Roma Antiga

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Prof. Victor Creti Bruzadelli
A lenda contava que Réa Silvia
(sacerdotisa do templo da Deusa Vesta),
teve gêmeos, fruto de uma relação
proibida com o deus Marte (deus da
Guerra). Como na qualidade de
sacerdotisa, Réa Silvia, deveria manter-se
virgem, abandonou os gêmeos em um
cesto no leito do rio Tibre. Por intervenção
de Marte, o rio conduziu os gêmeos à
terra firme na região do monte Palatino.
Logo, uma loba, os acercaram e os
amamentaram. Tempos depois, um
pastor encontrou as crianças e deu-lhes
os nomes de Rômulo e Remo, onde
cresceram fortes e saudáveis. Adultos,
Rômulo mata o irmão e funda na região
do Lácio, Roma, tornando-se o seu
primeiro rei.
Rômulo e Remo, de Peter Paul Rubens (1615-1616),
Museus Capitolinos, Roma.

O rapto das sabinas:
 Objetivos:
▪ Atrair habitantes para
povoar Roma,
especialmente
mulheres;
▪ Raptar as jovens
sabinas durante os
espetáculos;
 Consequências:
▪ Muitos sabinos se
instalaram na região;
“O Rapto das sabinas”, de Pietro da Cortona,
nos Museus Capitolinos (1627-29).

Encontrada nas obras:
 Eneida – poema épico de
Virgílio (séc. I a.C).
 Ab
urbe
condita
libri/Desde a fundação da
cidade – relatos dos
primeiros tempos de
Roma de Tito Lívio (59
a.C-17 a.C).
Mosaico representando Virgílio
Pastores, agricultores
e guerreiros latinos se
instalaram e povoaram as
sete colinas do Monte
Palatino, na região do
Lácio. Logo, os sabinos
adentraram à cidade, e
posteriormente,
os
etruscos invadiram e
dominaram Roma , que se
expandiu e consolidou
como cidade.

Hipóteses arqueológicas:
 Romanos antigos
descendiam da fusão de
grupos da Península Itálica
(latinos, sabinos, e
etruscos) e do
Mediterrâneo (gregos);
 Gregos e etruscos
exerciam grande influência
na vida cultural, religiosa e
política dos romanos;
 Roma, inicialmente foi um
Cabana romana do século VII a.C. no Monte
Palatino. Sítio arqueológico.
entreposto comercial
etrusco;

Geografia e povos formadores:
 Latinos: criação agropastoril;
 Gregos: Colonização (2ª Diáspora
grega)
 Sabinos: comércio e transporte
de sal pelo rio;
 Etruscos: venda de produtos
manufaturados.

Monarquia (753 a.C. 509 a.C.);

República (509 a.C. a 27 a.C.);

Império (27 a.C. a 476 d.C.);
Obs.: Divisão do Império Romano
(395 d.C.): Ocidental e Oriental,
com capitais em Roma e
Constantinopla.
Mural representando uma família romana.
Museu do Vaticano.
4 latinos


“Rômulo transporta rico espólio para o
templo de Júpiter”, Jean-Auguste
Dominique Ingres.
7 reis romanos
3 etruscos
Reinado (mitológico) de
Rômulo:

Formação das primeiras
instituições, como o Exército,
Senado (Auxiliares do poder
executivo do monarca);

Povoamento da cidade: divisão
social, organização dos
casamentos, facilitação das
imigrações, rapto de mulheres
(sabinas).
Fasces: símbolo do
imperium real

Estrutura Familiar:
 Conceito de família: Tudo que está sob o domínio do
Pater (esposa, filhos, animais e propriedades);
 Características:
▪ Líder: Pater familias, que exerciam a função de senadores;
▪ Base da sociedade romana;
▪ Unidas em clãs ou gentes (grupos familiares identificadas pelo
sobrenome);
▪ Cada clã tinha seus túmulos domésticos, cultos particulares e
seus clientes;
Obs.: os familiares cultuavam os seus antepassados;
Obs.: res familiaris (bens de família);

P
A
T
R
Í
C
I
O
S
Estrutura Política:
 Rei (Rex): Funções executivas, religiosas,
legislativas, judiciais e militares;
 Senado: “Conselho de anciãos”, aprovação e veto
das leis reais e escolhiam os novos reis;
 Assembleia Curiata: Composta por homens em
idade militar (45 anos), apenas confirmava as leis.

