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Projeto Darwin: Oficina de Biodiversidade
Biodiversidade, evolução e novos conhecimentos para comunidades tradicionais
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Projeto Darwin: Oficina de Biodiversidade
Biodiversidade, evolução e novos conhecimentos para comunidades tradicionais
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PROJETO DARWIN
Oficina de Biodiversidade
Biodiversidade, evolução e novos conhecimentos
para comunidades tradicionais
Projeto Darwin: Oficina de Biodiversidade
Biodiversidade, evolução e novos conhecimentos para comunidades tradicionais
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Realização
Agência Ambiental Pick-upau
Financiamento
Fundo Especial para o Meio Ambiente – FEMA
Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente – SVMA
Prefeitura Municipal de São Paulo – PMSP
Parceria
Instituto de Botânica de São Paulo – IBot
Terra Indígena Guarani Mbya Tenonde Porã
Apoio
Carioba Investimentos
Instituto Floresta de São Paulo – IF
Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo – SMA/SP
Apoio Institucional
APA Capivari-Monos
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Biodiversidade, evolução e novos conhecimentos para comunidades tradicionais
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Sumário
III-
Introdução
09
Biodiversidade
1. Evolução
1.1 A evolução das plantas
2. Seleção Natural e a Teoria evolucionista
2.1 Charles Darwin
2.2 Origem da Vida e classificação dos seres vivos
2.2.1 Sistema de nomenclatura e taxonomia
2.2.2 Espécies-filogenia com ênfase em plantas
3. Ecossistemas – meio físico e seres vivos
11
14
18
20
23
24
25
26
29
3.1 Mata Atlântica
3.2 Hotspots
4. Importância da pesquisa científica
4.1 Novos conhecimentos
4.2 Registro do conhecimento - Etnobiologia
32
37
39
39
40
Impactos Ambientais
1. Biologia da Conservação
2. Unidades de Conservação
44
47
47
III-
IV-
Anexos
51
V-
Glossário
53
VI-
Referências Bibliográficas
61
VII-
Créditos
66
Projeto Darwin: Oficina de Biodiversidade
Biodiversidade, evolução e novos conhecimentos para comunidades tradicionais
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Projeto Darwin: Oficina de Biodiversidade
Biodiversidade, evolução e novos conhecimentos para comunidades tradicionais
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I.
Introdução
O Projeto Darwin faz parte de um
novo compromisso do Pick-upau, de aumentar o
conhecimento sobre a biodiversidade
brasileira,
através
de
pesquisa
científica, para auxiliar nas políticas de
preservação e conservação ambientais.
O Projeto Darwin tem como principais características conhecer e
divulgar os atributos naturais e culturais dos Biomas Brasileiros. Este
projeto, com ênfase na Floresta Atlântica Tropical, incluindo áreas
particulares, Unidades de Conservação e Terras Indígenas, descreve o inventário da
biodiversidade de espécies arbóreas da Área de Proteção Ambiental (APA) CapivariMonos e da Terra Indígena Guarani Tenonde Porã,
em Parelheiros, no extremo sul do município de São
Paulo. O projeto pretende, entre outros objetivos,
contribuir na promoção do desenvolvimento
sustentável, através da ampla divulgação dos
atributos naturais e culturais da APA Capivari-Monos
e seu entorno.
Projeto Darwin – Flora: Bióloga da Agência Ambiental
Pick-upau durante expedição de coleta na Terra Indígena Guarani
Tenonde Porã. (Pick-upau/Divulgação)
A Agência Ambiental Pick-upau espera auxiliar
com o Projeto Darwin o fomento do turismo
ecológico, cultural e rural e o desenvolvimento
sustentável das regiões abrangentes.
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II.
Biodiversidade
Todos
os
animais,
vegetais
e
microorganismos, em conjunto com
as variações genéticas existentes
que surgem nos ambientes e ecossistemas,
podem ser chamados de biodiversidade. Então,
pode-se dizer que resumidamente, a biodiversidade é a riqueza e
a variedade do mundo natural, as inter-relações entre as espécies e o
quanto a existência de uma espécie afeta diretamente as outras que
estão em contato com ela (BONONI et al, 2010).
Há diversas maneiras de quantificar a biodiversidade, quer se considere o número
e a quantidade relativa das espécies, quer se considere a variabilidade local, a
complementaridade biológica entre habitats ou a diversidade de ecossistemas e biomas
(ALBAGLI, 1998).
Área de pesquisa do Projeto Darwin na APA Capivari-Monos.
Região classificada como Floresta Densa Montana. (Pickupau/Divulgação)
É necessário levar
em conta a complexidade
da biodiversidade vegetal e
o
potencial
de
aproveitamento para a
alimentação humana e
animal, a agricultura e a
medicina, manutenção da
vida,
dentre
outras
aplicações, para que se
tenha total consciência de
que a preservação dessa
diversidade além de ser
uma necessidade é um
desafio (ALBAGLI, 1998; BONONI
et al, 2010).
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O crescimento populacional, o desenvolvimento industrial e o aumento galopante
da poluição estão destruindo áreas que antes eram naturais e transformando-as em áreas
para a ocupação urbana. A observação deste fato pela comunidade acadêmica e cada vez
mais pela sociedade aumenta a preocupação de todos com relação á extinção das
espécies mais suscetíveis.
Com o intuito de tentar conscientizar a população, ecólogos e ambientalistas
procuram mostrar a importância da biodiversidade agora no aspecto econômico, já que
as pessoas só dão valor à biodiversidade quando animais, plantas e microorganismos são
utilizados nas indústrias alimentícia, farmacêutica ou de cosmética. A biodiversidade é a
maior riqueza do planeta Terra, mas não é vista ou reconhecida como tal.
Com o propósito de aliar o crescimento populacional com a conservação do meio
ambiente, surge o ambientalismo sustentável, onde o seu principal objetivo é combinar
sociedade e ambiente, mostrando que é possível servir-se dele e protegê-lo ao mesmo
tempo.
O interesse e a consciência sobre a importância da biodiversidade, com o passar
dos tempos, tem aumentado consolidando fundos mundiais voltados especificamente
para a conservação. Apesar de esses recursos serem destinados à conservação, ainda tem
muito a ser feito, pois a maioria dos investimentos não é utilizada de forma eficaz. Em
virtude disso é necessário estabelecer prioridades para a conservação para que se possa
investir de maneira mais eficiente os escassos recursos. (BONONI et al, 2010).
Já que a destruição da biodiversidade é um processo irreversível, nem a mais alta
tecnologia e nem as descobertas biotecnológicas, podem compensar tal prejuízo.
Certamente nada pode recuperar o que foi formado de maneira tão singular, ao longo de
bilhões de anos, na história evolutiva de nosso planeta (ALBAGLI, 1998).
A humanidade já perdeu 40% da produção primária territorial para seu próprio
uso, com custos em termos de extinção das espécies. Nas florestas tropicais úmidas, por
exemplo, restam apenas 7% da área original e ela continua diminuindo. Por isso são
necessários conhecimentos sobre biodiversidade, sua origem, manutenção e as perdas já
ocorridas, para que os trabalhos de conservação e recuperação possam agir de maneira
eficaz. Com as mudanças climáticas adversas e a alta incidência de raios ultravioletas, o
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foco da proteção da biodiversidade mudou, tornando-se mais complexo e amplo
(GARCIA, 1995).
O Brasil é um dos países com a maior biodiversidade do planeta, ele possui a
maior Floresta Tropical do mundo (a Floresta Amazônica); a Floresta Tropical com os
maiores índices de biodiversidade por área (a Mata Atlântica); uma vegetação de savana
com os mais altos índices de endemismos (o Cerrado); a maior planície alagável do
mundo (o Pantanal); e a maior biodiversidade encontrada em uma região semi-árida do
planeta (a Caatinga).
Além disso, possui uma vasta costa marinha, com cerca de 3,5 milhões de
quilômetros que abriga uma variedade enorme de ecossistemas, como os recifes de
corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos. Dentre os autores que
compilaram os dados recentes sobre a estimativa da biodiversidade brasileira,
destacamos a revisão de Lewinsohn & Prado (2002) (FORZZA, R.C. et al, 2010). O trabalho
mostra um número projetado de espécies de fungos e plantas entre 63.114 e 70.014, das
quais 44.315 a 49.515 seriam plantas terrestres (angiospermas, gimnospermas,
samambaias, licófitas e
briófitas). Shepherd (2005)
avalia que o Brasil possua
valores entre 16 – 20% da
flora mundial.
Cerrado, um dos biomas mais ameaçados do Brasil. Imagem do
Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso,
região Centro-Oeste do país. (Pick-upau/Divulgação)
No quesito fauna o
Brasil também não fica
atrás, abrigando 10% dos
mamíferos,
13%
dos
anfíbios, 17% das aves
descritos no mundo, 24% dos primatas e 3.000 espécies de peixes de água doce. Isso tudo
é três vezes mais que qualquer outro país do mundo.
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Todo esse cenário mencionado gera para o Brasil uma enorme responsabilidade
no que diz respeito à Conservação da Diversidade Biológica, já que possui uma das
maiores biodiversidade do mundo e tem o desafio de aliar a conservação com o uso
sustentável.
De acordo com a literatura, a biodiversidade na Terra pode ser vista como
consequência de um processo vagaroso e ininterrupto que acontece há 3,5 bilhões de
anos. Ao longo desse tempo as espécies vão variando e os estudos relacionados à
evolução visam comparar essas variedades presentes nos ecossistemas em determinado
momento, pois o equilíbrio ambiental planetário depende da diversidade de vida
(BONONI et al., 2010). Pelo que foi exposto é necessário que cada vez mais cidadãos e
organizações participem dos processos de conservação, preservação e recuperação das
áreas degradadas.
1.
Evolução
A evolução tem influência direta na
estrutura
e
no comportamento dos
organismos, o mais evidente é o
conjunto de adaptações evolutivas que,
por exemplo, aumentam as habilidades para
buscar alimentos, se defender contra predadores e
para atrair parceiros sexuais, além de gerar a cooperação entre os
organismos (BONONI et al, 2010).
A Teoria Evolucionista surgiu com a publicação em 1859 sobre “A
Origem das espécies” de Charles Darwin. De acordo com esta teoria, os seres vivos são
selecionados em função de sua adaptação ao meio. As modificações são produzidas ao
associar a uma produção contínua de pequenas mudanças aleatórias nas características
a seleção natural das variantes genéticas melhor ajustadas ao seu ambiente nos
organismos.
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De acordo com esta teoria, modificações nas estruturas ou comportamentos que
melhoram uma função específica dos organismos, aumentam sua chance de sobreviver e
se reproduzir.
Tal
fato
foi
comprovado
com
o
aparecimento da genética e
então a Teoria de Darwin
juntamente com a genética
passou a ser chamada de
Neodarwinismo.
“A Origem das Espécies” livro de Charles Darwin, publicado em
1859, que revolucionou a ciência. (Reprodução/ The Complete
Work of Charles Darwin Online)
Esse processo pode
causar tanto o ganho de
uma nova propriedade,
como a perda de uma
propriedade ancestral. (BURNIE, 1997; PARKER, 1996).
