Visualização do documento SUBFILO CRUSTACEA.doc (1955 KB) Baixar Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA Instituto de Saúde e Produção Animal - ISPA Disciplina: Zoologia Geral Profª: Andréa Bezerra de Castro Subfilo Crustácea Características Gerais de um Crustáceo Os crustáceos diferem de outros artrópodes em vários caracteres, mas o único verdadeiramente distintivo é a presença de dois pares de antenas nos crustáceos. Apresentam na cabeça, além dos dois pares de antenas, um par de mandíbulas e dois pares de maxilas, seguindo-se um par de apêndices em cada segmento do corpo ou somito. Em alguns crustáceos nem todos os somitos apresentam apêndices. Todos eles, exceto talvez a primeira antena, são primitivamente birremes (dois ramos) e pelo menos alguns apêndices dos adultos atuais mostram esta condição. Se presentes, órgãos respiratórios especializados funcionam como brânquias. A maioria dos crustáceos tem entre 16 e 20 somitos, mas algumas formas apresentam 60 ou mais segmentos. Um número maior de somitos é uma característica primitiva. A condição mais derivada é possuir um número relativamente menor de somitos e grau elevado de tagmose. Os principais tagmas são cabeça, tórax e abdômen, mas eles não são homólogos na classe (ou mesmo entre algumas subclasses) por causa do grau variado de fusão de somitos, como, por exemplo, no cefalotórax. O maior grupo de crustáceos é, de longe, a classe Malacostraca, que reúne lagostas, caranguejos, camarões saltões-de-praia, tatuzinhos-de-quintal e muitos outros. Eles mostram uma constância surpreendente na organização dos segmentos do corpo e tagmas, considerada o plano ancestral da classe. Este plano corporal típico tem uma cabeça com cinco (seis no embrião) segmentos fundidos, um tórax com oito somitos e um abdômen com seis (sete em poucas espécies). Na extremidade anterior há um rostro não-segmentado e na posterior um télson não-segmentado, o qual constitui um leque caudal de vários formatos, com o último segmento abdominal e seus urópodes. Em muitos crustáceos a cutícula dorsal da cabeça pode estender-se posteriormente e ao redor das laterais do animal para cobrir ou fundir-se com alguns ou todos os somitos torácicos e abdominais. Esta cobertura é denominada carapaça; em alguns grupos a carapaça forma valvas similares às dos moluscos bivalves, recobrindo a maior parte ou todo o corpo. Nos decápodes (que congregam lagostas, camarões, caranguejos e outros) a carapaça cobre totalmente o cefalotórax, mas não o abdômen. Morfologia Externa O corpo dos crustáceos é coberto por uma cutícula secretada, composta de quitina, proteína e material calcário. As placas resistentes e mais duras dos crustáceos de grande porte são particularmente ricas em depósitos calcários. A dura cobertura calcária torna-se mole e fina nas articulações entre os somitos, proporcionando flexibilidade aos movimentos. A carapaça, se presente, cobre a maior parte ou todo o cefalotórax; nos decápodes como os lagostins, todos os segmentos cefálicos e torácicos estão encobertos dorsalmente pela carapaça. Cada somito não coberto pela carapaça apresenta uma placa dorsal cuticular, ou tergito, e uma placa ventral transversal, o esternito, localizada entre os apêndices em cada segmento. O abdômen termina em um télson, que não é considerado um somito, onde se localiza o ânus (o télson pode ser homólogo ao pigídio dos anelídeos). A posição dos gonóporos varia de acordo com o sexo e o grupo de crustáceos. Eles podem estar sobre ou no basipodito de um par de apêndices, na extremidade terminal do corpo ou em somitos sem apêndices. Nos lagostins as aberturas dos vasos deferentes estão na porção mediana dos basipoditos do quinto par de apêndices ambulatórios, e as dos ovidutos, nos basipoditos do terceiro par de pereiópodes. A abertura do receptáculo seminal das fêmeas está localizada na linha mediana ventral entre o quarto e o quinto pares de apêndices ambulatórios. Apêndices Os membros das classes Malacostraca (incluindo os lagostins) apresentam um par de apêndices articulados em cada somito, embora os somitos abdominais nas outras classes não apresentem apêndices. Os apêndices de crustáceos derivados, como os lagostins, evidenciam especialização considerável. Entretanto, todos são variações do plano birreme, básico, ilustrado pelo apêndice de um lagostim, como