1 Uni-ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS CURSO DE AGRONOMIA EFEITO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E QUÍMICA NO CRESCIMENTO DA BANANEIRA RODRIGO VIEIRA DE ANDRADE Goiânia NOVEMBRO 2013 2 RODRIGO VIEIRA DE ANDRADE EFEITO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E QUÍMICA NO CRESCIMENTO DA BANANEIRA Trabalho de conclusão apresentado ao curso de Agronomia do Centro Universitário de Goiás, UniAnhanguera, sob orientação da Profª Drª Luciana Domingues B Ferreira, como requisito para obtenção do titulo de Bacharel em Agronomia. Goiânia NOVEMBRO 2013 3 RESUMO A bananeira apesar de ser cultivada em diversos tipos de solos, é uma planta tipicamente tropical. No Brasil a bananeira é uma das fruteiras mais exploradas, nos países tropicais o seu fruto é um dos mais consumidos no mundo. Seu bom desenvolvimento exige solos ricos em matéria orgânica, bem drenados, argilosos ou francos, temperatura constante, elevada umidade e boa distribuição de chuvas. São plantas cultivadas e implantadas em solos considerados pobres em nutrientes. A fertilização com nitrogênio e potássio é uma das principais etapas para aumentar a produtividade e qualidade de frutos da bananeira. E necessário, portanto, o conhecimento das quantidades dos nutrientes absorvidos e exportados por essa cultura para melhor compreensão do balanço de nutrientes no sistema solo-planta e, consequentemente, para definir uma recomendação de adubação que realmente satisfaça as exigências nutricionais da bananeira. O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento e desenvolvimento de bananeiras da cultivar marmelo (figo) submetido à adubação química e orgânica, no município de Inhumas – GO. Com instalação do projeto na Escola Agropecuária Senador João Abrahão Sobrinho, BR 070. A avaliação inicial do desenvolvimento das bananeiras mostrou que a combinação de N P K e substrato orgânico favoreceram no crescimento significativo de todos os parâmetros avaliados, sendo que cada avaliação teve um resposta diferente devido aos nutrientes disponíveis. Palavras-chave: Manejo nutricional. Exigência nutricional dos bananais. Manejo nutricional dos bananais. 4 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Sintomas visuais de deficiências de nutrientes em folhas da bananeira 14 Tabela 2 - Sintomas de deficiências de nutrientes nos cachos e frutos da bananeira 14 5 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Ilustração representativa da morfologia da bananeira. 9 Figura 2 Croqui da área 17 Figura 3 Media de altura das plantas. 19 Figura 4 tratamento testemunha. 19 Figura 5 tratamento químico e orgânico. 20 Figura 6 Médias do tamanho das folhas. 20 6 SUMARIO 1 INTRODUÇÃO 7 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Classificação botânica 2.2 Classificação morfológica 2.3 Importância econômica da cultura 2.4 Ciclos da bananeira 2.5 Clima e solo 2.6 Exigência de nutrientes 2.7 Sintomas de falta de nutrientes 2.8 Distribuição geográfica 2.8 Importância dos aspectos de crescimento 9 9 9 11 11 11 12 13 15 15 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1Localização e caracterização da área do experimento 3.2 Tratamentos e delineamento experimental 3.3 Implantação e condução do experimento 17 17 17 17 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 18 5 CONCLUSÕES 21 REFERÊNCIAS 22 7 1 INTRODUÇÃO Morim (1967) relata que as primeiras bananas surgiram antes da história escrita. Para esse autor, a banana foi provavelmente uma das primeiras espécies a serem cultivadas e uma das primeiras a serem propagadas vegetativamente. Conforme o pensamento de TAI (1977), a banana originou-se no sudoeste da Ásia, em países como Índia, Indochina, Malásia e Filipinas (COSTA et al. , 1998). No Brasil, a bananeira é uma das fruteiras mais exploradas. Nos países tropicais o seu fruto é um dos mais consumidos no mundo. Há vários anos o Brasil destaca-se como um dos principais produtores mundiais, com