Modelagem estocástica de doenças transmitidas por mosquitos: Aplicações em dengue e febre amarela Paula Mendes Luz Programa de Computação Científica - FIOCRUZ pluz@procc.fiocruz.br Cláudia Torres Codeço Programa de Computação Científica - FIOCRUZ codeco@procc.fiocruz.br RESUMO Dengue e febre amarela são doenças de transmissão vetorial, causadas por vírus da família Flaviviridae. Ambas são de grande importância para o país, sendo responsáveis por altas taxas de morbidade e mortalidade. Os métodos de prevenção e controle compreendem o controle do vetor e, no caso da febre amarela, uma vacina. Atualmente, a febre amarela apresenta-se em sua forma silvestre, com epizootias crescentes, inclusive além das áreas endêmicas. A re-urbanização da doença pode ser iminente. O dengue consiste em um problema crescente para as áreas urbanas do país. No Rio de Janeiro, mais de 500 mil casos já foram notificados desde a entrada do vírus no estado, em 1986. métodos de modelagem de doenças infecciosas. Referências [1] H. Caswell. Matrix Population Models Construction, Analysis, and Interpretation. Sinauer Associates, Inc. Publishers, Sunderland, Massachusetts, 2nd edition, 2001. [2] L. Esteva and C. Vargas. Analysis of a dengue disease transmission model. Mathematical Biosciences, 150:131–151, 1998. [3] D. A. Focks, E. Daniels, D. G. Haile, and J. E. Keesling. A simulation model of the epidemiology of urban dengue fever: Literature analysis, model development, preliminary validation and samples of simulation results. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, 53(5):489–506, 1995. Existem diversas abordagens para a modelagem de doenças infecciosas de transmissão vetorial. Doenças de transmissão vetorial, como o dengue e a febre amarela, apresentam, em suas formulações, diversos parâmetros relacionados ao vetor. Tais parâmetros são extremamente difí[4] C. M. Hernández-Suárez. A markov chain cies de serem estimados e dados na literatura são approach to calculate r0 in stochastic epideescassos e incompletos. Para tais doenças, onde mic models. Journal of Theoretical Biology, erros inerentes ao própio modelo dificultam ainda 215:83–93, 2002. mais a dinâmica a ser explorada, a modelagem estocástica apresenta-se como melhor alternativa. [5] J. A. Nájera. A critical review of the field apNeste trabalho, propomos um modelo estocásplication of a mathematical model of malaria tico para avaliar a dinâmica do dengue e da feeradication. Bulletin of the World Health Orbre amarela silverstre. Além disso, calculamos ganization, 50:449–457, 1974. o número básico de reprodução da doença (R0) para ambos os casos. Com bases nesses achados, [6] R. M. Nogueira, M. P. Miagostovich, H. G. concluímos sobre os métodos de controle vetoSchatzmayr, F. B. Santos, E. S. Araújo, rial. Finalmente, discutimos, de forma crítica, os A. M. Filippis, R. V. Souza, S. M. Zagne, 267 1