Prof. Victor Creti Bruzadelli A lenda contava que Réa Silvia (sacerdotisa do templo da Deusa Vesta), teve gêmeos, fruto de uma relação proibida com o deus Marte (deus da Guerra). Como na qualidade de sacerdotisa, Réa Silvia, deveria manter-se virgem, abandonou os gêmeos em um cesto no leito do rio Tibre. Por intervenção de Marte, o rio conduziu os gêmeos à terra firme na região do monte Palatino. Logo, uma loba, os acercaram e os amamentaram. Tempos depois, um pastor encontrou as crianças e deu-lhes os nomes de Rômulo e Remo, onde cresceram fortes e saudáveis. Adultos, Rômulo mata o irmão e funda na região do Lácio, Roma, tornando-se o seu primeiro rei. Rômulo e Remo, de Peter Paul Rubens (1615-1616), Museus Capitolinos, Roma. O rapto das sabinas: Objetivos: ▪ Atrair habitantes para povoar Roma, especialmente mulheres; ▪ Raptar as jovens sabinas durante os espetáculos; Consequências: ▪ Muitos sabinos se instalaram na região; “O Rapto das sabinas”, de Pietro da Cortona, nos Museus Capitolinos (1627-29). Encontrada nas obras: Eneida – poema épico de Virgílio (séc. I a.C). Ab urbe condita libri/Desde a fundação da cidade – relatos dos primeiros tempos de Roma de Tito Lívio (59 a.C-17 a.C). Mosaico representando Virgílio Pastores, agricultores e guerreiros latinos se instalaram e povoaram as sete colinas do Monte Palatino, na região do Lácio. Logo, os sabinos adentraram à cidade, e posteriormente, os etruscos invadiram e dominaram Roma , que se expandiu e consolidou como cidade. Hipóteses arqueológicas: Romanos antigos descendiam da fusão de grupos da Península Itálica (latinos, sabinos, e etruscos) e do Mediterrâneo (gregos); Gregos e etruscos exerciam grande influência na vida cultural, religiosa e política dos romanos; Roma, inicialmente foi um Cabana romana do século VII a.C. no Monte Palatino. Sítio arqueológico. entreposto comercial etrusco; Geografia e povos formadores: Latinos: criação agropastoril; Gregos: Colonização (2ª Diáspora grega) Sabinos: comércio e transporte de sal pelo rio; Etruscos: venda de produtos manufaturados. Monarquia (753 a.C. 509 a.C.); República (509 a.C. a 27 a.C.); Império (27 a.C. a 476 d.C.); Obs.: Divisão do Império Romano (395 d.C.): Ocidental e Oriental, com capitais em Roma e Constantinopla. Mural representando uma família romana. Museu do Vaticano. 4 latinos “Rômulo transporta rico espólio para o templo de Júpiter”, Jean-Auguste Dominique Ingres. 7 reis romanos 3 etruscos Reinado (mitológico) de Rômulo: Formação das primeiras instituições, como o Exército, Senado (Auxiliares do poder executivo do monarca); Povoamento da cidade: divisão social, organização dos casamentos, facilitação das imigrações, rapto de mulheres (sabinas). Fasces: símbolo do imperium real Estrutura Familiar: Conceito de família: Tudo que está sob o domínio do Pater (esposa, filhos, animais e propriedades); Características: ▪ Líder: Pater familias, que exerciam a função de senadores; ▪ Base da sociedade romana; ▪ Unidas em clãs ou gentes (grupos familiares identificadas pelo sobrenome); ▪ Cada clã tinha seus túmulos domésticos, cultos particulares e seus clientes; Obs.: os familiares cultuavam os seus antepassados; Obs.: res familiaris (bens de família); P A T R Í C I O S Estrutura Política: Rei (Rex): Funções executivas, religiosas, legislativas, judiciais e militares; Senado: “Conselho de anciãos”, aprovação e veto das leis reais e escolhiam os novos reis; Assembleia Curiata: Composta por homens em idade militar (45 anos), apenas confirmava as leis. Crise da Monarquia: Tarquínio, o Soberbo: ▪ Rei etrusco; ▪ Aproximação “populista”, segundo Tim Cornell, das camadas populares; ▪ Governo tirânico: conflitos com importante famílias patrícias; ▪ Deposição do poder e Instituição da República em 509 a.C. Tarquínio, o Soberbo. Em latim,a expressão ‘o Soberbo’ significa o Orgulhoso, que equivalia em grego a tirano. Etimologia: República (latim) Res: Coisa Publica: Pública, do povo Coisa do Povo Obs.: República se refere sempre a governos descentralizados, em Roma, entretanto, ela se dá nas mãos apenas dos Patrícios através do Senado, portanto temos uma República Aristocrática em Roma! Estrutura Social: 1. Patrícios: Cidadãos, proprietários de terra, minas, gado e escravos. Líderes dos clãs (gentes). 