiS (DCei) e arritmiaS CarDíaCaS. Dentre as diversas condições que podem acometer condutores de veículos automotores, certamente as doenças cardiovasculares merecem importante destaque. A atenção que tem sido direcionada a estes pacientes se deve ao fato de que incapacidades súbitas ou mesmo fatais podem comprometer a margem de segurança necessária para evitar acidentes de trânsito1. Neste contexto, as situações que se apresentam sem sintomas premonitórios ou com sintomas súbitos e intensamente debilitantes podem colocar em risco a vida do motorista, demais passagei- 9 10 revista aBraMet Volume 29, nº1, 2012 |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| ros do veículo, pedestres e outros usuários das vias. ser controlada por tratamento medicamentoso, jus- Portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos tifica a criação de recomendações, orientações ou implantáveis (DCEI – marcapassos, ressincroniza- regulamentos que impeçam o acesso do portador dores e cardiodesfibriladores) podem estar expostos de CDI à condução veicular, uma vez que a inconsci- a situações de risco em decorrência da cardiopatia ência pode resultar em morte ou prejuízo para o pa- de base que resultou na necessidade do uso de um ciente e outros; a manutenção do estado de vigília é dispositivo eletrônico permanente, mas também pela pressuposto básico para a administração dos riscos própria presença de tais dispositivos, que podem, inerentes à condução de veículos automotores. eventualmente, sofrer interferências eletromagné- A comunicação eficaz das presentes recomen- ticas, apresentarem disfunções ou ainda propiciar dações aos profissionais médicos que lidam com terapias apropriadas, mas que criam situações de estes indivíduos, no caso aqueles que os assistem risco imprevisível, como os disparos de choque dos do ponto de vista estritamente médico, por um lado, cardiodesfibriladores implantáveis (CDI). e aqueles outros a quem, no interesse da sociedade Portadores de CDI têm risco de incapacitação organizada, e visando ao estabelecimento da justiça súbita e podem causar dano a outrem enquanto es- social, o Estado delegou a autoridade para caracte- tiverem dirigindo um carro. Os direitos do paciente rizar, sob o ponto de vista da saúde física e mental, com CDI competem com os direitos da sociedade a aptidão para o manejo de veículos. para legislar quanto ao nível de risco que considera aceitável para a condução de um automóvel por por- A Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) em trabalho conjunto com tadores desse dispositivo. Qualquer política deve o Departamento de Estimulação Cardíaca Artifi- ser justa com as pessoas, reconhecendo que as cial (DECA) e a Associação Brasileira de Medicina de restrições podem limitar a liberdade pessoal, segu- Tráfego (ABRAMET) desenvolveram um documento rança no trabalho e sentimentos de bem-estar. Al- baseado em evidências científicas e em recomenda- guma flexibilidade deve ser permitida, mas os riscos ções consensuais de diversos organismos nacionais associados à recorrência da arritmia devem ser colo- e internacionais a fim de orientar médicos e condu- cados continuamente no contexto das necessidades tores brasileiros. Aspectos importantes, relacionados de formação profissional, pessoal e social, e, por- às características peculiares de cada dispositivo e tanto, tais riscos não podem ser jamais negligencia- também aos veículos, foram considerados. dos. Deve ser reconhecida, no entanto, que a meta Portadores de marcapassos convencionais (MP) de um por cento de risco zero é inatingível e que a podem estar sujeitos a menor risco que portadores sociedade já aceitou um certo nível de risco ao per- de CDI. Por outro lado, condutores de veículos parti- mitir que outros grupos de pacientes, candidatos à culares de passeio estão expostos a menor risco do condução de veículos automotores, como os jovens que condutores de veículos destinados ao transpor- e idosos, e as pessoas com deficiência – desde que te de cargas ou passageiros. em veículos convenientemente adaptados - tenham De acordo com as recomendações atuais da permissão para dirigir. O automóvel, neste contexto, ABRAMET, pacientes submetidos a implante de MP instrumento indispensável da mobilidade na socie- devem permanecer afastados da direção veicular dade contemporânea, não pode deixar de ser visto, pelo período de 2 semanas em caso de direção par- também, como uma ferramenta de inclusão social, ticular e de 6 semanas em caso de direção profis- desde que, cabe repetir, os fatores de risco não es- sional1. Habitualmente, corrigindo-se