Crise da Monarquia:
 Tarquínio, o Soberbo:
▪ Rei etrusco;
▪ Aproximação “populista”,
segundo Tim Cornell, das
camadas populares;
▪ Governo tirânico: conflitos com
importante famílias patrícias;
▪ Deposição do poder e Instituição
da República em 509 a.C.
Tarquínio, o Soberbo. Em latim,a
expressão ‘o Soberbo’ significa o
Orgulhoso, que equivalia em
grego a tirano.

Etimologia:
República (latim)  Res: Coisa
Publica: Pública, do povo
Coisa do Povo
Obs.:
República se refere sempre a governos
descentralizados, em Roma, entretanto, ela se dá nas mãos
apenas dos Patrícios através do Senado, portanto temos uma
República Aristocrática em Roma!

Estrutura Social:
1. Patrícios: Cidadãos, proprietários de terra, minas,
gado e escravos. Líderes dos clãs (gentes).
2. Clientes: Não-cidadãos e livres, parentes afastados e
pobres dos patrícios que se associavam a eles dando
apoio militar e político.
3. Plebeus: Não-Cidadãos e livres. Responsáveis pelo
artesanato e comércio. Inicialmente, não tinham
poder político.
4. Escravos: Por guerra ou dívidas.
Estrutura política:
1. Senado (300 homens):
Principal órgão de poder.







Eleição dos cônsules;
Elaboração e votação de leis;
Responsável pela política
externa (diplomacia);
Responsável pelos exércitos;
Funções religiosas;
Controle das finanças.
Obs.: Em época de crise
permitiam a Ditadura por
seis meses, com poder
absoluto do Cônsul.
Insígnia romana com os dizeres:
Senatus Populesque Romanus (Senado
e Povo Romano).
 Estrutura política:
2. Magistraturas: cargos públicos e administrativos:
 Cônsules (2): comandavam o exército, convocavam o




Senado e presidiam os cultos públicos;
Pretores: aplicação da justiça (juízes);
Questores: finanças públicas;
Censores: cuidavam do censo, classificavam a população
por categorias de acordo com a renda, cuidavam da moral,
faziam listas de senadores a serem eleitos;
Edis: administravam a cidade (serviços públicos,
policiamento e jogos);
Estrutura política:
3. Assembleias:

 Curial: Examinava os assuntos religiosos.
 Tribal: Formada pelas 35 tribos romanas.
Responsável pela nomeação dos Questores e Edis.
 Centurial: Convocada pelo cônsul e composta
pelas centúrias. Encarregada de votar as leis e
eleger os Cônsules, Pretores, Censores e
Ditadores.

Economia:
 Agricultura: é a mais
importante e tradicional
atividade econômica de
Roma. Assentada na
propriedade de grandes
extensões de terra –
Villae – cultivadas pelos
escravos ou“ clientes”,
dependentes dos
patrícios.
Ruínas romanas de São Cucufate,
entrada principal da villa áulica

Economia:
 Comércio: praticado no mercado
Classis, navio de guerra romano
utilizado no período das Guerras Púnicas
público da urbs (cidade) e
comércio exterior de longa
distância com Oriente pelo Mar
Mediterrâneo. Esse comércio
permite a ascensão econômica
que de alguns plebeus a partir da
expansão territorial.
“De toda a terra e de todo o mar chegam os produtos de diversos países [...] e tudo o que produzem os gregos
e os bárbaros. [...] A cidade assemelha-se a um armazém do mundo. As cargas vêm da Índia e da Arábia
prodigiosa [...], os tecidos da Babilônia e as joias dos países bárbaros chegam aqui em grande número e
facilmente. Seus campos são o Egito, a Sicília e a parte cultivada da África. No seu porto, os navios não param
de chegar e de partir, de modo que a gente pode se espantar com tamanha quantidade de embarcações”
(Aelius Aristides. Elogio a Roma)

Economia:
 Metalurgia: desde as
mais remotas origens
etruscas, os romanos
conheciam o ferro, o
chumbo e o cobre.
Forjavam armas e
utensílios destes metais,
base de suas trocas
comerciais.
Relevo resultante da técnica de
mineração ruina montium, em Las
Médulas, Hispânia, uma das mais
importantes minas de ouro do Império.

Expansão territorial:
Interna (séc. V a.C.- 272 a.C):
1.
Conquista territorial da
Península Itálica através de
uma aliança entre patrícios e
plebeus.

Plebeus: formavam o exército
assalariado

Patrícios: defesa territorial e
crescimento econômico
(saques e posse da terra).
Representação de uma centúria romana

Conflitos entre Patrícios e Plebeus:
 Motivos:
▪ Problemática com a questão agrária (terras concentradas
pelos patrícios);
▪ Desigualdade de direitos (plebeus reivindicavam cidadania);
▪ Proibição do casamento entre patrícios e plebeus;
 Consequências:
 Revolta dos plebeus (sentiam-se injustiçados, pois
participaram das conquistas que expandiam o território
romano);
Obs.: A infantaria plebeia era a base militar romana, ou
seja, fundamental para as conquistas territoriais.