Essas adaptações e transformações quando hereditárias são passadas às gerações
seguintes e por se tratar de um mecanismo lento só podem ser observadas após certo
período de tempo. Esse mecanismo de melhor adaptação é denominado evolução
(BURNIE, 1997).
A evolução gera organismos aptos para viverem nas mais diversas condições. Isso
mostra que há uma relação entre as propriedades do ambiente e as características das
espécies, como por exemplo, os animais são capazes de selecionar ativamente os
melhores ambientes para a sua sobrevivência (HELENE et al, 2005).
Dessa maneira a evolução seleciona as espécies mais adaptadas, preservando-as
através do tempo e as espécies que não conseguem se adaptar desaparecem. (PARKER,
1996).
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Dentro das populações de espécies, a variabilidade genética é muito importante,
pois proporciona adaptações favoráveis ao ambiente em que as espécies venham habitar,
resultando em possibilidades significativas e repartidas entre todos os indivíduos da
população
(BURNIE,
PARKER, 1996).
1997;
Isso pode ser observado
quando, por exemplo, uma
população é separada em
ambientes com temperaturas
diferentes, para melhor se
adaptarem
às
novas
temperaturas,
os
fatores
genéticos se expressarão em
novas
características
tanto
fisiológicas quanto morfológicas,
que poderão ser observadas nas
próximas gerações. (BURNIE,
Primeiro diagrama de Charles Darwin, 1837, de sua árvore
evolucionista. (First Notebook on Transmutation of
Species/Reprodução/The Complete Work of Charles Darwin
Online)
1997; PARKER, 1996).
Essas
divergências
proporcionam o aparecimento
de novos tipos de plantas, onde
surgem pequenas diferenças morfológicas para adequação às condições climáticas. Tais
diferenças podem ser: tamanho da planta, tipo de ramificação e até modificações na
composição química das essências em plantas aromáticas (BONONI et al, 2010).
Embora as espécies evoluam e se adaptem da melhor forma possível para sua
sobrevivência, todas chegam à extinção, pois a extinção é um fato inevitável. Acredita-se
que desde o aparecimento de vida na Terra, já tenha se extinguido 99% das espécies
existentes e atualmente é possível que sejam extintas seis espécies por ano. A maior
parte dessas espécies é de áreas restritas e extremamente sensíveis a mudanças
climáticas (BURNIE, 1997).
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A evolução é um processo contínuo e sucessivamente surgem novas espécies,
resultando num equilíbrio entre as causas de extinção e evolução. Atualmente tem-se
registro de cerca de dois milhões de espécies
(plantas e animais), porém ainda existem muitas
espécies sem descrição (BURNIE, 1997).
Algumas espécies interagem entre si e
quando uma sofre modificações evolutivas a
outra como resposta também se modifica, esse
processo é denominado coevolução, e pode se
apresentar de duas maneiras: (BONONI, 2010)
Os tentilhões de Galápagos, uma das ilustrações que mais
evidenciam a evolução, distinção e variedade das espécies.
(Reprodução/The Complete Work of Charles Darwin Online)

Coevolução específica: refere-se à evolução das características de uma
determinada espécie em relação à outra. Por exemplo, a planta elabora um veneno para
se defender dos insetos, mas uma espécie de inseto é imune a tal veneno, assim, apenas
essa espécie consegue visitar as flores dessa planta promovendo a polinização.

Coevolução difusa: o processo em si é basicamente o mesmo da específica,
porém descreve mudança evolutiva recíproca entre grupos. As plantas florescem, por
exemplo, em resposta a uma ou várias características provenientes de outras espécies,
como possuir diferentes insetos polinizadores.
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1.1
A Evolução das
Plantas
Baseados em registros fósseis, as
plantas surgiram há cerca de 130 milhões de
anos. A princípio elas eram bem
mais simples e bem menos atrativas
que as atuais. Sua polinização, transferência
de pólen de uma flor para outra, era realizada pelo
vento e nesse processo se perdia grande parte do pólen antes
que chegasse a outra flor. O grão de pólen é a célula reprodutora
masculina e o óvulo a célula reprodutora feminina e eles precisam se
fundir para que possa surgir um novo indivíduo (BONONI et al, 2010).
De acordo com BONONI et al (2010), na tentativa de otimizar esse processo as
angiospermas, plantas que possuem flores, frutos e sementes, evoluíram e várias
mudanças ocorreram como o desenvolvimento de características que permitiram que
elas escolhessem seus parceiros para reprodução sexuada.
Dessa forma, as flores passaram a produzir substâncias atrativas para os insetos, e
estes passaram a fazer a polinização influenciando diretamente na diversificação e na
abundância das angiospermas, garantindo-lhes total sucesso na reprodução. Hoje elas
representam o grupo mais diversificado de plantas terrestres, com mais de 250 mil
espécies registradas (BONONI et al, 2010).
As plantas também sofrem o processo de coevolução juntamente com os seus
polinizadores, como exemplos, podemos citar:
Algumas abelhas possuem o corpo adaptado para coletar e transportar o néctar e
pólen, elas se acomodam perfeitamente na flor. Enquanto coletam o néctar e o
pólen elas fazem a polinização.
Algumas abelhas possuem adaptações para polinização.
(Reprodução/Wikipedia/Wikimedia Commons)
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Nas orquídeas do gênero Ophys, a flor se assemelha em cor e odor à fêmea da
abelha e o macho tenta copular com as flores. Durante essa cópula o macho leva
grudado em seu corpo o pólen e quando ele visita outra flor da mesma espécie o
pólen se adere, realizando a polinização.
Algumas orquídeas utilizam artifícios para atrair abelhas e outros
insetos. (Divulgação/Pick-upau)
Alguns insetos não são sensíveis ao veneno de uma planta e podem dessa forma
as polinizar.
Resumidamente evolução significa transformação, porém, não quer dizer que os
organismos se tornam mais complexos, eles apenas se adaptam às novas condições
ambientais (PARKER, 1996).
Charles Robert Darwin foi quem realmente revolucionou o campo da evolução
com a sua teoria da evolução por seleção natural, conforme mencionado anteriormente,
mas apesar de Darwin ter sido criticado e contrariado, o evolucionismo é até hoje, a
forma mais aceita pelos cientistas para explicar a origem e a diversidade da vida na Terra
(LEITE, 2009).
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2. Seleção natural
e a Teoria
Evolucionista
A Teoria da Seleção Natural
proposta por Darwin, é a base da Teoria
Moderna da Evolução Biológica para explicar a
evolução das espécies, segundo a qual nem todos os indivíduos
de uma população têm a mesma probabilidade de sobreviver e de se
reproduzir.
Basicamente o princípio da seleção natural fala que os seres vivos mais aptos para
determinado ambiente sobrevivem e por viverem mais tempo, possuem maior
possibilidade de deixar descendentes passando seus genes às gerações seguintes e os
que estão menos adaptados aos poucos vão sendo eliminados, pois estão menos aptos à
sobrevivência ou têm menos chance de se reproduzir. Esse processo com o passar do
tempo resulta em organismos modificados para atuar em ambientes particulares
podendo levar ao surgimento de novas espécies (BURNIE, 1997).
Resumidamente, a teoria de Darwin baseia-se nas seguintes observações básicas:
1. Todos os seres vivos possuem variações nas características que podem ser
transmitidas a prole (fato que foi comprovado posteriormente com os
experimentos de Mendel);
2. Os seres vivos estão numa feroz luta pela sobrevivência, em que apenas os mais
adaptados sobrevivem e geram descendentes;
3. Dessa competição, as características favoráveis e hereditárias se fazem mais
comum nas gerações posteriores, tornando-se predominantes nas populações.
Esse processo é chamado de seleção natural. Através das gerações, a seleção
natural torna mais notável as modificações e o fenômeno da evolução;
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4. O isolamento geográfico promove especificações nas adaptações que podem levar
à formação de novas espécies.
Como exemplo de seleção natural, podemos citar a papoula que tem potencial
para produzir milhares de sementes, mas em geral a população permanece a mesma
(número de plantas no ambiente). Isso se deve ao fato de que a semente tem dificuldade
para encontrar no ambiente as condições ideais para a germinação e o desenvolvimento
(BURNIE, 1997).
A competição permite que o ambiente selecione os mais aptos, ou seja, ocorra a
seleção natural, por influência de fatores como acesso ao alimento e possibilidade de
deixar descendentes viabilizando a manutenção ou desaparecimento dos indivíduos,
preservando e “fixando” a freqüência de uma característica benéfica à espécie (BURNIE,
1997).
Todos os organismos vivos interagem com o ambiente onde vivem, não estando
alheios ao que os cerca como os outros integrantes da sua família, grupo, população ou
espécie, dessa forma sua vida afeta tudo ao seu redor e por tudo é afetada. Tais fatores
que afetam um determinado ser vivo podem agir sozinhos ou em conjunto, como agentes
selecionadores.
Um exemplo clássico que evidencia os efeitos da Seleção Natural é o aumento da
população de mariposas escuras em
relação às de coloração branca
acinzentada (dominantes), após a
metade do século XIX, na Inglaterra. O
crescente desenvolvimento industrial e
o aumento da emissão de poluentes na
atmosfera, fez com que a vegetação se
impregnasse com a fuligem e as
mariposas escuras, quando no tronco
das árvores, passaram a ser menos
visíveis pelos predadores naturais. Desta
forma, a situação se inverteu e as
Mariposas são um bom exemplo da seleção Natural. Mariposacigana (Lymantria dispar). (Reprodução/Wikipedia/Wikimedia
Commons)
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mariposas escuras passaram a predominar na população, pois se escondiam melhor,
garantindo sobrevivência e reprodução, enquanto que as claras eram alvo fácil dos
predadores. Como a coloração é um fator hereditário, atuou a Seleção Natural sobre a
frequência da variedade sujeita às condições ambientais.
Portanto, para falar de seleção natural, é necessário levar em conta alguns
requisitos: variação entre indivíduos, reprodução e hereditariedade. Já que os três podem
gerar novas características aos organismos das futuras gerações (PAZZA, 2005).
O mecanismo de seleção natural age moldando a população de forma que os
indivíduos que estejam melhores adaptados e possuam maior sucesso reprodutivo
passem suas características a um número maior de descendentes (PAZZA, 2005).
No entanto, essa adaptação não é perfeita e não leva a níveis mais avançados de
progresso, como acreditava Lamarck. De acordo com a Teoria Evolucionista, evoluir não
significa se tornar perfeito, apenas melhora a capacidade de interagir com o ambiente.
Conforme pontua o biólogo John Maynard Smith a evolução fosse atingir a perfeição
absoluta, os indivíduos com as melhores características viveriam para sempre e nunca
seriam pegos pelos seus predadores (PAZZA, 2005).
A seleção é uma força permanente sobre todas as populações, significando uma
pressão ambiental específica de um ecossistema em associação a fatores genéticos,
resultando em transformações no decorrer do tempo, capazes de garantir a prevalência
de um ser vivo, conforme suas vantagens em detrimento a outro organismo desprovido
de adaptações que assegurem sua sobrevivência.