2. Clientes: Não-cidadãos e livres, parentes afastados e pobres dos patrícios que se associavam a eles dando apoio militar e político. 3. Plebeus: Não-Cidadãos e livres. Responsáveis pelo artesanato e comércio. Inicialmente, não tinham poder político. 4. Escravos: Por guerra ou dívidas. Estrutura política: 1. Senado (300 homens): Principal órgão de poder. Eleição dos cônsules; Elaboração e votação de leis; Responsável pela política externa (diplomacia); Responsável pelos exércitos; Funções religiosas; Controle das finanças. Obs.: Em época de crise permitiam a Ditadura por seis meses, com poder absoluto do Cônsul. Insígnia romana com os dizeres: Senatus Populesque Romanus (Senado e Povo Romano). Estrutura política: 2. Magistraturas: cargos públicos e administrativos: Cônsules (2): comandavam o exército, convocavam o Senado e presidiam os cultos públicos; Pretores: aplicação da justiça (juízes); Questores: finanças públicas; Censores: cuidavam do censo, classificavam a população por categorias de acordo com a renda, cuidavam da moral, faziam listas de senadores a serem eleitos; Edis: administravam a cidade (serviços públicos, policiamento e jogos); Estrutura política: 3. Assembleias: Curial: Examinava os assuntos religiosos. Tribal: Formada pelas 35 tribos romanas. Responsável pela nomeação dos Questores e Edis. Centurial: Convocada pelo cônsul e composta pelas centúrias. Encarregada de votar as leis e eleger os Cônsules, Pretores, Censores e Ditadores. Economia: Agricultura: é a mais importante e tradicional atividade econômica de Roma. Assentada na propriedade de grandes extensões de terra – Villae – cultivadas pelos escravos ou“ clientes”, dependentes dos patrícios. Ruínas romanas de São Cucufate, entrada principal da villa áulica Economia: Comércio: praticado no mercado Classis, navio de guerra romano utilizado no período das Guerras Púnicas público da urbs (cidade) e comércio exterior de longa distância com Oriente pelo Mar Mediterrâneo. Esse comércio permite a ascensão econômica que de alguns plebeus a partir da expansão territorial. “De toda a terra e de todo o mar chegam os produtos de diversos países [...] e tudo o que produzem os gregos e os bárbaros. [...] A cidade assemelha-se a um armazém do mundo. As cargas vêm da Índia e da Arábia prodigiosa [...], os tecidos da Babilônia e as joias dos países bárbaros chegam aqui em grande número e facilmente. Seus campos são o Egito, a Sicília e a parte cultivada da África. No seu porto, os navios não param de chegar e de partir, de modo que a gente pode se espantar com tamanha quantidade de embarcações” (Aelius Aristides. Elogio a Roma) Economia: Metalurgia: desde as mais remotas origens etruscas, os romanos conheciam o ferro, o chumbo e o cobre. Forjavam armas e utensílios destes metais, base de suas trocas comerciais. Relevo resultante da técnica de mineração ruina montium, em Las Médulas, Hispânia, uma das mais importantes minas de ouro do Império. Expansão territorial: Interna (séc. V a.C.