CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO MELISSA YUMI SAMPA HAMAGUTI A DOR COMO QUINTO SINAL VITAL: a atuação da equipe de enfermagem em um Hospital e uma Unidade de Pronto Atendimento do Município de Caraguatatuba - SP. CARAGUATATUBA - SP 2013 MELISSA YUMI SAMPA HAMAGUTI A DOR COMO QUINTO SINAL VITAL: a atuação da equipe de enfermagem em um Hospital e uma Unidade de Pronto Atendimento do Município de Caraguatatuba - SP. Projeto de Iniciação Científica orientado Pela Profa. Ms. Sheila M. M. Paiva do Centro Universitário Módulo CARAGUATATUBA - SP 2013 DEDICATÓRIA Ao meu marido Arnaldo, pela compreensão, apoio e carinho com que me ajudou a enfrentar este desafio. Obrigada pelo seu companheirismo e amor. Aos meus amados filhos Victor Hugo e João Pedro, que tornam os meus dias mais cheios de vida e são a minha verdadeira fonte de riqueza espiritual. Ao meu pai Hugo, meus irmãos Bruna e Fábio que de alguma forma sempre estiveram ao meu lado. A minha mãe querida (in memoriam) pelo amor incondicional que sempre nos uniu. Amo muito vocês! AGRADECIMENTOS Gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos: À profª Ms. Sheila Mara Machado Paiva, por sua dedicada e competente orientação, pela compreensão das minhas dificuldades e limitações, e por acreditar no meu projeto. Uma pessoa maravilhosa que fez a diferença na minha formação. À Equipe de Enfermagem da Casa de Saúde Stella Maris pela disponibilidade oferecida durante a realização deste estudo. À Unidade de Pronto Atendimento - UPA 24h, em especial à Divisão de Enfermagem, as profissionais Yara Bezerra Gasparotto e Adriana Moreira pelo apoio na condução desta pesquisa de aprimoramento profissional. Ao professor Carlos Andrade e professora Terezinha Zangrande da Comissão Própria de Avaliação (CPA) do Módulo que me ensinaram que sorrir é uma ferramenta eficiente de trabalho. Ao Centro Universitário Módulo e todos os professores de enfermagem que auxiliaram nesta trajetória. Aos meu colegas de turma, cada um com as suas peculiaridades, o meu carinho. As minhas alunas queridas pela amizade e apoio durante toda minha graduação. E um agradecimento especial a Maria Helena Sampa meu exemplo de profissional, mulher e mãe. "...Dor é inevitável mas sofrimento é opcional..." (Carlos Drummond de Andrade) "Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente." (William Shakespeare) RESUMO A dor é uma das causas do sofrimento humano, compromete a qualidade de vida e constitui-se numa das razões da busca por cuidados médicos e pelas internações hospitalares e que repercute econômica e socialmente como um problema de saúde pública. Desde o ano de 2000 a dor é descrita como quinto sinal vital, e deve ser sempre avaliada e registrada ao mesmo tempo em que são verificados os outros sinais vitais. A equipe de enfermagem é quem organiza o gerenciamento da dor. Portanto, a adoção de um padrão de avaliação diária do doente, especificamente sobre dor, contribui para o aperfeiçoamento da assistência de enfermagem. Diante desta responsabilidade, o conhecimento de estratégias para o exercício da assistência qualificada e humanizada para o controle e manejo da dor é indispensável. Objetivou-se neste trabalho caracterizar o conhecimento e as ações das equipes de enfermagem em relação a mensuração e avaliação da dor como quinto sinal vital. Para tanto, propôs-se a realização de uma pesquisa de campo transversal, exploratória, descritiva, com abordagem quantitativa, direcionada a equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem) da Casa de Saúde Stella Maris, um Hospital Geral de atendimento público e privado e uma Unidade de Pronto Atendimento - UPA 24h localizados no Município de Caraguatatuba, Litoral Norte do Estado de São Paulo. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário estruturado, aplicado pela própria acadêmica, durante os meses de setembro e outubro de 2013. Concluiu-se que dos 69 participantes , 31 (91%) dos profissionais do Hospital e 35 (100%) da UPA 24h têm conhecimento sobre a dor como 5º sinal vital, reconhecem as deficiências e dificuldades para a mensuração e avaliação da dor e consideram importante a sensibilização institucional e o treinamento dos profissionais para a implantação da dor como 5º sinal vital. A pesquisa resultou em um conteúdo teórico informativo com potencial para novas discussões sobre a avaliação da dor como sinal vital, de maneira mais ampla. Espera-se ainda que esta pesquisa possa contribuir para a enfermagem empregar e difundir de forma sistematizada a avaliação da dor como quinto sinal vital nas referidas instituições de saúde. Palavras-chave: Dor. Medição da dor. Sinais vitais. Assistência de enfermagem. Avaliação da dor. ABSTRACT Pain is one of the causes of human suffering, compromises the quality of life and constitutes one of the reasons for seeking medical care and the hospital and that resonates socially and economically as a public health problem. Since the year 2000 is described pain as the fifth vital sign and should always be assessed and recorded at the same time they are checked other vital signs. The nursing staff is the one who organizes the management of pain. Therefore, the adoption of a standard daily assessment of the patient, specifically about pain, contributes to the improvement of nursing care. Given this responsibility, knowledge of strategies for the financial assistance to qualified and humanized control and pain management is essential. This paper sets describe the knowledge and actions of nursing staff regarding the measurement and evaluation of pain as the fifth vital sign. Therefore, it was proposed to a sectional field research, exploratory, descriptive and quantitative approach, directed the nursing staff (nurses, technicians and nursing assistants) House Health Stella Maris, a general hospital care public and private and Emergency Unit - UPA 24h Caraguatatuba located in the Municipality of North Coast of São Paulo. For data collection we used a structured questionnaire applied by the very academic, during the month of September and October 2013. The research resulted in a theoretical content informative with potential for further discussions on the evaluation of pain as vital sign, more broadly. It is hoped that this research will create opportunities to employ nursing and spread in a systematic evaluation of pain as the fifth vital sign in these health institutions. We conclude that the 69 participants, 31 (91%) of professionals in the Hospital and 35 (100%) of the UPA 24h have knowledge about pain as the 5th vital sign, recognize the shortcomings and difficulties in the measurement and assessment of pain and consider important institutional awareness and training of professionals for the implementation of pain as the 5th vital sign. Keywords: Pain. Pain measurement. Vital signs. Nursing care. Pain assessment. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto ao conhecimento e consideração da dor como 5º sinal vital no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. ................................................................................................................ 25 Gráfico 2 - Respostas dos profissionais de enfermagem de como autoavaliam o seu conhecimento sobre a dor como 5º sinal vital no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. ................................................................................................................ 26 Gráfico 3 - Respostas dos profissionais de enfermagem de como foi adquiro conhecimento sobre a dor como 5º sinal vital no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. ......................................................................................................................................... 27 Gráfico 4 - Respostas dos profissionais de enfermagem sobre a assiduidade da verificação da dor nos pacientes, no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. .............. 30 Gráfico 5 - Frequência de conhecimento dos instrumentos de mensuração pelos profissionais no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. ............................................ 31 Gráfico 6 - Frequência dos métodos mais utilizados para mensuração da dor pelos profissionais no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. ....................... 32 Gráfico 7 - Respostas dos profissionais de enfermagem sobre as dificuldades para avaliar a dor, no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. ..................................... 34 Gráfico 8 - Respostas dos profissionais de enfermagem sobre as dificuldades para a implementação da dor como 5º sinal vital, no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. ................................................................................................................ 37 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Distribuição dos profissionais de enfermagem do Hospital de Caraguatatuba, segundo as características sociodemográficas. Caraguatatuba, 2013. ...................................... 23 Tabela 2 - Distribuição dos profissionais de enfermagem da Unidade de Pronto Atendimento UPA 24h de Caraguatatuba, segundo as características sociodemográficas. Caraguatatuba, 2013. ......................................................................................................................................... 24 LISTA DE SIGLAS BPI Brain Pain Inventory - Inventário Breve de Dor bpm Batimentos por minuto BPS Behavioral Pain Scale - Escala Comportamental da Dor CEP Comitê de Ética em Pesquisa CONEP Conselho Nacional de Ética em Pesquisa COFEN Conselho Federal de Enfermagem FC Frequência Cardíaca IASP International Association for the Study of Pain - Sociedade Internacional para o Estudo da Dor JCAHO Joint Comission on Acreditation on Helthcare Organizations Comissão Conjunta de Acreditação de Organizações de Saúde MS Ministério da Saúde MB Muito Bom MF Muito Fraco ONA Organização Nacional de Acreditação PSA Pronto Socorro Adulto PSI Pronto Socorro Infantil RPA Reposição Pós Anestésica SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem SBED Sociedade Brasileira para Estudos da Dor SUS Sistema Único de Saúde TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLEI Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Institucional TC Temperatura Corporal UPA 24h Unidade de Pronto Atendimento 24 horas UTI Unidade de Terapia Intensiva SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12 1.1 Justificativa ..................................................................................................................... 