um maxilípede. A porção basal, ou protopodito, apresenta um exopodito lateral e um endopodito medial. O protopodito é constituído por um ou dois artículos (basipodito e coxopodito), enquanto o exopodito e o endopodito ostentam de um a vários artículos cada um. Alguns apêndices, como os apêndices ambulatórios dos lagostins, tornaram-se unirremes secundariamente. Processos mediais ou laterais, enditos e êxitos, respectivamente, ocorrem algumas vezes nos apêndices dos crustáceos e um êxito sobre o protopodito é denominado epipodito. Frequentemente os epipoditos estão modificados como brânquias. A terminologia aplicada por vários pesquisadores aos apêndices dos crustáceos não foi abençoada com uniformidade. Pelo menos dois sistemas são de uso amplo. Termos alternativos aos que estamos usando, por exemplo, são: protópode, endópode, exópode, base, coxa e epípode. O primeiro e segundo pares de antenas podem ser denominados antênulas e antena, e o primeiro e segundo pares de maxilas são frequentemente chamados maxílulas e maxilas. Uma rosa por qualquer outro nome Estruturas com um plano básico similar e descendentes de uma forma comum são ditas homólogas, tenham ou não a mesma função. Desde que os apêndices ambulatórios especializados, as peças bucais, os quelípodes e os pleópodes desenvolveram-se de um tipo birreme comum, mas modificaram-se para realizar funções diferentes, são considerados homólogos entre si, condição conhecida como homologia seriada. Primitivamente todos os apêndices eram muito similares, mas durante a evolução, por modificações estruturais, alguns ramos foram sendo reduzidos, outros perdidos, alguns grandemente alterados e novas partes foram adicionadas a outros. Os lagostins e seus aliados apresentam a homologia seriada mais elaborada no reino animal, possuindo 17 tipos distintos de apêndices em homologia seriada. Morfologia Interna O sistema muscular, o nervoso e a segmentação no tórax e abdômen mostram metameria claramente herdada de ancestrais semelhantes a anelídeos, mas há modificações notáveis em outros sistemas. A maioria das mudanças envolve concentração de partes em uma região particular, redução, ou ainda perda completa de partes, como os septos intersegmentares. Hemocele O principal espaço corporal nos artrópodes não é o celoma, mas uma hemocele preenchida pelo sangue. Durante o desenvolvimento embrionário da maioria dos artrópodes, cavidades celomáticas vestigiais abrem-se no interior do mesoderma de pelo menos alguns somitos. São obliterados muito cedo ou tornam-se contínuos ao espaço entre as estruturas mesodérmicas e ectodérmicas em desenvolvimento e o vitelo. Este espaço torna-se a hemocele e assim não é revestido por um peritônio mesodérmico. Os únicos compartimentos celomáticos restantes nos crustáceos são as bolsas terminais dos órgãos excretores e o espaço ao redor das gônadas. Sistema Muscular Músculos estriados perfazem uma parte considerável do corpo da maioria dos Crustácea. Os músculos são arranjados usualmente em grupos antagônicos: flexores, que trazem uma porção em direção ao corpo, e extensores, os quais a movem para a direção oposta. O abdômen de um lagostim tem flexores poderosos, usados quando o animal nada para trás, sua melhor maneira de escapar. Músculos fortes de cada lado do estômago controlam as mandíbulas. Sistema Respiratório A troca de gases respiratórios nos crustáceos pequenos ocorre nas áreas mais finas da cutícula (por exemplo, nos apêndices) ou em toda a superfície do corpo, e estruturas especializadas podem estar ausentes. Crustáceos de grande porte apresentam brânquias, projeções delicadas, similares a plumas, com cutícula muito fina. As laterais da carapaça dos decápodes envolvem uma cavidade branquial, aberta anterior e ventralmente. As brânquias podem projetar-se da parede pleural para a cavidade branquial, da articulação dos apêndices torácicos com o corpo ou dos coxopoditos torácicos. As duas últimas posições são típicas dos lagostins. Uma parte da segunda maxila bombeia água para o interior da câmara branquial sobre os filamentos branquiais à altura dos basipoditos das patas e para fora, na porção anterior da câmara branquial. Sistema Circulatório Os crustáceos e outros artrópodes possuem um sistema circulatório "aberto" ou lacunar. Isto significa que não há veias, nem separação do sangue do