Conquistas políticas plebeias:
 Tribunos da Plebe (494 a. C.): Magistrados plebeus, responsáveis por
defendê-los através do veto sobre o Senado e Consulado.
 Novas Leis:
1. Lei das XII Tábuas (450 a.C.): Defesa, por escrito, das conquistas
2.
3.
4.
5.
plebeias, como a “isonomia” e direito de defesa e apelação;
Lei da Canuléia (445 a.C.): Possibilidade de casamento entre patrícios
e plebeus, surgindo um nobilitas;
Lei da Licínia (367 a.C.): Divisão das terras conquistadas entre
patrícios e plebeus, a obrigatoriedade da escolha de um Cônsul
plebeu e outro patrício e fim da escravidão por dívidas;
Lei Ogúlnia (300 a.C.): Plebeus adquiriram o direito de exercer a
Magistratura de Pontífice Máximo;
Lei Hortênsia (287 a.C.): Leis aprovadas pela Assembleia da Plebe
(Comitia Plebis) tivessem validade para todo o Estado (Plebiscito →
"a plebe aceita“).

2.
Expansão territorial:
Externa: Conquista de
regiões na Europa,
Norte da África e
Oriente
 Domínio do Mare Nostrum
(Mar Mediterrâneo).
Expansão Romana entre 510 a.C. – 480 d.C.
República Romana
Império Romano
Império Ocidental
Império Oriental

Guerras Púnicas (264 a.C. - 146 a.C.):
Roma (exército) X Cartago (frota)
 Motivos:
1. Disputa pela hegemonia comercial do Mediterrâneo;
2. Anexação de terras cartaginenses do (a): Norte da África,
Península Ibérica, Sardenha, Córsega e oeste da Sicília;
 3 grandes guerras:
Na Sicília (disputa pelo estreito de Messina encurtar a
navegação no Jônico e Tirreno);
2. Na Península Itálica (invasão do general cartaginês Aníbal,
depois derrotado pelo general romano, Cipião Africano);
3. No norte da África (os romanos liquidaram o exército
cartaginês);
1.

Guerras Púnicas (264 a.C. - 146 a.C.):

Guerras Púnicas (264 a.C. - 146 a.C.):

“Aos
olhos
dos
romanos, os autóctones só
Enriquecimento da República:
serviam para pagar. Eram
Profissionalização do exército;
submetidos
a
impostos
Desenvolvimento do comércio: Homens
esmagadores e tinham q
novos;
enviar cereais a Roma
Transculturação: Grande aproximação com regularmente. Se pagassem
a cultura grega;
suas dívidas, eram deixados
em relativa tranquilidade.
Criação de latifúndios: Senadores como
grandes proprietários;
Tinham autorização, por
exemplo, para manter sua
↑ do nº de escravos: População
religião e sua língua materna.
cartaginense totalmente escravizada e
Consequências da vitória romana:
1.
2.
3.
4.
5.
desemprego dos plebeus;
6.
Fortalecimento da política expansionista:
formação das províncias.
(GOMBRICH, Ernest. Breve História do
mundo)

Escravidão:
 Base da mão de obra na economia
romana;
 Cerca de 30% população romana durante o
império;
 Maioria fixados na região ocidental:
península Itálica, sul da Gália e Espanha;
 No período do império conquistaram
alguns direitos, muitas vezes devido às
revoltas;
 Trabalhos: Domésticos, artesanato,
Relevo de Smyrna , na Turquia: soldado
romano conduzindo cativos acorrentados
serviços públicos, agricultura e mineração;
 Em casos raros, podiam tornar-se libertos
e alcançar até um certo prestígio social.
A escravatura foi praticada desde os tempos mais remotos dos reis, mas seu desenvolvimento em grande
escala foi consequência das guerras de conquista.
(Patrick Le Roux. Império Romano, 2010.)
“Lucius Aurelius, liberto de Lucius
César; foi criado de quarto de Lucius
Aurelius e preceptor do divino Verus
imperador; foi distinguido pelo divino
Antonino com o cavalo público e com
sacerdócio de caenina, bem como com
o pontificado menor; foi feito por este
imperador
procurador
da
pavimentação das ruas e prefeito dos
veículos;
foi
encarregado
pelo
imperador Antonio Augusto e pelo
divino Verus do abastecimento do
exército e ganhou uma lança pura, um
estandarte e uma coroa mural;
procurador das contas municipais; está
enterrado aqui com sua mulher Ceionia
Laena”
(Inscrição Funerária. Roma. Século II d.C.)
Mosaico romano de Dougga, Tunísia (século
II): os dois escravos carregando jarras de vinho usam
vestimenta típica de escravos e amuleto contra mauolhado no pescoço. O jovem escravo à esquerda carrega
água e toalhas, e o da direita carrega um cesto de flores