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2.1 Darwin
Charles Robert Darwin nasceu na
cidade de Shrewsbury, Inglaterra, no dia 12 de
fevereiro de 1809. Ainda jovem
Darwin descobriu algo que lhe
interessava muito: colecionar animais,
vegetais, rochas, conchas e outras coisas da
natureza. Para o pai, que sonhava que Darwin fosse médico,
o fascínio pelas coisas da natureza era pura perda de tempo, chegando
a dizer que ele era uma vergonha para a família (STRATHERN, 2001).
Em 1825, por vontade do
pai,
Darwin foi enviado para a Faculdade de
Medicina de Edimburgo, Escócia, porém não
obteve muito sucesso. Logo desistiu da
faculdade, então seu pai o mandou para a
Faculdade de Cambrigde para ser pastor. Entre
1831 e 1836, Darwin viajou ao redor do mundo
em um barco chamado HMS Beagle. Ele fez
importantíssimas observações que culminaram
na sua famosa “Teoria da Evolução por Seleção
Natural” (PARKER, 1996; BURNIE, 1997).
De volta à Inglaterra, Darwin estava
convicto de que os seres vivos se modificavam
ao longo do tempo – evoluíam – e passou anos
desenvolvendo uma teoria que explicasse como
isso acontecera. Foram mais de vinte anos de
estudos para chegar às conclusões finais, mas
ele relutou muito antes de expor suas
conclusões, pois sabia que causaria muita
polêmica, já que tudo que descobriu era
contrário aos ensinamentos
Charles Robert Darwin nasceu na cidade de Shrewsbury, Inglaterra,
no dia 12 de fevereiro de 1809. (Reprodução)
Projeto Darwin: Oficina de Biodiversidade
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da Bíblia (BURNIE, 1997).
23
O que lhe ajudou a expor suas ideias foi uma carta do amigo e naturalista Alfred
Wallace (1823-1913) em 1858, que descrevia a mesma teoria de seleção natural. No ano
1859 Darwin publicou o seu livro “A origem das espécies por seleção natural” e deixou a
população indignada, mesmo assim o livro virou um best-seller para época e foi
necessário imprimir várias edições (BURNIE, 1997).
Em dezembro de 1881 sofreu um leve ataque cardíaco e no dia 19 de abril de
1882, aos 73 anos, ele morreu. Por suas contribuições à ciência, foi enterrado na Abadia
de Westminster próximo a Isaac Newton. Darwin se tornou uma figura pública e um dos
maiores cientistas de todos os tempos e a sua obra serviu de base para muitos outros
cientistas das gerações seguintes (PARKER, 1996).
Darwin só não conseguiu explicar a fonte das variações hereditárias, como a
seleção natural atuaria e como as características eram passadas de geração para geração.
Em 1865, Gregor Mendel decobriu que as características eram herdadas de uma forma
previsível. Porém só muitos anos depois, em 1900, o trabalho de Mendel foi descoberto
causando discórdia, entre os cientistas da época terminando na ruptura entre as teorias
de Darwin e Mendel (PARKER, 1996; BURNIE, 1997).
Depois de muitos estudos foi percebido que as duas teorias se completavam,
gerando a síntese evolutiva moderna. A descoberta da estrutura do DNA em 1950
mostrou o fundamento físico da hereditariedade. Desde então a genética e a biologia
molecular fazem parte da biologia evolutiva (PARKER, 1996; BURNIE, 1997).
a. Origem da Vida e Classificação dos seres vivos
Acredita-se na biologia que todas as formas de vida descendem de um ancestral
comum mediante um processo de evolução. A relação organismo meio ambiente é
dinâmica em escalas molecular, subcelular, individual e populacional (intra e
interespecífica). A biologia evolutiva investiga estas interações ao longo do tempo nas
espécies e nas populações. A partir da descrição dos diferentes organismos existentes ou
extintos, foi necessária a criação de um sistema de classificação dos seres vivos para a
melhor compreensão.
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Existem várias formas de classificação: as artificiais (baseadas em critérios
arbitrários, tais como presença de antenas, tipos de ovos etc.); as naturais (baseadas em
aspectos evolutivos) e as filogenéticas ou cladísticas. A classificação natural obedece à
ideia da existência de ancestrais comuns, considera a passagem do tempo, apresenta
bifurcações correspondentes às mudanças evolutivas e demonstra o grau de parentesco
entre espécies diferentes, baseiam-se no maior número possível de características, pelo
que transmitem maior quantidade de informação do que as classificações artificiais. Os
grupos formados reúnem indivíduos com maior grau de semelhança e mais relacionados.
As classificações filogenéticas ou cladísticas agrupam os seres vivos de acordo com
o grau de parentesco entre eles. Baseiam-se em critérios estruturais e fisiológicos, mas
também paleontológicos, citológicos, embriológicos, genéticos e bioquímicos. As
classificações filogenéticas interpretam a semelhança entre os seres vivos como
consequência da existência de um ancestral comum a partir do qual os grupos divergiam.
Quanto mais afastado no tempo estiver o ancestral comum, maior será a divergência
entre as espécies.
A Sistemática é o estudo da diversidade biológica num contexto evolutivo. Inclui a
Filogenia e a Taxonomia. A Filogenia constitui a história evolutiva de uma espécie ou de
um grupo de espécies relacionadas. A Taxonomia ocupa-se da classificação e da
nomenclatura das espécies.
2.2.1 Sistema de nomenclatura e taxonomia
A Taxonomia é a ciência que se ocupa da classificação dos seres vivos, utilizando
um sistema uniforme que expressa, da forma mais fiel, o grau de semelhança entre eles.
A Taxonomia teve início no séc. XVIII, com a publicação do livro de Lineu Systema
Naturae. No entanto, a classificação dos seres vivos é muito anterior e partiu da
tendência da mente humana em organizar a informação.
A evolução dos seres vivos baseada na teoria de Darwin e Wallace (1859) mostra a
hipotética origem dos grupos a partir de supostos ancestrais. Estas “árvores
genealógicas” ou filogenéticas (do grego, phýlon = raça, tribo + génesis = fonte, origem,
início) apresentavam a relação de parentesco entre eles, além de sugerir uma provável
época de origem para cada um deles conforme apresentado abaixo (figura 1 a e b).
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Diagrama original apresentado por Charles Darwin (a) para explicar a
a 1. Imagem do
Figura
b origem dos seres vivos chamado de “Árvore da Vida” e árvore
filogenética (b). (Reprodução/The Complete Work Of Charles Darwin
Online)
Com as descobertas da biologia molecular (a partir de 1950) e os avanços na
informática para auxiliar no estabelecimento das relações entre os seres vivos, as árvores
filogenéticas começaram a ficar mais sofisticadas.
Os cladogramas são um tipo de diagrama para representar a evolução onde se
utiliza uma linha, cujo ponto de origem (raiz), simboliza um provável grupo (ou espécie)
ancestral. De cada nó surge um ramo, que conduz a um ou a vários grupos terminais.
Com os cladogramas se estabelece uma comparação entre as características
primitivas (existiam em ancestrais) e derivadas (compartilhadas por grupos que os
sucederam).
2.2.2 Espécies - filogenia com ênfase em plantas
Carl Lineu ficou conhecido como o “pai da Taxonomia” e considerou a espécie
como a unidade básica de classificação. Segundo ele, as espécies semelhantes agrupamse em gêneros, os gêneros em famílias, as famílias em ordens, e as ordens em classes, as
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26
classes em filos e estes em reinos, dentro dos seres vivos que apresentam membranas
celulares internas (eucariontes) seguindo um sistema hierárquico.
Foi também Lineu quem desenvolveu um
sistema para dar nome às categorias
taxonômicas, tendo estabelecido regras de
nomenclatura que ainda hoje se aplicam, como
por exemplo, o fato de que apesar de uma
espécie muitas vezes possuir muitos nomes
populares (regionais) existe apenas um nome
científico.
Carl von Linné 1707-1778. (Reprodução/Óleo sobre tela/Swedish
National Museum)
As regras básicas da nomenclatura são as
seguintes:
 A designação dos táxons é criada em
latim, uma língua morta que não evolui;
 As espécies são designadas segundo uma
nomenclatura binominal. O nome de espécie consta de duas palavras latinas ou
latinizadas. A primeira é um substantivo escrito com inicial maiúscula, que
corresponde ao nome do gênero, e a segunda é o restritivo específico escrito com
inicial minúscula e é, geralmente, um adjetivo1;
 A designação dos grupos superiores à espécie é uninominal, sendo constituída por
um substantivo escrito com inicial maiúscula;
 Os nomes de gêneros, espécies ou subespécies são escritos num tipo de letra
diferente do texto corrente, geralmente itálico, e se forem manuscritos são
sublinhados.
1
OBS: À frente do nome da espécie deve escrever-se, em letra de texto, o nome, ou a sua abreviatura, do
cientista que, pela primeira vez, a partir de 1758 (data da publicação da 10ª edição do Systema Naturae de
Lineu), atribuiu o nome à espécie. Pode indicar-se a data da publicação a seguir ao nome do autor, separada
por uma vírgula.
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27
Em Botânica, os nomes de famílias terminam em – aceae, enquanto para ordem a
terminação utilizada é ales. O termo divisão é equivalente a filo, mas é utilizado para as
algas. A seguir, a título de curiosidade, está descrita a classificação do milho:
Domínio – Eukarya
Reino – Plantae
Filo (divisão) – Anthophyta
Classe – Monocotyledoneae
Ordem – Commelinales
Família – Poaceae
Gênero – Zea
Espécie – Zea mays
O Projeto Darwin – Flora pretende contribuir para a descrição das espécies
arbóreas encontradas na APA Capivari-Monos e na Terra Indígena Guarani Tenonde Porã.
Portanto, neste projeto são avaliadas as angiospermas. O tamanho das angiospermas é
muito variável: há desde pequenas ervas até grandes árvores. O corpo dessas plantas
apresenta raiz, caule, folha e flor.
As angiospermas são plantas com flores típicas. No interior das flores, há folhas
reprodutoras, os carpelos, que se fecham formando um vaso, onde as sementes irão se
desenvolver (daí o nome do grupo: angio = "vaso"; esperma = "semente"). Após a
fecundação, parte do carpelo se transforma em fruto, uma estrutura exclusiva desses
vegetais.
Classificação das angiospermas
As angiospermas correspondem modernamente à divisão Magnoliophyta e podem
ser subdivididas em duas classes: Liliopsida (monocotiledôneas) e Magnoliopsida
(dicotiledôneas). No primeiro grupo estão as plantas cujos embriões possuem apenas um
cotilédone; no segundo grupo, as plantas com embriões dotados de dois cotilédones. O
cotilédone transfere nutrientes para as células embrionárias em desenvolvimento
durante a germinação.
