Sistema Nervoso Profª Talita Silva Pereira O sistema nervoso humano pode ser classificado de acordo com suas divisões embriológica, anatômica, e funcional O sistema nervoso origina-se da ectoderme embrionária folheto embrionário exterior que reveste o embrião. Durante o processo de desenvolvimento do embrião, a ectoderme sofre uma invaginação e dá origem à goteira neural, que se fecha e forma o tubo neural. De cada lado do tubo são desenvolvidas células que formam as cristas neurais. Estas, por sua vez, originam o sistema nervoso periférico. Além disso, a partir do tubo neural também é formada a medula espinhal e três outras vesículas que originam as estruturas do sistema nervoso central. A primeira, denominada prosencéfalo (também chamada de encéfalo anterior), forma o telencéfalo e o diencéfalo, que compõem o cérebro. A segunda é chamada de mesencéfalo ou encéfalo médio. A terceira, conhecida como rombencéfalo(encéfalo posterior), subdivide-se em metencéfalo (que forma a ponte e o cerebelo) e mielencéfalo(que forma o bulbo). Sistema nervoso central É responsável por receber e processar informações. Ele é constituído de encéfalo e medula espinal, protegidos por crânio e coluna vertebral, respectivamente. Ambas as estruturas são reforçadas por três lâminas conjuntivas, denominadas meninges. São elas a dura-máter, aracnoide e pia-máter. Há, entre as duas últimas, a presença de um líquido: o líquor, responsável pela nutrição do SNC (sistema nervoso central) e pela minimização dos possíveis traumas causados por choques mecânicos. ENCÉFALO O encéfalo é constituído de cérebro, cerebelo, e tronco encefálico, esse último é formado pelo mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano. Cérebro O cérebro é constituído pelos hemisférios cerebrais (telencéfalo) e diencéfalo. Estes primeiros são unidos pelo corpo caloso: uma estrutura constituída de fibras nervosas. Em cada uma dessas duas regiões existem divisões de determinadas áreas, delimitadas por sulcos mais profundos: os lobos frontais, parietais, temporais e occipitais. Estes se dão aos pares (um em cada hemisfério), e cada tipo coordena uma função específica - como a audição, ligada aos lobos temporais. A região mais externa do cérebro é denominada córtex cerebral, rico em corpos de neurônios e, em razão de sua tonalidade, era denominado “substância cinzenta”. O córtex possui áreas sensoriais, motoras e associativas (interpretação de sensações e elaboração de planos de ação). A região mais interna do cérebro, rica em dendritos e axônios, geralmente revestidos por mielina, é a substância branca, que leva informações ao córtex, e recebe dele instruções acerca do funcionamento do corpo. Cerebelo O cerebelo coordena os movimentos e a postura corporal, mantendo nosso equilíbrio e permitindo com que façamos determinadas tarefas, como andar de bicicleta. Isso só é possível porque ele recebe diversas informações do encéfalo e medula espinal. Também possui substância cinzenta externa e substância branca, internamente. Tronco encefálico O mesencéfalo recebe e coordena informações relativas ao tônus muscular e postura corporal. É, também, responsável pelos reflexos visuais e auditivos. A ponte também auxilia em relação ao tônus muscular, postura e equilíbrio. Além disso, controla a respiração e coordena a movimentação do corpo, inclusive dos olhos e pescoço. O bulbo raquidiano, também chamado de medula oblonga, participa de processos vitais, como respiração, batimentos cardíacos e vasoconstrição. O tronco encefálico é formado apenas por substância branca. MEDULA A medula espinal se localiza em nossas vértebras, na região onde estas são perfuradas. Ao contrário do cérebro e cerebelo, a camada cinzenta da medula encontra-se mais interna que a camada branca. Ela é quem recebe primeiramente as informações transmitidas das mais diferentes regiões do corpo, para depois encaminhálas para o encéfalo. Da mesma forma, as informações oriundas deste passam por ela, para depois serem conduzidas às regiões específicas. Principais divisões do Sistema Nervoso Periférico O SNP pode ser divido em voluntário e autônomo. Sistema Nervoso