a bradiarritmia tejam convenientemente controlados. com MP, o risco de ocorrência de um evento sincopal A condição médica dos portadores de CDI, que ou arrítmico é bastante raro; por este motivo, após o pode causar perda de consciência súbita e não pode período de cicatrização do sítio cirúrgico não são im- recoMendações Brasileiras para direção veicular eM portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos iMplantáveis e arritMias cardíacas |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| postas restrições permanentes na maioria dos casos. Evidentemente, nos casos de terapia inapropria- No caso de portadores de CDI a discussão se da (disparos de choques equivocados em razão da torna mais complexa. Desde os primeiros implantes ocorrência de interferências, defeitos dos cabos- de DCEI tem sido reconhecido que os pacientes tra- -eletrodos ou programação inadequada) a direção tados com CDI têm risco permanente de incapacida- deve ser interrompida até que o problema seja efeti- de súbita que pode causar dano a terceiros quando vamente solucionado. na condução de um veículo. Deve-se ressaltar que o Para o consenso europeu3, a mais recente publi- risco é principalmente uma conseqüência da doença cação (junho/2009), portadores de CDI devem se subjacente e não somente da presença do CDI. afastar por 3 meses para direção privada em con- Os pacientes que recebem CDI habitualmente dições de prevenção secundária e 4 semanas para apresentam cardiomiopatia com disfunção ventricu- prevenção primária. Em caso de troca do gerador lar esquerda e sinais e sintomas de insuficiência car- do CDI a restrição passa para 1 semana e troca do díaca. Além disso, podem já terem sido vítimas de cabo-eletrodo, 4 semanas. Quando da ocorrência de um evento arrítmico potencialmente fatal, inclusive terapia apropriada, novo afastamento de 3 meses, e parada cardíaca recuperada (prevenção secundária) em casos de terapia inapropriada, a suspensão é re- ou, apesar de nunca terem experimentado tais even- comendada até a solução do problema. Também pelo tos, serem considerados de alto risco a apresentá- consenso europeu, o afastamento permanente da di- -los (prevenção primária). Em qualquer uma dessas reção profissional em portadores de CDI é a regra. situações, de acordo com as recomendações atuais Um aspecto interessante relacionado ao risco da ABRAMET, todo paciente estará desqualifica- de direção em portadores de CDI foi recentemente do de forma permanente para a direção profissio- publicado por Albert CM et al.4. Este estudo, que nal. Para o motorista particular recomenda-se, para encontrou risco baixo para ocorrência de choques prevenção primária, habilitação somente 4 semanas apropriados durante a condução veicular (RR 1,05; após o implante, e 6 meses após o último evento IC95% 0,48-2,3), encontrou também que o risco de arrítmico nos casos de prevenção secundária. disparos do CDI é maior nos primeiros trinta minu- A evolução tecnológica, com diminuição do tama- tos após a interrupção da direção (RR 4,46; IC95% nho dos geradores e maior resistência dos cabos-ele- 2,92-6,82). Especula-se que as oscilações do tônus trodos, pode motivar o debate visando a redução das autonômico entre os períodos de direção e após a restrições para a condução veicular, mas o mecanis- direção possam justificar estes achados. mo de cicatrização inerente à própria reação tecidual Outras preocupações referem-se às restrições e celular frente a uma agressão cirúrgica dificilmente no estilo de vida. Estudo realizado no Reino Unido5 se modificará. Por este motivo, um período mínimo de relata que as restrições de circulação são conside- afastamento deve ser sempre recomendado. radas difíceis para os pacientes e seus familiares e De acordo com o consenso canadense2, ampla- tem conseqüência imediata para a sua vida, geran- mente seguido em outros países, pacientes submeti- do sentimentos de raiva e ressentimento, aumento dos a implante de MP devem se afastar pelo período da dependência de outros, perda da confiança na de 1 semana para direção privada e 4 semanas para condução, além das sanções impostas pela família direção profissional. Em relação aos portadores de durante a condução. Os pacientes e seus cônjuges CDI, as recomendações são as mesmas descritas afirmaram que a proibição de condução foi a pior pela ABRAMET, com a inclusão de suspensão da di- parte do implante do CDI. reção por 6 meses caso ocorra alguma terapia apro- Resultados semelhantes foram relatados em um priada associada a arritmia instável ou quando a pró- estudo