- 272 a.C): 1. Conquista territorial da Península Itálica através de uma aliança entre patrícios e plebeus. Plebeus: formavam o exército assalariado Patrícios: defesa territorial e crescimento econômico (saques e posse da terra). Representação de uma centúria romana Conflitos entre Patrícios e Plebeus: Motivos: ▪ Problemática com a questão agrária (terras concentradas pelos patrícios); ▪ Desigualdade de direitos (plebeus reivindicavam cidadania); ▪ Proibição do casamento entre patrícios e plebeus; Consequências: Revolta dos plebeus (sentiam-se injustiçados, pois participaram das conquistas que expandiam o território romano); Obs.: A infantaria plebeia era a base militar romana, ou seja, fundamental para as conquistas territoriais. Conquistas políticas plebeias: Tribunos da Plebe (494 a. C.): Magistrados plebeus, responsáveis por defendê-los através do veto sobre o Senado e Consulado. Novas Leis: 1. Lei das XII Tábuas (450 a.C.): Defesa, por escrito, das conquistas 2. 3. 4. 5. plebeias, como a “isonomia” e direito de defesa e apelação; Lei da Canuléia (445 a.C.): Possibilidade de casamento entre patrícios e plebeus, surgindo um nobilitas; Lei da Licínia (367 a.C.): Divisão das terras conquistadas entre patrícios e plebeus, a obrigatoriedade da escolha de um Cônsul plebeu e outro patrício e fim da escravidão por dívidas; Lei Ogúlnia (300 a.C.): Plebeus adquiriram o direito de exercer a Magistratura de Pontífice Máximo; Lei Hortênsia (287 a.C.): Leis aprovadas pela Assembleia da Plebe (Comitia Plebis) tivessem validade para todo o Estado (Plebiscito → "a plebe aceita“). 2. Expansão territorial: Externa: Conquista de regiões na Europa, Norte da África e Oriente Domínio do Mare Nostrum (Mar Mediterrâneo). Expansão Romana entre 510 a.C. – 480 d.C. República Romana Império Romano Império Ocidental Império Oriental Guerras Púnicas (264 a.C. - 146 a.C.): Roma (exército) X Cartago (frota) Motivos: 1. Disputa pela hegemonia comercial do Mediterrâneo; 2. Anexação de terras cartaginenses do (a): Norte da África, Península Ibérica, Sardenha, Córsega e oeste da Sicília; 3 grandes guerras: Na Sicília (disputa pelo estreito de Messina encurtar a navegação no Jônico e Tirreno); 2. Na Península Itálica (invasão do general cartaginês Aníbal, depois derrotado pelo general romano, Cipião Africano); 3. No norte da África (os romanos liquidaram o exército cartaginês); 1. Guerras Púnicas (264 a.C. - 146 a.C.): Guerras Púnicas (264 a.C. - 146 a.C.): “Aos olhos dos romanos, os autóctones só Enriquecimento da República: serviam para pagar. Eram Profissionalização do exército; submetidos a impostos Desenvolvimento do comércio: Homens esmagadores e tinham q novos; enviar cereais a Roma Transculturação: Grande aproximação com regularmente. Se pagassem a cultura grega; suas dívidas, eram deixados em relativa tranquilidade. Criação de latifúndios: Senadores como grandes proprietários; Tinham autorização, por exemplo, para manter sua ↑ do nº de escravos: População religião e sua língua materna. cartaginense totalmente escravizada e Consequências da vitória romana: 1. 2. 3. 4. 5. desemprego dos plebeus; 6. Fortalecimento da política expansionista: formação das províncias. (GOMBRICH, Ernest. Breve História do mundo) Escravidão: Base da mão de obra na economia romana; Cerca de 30% população romana durante o império; Maioria fixados na região ocidental: península Itálica, sul da Gália e Espanha; No período do império conquistaram alguns direitos, muitas vezes devido às revoltas; Trabalhos: Domésticos, artesanato, Relevo de Smyrna , na Turquia: soldado romano conduzindo cativos acorrentados serviços públicos, agricultura e mineração; Em casos raros, podiam tornar-se libertos e alcançar até um certo prestígio social. A escravatura foi praticada desde os tempos mais remotos dos reis, mas seu desenvolvimento em grande escala foi consequência das guerras de conquista. (Patrick Le Roux. Império Romano, 2010.) “Lucius Aurelius, liberto de Lucius César; foi criado de quarto de Lucius Aurelius e preceptor do divino Verus imperador; foi distinguido pelo divino Antonino com o cavalo público e com sacerdócio de caenina, bem como com o pontificado menor; foi feito por este imperador procurador da pavimentação das ruas e prefeito dos