12 2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 14 3 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 19 3.1 Objetivos específicos ...................................................................................................... 19 4 METODOLOGIA................................................................................................................ 20 4.1 Amostragem ................................................................................................................... 20 4.2 Procedimentos para coleta de dados ............................................................................... 21 4.3 Instrumento de coleta de dados ...................................................................................... 21 4.4 Registro e análise dos dados ........................................................................................... 22 4.5 Aspectos éticos ............................................................................................................... 22 5 RESULTADOS / DISCUSSÃO .......................................................................................... 23 5.1 Características sociodemográficas .................................................................................. 23 5.2 O conhecimento da equipe de enfermagem em relação a dor ........................................ 25 5.3 Instrumentos utilizados para a mensuração da dor ......................................................... 32 5.4 Dificuldades dos profissionais em avaliar a dor e necessidades para a implantação da dor como sinal vital .............................................................................................................. 34 6 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 41 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 44 APÊNDICE ............................................................................................................................. 49 ANEXO .................................................................................................................................. 54 12 1 INTRODUÇÃO A dor é uma experiência que envolve as dimensões e repercussões biopsicossociais de cada indivíduo, é um problema de Saúde Pública, pois causa o sofrimento e o comprometimento na qualidade de vida do ser humano (SBED, 2013). Os sinais vitais evidenciam as funções orgânicas básicas e as alterações corporais que refletem das interações entre os sistemas do organismo e uma determinada doença. Os sinais vitais são um meio rápido e eficiente para se monitorar as condições clínicas de um paciente, a identificar os problemas e a instrumentalizar a conduta do enfermeiro (SILVA; SIQUEIRA; SANTOS, 2008). Desde Janeiro de 2000, a Joint Comission on Acreditation on Helthcare Organizations (JCAHO) publicou a norma que descreve a dor como quinto sinal vital, portanto, ela deve ser sempre avaliada e registrada ao mesmo tempo em que são verificados os outros sinais vitais (BOOSS et al, 2000 apud PEDROSO; CELICH, 2006). A equipe de enfermagem é quem organiza o gerenciamento da dor, através da integração entre as equipes de trabalho. O enfermeiro torna-se capaz de identificar, caracterizar, avaliar a dor e programar a terapêutica farmacológica prescrita, implantar outras medidas não farmacológicas que proporcionam o manejo adequado e o alívio da dor. É indispensável o desenvolvimento do conhecimento dos enfermeiros e equipe para a promoção de estratégias para o alívio da dor e para a assistência qualificada (FONTES; JAQUES, 2007). A adoção de um padrão de avaliação diária do doente, especificamente sobre dor, pode contribuir para um diagnóstico situacional e para o direcionamento das condutas dos profissionais, o monitoramento da dor como 5º sinal vital contribui o aperfeiçoamento da assistência de enfermagem. e para o cuidado humanizado (MORAIS, et al, 2009). 1.1 Justificativa No âmbito acadêmico, esta pesquisa poderá estimular uma reflexão sobre a relação dos conhecimentos práticos e teóricos atualizados, para a eficácia do gerenciamento da dor do paciente. Profissionalmente, poderá contribuir para o desenvolvimento do conhecimento científico, a sensibilização da equipe para a avaliação da dor como quinto sinal vital, e o incentivo necessário para a implementação de um modelo assistencial sistematizado, direcionado ao cuidado humanizado. 13 Sob essa perspectiva humanística, a abordagem da dor como quinto sinal vital poderá contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, diminuir o sofrimento, promover um atendimento digno e reabilitar o paciente para o trabalho e para a sociedade como um todo. O controle eficaz da dor é um dever dos profissionais de saúde e um direito dos pacientes. 14 2 REVISÃO DA LITERATURA A mensuração dos sinais vitais é realizada pela aferição da pressão arterial, temperatura, pulso, respiração e a dor como 5º sinal vital (SILVA; SIQUEIRA; SANTOS, 2008). O planejamento do controle dos sinais vitais é parte do processo de enfermagem prestado em qualquer nível de atenção à saúde. Com exceção da temperatura corporal que mantêm parâmetros constantes, os outros sinais variam de acordo com a idade e atividade realizada (SOUZA, 2009). A pressão arterial é determinada pela relação entre o débito cardíaco e a resistência periférica. A pressão não é fixa e sofre variações dependendo do momento, da posição e das situações e atividades que o indivíduo realize (PORTO, 2011). As recomendações importantes à aferição são: verificar a calibração do aparelho, adequação do tamanho do manguito à idade e as condições físicas do paciente, insuflação adequada por meio da determinação da pressão sistólica palpatória (SILVA; SIQUEIRA; SANTOS, 2008). A temperatura corporal (TC) consiste no equilíbrio fisiológico do indivíduo, entre a produção e a perda de calor do organismo e, é controlada por neurônios localizados no centro termo regulador do hipotálamo. O ser humano é homeotérmico, possui a capacidade de manter a temperatura corporal dentro de certo intervalo pré-determinado apesar das variações térmicas do meio ambiente (SILVA, SIQUEIRA, SANTOS, 2008). A equipe de enfermagem é responsável pela apurada mensuração da TC, esta verificação é um método que estima a temperatura central e tem um valor semântico (VIANA, 2010). A termorregulação ineficaz compreende a flutuação da temperatura entre hipotermia e hipertermia (NANDA, 2010). A mensuração da temperatura deve ser realizada com termômetros específicos para cada área e situação. As regiões de aferição são: axilar, oral, anal, auricular (SOUZA, 2009). A verificação do pulso arterial pode caracterizar o primeiro contato físico entre a enfermagem e o paciente. De acordo com Silva, Siqueira e Santos, (2008) o pulso surge a partir da contração do ventrículo esquerdo, com a ejeção do volume de sangue para a artéria aorta. É uma sensação ondular que pode ser palpada em uma das artérias periféricas, a frequência de pulsação é o número de pulsações periféricas palpadas a cada minuto. A frequência nos adultos está entre 60 a 80 batimentos (Bpm) por minuto, adultos jovens entre 60 a 100bpm (SILVA, SIQUEIRA, SANTOS, 2008). As características do pulso são descritas pela frequência, ritmo ou arrítmico (regular ou irregular), quanto ao volume e intensidade o pulso pode ser cheio ou filiforme, intenso ou fraco (BARROS &COLS, 2010). A terminologia quando se refere ao pulso é: normocardia, taquicardia, taquisfigmia, bradicardia, bradisfigmia; 15 as artérias em que se pode verificar o pulso são: radial, carótidas, femoral, braquial, poplítea, pedial entre outras (PORTO, 2011). Respiração é o ato de inspirar e expirar promovendo a troca de gases entre o organismo e o ambiente. Segundo Silva, Siqueira e Santos, (2008, p.20) “respiração pode ser definida como a troca de gases nos alvéolos pulmonares, transformando o dióxido de carbono contido no sangue venoso em sangue arterial, que é rico em oxigênio”. A frequência respiratória (FR) é verificada pela contagem do número de ciclos respiratórios por minuto, normal do adulto oscila entre 12 a 20 respirações por minuto (VIANA, 2010). As terminologias utilizadas para avaliação do padrão respiratório são: eupneia, bradipneia, dispneia, apneia, taquipneia, platipneia, ortopneia, trepopneia, hiperventilação, hipoventilação, respiração de: Cheyne-Stokes, Kussmaul, Biot e Suspirosa (PORTO, 2011). A respiração pode ser verificada através da inspeção da expansibilidade e contração torácica, pela ausculta pulmonar com o auxílio de um estetoscópio e pela verificação dos movimentos torácicos com as mãos sobre o tórax do paciente (BARROS & COLS, 2010). A dor é definida pela Sociedade Internacional para o Estudo da Dor (International Association for the Study of Pain - IASP) como uma experiência sensitiva emocional desagradável relacionada à lesão tecidual real ou potencial. Trata-se de uma manifestação subjetiva, que envolve mecanismos físicos, psíquicos e culturais. (PEDROSO; CELICH, 2006). Para a enfermagem o conceito, a classificação e a caracterização da dor são essenciais para o planejamento dos cuidados. Segundo Nascimento, et al (2011) conhecer esses conceitos é de fundamental importância para a compreensão da dor, para definir as dimensões que a compõem, quais os métodos, estratégias e avaliações, que serão utilizados garantir o controle álgico (GARCIA, 2006). A enfermagem necessita reconhecer a sua responsabilidade frente ao cliente com dor, perceber o seu papel de cuidador, respeitar e intervir de modo humanizado para a promoção da qualidade de vida (PEDROSO; CELICH, 2006). A dor constitui-se em um sinal de alerta para o indivíduo buscar a assistência médica. A dor pode ser classificada como dor aguda e dor crônica, segundo a Sociedade Brasileira para Estudos da Dor (SBED, 2013) [...] Dor aguda se manifesta transitoriamente durante um período relativamente curto, de minutos a algumas semanas, associada a lesões em tecidos ou órgãos, ocasionadas por inflamação, infecção, traumatismo ou outras causas. Normalmente desaparece quando a causa é corretamente 16 diagnosticada e quando o tratamento recomendado pelo especialista é seguido corretamente pelo paciente [...]