Crise:
 Homens-novos:
▪ Busca de cidadania e poder
político;
 Plebeus pobres:
▪ Concorrência dos produtos
das províncias
conquistadas: Êxodo rural;
▪ Aumento da escravidão:
desemprego.
“massas despossuídas, uma gentalha
brutal, grosseira e corrompida, se
comparada às capitais modernas, pois
em nenhuma parte, nem em nenhuma
época do mundo, chegou a concentrar a
luz de todas as nações como na Roma de
então, uma vez que era, duplamente
perigoso, pois estava formada, em
grande medida, por pessoas ociosas. O
governo cuidava de seu sustento
mediante as grandes distribuições
periódicas de trigo e, como consequência,
via-se obrigado a cuidar de seu tempo
livre, oferecendo distrações para entreter
a sua ociosidade.”
(FRIEDLAENDER, L. La sociedad romana)

Política do “pão e circo”:
 Objetivos:
Contornar a crise, combater a
fome e evitar revoltas;
 Estratégias:
Distribuir cereais e promover
espetáculos públicos nas arenas
para animar a plebe;
“os jogos e as redistribuições
frumentárias são dois alicerces da política
imperial. Diverte-se a multidão que exige o
sensacional. Paradas, encenações de grandes
espetáculos, a morte de homens ou de
animais são os lotes cotidianos de um público
que pede para ser enfeitiçado. Os próprios
monumentos das cidades, termas, teatros,
anfiteatros, circos contribuem para o que
Sêneca chama ‘servidão ociosa das cidades’”
(ROBERT, Jean-Nöel. Os prazeres em Roma)
“Pois quando viu o sangue, imediatamente sorveu a selvageria e não virou o
rosto, mas fixou-se na imagem que via e absorveu a loucura e perdeu seu senso crítico e
deleitou-se com a luta criminosa e embebedou-se num funesto prazer. Não era mais o
homem que tinha ido ao espetáculo, mas um membro da multidão, um verdadeiro
companheiro daqueles que o haviam trazido.”
(AGOSTINHO. Confissões)

“Esta foi a mais dura batalha de todas.
Ele (Crasso) matou doze mil e trezentos,
e apenas dois deles foram encontrados
com ferimentos nas costas: todos os
outros ficaram firmes em seus postos e
morreram combatendo os romanos.”
(PLUTARCO, Crasso)
“Os escravos que havia na Sicília eram
tão numerosos que quem ouvia falar
disso não o acreditava, pensando tratarse de um exagero”
(DIODORO)
Revoltas escravistas:
 Objetivos: lutar pela
liberdade e retornar às terras
de origem;
 Revolta de Espártaco (73
a.C.): Cápua, reuniu um grupo
de gladiadores da Campânia e
marchou em direção a Roma;
 Revolta da Sicília (136 a.C.-
133 a.C.): milhares de
escravos tomaram poder e
escravizaram a população
local;

Crise:
 Os irmão Graco: Tribunos
da Plebe
 Tibério Graco (133 a.C.):
▪ Objetivo: reforma agrária
(trazer de volta as pequenas
propriedades e reaver as
terras conquistadas com a
divisão ager publicus
(patrimônio público);
Este foi o início do derramamento de sangue
civil e do reino livre pelas espadas na cidade de
Roma. A partir de então, a justiça foi derrubada
pela força e o mais forte era proeminente.“
VELEIO – Historiador Romano

Crise:
 Os irmão Graco: Tribunos da Plebe
 Caio Graco (123 a.C.):
▪
▪
▪
▪
Lei agrária (distribuição lotes públicos na África);
Distribuição de cereais (abaixou o preço do trigo);
Possibilidade da “Ordem Equestre” ter acesso a cargos públicos;
Propôs a concessão de cidadania romana a todos os povos aliados
de origem latina da Península Itálica.
Obs.: Em 121 a.C., toda a legislação criada por Caio Graco
foi anulada.