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28
São exemplos de angiospermas
monocotiledôneas: capim, cana-deaçúcar, milho, arroz, bambu, centeio,
lírio, alho, cebola, banana, bromélias e
orquídeas. Exemplos de angiospermas
dicotiledôneas: feijão, amendoim, paubrasil, ipê, peroba, mogno, cerejeira,
abacateiro, acerola, roseira, morango,
pereira, macieira, algodoeiro, café,
jenipapo,
girassol
e
Bromélia, um exemplo de angiosperma. (Divulgação/Pick-upau)
margarida.
De acordo com a teoria evolucionista, de Charles Darwin, a formação das novas
espécies é um processo dependente de fatores ambientais. Os cientistas acreditam que a
maioria das espécies surgiu depois de cumprir pelo menos três etapas: isolamento
geográfico, diversificação gênica e isolamento reprodutivo. A partir daí, essas
subpopulações podem ser consideradas espécies distintas.
Para a identificação de uma planta, são montadas exsicatas: amostra de planta
prensada e seca numa estufa (herborizada), fixada em uma cartolina de tamanho padrão
acompanhadas de uma etiqueta ou rótulo contendo informações sobre o vegetal e o local
de coleta, para o estudo botânico.
3. Ecossistema - meio físico e seres vivos
Ecossistema é o conjunto dos seres vivos e do meio ambiente em que eles vivem,
e todas as interações desses organismos com o meio e entre si. Os ecossistemas possuem
dois componentes básicos: a parte biótica, que são as comunidades vivas, formada pelas
plantas, animais e microorganismos e a parte abiótica, que é o conjunto de nutrientes,
luz, água, ar, temperatura e energia. O ecossistema é ponto central de estudo da
ecologia.
Os ecossistemas são subdividos em pequenas unidades, denominadas
comunidades biológicas e são compostas por duas ou mais populações interdependentes.
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29
Como exemplos, podemos citar a flora e fauna de um lago, ou ainda em larga escala, a
Floresta Amazônica e a Mata Atlântica. Portanto, os ambientes são diversos, sem limite
de escala predeterminado, podendo ser um micro ou um macroecossistema, sempre
respeitando as relações entre as populações e o comportamento do meio.
A base de todos os ecossistemas são os organismos produtores, como é caso das
plantas que fazem fotossíntese. Depois dos produtores vem os consumidores primários,
que se alimentam dos produtores, que são espécies herbívoras, que podem ser desde
organismos microscópicos até grandes animais. Então aparecem os consumidores
secundários, que são os carnívoros que se alimentam dos consumidores primários e os
consumidores terciários que são os grandes predadores. Por fim, aparecem os
organismos decompositores, que são os responsáveis pela decomposição da matéria
orgânica, transformando-as em nutrientes que servem de alimento para as plantas. Como
exemplo de decompositores, podemos citar as bactérias e os fungos. Todo esse processo
é denominado cadeia alimentar.
A cadeia alimentar é um ciclo vital que garante equilíbrio e a manutenção dos
ecossistemas. Os diferentes seres vivos ocupam posições bem definidas e qualquer
perturbação pode ser fatal, por isso a manutenção e estabilidade da cadeia alimentar
dependem, entre outros fatores, da preservação das espécies e da conservação do meio.
Os ecossistemas são classificados em: ecossistemas terrestres e ecossistemas
aquáticos. Apesar de possuírem uma clara diferença, que é a quantidade de água
disponível em um e no outro, o funcionamento é bem parecido. Outra diferença que
possuem devido à quantidade de água, é as formas de vida que abrigam, apesar de que
algumas possam ser compartilhadas pelos dois tipos de ecossistemas, nas áreas alagadas,
como ocorre no Pantanal mato-grossense.
O Brasil possui muitos ecossistemas, os principais são:

Floresta Amazônica: situada na região norte do país e é
considerada a maior floresta do planeta;

Caatinga: típica da região nordeste do país. Bioma exclusivamente
brasileiro, geralmente é visto como pobre e seco, porém estudos recentes
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30
mostram sua riqueza particular em termos de biodiversidade e fenômenos
característicos.

Cerrado: localizado na região central do Brasil e caracteriza-se pela
presença de árvores baixas, inclinadas e tortuosas, com ramificações irregulares e
retorcidas e apresentando vários tipos fisionômicos.

Mata Atlântica: estende-se desde o Rio Grande do Norte até o Rio
Grande do sul, atualmente é um ecossistema extremamente devastado pela ação
humana, restando apenas 7% da sua totalidade original;

Pantanal Mato-Grossense: é a maior planície alagável do mundo,
abriga grande biodiversidade e comunica-se com o Cerrado e a Floresta
Amazônica.
Mata Atlântica, na APA Capivari-Monos, São Paulo/SP.
(Divulgação/Pick-upau)
Pantanal, Fazenda em Coxim, Mato Grosso do Sul/MT
(Divulgação/Pick-upau)
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31
3.1 Mata Atlântica
Paul Colinvaux, em 1993, define bioma como ecossistema de grande área
geográfica da qual as plantas são de uma mesma formação e o clima define seus limites.
Desta forma a Mata Atlântica pode ser considerada como tal. Originalmente possuía
cerca de 1.400.000 km² e foi considerada a segunda maior floresta tropical do Brasil,
estendendo-se desde o Rio Grande do Norte até o Rio grande do Sul, um dos seus
exemplares mais conhecidos era o pau-brasil, que deu origem ao nome do país e hoje
restam apenas alguns exemplares.
Atualmente a mata possui apenas 7% do seu tamanho original, reflexo da
ocupação e exploração desordenada dos seus recursos naturais. Em algumas regiões o
caso é tão crítico que não há mais vestígios dela (COLINVAUX, 1993).
A situação atual da Mata Atlântica necessita de uma atuação urgente em prol da
sua defesa com ações integradas e coletivas e mobilização geral da população. Os estudos
indicam que devido ao seu alto grau de fragmentação este bioma pode desaparecer de
vez.
Grande parte da região litorânea do Brasil era coberta pela Mata Atlântica, e ela
ainda ia para o interior sendo contínua com a Floresta Amazônica. Em função do
desmatamento, principalmente a partir do século XX, encontra-se reduzida a apenas
fragmentos descontínuos, sendo uma das florestas mais ameaçadas do globo. (OLIVEIRA
et al, 2009) Os maiores fragmentos estão situados na Serra do Mar, entre o sul do RJ e o
norte o Paraná, totalizando dois milhões de hectares. No nordeste, os maiores
fragmentos se encontram no sul da Bahia, já no norte do Rio São Francisco estão os
menores remanescentes, a maioria dos fragmentos não ultrapassa 50 hectares,
totalizando 10.000ha.
A Mata Atlântica possui clima equatorial ao norte e quente temperado sempre
úmido ao sul, com temperaturas elevadas o ano todo. A serra constitui uma barreira de
contensão para os ventos que vem do mar, gerando alta pluviosidade nessa região, tem a
topografia bastante acidentada e no interior da mata a luz é reduzida, devido à densidade
da vegetação. Apesar de reduzida drasticamente do seu tamanho original e restar apenas
manchas de mata, a sua biodiversidade é uma das maiores do planeta, com níveis muito
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32
elevados de riquezas e endemismos (espécies que ocorrem exclusivamente na Mata
Atlântica), estando entre as cinco regiões com os maiores índices de biodiversidade e com
diversas espécies ameaçadas de extinção. Por possuir essas características tem a
necessidade de ter prioridade na sua conservação. (OLIVEIRA et al, 2009)
Nesse bioma destacam-se árvores imponentes que podem chegar a 40 metros de
altura e 4 metros de diâmetro, como é o caso Jequitibá-rosa. Outras espécies também se
destacam nesse cenário, como por exemplo, o Pinheiro-do-paraná, o Cedro, as Figueiras,
os Ipês, o Pau-brasil, entre muitas outras. Na Mata Atlântica ainda encontra-se as matas
de altitude, como é o caso da Serra do Mar com 1.100 metros e Itatiaia com 1.600metros,
a neblina nesses locais é constante.
A riqueza na diversidade faunística também impressiona, porém a maior parte dos
animais originários da Mata Atlântica está em risco de extinção. Como exemplo pode-se
citar os Micos-leões, a Lontra, a Onçapintada, o Tatu-canastra e a Arara-azulpequena. Também se pode encontrar
nessa região Gambás, Tamanduás,
Preguiças, Antas, Veados, Cotias, Quatis
etc.
Mata Atlântica exuberante: Cachoeira do Mirante, no
Parque Estadual de Intervales, em Ribeirão Grande/SP.
(Divulgação/Pick-upau)
Acredita-se que a grande biodiversidade seja causada pela diversidade ambiental
que esse bioma apresenta. Já que sua latitude varia em 27º, indo desde o nível do mar
até 2.700 metros, afetando na distribuição geográfica das espécies da flora e da fauna e a
sua longitude proporciona significativas diferenças entre as florestas do litoral e as mais
para o interior do continente. (OLIVEIRA et al, 2009). De acordo com Oliveira (2009)
alguns elementos da Mata Atlântica são muito antigos, datam cerca de três milhões de
anos (Plioceno), outros já são mais recentes, datam cerca de 10 mil a 20 mil anos
(transição Plioceno-Haloceno).
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33
Estudiosos acreditam que mudanças paleontológicas regionais causadas pelos
movimentos das placas tectônicas colaboraram para o a evolução das espécies
endêmicas. Calcula-se que das 20 mil espécies de plantas locais, seis mil são de ocorrência
restrita e para fauna há evidencias de que das 1.800 espécies de vertebrados, 390 são
restritas. Porém essas estimativas podem ser bem maiores, já que para alguns grupos
possuem uma enorme carência de informações (OLIVEIRA et al, 2009).
O bioma Mata Atlântica abrange várias formações vegetais, que se diferem em
virtude dos diferentes tipos de solo, clima e relevo. As formações são as seguintes:
(OLIVEIRA et al, 2009)
a) Manguezais: são formados pelo encontro da água do mar com a água dos rios,
produzindo uma característica água salobra, ocorrendo ao longo dos estuários.
