eletroforese de proteínas e imunofixação

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toxicologia
Cromo
1. Introdução
É um micronutriente essencial, envolvido no metabolismo de carboidratos e
lipídeos. Entre os principais compostos de cromo destacam-se: Compostos divalentes
(cloreto cromoso e sulfato cromoso); Compostos trivalentes (óxido crômico, sulfato
crômico, cloreto crômico, sulfato crômico de potássio e cromita); Compostos
hexavalentes hidrossolúveis (ácido crômico, anidrido de ácido crômico, monocromatos e
dicromatos de sódio, potássio, amônio, lítio, césio e rubídio); Compostos hexavalentes
não-hidrossolúveis (cromatos de zinco, chumbo, bário, estrôncio e trióxido de cromo) (1).
2. Usos e Fontes
É encontrado na natureza em forma de minério (cromita e ferro-cromo). É
utilizado nas indústrias de aço, galvanização, produção de ligas cromo-ferro, curtumes,
soldagens, produção de cromatos e dicromatos, produção de tinturas e vernizes,
máquinas e peças automotivas (2)
3. Toxicocinética
Quando o cromo entra na corrente sangüínea é reduzido a cromo trivalente [Cr3]
nas células epiteliais e hemácias. A via respiratória é a mais importante nas exposições
profissionais. O Cr3 está ligado no plasma às frações protéicas, à siderofilina e a uma
proteína de baixo peso molecular. Nos eritrócitos está ligado à hemoglobina. A
eliminação do cromo é trifásica com meia-vida de 7h, 15 a 30 horas e de 3 a 5 anos.
Cerca de 80% do cromo é excretado por via urinária (1,3).
4. Monitorização
A excreção urinária reflete predominantemente a exposição recente. Exposição
prolongada aumenta a taxa de depuração renal (1,2,3,4). Cromo sérico parece refletir
principalmente exposição a longo prazo, embora também assinale exposição recente (3).
‰
Cromo sérico: sobrecarga de glicose pode levar à diminuição dos níveis do cromo,
sendo necessário jejum. Durante a coleta deve-se usar tubo desmineralizado, luvas
sem talco e evitar contato com aço, poeiras, vidrarias ou vidros para que não ocorra
contaminação da amostra. Deve ser a primeira amostra a ser colhida, caso seja
solicitada com outros exames. No caso da monitorização de pacientes em nutrição
parenteral, a amostra deve ser colhida à tarde de “jejum” (sem o paciente estar
recebendo solução de glicose) (1,4). Valores normais de cromo sérico variam, em
diversos trabalhos, de acordo com a população estudada e a metodologia utilizada,
não existindo, pois, consenso dos valores utilizados. Adotamos valores normais
encontrados por Seeling e colaboradores (Soro: 0,7 a 2,2 mcg/l) (5).
‰
Cromo na urina: níveis de cromo na urina são extremamente baixos e, até
recentemente, não realizáveis. Ensaio é utilizado para avaliação de exposição e
possível toxicidade. A excreção urinária aumenta 3 vezes 40 minutos após refeição
com carboidratos (4). Níveis do final de jornada são superiores aos do início da
jornada. Da mesma forma, níveis ao final da semana de trabalho são superiores aos
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toxicologia
do início (1). A Portaria NR 7 estabelece como valores de referência aqueles até 5
mcg/g creatinina e IBMP (índice biológico máximo permitido) de até 30 mcg/g
creatinina. A ACGIH (American Conference of Industrial Hygienists) recomenda ainda
como valor de referência para diferença entre início e final de turno: 10 mcg/g de
creatinina (2,6).
5. Considerações Clínicas
Níveis elevados devem ser primeiro avaliados tendo em vista a possibilidade de
contaminação da amostra. Mesmo, se observadas todas as precauções quanto à
contaminação, é comum obter resultados discordantes entre diferentes laboratórios (4).
O cromo é considerado um elemento essencial, sendo o Cr3 parte integral do
complexo “fator de tolerância à glicose”, que contém o ácido nicotínico e pequenos
oligopeptídeos complexados ao Cr3. Esse fator é necessário para a ação da insulina nas
células humanas e a deficiência do cromo pode levar à hiperglicemia e hiperlipidemia (4).
O Cr3 é menos absorvido e é muito menos tóxico que o Cr6. Exposição cutânea
pode levar à dermatite. Inalação de vapores do cromo leva à sinusite, podendo chegar à
perfuração septal, irritação brônquica e carcinoma de células escamosas do pulmão.
Associação com úlcera péptica é descrita. Exposição por longos períodos pode levar à
proteinúria (4). Ingestão do Cromo pode resultar em vertigem, irritação gástrica,
conjuntivite, vômito, convulsões, choque e disfunção renal (1,2,4,5).
Variações de até duas vezes nos níveis séricos do cromo ocorrem durante o dia,
sendo mais elevado pela manhã e caindo após refeições (4). Além de ser usado para
monitorização da exposição ao cromo, sua determinação é útil no seguimento de
pacientes em nutrição parenteral prolongada, principalmente naqueles com resistência à
insulina (1,2,4).
O Instituto de Patologia Clínica Hermes Pardini realiza:
Cromo: soro
Método: Absorção Atômica (forno de grafite com corretor Zeeman).
Valor de referência: 0,7 a 2,2 mcg/l.
Cromo: urina (recente ou de 24h)
Método: Absorção Atômica (forno de grafite).
Valor de referência: até 5,0 mcg/g creatinina (NR-7,1994,MT/Br).
IBMP: 30,0 mcg/g creatinina (NR-7,1994,MT/Br).
7. Referências
1.
Salgado, PETS. Toxicologia dos Metais. In:
Oga, S. Fundamentos da Toxicologia. 1996.
164-167.
2.
Lewis R. Occupational exposures In: LaDou J.
Occupational and environmental. 2ed. 1997:
414-416.
3.
Dube P. Determination of Chromium in
human urine by graphite furnance atomic
Absortion Spectrometry with Zeeman-effect
background corretion. Analyst. 1988; 113:
917-921.
4.
Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK. Laboratory
Test Handbook. 5th. 2001; 815- 816.
5.
International Programme on Chemical Safet.
Environmental Health Criteria 61 Chromium.
World Health Organization World Health
Organization Geneva, 1988.
6.
Paschal DC, Ting BG, Morrow JC. Trace
Metals in urine of United States Residents:
Reference Range concentrations. Environ Res.
1998; 76: 53-9.
Assessoria Científica
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