. A dor aguda tem início súbito ou lento, leve ou moderado, com término previsível e duração de até seis meses e passa a ser dor crônica quando dura mais de seis meses, é constante ou recorrente e sem término previsível (NANDA, 2010). A dor crônica de acordo com a SBED (2013) [...] Tem duração prolongada, que pode se estender de vários meses a vários anos e que está quase sempre associada a um processo de doença crônica. A dor crônica pode também pode ser consequência de uma lesão já previamente tratada. Exemplos: Dor ocasionada pela artrite reumatoide (inflamação das articulações), dor do paciente com câncer, dor relacionada a esforços repetitivos durante o trabalho, dor nas costas e outras [...] A dor ainda é uma das principais causas do sofrimento humano, é uma das razões da busca por cuidados médicos e pelas internações hospitalares. (NASCIMENTO; KRELING, 2011). Suscita incapacidades, compromete a qualidade de vida e promove imensas repercussões psicossociais e econômicas, o que torna um problema de saúde pública (BOTTEGA; FONTANA, 2010). A dor abrange as dimensões sensitiva-descritiva, comunicativa, afetiva-emocional e avaliativa. As dores podem ser descritas como: dores fisiológicas (estímulo nociceptivo), dores inflamatórias (lesão inflamante), dores neuropáticas (lesão nervosa), dores psicogênicas e dores disfuncionais (fibromialgia, cefaleias) (GOOCH, 2007 apud ANDRADE, 2013). As células nervosas especializadas chamadas de nociceptores são receptores sensoriais localizados na pele, nos músculos, nas vísceras e no tecido conjuntivo; essas células respondem ao estímulo doloroso e conduzem a informação ao sistema nervoso central (KASANOWSKI; LACCETTI, 2005). Essa resposta reflexa é denominada dor nociceptiva, também conhecida como visceral ou somática. A dor neuropática é decorrente de uma lesão no sistema nervoso periférico, que altera os sinais nervosos interpretados pelo cérebro (FINK; MONTGOMERY, 2003 apud LEÃO; CHAVES, 2007). A dor psicogênica ocorre quando nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático pode ser identificado e há sintomas suficientes para o estabelecimento de critérios psiquiátricos e psicológicos de diagnóstico (ANDRADE, 2013). O processo álgico compreende a percepção individualizada do organismo sobre a dor. As queixas álgicas geralmente são subestimadas ou mesmo ignoradas pela equipe de saúde. Ocorre uma negligência ao paciente quando o médico apenas subprescreve uma medicação, e a equipe de enfermagem não avalia e nem administra a medicação ou qualquer 17 outra forma de controle álgico. Leão e Chaves (2007), afirmam que "A falta do desenvolvimento do raciocínio clínico no enfermeiro, ato considerado de responsabilidade médica, pode desencadear práticas profissionais que fiquem a mercê do acaso ou de caminhos planejados por outros profissionais". Ao ignorar o impacto da dor sobre o paciente a equipe contribui para o prejuízo físico e psicológico do paciente, e ainda pode onerar o sistema público de saúde (RIBEIRO et al, 2011). A avaliação da dor consiste em caracterizar a experiência dolorosa em todos os seus domínios, identificar os aspectos que possam determinar ou contribuir para a manifestação dos sintomas e aferir as repercussões da dor no funcionamento biológico, emocional e social do indivíduo. O enfermeiro é o responsável pela avaliação da dor e por decidir a melhor conduta para o alívio da dor. O profissional deve refletir e agir sobre algumas disposições como: conhecer, acolher e entender a pessoa que sente a dor, ouvir com atenção as queixas do paciente e avaliar o contexto, os critérios e as atitudes no processo do cuidar da pessoa que sente dor (MORAIS, et al 2009). O raciocínio clínico é uma ferramenta necessária para aumentar a qualidade da atuação do enfermeiro (LEÃO; CHAVES, 2007). A avaliação completa pode ser demorada e estratégica para a sistematização da assistência (KASANOWSKI; LACCETTI, 2005). Os termos mensuração e avaliação da dor são frequentes na literatura relacionada, no entanto possuem diferenças de significado (FREITAS, et al, 2009). A mensuração referese ao escalonamento de um número, valor, imagem que pode ser atribuído por intermédio de instrumentos unidimensionais, que mensuram apenas a intensidade da dor verbalizada ou auto identificada pelo paciente, exemplos: escala numérica, escala verbal, escala analógica visual e escala de faces (SILVA; RIBEIRO FILHO; MATSUSHIMA, 2010), Já, a avaliação é um processo mais complexo de caracterização da dor em suas dimensões, em que pode ser utilizado instrumentos multidimensionais de análise de fatores associados ao paciente, exemplos de instrumentos: o questionário McGill, Inventário Breve da Dor (BPI) e a Escala EMADOR (SOUSA; SILVA, 2004 e SOUSA et al, 2010). A mensuração da dor pode ser feita pelo auxiliar e técnico de enfermagem, porem a avaliação, monitoramento, e manejo para o alívio da dor é de responsabilidade do enfermeiro (NASCIMENTO et al, 2011). Conhecer, mensurar e registrar a experiência dolorosa como um sinal vital é importante, pois sem uma medida para se basear é impossível estabelecer o diagnóstico, determinar o tratamento, o complemento deste ou a interrupção. (LIMA, 2009 e SOUSA, 2002). A avaliação da queixa álgica necessita ser efetuada de forma regular e contínua com o propósito de melhorar a qualidade de vida do cliente (RIBEIRO et 18 al, 2011). Portanto neste vasto campo de informações, para determinar a extensão do problema, são necessárias técnicas sistematizadas de avaliação para que o enfermeiro possa fazer o diagnóstico de enfermagem e prescrever as intervenções adequadas para o alivio da dor. De acordo com Ribeiro, et al (2011, p.148) "O controle eficaz da dor é, portanto, um dever dos profissionais de saúde, um direito dos doentes que dela sofrem e um passo fundamental para a efetiva humanização dos serviços de saúde" e que contribui para um cuidado individualizado e humanizado e para a evolução clínica do paciente, (SAÇA, et al, 2010). A enfermagem desempenha papel fundamental como integrante da equipe multidisciplinar, frente ao monitoramento da dor como 5º sinal vital, sua atuação deve ser independente, colaborativa o que compreende identificar as queixas álgicas e promover estratégias para o seu controle. A necessidade de prover o alívio da dor, do estresse e do desconforto dos pacientes deve ser uma constante na vida do enfermeiro. O preparo dos profissionais, através da conscientização, treinamento, capacitação e educação continuada são imprescindíveis para que se alcance o sucesso na administração da dor (FONTES; JAQUES, 2007 e SAÇA et al, 2010). A subjetividade da experiência dolosa é difícil de se quantificar e qualificar, compreender essa experiência requer a agregação de conhecimentos e disciplinas em diferentes níveis, não se restringindo a neurofisiologia e tratamento farmacológico (SILVA; RIBEIRO FILHO; MATSUSHIMA, 2010) A educação na graduação em enfermagem não está qualificando os profissionais para o manejo adequado da dor (ALVES, et al, 2011), para compensar essa deficiência de conhecimento e prática profissional, Magalhães, et al (2011) afirma que os hospitais devem oferecer cursos e treinamentos constantes através da educação permanente (MAGALHÃES, et al, 2011). Kurcgant (2011) afirma que os programas de treinamentos e desenvolvimento devem ser fundamentados nas necessidades a serem alcançadas, na adequação dos métodos disponíveis, e na estimulação dos profissionais para o autodesenvolvimento, através de uma política de valorização do capital humano (KURCGANT, 2011). Educar e treinar são táticas utilizadas para modificar a conduta profissional, além de prover informações necessárias e consistentes para um novo cuidado (LEÃO; CHAVES, 2007). O conceito da dor como 5º sinal vital já existe há mais de uma década. São poucas as instituições hospitalares que o fazem rotineiramente (SILVA; KOCHLA, 2009 e LEÃO; CHAVES, 2007). A implementação da monitorização sistematizada da dor como 5º sinal vital é um requisito para a Acreditação Hospitalar, sendo o controle da dor um indicativo de humanização da assistência e qualidade institucional (GARCIA, 2013 e SBED, 2013). 19 3 OBJETIVO GERAL Caracterizar o conhecimento e as ações das equipes de enfermagem em relação à avaliação e monitoramento da dor como quinto sinal vital. 3.1 Objetivos específicos Descrever o conhecimento da equipe de enfermagem em relação à mensuração, avaliação e monitoramento da dor como quinto sinal vital. Identificar e quantificar os instrumentos utilizados para a mensuração da dor pela equipe de enfermagem. Descrever as dificuldades dos profissionais para avaliar a dor. Identificar as necessidades para a implantação do monitoramento do 5º sinal vital. 20 4 METODOLOGIA Para o desenvolvimento deste estudo, foi empregada uma pesquisa bibliográfica como referencial teórico e uma pesquisa de campo transversal, exploratória, descritiva, com abordagem quantitativa, direcionada a equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem) da Casa de Saúde Stella Maris, um hospital de atendimento público e privado e da Unidade de Pronto Atendimento - UPA 24h, ambos do Município de Caraguatatuba. 4.1 Amostragem O estudo por amostragem do Hospital foi composto por 34 (31%) profissionais de enfermagem do quadro funcional de 110 profissionais. Foram adotados os seguintes critérios de inclusão: possuir graduação de enfermeiro, curso técnico ou auxiliar de enfermagem, ter concordado em participar da pesquisa com a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A), estar trabalhando na unidade hospitalar, nos setores: Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Maternidade, Clínica Médica Convênio, Clínica Médica do Sistema Único de Saúde (SUS), Clínica Cirúrgica (pré e pós-cirurgia), Centro Cirúrgico, Recuperação Pós Anestesia (RPA), Ambulatório de Pronto Atendimento de Convênio, Emergência do Pronto Socorro. O estudo por amostragem da UPA 24h foi composto por 35 (44%) profissionais de enfermagem do quadro funcional de 80 trabalhadores, adotando os seguintes critérios de inclusão: possuir graduação de enfermeiro, curso técnico ou auxiliar de enfermagem, ter concordado em participar da pesquisa com a assinatura do TCLE, estar trabalhando nos setores: de Pronto Socorro Adulto (PSA), Observação Adulto e Emergência. No Hospital os critérios de exclusão foram: profissionais de enfermagem das áreas de UTI neonatal e internação pediátrica, por se tratar de uma pesquisa relacionada à dor no paciente adulto; na UPA 24h, os critérios de exclusão adotados foram: profissionais de enfermagem das áreas de Pronto Socorro Infantil (PSI) e a Observação Infantil. Os auxiliares e técnicos de enfermagem de ambas as instituições que trabalham nos setores de exames, como: radiologia, ultrassonografia, banco de sangue e laboratório de análises clínicas, também foram excluídos os profissionais que se encontravam de licença ou de férias durante a coleta de dados. 