As plantas para se adaptarem às condições locais tiveram que sofrer algumas
modificações, como folhas que possuem glândulas capazes de excretar o sal
em que é absorvido ao retirar os nutrientes necessários do solo encharcado de
água do mar; em algumas espécies de árvores as sementes germinam antes do
fruto se soltar da planta-mãe, a fim de garantir que o embrião esteja bem
desenvolvido ao cair, elas possuem raízes providas de poros que conseguem
capturar oxigênio diretamente do ar, pois o solo é pobre em oxigênio. A
vegetação local é bem característica, ocorrendo poucas espécies de árvores,
como exemplo pode-se citar: o Mangue-vermelho, o Mangue-branco, o
Mangue-preto e o Mangue-de-botão. Além das epífitas, como orquídeas,
samambaias, bromélias e liquens. Entre os exemplares da fauna pode-se citar:
Caranguejos, Ostras, Jacaré-do-papo-amarelo, alguns peixes, alguns mamíferos
a aves marinhas.
b) Restinga: em virtude da influência marinha e flúvio-marinha, as comunidades
vegetais são fisionomicamente distintas, sendo distribuídas em áreas com
grande diversidade ecológica e são classificadas como edáficas, já que
dependem mais da natureza do solo do que das condições climáticas. A
vegetação inicia-se junto às praias com gramíneas e vegetação rasteira. A
Ipomeia, o Pinheirinho-da-praia e o Carrapicho-da-praia são alguns exemplares
encontrados. À medida que a vegetação vai avançando para o interior e
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34
tomando as planícies costeiras e vai subindo dunas, ela toma diversos portes,
onde encontramos espécies arbustivas como o Araçá e as Pitangueiras e
arbóreas como as Canelas, a Mandioqueira, a Palmeira-juçara. Também se
encontram epífitas, trepadeiras e no chão as bromélias. Em locais de brejos há
uma densa vegetação aquática com exemplares como taboas e o Chapéu-decouro. O Guanandi e a Caxeta aparecem nas florestas mais alagadas. Em geral
a vegetação se caracteriza por folhas rígidas, caules resistentes e raízes com
forte poder de fixação em solos arenoso. A fauna se caracteriza por Cachorrodo-mato, Guaxinim e poucos felinos, representando os mamíferos; o
Caxinguelê representando os roedores; Surucucu, lagartos e calango,
representando os répteis além de algumas aves como os urubus e gaivotas que
se alimentam dos artrópodes ou de carniça. Já nas partes mais internas
aparecem os Beija-flores, Sabiá-da-praia e nas partes descampadas a
Corujinha-buraqueira.
c) Floresta Ombrófila Densa: é caracterizada por possuir árvores que ocorrem
em ambientes úmidos, sem épocas de secas, clima quente durante todo o ano,
solo raso, ácido e pobre em nutrientes, mata perenifólia com diversos
estratos. O dossel fechado ultrapassando 15 metros e algumas árvores
emergentes podem chegar até 40 metros de altura. Para se adequarem ao
clima intensamente chuvoso as árvores apresentam algumas adaptações como
folhas de superfície lisa e ápice em forma de goteira para escoamento da água.
Samambaias, bromélias e palmeiras compõem a vegetação arbustiva. Essa
floresta se sobressai pela quantidade de epífitas como as bromélias e as lianas.
Destacam-se entre as árvores de grande porte o Jequitibá, o Cedro, as Canelas,
o Jatobá e o Embiruçu. Indo mais para o interior da floresta encontra-se a
Palmeira-juçara, o Cambucá, a Murta, entre outras. Nas partes mais abertas
pode-se observar o Pau-jacaré, a Urucuarana e as Pororocas. Importantíssimos
polinizadores e dispersores de sementes são os animais para essa floresta.
Podem-se destacar para essa função os macacos, as onças, as cutias, as pacas
e uma centena de morcegos. Alguns animais naturais dessa mata estão em
perigo de extinção, como é o caso do Mono-carvoeiro, da Onça-pintada,
algumas rãs e pererecas.
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d) Floresta Ombrófila Mista: combinando-se com o Pinheiro-do-paraná, a Mata
Atlântica dá origem à Floresta Pluvial de Araucária e pode ser observada nas
serras de Paranapiacaba, Mantiqueira e Bocaina. No andar superior
encontramos o Pinheiro-do-paraná, mas abaixo observa-se as Canelas e
Imbuias e mais abaixo ainda, no chamado no sub-bosque encontra-se a
jabuticaba, goiaba, pitanga, araçá, jambo, samambaias, entre outros.
Comumente encontram-se esquilos se alimentando dos frutos das araucárias.
Além da possibilidade de avistar o Corocoxó e o Pica-pau-dourado que são
restritas dessa área e a serpente Muçurana.
e) Floresta Estacional: indo em direção ao interior, a precipitação diminui, o
clima passa a ter uma sazonalidade definida, com o verão chuvoso e inverno
seco, e é nesse cenário que se desenvolve a floresta estacional decidual e
semidecidual. Em virtude do inverno seco, com redução na água disponível e
queda da temperatura, algumas espécies de plantas perdem parte de suas
folhas (semidecíduas) ou todas (decíduas) para reduzir o ritmo de
desenvolvimento e conseqüente redução no consumo de água. A floresta é
bem diversificada, com árvores que chegam a 25 e 30 metros até epífitas e
samambaias em locais mais úmidos. É considerada uma transição entre a
Floresta Ombrófila Densa e o Cerrado. É nesse ambiente que se encontram
árvores de madeira nobre como o Cedro, a Peroba, o Jatobá, entre outras. A
Anta, o Porco-do-mato, diversos roedores e répteis são os animais mais
encontrados. O Mico-leão-preto que está ameaçado de extinção e é registrado
apenas em algumas reservas.
f) Campos de Altitude: são ecossistemas que ocorrem acima de 900 metros, nas
cadeias de montanhas das serras do Mar, da Mantiqueira e da Bocaina
(RIZZINI, 1997). Suas principais características são: baixas temperaturas no
inverno, ventos constantes e frios, solos rasos e pobres em nutrientes e rochas
expostas. Essas características favorecem o aparecimento de gramíneas,
árvores tortas e muitos liquens. Geralmente as folhas são pequenas e
coriáceas e para um melhor aproveitamento da água e de nutrientes, os
órgãos internos são mais espessos. Predominantemente encontram-se
herbáceas e arbustivas como gramíneas, alecrim e mimosa e esparsamente
ocorrem as arbustivas. Abutres, Corujas-do-mato e as Siriemas são os animais
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36
mais encontrados dentre as aves. Já entre os mamíferos, encontramos o
Cachorro-do-mato, o Quati, o Guará e a Paca. Há um alto grau de
biodiversidade e endemismo, e isso se deve ao fato do isolamento geográfico.
Além de todos os prejuízos que a devastação da Mata Atlântica causa para a fauna
e flora, também traz graves conseqüências para cerca de 120 milhões de pessoas que
vivem em seu domínio, já que é a mata que regula o fluxo dos mananciais (ciclo da água),
protege as nascentes dos rios, regula o clima, a temperatura, as chuvas, gera fertilidade
do solo e protege contra a erosão as encostas de morros.
A fim de regulamentar a proteção e o uso sustentável da floresta, foram criadas
várias leis, como por exemplo, a Lei nº 11.428 de 22 de dezembro de 2006 que fala sobre
a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. A preservação do
bioma Mata Atlântica depende da mobilização de todos os segmentos da população na
sua conservação e recuperação, além de estudos sobre sua biodiversidade e definição de
políticas de incentivo ou pagamento por serviços ambientais.
3.2 Hot spots
Norman Myers, ecólogo inglês, no ano de 1988 ao perceber que a biodiversidade
não estava igualmente distribuída pelo planeta e observando que algumas áreas
possuíam altos níveis de biodiversidade e estavam sendo ameaçados no mais alto grau,
percebeu a urgência em se instituir áreas prioritárias para preservação e conservação.
Tais áreas são nomeadas como “hotspots”, e a sua principal função é fazer com que os
projetos de recuperação e preservação estejam voltados para essas áreas.
Esse novo conceito veio com o intuito de auxiliar os conservacionistas a distinguir
as áreas prioritárias para a preservação, direcionando estrategicamente as pesquisas para
esses locais (GALINDO-LEAL, 2005). Em linhas gerais, “hotspots” são pontos quentes que
abrigam um grande número de diversidade biológica e necessariamente possuem um alto
grau de endemismo. Estão sujeitas a grande pressão do homem, sendo consideradas as
áreas mais devastadas do planeta. O endemismo é extremamente relevante, já que
espécies restritas estão mais vulneráveis à extinção (MITTERMEIER, 1999; GALINDO-LEAL,
2005).
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37
É necessário que se avalie o grau de endemismo da região, a fim de compreender
a distribuição das espécies no local e finalmente tentar retardar o processo de extinção
das espécies no mundo. Estudiosos acreditam que a melhor forma de fazer isso é
utilizando plantas vasculares e animais vertebrados, pois são os que possuem o maior
número de informações (MITTERMEIER, 1999).
Para ser considerado um “hotspot”, a área deve possuir cerca de 1.500 espécies
endêmicas e ter pelo menos ¾ da sua vegetação original devastada (PRIMACK e
RODRIGUES, 2001).
De acordo com a Conservação Internacional Brasil, em fevereiro de 2005, depois
de muitos estudos, foram identificados 34 “hotspots” de biodiversidade mundiais. Esses
pontos abrigam 75% dos mamíferos, aves e anfíbios mais ameaçados do planeta, 50% das
plantas e 42% dos vertebrados já registrados, porém se somadas todas as áreas, não
ultrapassa 2,3% de toda superfície do planeta.
Como exemplos de “hotspots”, podemos citar no Brasil o Cerrado e a Mata
Atlântica, que vem sofrendo constantes devastações por conta do desordenado
crescimento populacional e aumento da industrialização que geram alto grau de
destruição das paisagens originais para substituí-las por agricultura, pastos, residências,
entre outras coisas (PRIMACK e RODRIGUES, 2001).
Essas áreas necessitam de uma análise constante e da realização de inventários de
biodiversidade, pois podem sofrer alterações com o passar dos tempos, em virtude das
ameaças e impactos que vem sofrendo, sendo assim alguns lugares podem ser tornar
cada
vez
mais
ameaçados
enquanto
que
outros
podem
acabar se recuperando
por completo (PRIMACK
e RODRIGUES, 2001).
Hotsite (www.biodiversityhotspots.org) da
Conservation International sobre hotspots espalhados
pelo planeta. (Reprodução/CI)
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4. Importância da pesquisa científica
O Senso comum, também chamado de conhecimento espontâneo, ou
conhecimento vulgar é a primeira compreensão do mundo resultante das experiências e a
transmissão da informação em um grupo social. Por outro lado, o conhecimento científico
é sistematizado e validado por experimentos e métodos de verificação das hipóteses,
onde os resultados e conclusões podem ser sempre examinados ou confirmados por
outras pessoas.
Apesar de serem estruturados de forma distinta, o senso comum e a ciência
partem do mesmo princípio: a necessidade do homem de compreender o mundo e a si
mesmo e prever o futuro. Mas somente pela ciência, é possível documentar a
biodiversidade e planejar estratégias e políticas para a sua conservação de forma
adequada.
4.1 Novos conhecimentos
Conservar a biodiversidade significa manter condições favoráveis à vida humana
na Terra e a pesquisa científica é fundamental para o monitoramento e o
desenvolvimento de novas tecnologias favoráveis à conservação da biodiversidade. O
estudo científico da biodiversidade requer duas estratégias: uma horizontal, quando
existe o esforço de se coletar, descrever, classificar e registrar o maior número possível de
membros dos diferentes grupos e outra considerada vertical, pois deve representar o
ecossistema, seu meio físico, econômico e social.
A partir do conhecimento acumulado sobre a biodiversidade de flora em um
determinado local, é possível se discutir políticas públicas que auxiliam em ações diretas
de preservação e conservação. Por exemplo, os resultados de pesquisas permitem o
planejamento da revegetação e recuperação de solos em áreas degradadas, a elaboração
de diagnósticos relativos à vegetação nativa ou até mesmo sobre a qualidade de corpos
d'água e o licenciamento ambiental de novos empreendimentos.
