Raiva Humana - Tennessee, 2002 Em 312 de agosto de 2002, um garoto de 13 anos de idade residente no condado de Franklin, Tennessee, foi a óbito devido à encefalite rábica causada por uma variante do vírus da raiva associado com morcegos oriental pipistrelle e de pelo prateado. Este relatório sumariza a investigação pelo Departamento de Saúde de Tennessee (TDH). As pessoas devem evitar o contato direto com morcegos, outros animais de vida selvagem, e animais domésticos doentes; entretanto, se o contato direto com os morcegos ocorrer, a pessoa exposta deve buscar por assistência a saúde, e a exposição deve ser notificada aos serviços de saúde pública. Em 21 de agosto, o paciente queixou-se de cefaléia e dor no pescoço. No dia seguinte, ele apresentou dormência no braço direito e fraqueza e uma temperatura de 100º F (37.8º C). Em 24 de agosto, o paciente foi levado a um departamento de emergência hospitalar (ED) devido a esses sintomas e a diplopia e foi liberado para casa com um diagnóstico de “tensão muscular”. Em 25 de agosto, ele novamente procurou cuidado médico no ED do hospital local. Os sintomas no momento incluíam febre de 102°F (39.0°C), fraqueza no braço direito, fala com pronúncia indistinta, diplopia, rigidez de nuca e disfagia. A contagem de leucócitos no sangue periférico (WBC) foi 10.000/µL (normal: 4.3-11.0/µL) com 83% linfócitos. Os resultados laboratoriais do fluido cerebrospinal (CFS) revelaram uma quantidade de WBC de 220/mL (normal: 0-7/mL) com 80% linfócitos, uma concentração de proteína de 96 mg/dL (normal: 5-40 mg/dL), e uma concentração de glicose de 57 mg/dL (normal: 40-80 mg/dL). Uma tomografia computadorizada da cabeça não revelou lesões focais. O paciente foi transferido para um hospital regional infantil Em 26 de agosto, o paciente tinha dificuldade em respirar devido à decaída do estado mental e hipersalivação. Foi entubado, ventilado mecanicamente, e sedado devido à agitação. Foi suspeitado de raiva com base nos sintomas neurológicos focais e hipersalivação, e o TDH foi notificado. O estado mental do paciente se deteriorou rapidamente, e na próxima manhã, ele estava irresponsivo e não mais requereu sedação. Em 31 de agosto, o paciente foi considerado em morte cerebral, o suporte foi suspenso e o paciente foi a óbito. As amostras do paciente, incluindo soro, CSF, e biópsia cutânea da nuca, foram coletadas e enviadas ao CDC em 27 de agosto. Nenhum anticorpo específico ao vírus da raiva foi detectado no soro e amostras de CSF por teste de anticorpo de fluorescência indireta. A biópsia cutânea da nuca foi negativa para antígeno do Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. vírus da raiva por teste de anticorpo por fluorescência direta. Amostras adicionais de soro, CSF e saliva foram enviadas ao CDC em 29 de agosto. O anticorpo específico ao vírus da raiva foi detectado no soro e CSF em 30 de agosto. A biópsia cutânea da nuca e saliva de 29 de agosto foram positivas para RNA do vírus da raiva por reação em cadeia de polimerase em transcrição reversa. O vírus foi identificado pela análise de sequenciamento genético como uma variante associada com morcegos pipistrelle orientais de pelo prateado. Os pais do paciente tinham vários animais de estimação, incluindo gatos, cães e cavalos, nenhum dos quais tinham estado doente. Os pais relataram que o paciente encontrou um morcego no solo durante o dia próximo ao lago em aproximadamente 1 de julho e o trouxe para casa. Nenhum outro membro familiar manuseou o morcego, o qual foi liberado no mesmo dia. O paciente nunca relatou ter sido mordido por um morcego, porém no momento da investigação o paciente não pôde ser interrogado diretamente. Os pais ignoravam qualquer mordedura de animal, e o paciente nunca buscou aconselhamento médico ou cuidados relacionados à exposição a morcego. Os pais ignoravam que os morcegos podem estar raivosos e podem transmitir o vírus da raiva ao homem. Quatro membros domiciliares e um outro membro familiar receberam profilaxia pós-exposição (PEP) para raiva por causa da possível exposição ao vírus através do contato com a saliva do paciente. Além disso, 18 trabalhadores da saúde que tiveram contato com o paciente receberam PEP. Reatado por: T Dermody, MD, M Spring, MD, K Dixon, MD, W Schaffner, MD, Escola de Medicina da Univ Vanderbilt, Nashville; T Jones, MD, J BeVille, MD, A Craig, MD, G Swinger, DVM, Departamento de Saúde de Tennessee. C Rupprecht, VMD, Div de Doenças Virais e Rickettsiais, Centro Nacional de Doenças Infecciosas; D Kirschke, MD, M O'Reilly, MD, Escritório EIS, CDC. Nota Editorial: Este relatório descreve um caso de raiva humana que ocorreu no Condado de Franklin, Tennessee, causado por uma variante do vírus da raiva associado com morcegos pipistrelle oriental de