AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES MASTECTOMIZADAS
QUALITY OF LIFE ASSESSMENT IN WOMEN MASTECTOMIZED
Elen Mireno Jacinto – Graduando em Fisioterapia – Unisalesiano
[email protected]
Estevan Ulisses Garcia – Graduando em Fisioterapia – Unisalesiano
[email protected]
Jéssica Amanda dos Anjos Silva – Graduando em Fisioterapia – Unisalesiano
[email protected]
Prof.ª Ana Cláudia de Souza Costa – Unisalesiano – [email protected]
RESUMO
O objetivo desse estudo foi avaliar a qualidade de vida de mulheres que foram
submetidas amastectomia através do questionário SF-36. Foram avaliadas 4
mulheres voluntárias com diagnóstico de câncer e submetidas a mastectomia durante
o tratamento fisioterapêutico. Os resultados obtidos indicaram impacto nos domínios
de limitação por aspectos físicos e dor, indicando uma piora. A fisioterapia promove
a prevenção de complicações, além de atuar na recuperação física do membro
afetado, contribuindo assim na melhora da qualidade de vida de mulheres submetidas
com câncer.
Palavras-chave: Qualidade de Vida. Câncer de Mama. Mastectomia. Fisioterapia.
INTRODUÇÃO
O câncer de mama é o tipo de neoplasia maligna de maior incidência nas
mulheres. No Brasil o número estimado de novos casos é de 57.120 mil para os anos
de 2014/2015. A taxa de mortalidade por câncer de mama ainda continua elevada,
muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados,
segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2014).
Durante o tratamento de câncer de mama a mulher sofre sequelas tanto nos
aspectos físicos, emocionais e sociais, afetando a sua qualidade de vida. Para a
Organização Mundial de Saúde (OMS) qualidade de vida é a percepção das pessoas
e sua posição sobre a vida, dentro do contexto de cultura e sistema de valores nos
quais elas vivem e em relação às suas metas, expectativas e padrões sociais.
Atualmente, o questionário genérico mais utilizado para avaliar a qualidade de vida na
saúde é o Short- Form(SF-36).
OBJETIVO
O principal objetivo desse estudo é avaliar a qualidade de vida de mulheres que
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foram submetidas à mastectomia, durante o tratamento fisioterapêutico.
Demonstrar que a fisioterapia deve dispor de instrumentos para avaliar de
maneira geral a qualidade de vida de mulheres com câncer.
METODOLOGIA
Participaram deste estudo 4 mulheres, que foram submetidas a mastectomia e
encaminhadas para a Centro de Reabilitação Física Dom Bosco -
Clínica de
Fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium.
Os critérios de inclusão utilizados foram mulheres com diagnóstico de câncer
de mama que realizaram mastectomia, foram submetidas ao questionário SF-36.
Trata-se de um questionário genérico que avalia a qualidade de vida de forma geral,
apresentando questões multidimensionais. É de simples interpretação, fácil aplicação,
traduzido e validado no Brasil, além de ser adaptado às condições socioeconômicas
e culturais do país. (CICONELLI et al., 1999). É composto de 36 questões que
englobam os domínios de capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor,
estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, limitação por aspectos emocionais
e saúde mental. Cada um desses componentes possui um escore, cuja pontuação
varia de 0 a 100, sendo zero o pior e 100 o melhor estado de qualidade de vida.
RESULTADOS
De acordo com o questionário SF-36 as pacientes apresentaram pontuações
menores nos domínios de limitação por aspectos físicos, com média de 25, e dor com
média de 51.7, indicando uma piora nos mesmos. As maiores pontuações foram
observadas nos domínios capacidade funcional, estado geral de saúde, vitalidade,
aspectos sociais e emocionais e saúde mental demonstrando que não houve uma
interferência tão significativa dessas propriedades.
Tabela - Valores obtidos em cada domínio do Questionário SF-36
Domínios do SF-36
Paciente 1
Paciente 2
Paciente 3
Paciente 4
Capacidade Funcional
95
85
80
70
Limitação por Aspectos Físicos
100
0
0
0
Dor
61
74
62
10
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Estado Geral de Saúde
77
72
85
62
Vitalidade
85
55
75
75
Aspectos Sociais
100
100
75
100
Limitação por Aspectos
Emocionais
100
100
0
100
Saúde Mental
92
40
72
92
Fonte: Dados da Pesquisa.