veículos; foi encarregado pelo imperador Antonio Augusto e pelo divino Verus do abastecimento do exército e ganhou uma lança pura, um estandarte e uma coroa mural; procurador das contas municipais; está enterrado aqui com sua mulher Ceionia Laena” (Inscrição Funerária. Roma. Século II d.C.) Mosaico romano de Dougga, Tunísia (século II): os dois escravos carregando jarras de vinho usam vestimenta típica de escravos e amuleto contra mauolhado no pescoço. O jovem escravo à esquerda carrega água e toalhas, e o da direita carrega um cesto de flores Crise: Homens-novos: ▪ Busca de cidadania e poder político; Plebeus pobres: ▪ Concorrência dos produtos das províncias conquistadas: Êxodo rural; ▪ Aumento da escravidão: desemprego. “massas despossuídas, uma gentalha brutal, grosseira e corrompida, se comparada às capitais modernas, pois em nenhuma parte, nem em nenhuma época do mundo, chegou a concentrar a luz de todas as nações como na Roma de então, uma vez que era, duplamente perigoso, pois estava formada, em grande medida, por pessoas ociosas. O governo cuidava de seu sustento mediante as grandes distribuições periódicas de trigo e, como consequência, via-se obrigado a cuidar de seu tempo livre, oferecendo distrações para entreter a sua ociosidade.” (FRIEDLAENDER, L. La sociedad romana) Política do “pão e circo”: Objetivos: Contornar a crise, combater a fome e evitar revoltas; Estratégias: Distribuir cereais e promover espetáculos públicos nas arenas para animar a plebe; “os jogos e as redistribuições frumentárias são dois alicerces da política imperial. Diverte-se a multidão que exige o sensacional. Paradas, encenações de grandes espetáculos, a morte de homens ou de animais são os lotes cotidianos de um público que pede para ser enfeitiçado. Os próprios monumentos das cidades, termas, teatros, anfiteatros, circos contribuem para o que Sêneca chama ‘servidão ociosa das cidades’” (ROBERT, Jean-Nöel. Os prazeres em Roma) “Pois quando viu o sangue, imediatamente sorveu a selvageria e não virou o rosto, mas fixou-se na imagem que via e absorveu a loucura e perdeu seu senso crítico e deleitou-se com a luta criminosa e embebedou-se num funesto prazer. Não era mais o homem que tinha ido ao espetáculo, mas um membro da multidão, um verdadeiro companheiro daqueles que o haviam trazido.” (AGOSTINHO. Confissões) “Esta foi a mais dura batalha de todas. Ele (Crasso) matou doze mil e trezentos, e apenas dois deles foram encontrados com ferimentos nas costas: todos os outros ficaram firmes em seus postos e morreram combatendo os romanos.” (PLUTARCO, Crasso) “Os escravos que havia na Sicília eram tão numerosos que quem ouvia falar disso não o acreditava, pensando tratarse de um exagero” (DIODORO) Revoltas escravistas: Objetivos: lutar pela liberdade e retornar às terras de origem; Revolta de Espártaco (73 a.C.): Cápua, reuniu um grupo de gladiadores da Campânia e marchou em direção a Roma; Revolta da Sicília (136 a.C.- 133 a.C.): milhares de escravos tomaram poder e escravizaram a população local; Crise: Os irmão Graco: Tribunos da Plebe Tibério Graco (133 a.C.): ▪ Objetivo: reforma agrária (trazer de volta as pequenas propriedades e reaver as terras conquistadas com a divisão ager publicus (patrimônio público); Este foi o início do derramamento de sangue civil e do reino livre pelas espadas na cidade de Roma. A partir de então, a justiça foi derrubada pela força e o mais forte era proeminente.