21 Foram distribuídos 100 (cem) questionários no Hospital e 60 (sessenta) na UPA 24h e excluíram-se desta pesquisa 2 (dois) questionários do Hospital e 5 (cinco) da UPA 24h por não estarem devidamente preenchidos e sem o TCLE assinado, gerando a quantidade amostral de 34 profissionais do Hospital e 35 profissionais da UPA 24h. 4.2 Procedimentos para coleta de dados A coleta de dados no Hospital foi realizada no período de 15 a 27 de setembro de 2013, durante os quatro turnos: diurno par e ímpar; noturno par e ímpar. Na UPA 24h foi realizada no período de 28 de setembro a 05 de outubro de 2013, também durante os quatro turnos: manhã, tarde, noturno par e ímpar. A coleta de dados foi realizada pela constituição de funcionários das respectivas áreas de estudo com a utilização de um questionário (Apêndice 4) estruturado, construído especificamente para caracterização sociodemográfica e com a finalidade de verificar o conhecimento da equipe de enfermagem em relação à dor como sinal vital. 4.3 Instrumento de coleta de dados A escolha do instrumento de coleta de dados e sua elaboração foram articuladas aos objetivos, e aos componentes teóricos do estudo. O instrumento de coleta de dados determinado foi um questionário estruturado elaborado pela acadêmica para ser respondido pelos informantes; e o que determina a estrutura deste questionário é, justamente, o perfil do público-alvo, a partir da problemática, objetivos e hipóteses relacionadas à pesquisa. O questionário foi constituído de forma estruturada com perguntas fechadas, semiabertas, dividida em duas partes: Parte 1: Questões de identificação do respondente, delimitadas ao essencialmente necessário para enquadramento no perfil sociodemográfico e plano amostral, como: sexo, idade, categoria profissional, tempo de formação, tempo de atuação na área, setor e tempo de serviço no setor. Parte 2: Questões destinadas ao objetivo do estudo proposto. Questão fechada dicotômica: 1- Você considera a dor como o 5º sinal vital? Questão fechada escalar: 2- Qual o seu conhecimento relacionado à dor como 5º sinal vital? Questões fechadas de múltipla escolha: 3- Onde foi adquirido o seu conhecimento sobre a dor como 5º Sinal vital? 22 4- Você mensura (monitora ou avalia) a dor do paciente? 5- Qual o método de mensuração da intensidade da dor você conhece? (nesta questão foi permitido assinalar mais de uma alternativa) 6- Qual o método de mensuração da intensidade da dor você mais utiliza? Questões semiabertas ou mistas: 7- Qual é a sua dificuldade para avaliar a dor como 5º sinal vital? 8- O que é necessário para a implantação sistematizada da dor como 5º sinal vital na sua instituição? Realizou-se um teste piloto na sala de aula (09/07/13) com os dez acadêmicos do 8ºA matutino, dentre estes quatro técnicos de enfermagem e uma professora enfermeira, para avaliar a eficácia do instrumento e a necessidade de modificações para se alcançar os objetivos. O teste estudo demonstrou a necessidade de adequação da linguagem e a necessidade de prestar orientações para o preenchimento. 4.4 Registro e análise dos dados Para a organização dos dados e representação gráfica foi utilizado o programa de computador Microsoft Excel 2010. A análise das informações coletadas foi realizada por meio de estatística descritiva, cálculo de médias, confecção de tabelas de frequências e representações gráficas. 4.5 Aspectos éticos O projeto encontra-se em consonância com a resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) que normatiza as questões éticas em pesquisas envolvendo seres humanos (BRASIL, 2012) e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário Módulo na data de 22 de agosto de 2013 (Anexo 1). As duas instituições de saúde participantes consentiram na realização da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Institucional (TCLEI), conforme Apêndice B e C. Aos profissionais de enfermagem participantes foram explicados os objetivos e o caráter voluntário da pesquisa e solicitado à assinatura do TCLE como garantia de anonimato e confidencialidade das informações. 23 5 RESULTADOS / DISCUSSÃO Com o propósito de fornecer informações relevantes de análise dos resultados, estes, serão apresentados na seguinte ordem: 5.1 Características sociodemográficas 5.2 O conhecimento da equipe de enfermagem em relação à dor 5.3 Instrumentos utilizados para a mensuração da dor 5.4 Dificuldades dos profissionais em avaliar a dor e necessidades para a implantação da dor como sinal vital 5.1 Características sociodemográficas Os dados a seguir se referem ao perfil dos participantes da pesquisa, sendo caracterizados quanto, ao sexo, faixa etária, categoria profissional, experiência profissional (tempo de formação), que são elementos fundamentais para a compreensão dos dados. Tabela 1 - Distribuição dos profissionais de enfermagem do Hospital de Caraguatatuba, segundo as características sociodemográficas. Caraguatatuba, 2013. VARIÁVEIS CATEGORIAS (n) % Sexo Feminino 32 94,1 Masculino 02 5,9 Idade 20-30 anos 31-40 anos 41-50 anos 51-70 anos 19 08 05 02 55,9 23,5 14,7 5,9 Categoria Profissional Enfermeiro Técnico de Enfermagem Auxiliar de Enfermagem 07 06 21 20,6 17,6 61,8 Experiência Profissional 01 a 11 meses 01 a 05 anos 06 a 10 anos 11 a 15 anos 16 a 25 anos 01 13 14 03 03 2,9 38,2 41,2 8,8 8,8 No Hospital, dos 34 profissionais de enfermagem participantes da pesquisa, quanto ao sexo, 32 (94,1%) pertencem ao sexo feminino e 2 (5,9%) pertencem ao sexo 24 masculino. Os resultados obtidos caracterizam a enfermagem como uma profissão feminina. De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN, 2011) a força de trabalho feminina corresponde a 87,2% dos profissionais do Brasil, já a masculina representa apenas 12,8% do total dos profissionais de enfermagem. A faixa etária dos profissionais de enfermagem variou de 21 a 66 anos, a média de idade foi de 33 anos e a faixa etária mais incidente foi a de 20 a 30 anos. Dos profissionais de enfermagem envolvidos no estudo 7 (20,6%) são enfermeiros, 6 são técnicos de enfermagem (17,6%) e 21 (61,8%) são auxiliares de enfermagem. A experiência profissional de 01 a 10 anos de atuação representou 79,4% do total da amostra. Tabela 2 - Distribuição dos profissionais de enfermagem da Unidade de Pronto Atendimento UPA 24h de Caraguatatuba, segundo as características sociodemográficas. Caraguatatuba, 2013. VARIÁVEIS CATEGORIAS (n) % Sexo Feminino 27 77,1 Masculino 08 22,9 Idade 20-30 anos 31-40 anos 41-50 anos 17 15 03 48,6 42,9 8,6 Categoria Profissional Enfermeiro Técnico de Enfermagem Auxiliar de Enfermagem 10 23 02 28,6 65,7 5,7 Experiência Profissional 01 a 05 anos 06 a 10 anos 11 a 15 anos 16 a 20 anos 19 09 05 02 54,3 25,7 14,3 5,7 Na UPA 24h dos 35 participantes da pesquisa, 27 (77,1%) são do sexo feminino e 8 (22,9%) são do sexo masculino. A faixa etária dos profissionais variou de 21 a 50 anos, a média foi de 33 anos e a faixa etária mais incidente foi entre 20 e 30 anos. Dos profissionais de enfermagem envolvidos no estudo 10 (28,6%) são enfermeiros, 23 são técnicos de enfermagem (65,7%) e 2 (5,7%) são auxiliares de enfermagem. A experiência profissional de 01 a 05 anos de atuação representou 54,3% e de 06 a 10 anos representou 25,7% do total da amostra. 25 5.2 O conhecimento da equipe de enfermagem em relação à dor Dos 34 profissionais entrevistados sobre o conhecimento do 5º sinal vital (Gráfico 1), 31 (91%) consideram a dor como 5º sinal vital, somente 3 (9%) auxiliares de enfermagem não o consideram por falta de conhecimento. Na UPA 24h, 35 (100%) dos profissionais já consideram a dor como 5º sinal vital. Conhecimento da dor como 5º sinal vital no Hospital e na UPA 24h de Caraguatatuba. 120% Frequência relativa 100% 100% 91% 80% 60% HOSPITAL 40% 20% UPA 9% 0% Sim Não Respostas dos participantes Gráfico 1 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto ao conhecimento e consideração da dor como 5º sinal vital no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. Considerar a dor como 5º sinal vital é uma forma de sistematizar a análise da dor compreendida pelo cliente (LUPPEN; SAMPAIO; STADNIK, 2011). A dor como sinal vital foi citada pela primeira vez em 1996, por James Campbell então Presidente da Sociedade Americana de Dor com o propósito de elevar a conscientização entre os profissionais de saúde sobre o tratamento da dor (SBED, 2013). A Sociedade Brasileira de Estudos da dor (CAMPBELL, 1996 apud SBED 2013) refere que “se a dor fosse aliviada com o mesmo zelo como os outros sinais vitais haveria uma melhor chance de promover tratamento adequado”. A passividade do profissional e a falta de sensibilização institucional comprometem o desenvolvimento do conhecimento e das habilidades (MAGALHÃES, et al, 2011). Quanto à autoavaliação do conhecimento e experiência com a dor (Gráfico 2), constatou-se: 26 18 17 16 16 Como os profissionais do Hospital e da UPA 24h de Caraguatatuba avaliam o seu conhecimento sobre o 5º sinal vital Participantes (n) 14 12 10 8 8 HOSPITAL 8 UPA 6 6 4 3 3 3 2 2 2 1 0 0 Bom MB Excelente Fraco MF Desconhece Escalas de conhecimento Gráfico 2 - Respostas dos profissionais de enfermagem de como autoavaliam o seu conhecimento sobre a dor como 5º sinal vital no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. No Hospital, 16 profissionais (47%) se autoavaliaram como sendo possuidores de um bom conhecimento, 8 (24%) relataram muito bom (MB) conhecimento, 3 (9%) um excelente domínio sobre o 5º sinal vital, 4 auxiliares (12%) assumiram uma fraca e muito fraca (MB) ciência sobre o assunto e 3 auxiliares de enfermagem (9%) desconheciam que a dor é considerada como 5º sinal vital, uma vez que não tinham como prática avaliá-la de forma sistematizada. Na UPA 24h 17 profissionais (49%) relataram possuir um bom conhecimento sobre a dor, 6 participantes (17%) detém muito bom conhecimento, 3 (9%) excelente conhecimento sobre o tema, 8 profissionais (23%), sendo 2 enfermeiros, expressaram uma fraca ciência sobre dor, enquanto apenas 1 técnico de enfermagem (3%) registrou uma noção muito fraca sobre o assunto. A falta de conhecimento pode estar relacionada ao tempo de formação acadêmica, a inconstância do ensino, a ausência de atualização profissional e a falta de capacitação permanente institucional (NASCIMENTO, KRELING, 2011). O tempo de formação acadêmica dos profissionais com o conhecimento deficiente variou de 4 a 8 anos de formado. A temática da dor como sinal vital é ainda considerada recente na literatura científica o que