Esôfago de Barrett: quando acompanhar e como intervir Héber Salvador de Castro Ribeiro Departamento de Cirurgia Abdominal A.C. Camargo Cancer Center g Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica • Não possuo conflitos de interesse; Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Ementa • Conceito • Epidemiologia e fatores de risco • Caracterização: • Endoscópica • Patológica • Barrett x Câncer de Esôfago • Surveillance • Tratamento Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Conceito • Substituição S b i i ã d do epitélio i éli estratificado ifi d esofágico fá i por revestimento i colunar – Metaplasia intestinal (Células Caliciformes) – Metaplasia Gástrica (Cardia-type) – Transdifferentiation x Trascommitment JAMA. 2013 Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Conceito • Substituição S b i i ã d do epitélio i éli estratificado ifi d esofágico fá i por revestimento i colunar Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Epidemiologia • Incidência: – 0,5 a 1,5% da população assintomática – 5 a 15% dos p pacientes com DRGE • Fatores de risco: • • • • Homens Raça branca Obesos > 50 anos • Tabagistas • DRGE: • • Refluxo Ácido x Refluxo Alcalino Duração dos sintomas: OR 6 4 para pacientes 6,4 i t com > 10 anos de sintomatologia JAMA. 2013 Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Diagnóstico e Caracterização • Endoscopia – Achado de epitélio p colunar acima da TEG (demarcada pelas pregas gástricas); – Descrição da extensão longitudinal e circunferencial da área de metaplasia ( Classificação de Praga): • Barrett Curto: < 3 cm de extensão • Barrett Longo: > 3 cm de extensão – Protocolos de Biópsia: • Seatle: S tl bx b em 4 quadrantes d t a cada d 2 cm Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Diagnóstico e Caracterização • Endoscopia E d i Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Diagnóstico e Caracterização • Endoscopia E d i • Endoscopia de alta magnificação • Cromoendoscopia virtual computadorizada • Narrow Band Image – NBI • FICE System y • Pentax iScan • Bx nos os quat quatro o quad quadrantes a tes a cada 2 cm + bx das áreas suspeitas à magnificação Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Diagnóstico e Caracterização Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Diagnóstico e Caracterização • 3-D 3 D Optical O ti l Coherence C h T Tomography h Gastrointest Endosc . 2012 Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Diagnóstico e Caracterização • Cytosponge • S: 90% na detecção de Barrett > 2 cm • Redução de 25% no custo por câncer evitado Clin Endosc 2014;47:40-46 Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Diagnóstico e Caracterização • Diagnóstico e gradação da Displasia: – Baixa taxa de concordância entre os patologistas – Necessidade de contra contra-checagem checagem com patologista especializado – Tratar inflamação pode ajudar no trabalho do patologista! Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Barrett x Câncer de Esôfago Esôfago Melanoma M l Próstata Pulmão e Mama Pulmão e Mama CCR Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Barrett x Câncer de Esôfago 8X NORMAL BARRETT 3 - 4X ADENOCA 2X Homens Brancos Hardikar, PLoS ONE 2013 Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Barrett x Câncer de Esôfago 5x – recorrente 6x – longa duração 8 – muito 8x i ffrequente NORMAL BARRETT 2 - 3X ADENOCA ?? Sintomas de Refluxo Zagari, GUT 2008 Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Barrett x Câncer de Esôfago 0.4 – 0.5 NORMAL BARRETT 0.5 ADENOCA ?? Infecção por H. Pylori Fishbach, Helicobacter 2012 Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Barrett x Câncer de Esôfago • Risco de progressão: – Barrett sem displasia: p 0,12 , a 0,5% , % ao ano • 0,33% ao ano para Barrett longo • 0,19% ao ano para Barrett curto – Barrett com displasia de baixo grau: •0 0,5 5 a 2,3% 2 3% de risco a depender do tempo de seguimento do estudo e de outros fatores de risco – Barrett com displasia de alto grau: • 6,58 - 10% de risco ao ano Clin Endosc 2014;47:40-46 Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Barrett x Câncer de Esôfago • Risco de morte por adenoca de esôfago pacientes com EB 25x maior em p • Diminuem Di i o iimpacto t d do rastreamento: t t – Incidência de Adenoca em p pacientes com Barrett Curto; – Sem displasia; – Sem Barrett; Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Screening • Teste de Screening: – População de risco identificável – Exame reprodutível, p , tolerável e custo-eficaz – Doença de tratamento eficaz se diagnosticada precocemente – Evidência que a melhoria nos resultados de tratamento suplanta os riscos Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Screening JAMA, 2012 Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Screening • A mortalidade do Câncer de Esôfago é pelo diagnóstico g do EB na fase de reduzida p displasia; • Estratégias de rastreamento baseadas na associação de fatores de risco; • Screening endoscópico para população de risco, mas não para a população geral; Clin Endosc 2014;47:40-46 Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Surveillance • Seguimento endoscópico pós diagnóstico de Barrett: • Considerar marcadores moleculares de maior risco de progressão: p53, cdx2 Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Tratamento • Redução do Risco de Morte por Câncer Impedir a progressão da displasia p Eliminar áreas d di de displasia l i d de alto grau / adenocarcinoma in situ Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Tratamento Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Tratamento • Regredir / Impedir a progressão da p displasia: – Terapia medicamentosa • Excelente no controle de sintomas • Melhora a acurácia na detecção e classificação da displasia • Não parece ser suficiente para impedir a progressão p g especialmente p em p pacientes com Barrett longo Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Tratamento • Regredir / Impedir a progressão da p displasia: – Cirurgia Anti-refluxo: • Controle duradouro de sintomas • Maiores taxas de regressão da displasia quando comparado com IBP em séries retrospectivas • Meta-análise não confirma superioridade do tratamento cirúrgico g sobre o medicamentoso na redução do risco de progressão para câncer Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Tratamento • Eliminar áreas de displasia de alto grau / adenocarcinoma in situ – Ressecção endoscópica • • Mucosectomia Dissecção de submucosa – Terapias ablativas • • • • Laser de Argônio T Terapia i fotodinâmica f t di â i Ablação por radiofrequência C i bl ã Crioablação – Esofagectomia Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Tratamento Não recomendada a realização de terapia endoscópica em Barrett com Displasia de baixo grau Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Tratamento MOMENTO DE INTERVIR! Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Tratamento Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Tratamento Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Tratamento • Eliminar áreas de displasia de alto grau / adenocarcinoma in situ – A ressecção endoscópica é eficaz e apresenta menor risco de complicação e morte que a cirurgia; – Não há estudos randomizados q que comparem p as duas modalidades terapêuticas; – Não há relatos de recidivas em pacientes com DAG e adenocarcinoma in situ submetidos a cirurgia Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica X Esofagectomia Terapia Endoscópica p N 79 80 Idade 63.1 ± 10.6 69.7 ± 9.4 < 0.0001 Gastroenterologista 32 (41%) 76 (95%) < 0.0001 Cirurgião g 42 ((53%)) 4 ((5%)) Oncologista 5 (6%) 0 Primeira Consulta Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Tratamento • Eliminar Eli i á áreas d de di displasia l i d de alto l grau / adenocarcinoma d i iin situ i – Decisão individualizada com participação do paciente e em ambiente multidisciplinar p – Quando ressecar endoscopicamente: • Lesões visíveis no Barrett (planas e plano-elevadas) – Plano de tratamento do restante da metaplasia – Papel da Eco-EDA Eco EDA pre ressecção é controverso – Quando Operar p – Pacientes aptos: p • Lesões de maior risco para componente invasivo ou não identificáveis • Falha F lh na terapia t i endoscópica d ó i • Impossibilidade de tratar o restante da metaplasia Esôfago de Barrett – Atualização Terapêutica Conclusões • O Esôfago de Barrett é uma entidade clínica que desafia a todos na cadeia de cuidados destes pacientes; • A decisão multidisciplinar é a forma mais segura de se obter sucesso neste tratamento; • Referenciar o paciente a centros que disponham dos instrumentos de tratamento (recursos humanos e materiais) é sempre recomendado; Departamento de Cirurgia Abdominal Dr. Dr Dr. Dr. Dr. Dr. Dr. Felipe José Fernandez Coimbra Héber Salvador de Castro Ribeiro Alessandro L. Diniz Wilson Luiz da Costa Jr André Luiz de Godoy Igor Correia de Farias drhebersalvador@gmail com [email protected]