Voluntário Está relacionado com os movimentos voluntários. Os neurônios levam a informação do SNC aos músculos esqueléticos, inervando-os diretamente. Pode haver movimentos involuntários. Sistema Nervoso O sistema nervoso é responsável pela maioria das funções de controle em um organismo, coordenando e regulando as atividades corporais. O neurônio é a unidade funcional deste sistema. O NEURÔNIO é a unidade funcional do sistema nervoso. Os neurônios comunicam-se através de sinapses; por eles propagam-se os impulsos nervosos. Anatomicamente o neurônio é formado por: dendrito, corpo celular e axônio. A transmissão ocorre apenas no sentido do dendrito ao axônio. No corpo celular, a parte mais volumosa da célula nervosa, se localizam o núcleo e a maioria das estruturas citoplasmáticas. Os dendritos (do grego dendron, árvore) são prolongamentos finos e geralmente ramificados, que conduzem os estímulos captados do ambiente ou de outras células em direção ao corpo celular. O axônio é um prolongamento fino, geralmente mais longo que os dendritos, cuja função é transmitir para as outras células os impulsos nervosos provenientes do corpo celular. Nos vertebrados, os corpos celulares dos neurônios estão concentrados no sistema nervoso central, ou seja, no encéfalo e na medula, e também em pequenas estruturas globosas espalhadas pelo corpo, os gânglios nervosos. Os dendritos e os axônios, geralmente chamados de fibras nervosas, estendem-se por todo o corpo, conectando os corpos celulares dos neurônios entre si e às células sensoriais, musculares e glandulares. Células da glia Nos vertebrados, além dos neurônios, o sistema nervoso apresenta-se constituído pelas células da glia ou células gliais. A função dessas células é dar sustentação aos neurônios e auxiliar o seu funcionamento. As células da glia constituem cerca da metade do volume dos nosso encéfalo. Existem três tipos de células gliais Astrócitos - Estas células têm a função de sustentação e nutrição dos neurônios. Oligodendrócitos - Estas células são responsáveis pela produção da bainha de mielina, uma substância gordurosa, que tem a função de isolante elétrico para os neurônios do SNC. Células Ependimárias - São células epiteliais colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Em algumas regiões, estas células são ciliadas, facilitando a movimentação do líquido cefalorraquidiano. Impulso Nervoso A despolarização e a repolarização de um neurônio ocorrem devido as modificações na permeabilidade da membrana plasmática. Em um primeiro instante, abrem-se "portas de passagem" de Na+, permitindo a entrada de grande quantidade desses íons na célula. Com isso, aumenta a quantidade relativa de carga positiva na região interna na membrana, provocando sua despolarização. Em seguida abrem-se as "portas de passagem" de K+, permitindo a saída de grande quantidade desses íons. Com isso, o interior da membrana volta a ficar com excesso de cargas negativas (repolarização). O estímulo provoca, assim, uma onda de despolarizações e repolarizações que se propaga ao longo da membrana plasmática do neurônio. Essa onda de propagação é o impulso nervoso, que se propaga em um único sentido na fibra nervosa. Dentritos sempre conduzem o impulso em direção ao corpo celular. O axônio por sua vez, conduz o impulso em direção às suas extremidades. A propagação rápida dos impulsos nervosos é garantida pela presença da bainha de mielina que recobre as fibras nervosas. A bainha de mielina é constituída por camadas concêntricas de membranas plasmáticas de células da glia, principalmente células de Schwann. Entre as células gliais que envolvem o axônio existem pequenos espaços, os nódulos de Ranvier, onde a membrana do neurônio fica exposta. Nas fibras nervosas mielinizadas, o impulso nervoso, em vez de se propagar continuamente pela membrana do neurônio, pula diretamente de um nódulo de Ranvier para o outro. Nesses neurônios mielinizados, a velocidade de propagação do impulso pode atingir velocidades da ordem de 200m/s (ou 720km/h ). Sinapses: transmissão do impulso nervoso entre células Um impulso é transmitido de uma célula a outra através das