cultivo da fruteira na maioria dos estados da Federação (MOREIRA, 1987). A produção mundial de bananas em 2010 foi de aproximadamente 6,9 milhões de toneladas, com uma área de 486,9 mil hectares. O Brasil encontra-se como o segundo maior produtor, perdendo somente para a Índia, cuja produção é aproximadamente duas vezes maior (EMBRAPA, 2010). As bananeiras são plantas cultivadas e implantadas em solos considerados pobres em nutrientes. A utilização de solos pouco férteis e a falta de manutenção de níveis adequados de nutrientes durante o ciclo da planta são os principais fatores da baixa produtividade da bananeira no Brasil (BORGES et al., 1995). O manejo nutricional dos bananais é de extrema importância para obtenção de altas produtividades, pois a extração de nutrientes do período juvenil até o lançamento do cacho é bastante acentuada, quando ocorre grandes retiradas de K, N, Ca, P e Mg. Provoca influência no crescimento e desenvolvimento das bananeiras, uma vez que as plantas apresentam crescimento e desenvolvimento rápido e acumula grandes quantidades de nutrientes em sua biomassa (BORGES et al., 2000; NÓBREGA, 2006). A bananeira tem alta demanda por nitrogênio e, particularmente, por potássio e estes nutrientes devem estar disponíveis. A exigência nutricional da bananeira varia para cada tipo de cultivar utilizado, principalmente com N e K. Assim, há cultivares em que a adubação de N e K, mesmo em grandes quantidades, não atende nutricionalmente as bananeiras, afetando sua produtividade (BORGES et al., 2000). É necessário, portanto o conhecimento das quantidades dos nutrientes absorvidos e exportados por essa cultura para melhor compreensão do balanço de nutrientes no sistema solo-planta e, consequentemente, para definir uma recomendação de adubação que realmente satisfaça as exigências nutricionais da bananeira. Visando propor recomendações de adubação (OLIVEIRA et al., 2005). 8 Este trabalho tem como objetivo avaliar o crescimento e desenvolvimento de bananeiras da cultivar marmelo (figo), submetidas a adubação química e orgânica, no município de Inhumas GO. 9 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Classificação botânica Segundo a sistemática botânica de classificação, as bananeiras produtoras de frutos comestíveis são plantas da classe das Monocotyledoneae, ordem Scitaminales, família Musaceae, da qual fazem parte as subfamílias Heliconioideae, Strelitzioideae e Musoideae. A classificação proposta por Cheesman (1948) para o gênero Musa, aceita atualmente no mundo inteiro, baseia-se no número básico de cromossomos dividido em dois grupos da seguinte maneira: as espécies com n = 10 cromossomos pertencem às seções Australimusa e Callimusa, enquanto as espécies com n = 33 cromossomos integram as seções (FRUTAS DO BRASIL 2013). 2.2 Características morfológicas A bananeira (Musa spp.) é um vegetal herbáceo completo, (Figura 1) pois apresenta caule (rizoma), raiz, folhas, flores, frutos e sementes perene, uma vez que novos perfilhos nascem da base da planta-mãe (BORGES et al., 2000). Figura 1 - Ilustração representativa da morfologia da bananeira. Fonte: Vieira (2011, p. 8) O sistema radicular é fasciculado, cujas raízes primárias saem do rizoma, em grupos de 3 ou 4, totalizando 200 a 500 raízes. É superficial, sendo que cerca de 80% delas se encontram nos primeiros 20 a 30 cm do solo. As raízes primárias são em forma de corda brancas, carnosas e tenras quando novas; depois amarelecem; estas raízes têm numerosas radicelas laterais, providas de pelos absorventes que são responsáveis pela absorção da água e nutrientes. As raízes secundárias têm dominância apical, são em grande número, apresentamse muito finas e são difíceis de serem observadas (BORGES et al., 2000). 10 O caule é subterrâneo do tipo rizoma. Quando bem desenvolvido pode ter de 25 a 40 cm de diâmetro e pesar de 6,9 a 11,5 Kg, de acordo com o clone e a idade da planta. É de onde saem às raízes primárias. O rizoma tem na parte externa uma região denominada de córtex (camada mais externa do rizoma, cuja espessura é de 3 a 5 cm) e outra região interna e fibrosa, que é o cilindro central (envolvido pelo córtex, e é nele que as raízes se formam). No centro do cilindro central do rizoma, existe um conjunto de células meristemáticas denominadas gema apical de crescimento, responsáveis pelo desenvolvimento aéreo da planta (formação das folhas e das gemas laterais de brotações) (BORGES et al., 2000; NÓBREGA, 2006). O desenvolvimento das folhas é iniciado à partir do ponto de crescimento do rizoma, em que a gema apical pode gerar de 30 a 70 folhas, dependendo do cultivar, sendo simultânea a formação da folha e da gema lateral de brotação. O aparecimento de uma nova folha ocorre a cada 7 a 11 dias e cada folha tem vida útil de 100 a 200 dias. As folhas são compostas de bainha longa, reta, com bordos retilíneos, salvo nas extremidades, pecíolo, limbo foliar dividido pela nervura central em dois semi limbos, nervuras e aguilhão (ou pavio). As bainhas das folhas da bananeira têm grande importância, pois são elas que formam o pseudocaule, o sustentáculo do cacho (BORGES et al., 2000). O pseudocaule, denominado de tronco que é formado pelo conjunto das bainhas das folhas sobrepostas a partir do rizoma até a roseta, onde as folhas se abrem, terminando com uma copa de folhas compridas e largas. Podem alcançar até 8 m de altura (ROSA JUNIOR et al., 2000). A inflorescência é denominada racimo ou cacho é constituído pelo: pedúnculo (engaço)- tem início no ponto de fixação da 10 última folha e termina na inserção da primeira penca; ráquis (eixo primário onde estão inseridas as flores da inflorescência) - inicia-se à partir do ponto de inserção da primeira penca e termina no botão floral, podendo ser dividida em ráquis feminino, onde se inserem as flores femininas e ráquis masculino, onde se inserem as flores masculinas; coração ou mangara (conjunto de flores masculinas, com suas respectivas brácteas) as pencas são conjuntos de frutos (dedos), reunidos pelos seus pedúnculos em duas fileiras horizontais e paralelas (BORGES , OLIVEIRA, 2000; ROSA JUNIOR et al., 2000). Os frutos são produzidos por partenocarpia e sem a presença de sementes. São bagas alongadas, o epicarpo corresponde à casca e o mesocarpo à polpa (ROSA JUNIOR et al., 2000). 2.3 Importância econômica da cultura 11 A bananeira é uma planta tipicamente tropical, cujo bom desenvolvimento exige temperatura constante, elevada umidade e boa distribuição de chuvas. Essas condições são registradas na faixa compreendida entre os paralelos de 30° de latitude norte e sul, nas regiões onde as temperaturas situam-se entre os limites de 15°C e 35°C. Há, entretanto, a possibilidade de seu cultivo em latitudes acima de 30° de latitude norte e sul, desde que a temperatura e o regime hídrico sejam adequados (FRUTAS DO BRASIL, 2009). A expansão de um cultivar, em determinados países e áreas, é função da sua aclimatação, interesse do mercado local ou do importador. Disso resulta que há relativa diversificação de cultivares entre as regiões produtoras (ROSA JUNIOR et al., 2000). 2.4 Ciclo da bananeira O ciclo da bananeira define-se em dois: o ciclo vegetativo e o de produção, em que, o ciclo vegetativo compreende o período entre o aparecimento do rebento (ou perfilho) na superfície do solo e a colheita de seu cacho, e o ciclo de produção é o intervalo de tempo entre a colheita do cacho de uma bananeira e a colheita do cacho do seu filho (MEDEIROS et al., 2012). Tanto um ciclo como outro é influenciado por fatores edafoclimáticos e técnicas culturais, além da idade do próprio bananal e da cultivar plantada. Bananais com mais de três safras, com densidades elevadas e em condições de clima e solo desfavoráveis, como também de manejo, podem ter os citados ciclos aumentados de até mais do dobro, com graves prejuízos de produtividade e, portanto, na economia dessa atividade agrícola. (MEDEIROS et al., 2012). 2.5 Clima e Solo A utilização de solos de baixa fertilidade e a não manutenção de níveis adequados de nutrientes durante o ciclo da planta são fatores responsáveis pela baixa produtividade da bananeira. Apesar de ser cultivada em diversos tipos de solos, a bananeira prefere solos ricos em matéria orgânica, bem drenados, argilosos ou francos, que possuam boa capacidade de retenção de água e topografia favorável (VALDEMÍCIO et al ., 2004). As regiões em que a umidade relativa média anual situa-se acima de 80% são as mais favoráveis ao cultivo da banana. Essa alta umidade acelera a emissão de folhas, prolonga sua longevidade, favorece o lançamento da inflorescência e uniformiza 12 coloração da fruta. Contudo, quando associada a chuvas e a variações de temperatura, provoca a ocorrência de doenças fúngicas (MOREIRA, 1987; ITAL, 1995). Quanto à luminosidade, a bananeira requer alta intensidade de luz para se desenvolver normalmente. Em condições de pouca luminosidade por período prolongado, o ciclo de desenvolvimento da planta é interrompido, não havendo a diferenciação floral, resultando em ciclo vegetativo longo. Também em níveis excessivamente altos podem provocar queimaduras no engaço e nos frutos (ALVES et al.,1999). A planta ao ser submetida a temperaturas abaixo de 15°C tem suas atividades relacionadas ao crescimento paralisadas. Temperaturas inferiores a 12°C podem ocasionar um distúrbio fisiológico conhecido como “chilling”, que prejudica os tecidos da planta, principalmente da casca do fruto. Se a temperatura for menor que 4°C, começam a surgir manchas amarelas nas bordas das folhas, que se acentuam com o tempo (BORGES et al., 1999). Quando a temperatura é superior a 35°C, há inibições no desenvolvimento da planta, devido, principalmente, à desidratação dos tecidos, em especial, os das folhas. Isto faz com que elas se tornem rígidas e sujeitas ao fendilhamento. Além disso, a temperatura do ar é muito importante, pois influencia a ocorrência de várias pragas e doenças que atacam a bananeira e cuja velocidade de desenvolvimento varia em função da temperatura (EMBRAPA, 2009). 2.6 Exigência de nutrientes A cultura da bananeira é muito exigente em nutrientes, extraem em média, 1,9 Kg de N, 0,22 kg de P, 5,6 kg de K, 0,19 kg de Ca e 0,25 Kg de Mg por tonelada de frutos (CORDEIRO, 2000). Mas pode variar dependendo da cultivar, ocorrem diferenças entre a quantidade absorvida, em razão de fatores internos da planta, condições de clima, solo e manejo. A nutrição é um fator de produção de extrema importância para a bananeira devido à alta eficiência destas plantas em produzir grandes quantidades de fitomassa em curto período de tempo (BORGES; et al., 1999). O potássio é o elemento mais importante para a nutrição da bananeira com alta demanda pela planta. Sendo o nutriente essencial para as plantas, atuando como ativador enzimático, participando da síntese de carboidratos, entre eles o amido, pela ativação da 13 síntese do amido, o potássio ainda tem importantes funções no transporte de foto assimilados da fonte folhas para o dreno frutos e nos processos de regulação estomática (MAIA, 2001). O potássio na solução do solo aparece na forma iônica K+, forma absorvida pelas plantas. Concentrações elevadas de Ca e Mg reduzem a absorção de K por inibição competitiva e concentrações adequadas de Ca apresentam um efeito sinergístico (FAQUIN, 2001). A relação de proporção de adubação de N e K na cultura da bananeira foi testada em vários trabalhos com a dosagem de K sempre superior a de N, utilizando esta proporção para testar níveis crescentes de N e K para diversos cultivares, para, posteriormente, recomendar uma adubação adequada. Os níveis crescentes de N na maioria dos trabalhos variam entre 30 a 50% da dose recomendada de K. O N e o K estão diretamente relacionados com o crescimento, produção e qualidade dos frutos da bananeira. O N atuando diretamente sobre o crescimento vegetativo, emissão e desenvolvimento dos rebentões, além de aumentar a quantidade de matéria seca. O desbalanço entre N e K pode causar problema na pós-colheita, levando à queda de frutos amadurecidos no cacho. O baixo suprimento de K favorece o acúmulo de N amoniacal e o excesso de N atrasa a emergência do cacho, produzindo cachos com pencas espaçadas e facilmente danificadas no transporte. Na presença de alta relação N/K, os pedicelos dos frutos tornam-se frágeis e, quando amadurecem, os frutos caem do cacho (BORGES et al., 1997). 2.7 Deficiência nutricional A produção de banana é influenciada por fatores internos da planta, como os fatores genéticos, e fatores externos, que são as condições de clima, solo e manejo agronômico praticado na cultura, como a adubação (SILVA et al; 2003). Quando um nutriente está em deficiência, a planta expressa desequilíbrio. Por sintomas visuais que se manifestam, principalmente, por meio de alterações nas folhas, como coloração, tamanho, entre outras (Tabela 1). Além das folhas, alguns sintomas podem ocorrer nos cachos e frutos (Tabela 2). A análise visual é apenas uma das formas utilizadas para estabelecer as deficiências nutricionais em bananeira, devendo ser confirmadas pelas análises químicas de solos e folhas, que definirão, se for o caso, as doses de nutrientes a serem aplicadas (EMBRAPA, 2009). 14 Tabela 1. Sintomas visuais de deficiências de nutrientes em folhas da bananeira. Nutriente Idade da folha Sintomas no limbo Sintomas adicionais N Todas as idades Verde-claro uniforme. Pecíolos róseos. Cu Todas as idades - Dobramento da nervura principal. Fe Jovens Folhas amarelas, quase brancas. - S Jovens Folhas, inclusive nervuras, tornamse verde-pálidas a amarelas. Engrossamento das nervuras secundárias. B Jovens Listras perpendiculares às nervuras secundárias. Folhas deformadas (limbos incompletos). Zn Jovens Faixas amareladas ao longo das nervuras secundárias. Pigmentação avermelhada na face inferior das folhas jovens. Ca Jovens Clorose nos bordos. Engrossamento das nervuras secundárias; clorose marginal descontínua e em forma de "dentes de serra"; diminuição do tamanho da folha. Mn Medianas Limbo com clorose em forma de pente nos bordos. Ocorrência do fungo Deightoniella torulosa, que pode contaminar os frutos. P Velhas Clorose marginal em forma de "dentes de serra". Pecíolo se quebra; folhas jovens com coloração verde-escura tendendo a azulada. K Velhas Clorose amarelo-alaranjada e necroses nos bordos. Dobramento do limbo na ponta da folha, com aspecto encarquilhado e seco. Fonte : EMBRAPA( 2009) Tabela 2. Sintomas de deficiências de nutrientes nos cachos e frutos da bananeira. Nutriente Sintomas N Cachos raquíticos, menor número de pencas. P Frutos com menor teor de açúcar. K Cachos raquíticos, frutos pequenos e finos, maturação irregular, polpa pouco saborosa. Ca Maturação irregular, frutos verdes junto com maduros, podridão dos frutos, pouco aroma e pouco açúcar. A sua falta pode ser uma das causas do empedramento da banana ‘Maçã’. Mg Cacho raquítico e deformado, maturação irregular, polpa mole, viscosa e de sabor desagradável, apodrecimento rápido do fruto. S Cachos pequenos. B Deformações do cacho, poucos frutos e atrofiados. A sua falta pode levar ao empedramento. Fe Pencas anormais, frutos curtos. Zn Frutos tortos e pequenos, com ponta em forma de mamilo e de cor verde-pálida. Fonte : EMBRAPA( 2009). 15 2.8 Distribuição geográfica A banana é uma fruta conhecida no mundo todo e é símbolo referencial dos países tropicais, sendo também a fruta mais popular do Brasil. No comércio mundial, a banana é a fruta de maior volume transacionado. A produção mundial de banana tem sentido crescente e ultrapassou 72 milhões de toneladas em 2005, em sua maioria destinada ao autoconsumo de países asiáticos e latino-americanos e apesar dos maiores importadores de bananas serem de países desenvolvidos, essa fruta constitui fonte de alimento primordial em países pobres. Segundo dados FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), Índia e Brasil são os maiores produtores e consumidores de bananas no mundo. O Brasil possui maior área plantada, com 12,1% do total mundial, sendo essa cultura responsável por mais de 500 mil empregos diretos (ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA, 2009). A região Nordeste do Brasil é responsável pela maior produção, com 2,7 milhões de toneladas, ocupando uma área de 210.374 ha, correspondendo a 38,6% da produção total do País, seguida pelo Sudeste, com 29,8% e Centro-Oeste (6%) da produção (IBGE, 2008). A bananicultura possui uma grande importância socioeconômica no Nordeste, sendo geralmente explorada por pequenos agricultores, predominando a mão de obra familiar. Constitui parte integrante da alimentação de populações de baixa renda, não só pelo seu alto valor nutritivo, mas também pelo seu baixo custo, tendo papel fundamental na fixação da mão de obra rural (DANTAS et al., 1999). 2.9 Importância dos aspectos de crescimento Uma das tendências da ciência agronômica é gerar modelos de simulação de crescimento com objetivo de detectar os fatores que possam limitar o cultivo, influenciando no potencial produtivo das espécies, além de prever rendimentos em função das condições em que as plantas se desenvolvem. O fenômeno crescimento de planta, tanto em nível de manejo como de pesquisa, requer o conhecimento das respostas das plantas ao ambiente (BORGES et al., 2000). De acordo com Dourado Neto (1998), um modelo de crescimento e desenvolvimento de plantas visa, entre outras finalidades, buscar informações básicas das diversas interações planta x ambiente, maximizando o uso de recursos naturais de cada região, ou de uma determinada condição de cultivo. 16 O conhecimento das relações entre os caracteres é de suma importância à bananicultura, possibilitando, ao produtor, estimar a produção do cacho de uma determinada planta a partir de outros atributos. Embora apresente trabalhos relacionando caracteres de componentes da produção em diferentes genótipos de bananeira (MOREIRA, 1984). 17 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Localização e caracterização da área do experimento O experimento de banana foi realizado com a cultivar Marmelo figus que foi instalado em dezembro de 2012, na Escola Agropecuária Senador João Abrahão Sobrinho, BR 070 km, município de Inhumas-GO. O solo é caracterizado como Latosolo Vermelho, sendo que a cultura antecessora ao experimento foi milho. Figura 2 Croqui da área 3.2. Tratamentos e delineamento experimental O experimento foi montado em blocos casualizados com quatro tratamentos: químico, químico e orgânico, orgânico e testemunha constituídos em parcela e subparcelas. Foi aplicada dose única de N P K (3-17-00) e adubo orgânico. Esses adubos foram divididos e aplicados em quarenta parcelas com quatro plantas cada. O experimento ocupa uma área de 75x 21 m = 1.575 m², na qual as plantas foram dispostas no espaçamento de 1.5 x 1.5 m, perfazendo 1.68 m² por planta, para manter uma população de plantas de 5.953 plantas /ha-¹, sendo que cada subparcela será constituído de quatro plantas. Cada bloco ocupou 6.750 m² e contou com 160 plantas no experimento. 3.3. Implantação e condução do experimento. As covas foram abertas trinta dias antes do plantio e ficou em repouso juntamente com o adubo orgânico de resido de frigorifico, que foi colocado no dia da abertura. O bananal 18 foi implantado empregando-se mudas tipo pedaços de rizoma com parte da planta em desenvolvimento que foram submetidos ao tratamento químico com furazim antes do plantio. As cova de plantio, anteriormente preparada com as seguintes dimensões 40x40x40 cm. A coleta de dados teve inicio 224 dias após o plantio, a coleta de dados para altura de planta era feito a cada vinte dias, e das folhas era feito a cada dez dias. 19 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A altura das plantas foi influenciado pelas diferentes doses combinadas de N P K e matéria orgânica que foi aplicada no dia do plantio. O tamanho de folhas também teve resultados significativa para a cultivar analisadas a 264.D.A.P. (Figura 2). Figura 3 Média de altura das plantas. 70 65,01 60 47,34 41,41 50 40 52,93 53,24 58,84 44,53 42,29 36,09 33,82 32,12 57,62 30 20 10 0 224 D.A.P 244 D.A.P TESTEMUNHA 264 D.A.P ORGÂNICO QUÍMICO QUÍM/ORGÂ Os desenvolvimentos iniciais das bananeiras dependem diretamente da adubação, do potencial genético de cada cultivar, e da tecnologia aplicada a cada sistema produtivo para se obter o desenvolvimento desejável do bananal até a produção. A cultivar Marmelo figo que foi avaliada com a adubação química e orgânica produziu maiores folhas. O tamanho da folha pode favorecer o crescimento inicial da planta e acelerar seu desenvolvimento. Como mostrado pelo tratamento testemunha que influenciou no desenvolvimento das plantas (Figura 3). Figura 3 tratamento testemunha. Figura 3 tratamento testemunha. 20 A avaliação inicial do desenvolvimento das bananeiras mostrou que as doses e combinação de N P K e material orgânico favoreceram no crescimento significativo de todos os parâmetros avaliados, sendo que cada avaliação teve um comportamento de resposta diferente devido aos nutrientes disponíveis (Figura 4) Figura 5 tratamento químico e orgânico Figura 4 tratamento químico e orgânico Os tratamentos químicos e químico orgânico apresentaram médias de folha melhores quando comparados com a testemunha (Figura 5). Figura 6 Médias do tamanho das folhas. TAMANHO DE FOLHA 70 60 50 40 60,93 57,19 56,07 56,93 52,99 50,81 49,28 46,65 44,91 42,41 40,14 37,48 TESTEMUNHA ORGÂNICO 30 QUÍMICO 20 QUÍ/ORGÂ 10 0 244 D.A.P 254.D.A.P 264.D.A.P 21 Brasil et al. (2000) descrevem que os tratamentos com doses de N P K não apresentaram efeito significativo em relação a altura de plantas e tamanho de folhas no início do desenvolvimento da cultura. O N tem grande influência no crescimento inicial da bananeira, principalmente quando o meristema encontra-se em fase de desenvolvimento. A bananeira, independentemente da cultivar, extrai maiores quantidades de K que de N, durante o ciclo de formação das plantas. Neste trabalho, pode-se observar que as plantas que receberam de N P K favoreceram o desenvolvimento inicial das cultivares de bananeiras. Halder et al (2003) encontraram correlação significativa entre os níveis de adubação nitrogenada e as características de produção de bananeiras em um experimento de adubação de bananeira na Índia. Neste trabalho, as doses combinadas de N P K com adubo Orgânico contribuíram para os indicadores de produção como altura de plantas e tamanho de folha. 22 5 CONCLUSÕES As observações feitas permitem concluir que a utilização da combinação de adubos químicos e orgânico na mesma cova traz vantagens ao cultivo da bananeira marmelo, com aumento favorável no tamanho da folha e da planta. Essas vantagens associadas à redução do custo operacional da adubação, verificou-se um media em torno de 11.77 cm em 40 dias no tamanho das plantas, as folhas apresentaram media de 7,81cm em 20 dias. As plantas que foram avaliadas no tratamento químico também apresentaram uma diferença favorável em relação o tamanho de planta com media de 10.28 cm em 40 dias. 23 REFERÊNCIAS ALVES, E.J.; OLIVEIRA, M.A.; DANTAS, J.L.L.; OLIVEIRA, S.L. Exigências climáticas. In: ALVES, E.J. A cultura da banana: Aspectos técnicos, socioeconômicos e agroindustriais. 2.ed. rev. Brasília: Embrapa-SPI/ Cruz das Almas: mbrapaCNPMF,1999, p.35-46 ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA 2009. Banana. 56 ed. Santa Cruz do Sul: Gazeta Santa Cruz, p.70-75, 2009. BORGES, A.L.; OLIVEIRA, A.M.G. Nutrição e aduba-ção de bananeira. Brasília : Embrapa-SPI, 1995.106p. (Publicações Técnicas Frupex, 18) BRASIL, E. C.; OEIRAS, A.H.L.; MENEZES, A. J. E. A.; VELOSO,C. A. C. 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