Crise:
 O fortalecimento político do
generais: Governos militares.
Motivação: Assassinato dos
irmãos Graco e convulsões
sociais.
 Caio Mário:
▪ Origem plebeia e de família
desconhecida;
▪ 6 mandatos de Cônsul;
▪ General de grandes qualidades
militares;
"Mário é acusado de pavimentar
o caminho sem lei, soldados
gananciosos, cujas as atividades foram
pensadas para terem contribuído em
grande parte para o declínio e a queda
da república anos mais tarde. No
entanto, não devemos perder de vista o
fato de que Mário não foi o primeiro a
envolver o capite censi. Roma era
governada
por
uma
oligarquia
aristocrática que estava incorporada ao
senado. Assim, em tempos de crise
extrema no passado, o senado havia
pressionado-os, junto com os presos e
escravos, a servirem como legionários.“
(FIELDS apud SALLUST. Iuguthinum.)

Crise: Governos militares.
 Caio Mário:
▪ Grande apoio popular (Populares) e
oposição da elite (Optimates);
▪ Disputas com o Senado no início de seus
governos;
▪ Possibilidade de tornar-se soldado sem
uma renda mínima (capite censi);
▪ Pagamento de soldo pelo serviço militar
e concessão de parte das terras
conquistadas;
Caio Mário (Glyptothek, Munique)

Crise: Governos militares:
 Guerra Civil: Caio Mário X Silas:
 Guerra contra Mitrídates VI:
controle do exército;
▪ Escolha de Sila pelo Senado;
▪ Suborno de Caio Mário: Veto do
Tribuno;
 1ª Marcha sobre Roma: Silas
invade Roma e conquista a chefia
do exército;
 Perseguição de Mário aos aliados
de Silas;
 Morte de Mário;
 Retorno de Silas: Ditadura vitalícia.
“Quem examinar de perto o fim
de Mário, verá o primeiro mortificado de
uma maneira estranha, em seu espírito,
morrendo mil vezes em cada hora de seu
último consulado. A ambição o atormenta
sem cessar, e de tal modo que, com a morte
a dois passos, ainda se preocupa com a
guerra contra Mitrídates; e, sem se lembrar
das honradas de que foi objeto, sem se
mostrar saciado de tantas riquezas, as
quais bastariam para muitos reis juntos, e
dos inúmeros anos que viveu, ele morreu
enraivecido, lamentando-se da fortuna,
como se tivesse morrido antes de tempo,
antes de realizar aquilo que ambicionava.”
(PLUTARCO. Vidas Paralelas)

Crise: Governos Militares:
 Silas:
Sula (Glyptothek, Munique)
▪
Origem patrícia e pertencente
aos Optimates;
▪
Proscrição aos aliados de Mário:
reformas políticas;
▪
Valorização do Senado;
▪
Limitação do poder das
assembleias;
▪
Restrição aos plebeus.

Primeiro triunvirato (60 a.C.-49 a.C.):
 Motivações:
1.
2.
3.
Conflitos internos em Roma;
Revolta de Spartacus;
Ascensão do poder dos generais.

Configuração:
1.
2.
Crasso: Oriente (morte em 54 a.C);
Júlio César: Gália (tornou-se ditador
vitalício em 45 a.C.);
Pompeu: Península Itálica (derrotado por
Júlio César na batalha do rio Rubicão em
49 a.C.);
3.

Golpe de César: Ditador Vitalício.
Pompeu, o Grande

Primeiro triunvirato:
 Expansão territorial:
1.
Conquista da Gália (atual
França);
2.
Britânia (atual Inglaterra);
3.
Hispânia (Península
Ibérica);
4.
Ásia Menor;
5.
Egito;
“O vínculo entre os
legionários e o comandante
começou progressivamente a
assimilar-se ao existente entre
patrão e cliente na vida civil: a
partir de Mário e Sila, os
soldados procuravam seus
generais para a reabilitação
econômica e os generais
usavam os soldados para
incursões políticas.”
(ANDERSON, Perry. Passagem da
antiguidade ao feudalismo)

Governo de Júlio César (49 a.C.-44 a.C):
 Medidas:
1.
2.
3.
4.
5.

Reorganização político-administrativa
de Roma;
Participação política de homens das
províncias;
Distribuição de terras aos soldados;
Colonização das províncias;
Construção de estradas.
Assassinato de César a facadas no
Senado, em 44 a.C.: gerou guerra
civil.
A morte de César, Vincenzo Camuccini. “Et tu Brutus?”
Representação
cinematográfica da
morte de Júlio César
no filme Cleópatra,
de Julio Bressane
(2007).