“ VELEIO – Historiador Romano Crise: Os irmão Graco: Tribunos da Plebe Caio Graco (123 a.C.): ▪ ▪ ▪ ▪ Lei agrária (distribuição lotes públicos na África); Distribuição de cereais (abaixou o preço do trigo); Possibilidade da “Ordem Equestre” ter acesso a cargos públicos; Propôs a concessão de cidadania romana a todos os povos aliados de origem latina da Península Itálica. Obs.: Em 121 a.C., toda a legislação criada por Caio Graco foi anulada. Crise: O fortalecimento político do generais: Governos militares. Motivação: Assassinato dos irmãos Graco e convulsões sociais. Caio Mário: ▪ Origem plebeia e de família desconhecida; ▪ 6 mandatos de Cônsul; ▪ General de grandes qualidades militares; "Mário é acusado de pavimentar o caminho sem lei, soldados gananciosos, cujas as atividades foram pensadas para terem contribuído em grande parte para o declínio e a queda da república anos mais tarde. No entanto, não devemos perder de vista o fato de que Mário não foi o primeiro a envolver o capite censi. Roma era governada por uma oligarquia aristocrática que estava incorporada ao senado. Assim, em tempos de crise extrema no passado, o senado havia pressionado-os, junto com os presos e escravos, a servirem como legionários.“ (FIELDS apud SALLUST. Iuguthinum.) Crise: Governos militares. Caio Mário: ▪ Grande apoio popular (Populares) e oposição da elite (Optimates); ▪ Disputas com o Senado no início de seus governos; ▪ Possibilidade de tornar-se soldado sem uma renda mínima (capite censi); ▪ Pagamento de soldo pelo serviço militar e concessão de parte das terras conquistadas; Caio Mário (Glyptothek, Munique) Crise: Governos militares: Guerra Civil: Caio Mário X Silas: Guerra contra Mitrídates VI: controle do exército; ▪ Escolha de Sila pelo Senado; ▪ Suborno de Caio Mário: Veto do Tribuno; 1ª Marcha sobre Roma: Silas invade Roma e conquista a chefia do exército; Perseguição de Mário aos aliados de Silas; Morte de Mário; Retorno de Silas: Ditadura vitalícia. “Quem examinar de perto o fim de Mário, verá o primeiro mortificado de uma maneira estranha, em seu espírito, morrendo mil vezes em cada hora de seu último consulado. A ambição o atormenta sem cessar, e de tal modo que, com a morte a dois passos, ainda se preocupa com a guerra contra Mitrídates; e, sem se lembrar das honradas de que foi objeto, sem se mostrar saciado de tantas riquezas, as quais bastariam para muitos reis juntos, e dos inúmeros anos que viveu, ele morreu enraivecido, lamentando-se da fortuna, como se tivesse morrido antes de tempo, antes de realizar aquilo que ambicionava.” (PLUTARCO. Vidas Paralelas) Crise: Governos Militares: Silas: Sula (Glyptothek, Munique) ▪ Origem patrícia e pertencente aos Optimates; ▪ Proscrição aos aliados de Mário: reformas políticas; ▪ Valorização do Senado; ▪ Limitação do poder das assembleias; ▪ Restrição aos plebeus. Primeiro triunvirato (60 a.C.-49 a.C.): Motivações: 1. 2. 3. Conflitos internos em Roma; Revolta de Spartacus; Ascensão do poder dos generais. Configuração: 1. 2. Crasso: Oriente (morte em 54 a.C); Júlio César: Gália (tornou-se ditador vitalício em 45 a.C.); Pompeu: Península Itálica (derrotado por Júlio César na batalha do rio Rubicão em 49 a.C.); 3. Golpe de César: Ditador Vitalício. Pompeu, o Grande Primeiro triunvirato: Expansão territorial: 1. Conquista da Gália (atual França); 2. Britânia (atual Inglaterra); 3. Hispânia (Península Ibérica); 4. Ásia Menor; 5. Egito; “O vínculo entre os legionários e o comandante começou progressivamente a assimilar-se ao existente entre patrão e cliente na vida civil: a partir de Mário e Sila, os soldados procuravam seus generais para a reabilitação econômica e os generais usavam os soldados para incursões políticas.” (ANDERSON, Perry. Passagem da antiguidade ao feudalismo) Governo de Júlio César (49 a.C.-44 a.C): Medidas: 1. 2. 3. 4. 5. Reorganização político-administrativa de Roma; Participação política de homens das províncias; Distribuição de terras aos soldados; Colonização das províncias; Construção de estradas. Assassinato de César a facadas no Senado, em 44 a.C.: gerou guerra civil. A morte de César, Vincenzo Camuccini. “Et tu Brutus?” Representação cinematográfica da morte de Júlio César no filme Cleópatra, de Julio Bressane (2007). Segundo Triunvirato (44 a.C.