sinapses (do grego synapsis, ação de juntar). A sinapse é uma região de contato muito próximo entre a extremidade do axônio de um neurônio e a superfície de outras células. Estas células podem ser tanto outros neurônios como células sensoriais, musculares ou glandulares. As terminações de um axônio podem estabelecer muitas sinapses simultâneas. Na maioria das sinapses nervosas, as membranas das células que fazem sinapses estão muito próximas, mas não se tocam. Há um pequeno espaço entre as membranas celulares (o espaço sináptico ou fenda sináptica). Quando os impulsos nervosos atingem as extremidades do axônio da célula pré-sináptica, ocorre liberação, nos espaços sinápticos, de substâncias químicas denominadas neurotransmissores ou mediadores químicos, que tem a capacidade de se combinar com receptores presentes na membrana das célula pós-sináptica, desencadeando o impulso nervoso. Esse tipo de sinapse, por envolver a participação de mediadores químicos, é chamado sinapse química. A ligação entre as terminações axônicas e as células musculares é chamada sinapse neuromuscular e nela ocorre liberação da substância neurotransmissora acetilcolina que estimula a contração muscular. A maioria das sinapses dos mamíferos são sinapses químicas, mas existe uma forma simples de sinapse elétrica que permite a transferência direta da corrente iônica de uma célula para a célula seguinte. As sinapses elétricas ocorrem em locais especializados chamados junções. Elas formam canais que permitem que os ions passem diretamente do citoplasma de uma célula para o citoplasma da outra. A transmissão nas sinapses elétricas é muito rápida; assim, um potencial de ação no neurônio pré-sináptico, pode produzir quase que instantaneamente um potencial de ação no neurônio pós-sináptico. Embora as junções sejam relativamente raras entre os neurônios de mamíferos adultos, eles são muito comuns em uma grande variedade de células não neurais, inclusive as células do músculo liso cardíaco, células epiteliais, algumas células glandulares, glia, etc. Elas também são comuns em vários invertebrados. A sinapse química Nesse tipo de sinapse, o sinal de entrada é transmitido quando um neurônio libera um neurotransmissor na fenda sináptica, o qual é detectado pelo segundo neurônio através da ativação de receptores situados do lado oposto ao sítio de liberação. Os neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelos neurônios e utilizadas por eles para transmitir sinais para outros neurônios ou para células não-neuronais (por exemplo, células do músculo esquelético, miocárdio, células da glândula pineal) que eles inervam. A ligação química do neurotransmissor aos receptores causa uma série de mudanças fisiológicas no segundo neurônio que constituem o sinal. Normalmente a liberação do primeiro neurônio (chamado pré-sináptico) é causado por uma série de eventos intracelulares evocados por uma despolarização de sua membrana, e quase que invariavelmente quando um potencial de ação é gerado. Diagrama e micrografia de uma sinapse de uma junção neuromuscular da mosca da fruta. 1- Vesículas sinápticas; 2- Neurônio pré-sináptico (axônio terminal); 3- Fenda sináptica ; 4- Neurônio pós-sináptico. Categorias de sinapses químicas Existem dois tipos de sinapses químicas, de acordo com o efeito que causam no elemento pós-sináptico: Sinapses excitatórias Sinapses inibitórias Neurotransmissores importantes e suas funções Dopamina Controla níveis de estimulação e controle motor em muitas partes do cérebro. Serotonina neurotransmissor do 'bem-estar'. ' Ela tem um profundo efeito no humor, na ansiedade e na agressão. Acetilcolina (ACh) A acetilcolina controla a atividade de áreas cerebrais relaciondas à atenção, aprendizagem e memória. Noradrenalina Principalmente uma substância química que induz a excitação física e mental e bom humor. Glutamato O principal neurotransmissor excitante do cérebro, vital para estabelecer os vínculos entre os neuroônios que são a base da aprendizagem e da memória a longo prazo. Endorfinas Essas substâncias são opiáceos que, como as drogas heroína e morfina, modulam a dor, reduzem o estresse, etc.