Segundo Triunvirato (44 a.C.-31 a.C.):
 Configuração:
1.
2.
3.
Lépido: África, afastado do cargo em 33ª. C. por Otávio;
Marco Antônio: Oriente, questão do Egito: oposição do
exército romano e Otávio por causa da aproximação de Marco
Antônio com Cleópatra resultou na Batalha de Actium (vitória
de Otávio);
Otávio: Ocidente,tornou-se 1º Imperador Romano em 27 a.C;
Guerra Civil: Vitória de Otávio → início do Império Romano
“A República conquistara para Roma o seu Império: as suas próprias vitórias a tornaram
anacrônica.”
(ANDERSON, Perry. Passagens da Antigüidade ao Feudalismo.)

Principado de Otávio:
 Títulos:
1. César: Imperador;
2. Princeps: Primeiro
Augusto como Pontifex Maximus
cidadão e líder do senado;
3. Augustos: o divino
(apoteose);
4. Imperator: O supremo e
chefe supremo do
exército;
5. Pontifex Maximus:
supremo líder religioso.

Governo de Otávio:
 Pax Romana ou Pax Augusta:
▪ Momento de máxima
prosperidade econômica e
extensão territorial do Império
(consolidação das fronteiras);
▪ Cessar das batalhar: paz no limes
com os bárbaros;
▪ Construção de obras públicas e
geração de empregos;
▪ Controle total do Mare Nostrum:
ligação entre as províncias;
▪ Ampliação da política do Pão e
circo.
“Os visigodos, ou seja, aqueles
outros aliados e cultivadores do solo
ocupado, estavam aterrados como o
haviam estado seus parentes e não
sabiam que fazer, por causa do povo dos
Hunos [...] enviaram embaixadores à
România [...] para dizer que se lhes
dessem uma parte da Trácia ou da Mésia
a fim de cultivarem, eles se submeteriam
às suas leis e decisões. E para que pudesse
ter maior confiança neles, prometeram
tornar-se
cristãos
[...]
Quando
[imperador] Valente ouviu isto, concedeu
alegre e prontamente o que ele próprio
havia
tencionado
pedir
[aliança
romana/visigótica]”
(JORDANES apud PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História
da Idade Média.

Alto Império (27 a.C. – 285 d.C.):
 Dinastias:
1. Júlio-Claudiana (27 a.C. – 68 d.C.): Otávio,
Tibério, Calígula, Cláudio e Nero;
2. Flaviana: Vespaciano, Tito e Domiciano;
3. Antoninos (96 – 192): Trajano, Adriano, Antônio
Pio, Marcos Aurélio, Lúcio Vero e Cômodo;
4. Severos (193 – 235): Septímio Severo, Caracala,
Geta, Macrino, Heliogábalo, Alexandre Severo.
Alto Império (27 a.C.- 285 a.C):
1. Centralização do poder na
figura do imperador;
2. Máxima extensão territorial:
fortalecimento da
escravidão;
3. Sistema censitário:
favorecimento de patrícios e
homens-novos;
4. Ampliação de estradas e
comércio;

Imagem da Via Ápia, uma
das principais estradas romanas,
chamada à época de Regina Viarum
(Rainha das Estradas):“Todos os
caminhos levam a Roma”

Coliseu:
 Construído entre os anos 70
e 82;
 O mais famoso do
anfiteatros romanos;
 Podia receber 50 mil pessoas
"Enquanto o Coliseu se mantiver de pé,
Roma permanecerá; quando o Coliseu ruir,
Roma ruirá e quando Roma cair, o mundo
cairá“
Beda, monge inglês (século VII)
que eram organizadas de
acordo com seu status social
em cada um dos três
andares;
 Lugar máximo da Política do
Pão e Circo, sobretudo das
lutas gladiatoriais;
Representação de uma
luta gladiatorial no coliseu,
parte do seriado Spartacus,
da HBO.
“Penso realmente que... A paixão pelos gladiadores e cavalos [é] por assim dizer, concebida
no ventre materno... Na verdade, poucos são os que falam de outro assunto em suas casas, e
ao entrar numa sala de aula, de que mais trata a conversa dos jovens a não ser de combates e
corridas?
(TÁCITO)

Baixo Império (285 – 476):
Crise do Império:
 Fatores internos:
1. Anarquia Militar:
▪ Imperadores X Generais;
▪ Quebra da hierarquia militar.
2. Fragmentação do exército:
▪ Enfraquecimento militar do Império.
Estátua do general Quinto Fábio Máximo, Palácio de Schönbrunn, Viena.