DISCUSSÃO
Segundo Moreira; Manaia (2005), as principais razões para que os profissionais
de fisioterapia comecem a importa-se em verificar a qualidade de vida de suas
pacientes são: justificar a conduta de tratamento, identificar as sequelas de doenças,
provar a eficácia de determinadas procedimentos, e verificar quanto uma determinada
alteração ou patologia interferem na vida do indivíduo.
De acordo com os resultados obtidos através do SF-36, as mulheres
submetidas mastectomia apresentaram piores escores nos domínios limitação por
aspectos físicos e dor. Resultados semelhantes encontrados nos estudos de Mendes
et al. (2014) onde foi evidenciada diminuição dos escores nos domínios de aspectos
físicos, emocionais e dolorosos, afirmando ainda que tais aspectos influenciam
negativamente na qualidade de vida das mulheres, podendo persistir ou aumentar
anos após o tratamento. Em outra pesquisa realizada também com mulheres
mastectomizadas, Lahozet al. verificou que as mesmas demonstraram impacto na
qualidade de vida com piores escores nos domínios por aspecto físico, dor e
vitalidade.
CONCLUSÃO
Pode-se concluir que, através do questionário SF-36 aplicado em mulheres
submetidas àmastectomia, foi possível verificar a presença de alterações em seus
aspectos físicos, o que pode influenciar diretamente na qualidade de vida destas
mulheres.
A fisioterapia promove a prevenção de complicações de pós-operatório, além
de atuar na recuperação física do membro afetado, contribuindo assim na melhora da
qualidade de vida de mulheres submetidas com câncer. Ressalta-se deste modo a
importância de mensurar a qualidade de vida no programa de reabilitação terapêutica
para avaliar melhor suas condutas.
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REFERÊNCIAS
BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia, Uroginecologia e Aspectos de
Mastologia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
CICONELLI, R. M. etal.Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário
genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev. Bras.
Reumatol. São Paulo, v. 39, n. 3, p.143-150, mai/junh., 1999. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/renato_nunes/files/2014/03/Valida%C3%A7%C3%A3o-doQuestion%C3%A1rio-de-qualidade-de-Vida-SF-36.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2015.
Instituto Nacional do Câncer (INCA). Câncer: tipos de câncer/mama. Disponível
em:<http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama>.
Acesso em: 26 mar. 2015.
LAHOZ, M. A. et al. Capacidade Funcional e Qualidade de Vida em Mulheres PósMastectomizadas. Revista Brasileira de Cancerologia, São Carlos, v. 56, n. 4, p.
423-430,
abr./ago.,
2010.
Disponível
em:
<http://www.inca.gov.br/rbc/n_56/v04/pdf/04_artigo_capacidade_funcional_qualidade
_Vida_mulheres_pos_mastectomizadas.pdf>. Acesso em: 25 març. 2015.
MENDES, I. S. et al. Correlação da dor e qualidade de vida demulheres póstratamento cirúrgico de câncerde mama. O Mundo da Saúde, São Paulo, v 38, n. 2,
p.189-196,
2014.
Disponível
em:
<http://www.saocamilosp.br/pdf/mundo_saude/155562/A07.pdf>. Acesso: 25 març 2015.
MOREIRA, E. C. H.; MANAIA, C. A. R.Qualidade de vida das pacientes
mastectomizadas atendidas peloserviço de fisioterapia do Hospital Universitário da
UniversidadeEstadual de Londrina. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde,
Londrina, v. 26, n. 1, p. 21-30, jan./jun. 2005. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/3605/2919>. Acesso
em: 09 abr 2015.
QUESTIONÁRIO de qualidade de vida SF-36. Departamento de terapia
ocupacional – UFPR- Terapia ocupacional aplicada à neurologia, 23 març. 2013.
Disponível em: <https://toneurologiaufpr.wordpress.com/2013/03/26/questionario-dequalidade-de-vida-sf-36/>. Acesso em:23 de fev 2015.
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