-31 a.C.): Configuração: 1. 2. 3. Lépido: África, afastado do cargo em 33ª. C. por Otávio; Marco Antônio: Oriente, questão do Egito: oposição do exército romano e Otávio por causa da aproximação de Marco Antônio com Cleópatra resultou na Batalha de Actium (vitória de Otávio); Otávio: Ocidente,tornou-se 1º Imperador Romano em 27 a.C; Guerra Civil: Vitória de Otávio → início do Império Romano “A República conquistara para Roma o seu Império: as suas próprias vitórias a tornaram anacrônica.” (ANDERSON, Perry. Passagens da Antigüidade ao Feudalismo.) Principado de Otávio: Títulos: 1. César: Imperador; 2. Princeps: Primeiro Augusto como Pontifex Maximus cidadão e líder do senado; 3. Augustos: o divino (apoteose); 4. Imperator: O supremo e chefe supremo do exército; 5. Pontifex Maximus: supremo líder religioso. Governo de Otávio: Pax Romana ou Pax Augusta: ▪ Momento de máxima prosperidade econômica e extensão territorial do Império (consolidação das fronteiras); ▪ Cessar das batalhar: paz no limes com os bárbaros; ▪ Construção de obras públicas e geração de empregos; ▪ Controle total do Mare Nostrum: ligação entre as províncias; ▪ Ampliação da política do Pão e circo. “Os visigodos, ou seja, aqueles outros aliados e cultivadores do solo ocupado, estavam aterrados como o haviam estado seus parentes e não sabiam que fazer, por causa do povo dos Hunos [...] enviaram embaixadores à România [...] para dizer que se lhes dessem uma parte da Trácia ou da Mésia a fim de cultivarem, eles se submeteriam às suas leis e decisões. E para que pudesse ter maior confiança neles, prometeram tornar-se cristãos [...] Quando [imperador] Valente ouviu isto, concedeu alegre e prontamente o que ele próprio havia tencionado pedir [aliança romana/visigótica]” (JORDANES apud PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média. Alto Império (27 a.C. – 285 d.C.): Dinastias: 1. Júlio-Claudiana (27 a.C. – 68 d.C.): Otávio, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero; 2. Flaviana: Vespaciano, Tito e Domiciano; 3. Antoninos (96 – 192): Trajano, Adriano, Antônio Pio, Marcos Aurélio, Lúcio Vero e Cômodo; 4. Severos (193 – 235): Septímio Severo, Caracala, Geta, Macrino, Heliogábalo, Alexandre Severo. Alto Império (27 a.C.- 285 a.C): 1. Centralização do poder na figura do imperador; 2. Máxima extensão territorial: fortalecimento da escravidão; 3. Sistema censitário: favorecimento de patrícios e homens-novos; 4. Ampliação de estradas e comércio; Imagem da Via Ápia, uma das principais estradas romanas, chamada à época de Regina Viarum (Rainha das Estradas):“Todos os caminhos levam a Roma” Coliseu: Construído entre os anos 70 e 82; O mais famoso do anfiteatros romanos; Podia receber 50 mil pessoas "Enquanto o Coliseu se mantiver de pé, Roma permanecerá; quando o Coliseu ruir, Roma ruirá e quando Roma cair, o mundo cairá“ Beda, monge inglês (século VII) que eram organizadas de acordo com seu status social em cada um dos três andares; Lugar máximo da Política do Pão e Circo, sobretudo das lutas gladiatoriais; Representação de uma luta gladiatorial no coliseu, parte do seriado Spartacus, da HBO. “Penso realmente que... A paixão pelos gladiadores e cavalos [é] por assim dizer, concebida no ventre materno... Na verdade, poucos são os que falam de outro assunto em suas casas, e ao entrar numa sala de aula, de que mais trata a conversa dos jovens a não ser de combates e corridas? (TÁCITO) Baixo Império (285 – 476): Crise do Império: Fatores internos: 1. Anarquia Militar: ▪ Imperadores X Generais; ▪ Quebra da hierarquia militar. 2. Fragmentação do exército: ▪ Enfraquecimento militar do Império. Estátua do general Quinto Fábio Máximo, Palácio de Schönbrunn, Viena. Baixo Império (285 – 476): Crise do Império: Fatores internos: 3. Fim do expansionismo territorial: ▪ Desabastecimento e inflação; ▪ Crise do escravismo. 