australiano6 em portadores de CDI, em que o pria terapia resulta em comprometimento funcional. impacto da proibição da condução foi particularmen- 11 12 revista aBraMet Volume 29, nº1, 2012 |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| te difícil em relação à independência e circunstâncias sociedades médicas de especialidade. sociais. Além desses, e ainda mais importante, a proi- De acordo com o Artigo 143 do Código de bição da condução também pode representar con- Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503 de 23 de Setembro siderável impacto sobre o emprego e a educação e, de 1997) e Resolução nº 168 de 14 de dezembro consequentemente, sobre o status econômico. de 2004 do Conselho Nacional de Trânsito (CON- Por outro lado, arritmias ventriculares seguidas TRAN) os candidatos a condutores de veículos au- pela perda da consciência durante a condução po- tomotores poderão habilitar-se para ACC e nas ca- dem resultar em morte ou lesão ao paciente, a outros tegorias de A a E, obedecida a seguinte gradação: passageiros, bem como a terceiros. Leis e regulamentos que regem o direito dos portadores de DCEI para conduzir veículos variam em todo mundo, e quando impõem limitações aos privilégios da condução privada, questões éticas precisam ser consideradas. A proibição da condução privada impõe limitações na vida do portador de DCEI e sua família, porém, sua segurança também é motivo de preocupação. Da mesma forma, a segurança coletiva estará sempre acima da questão individual e é de extrema importância que seja olhada com desvelo pela ciência médica. O objetivo da ética, bem como da legislação, é garantir que os direitos do indivíduo não excedam a segurança dos cidadãos e, ao mesmo tempo, assegurar que os direitos da sociedade para restringir a ação individual sejam limitados. No entanto, isto coloca dois princípios em conflito, os direitos de cada indivíduo e o bem da sociedade. As recomendações aqui apresentadas procuram alcançar esta complexa homeostase. O consenso para elaboração de Recomendações Brasileiras para Direção Veicular procurou equilibrar esses dois princípios em suas recomendações. Outros pontos considerados foram as ca- De acordo com § 5º do Art. 147 do Código de os aspectos geográficos, Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503 de 23 de Setembro de assistenciais e de política pública, que podem ser 1997) o condutor que exerce atividade remunerada ao distintos em diferentes países. Todos esses fatores veículo terá essa informação incluída na sua Carteira tornam fundamental a necessidade de um trabalho Nacional de Habilitação, conforme especificações do conjunto no Brasil, para que médicos e condutores Conselho Nacional de Trânsito – Contran (Parágrafo sejam orientados e as autoridades informadas quan- acrescentado pela Lei nº 10.350, de 21.12.2001). tegorias dos condutores7, to aos riscos de acidentes de trânsito associados Linguagem clara e objetiva abordando todos os aos DCEI. A adoção de medidas uniformes e univer- aspectos pertinentes aos portadores de marcapasso, sais em relação aos riscos decorrentes da utilização ressincronizador cardíaco e cardiodesfibrilador implan- de DCEI durante a condução veicular é medida obri- tável é premissa deste documento que tem a chancela gatória e questão de responsabilidade social para as da Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC. recoMendações Brasileiras para direção veicular eM portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos iMplantáveis e arritMias cardíacas |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| FIGURA 1: RECOMENDAÇÕES PARA DIREÇÃO VEICULAR NOS PORTADORES DE MP FIGURA 2: RECOMENDAÇÕES PARA DIREÇÃO VEICULAR NOS PORTADORES DE RC FIGURA 3: RECOMENDAÇÕES PARA DIREÇÃO VEICULAR NOS PORTADORES DE CDI 13 14 revista aBraMet Volume 29, nº1, 2012 |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| Recomendações para direção veicular nos portadores de arritmias cardíacas res, seguidos da fibrilação atrial e taquicardia paroxística supraventricular. Outros distúrbios incluindo anormalidades no sistema de condução, pré-excita- Pacientes com arritmias cardíacas podem experimentar perdas parciais ou totais daconsciência, ção ventricular e disfunção do nósinusal são menos prevalentes. gerando preocupações quanto à segurança para a realização de suas atividades diárias. A direção de um Tipos específicos de arritmias: veículo automotor está entre as principais preocupações, pois pode trazer riscos não só para o paciente, Bradiarritmias: mas também para as pessoas próximas. Consideran- Bradicardia