fluido intersticial, tal como nos animais com sistemas circulatórios fechados. A hemolinfa (sangue) deixa o coração através de artérias, circula através da hemocele e retorna aos seios venosos, ou espaços, em lugar das veias, antes de entrar novamente no coração. Os anelídeos possuem um sistema fechado, como o dos vertebrados. Um coração dorsal é o órgão propulsor principal. É um saco de músculo estriado com apenas uma câmara. A hemolinfa entra no coração oriunda do seio pericárdico ao redor, através de óstios pares, com válvulas impedindo o refluxo para o seio. Sai do coração por uma ou mais artérias. Válvulas nas artérias impedem o refluxo da hemolinfa. Pequenas artérias esvaziam nos seios teciduais, os quais frequentemente descarregam a hemolinfa em um grande seio esternal. Dali, canais aferentes dos seios conduzem a hemolinfa até as brânquias, se presentes, para trocas de oxigênio e dióxido de carbono. A hemolinfa retorna então ao seio pericárdico por canais eferentes. A hemolinfa nos artrópodes é pouco colorida. Inclui células amebóides de pelo menos dois tipos. Pigmentos respiratórios contendo cobre, como a hemocianina, e ferro, como a hemoglobina, podem estar na solução. A hemolinfa tem propriedade de coagulação, o que previne perdas em feridas pouco importantes. Algumas células amebóides liberam um coagulante semelhante à trombina, substância precipitadora da coagulação. Sistema Excretor Os órgãos excretores dos crustáceos adultos são um par de estruturas tubulares localizadas na porção ventral da cabeça, anterior ao esôfago. São denominadas glândulas antenais ou glândulas maxilares, conforme a localização da abertura no basipodito da antena ou da segunda maxila, respectivamente. Poucos crustáceos adultos apresentam as duas. Os órgãos excretores dos decápodes são glândulas antenais, também chamadas glândulas verdes neste grupo. Os crustáceos não possuem túbulos de Malpighi, os órgãos excretores das aranhas e insetos. A porção terminal da glândula antenal, derivada de um compartimento celomático embrionário, consiste em uma pequena vesícula (saco terminal) e uma massa esponjosa denominada labirinto. O labirinto conecta-se através de um túbulo renal a uma bexiga dorsal, a qual se abre ao exterior por um poro na superfície ventral do basipodito antenal. A força para a filtração do fluido para dentro do saco terminal é fornecida por pressão hidrostática da hemocele. O filtrado é modificado por reabsorção de sais, aminoácidos, glicose e alguma quantidade de água durante a passagem pelo túbulo renal e bexiga, finalmente sendo excretado como urina. A excreção de resíduos nitrogenados (principalmente amônia) ocorre por difusão através de áreas pouco espessas da cutícula, especialmente as brânquias, que, agindo como órgãos excretores, funcionam principalmente na regulação da composição iônica e osmótica dos fluidos do corpo. Os crustáceos de água doce, como os lagostins, são constantemente ameaçados por diluição excessiva do seu sangue por ação da água difundida através das brânquias e outras superfícies permeáveis. As glândulas verdes, formando uma urina diluída e pouco salina, atuam como um aparelho "controlador de fluxos" efetivo. Alguma quantidade de Na e Cl é perdida na urina, mas é compensada pela absorção ativa de sais dissolvidos através das brânquias. Em crustáceos marinhos, tais como lagostas e caranguejos, o fígado funciona no ajuste da composição de sais da hemolinfa, por modificação seletiva do conteúdo salino da urina no túbulo renal. Nessas formas a urina permanece isosmótica ao sangue. Sistema Nervoso e Sensorial O sistema nervoso dos crustáceos e anelídeos têm muito em comum, embora o dos crustáceos apresente um grau mais alto de fusão ganglionar. O cérebro é um par de gânglios supra-esofágicos que enviam nervos aos olhos e dois pares de antenas. Une-se por conectivos ao gânglio subesofágico, uma fusão de pelo menos cinco pares de gânglios de onde partem nervos para a boca, apêndices, esôfago e glândulas antenais. O cordão nervoso ventral duplo tem um par de gânglios em cada somito, de onde partem nervos para os apêndices, músculos e outras partes. Além deste sistema nervoso central, pode haver um sistema nervoso simpático associado ao sistema digestivo. Os órgãos sensoriais são mais desenvolvidos nos crustáceos do que nos anelídeos. Os maiores são