pode justificar um ensino reduzido e inconstante sobre a dor (NASCIMENTO; KRELING, 2011). O processo de aprendizagem iniciado na graduação 27 e fortalecido no desempenho da prática profissional são fundamentais para o desenvolvimento de habilidades e competências (BOTTEGA; FONTANA, 2010). Para Pedroso e Celich, (2006, p.275) a "[...] falta de conhecimento constitui-se em um desafio para o cuidar em enfermagem [...]". Os princípios básicos como fisiologia, avaliação, aspectos e tratamento clínico devem ser conhecidos por todos os profissionais da área da saúde (LEÃO; CHAVES, 2007). A educação no trabalho pode ser considerada uma ferramenta de atualização profissional, manter-se atualizado é um compromisso com a qualidade da assistência e com o bem estar do cliente (PEDROSO; CELICH, 2006). A educação permanente pode impulsionar a edificação e a reconstrução dos saberes e da prática assistencial, segundo Waterkemper e Reibnitz, (2010) a educação no trabalho é uma das estratégias que possibilitam o desenvolvimento, o aprendizado e a ciência de várias origens, incluindo-se a avaliação da dor. A educação permanente desempenha sua função, quando está envolvida numa prática de transformação do processo de trabalho (KURCGANT, 2011). Em relação ao conhecimento adquirido sobre a dor, constatou-se de acordo com o gráfico 3. Como adquiriu o conhecimento Onde foi adquirido o conhecimento sobre o 5º sinal vital no hospital e na UPA 24h de Caraguatatuba. Não tem conhecimento 3 0 Livros/artigos e periódicos 3 Palestras/simp./cursos 3 Capacitação institucional 3 4 5 HOSPITAL 6 Desempenho profissional UPA 12 8 7 Formação acadêmica 0 2 4 6 8 10 Participantes (n) 15 12 14 16 Gráfico 3 - Respostas dos profissionais de enfermagem de como foi adquiro conhecimento sobre a dor como 5º sinal vital no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. No Hospital, 12 profissionais (35%) o maior quantitativo, informou que o conhecimento foi adquirido e ampliado ao longo do desempenho profissional, 7 participantes (21%), sendo 4 enfermeiros, relataram ter aprendido sobre a dor durante a formação acadêmica, 5 entrevistados (15%) alegaram ter adquirido o conhecimento através da participação em palestras, simpósios e cursos; 4 profissionais (12%) através de leitura de 28 livros, artigos e periódicos de enfermagem, 3 (9%) através de capacitações institucionais e somente 3 auxiliares de enfermagem (9%) reiteraram o desconhecimento do assunto. Na UPA 24h, 15 profissionais (43%) da amostra, dentre estes, 7 enfermeiros informaram ter adquirido o conhecimento durante a graduação de enfermagem, 8 (23%) profissionais relataram que o conhecimento foi desenvolvido no desempenho da prática profissional, 6 (17%) participantes relataram o conhecimento através de capacitações institucionais, 3 (9%) referiram que a aquisição do conhecimento foi obtida através de leituras educativas de livros, artigos e periódicos de enfermagem e 3 (9%) profissionais através de incentivos externos a instituição, como: cursos, simpósios, palestras. O conhecimento adquirido através do desempenho profissional foi relatado por 12 (35%) dos 34 trabalhadores do Hospital e 8 (23%) dos 35 profissionais da UPA 24h. O exercício da profissão de enfermagem proporciona o desenvolvimento dos saberes e da prática, o enfermeiro responsável deve desenvolver o raciocínio clínico, exercer o seu papel no manejo e controle da dor, prescrever as intervenções, orientar e incentivar a sua equipe (RIGOTTI; FERREIRA, 2005). A percepção deficiente e a passividade do profissional de saúde sobre o tema podem ocasionar a subidentificação e subnotificação da dor e prejudicar a evolução do tratamento e a qualidade de vida do cliente (SOUSA, et al, 2010). O raciocínio clínico insuficiente do enfermeiro suscita em uma prática clínica planejada por outros profissionais, resumindo-se a medicação e prescrição médica (LEÃO; CHAVES, 2007); despertar a capacidade crítico reflexiva é resgatar a consciência e sensibilidade que englobam a assistência de enfermagem (WATERKEMPER; REIBNITZ, 2010). A prática educativa contínua dentro da instituição é essencial para a atualização e aprimoramento das potencialidades do profissional (PEDROSO; CELICH, 2006). A formação acadêmica foi descrita por 15 (43%) dos 35 profissionais da UPA 24h e 7 (21%) dos 34 profissionais de enfermagem do Hospital. O aprendizado sobre a dor nas instituições de ensino de enfermagem ainda é insipiente, com conteúdo reduzido, construído de forma frágil para a compreensão do aluno, que necessitará de esforços para recuperar o conhecimento deficiente (LEÃO; CHAVES, 2007). Nas grades curriculares de ensino não há uma disciplina específica sobre a dor, e o que é ensinado a esses profissionais é fator relevante na atualidade, saber trabalhar e prescrever os cuidados para a dor é prática necessária a complexidade da profissão de enfermagem (BOTTEGA; FONTANA, 2010). A herança do cuidado baseado nas relações humanas é o fundamento da identidade profissional. Desde a década de 80 os cursos de graduação e pós-graduação em Enfermagem oferecem a disciplina sobre o relacionamento enfermeiro paciente que ensina ao 29 profissional a decifrar, perceber o significado da mensagem enviada pelo cliente, mensurar e avaliar é entender a pessoa que sente a dor (LEÃO; CHAVES, 2007). Sob uma perspectiva humanística as instituições de ensino deveriam implementar em sua grade curricular disciplinas ou cursos extensivos sobre o tema dor, seu manejo e controle (MAGALHÃES et al, 2011). O aprendizado através da capacitação institucional foi relatado por 3 (9%) dos 34 profissionais do Hospital e 6 (17%) do total de 35 trabalhadores da UPA 24h. O sistema educacional estabelecido pelas instituições pode oportunizar mudanças de comportamento, condutas qualificadas e a uma assistência resolutiva. O sucesso para assistência de qualidade requer um gerenciamento educativo dinâmico e uma agenda de treinamentos contínua de orientação inicial, capacitações e atualizações (LEÃO; CHAVES, 2007). Os incentivos externos a instituição como: cursos, simpósios, palestras, leituras educativas de livros, artigos e periódicos de enfermagem foram descritos como responsável pelo conhecimento adquirido de 9 (27%) dos profissionais do Hospital e 18% da UPA 24h. Em 2000 a Joint Commission qualifica a dor como 5º sinal vital, a partir de 2002 com a publicação do artigo de Fátima Aparecida Emm Faleiros Sousa, "Dor: quinto sinal vital", na Revista Latino Americana de Enfermagem e tem início uma série de outras publicações em português sobre o assunto (NASCIMENTO; KRELING, 2011). Leão e Chaves (2007) constataram que diversas instituições oferecem serviços especializados no controle da dor, todavia o sistema de gerenciamento da dor fica restrito a um setor e a esta equipe multidisciplinar, não contemplando outros profissionais e outros setores da instituição hospitalar. A Associação Internacional para o Estudo da Dor - IASP elaborou e disponibilizou uma proposta currículo sobre a dor para cursos de graduação e pós graduação em Enfermagem; outras organizações como Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED) e as Ligas da Dor cadastradas a SBED, que realizam cursos, congressos, simpósios e palestras sobre a dor. (LEÃO; CHAVES, 2007). A SBED elaborou diretrizes para implantação da dor como 5º sinal vital e mantém um boletim regularmente publicado sobre as instituições que implantaram a dor como 5º sinal vital com o objetivo de disseminar a prática e facilitar o compartilhamento das informações (SBED, 2013). Em São Paulo, desde 1994 o Hospital Sírio Libanês e o Hospital Israelita Albert Einstein em 2004 implantaram a dor como 5º sinal vital, e mantém programas de educação continuada sobre o tema dor (GARCIA, 2013 e GONÇALVES; PEREIRA; CEZAR, 2007, p.92). O Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA) 30 comemorou em 26/07/2013 um ano da implantação da dor como 5º sinal vital ministrando uma palestra sobre o tema. O HUUFMA informa que a avaliação da dor é feita 100% dentro da UTI geral (ASCOM HUUFMA, 2013). A falta de conhecimento foi descrita por 3 (9%) auxiliares de enfermagem do Hospital, esse desconhecimento é indicado como fator chave do monitoramento ineficaz da dor (MARTINEZ, GRASSI, MARQUES, 2011). Em relação a verificação da dor constatou-se no Gráfico 4. Profissionais de enfermagem do Hospital e da UPA 24h e a verificação da dor. 25 Participantes (n) 20 20 15 12 10 10 8 9 HOSPITAL 7 5 UPA 3 0 0 Sim/sempre Às vezes Quando o paciente se queixa Não Escalas de verificação Gráfico 4 - Respostas dos profissionais de enfermagem sobre a assiduidade da verificação da dor nos pacientes, no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. Na unidade hospitalar 12 profissionais (35%), sendo 4 enfermeiros, 3 técnicos de enfermagem e 5 auxiliares relataram realizar sempre a mensuração da dor, 10 trabalhadores (29%) informaram às vezes mensurar, 9 (26%) alegaram realizar a mensuração somente quando o paciente se queixa e 3 (9%) auxiliares não mensuram a dor. Na UPA 24h, 20 profissionais (57%) referiram mensurar sempre a dor, 8 (23%) profissionais mensuram às vezes e 7 (20%) verificam a dor quando o paciente se queixa. Para grande parte dos profissionais entrevistados, 34 profissionais do Hospital e 35 da UPA 24h, 31 (91%) dos trabalhadores e 35 (100%) profissionais da UPA 24h reconhecem a dor como 5º sinal vital e a consideram, importante dentro de um ambiente clínico hospitalar, embora não façam a avaliação habitualmente. A avaliação de dor requer a integralidade da assistência prestada, tanto na unidade hospitalar, pronto socorro, atendimento ambulatorial (OLIVEIRA JR, 2010). A mensuração, a avaliação e o registro regular com os 31 outros parâmetros fisiológicos são essenciais para estabelecer condutas e promover o bem estar do cliente (BOTTEGA; FONTANA, 2010). A cultura dos profissionais reflete diretamente na avaliação dor, crenças ou percepções interpessoais da equipe de enfermagem e não devem interferir na assistência (LEÃO; CHAVES, 2007). A equipe de saúde precisa estar sempre atenta à resposta do indivíduo e a condição psicoemocional e estabelecer um plano de cuidados humanizado, para oferecer o alívio efetivo da dor (BUDÓ et al, 2007). Segundo Oliveira Jr (2010, p.04) "Os profissionais de saúde precisam compreender o significado da avaliação protocolar da dor, suas responsabilidades e implicações". A implementação da verificação da dor como 5º sinal vital na rotina da assistência, requer qualificação das equipes e supervisão do enfermeiro (NASCIMENTO, et al, 2011). Sobre o questionamento dos instrumentos de mensuração da dor conhecidos, os profissionais emitiram mais de uma resposta dos itens do questionário (Gráfico 5). Instrumentos de mensuração da dor conhecidos pelos profissionais do Hospital e da UPA de Caraguatatuba 100% 89 % dos profissionais 90% 80% 66 70% 60% 60 53 50 50% HOSPITAL 44 UPA 40% 30% 17 20% 9 10% 9 0 0 0 0 6 0 0 0% Escala verbal Escala numérica Escala visual analógica Escala de faces Questionário Inventário Não mensura Desconhece de McGuill Breve de dor a dor os métodos Escalas de mensuração unidimensionais e multidimensionais Gráfico 5 - Frequência de conhecimento dos instrumentos de mensuração pelos profissionais no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. Nota: mais de uma resposta foi emitida pelos profissionais. No Hospital, dos 34 entrevistados, 18 (53%) dos profissionais conhecem a escala verbal, 15 (44%) a escala numérica, 3 (9%) a escala visual analógica, 17 (50%) a escala de faces, 3 (9%) não mensuram a dor e 2 (6%) caracterizaram-se como sem conhecimento dos métodos porém, mencionam avaliar às vezes a dor sem o uso de instrumentos. Dos 34 32 profissionais do Hospital, 8 (24%) conhecem apenas um instrumento de mensuração da dor, 15 (44%) conhecem dois instrumentos, 6 (18%) conhecem três instrumentos, 2 (6%) desconhecem os métodos e 3 (9%) não mensuram a dor. Os sete enfermeiros da amostra relataram conhecer de duas a três escalas de mensuração unidimensionais. Na UPA 24h, dos 35 participantes da pesquisa, 31 (89%) dos profissionais conhecem a escala verbal, 21 (60%) a escala numérica, 6 (17%) a escala visual analógica, 23 (66%) a escala de faces. Dentre os 35 profissionais, 7 (20%) conhecem somente um instrumento de mensuração, 13 (37%) conhecem dois instrumentos, 13 (37%) conhecem três escalas e 2 (6%) profissionais conhecem quatro tipos de escalas unidimensionais para a mensuração da dor. Em ambas as instituições a percepção dos instrumentos multidimensionais foi nulo. A escala de categoria verbal que utiliza descritores (nenhuma dor, dor fraca, dor moderada, dor forte e dor insuportável) (LEÃO; CHAVES, 2007), foi a mais conhecida e citada em ambas as instituições, seguidas pela escala de faces e escala numérica. 5.3 Instrumentos utilizados para a mensuração da dor Em relação aos instrumentos mais utilizados para mensuração e avaliação da dor, constatou-se no gráfico 6. Instrumento mais utilizado para a avaliação da dor pelos profissionais do Hospital de da UPA 24h de Caraguatatuba. Frequência relativa 70% 57 60% 50% 40% 32 31 30% 24 HOSPITAL 21 20% UPA 9 10% 6 9 6 0 0 0 0 6 0 0 0% Escala verbal Escala numérica Escala visual analógica Escala de faces Questionário Inventário Não mensura Desconhece de McGuill Breve de Dor a dor os métodos Escalas de mensuração unidimensionais e multidimensionais Gráfico 6 - Frequência dos métodos mais utilizados para mensuração da dor pelos profissionais no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. 33 No Hospital, 11 profissionais (32%) utilizam a escala verbal, 8 (24%) a escala numérica, 3 (9%) a escala visual analógica, 7 (21%) a escala de faces, 3 (9%) não mensuram a dor e 2 (6%) desconhecem os métodos, embora tenham relatado mensurar a dor as vezes. Na UPA 24h 20 profissionais (57%) utilizam a escala verbal, 11 (31%) a escala numérica, 2 (6%) a escala visual analógica, 2 (6%) a escala de faces. Os instrumentos unidimensionais são utilizados com frequência por serem de rápida e fácil aplicação, onde o cliente escolhe o descritor ou número que representa a subjetividade da sua dor (BOTTEGA; FONTANA, 2010 e LEÃO; CHAVES, 2007). As escalas unidimensionais citadas pelos profissionais de ambas as instituições descrevem ou quantificam somente a intensidade da dor no momento, sem observar os outros aspectos (MARTINEZ, GRASSI, MARQUES, 2011). Sabe-se que a utilização de escalas apresenta limitações principalmente em: crianças, idosos, pacientes portadores de déficits visuais, cognitivos, neurológicos (SBED, 2013) e sedados conforme socializados por alguns profissionais da UTI, Emergência e RPA. A escala verbal embora tenha baixo custo, seja de fácil e rápida aplicação apresenta alguns problemas metodológicos que podem afetar sua precisão como a habilidade do cliente para diferenciar os descritores verbais, a sensibilidade para perceber a mudança da dor fraca para moderada (LEÃO; CHAVES, 2007). A escala numérica pode ser graduada de 0 a 10, e ser aplicada visualmente e verbalmente, sendo previamente consideradas as noções de aritmética do cliente (VIANA, 2010). A escala de faces da dor de Wong e Baker foi desenvolvida para ser utilizada em crianças não alfabetizadas, pode ser aplicada em adultos jovens e até em idosos. A escala visual analógica tem uma fácil compreensão do paciente, e como as outras escalas unidimensionais só estima a intensidade da dor aguda presente, todavia essas escalas podem não ser adequadas a pacientes com déficit visual (MARTINEZ, GRASSI, MARQUES, 2011 e SOUSA; SILVA, 2010). Os instrumentos multidimensionais desconhecidos pelos profissionais fornecem informações mais amplas sobre a experiência dolosa como um todo, contudo apresenta limitações como questionários longos de difícil aplicação em pacientes graves e nos ambientes em que prevaleça a dor aguda (MARTINEZ, GRASSI, MARQUES, 2011). A utilização de instrumentos de mensuração tem se mostrado eficaz ao se avaliar as características da dor, contudo o desconhecimento dos métodos e a não utilização desses instrumentos não impedem que a dor seja registrada e avaliada (RIGOTTI; FERREIRA, 2005). Anotações de enfermagem insuficientes sobre a mensuração e avaliação da dor, 34 contribuem para que o médico realize uma subprescrição analgésica e ainda dificultam a ação do enfermeiro na detecção de possíveis complicações (FRANÇOLIN et al, 2012 e NASCIMENTO et al, 2011). 5.4 Dificuldades dos profissionais em avaliar a dor e necessidades para a implantação da dor como sinal vital Em relação às dificuldades descritas em avaliar a dor (Gráfico 7) Dificuldades relatadas pelos profissionais de enfermagem do Hospital e da UPA 24h para avaliação da dor como 5º sinal vital. 2 2 Dificuldades relatadas Outro Não considero a dor como 5ºssvv 3 0 A dor não pode ser mensurada 2 3 9 O paciente superestima a dor Falta de tempo 2 Falta de instrumento 2 2 12 Não é institucionalizado UPA 13 9 0 2 HOSPITAL 8 4 6 8 10 Participantes (n) 12 14 Gráfico 7 - Respostas dos profissionais de enfermagem sobre as dificuldades para avaliar a dor, no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. No Hospital, 13 profissionais (38%) referem que não é institucionalizado, 9 (26%) relatam que o paciente superestima a dor, 2 (6%) expõem a falta de instrumento, 2 (6%) por falta de tempo, 3 (9%) que a dor não pode ser mensurada, 3 (9%) não consideram a dor como quinto sinal vital, 2 (6%) indicam outros fatores como a sedação do paciente na UTI e falta de conhecimento. Na UPA 24h, 12 profissionais (34%) referem que o paciente superestima a dor, 9 (26%) não é institucionalizado, 8 (23%) por falta de tempo, 2 (6%) por falta de instrumento, 2 (6%) a dor não pode ser mensurada e 2 (6%) informam outros fatores como: a dor não pode ser só mensurada pela intensidade e, sim caracterizada por outras dimensões e 1 (um) profissional enfermeiro relata não possuir nenhuma dificuldade para mensurar e avaliar a dor do cliente. 35 A não institucionalização é indicada por 13 (38%) dos profissionais do Hospital e 9 (26%) da UPA 24h. A inclusão da avaliação da dor como 5º sinal vital nas instituições de saúde tem como objetivo implantar o direito igualitário dos pacientes de receberem intervenções para o controle álgico. Para Leão e Chaves (2007, p.625) "A instituição da monitorização sistemática da dor como processo assistencial é fator determinante para que ela seja vista e valorizada como quinto sinal vital". A institucionalização requer mudanças em toda equipe multidisciplinar, exige a elaboração de protocolos, avaliações, monitoramento dos indicadores de qualidade da assistência e treinamentos para a mensuração, comunicação verbal e escrita e integração da equipe de saúde (FRANÇOLIN et al, 2012). A superestimação da dor pelo paciente foi descrita por 9 (26%) profissionais do Hospital e 12 (34%) da UPA 24h. Ouvir a queixa álgica simboliza o início do cuidar em dor. Segundo a SBED (2013 apud MCCAFFERY E BEEBE, 1989) a dor “é o que o indivíduo que a sente, diz ser e existe quando a pessoa que a sente diz existir”, a capacidade de julgar é inerente a prática profissional de enfermagem, o julgamento clínico é relevante quando apresenta como objetivo qualificar a origem e o significado da dor, não o indivíduo (LEÃO; CHAVES, 2007). A avaliação inadequada, subestimada e mal interpretada prejudica a qualidade de vida do paciente (SOUSA et al, 2010). Um julgamento pertinente com abordagens de avaliação avançadas e acessíveis, livres de preconceitos e tabus humanizam a assistência, e a humanização dos cuidados deve estar presente em todos os níveis de atenção à saúde (BOTTEGA; FONTANA, 2010 e SAÇA et al, 2010). A falta de tempo para mensurar e avaliar a dor ocorreu em relatos de 2 (6%) dos profissionais do Hospital e 8 (23%) da UPA 24h, e foi justificada pelos participantes pelo grande fluxo de pacientes a atender e diferentes tarefas a executar, nos diversos setores. O aumento e a complexidade dos atendimentos tem favorecido a sobrecarga de trabalho das equipes e dificultando a implementação de medidas para qualificar a assistência (KURCGANT, 2011). Maya e Simões (2011) reiteram que o quantitativo e qualitativo do pessoal de enfermagem deve ser compatível com as necessidades institucionais, e que cada profissional deva exercer adequadamente suas funções. O dimensionamento inadequado de pessoal gera implicações diretas no desempenho da equipe, ocasionando prejuízos na qualidade da assistência (KURCGANT, 2011). A adequação dos recursos humanos é primordial para a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), consequentemente, a implementação de medidas voltadas ao manejo da dor (MONTEIRO; SCHREIBER; SADE, 2011). 36 A dor não pode ser mensurada conforme relato de 3 (9%) de participantes do Hospital e 2 (6%) da UPA 24h. Segundo relatos dos participantes da pesquisa a dor não pode ser só intensificada, seria necessário caracterizá-la. Sendo a dor uma experiência subjetiva e individual ela não pode ser estipulada objetivamente com instrumentos únicos como termômetro e balança de peso corporal, existem instrumentos uni e multidimensionais capazes de observar e caracterizar a dor aguda ou crônica em seus domínios e características: cognitivas, motivacionais, sensoriais e emocionais (SOUSA; SILVA, 2004). A ação da equipe de enfermagem de modo colaborativo compreende a identificação da dor, mensuração da intensidade e caracterização, fatores associados à melhora ou piora do quadro álgico, e realizar as intervenções de enfermagem necessárias à evolução do paciente (SILVA; VASCONCELOS; NÓBREGA, 2011). A falta de instrumento foi mencionada por 2 (6%) dos profissionais de ambas as instituições, no Hospital, o setor de internação pediátrica utiliza a escala de faces para mensuração e avaliação da dor, na UTI alguns profissionais referem já estar implantando a dor como 5º sinal vital, embora não haja instrumento de mensuração protocolado e impressos próprios na SAE; na UPA 24h o setor de triagem do PSA, utiliza escala numérica que pode ser aplicada de forma verbal ou visual, na emergência (semi-intensiva) é utilizada a escala de faces adaptada, composta por 10 faces numeradas de 0 a 10. Existem diferentes instrumentos disponíveis para estimar a dor, desde instrumentos complexos multidimensionais a escalas simples unidimensionais que podem ser aplicadas verbalmente sem que o paciente necessite visualizar para autoavaliar a sua dor (FREITAS et al, 2009). A ausência de impressos próprios e instrumentos padronizados não impedem que a dor seja identificada, documentada e avaliada (RIGOTTI; FERREIRA, 2005). A adesão à avaliação periódica da dor contribui para o aperfeiçoamento da assistência de enfermagem (FREITAS et al, 2009). A dificuldade de mensurar a dor no paciente sedado internado na UTI foi descrita por 2 (6%) profissionais do Hospital. Para Sakata (2010) os pacientes internados na UTI vivenciam a ansiedade, o medo e a dor. A avaliação da dor é dificultada pela incapacidade e impossibilidade destes de se comunicarem verbalmente com os profissionais. Isto decorre por várias razões como: efeito de medicações, sedação, intubação traqueal e alterações da consciência. Para os pacientes que se comunicam verbalmente as escalas unidimensionais podem ser facilmente aplicadas, já o paciente incapaz de se comunicar, podem ser utilizadas as escalas baseadas no comportamento como a Behavioral Pain Scale (BPS). A BPS é utilizada para avaliar a dor do paciente sedado ou em ventilação mecânica, esta escala 37 comportamental é de fácil aplicação com escores variáveis de 3 a 12, onde se observa a expressão facial, os movimentos do corpo, tensão muscular em sincronia com o ventilador. A expressão facial é o item que mais contribui para a avaliação da dor, se o escore for ≥ 6, é considerado inaceitável. O alívio da dor é essencial para a adequada recuperação do paciente (SAKATA, 2010). Sobre as necessidades sugeridas descritas pelos profissionais (Gráfico 8). Necessidades para implementação da dor como 5º sinal vital 0 0 Necessidades sugeridas Outro 3 No meu setor já está implantado 14 Sistematização da Assistência de Enfermagem 0 29 15 Impressos próprios 6 Monitoramento dos indicadores 6 HOSPITAL 9 UPA 71 Treinamento dos prof. e equipes 54 29 Sensibilidade institucional 20 0 10 20 30 40 50 60 % de profissionais 70 80 Gráfico 8 - Respostas dos profissionais de enfermagem sobre as dificuldades para a implementação da dor como 5º sinal vital, no Hospital (n=34) e na UPA 24h (n=35). Caraguatatuba, 2013. Nota: mais de uma resposta foi emitida pelos profissionais. No Hospital dos 34 participantes, 24 (71%) dos profissionais relatam a necessidade de treinamento dos profissionais e equipes de trabalho, 10 (29%) profissionais indicaram uma necessidade de sensibilização institucional, 5 (15%) referem impressos próprios, 3 (9%) monitoramento dos indicadores, e 1 (3%) profissional informa que no setor em que trabalha já está sistematizado a dor como 5º sinal vital. Na UPA 24h dos 35 entrevistados, 19 (54%) indicam a necessidade de treinamento dos profissionais e equipes, 10 (29%) sistematização da assistência de enfermagem, 7 (20%) sensibilidade institucional, 5 (14%) referem que no setor já está implantado a dor como 5º sinal vital, 2 (6%) impressos próprios, e 2 (6%) monitoramento dos indicadores. 38 No Hospital, 28 (82%) profissionais referem só um item de necessidade para a implantação da dor como sinal vital, 4 (12%) relatam ser necessárias uma sensibilidade institucional e treinamento dos profissionais, 2 profissionais (6%) informam que a implantação envolve o desenvolvimento de um processo assistencial composto por fatores como: sensibilidade institucional, treinamento e capacitação, impressos próprios, SAE e o monitoramento dos indicadores e da performance dos profissionais. Na UPA 24h, 7 (20%) profissionais referem ser necessário vencer mais de um item de dificuldade para implantar o monitoramento da dor. As necessidades para implementação da dor como sinal vital, destacadas na pesquisa fazem parte de um modelo norteador para que os enfermeiros o utilizem como apoio para a construção dos processos de implantação direcionados a realidade de cada setor e instituição de saúde (LEÃO; CHAVES, 2007). A implantação do processo demanda a participação ativa e persistente do enfermeiro para: incentivar, supervisionar e orientar a equipe em uma nova rotina assistencial (NASCIMENTO; KRELING, 2011). A implementação da dor como 5º sinal vital é um processo de gerenciamento da assistência que se desenvolve através da execução de fases: o desencadeamento do processo, revisão da literatura para buscar evidência científica e aplicação da prática assistencial nos diversos setores que compõem a estrutura de saúde, definição e elaboração de instrumentos direcionados a cada setor da organização de saúde, inserção destes na SAE, sensibilização institucional, treinamento das equipes, a implantação do processo e o monitoramento dos indicadores estabelecidos para desempenho dos profissionais e qualidade assistencial (LEÃO; CHAVES, 2007). O desencadeamento do processo para instituir a dor como 5º sinal vital requer motivação, aquisição de conhecimento, cuidado humanizado e o despertar para que os profissionais tornem-se pró-ativos e comprometidos com essa problemática (FONTES; JAQUES, 2007). A revisão literária da última década, com o objetivo de buscar evidências para a prática da SAE, o tema dor foi englobado em todas as suas dimensões, conhecimento dos fármacos, analgesia, o planejamento das ações como identificação e mensuração da dor, registros sistematizados, avaliação da dor, diagnóstico, intervenções e evolução de enfermagem, avaliação da terapêutica e manejo da dor (LEÃO; CHAVES, 2007). A definição dos instrumentos de mensuração validados, a elaboração dos impressos a serem utilizados na SAE; e o gerenciamento da dor requer uma avaliação contínua, registro adequado, supervisão e evolução dos resultados (ALVES, et al, 2011). 39 Segundo Waterkemper e Reibinitz (2010) a incorporação de condutas sistematizadas sobre a dor na SAE promovem ações direcionadas e efetivas para o controle da dor. A SAE baseada no processo de enfermagem de Wanda Horta (2011) é caracterizado como a dinâmica das ações inter-relacionadas que visam a assistência ao ser humano (HORTA, 2011). A SAE favorece a visibilidade desejada do evento doloroso (LEÃO; CHAVES, 2007). A Sensibilização institucional compreende uma mobilização para que o 5º sinal vital se torne visível aos profissionais de enfermagem e gestores, alguns profissionais ainda não se sensibilizaram sobre a importância de olhar a dor como um sinal vital (BOTTEGA; FONTANA, 2010). Leão e Chaves (2007, p.63) lembram "que toda mudança provoca resistência e conviver com a dor nas instituições hospitalares é um hábito arraigado". A sensibilização dos gestores implica na apresentação de um projeto liderado por um enfermeiro que contenha um objetivo claro, justificativa, metodologia, planejamento das etapas, orçamento, cronograma e resultados esperados, com o intuito de demonstrar as vantagens da implantação da dor como 5º sinal vital (LEÃO; CHAVES, 2007). O treinamento dos profissionais e equipes é visto por 24 (71%) dos profissionais do Hospital e 19 (54%) da UPA 24h como uma necessidade para implantação da avaliação da dor como 5º sinal vital. O aumento do conhecimento teórico e prático, a adequação e preparo dos profissionais são indispensáveis ao sucesso da implementação do controle álgico (SAÇA, et al, 2010). O treinamento constitui-se em um ato planejado e sistematizado para qualificar, adaptar e aperfeiçoar o profissional para uma situação específica e consequentemente o seu crescimento pessoal e profissional (CARVALHO, 1999 apud KURCGANT, 2011). O alcance do cuidar abrangente e holístico em dor, requer uma educação continuada direcionada a equipe de enfermagem, o êxito para o gerenciamento da dor é estabelecer uma agenda de treinamentos contínua de aperfeiçoamento e atualização à prática profissional e um treinamento de orientação inicial para os novos profissionais (PAULA, et al, 2011 e LEÃO; CHAVES, 2007). O monitoramento dos indicadores pouco citado pelos profissionais das instituições é uma ferramenta essencial a implementação do 5º sinal vital. O monitoramento inclui a avaliação das performances dos profissionais através dos indicadores de qualidade assistencial (LEÃO; CHAVES, 2007). Os indicadores de desempenho contemplam 40 importantes itens relacionados ao desempenho dos profissionais que executam a assistência ao paciente (EMÍDIO, et al, 2013). Indicadores são medidas quantitativas de resultados, usados com o objetivo de monitorar e avaliar a qualidade assistencial e a gerencia de um serviço (KURCGANT, 2011 apud JCAHO, 1989). Para se definir os indicadores são necessários alguns pré requisitos como: disponibilidade de dados de fácil interpretação, conhecer o perfil dos pacientes, da equipe multidisciplinar, conhecer o perfil da dor, formas de manejo, terapêutica farmacológica ou não; esses dados precisam ser agrupados em sistemas informatizados que permitam em sua análise, identificar a performance dos profissionais e do processo assistencial, a tecnologia da informação é essencial para a veiculação desses resultados, seja por equipe, setores e na instituição como um todo (LEÃO; CHAVES, 2007). A implementação da dor como 5º sinal vital qualifica o gerenciamento da dor, este abrange as características do cuidado como a identificação, investigação, avaliação, intervenção, tratamento, reavaliação e a verificação da satisfação do paciente; estes indicadores do monitoramento da dor, e aspectos referentes a estrutura, liderança, segurança entre outros, são requisitos para a Acreditação Hospitalar pela JCAHO (GARCIA, 2013). O monitoramento da dor não se trata, apenas de mais um indicativo do processo de gestão da qualidade, mas sim do compromisso com a segurança, com a ética profissional, com os procedimentos e com a garantia de um atendimento humanizado e qualificado à população (EMÍDIO, et al, 2013). O conceito de qualidade necessita estar incorporado na missão das instituições e a aspiração política dos profissionais que nelas atuam (KURCGANT, 2011). 