Na aquisição destes novos conhecimentos é imprescindível estabelecer parcerias
com as populações que vivem na região estudada, pois estas são conhecedoras da
biodiversidade local, o que facilita a pesquisa científica.
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4.2 Registros de conhecimentos de populações
tradicionais - etnobiologia
A comunidade indígena tem uma participação essencial nos processos de coleta e
registro dos dados de flora da APA Capivari-Monos e da Terra Indígena Guarani Tenonde
Porã. É objetivo de o Projeto Darwin relatar a denominação na língua guarani das
espécies documentadas. Este conhecimento tradicional também deve ser utilizado para
assegurar a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável na região. Dentre as áreas
mais promissoras do conhecimento está a etnobiologia
Etnobiologia é o estudo científico interdisciplinar da dinâmica de relecionamentos
entre pessoas e seus grupos culturais e o meio ambiente, desde o passado distante até o
presente imediato (ALVES, 2003)
De acordo com Darrel Addison Posey (antropólogo inglês), a etnobiologia é
basicamente o estudo do papel da natureza no sistema de crenças e de adaptações do
homem a determinados ambientes, além de valorizar e catalogar o saber acumulado
pelas populações tradicionais. Dessa forma, a etnobilogia produz argumentos
importantes para a preservação destes povos e de seus habitats para a criação de
políticas sociais e ecologicamente mais justas.
A etnobiologia é amplamante utilizada no auxílio do ensino de ciências,
contribuindo para que os professores investiguem e compreendam quais os
conhecimentos culturais acerca da natureza e seus elementos os estudantes trazem
consigo para as salas de aula (BAPTISTA, 2007).
Ela desenvolve estudos, por exemplo, sobre as espécies de animais que alcançam
algum significado social, religioso e simbólico para uma comunidade e trabalha a partir de
dados qualitativos para detectar os significados de cada percepção pessoal a respeito das
relações biológicas e ecológicas (BAPTISTA, 2007).
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O conhecimento de uma comunidade pode
servir de base para estruturação de modelos
conservacionistas de trabalhos a favor do meio
ambiente e ampliar o respeito aos conhecimentos e
à cultura, permitindo uma positiva dimensão sobre
as atitudes dos indivíduos a ela pertencentes e o
uso de seus comportamentos como referencial
para novas estratégias de conservação.
Os recursos naturais necessitam de um
eficaz programa de conservação, pois sofrem
grande risco de destruição pelas atividades do
homem. Este risco se estende também as
comunidades humanas e os seus conhecimentos
sobre o ambiente (BAPTISTA, 2007).
A fim de evitar que essa destruição ocorra, a
etnobiologia tem se mostrado bastante eficaz,
permitindo o estudo da interação entre as pessoas
Indígena da Aldeia Guarani Tenonde Porã, faz coleta durante
expedição na APA Capivari-Monos. (Divulgação/Pick-upau)
e os recursos naturais em determinados contextos.
Como exemplo, podemos citar o estudo das
interações entre as pessoas e as plantas, revelando
a grande importância dos recursos naturais para a sobrevivência de populações
tradicionais.
O conjunto formado pelas informações oriundas das pesquisas e do saber popular
permite que sejam criadas ações de monitoramento efetivas para impedir a escassez dos
recursos. Quando devidamente analisado, o saber popular também pode indicar futuras
fontes de pesquisa e indicar relações entre os organismos até então desconhecidas
(BAPTISTA, 2007).
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As comunidades tradicionais podem colaborar com diversas informações e podem
auxiliar na elaboração de inventários de espécies, listando, através de nomes populares,
as que ocorrem em dada região. Outras informações também podem ser agregadas ao
estudo como a dieta das espécies animais, seu habitat, espécies usadas na medicina
caseira ou ainda informações de lendas e crenças.
Por fim, os programas de conservação da natureza devem considerar e permitir a
sobrevivência e a permanência destas populações locais em seu ambiente, encorajando
atividades costumeiras que possam servir como alternativas econômicas, e levando em
conta o conhecimento local sobre os ambientes e as espécies conhecidas e utilizadas. É
necessário que tais programas considerem também as rápidas mudanças sócioeconômicas pelas quais passam a maioria das comunidades locais. O resgate do
conhecimento local representa apenas um início na busca de alternativas para a melhoria
da qualidade de vida e para a continuidade dessas comunidades (ALVES, 2003).
Dentro da etnobiologia o Projeto Darwin pretende colaborar no aumento do
conhecimento sobre a etnobotânica. A identificação das espécies vegetais por uma
população étnica e culturalmente diferenciada contribui tanto para as futuras questões
de uso e manejo dos recursos vegetais, quanto à perpetuação deste conhecimento para
as gerações futuras deste grupo, e desta forma possibilitando o resgate do conhecimento
tradicional e a preservação dos atributos da APA Capivari-Monos.
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III. Impacto Ambiental
Desde os primórdios o homem
vem transformando a natureza e durante
muitos séculos ele foi dependente a ela.
Enquanto ele era caçador e coletor, sua ação sobre o
meio ambiente restringia-se a caçar
alguns animais e colher vegetais para
seu consumo, interferindo nas cadeias
alimentares sem grandes prejuízos.
Porém com a descoberta da utilização do fogo foi, permitindo que
ele se aquecesse nos dias mais frios e cozinhasse seus alimentos, o
impacto sobre o meio ambiente estava crescendo.
Porém com o passar do tempo, alguns grupos humanos descobriram como
cultivar alimento e criar animais então o impacto sobre a natureza começou a aumentar
gradativamente, devido à derrubada das florestas em alguns lugares para permitir a
prática da agricultura e pecuária. Além disso, a madeira era utilizada para a confecção de
casas mais confortáveis e para a obtenção de lenha.
Foi nesse momento que alguns impactos começaram a se fazer notar: alterações
em algumas cadeias alimentares, como resultado da extinção de espécies animais e
vegetais; erosão do solo, como resultado de práticas agrícolas impróprias; poluição do
solo e da água, em pontos localizados, por excesso de matéria orgânica.
Assim, o limiar entre o homem dependente da natureza é marcado, pela
Revolução Industrial. Os impactos ambientais passaram a crescer em ritmo acelerado,
chegando a provocar desequilíbrio não mais localizado, mas em escala global.
Os ecossistemas têm a incrível capacidade de regeneração e recuperação contra
eventuais impactos descontínuos ou localizados, muitos dos quais provocados pela
própria natureza, mas a agressão contínua causada pelo homem não dá chance e nem
tempo para a regeneração do meio ambiente.
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O impacto ambiental deve ser entendido como um desequilíbrio provocado por
um choque, um "trauma ecológico", resultante da ação do homem sobre o meio
ambiente. No entanto, pode ser resultado de acidentes naturais: a explosão de um
vulcão, o choque de um meteoro, um raio, etc. Mas devemos dar cada vez mais atenção
aos impactos causados pela ação do homem (SPADOTTO, 2002).
Os principais impactos causados pelo homem e suas conseqüências são os
seguintes:
a. Desmatamento de florestas
A primeira conseqüência do desmatamento é a destruição da biodiversidade,
como resultado da diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies vegetais e
animais. As comunidades nativas também estão sofrendo um processo de genocídio e
etnocídio que tem levado à perda de seu patrimônio cultural, dificultando, portanto, o
acesso aos seus conhecimentos.
Além desses impactos, há também um perigoso impacto em escala global, como o
aumento das temperaturas, a diminuição das chuvas. A queima das florestas, seja em
incêndios criminosos, seja na forma de lenha ou carvão vegetal para vários fins, tem
colaborado para aumentar a concentração de gás carbônico na atmosfera. É importante
lembrar que esse gás é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa.
Área de desmatamento na Amazônia.
(Reprodução/Agência Brasil)
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b. Poluição com agrotóxicos
A padronização dos cultivos, ou seja, o plantio de uma única espécie em grandes
extensões de terra tem causado desequilíbrios nas cadeias alimentares preexistentes,
favorecendo a proliferação de vários insetos, que se tornaram verdadeiras pragas com o
desaparecimento de seus predadores naturais: pássaros, aranhas, cobras etc. Por outro
lado, a maciça utilização de agrotóxicos, na tentativa de controlar tais insetos, tem
levado, por seleção natural, à proliferação de linhagens resistentes, forçando a aplicação
de inseticidas cada vez mais potentes. Isso, além de causar doenças nas pessoas que
manipulam e aplicam esses venenos e naquelas que consomem os alimentos
contaminados, tem agravado a poluição dos solos.
c. Erosão
A erosão do solo, principalmente na zona tropical do planeta, se deve ao fato dele
ser revolvido antes do cultivo desagrega-o, facilitando o carregamento dos minerais pela
água das chuvas. A perda de milhares de toneladas de solo agricultável todos os anos, em
conseqüência da erosão, é um dos mais graves problemas enfrentados pela economia
agrícola. O processo natural de formação de novos solos é extremamente lento, daí a
gravidade do problema. Toda atividade agrícola favorece o processo erosivo, mas
algumas culturas facilitam-no mais que outras.
d. O efeito estufa
O efeito estufa, de que tanto se fala ultimamente, resulta de um desequilíbrio na
composição atmosférica, provocado pela crescente elevação da concentração de certos
gases que têm capacidade de absorver calor, como é o caso do metano e principalmente
do dióxido de carbono (CO2). Essa elevação dos níveis de dióxido de carbono na
atmosfera se deve à crescente queima de combustíveis fósseis e das florestas, desde a
Revolução Industrial.
O homem também é parte integrante do meio em que vive. Ele também é
componente da frágil cadeia que sustenta a vida no planeta, embora não sendo mais
dependente, continua precisando dela para a sua sobrevivência e para a sobrevivência de
milhares de espécies dos diversos ecossistemas. Daí a necessidade de se rediscutir o
modelo de desenvolvimento, o padrão de consumo, a desigual distribuição de riqueza e o
padrão tecnológico existentes no mundo atual.
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1. A biologia da conservação
A biologia da conservação é um campo da ciência que vem ganhando cada
vez mais adeptos. Foram propostos três princípios básicos para nortear suas ações
(PRIMACK e RODRIGUES, 2001):
• A evolução é o único mecanismo capaz de explicar os padrões de
biodiversidade, e as respostas aos problemas de conservação devem se gerar
dentro do marco evolutivo;
 Os processos ecológicos são dinâmicos e não se mantêm em equilíbrio
(ao menos não indefinidamente), estando submetidos à regulação de processos
externos variáveis;
 Os seres humanos são parte dos sistemas ecológicos e as atividades
humanas devem contemplar o planejamento da conservação biológica.
Como desafios do planejamento do desenvolvimento e da preservação dos
recursos naturais ficam as seguintes conclusões (PRIMACK e RODRIGUES, 2001):
a. A sobre exploração acarreta na redução dos efetivos populacionais;
b. A ocupação do espaço físico pelos seres humanos produz a perda e a
fragmentação dos habitats das espécies;
c. A introdução de espécies invasoras (como por exemplo, aquelas de
interesse econômico) que competem com as nativas modificam as
populações e/ ou os habitats;
d. Existem efeitos sinérgicos pelos quais a extinção de uma espécie
produz extinções em corrente de outras que dela dependem.