4. A questão do cristianismo: ▪ Crítica à escravidão; ▪ Negava a divindade do Imperador; Mosaico representando um martírio, provavelmente cristão. Baixo Império (285 – 476): Crise do Império: Fatores internos: 5. Crise político-social: ▪ Corrupção; ▪ Governos curtos: 27 césares em 100 anos; ▪ Anarquia militar; Mosaico retratando a prática da caça realizada pelos colonos romanos. ▪ Debilidade das fronteiras; ▪ Banditismo: fortificação das urbs e villae. “Ao longo do século II a.C., começaram a surgir nas regiões próximas a Roma fazendas de tamanho médio, dedicadas à produção de um único produto. Junto com as guerras, a adoção desse tipo de propriedade gerava dois efeitos. Por um lado, contribuía para o enriquecimento dos homens mais ricos; por outro, fazia com que os camponeses, que possuíam pequenas propriedades, ficassem cada vez mais pobres.” (MACHADO, Carlos. Roma e seu império.) Baixo Império (285 – 476): Crise do Império: Fatores internos: 6. Crise Econômica: ▪ Fim das conquistas; ▪ Alto preço das mercadorias; ▪ Perda territórios conquistados: Queda dos tributos; ▪ Ruralização da economia. Baixo Império (285 – 476): Tentativas de conter a crise: Diocleciano (284 – 305): ▪ Tetrarquia (285): divisão do Império em quatro partes; ▪ Édito Máximo (287): tabelamento dos preços; Os tetrarcas, escultura saqueada de um palácio bizantino em 1204, tesouro de São Marcos, Veneza. ▪ Colonato: Substituição do trabalho escravo pelo trabalho servil. Baixo Império (285 – 476); Crise do Império: Fator externo: 1. As invasões Bárbaras: ▪ Antecedentes: ▪ Relações amistosas entre bárbaros e romanos no limes: proteção em troca de terras; ▪ Germânicos dominando importantes posições no exército; ▪ Invasão dos Hunos. Limes romano na Escócia Baixo Império (285 – 476); Tentativas de conter a Crise: Medidas Teodósio (378 -395): ▪ Federação (378): permitiu a entrada de povos germânicos no Império; ▪ Divisão do império (395): Moeda de Teodósio 1. Império romano do Ocidente com a capital em Roma; 2. Império Romano do Oriente com a capital em Constantinopla. Baixo Império (285 – 476); Crise do Império: Fator externo: 1. As invasões Bárbaras: ▪ As Invasões: ▪ Diversos povos em diversas ondas de invasão; ▪ Principais alvos: cidades desprotegidas militarmente. Baixo Império (285 – 476); Crise do Império: Fator externo: 1. As invasões Bárbaras: ▪ A queda de Roma: ▪ Aumento do êxodo urbano e da ruralização da economia; “Aquilo que tem sido grosseiramente designado por ‘invasão bárbara’ foi, de facto, ▪ Invasão de Roma pelos Hérulos, uma migração controlada de camponeses amedrontados, que apenas procuravam liderados por Odoacro (476); juntar-se a outros seus iguais que viviam a sul da fronteira” (BROWN, Peter. A ascensão do cristianismo no Ocidente) “Após a tomada e o saque de Roma pelos visigodos, em 410, pagãos e cristãos interrogaram-se sobre as causas do acontecimento. Para os pagãos, a resposta era clara: foram os maus princípios cristãos, o abandono da religião de Roma, que provocaram o desastre e o declínio que se lhe seguiram. Do lado cristão, a queda de Roma era explicada pela comparação entre os bárbaros virtuosos e os romanos decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a origem de todos os seus pecados.” (LE GOFF, Jacques. História e Memória.) Politeísta; Divindade antropomórficas; Incorporação da religião, crenças e cultos dos conquistados; Os cultos tinham caráter cívico; Influências: Auspícios → Etruscos; Divindades → Gregos; Estátua de Marte em Tívoli “Sacrificar animais, sem orações, não funciona, aparentemente, nem produz a correta relação ritual com os deuses. As fórmulas variam; uma para conseguir um bom agouro, uma segunda para evitar o mau agouro e uma terceira para cultuar as divindades. Os magistrados superiores rezam segundo fórmulas