Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 33––Amplificadores AmplificadoresOperacionais Operacionais 3.1 3.1––Introdução Introdução O amplificador operacional (ampop) foi desenvolvido na década de 40. O ampop era construído com base em componentes discretos, primeiro com válvulas (figura 3.1) e mais tarde, final dos anos 40, com transístores. A implementação do ampop com componentes discretos estendeu-se até 1963, ano em que surgiu o primeiro amplificador operacional, construído pela FairChild (µA 702), na forma de um circuito integrado (figura 3.2). Actualmente os ampops são implementados por cerca de 30 transístores associados a resistências e a um condensador (compensação na frequência), com se exemplifica a figura 3.3. A designação de amplificador operacional, advém do facto de no início, este sistema, ser largamente utilizado para realizar operações matemáticas. Octávio Páscoa Dias cap.3-1 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.1 3.1––Introdução Introdução(cont.) (cont.) Figura 3.1 – Amplificador operacional implementado com válvulas Octávio Páscoa Dias Figura 3.2 – Amplificador operacional actual cap.3-2 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.1 3.1––Introdução Introdução(cont.) (cont.) Com o avanço tecnológico o ampop passou a apresentar características que fazem com que seja utilizado nas mais diversas aplicações, sendo, actualmente, o termo operacional, justificado pela sua versatilidade. Embora o ampop, seja de facto um sistema complexo, ele pode ser estudado como um componente activo discreto, por intermédio da caracterização do seu comportamento aos terminais. O estudo da sua constituição interna, será feito num capítulo posterior. Octávio Páscoa Dias cap.3-3 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.1 3.1––Introdução Introdução(cont.) (cont.) Figura 3.3 – Circuito do amplificador operacional 741. Octávio Páscoa Dias cap.3-4 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.2 3.2––Os Osterminais terminaisdo doamplificador amplificadoroperacional operacional Do ponto de vista do sinal, o ampop tem três terminais: dois terminais de entrada, (+) e (-), e um terminal de saída, vo. A figura 3.4 mostra o símbolo que é usualmente utilizado para representar o ampop. Os terminais 1, (-) e 2 (+), são os terminais de entrada e o terminal 3 (vo) é o terminal de saída. A alimentação de uma parte significativa dos ampops, é feita por duas fontes dc, com um terminal comum. A figura 3.5 mostra o ampop com as tensões de alimentação aplicadas aos terminais 4 e 5. O terminal 4 está ligado à tensão de alimentação positiva, V+, e o terminal 5 à negativa, V-. A figura 3.6 apresenta a mesma informação de uma forma mais simplificada. Para analisar as características do ampop do ponto de vista dos sinais, utiliza-se o símbolo ilustrada na figura 3.4. De facto, A alimentação dc não é relevante para essa análise. Octávio Páscoa Dias cap.3-5 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.2 3.2––Os Osterminais terminaisdo doamplificador amplificadoroperacional operacional(cont.) (cont.) v− vo v+ Figura 3.4 –Símbolo do ampop Figura 3.5 –Ampop com a fonte de alimentação dc. Figura 3.6 – Representação simplificada do ampop com alimentação dc O terminal de referência dos sinais coincide com o ponto comum (massa) das fontes de alimentação. Além dos três terminais para o sinal e dos dois para a alimentação, o ampop tem, usualmente, outros terminais dedicados à compensação dos desvios ao seu comportamento ideal. Octávio Páscoa Dias cap.3-6 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.2 3.2––Os Osterminais terminaisdo doamplificador amplificadoroperacional operacional(cont.) (cont.) • As figuras 3.7 a 3.9 ilustram alguns encapsulamentos existentes no mercado para o ampop 741. Figura 3.7 –Encapsulamento flat pack (ampop 741). Figura 3.8 –Encapsulamento metal can (ampop 741). Figura 3.9 –Encapsulamento DIP (ampop 741). Octávio Páscoa Dias cap.3-7 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.2 3.2––Os Osterminais terminaisdo doamplificador amplificadoroperacional operacional(cont.) (cont.) A figura 3.10 identifica a correspondência encapsulamentos e os terminais do ampop. entre os pinos desses tensão dc; V + (7) compensação de desvio (1) entrada inversora; v − (2) − saída; vo (6) + entrada não − inversora; v (3) + tensão dc; V − (4) compensação de desvio (5) Figura 3.10 – Correspondência entre os pinos do encapsulamento e os terminais do ampop (741). Octávio Páscoa Dias cap.3-8 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.2 3.2––Os Osterminais terminaisdo doamplificador amplificadoroperacional operacional(cont.) (cont.) • A figura 3.11 mostra a utilização dos terminais dedicados à compensação de desvios. 8 2 7 4 − 6 3 + 5 1 V− Figura 3.11 – Compensação de desvios (ampop 741). Octávio Páscoa Dias cap.3-9 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.3 3.3––Características Característicasdo doamplificador amplificadorideal ideal O amplificador operacinal é projectado para reagir à diferença entre os sinais aplicados às entradas inversora (-) e não-inversora (+), produzindo uma tensão de saída, vo dada por, vo = A(v + − v − ) onde, A é um número positivo que representa o ganho do ampop sem realimentação; v+ é a tensão aplicada à entrada não-inversora; v- é a tensão aplicada à entrada inversora. Idealmente, o ampop apenas responde à diferença entre os dois sinais presentes nas suas entradas (v+-v-), ignorando qualquer sinal comum às duas entradas. Assim, se a tensão v+ for igual à tensão v- a saída, vo, será , idealmente, nula. Esta característica é designada por rejeição em modo-comum. Por razões óbvias, o ganho A é designado por ganho diferencial. Octávio Páscoa Dias cap.3-10 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.3 3.3––Características Característicasdo doamplificador amplificadorideal ideal Outra das características do amplificador operacional ideal, consiste em ter as correntes de entrada nulas. Assim, com os sinais de corrente produzidos por v+ e v- nulos, a resistência de entrada do ampop é infinita, Ri = ∞ Quanto á tensão de saída, é suposto que o ampop se comporte como uma fonte de tensão ideal, ou seja, a tensão medida entre o terminal de saída, vo, e a massa, deve ser igual a A(v+-v-), independentemente da corrente que o ampop forneça a uma carga. Por outras palavras, a resistência de saída do ampop deve ser nula, R =0 o O ampop ideal deve exibir uma largura de banda infinita, ou seja, o valor de A deve permanecer constante desde a frequência nula (sinal dc) até à frequência infinita, Isto é, o ampop amplifica com o mesmo ganho sinais de qualquer frequência, BW = ∞ Octávio Páscoa Dias cap.3-11 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.3 3.3––Características Característicasdo doamplificador amplificadorideal ideal(cont.) (cont.) A figura 3.12, ilustra o modelo de um ampop ideal. v− vo v+ Figura 3.12 – Circuito equivalente para o ampop ideal. Octávio Páscoa Dias cap.3-12 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.3 3.3––Características Característicasdo doamplificador amplificadorideal ideal(cont.) (cont.) Na tabela 3.1, indicam-se as características reais e ideais do ampop. Característica (malha aberta) ampop ideal ampop real ∞ ∞ 106 a 108 impedância de saída 0 dezenas de Ω largura de banda ∞ dezenas de Hz ganho tensão impedância de entrada alguns MΩ Tabela 3.1 – Características ideais e características reais do amplificador operacional. Octávio Páscoa Dias cap.3-13 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.3 3.3––Características Característicasdo doamplificador amplificadorideal ideal(cont.) (cont.) Exercício 3.1 Considere um amplificador operacional (ampop) ideal, excepto quanto ao ganho em malha aberta que tem o valor de A=103. O ampop é usado de acordo com a montagem representada na figura 3.13, sendo medidas as tensões v1, v2 e vo. Determine, a) v1 para v2=0 e vo=2 V; b) v1 para v2=5 V e vo=-10 V; c) vo para v1=1,002 V e v2=0,998 V; d) v2 para v1=-3,6 V e vo=-3,6 V. Soluções: a) v1=-0,002 V; b) v1=5,01 V; c) vo= -4 V; d) v2=-3,6036 V. v1 vo v2 Figura 3.13 – Configuração da montagem para o exercício 3.1. Octávio Páscoa Dias cap.3-14 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.4 3.4––Conceito Conceitode derealimentação realimentação Quando existe uma resistência ligada entre o terminal de saída, vo, e o terminal da entrada inversora (-), diz-se que o ampop tem realimentação negativa (figura 3.14); quando a resistência está ligada entre a saída, vo, e o terminal da entrada nãoinversora (+), diz-se que o ampop tem realimentação positiva (figura 3.15). R2 R2 R1 vi R1 − vi + vo vo + Figura 3.14 – Ampop com realimentação negativa. Octávio Páscoa Dias − Figura 3.15 – Ampop com realimentação positiva. cap.3-15 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.5 3.5––Realimentação RealimentaçãoNegativa Negativa curto-circuito curto-circuitovirtual virtual Considere-se o ampop com realimentação negativa ilustrado na figura 3.16. O ganho de malha fechada, Af, é definido por, vo Av f ≡ vi Figura 3.16 – Realimentação negativa. Octávio Páscoa Dias cap.3-16 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS curto-circuito curto-circuitovirtual virtual(cont.) (cont.) A tensão vo tem um valor finito, e como, vo = A(v + − v − ) v + = v2 ; v − = v1 vo = A(v2 − v1 ) vo (v2 − v1 ) = A dado que, idealmente, então, A→∞ (v + − v − ) → 0 isto é, as tensões v+ e v- são praticamente iguais. Octávio Páscoa Dias cap.3-17 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS curto-circuito curto-circuitovirtual virtual(cont.) (cont.) Diz-se, então, que existe um curto-circuito virtual entre as entradas inversora, v+, e não-inversora, v-. O termo curto-circuito virtual significa que qualquer que seja a tensão presente em v+, ela aparece automaticamente em v-, devido ao ganho A tender para infinito. Quando v+ está ligado à massa, diz-se que v- é uma massa virtual, (figura 3.17) uma vez que, embora v- esteja ao potencial zero, devido ao curto-circuito virtual, ele não está fisicamente ligado à massa. − + Figura 3.17 – Curto-circuito virtual. Octávio Páscoa Dias cap.3-18 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 3.5.1 3.5.1––Operação OperaçãoLinear Lineardo doAmpop Ampop montagem montageminversora inversora A figura 3.18 ilustra a montagem inversora do amplificador operacional. R2 Af = − R1 − + Figura 3.18 – Montagem inversora. Octávio Páscoa Dias cap.3-19 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS montagem montageminversora inversora(cont.) (cont.) A resistência de entrada da montagem inversora (figura 3.18) é dada por, Ri = R1 uma vez que, a corrente de entrada é dada pela expressão, ii=vI /R1. As figuras 3.19 e 3.20, representam o modelo da montagem e a sua característica de transferência, respectivamente. A f = tg (α ) vo L+ α vI L− Figura 3.19 – Modelo da montagem inversora. Octávio Páscoa Dias Figura 3.20 – Característica de transferência da montagem inversora. cap.3-20 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS montagem montageminversora inversora(cont.) (cont.) Exercício 3.2 Dimensione as resistências R1 e R2 para que o amplificador inversor representado na figura 3.21, tenha o ganho de -10, e a resistência de entrada de 100 kΩ. Soluções: R1=100 kΩ; R2=1 MΩ. Figura 3.21 – Montagem para o exemplo 3.2. Octávio Páscoa Dias cap.3-21 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS montagem montageminversora inversora(cont.) (cont.) Exercício 3.3 O circuito representado na figura 3.22, é usado para implementar um amplificador de transresistência. Determine, a) a resistência de entrada, Ri; b) a transresistência, Rm; c) a resistência de saída, Ro; d) qual o valor da tensão de saída, v0, se for ligada à entrada do amplificador a fonte de sinal representada na figura 3.23. Figura 3.22 – Conversor corrente-tensão para o exercício 3.3. Figura 3.23 – Fonte de corrente para o exercício 3.3. Soluções: a) Ri=0; b) Rm=-10 kΩ; c) Ro=0; d) vo=-5 V. Octávio Páscoa Dias cap.3-22 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS montagem montagemnão-inversora não-inversora A figura 3.24 representa a montagem não-inversora do