Baixo Império (285 – 476):
Crise do Império:
 Fatores internos:
3. Fim do expansionismo
territorial:
▪ Desabastecimento e inflação;
▪ Crise do escravismo.
4. A questão do cristianismo:
▪ Crítica à escravidão;
▪ Negava a divindade do
Imperador;
Mosaico representando um martírio,
provavelmente cristão.
Baixo Império (285 – 476):
Crise do Império:

 Fatores internos:
5. Crise político-social:
▪ Corrupção;
▪ Governos curtos: 27 césares
em 100 anos;
▪ Anarquia militar;
Mosaico retratando a prática da caça
realizada pelos colonos romanos.
▪ Debilidade das fronteiras;
▪ Banditismo: fortificação das
urbs e villae.
“Ao longo do século II a.C.,
começaram a surgir nas regiões
próximas a Roma fazendas de tamanho
médio, dedicadas à produção de um
único produto. Junto com as guerras, a
adoção desse tipo de propriedade
gerava dois efeitos. Por um lado,
contribuía para o enriquecimento dos
homens mais ricos; por outro, fazia com
que os camponeses, que possuíam
pequenas propriedades, ficassem cada
vez mais pobres.”
(MACHADO, Carlos. Roma e seu império.)

Baixo Império (285 – 476):
Crise do Império:
 Fatores internos:
6.
Crise Econômica:
▪ Fim das conquistas;
▪ Alto preço das mercadorias;
▪ Perda territórios conquistados:
Queda dos tributos;
▪ Ruralização da economia.

Baixo Império (285 – 476):
Tentativas de conter a crise:
 Diocleciano (284 – 305):
▪ Tetrarquia (285): divisão do
Império em quatro partes;
▪ Édito Máximo (287): tabelamento
dos preços;
Os tetrarcas, escultura saqueada de
um palácio bizantino em 1204,
tesouro de São Marcos, Veneza.
▪ Colonato: Substituição do
trabalho escravo pelo trabalho
servil.
Baixo Império (285 – 476);
Crise do Império:

 Fator externo:
1. As invasões Bárbaras:
▪ Antecedentes:
▪ Relações amistosas entre
bárbaros e romanos no limes:
proteção em troca de terras;
▪ Germânicos dominando
importantes posições no
exército;
▪ Invasão dos Hunos.
Limes romano na Escócia

Baixo Império (285 – 476);
Tentativas de conter a Crise:
 Medidas Teodósio (378 -395):
▪ Federação (378): permitiu a entrada de
povos germânicos no Império;
▪ Divisão do império (395):
Moeda de Teodósio
1.
Império romano do Ocidente com a
capital em Roma;
2.
Império Romano do Oriente com a
capital em Constantinopla.

Baixo Império (285 – 476);
Crise do Império:
 Fator externo:
1. As invasões Bárbaras:
▪ As Invasões:
▪ Diversos povos em diversas
ondas de invasão;
▪ Principais alvos: cidades
desprotegidas militarmente.

Baixo Império (285 – 476);
Crise do Império:
 Fator externo:
1. As invasões Bárbaras:
▪ A queda de Roma:
▪ Aumento do êxodo urbano e da
ruralização da economia;
“Aquilo que tem sido grosseiramente
designado por ‘invasão bárbara’ foi, de facto,
▪ Invasão de Roma pelos Hérulos, uma migração controlada de camponeses
amedrontados, que apenas procuravam
liderados por Odoacro (476);
juntar-se a outros seus iguais que viviam a sul
da fronteira”
(BROWN, Peter. A ascensão do cristianismo no
Ocidente)
“Após a tomada e o saque de Roma pelos
visigodos, em 410, pagãos e cristãos interrogaram-se
sobre as causas do acontecimento. Para os pagãos, a
resposta era clara: foram os maus princípios cristãos, o
abandono da religião de Roma, que provocaram o
desastre e o declínio que se lhe seguiram. Do lado cristão,
a queda de Roma era explicada pela comparação entre os
bárbaros virtuosos e os romanos decadentes: dissolutos,
preguiçosos, sendo a luxúria a origem de todos os seus
pecados.”
(LE GOFF, Jacques. História e Memória.)

Politeísta;

Divindade antropomórficas;

Incorporação da religião,
crenças e cultos dos
conquistados;

Os cultos tinham caráter
cívico;