sinusal é uma condição comum na do a magnitude do problema e a responsabilidade população em geral e muitas vezes totalmente as- envolvida dos vários profissionais na área, diversas sintomática. Apesar disso, portadores de bradicar- CCS)2 dia sinusal com frequência cardíaca igual ou inferior e no Brasil (SOBRAC, DECA, SBC e ABRAMET) a 40bpm devem passar por uma avaliação cardíaca passaram a redigir documentos para normatizar a li- não invasiva inicialmente para definir a existência de beração de atividades particulares e profissionais dos doença do nó sinusal (DNS), e alguns deles podem portadores de arritmias. Estes documentos já passa- precisar de uma avaliação eletrofisiológica invasiva, ram por diversas atualizações devido a modificações embora esta condição seja bem rara. Pausas sinusais na legislação de trânsito e também a modificações no detectadas ao Holter e/ou teste ergométrico com du- diagnóstico e tratamento das diversas arritmias. ração inferior a 4 segundos, infrequente e assintomá- sociedade pelo mundo (AHA, NASPE, ESC, Na maioria das diretrizes, a revogação da licença tica em indivíduos sem cardiopatia aparente, devem é recomendada para condutoresprofissionais que ti- apenas ser acompanhadas clinicamente. Na presen- veram uma arritmia que causou síncope nos últimos 2 ça de sintomas atribuídos a essas alterações, a libera- anos ou é considerada susceptível de causar altera- ção para dirigir só poderá ser obtida após as devidas ção súbita de consciência ou distração durante o de- correções e/ou controle adequado. Os casos onde sempenho de sua atividade. Nos EUA e na Europa, as a correção da bradicardia exija o implante de marca- agências de regulação desqualificam o motorista que passo já foram avaliados anteriormente (Figura 4). tem uma doença cardiovascular atual, que é acompanhada e/ou a pode causar sintomas de síncope, disp- Bloqueios Atrioventriculares: néia, colapso ou insuficiência cardíaca congestiva8. Bloqueio atrioventricular do primeiro grau está- No entanto, a informação sobre a frequência com que vel ou que normaliza durante o esforço físico, assim arritmias contribuem para os acidentes automobilísti- como o BAV de 2º grau tipo I, quando assintomáti- cos é ainda incerta, sendo que no estado de Virgínia cos, são condições que não desqualificam o indi- (EUA) um estudo do departamento de trânsito mos- víduo para conduzir veículos, mesmo que profissio- trou que apenas 6% dos acidentes foram considera- nalmente. Porém, nestes casos, é necessária uma dos relacionados à doença cardiovascular, e destes, avaliação clinica periódica com realização anual de apenas uma fração (14%) foram associados a arrit- Holter, para se avaliar a surgimento de sintomas e a mias cardíacas9. progressão do quadro arrítmico, respectivamente. O bloqueio AV do 2º grau tipo II e o BAV total adqui- Tipos de arritmias detectadas: rido (BAVT) ou de 3º grau, desqualifica o portador As arritmias cardíacas mais frequentes detecta- para a direção veicular em qualquer condição, até das em exames utilizados na avaliação de motoristas que o tratamento eficaz, normalmente com implante são as extrassístoles ventriculares e supraventricula- de marcapasso definitivo, seja instituído. recoMendações Brasileiras para direção veicular eM portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos iMplantáveis e arritMias cardíacas |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| O bloqueio atrioventricular congênito é uma con- devem ser repetidos anualmente. dição especial onde é permitido conduzir veículos Bloqueio de ramo alternante é uma condição gra- particulares desde que o portador não apresente ve e de risco não sendo permitida a liberação para sintomas ou sinais de prejuízo da consciência. Para direção em qualquer condição até que o tratamento a direção profissional, além das premissas anterio- eficaz seja instituído. res, o ritmo de escape deve apresentar QRS es- A combinação do BAV de 1º grau + Bloqueio bi- treito (<110 ms) e não deve apresentar pausas em fascicular assintomático é liberado para direção sob Holter anual a 3 segundos (Figura 4). vigilância anual. Profissionalmente, o portador destes bloqueios deverá apresentar o Holter anualmente que Bloqueios intraventriculares: comprove a manutenção dos mesmos, sem progres- Os bloqueios fasciculares isoladamente (bloqueio são dos bloqueios (Figura 4). do ramo direito, bloqueio do fascículo ântero-superior esquerdo, ou bloqueio do fascículo póstero-inferior Arritmias Supraventriculares: esquerdo) não desqualificam o indivíduo para dirigir, mas devem ser