2. Unidades de Conservação
Uma das formas mais reconhecidas e utilizadas para garantir a proteção dessas
espécies e de ecossistemas são as chamadas Unidades de Conservação (UC) – parques
nacionais, reservas biológicas e extrativistas, áreas de proteção ambiental, entre outras.
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Durante a Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica, adotada pela
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – CNUMAD
(Rio-92) o documento assinado por 175 países, referenda que um sistema adequado de
unidades de conservação é considerado o pilar central para o desenvolvimento de
estratégias nacionais de preservação da diversidade biológica.
O estabelecimento de parques e reservas no Brasil pode ser considerado um
fenômeno ainda recente, sendo que a maioria foi criada nos últimos 30 anos. De acordo
com o Art. 2º, I - Lei Federal 9.985/2000, Unidade de Conservação é um espaço territorial
e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais
relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e
limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias
adequadas de proteção.
Elas contribuem para a manutenção das culturas tradicionais aliadas à proteção da
natureza, além de dar a condição básica para a conservação e perpetuação da diversidade
biológica. Tem sido observado que a concepção e a manutenção das Unidades de
Conservação compõem um dos mais eficazes instrumentos de planejamento territorial e
auxilia na implantação de políticas destinadas à proteção do meio ambiente. (OLIVEIRA et
al, 2009)
Em geral, para se definir uma área a ser protegida, é necessário observar suas
características naturais e estabelecer os principais objetivos de conservação e o grau de
restrição à intervenção antrópica. Esta área será, então, denominada segundo uma das
categorias de Unidade de Conservação previstas por lei.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) foi instituído no Brasil em
2000 pela Lei nº. 9.985, que estabelece critérios e normas para a criação, implantação e
gestão das Unidades de Conservação no País. O SNUC divide as Unidades de Conservação
em dois grupos:
 Unidades de conservação de Proteção Integral  visam preservar a natureza
em áreas com pouca ou nenhuma ação antrópica, onde só se admite a utilização indireta
de recursos naturais. São subdivididas em cinco categorias: Estação Ecológica, Reserva
Biológica, Parque Nacional e Estadual, Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre.
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 Unidades de Conservação de Uso sustentável  aliam a conservação da
natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais, com exploração do
ambiente que garanta a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos
ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma
socialmente justa e economicamente viável. Em algumas categorias os objetivos se
ampliam ao valorizar e respeitar os meios de vida e a cultura de populações tradicionais.
São subdividas em sete categorias: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante
Interesse Ecológico, Floresta Nacional e Estadual, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna,
Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.
O SNUC também prevê que estados e municípios criem os seus sistemas de
unidades de conservação e, dessa forma contribuam para o cumprimento das metas e
objetivos relativos à proteção da diversidade biológica nos níveis local, regional, nacional
e internacional (OLIVEIRA et al, 2009).
As UCs influenciam muito além de suas fronteiras, cooperando para a organização
do espaço territorial em seu entorno imediato e favorecendo o desenvolvimento de
processos econômicos sustentáveis. (OLIVEIRA et al, 2009).
Parque Estadual da Ilha Anchieta, uma Unidade de
Conservação de São Paulo. (Divulgação/Agência Brasil)
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IV - Anexos
Na primeira imagem / Anexo A – Mapas das Áreas de Coleta.
Na segunda imagem de satélite a Terra Indígena Tenonde
Porã (Reprodução/Google)
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V - Glossário
Ação antrópica: efeitos, processos, objetos ou materiais derivados de atividades
humanas, em oposição a aqueles que ocorrem em ambientes naturais sem influência
humana.
Anatomia: é o ramo da biologia no qual se estudam a estrutura e a organização e funções
vitais (respiração, digestão, circulação sanguínea, mecanismos de defesa, etc) dos seres
vivos, tanto externa quanto internamente.
Antropólogo: é o profissional que pesquisa, estuda e discute o “homem”, suas
interferências na sociedade e no meio.
Arqueólogo: é o profissional especializado em pesquisar e estudar antigas civilizações
através de resquícios rochosos reconhecidos como monumentos históricos não escritos.
Os arqueólogos são reconhecidos como cientistas que se baseiam em pedaços de
cerâmica, obras de artes, fóssil e variados objetos antigos para fundamentar teorias a
respeito de civilizações extintas.
Árvore genealógica: é um histórico de certa parte dos ancestrais de uma pessoa ou
família. Mais especificamente, trata-se de uma representação gráfica para mostrar as
conexões familiares entre indivíduos, trazendo seus nomes e, algumas vezes, datas e
lugares de nascimento, casamento, fotos e falecimento.
Assoreamento: é a obstrução, por sedimentos, areia ou detritos de um rio, ou canal,
causando redução da correnteza e da profundidade gerando possíveis transbordamentos
e morte do rio.
Biomas: é um conjunto de diferentes ecossistemas, que possuem certo nível de
igualdade. São as populações de organismos da fauna e da flora interagindo entre si e
também com o ambiente físico.
Biotas: é o conjunto de seres vivos de um ecossistema, incluindo a todos os grupos
organismos.
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Biotecnologia: é tecnologia baseada na biologia, especialmente quando usada na
agricultura, ciência dos alimentos e medicina, usando organismos vivos ou parte deles,
para a produção de bens e serviços.
Botânico: é o profissional apto a desempenhar pesquisas científicas envolvendo plantas
em diversas áreas.
Combustíveis fósseis: os combustíveis fósseis são substâncias de origem mineral,
formados pelos compostos de carbono, originados pela decomposição de materiais
orgânicos, durante milhões de anos, por isso são considerados recursos naturais não
renováveis. A queima destes combustíveis é usada para gerar energia e movimentar
motores de máquinas, veículos e até mesmo gerar energia elétrica, gerando altos índices
de poluição atmosférica.
Cópula: é o ato de união de um indivíduo macho e uma fêmea de uma dada espécie
animal com a finalidade de possibilitar a geração de novos descendentes (fecundação).
Desenvolvimento sustentável: é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da
geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Diversificação gênica: a progressiva diferenciação do conjunto gênico de subpopulações
isoladas. A diversificação gênica é provocada por dois fatores: pelas mutações, que
introduzem alelos diferentes em cada uma das subpopulações isoladas e pela seleção
natural, que pode preservar conjuntos de genes em uma das subpopulações e eliminar
conjuntos similares em outra que vive em ambiente diverso.
Dossel: o andar superior das florestas, que ao que tudo indica guarda as maiores
biodiversidades do planeta, contendo, segundo estimativas, até 65% das formas de vida
das florestas tropicais, onde atinge de 30 a 60 m de altura.
DNA: substância química envolvida na transmissão de caracteres hereditários e na
produção de proteínas compostos que é o principal constituinte dos seres vivos, são
encontrados em todas as células do organismo.
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Dunas: é uma montanha de areia criada a partir de processos relacionados ao vento.
Dunas descobertas são sujeitas à movimentação e mudanças de tamanho, ou seja, dunas
são montes de areia formadas pelo vento e pelo mar. Quando o vento sopra, leva a areia
e com o tempo viram dunas. Dunas não precisam ser necessariamente grandes, muitas
delas são bem pequenas.
Ecólogo: é o profissional dedicado ao estudo da ecologia, ou seja, da ciência que analisa a
relação dos seres vivos entre si e com o meio ambiente em que vivem.
Edáficas: é o conjunto de organismos que vivem dependendo diretamente e
exclusivamente do solo.
Endemismo: grupos taxonomicos que se desenvolveram numa região restrita. Em geral o
endemismo é resultado da separação de espécies, que passam a se reproduzir em regiões
diferentes, dando origem a espécies com formas diferentes de evolução.
Entomologista: é o profissional que estuda os insetos sob todos os seus aspectos e
relações com o homem, as plantas, os animais e o ambiente.
Epífitas: são plantas que vivem sobre outras plantas. São espécies de plantas não
enraizam no solo, elas se fixam na casca de árvores, a presença de epífitas não causa
nenhum prejuízo a planta hospedeira. O epifitismo é algo comum nas florestas tropicais,
onde a competição por luz e espaço não permite que plantas herbáceas prosperem sobre
o solo.
Estuário: é a parte de um rio que se encontra em contato com o mar. Por esta razão, um
estuário sofre a influência das marés e possui tipicamente água salobra. Um estuário é
uma região semi-fechada do oceano influenciada pelas descargas de água doce de terra,
quer seja um ou mais rios, ou apenas da drenagem do continente.
Excreção: é o processo através do qual são eliminadas substâncias nocivas, inúteis ou em
excesso no organismo. Como exemplo, podemos citar plantas que vivem em mangues,
onde a água é ligeiramente salgada, para não causar nenhum dano a ela, a planta elimina
o excesso de sal absorvido.
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Fauna: é o termo coletivo para a vida animal de uma determinada região ou período de
tempo.
Fisiológicos: termo relacionado às funções mecânicas, físicas e bioquímicas nos seres
vivos, ou seja, o funcionamento interno do organismo.
Folha coriácea: diz-se que uma folha é coreácea quando a sua textura é semelhante a
couro e se quebra facilmente.
Fotossíntese: é o processo através do qual as plantas, transformam energia luminosa em
energia química utilizada no seu metabolismo e liberando oxigênio gasoso (O2). A
fotossíntese inicia a maior parte das cadeias alimentares na Terra. A fotossíntese também
desempenha outro importante papel na natureza: a purificação do ar, pois retira o gás
carbônico liberado na nossa respiração ou na queima de combustíveis, e ao final, libera
oxigênio para a atmosfera.
Flora: é o conjunto de plantas características de uma região.
Flúviomarinha: referente a locais que recebem influência tanto do mar quanto de rios.
Fuligem: são partículas provenientes dos escapamentos de automóveis e máquinas e
queimadas florestais. A fuligem é responsável por um terço do aquecimento global.
Genes: é a unidade fundamental da hereditariedade. É nele que contêm a informação
genética de cada indivíduo, ou seja, suas características, como por exemplo, cor dos olhos
que poderá ser passada para seus descendentes.
Geólogo: é o profissional que estuda a estrutura e os processos que formaram a Terra,
sua evolução ao longo do tempo e os aspectos práticos da aplicação desses
conhecimentos para o bem comum.
Geológico: relacionado ao que estuda a Terra, sua composição, estrutura, propriedades
físicas, história e os processos que lhe dão forma.
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Habitat: é um conceito usado em ecologia que inclui o espaço físico e os fatores abióticos
que condicionam um ecossistema e por essa via determinam a distribuição das
populações de determinada comunidade. Normalmente usado em referência a uma ou
mais espécies, no sentido de estabelecer os locais e as condições ambientais onde o
estabelecimento de populações desses organismos é viável.
Hereditárias: termo relacionado a características que podem ser passadas para os
descendentes, através do material genético.