os olhos e os estatocistos. Cerdas táteis, projeções delicadas da cutícula, especialmente abundantes nas quelas, peças bucais e télson, são amplamente distribuídas pela superfície do corpo. Sensores químicos olfativos e gustativos são encontrados em cerdas das antenas, peças bucais e outras estruturas. Um estatocisto em formato similar a uma bolsa, abrindo-se para a superfície por um poro dorsal, é encontrado no basipodito de cada primeira antena dos lagostins. O estatocisto contém uma quilha com cerdas sensoriais formadas a partir do revestimento quitinoso e grãos de areia que servem como estatólitos. Sempre que o animal modifica sua posição, mudanças correspondentes na posição dos grãos, sobre as cerdas sensoriais, são transformadas em estímulos ao cérebro, permitindo ao animal ajustar a posição do corpo. Cada muda (ecdise) do exoesqueleto resulta na perda do revestimento cuticular do estatocisto e dos grãos de areia. Novos grãos são obtidos através do poro dorsal após a ecdise. Muitos crustáceos apresentam olhos compostos, constituídos por muitas unidades fotorreceptoras denominadas omatídios. Cobrindo a superfície arredondada de cada olho encontra-se a córnea, uma área transparente da cutícula dividida em inúmeros pequenos hexágonos ou quadrados conhecidos como facetas. Estas são as extremidades externas dos omatídios. Cada omatídio comporta-se como um pequeno olho e contém vários tipos de células arranjadas em coluna. Células com pigmento escuro são encontradas entre omatídios adjacentes. O movimento dos pigmentos permite o ajuste a quantidades diferentes de luz em um olho composto de artrópode. Há três conjuntos de células pigmentares em cada omatídio: distais, proximais e de reflexão; elas estão arranjadas de tal maneira que podem formar um colarinho ou manga de camisa mais ou menos completo, ao redor de cada omatídio. Para adaptação a luz diurna ou luz forte, os pigmentos das células pigmentares distais movem-se para dentro e encontram os pigmentos das células pigmentares proximais que se movem concomitantemente para fora, de maneira que uma manga de pigmentos completa torma-se ao redor do omatídio. Nesta condição somente os raios que atingem a córnea diretamente chegarão às células fotorreceptoras (retinulares), pois cada omatídio está isolado dos outros. Dessa maneira cada omatídio verá apenas uma área limitada do campo de visão (imagem em mosaico ou por justaposição). Sob luz fraca, os pigmentos das células pigmentares distais e proximais separam-se, de maneira que os raios de luz, com o auxílio das células pigmentares de reflexão, têm a chance de atingir omatídios adjacentes e formar uma imagem contínua ou de superposição. A acuidade deste segundo tipo de visão é baixa, mas tira a máxima vantagem da quantidade limitada de luz recebida. Reprodução, Ciclos de Vida e Função Endócrina A maioria dos crustáceos tem sexos separados e há várias especializações para cópula entre os diferentes grupos. Cracas são monóicas, mas praticam fertilização cruzada como regra geral. Os machos são raros em alguns ostrácodes e a reprodução é usualmente partenogenética. Os crustáceos, na sua maioria, incubam os seus ovos de alguma maneira: os branquiópodes e cracas apresentam câmaras incubadoras especiais; os copépodes têm sacos ovígeros unidos nos lados do abdêmen, e muitos malacostracos carregam os ovos e os jovens unidos aos seus apêndices abdominais. O desenvolvimento dos lagostins é direto: não há formas larvais. Um frágil jovem com a mesma forma do adulto e um conjunto completo de apêndices e somitos eclode do ovo. Entretanto, o desenvolvimento é indireto na maioria dos crustáceos e eclode do ovo uma larva muito diferente do adulto em estrutura e aparência. A metamorfose é o fenômeno das mudanças da larv... Arquivo da conta: emilioemerson Outros arquivos desta pasta: Apostila Entomologia Geral.doc (11984 KB) AULA DIDÁTICA CLASSE INSECTA.pdf (3452 KB) AULA_Arthropoda_28._10._2009.ppt (6285 KB) APOSTILHA DA CLASSE INSECTA IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA.pdf (1275 KB) AULA DIDÁTICA CLASSE INSECTA.doc (7 KB) Outros arquivos desta conta: anexos_24_11_2010 zoologia zoologia_1º NAP Relatar se os regulamentos foram violados Página inicial Contacta-nos Ajuda Opções Termos e condições Política de privacidade Reportar abuso Copyright © 2012 Minhateca.com.br