acompanhados anualmente em longo Extrassístoles supraventriculares: prazo para afastar eventual progressão dos mesmos. As extrassístoles supraventriculares não são O Bloqueio do Ramo esquerdo ou os bloqueios consideradas limitantes para a direção veicular, inde- bifasciculares assintomáticos também não impedem pendente de sua origem (sino-atrial, atrial, de veias a direção automotiva particular, mas profissional- pulmonares ou juncional), principalmente quando mente só são permitidos se não há ocorrência de ocorrem em indivíduos sem cardiopatia aparente e graus maiores de bloqueio em Holter de 24h, que são assintomáticas. Quando sintomáticas, apesar Figura 4: recomendações para direção veicular nos portadores de bradiarritmias DNS: doença do nodo sinusal; BAV: bloqueio atrioventricular; BRD: bloqueio do ramo direito; BCRE: bloqueio completo do ramo esquerdo. 15 16 revista aBraMet Volume 29, nº1, 2012 |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| de não produzirem riscos adicionais, podem provo- nicamente estável. O paciente portador de fibrilação car alguma distração ao motorista. Nesses casos, o atrial deve seguir orientações específicas adicionais motorista deve ser esclarecido sobre a ausência de as quais estão apresentadas na Tabela 1. risco dos seus sintomas e, se necessário, submetido a tratamento clínico para controle dos mesmos. Tabela 1: orientações para o paciente portador de fa Taquicardias Supraventriculares: As taquicardias supraventriculares, paroxísticas ou não, não são consideradas um problema quando assintomáticas ou controladas com tratamento satisfatório. Estas arritmias, desde que bem controladas e não gerem comprometimento dos níveis de consciência em suas possíveis recorrências, não restringem a direção privada ou profissional. Apesar de pouco frequente, a ocorrência de síncope foi relatada em 33% a 39% dos pacientes portadores de taquicardia por reentrada nodal, aumentando a responsabilidade médica na liberação desses pacientes10. A resposta ao tratamento através da ablação por radiofrequência apresenta resultados excelentes, sendo recomendada para o controle definitivo e Arritmias Ventriculares: liberação para a direção veicular quando o paciente apresentar síncope, pré-síncope ou tonturas relacio- Extrassístoles ventriculares: nadas à taquicardia. Diante da impossibilidade da As extrassístoles ventriculares são batimentos ablação por RF, o uso de antiarrítmicos para seu prematuros originados nos ventrículos, muito frequen- adequado controle é mandatório nesses pacientes. tes na população em geral. Substâncias estimulantes No caso das taquicardias supraventriculares como o café, o cigarro, o álcool e outros podem estar crônicas como a fibrilação e o flutter atriais, pode ser relacionados com o aparecimento ou aumento desses necessário o uso de anticoagulantes e não há res- batimentos avaliados no Holter de 24h. Quando ocor- trições à direção desde que a frequência cardíaca rem em coração aparentemente normal, sem cardio- esteja bem controlada e o paciente se mantenha cli- patia detectável, não são consideradas de risco aos Figura 5: recomendações para direção veicular nos portadores de taquiarritmias Supraventriculares recoMendações Brasileiras para direção veicular eM portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos iMplantáveis e arritMias cardíacas |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| condutores de veículos, porém, quando identificadas tudo apenas 8% dos pacientes recebeu CDI, essa devem ser avaliadas para afastar cardiopatia subjacen- evolução foi devido ao uso de antiarrítmicos predomi- te. No caso do portador destas arritmias ter alguma nantemente. Considerando todos estes dados, pode- cardiopatia associada, a liberação para condução pro- -se concluir que o indivíduo que apresenta alguma fissional ou privada pode ser concedida desde que a arritmia ventricular de risco deverá permanecer afas- cardiopatia de base esteja sob controle adequado e tado da direção veicular por um período suficiente com avaliações anuais que comprovem a não progres- para que se tenha segurança do controle da arritmia. são da doença e subseqüente aumento do risco. Os pacientes que apresentem fibrilação ventricular de causa não reversível ou taquicardia ven- Taquiarritmias ventriculares: tricular hemodinamicamente instável tem restrição Pacientes com arritmias ventriculares de risco para direção privada por pelo menos 6 meses após devem ser abordados antes da liberação para dirigir. o episódio arrítmico e são desqualificados para di- O risco nessas circunstâncias está