pelo prateado. Em geral, as taxas de casos de raiva humana nos Estados Unidos permanecem baixas, tendo como média três casos por ano durante a década anterior (1). Desde 1990, um total de 26 (74%) dos 35 óbitos por raiva humana nos Estados Unidos vem sendo associados com vírus da raiva variante de morcego (2). Isto é um contraste marcante com os casos de raiva humana na Ásia, e América do Sul e com casos de raiva humana nos Estados Unidos durante a primeira metade do século XX, na qual predominou a raiva variante canina. Não está claro se os casos de raiva humana variante morcego têm aumentado no tempo ou se mais ações de vigilância focalizada têm detectado mais efetivamente o vírus da raiva variante do morcego. As questões de transmissão e exposição são mais complicadas na raiva pela variante do morcego que na raiva variante de carnívoro terrestre. Dos 26 casos de raiva variante do morcego nos Estados Unidos desde 1990, apenas dois tiveram mordedura animal conhecida. As razões possíveis para a natureza criptogênica de transmissão da raiva variante do morcego incluem 1) falta de conhecimento pelo Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho E-mail: [email protected] Em: 20/09/2002 2 público geral de que os morcegos podem estar raivosos e podem transmitir o vírus ao homem; 2) dor limitada e lesão infligida pelas mordeduras das mandíbulas e dentes relativamente pequenos dos morcegos; e 3) mecanismos virais que podem aumentar a virulência, incluindo tropismo de célula epitelial aumentado e resposta antigênica silenciosa associada com o vírus da raiva variante do morcego pipistrelle oriental de pelo prateado (3). Considerando que a maioria dos casos humanos de raiva por variante do morcego carecem de história de uma mordedura conhecida, a PEP não apenas está indicada no cenário de uma mordedura reconhecida, porém também pode ser considerada em situações nas quais exista uma possibilidade razoável de que uma mordedura tenha ocorrido. O Comitê Consultivo em Práticas de Imunizações (ACIP) tem delineado cenários de exposição específica ao morcego para os quais a PEP deve ou não deve ser recomendada (4). Os médicos especialistas em medicina de emergência, consultores de doenças infecciosas, e os departamentos de saúde pública podem fornecer orientação sobre o uso da PEP para pessoas com história de exposição complicada. A raiva do morcego tem sido documentada por todo o continente dos Estados Unidos. A prevenção dos casos de raiva humana pela raiva variante do morcego é complicada pela natureza criptogênica de muitas exposições. Entretanto, certas orientações de prevenção devem ser seguidas. O público deve ser informado de que os morcegos portam o vírus da raiva. As pessoas não vacinadas ou não treinadas não devem manusear morcegos, a menos que seja necessário. Se necessário, luvas de proteção e precauções de segurança devem ser usadas. Os morcegos não são apropriados como animais de estimação. Os morcegos devem ser excluídos de edifícios e outras estruturas em proximidade com os humanos. Em casos de exposição conhecida ou possível a um morcego, a submissão oportuna do morcego aos departamentos de saúde pública facilita o teste para a presença de vírus da raiva, auxilia a garantir a PEP rápida quando indicada, e minimiza o uso desnecessário de uma terapia cara. Referências 1. Krebs JW, Mondul AM, Rupprecht CE, Childs JE. Rabies surveillance in the United States during 2000. J Am Vet Med Assoc 2001;219:1687-99. 2. Messenger SL, Smith JS, Rupprecht CE. Emerging epidemiology of batassociated cryptic cases of rabies in the United States. Clin Infect Dis 2002;35:738-47. 3. Dietzschold B, Morimoto K, Hooper DC, et al. Genotypic and phenotypic diversity of rabies virus variants involved in human rabies: implications for postexposure prophylaxis. J Hum Virol 2000;3:50-7. 4. CDC. Human rabies prevention-United States, 1999. Recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR 1999;48(No. RR-1). Agradecimentos Este relatório é baseado em dados enviados por K Bloch, MD, M Grzeszczak, MD, M Taylor, MD, J Campbell, MD, T Berutti, MD, H Beverly-Smith, MD, A Haque, MD, Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho E-mail: [email protected] Em: 20/09/2002 3 Escola de Medicina da Universidade de Vanderbilt, Nashville, Tennessee. C Hanlon, VMD, L Orciari, MS, M Niezgoda, MS, Div de Doenças Virais e Rickettsial, Centro Nacional de Doenças Infecciosas, CDC. Este documento traduzido trata-se de uma contribuição da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações – CGPNI/CENEPI/FUNASA/MS, a todos que se dedicam às ações de imunizações. Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho E-mail: [email protected] Em: 20/09/2002 4 Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo