Editorial A Vertentes, como uma árvore que produz, periodicamente e com fartura, flores que enfeitam e criam possibilidades vitais, vem cumprindo seu papel de dar espaço e publicizar a reflexão e a pesquisa, criando chances de interlocução, insights, acréscimos, revisões e tantos outros movimentos importantes para o desenvolvimento acadêmico e sociocultural nos espaços onde circula. A educação escolar é, em diversos aspectos, abordada de maneira dinâmica e provocativa na maioria dos artigos desta edição. De natureza mais ampla são os textos de Izabel Passos e Tiago Lara. Enquanto a primeira discute aspectos históricos e teóricos da aproximação entre a análise do discurso francesa e a psicossociologia, em relação a propostas de análise e intervenção sobre instituições sociais, Tiago Lara traz uma reflexão sobre consciência filosófica e compromisso democrático, envolvendo filosofia, democracia, capitalismo e crise, a partir de obras de pensadores contemporâneos. Na grande temática da educação escolar, duas categorias amplas mostram-se em destaque: processos educativos e formação de professores. Narrativas, representações e processos interativos em aulas são abordados em quatro artigos dirigidos a diferentes áreas do ensino de língua e de literatura. Isabel Rosângela trata de representações do ensino de gramática entre professores da Educação Básica e Helena Contaldo avalia a construção da coerência textual em narrativas escolares. Valdeni Reis trata do papel do diário e Míria Oliveira aborda a relação entre linguagem e formação dos sujeitos. A concepção e a administração do tempo e do espaço para crianças são tratadas nos textos de Anelise Monteiro e Silvia Néli: enquanto o primeiro aborda a questão da administração do tempo em escolas de educação infantil, o segundo discute espaços para crianças em shopping centers. O estudo de Adriana Silva, sobre a aplicação educacio-nal de blogs, e o artigo de Carlos Henrique e Wilder Oliveira, que analisa a relação entre oralidade e escrita na educação escolar indígena, completam a primeira categoria indicada. Em dois dos três artigos que constituem a categoria “formação de professores”, Juliana Assis trata da construção da identidade do professor de língua materna em formação enquanto Lucia Helena Pereira e William Silva discutem o significado da corporeidade na formação inicial de professores. No artigo de Anterita Godoy, a temática da formação docente é problematizada a partir da leitura do conto “A conversão do diabo”. Ainda no campo educacional, Maria do Carmo de Matos aborda a produção de políticas e práticas curriculares no Brasil, com destaque para os conceitos de recontextualização e hibridização, enquanto Lia Faria e Rosemaria Vieira socializam a contribuição de grandes pensadores como Paulo Freire e Darcy Ribeiro. Júlio Eduardo de Castro, por sua vez, discute o ensino da psicanálise à luz da teoria lacaniana dos discursos. Fundados em matrizes teórico-metodológicas de reconhecido vigor e elaborados com capricho compatível com a proposta e o rigor editoriais da Vertentes, os textos que nos traz esta 31ª edição certamente irão contribuir com o enriquecimento de discussões e estudos em andamento, bem como para a ampliação da compreensão das temáticas tratadas por aqueles que se importam e/ou atuam, em especial, no campo educacional. Prof. Dr. Murilo Cruz Leal Pró-Reitor de Ensino de Graduação da UFSJ