diretamente rela- reção profissional. Quando a causa é reversível, cionado com a probabilidade de recidiva da arritmia devem permanecer afastados da direção até o con- e sua gravidade. A recidiva de algumas arritmias ven- trole adequado da doença de base. Se o paciente triculares, mesmo em pacientes tratados, pode gerar apresentar taquicardia ventricular (TV) bem tolerada, prejuízo da consciência suficiente para interferir na mas é portador de disfunção ventricular (FE<30%) sua capacidade de operar um veículo automotor, re- deverá aguardar 3 meses com controle satisfatório sultando em acidente que poderá, além de envolvê-lo, para a direção privada e não deve dirigir profissio- comprometer expectadores inocentes. Esse risco da nalmente. A mesma situação, mas no paciente com reincidência da arritmia ventricular mesmo após trata- função ventricular superior a 30% e sem indicação mento tem sido estudado com detalhes mais recen- de CDI, deverá aguardar 4 semanas para direção temente11. Estudos mostram que a probabilidade do privada e 3 meses para direção profissional, com indivíduo ter uma recorrência é superior no primeiro controle adequado da arritmia nesse período. As mês após início do tratamento decrescendo progres- TVs não sustentadas e sem perda da consciência sivamente de acordo com a estabilização do quadro não impedem o paciente à direção tanto privada e chegando a cerca de 17% de recorrência durante como profissional, desde que não exista uma cardio- o primeiro ano de acompanhamento. Como neste es- patia subjacente. Figura 6: recomendações para direção veicular nos portadores de taquiarritmias Ventriculares e fibrilação ventricular: 17 18 revista aBraMet Volume 29, nº1, 2012 |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| No caso de taquicardia ventricular de causa população normal, e complicações graves poderão reversível (isquemia transitória, por exemplo) o pa- advir dependendo da capacidade do feixe anômalo ciente não deverá dirigir até o controle adequado em conduzir os estímulos oriundos dos átrios em FA. da doença de base independente de ser direção Apesar disso, relatos de síncopes nestas condições privada ou profissional. Nesta situação, o paciente não são tão frequentes, variando de 11 a 29% com deve ser avaliado antes da liberação, comprovan- 1 a 8% de risco de parada cardíaca12. O elevado do-se a estabilidade elétrica ventricular e a certeza sucesso na eliminação do feixe anômalo através da que a arritmia não mais é induzida. ablação por radiofrequência percutânea (86 a 99%) Recomendações adicionais aos indivíduos que com baixo índice de recorrência (4 a 17%)13 enco- experimentaram um episódio de taquicardia ventricu- raja a maioria dos eletrofisiologistas a intervir de for- lar com repercussão hemodinâmica ou fibrilação ven- ma curativa nessa patologia, liberando os pacientes tricular recuperada estão relacionadas na Tabela 2. à prática da direção desde que comprovadamente Tabela 2: orientações para o paciente que apresentou taquicardia ventricular ou Fibrilação ventricular. não exista a possibilidade de recidiva (Figura 7). Síndrome de Brugada: A síndrome de Brugada é geneticamente determinada e se caracteriza por alterações eletrocardiográficas típicas (que podem ou não estar presentes em um ECG ambulatorial) e morte súbita14. Acometem predominantemente indivíduos do sexo masculino (8 para 1), relativamente jovens, de origem oriental e os eventos arrítmicos (taquicardia ventricular polimórfica) ocorrem principalmente durante o sono. Apesar de ainda controverso, alguns grupos adotam o estudo eletrofisiológico para estratificação de risco dos pacientes assintomáticos. Alguns pacientes podem variar um pouco suas características clínicas, mas a presença de morte súbita em familiares, principalmente jovens é um dado muito importante. Não há tratamento específico para Síndrome de Brugada, sendo que pacientes sintomáticos e/ou considerados de alto risco devem ser submetidos ao implante de des- Síndrome de pré-excitação ventricular (Wolff-Parkinson-White) e outras situações especiais fibrilador automático. O paciente com Síndrome de Brugada deverá passar em avaliação por especialista para definir o risco de morte súbita, ou de eventos arrítmicos que gerem perda transitória da consciência, Pré-Excitação Ventricular: para definir a capacidade de direção privada, já que a A presença de uma conexão anômala entre átrios direção comercial ou profissional, denominação mais e ventrículos, além do sistema de condução normal, usada no Brasil, não deve ser liberada. Qualquer even- traz complicações