Interdisciplinar: é a integração de dois ou mais componentes curriculares na construção
do conhecimento. Visa conciliar os conceitos pertencentes às diversas áreas do
conhecimento a fim de promover avanços como a produção novas áreas.
Isolamento geográfico: é a separação física de subpopulações de uma espécie. As
barreiras que isolam as subpopulações podem ser o rio que corta uma planície, um vale
que divida dois planaltos ou um braço de mar que separe ilhas e continentes.
Isolamento reprodutivo: resulta da incapacidade, total ou parcial, de membros de duas
subpopulações se cruzarem, produzindo descendência fértil. Em geral, depois de um
longo período de isolamento geográfico, as subpopulações se diferenciam tanto que
perdem a capacidade de cruzamento entre si, tornando-se reprodutivamente isoladas.
Líquen: são seres vivos muito simples que constituem uma relação entre um fungo e uma
alga. Os líquens desenvolvem-se como lâminas ou placas de várias cores na superfície de
árvores ou de pedras, expostas à umidade e ao sol. São geralmente estudados pelos
botânicos, apesar de não serem verdadeiras plantas.
Mananciais: são as fontes de água, superficiais ou subterrâneas, utilizadas para
abastecimento humano e manutenção de atividades econômicas. As áreas de mananciais
compreendem as porções do território percorridas e drenadas pelos cursos d´água, desde
as nascentes até os rios e represas.
Morfológico: conceito relacionado ao estudo da forma dos seres vivos, ou de parte dele.
É uma ferramenta fundamental para a identificação e classificação das espécies.
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Naturalista: O termo refere-se ao indivíduo estudioso das ciências naturais notadamente plantas, animais, rochas, entre outras coisas.
Organismos microscópicos: são organismos que não podem ser vistos a olho nu, é
necessário observá-los com o auxílio de um microscópio.
Paleontológico: termo relacionado a ciência natural que estuda a vida do passado da
Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos de
integração da informação biológica no registo geológico, isto é, a formação dos fósseis.
Pântano: é uma área plana de abundante vegetação herbácea e/ou arbustiva, que
permanece grande parte do tempo inundada, há a formação do pântano, cujo
ecossistema é único e diverso. O surgimento dos pântanos geralmente ocorre em áreas
onde o escoamento das águas se torna lento, assim o entulho ocasionado pela massa
orgânica além de se decompor, ocasiona mais represamento da vazão da bacia
hidrográfica.
Perenidade: caráter do que dura sempre ou muito tempo.
Perenifólia: é um atributo da folhagem das plantas que mantêm as suas folhas durante
todo o ano. A maioria das plantas das zonas tropicais são de folha persistente.
Plantas vasculares: são as plantas com tecidos especializados para o transporte de água e
seiva que alimentam as suas células.
Pluviosidade: é a quantidade de chuva caída em certo lugar durante período
determinado, ou seja, o estado chuvoso de um lugar.
Populações interdependentes: são populações diferentes que habitam o mesmo local
dependem umas das outras, formando as comunidades.
Polinizadores: todos os fatores bióticos responsáveis pela transferência de pólen (célula
reprodutora masculina) de uma flor para outra. Animais polinizadores comuns são
abelhas, borboletas, mariposas, besouros, beija-flores e outros pássaros, todos na maior
parte das vezes atraídos por algum recurso nutriticional disponível pelas flores.
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Progenitores: os dois seres que deram origem a um ou vários descendentes através dum
processo reprodutivo. Em geral, esses dois progenitores são o macho e a fêmea. No caso
das plantas, os progenitores são a planta que suporta o óvulo fecundado.
Sazonalidade: é uma determinada característica ou um evento que ocorre sempre em
certa época do ano. Por exemplo, a produção de milho ocorre sempre na época da seca, é
um produto sazonal. Esse evento ou característica varia em determinado período do ano.
Exemplo: as praias se tornam mais cheias no verão do que no inverno.
Taxidermia: é a arte de montar ou reproduzir animais para exibição ou estudo. É a técnica
de preservação da forma da pele, planos e tamanho dos animais. É usada para a criação
de coleção científica ou para fins de exposição, vem como uma importante ferramenta
nesse processo conservacionistas, trazendo também uma alternativa de lazer e cultura
para a sociedade e como principal objetivo, o resgate de espécimes descartados,
reconstituindo suas características físicas e, às vezes, simulando seu habitat, o mais
fielmente possível para que possam ser usados como ferramentas para educação
ambiental ou como material didático.
Variabilidade genética: mede a tendência dos diferentes um mesmo gene variar entre si,
numa dada população. A capacidade de uma população para se adaptar a um ambiente
em mudança depende da variabilidade genética.
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Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas. 2002. [online] Disponível:
http://www.cnpma.embrapa.br/herbicidas/ [Acessado em dd/mm/aaaa].
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STRATHERN, P. Darwin e a Evolução em 90 minutos. Maria Helena Geordane (trad.). Rio
de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2001.
Referências da Internet:
http://www.pick-upau.org.br
Outros sites recomendados:
http://www.ufmg.br
http://educar.sc.usp.br
http://www.aliancamataatlantica.org.br
http://www.ibama.gov.br
http://www.ibge.gov.br
http://www.mma.gov.br
http://www.socioambiental.org/uc
http://www.etnobiologia.org/sbee/home/index.php
http://www.wwf.org.br
http://darwin-online.org.uk
http://www.usp.br/nupaub
http://www.cdcc.sc.usp.br
http://www.brasil.gov.br
http://www.ci.org.br
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PROJETO DARWIN
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para comunidades tradicionais
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Ficha Técnica
Coordenação Geral do Projeto Darwin: J. Andrade
Coordenação Técnica: Dra. Profa. Heloisa Candia Hollnagel
Biólogas: Gabriela Picolo e Karina Spaolonzi
Equipe Indígena: Karai Tataendy, Elicio Peralta e Dionísio Mirim
Presidência da Agência Ambiental Pick-upau: Andrea Nascimento
Texto: Redação da Agência Ambiental Pick-upau (MTB: 35.491)
Fotos: Arquivo da Agência Ambiental Pick-upau
Revisão: Redação da Agência Ambiental Pick-upau
Criação Gráfica e Editoração: Morphina design
Realização
Agência Ambiental Pick-upau
Financiamento
Fundo Especial para o Meio Ambiente – FEMA
Secretaria do Verde e Meio Ambiente – SVMA
Prefeitura do Município de São Paulo – PMSP
Parceria
Instituto de Botânica de São Paulo – IBot
Terra Indígena Guarani Mbya Tenonde Porã
Apoio
Carioba Investimentos
Instituto Floresta de São Paulo – IF
Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo – SMA/SP
Apoio Institucional
APA Capivari-Monos
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Saiba Mais
Sobre o Projeto Darwin
O Projeto Darwin tem como principais características conhecer e divulgar os atributos
naturais e culturais dos Biomas Brasileiros, com ênfase na Floresta Atlântica Tropical,
incluindo áreas particulares, Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Além dos
inventários biológicos das espécies predominantes da fauna e da flora (pesquisa), há o
compromisso de sensibilizar o maior número de pessoas possíveis para tornar viável o
desenvolvimento sócio-econômico das regiões inseridas no projeto e a preservação do
ambiente. Outro aspecto relevante e diferencial do Projeto Darwin é o envolvimento de
comunidades tradicionais como a Aldeia Guarani Tenonde Porã.
Acesse: www.darwin.org.br
Sobre o Pick-upau
O Pick-upau é uma organização não-governamental sem fins lucrativos de caráter
ambientalista 100% brasileira dedicada à preservação e a manutenção da biodiversidade
do planeta. Fundada em 1999, por três ex-integrantes do Greenpeace-Brasil e
originalmente criada no Cerrado brasileiro, tem sua base, próxima a uma das últimas e
mais importantes reservas de mata atlântica da cidade São Paulo, a maior metrópole da
América Latina. Por tratar-se de uma organização sobre Meio Ambiente, sem uma
bandeira única, o Pick-upau possui e desenvolve projetos em diversas áreas ambientais.
Saiba mais: www.pick-upau.org.br
Sobre a Terra Indígena Tenonde Porã
A aldeia Tenonde Porã está situada na região sul do município de São Paulo (cerca de 60
km do centro), Distrito de Parelheiros, com grande parte da área indígena às margens da
represa Billings. A comunidade Guarani Mbya possui apenas 26 hectares, demarcados e
homologados em 1987, onde vivem atualmente 170 famílias com cerca de 900 pessoas.
Apesar do crescimento acelerado e desordenado da região e do contato com a sociedade
do entorno, esta população vem se assegurando como um povo. Os conhecimentos
milenares são passados por gerações através da oralidade dos mais velhos, seus rituais,
artesanato e da valorização de sua cultura.
Saiba mais: www.darwin.org.br
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Sobre o FEMA
O FEMA - Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável foi criado
pela Lei Municipal nº 13.155, de 29 de junho de 2001, que também criou o CONFEMA Conselho do Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Foi
regulamentado pelo Decreto nº 41.713, de 25 de fevereiro de 2002 e pela Resolução nº
02/CONFEMA, de 19 de dezembro de 2002, e destina-se a dar suporte financeiro a
planos, programas e projetos que visem ao uso racional e sustentável de recursos
naturais, ao controle, à fiscalização, defesa e recuperação do meio ambiente e a ações de
educação ambiental. Fonte: PMSP/SVMA
Saiba mais: www.prefeitura.sp.gov.br
Sobre os Guaranis
Os Guaranis Mbya estão em várias regiões da América do Sul, existem aldeias na
Argentina, Paraguai e Bolívia. No Brasil se localizam principalmente na região do litoral,
do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo e outras regiões como no Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul e Tocantins. São a maior etnia indígena no Brasil somando
aproximadamente 35 mil pessoas. Sendo um povo bastante religioso tem na execução de
tarefas cotidianas a busca da harmonia com a natureza, da força espiritual de Nhanderu e
do Sol, criado por ele. Diariamente a comunidade se encontra na Opy, a Casa de Reza,
para cantar, rezar e dançar e os mais velhos ensinam as crianças o conhecimento
ancestral. Na aldeia, além do cacique, a principal liderança é o Xeramoi, o nome do pajé
Guarani. Os Guaranis sabem da importância de todos os seres e que cada elemento da
natureza tem um espírito e buscam parceiros para impedir a destruição do planeta.
Sobre a APA Capivari-Monos
A Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos (APA) é um tipo de Unidade de
Conservação, onde existem terras públicas e privadas, cujos objetivos são: proteger a
biodiversidade, os recursos hídricos e os remanescentes da Mata Atlântica; resguardar o
patrimônio arqueológico e cultural; promover a melhoria da qualidade de vida das
populações; manter o caráter rural da região e evitar o avanço da ocupação urbana na
área protegida. Criada em junho de 2001, a APA possui 25 mil hectares (1/6 da área de
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São Paulo) e está inserida na Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São
Paulo e na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
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Caixa Postal: 42098 - CEP: 04082-970 - São Paulo - SP - Brasil
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reproduzidos, desde que citada a fonte.
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