41 6 CONCLUSÃO O estudo se propôs a caracterizar o conhecimento e as ações das equipes de enfermagem das duas instituições sobre a dor como 5º sinal vital. Os resultados obtidos mostraram: - Dos 34 participantes do Hospital, 31 (91%) têm conhecimento sobre a dor e a consideram como um sinal vital, apenas 3 (9%) auxiliares de enfermagem apresentaram conhecimento insuficiente quanto as formas de mensuração da dor e ainda desconheciam que esta é considerada como 5º sinal vital; - Constatou-se ainda que 12 (35%) profissionais realizam sempre a mensuração da dor e 22 (65%) dos profissionais ainda não realizam a mensuração ou a avaliação da dor habitualmente com os sinais vitais; - Sobre o conhecimento adquirido destes profissionais, 12 (35%) participantes informaram ter obtido através do desempenho profissional e 7 (21%) pela formação acadêmica; - Dos profissionais do Hospital, 27 (80%) autoavaliam seu conhecimento de bom a excelente, 4 (11%) como fraco e muito fraco e 3 (9%) não tem conhecimento sobre a dor. Identificou-se no Hospital o conhecimento e utilização restrita as escalas unidimensionais, 29 (85%) dos profissionais conhecem e utilizam as escalas unidimensionais, 3 (9%) auxiliares de enfermagem não mensuram a dor e 2 (6%) profissionais mensuram a dor embora não utilizem as escalas validadas; - Dentre as dificuldades sugeridas para se mensurar e avaliar a dor, no Hospital dos 34 profissionais, 13 (38%) relataram como dificuldade a não institucionalização da dor como 5º sinal vital, 2 (6%) falta de instrumento, 2 (6%) falta de tempo, 9 (26%) a superestimação da dor pelo paciente, 3 (9%) inferiram que a dor não pode ser mensurada e 3 (9%) não consideram a dor como 5º sinal vital; - Para a implementação da dor como 5º sinal vital, 24 (71%) profissionais relataram ser essencial o treinamento dos profissionais e equipes, 10 (29%) profissionais indicaram a necessidade de sensibilização institucional; - Na UPA 24h, os 35 (100%) profissionais de enfermagem, foram unânimes ao responder que conhecem e consideram a dor como 5º sinal vital, 20 (57%) destes profissionais mensuram ou avaliam sempre a dor do paciente e 15 (43%) profissionais ainda não se sensibilizaram sobre a importância de mensurar sistematicamente a dor junto com os sinais vitais; - Sobre o conhecimento adquirido 15 (43%) profissionais relataram ter adquirido o conhecimento através da formação acadêmica, 8 (23%) através do desempenho profissional e 42 12 (34%) referem a aquisição do conhecimento através de capacitações institucionais, cursos, palestras e leitura; destes profissionais, 26 (75%) referiram um conhecimento bom a excelente sobre o tema, 8 (23%) relataram um fraco conhecimento e somente 1 (2%) profissional assumiu muito fraco conhecimento; - Identificou-se somente a utilização das escalas unidimensionais descrita por 35 (100%) dos profissionais da UPA 24h. - Na UPA 24h dentre as dificuldades descritas para a mensuração e avaliação da dor, dos 35 profissionais 9 (26%) caracterizaram que a não institucionalização como uma dificuldade, 2 (6%) referiram falta de instrumento, 8 (23%) falta de tempo, 12 (34%) relataram que o paciente superestima a dor, e 2 (6%) entendem que a dor não pode ser mensurada; - Para a implantação da dor como 5º sinal vital identificamos em 19 (54%) profissionais a necessidade de treinamento dos profissionais e equipes, 10 (29%) a necessidade da implementação da nova rotina na SAE, 7 (20%) referem a necessidade de sensibilidade institucional. Conclui-se com o estudo que os profissionais de ambas as instituições tem conhecimento sobre a do como 5º sinal vital, reconhecem as deficiências e dificuldades para a mensuração e avaliação e consideram importante a sensibilização institucional e o treinamento dos profissionais para a implantação da dor como 5º sinal vital. 43 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os profissionais pesquisados percebem a subjetividade e individualidade da dor e a caracterizam como um fenômeno difícil de ser analisado. Para a enfermagem a mensuração e a avaliação da dor são indispensáveis no processo de enfermagem e para a produção de conhecimento que determina as diferentes formas de controle álgico. Os pacientes que tem a dor avaliada e registrada adequadamente apresentam redução do quadro doloso, os registros insuficientes e comunicação verbal interprofissionais inadequados comprometem a qualidade da assistência e a segurança do paciente. Os profissionais de ambas as instituições compreendem e sugerem ser necessário um melhor preparo dos profissionais para o cuidado a ser prestado aos clientes com dor. O nivelamento do conhecimento através da implementação de treinamentos contínuos institucionais sobre a temática da dor; cursos, leituras de atualização ou aperfeiçoamento devem ser incentivados pelos supervisores. É indispensável viabilizar a construção do saber e da prática, atrelar o conhecimento a ação, resgatar a capacidade crítica reflexiva dos profissionais e despertar as potencialidades do profissional. A implantação da dor como 5º sinal vital demanda persistência, estímulo, incentivo institucional, participação ativa do enfermeiro da unidade no acompanhamento da nova rotina. Todos os itens sugeridos na pesquisa para a implementação da dor são essenciais. Destes, notou-se que a SAE não foi sugerida pelo Hospital, e sabe-se que a SAE é um indicador de qualificação institucional e que proporciona o reconhecimento, a valorização do profissional e a otimização do processo de enfermagem. O gerenciamento da enfermagem possibilita o estabelecimento de condutas, protocolos de assistência em dor, treinamentos das equipes, o desenvolvimento de instrumentos de avaliação e análise situacional que favoreçam a qualidade da assistência. Pode ser necessário rever as atribuições dos profissionais a fim de direcioná-los a assistência direta e possibilitar que esses profissionais realizem as atividades que são inerentes à categoria, específicas de suas competências e valorizadas perante a equipe de trabalho. Acredita-se que a pesquisa foi importante para a área da saúde acadêmica e profissional e que resultará em um conteúdo teórico e informativo que suscitará novas discussões sobre a avaliação da dor como sinal vital. De maneira mais ampla, como já mencionado na justificativa, espera-se que a pesquisa venha contribuir para a enfermagem empregar e difundir, de forma sistematizada, a avaliação da dor como quinto sinal vital nas referidas instituições de saúde. 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 ALVES, V.S; SANTOS, T.S.; TREZZA, M.C.S.F; SANTOS, R.M; MONTEIRO, F.S. Conhecimento de profissionais de enfermagem sobre fatores que agravam e avaliam a dor oncológica. Revista Brasileira de Cancerologia - Instituto Nacional de Câncer, v.57, n.2, p. 199-206, 2011. Disponível em:< http://www.inca.gov.br/rbc/index.asp?conteudo= n_57/v02/sumario.asp&volume=57&numero=2> Acesso em: 10 mar. 2013. 2 ANDRADE, D. C. A, Dr. Classificação neurofisiológica da dor. 3º Simpósio de Dor para Enfermagem: a dor em uma abordagem multiprofissional. Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa. São Paulo, 13 abr. 2013. 3 ASCOM HUUFMA. O Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão. Publicado em 29/07/2013 - 14h32min. 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Masc. idade:___________ Categoria Profissional: Enfermeiro(a) Auxiliar de enfermagem Técnico(a) de enfermagem Tempo de formado (anos):_________ Tempo de atuação na área:___________ Setor:_________________________ Tempo de serviço no setor:___________ QUESTIONÁRIO 1- Você considera a dor como o 5º sinal vital? sim não 2- Qual o seu conhecimento relacionado à dor como 5º sinal vital? bom muito bom excelente fraco muito fraco desconhece 3- Onde foi adquirido o seu conhecimento sobre a dor como 5º Sinal vital? formação acadêmica desempenho profissional capacitação institucional (educação continuada) palestras/simpósios/cursos leitura de livros, artigos e periódicos de enfermagem não tem conhecimento sobre a dor como 5º sinal vital 4- Você mensura (monitora ou avalia) a dor do paciente? às vezes quando o paciente se queixa sim não 5- Qual o método de mensuração da intensidade da dor você conhece? (nesta questão você pode assinalar mais de uma alternativa se desejar) escala verbal escala numérica escala visual analógica escala de faces questionário McGill Dor não mensura a dor desconhece os métodos 6- Qual o método de mensuração da intensidade da dor você mais utiliza? Inventário Breve de 53 escala verbal escala numérica escala visual analógica escala de faces questionário McGill Breve Inventário da Dor não mensura a dor nenhum método 7- Qual é a sua dificuldade para avaliar a dor como 5º sinal vital? não é institucionalizado o paciente superestima a dor falta de instrumento falta de tempo a dor não pode ser mensurada não considero a dor como 5º sinal vital outra Qual:________________________________________________________ 8- O que é necessário para a implantação sistematizada da dor como 5º sinal vital na sua instituição? sensibilização institucional treinamento dos profissionais e das equipes monitoramento dos indicadores impressos próprios Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) no meu setor já está implantado a dor como 5º sinal vital. outro O que:_______________________________________________________ Obrigada pela colaboração. 54 ANEXO ANEXO 1 - Aprovação do CEP 55 PARECER DO ORIENTADOR Aceito a aluna Melissa Yumi Sampa Hamaguti como orientada, pois demonstrou capacidade e interesse na procura e leitura de artigos científicos para a realização do projeto. Acredito que a aluna possa desempenhar esta atividade científica sem maiores dificuldades. Além disso, a parceria com a Casa de Saúde Stella Maris e UPA 24h, ambas no Município de Caraguatatuba nos permitirá contribuir para o desenvolvimento do conhecimento e da prática na Sistematização da Assistência de Enfermagem. Sem mais para o momento Subscrevo-me Profª. Ms. Sheila M. M. Paiva