Influências:
 Auspícios → Etruscos;
 Divindades → Gregos;
Estátua de Marte em Tívoli
“Sacrificar animais, sem orações,
não funciona, aparentemente, nem
produz a correta relação ritual com os
deuses. As fórmulas variam; uma para
conseguir um bom agouro, uma
segunda para evitar o mau agouro e
uma terceira para cultuar as
divindades. Os magistrados superiores
rezam
segundo
fórmulas
estabelecidas, tomando muito cuidado
para não omitir ou trocar palavras;
uma pessoa deve ler a prece de um
livro e o magistrado deve repetir,
fielmente, palavra por palavra; uma
outra
pessoa
confere,
cuidadosamente, se o que ele fala bate
com o texto.”
Plíno, o Velho. História natural
Relevo de mármore mostrando a
preparação de um sacrifício. Museu do
Louvre, Paris.
“a identificação dos deuses
nativos com equivalentes romanos, seja
pela associação do nome do deus nativo à
divindade romana, seja pela latinização
pura e simples do nome da divindade
nativa, o que comumente e erroneamente
nos faz acreditar, por exemplo, que
divindades como Júpiter e Zeus eram a
mesma, porém elas foram interpretadas, a
partir de semelhanças, e retratadas como
uma só, por fins, normalmente, políticos.
Somando-se a isso, percebe-se, e ainda a
partir dos estudos das autoras acima
citadas, que a integração de novas
divindades, cultos e festivais não se
fundamentava na benevolência, mas no
temor e na precaução em não desafiar os
deuses dos ‘outros’, os quais poderiam ser
úteis aos romanos”
(MENDES, Norma Musco; OTERO, Uiara. Religiões e as
Questões de Cultura, Identidade e Poder no Império
Romano)

Vida de Jesus de Nazaré:
 Galileia: província romana
de grande fervor religioso;
 Judeia: pregação de sua
mensagem aos 30 anos;
 Preso pelos guardas do
templo judeu entregue ao
prefeito da província
Pôncio Pilatos.
“ O fundador dessa
seita, Cristo, fora condenado à
morte pelo procurador Pôncio
Pilatos, no reinado de Tibério.
Essa perigosa superstição, por
um momento controlada, em
seguida se espalhou, nãp só na
Judeia, origem desse mal, mas
também em Roma para onde
confluem de toda a parte e
encontram acolhida as coisas
mais
grosseiras
e
vergonhosas”
(TÁCITO. Anais)

“uma grande multidão foi
condenada não apenas pelo crime
de incêndio mas por ódio contra a
raça humana. E, em suas mortes,
eles foram feitos objetos de
esporte, pois foram amarrados
nos esconderijos de bestas
selvagens e feitos em pedaços por
cães, ou cravados em cruzes, ou
incendiados, e, ao fim do dia,
eram queimados para servirem de
luz noturna.”
(TÁCITO. Annales)




Práticas religiosas
estabelecidas após a
condenação de Cristo;
Praticado em Jerusalém
e nas regiões próximas;
Praticado por judeus ou
gentios convertidos;
Século I: processo de
separação do Judaísmo;
Período de elaboração
dos textos do Novo
Testamento.

Perseguição Romana:
 Motivos:
1.
Pregavam a paz e a nãoviolência;
2.
Negavam a divindade do
Imperador;
3.
Igualdade.
 Martírios: Perseguição física e
religiosa aos seguidores do
cristianismo. Muitos eram
condenado à lutas desiguais
no Coliseu.
“Digo, porém, a vós que
me ouvis: Amai os vossos
inimigos, fazei o bem aos que vos
odeiam, bendizei aos que vos
maldizem, orai pelos que vos
insultam. Ao que te bate numa
face, oferece-lhe também a outra;
e ao que te tira a capa, não lhe
negues a túnica. Dá a todo o que
te pede; e ao que tira o que é teu,
não lho reclames. Assim como
quereis que vos façam os homens,
assim fazei vós também a eles.”
Lucas 6:27-31
“Bem-aventurados os que
têm um coração de pobre, porque
deles é o Reino dos céus! Bemaventurados os que choram, porque
serão consolados! Bem-aventurados
os mansos, porque possuirão a terra!
Bem-aventurados os que têm fome e
sede de justiça, porque serão
saciados! Bem-aventurados os
misericordiosos, porque alcançarão
misericórdia! Bem-aventurados os
puros de coração, porque verão
Deus!”
(Mateus 5: 3-8)

Difusão no Império:
 Pregadores: Paulo de Tarso;
 Por volta de 50 já havia uma
comunidade cristã em Roma que
reunia-se em catacumbas;
 Desenvolvimento de símbolos
cristãos para proteger-se dos
romanos;
 Conversão dos escravos e pobres:
▪ A questão da salvação.
 Expansão sobre os demais grupos
sociais.



Édito de Milão (313):
Constantino se converteu ao
cristianismo e decretou
liberdade de culto cristão no
Império Romano e o fim do
paganismo como religião
oficial do Império romano;
Concílio de Nicéia (325):
Estabelecimento dos
fundamentos teológicos do
cristianismo;
Édito da Tessalônica (380):
Teodósio decretou o
Cristianismo a religião oficial
do Império Romano.
Representação do Concílio de Nicéia
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