bem conhecidas e descritas na to arrítmico com perda parcial ou total da consciência literatura mundial. O risco de o paciente apresentar deve ser seguida de pelo menos 6 meses de observa- uma fibrilação atrial nesses casos é superior à da ção antes de voltar à direção privada (Figura 7). recoMendações Brasileiras para direção veicular eM portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos iMplantáveis e arritMias cardíacas |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| Síndrome do QT Longo: particular. Não é permitida a direção comercial para A síndrome do QT Longo pode ser adquirida ou estes pacientes. Qualquer evento arrítmico com per- congênita. A forma adquirida é comum em intoxicações da parcial ou total da consciência deve ser seguida exógenas ou como efeito colateral do uso de algumas de pelo menos 6 meses de observação antes de vol- drogas. O indivíduo com QT longo adquirido poderá tar à direção privada. dirigir normalmente desde que a causa do QT longo seja identificada, removida e ocorra normalização do Displasia Arritmogênica do VD: intervalo QTc no ECG. A forma congênita é genetica- É uma patologia onde ocorre a substituição do mente determinada e é mais complexa por existirem tecido muscular cardíaco por tecido fibro-adiposo. vários tipos de mutações. Pacientes assintomáticos É progressiva e inicia geralmente na adolescência. com a síndrome do QT longo são considerados de Antecedentes familiares de morte súbita agravam a alto risco quando existem casos de morte súbita em fa- situação. A arritmia se manifesta como extrassístoles Como não há tratamento específico, isoladas, pareadas e episódios de taquicardia ventri- será necessária uma avaliação por especialista para cular não sustentada em sua fase inicial, chegando a a liberação de direção particular nos casos de baixo episódios de TV sustentada e até fibrilação ventricu- risco. A direção comercial não é permitida nos porta- lar em fases mais avançadas16. O diagnóstico é feito dores desta síndrome. Qualquer evento arrítmico com pelo quadro clínico, ECG, Ressonância magnética perda parcial ou total da consciência deve ser seguida e pode ser complementado pelo ECGAr e pelo es- de pelo menos 6 meses de observação antes de voltar tudo eletrofisiológico invasivo. Devido as caracterís- à direção privada (Figura 7). ticas agressivas da doença e elevada mortalidade miliares jovens15. Outras síndromes arritmogênicas geneticamen- súbita, é necessária uma avaliação por especialista, te determinadas, mais raras, que cursam com arrit- para determinar os riscos e liberação para direção mias ventriculares de alto risco para morte súbita, particular. Não é permitida a direção comercial para como TV Polimórfica Catecolaminérgica, Síndrome estes pacientes. Qualquer evento arrítmico com per- do QT Curto, Fibrilação Ventricular Idiopática, etc., da parcial ou total da consciência deve ser seguida exigem uma criteriosa avaliação por especialista, de pelo menos 6 meses de observação antes de vol- para determinar os riscos e liberação para direção tar à direção privada (Figura 7). Figura 7: Orientações para a liberação da direção em portadores de arritmias em situações especiais: 19 20 revista aBraMet Volume 29, nº1, 2012 |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| Procedimentos eletrofisiológicos invasivos: mas recomendações são aplicadas quando o paciente A ablação por radiofrequência é um procedimento é submetido a estudo eletrofisiológico, durante o qual minimamente invasivo, realizado apenas por punções, não é possível induzir arritmias ventriculares susten- sem a necessidade de pontos17. Após o procedimen- tadas (Figura 7). No caso de indução de arritmias ou to, os cateteres e os introdutores são retirados, sendo outras condições que provoquem perda transitória da realizada a hemostasia apenas aplicando-se pressão consciência, deve-se aplicar as recomendações espe- na região das punções. Ao final, um curativo compres- cíficas para cada condição. sivo é aplicado e o paciente é transferido para o quarto. Procedimentos mais extensos, como é o caso da ablação da fibrilação atrial, podem exigir um número maior Orientações para a liberação da direção em portadores de síncopes: de punções e inclusive, abordagens bilaterais (região Síncope caracteriza-se pela perda súbita e tran- inguinal direita, esquerda e até subclávia). Apesar de sitória da consciência devido à hipofluxo cerebral mais complexo, as punções são tratadas da mesma transitório e generalizado, com recuperação espon- forma, com pressão e curativo compressivo ao