estabelecidas, tomando muito cuidado para não omitir ou trocar palavras; uma pessoa deve ler a prece de um livro e o magistrado deve repetir, fielmente, palavra por palavra; uma outra pessoa confere, cuidadosamente, se o que ele fala bate com o texto.” Plíno, o Velho. História natural Relevo de mármore mostrando a preparação de um sacrifício. Museu do Louvre, Paris. “a identificação dos deuses nativos com equivalentes romanos, seja pela associação do nome do deus nativo à divindade romana, seja pela latinização pura e simples do nome da divindade nativa, o que comumente e erroneamente nos faz acreditar, por exemplo, que divindades como Júpiter e Zeus eram a mesma, porém elas foram interpretadas, a partir de semelhanças, e retratadas como uma só, por fins, normalmente, políticos. Somando-se a isso, percebe-se, e ainda a partir dos estudos das autoras acima citadas, que a integração de novas divindades, cultos e festivais não se fundamentava na benevolência, mas no temor e na precaução em não desafiar os deuses dos ‘outros’, os quais poderiam ser úteis aos romanos” (MENDES, Norma Musco; OTERO, Uiara. Religiões e as Questões de Cultura, Identidade e Poder no Império Romano) Vida de Jesus de Nazaré: Galileia: província romana de grande fervor religioso; Judeia: pregação de sua mensagem aos 30 anos; Preso pelos guardas do templo judeu entregue ao prefeito da província Pôncio Pilatos. “ O fundador dessa seita, Cristo, fora condenado à morte pelo procurador Pôncio Pilatos, no reinado de Tibério. Essa perigosa superstição, por um momento controlada, em seguida se espalhou, nãp só na Judeia, origem desse mal, mas também em Roma para onde confluem de toda a parte e encontram acolhida as coisas mais grosseiras e vergonhosas” (TÁCITO. Anais) “uma grande multidão foi condenada não apenas pelo crime de incêndio mas por ódio contra a raça humana. E, em suas mortes, eles foram feitos objetos de esporte, pois foram amarrados nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por cães, ou cravados em cruzes, ou incendiados, e, ao fim do dia, eram queimados para servirem de luz noturna.” (TÁCITO. Annales) Práticas religiosas estabelecidas após a condenação de Cristo; Praticado em Jerusalém e nas regiões próximas; Praticado por judeus ou gentios convertidos; Século I: processo de separação do Judaísmo; Período de elaboração dos textos do Novo Testamento. Perseguição Romana: Motivos: 1. Pregavam a paz e a nãoviolência; 2. Negavam a divindade do Imperador; 3. Igualdade. Martírios: Perseguição física e religiosa aos seguidores do cristianismo. Muitos eram condenado à lutas desiguais no Coliseu. “Digo, porém, a vós que me ouvis: Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos insultam. Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te tira a capa, não lhe negues a túnica. Dá a todo o que te pede; e ao que tira o que é teu, não lho reclames. Assim como quereis que vos façam os homens, assim fazei vós também a eles.” Lucas 6:27-31 “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus! Bemaventurados os que choram, porque serão consolados! Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!” (Mateus 5: 3-8) Difusão no Império: Pregadores: Paulo de Tarso; Por volta de 50 já havia uma comunidade cristã em Roma que reunia-se em catacumbas; Desenvolvimento de símbolos cristãos para proteger-se dos romanos; Conversão dos escravos e pobres: ▪ A questão da salvação. Expansão sobre os demais grupos sociais. Édito de Milão (313): Constantino se converteu ao cristianismo e decretou liberdade de culto cristão no Império Romano e o fim do paganismo como religião oficial do Império romano; Concílio de Nicéia (325): Estabelecimento dos fundamentos teológicos do cristianismo; Édito da Tessalônica (380): Teodósio decretou o Cristianismo a religião oficial do Império Romano. Representação do Concílio de Nicéia