Para: Engenheiro Carlos Madero Ministro do Trabalho República das Honduras Caro Senhor Ministro Madero, Por favor receba as nossas cordiais saudações. Fomos informados pelos nossos companheiros do Sindicato dos Trabalhadores Agroindustriais e Indústrias Similares (STAS) das Honduras que, desde 2014, este apresentou vários casos de violações dos direitos laborais ao Ministério do Trabalho e Segurança Social que não foram resolvidos. O STAS afirma que, em alguns casos, o Vosso Ministério interveio a favor das empresas denunciadas. Os pedidos apresentados pelos nossos companheiros mencionam o seguinte: Desde 2014, foram pedidos mediadores/as para a fazenda Finca Santa Rita, subsidiária de CHIQUITA, e para a empresa Soldaduras y Derivados de Montaje de Estructuras Metálicas (SODEMEM,) subsidiária da Azucarera del Norte S.A AZUNOSA “SAB MILLER”. Até à data, este Ministério não se pronunciou nem nomeou os mediadores, impedindo o registo do contrato coletivo assinado pela Finca Tropical e o STAS. O STAS constata que, perante inspeções gerais realizadas na Finca Santa Rita e na Finca Tropical, que revelam violações no pagamento de salários e na reintegração de trabalhadores/as e dirigentes sindicais, este Ministério foi incapaz de ordenar o pagamento de ajustes salariais e a reintegração dos/as trabalhadores/as e dirigentes sindicais. O STAS tem lutado arduamente pelo pagamento do salário mínimo na zona Sul, onde 90% das empresas não pagam o salário mínimo. O sindicato exige, há três anos, a reintegração de sete trabalhadores da empresa açucareira GRECIA (GRUPO PANTALEON) sem qualquer resultado. Esta região do país é uma das mais afetadas por violações laborais em todas as áreas da economia, sem que a Secretaria do Trabalho atue para melhorar as condições laborais. Em todos estes casos, segundo os nossos colegas, houve negligência do Ministério e, especialmente, da Secretaria-Geral e da Inspeção-Geral, interpretando-se esta situação como uma forma de favorecer as empresas. Finalmente, expressamos a nossa apreensão perante a denúncia do STAS acerca da participação do inspetor geral na realização de um inquérito no qual se reconheceu um sindicato criado, segundo o STAS, pelas entidades patronais para negociar um contrato coletivo sem que este tivesse documentação de filiados nem registo de Comissão Executiva junto do Vosso Ministério. Solicitamos que procure, em conjunto com o STAS, encontrar soluções para os problemas e violações acima expostos, no espírito da harmonia e do diálogo social. Atenciosamente,