final. tânea17. Várias causas são apontadas na gênese Nestes procedimentos, geralmente o paciente passa da síncope sendo algumas consideradas benígnas por anestesia geral com intubação. Na ablação con- e outras malígnas que podem evoluir para a morte vencional, o paciente poderá receber alta hospitalar no súbita. Como durante a síncope há total ou parcial dia seguinte, ou às vezes no mesmo dia. Já na ablação perda da consciência, isto gera uma apreensão da fibrilação atrial poderá ser necessário um período na liberação para dirigir veículos. As síncopes de mais prolongado de hospitalização para observar a origem benigna como a vasovagal não geram res- evolução pós-operatória. Cada caso deverá ser avalia- trições quando o episódio é isolado. No caso de do pelo médico especializado, mas a orientação geral recorrência ou síncope de origem inexplicada é re- é a liberação para a direção privada 48h após a alta. comendado evitar direção privada por uma semana Para dirigir comercialmente, recomenda-se um período e por 12 meses no caso de direção comercial. Nes- maior de observação que é de uma semana. As mes- se período, investigação das causas e etiologia da Figura 8: Orientações para a liberação da direção em portadores de síncopes: recoMendações Brasileiras para direção veicular eM portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos iMplantáveis e arritMias cardíacas |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| síncope poderá interferir na decisão ao esclarecer o diagnóstico. Quando a síncope vasovagal ocorre 6. Eckert M, Jones T. How does an implantable cardioverter defibrillator (ICD) affect the lives of patients and their families? Intern J Nursing Practice 2002;8:152–7. mesmo com o paciente sentado e/ou não tem pró- 7. Categoria dos Condutores Código de Trânsito Brasileiro, Lei nº dromos suficientes para alertar o condutor para que 9.503 de 23 de Setembro de 1997. ele pare o veículo, ou são atípicas, as mesmas recomendações para síncope inexplicada devem ser aplicadas. No caso da síncopes decorrentes de bradiarritmias (disfunção do nó-sinusal ou BAV) onde se decide pelo implante de marcapasso, o período 8. Personal and Public Safety Issues Related to Arrhythmias That May Affect Consciousness: Implications for Regulation and Physician Recommendations. A Medical/Scientific Statement From the American Heart Association and the North American Society of Pacing and Electrophysiology. Andrew E. Epstein, MD; William M. Miles, MD, Cochairs; David G. Benditt, MD; A. John Camm, MD; Elizabeth J. Darling, MSN, RN; Peter L. Friedman, MD, PhD; Arthur de afastado da direção segue as recomendações Garson, Jr., MD, MPH; John Collins Harvey, MD, PhD; Gregory A. anteriormente descritas. Nas síncopes induzidas por Kidwell, MD; George J. Klein, MD; Paul A. Levine, MD; Francis E. causas reversíveis como hemorragia, desidratação, etc... o controle da causa de base resolve o pro- Marchlinski, MD; Eric N. Prystowsky, MD; Bruce L. Wilkoff, MD. Circulation. 1996;94:1147-1166. 9. McCue H. Cardiac arrhythmias in relation to automobile driving. blema permitindo a liberação para direção após o Presented at the Scientific Conference on Personal and Public tratamento bem sucedido. Síncopes secundárias a Safety Issues Related to Arrhythmias; January 12-13, 1995; Wa- arritmias cardíacas devem seguir as recomendações shington, DC. 10. Jackman WM, Beckman KJ, McClelland JH, Wang X, Friday específicas para cada arritmia. Um resumo com as KJ, Roman CA, Moulton KP, Twidale N, Hazlitt HA, Prior MI, Oren recomendações para dirigir no portador de síncope J, Overholt ED, Lazzara R. Treatment of supraventricular tachycardia está apresentado na Figura 8. due to atrioventricular nodal reentry by radiofrequency catheter ablation of slow-pathway conduction. N Engl J Med. 1992;327:313-318. 11. Larsen GC, Stupey MR, Walance CG, Griffith KK, Cutler JE, Kron J, McAnulty JH. Recurrent cardiac events in survivors of ventricular fibrillation or tachycardia: implications for driving restrictions. Referências 1. Documento ABRAMET. Determinações médicas para motoristas – Cardiologia – Distúrbios do ritmo cardíaco – http://medicos. abramet.com.br/cardiologia7.html. 2. C Simpson, D Ross, P Dorian, et al. CCS Consensus Conference 2003: Assessment of the cardiac patient for fitness to drive and fly – Executive summary. Can J Cardiol 2004;20(13):1313-1323. 3. Task force members, Vijgen J, Botto G, Camm J, Hoijer CJ, Jung W, Le Heuzey JY, Lubinski A, Norekvål TM, Santomauro M, Schalij M, Schmid JP, Vardas P. 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