amplificador operacional. R2 Af = 1 + R1 vi = v A R1 v A = vo R1 + R2 Figura 3.24 – Montagem não-inversora. Octávio Páscoa Dias cap.3-23 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS montagem montagemnão-inversora não-inversora(cont.) (cont.) A resistência de entrada da montagem não-inversora (figura 3.24) é dada por, Ri = ∞ uma vez que, a corrente de entrada é dada pela expressão, ii=vI /R1; com i=0. As figuras 3.25 e 3.26, representam o modelo da montagem não-inversora e a sua característica de transferência, respectivamente. vo A f = tg (α ) L+ α vI L− Figura 3.25 – Modelo da montagem não-inversora. Octávio Páscoa Dias Figura 3.26 – Característica de transferência da montagem não-inversora. cap.3-24 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS outras outrasconfigurações configuraçõesde deoperação operaçãolinear linear somador somadorinversor inversorde dennentradas entradas O circuito representado na figura 3.27 realiza um somador inversor de n entradas. vo = −( Rf R1 v1 + Rf R2 v2 + ... + Rf Rn vn ) vn in = Rn n vo i=− ; i = ∑ in Rf 1 Octávio Páscoa Dias Figura 3.27 – Circuito somador inversor de n entradas cap.3-25 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS somador somadornão-inversor não-inversorde dennentradas entradas Na figura 3.28 representa-se um somador não-inversor de n entradas. Por aplicação do Teorema da Sobreposição ao nó A, v o = (1 + Ra ( R2 // R3 // ... // Rn ) ( R1 // R3 // ... // R n ) ( R1 // R2 // ... // Rn −1 ) )×( v1 + v 2 + ... + vn ) Rb R1 + ( R2 // R3 // ... // Rn ) R 2 + ( R1 // R3 // ... // Rn ) Rn + ( R1 // R2 // ... // Rn −1 ) v1 v2 v3 vn R1 R2 vA A vo R3 Ra Rn Rb Figura 3.28 – Circuito somador não-inversor de n entradas Octávio Páscoa Dias cap.3-26 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS seguidor seguidorde detensão tensão O circuito da figura 3.29 implementa um seguidor de tensão, representando-se na figura 3.30 o modelo da montagem. A f = 1; Ri = ∞; Ro = 0 Figura 3.29 – Circuito seguidor de tensão. Octávio Páscoa Dias Figura 3.30 – Modelo do ampop na configuração seguidor de tensão. cap.3-27 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorde dediferença diferença A figura 3.31 ilustra um amplificador de diferença. R4 R2 R2 R2 R4 R2 (1 + ) − v1 ; se : = ⇒ vo = (v2 − v1 ) vo = v2 R3 + R4 R1 R1 R1 R3 R1 Figura 3.31 – Amplificador de diferença. Octávio Páscoa Dias cap.3-28 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorde dediferença diferença(cont.) (cont.) Aplicando o Teorema da Sobreposição (figura 3.32) Figura 3.32 – Aplicação do teorema da sobreposição ao amplificador de diferença. R4 R2 R2 (1 + ) vo1 = − v1 ; vo 2 = v2 R3 + R4 R1 R1 escolhendo-se R1=R3 e R2=R4 Octávio Páscoa Dias R2 vo = (v2 − v1 ) R1 cap.3-29 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS integrador integrador O circuito representado na figura 3.33, desempenha a função de integrador. i2 Figura 3.33 – Circuito integrador com ampop. Octávio Páscoa Dias cap.3-30 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS integrador integrador(cont.) (cont.) vi dvC dvo i1 = i2 ; i1 = ; i2 = C ⇒ i2 = −C R dt dt dvo vi 1 −C = ⇔ dvo = − vi dt dt R CR t t t 1 1 ∫0 dvo = − CR ∫0 vi dt ⇒ vo = − CR ∫0 vi dt onde, CR é a constante de integração. Octávio Páscoa Dias cap.3-31 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS integrador integrador(cont.) (cont.) Aplicando o conceito de impedância generalizada ao integrador representado na figura 3.33, obtém-se, 1 Vo ( s ) Vo ( s ) 1 1 1 sC =− ⇔ =− ⇒ Vo ( s ) = − × Vi ( s ) Vi ( s ) R Vi ( s ) sRC RC s Comparando este resultado, com a TL do integral, conclui-se que circuito realiza a função de integração, dada a presença do factor 1/s na expressão de Vo=f(Vi). Tendo em conta a função de transferência, Vo 1 1 T (s) = =− Vi RC s Octávio Páscoa Dias cap.3-32 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS integrador integrador(cont.) (cont.) Pode traçar-se o diagrama de Bode para o ganho do circuito, como se ilustra na figura 3.34. G (ω ) [dB] 1 20 log − RC Vo 1 1 =− T ( s) = Vi RC s − 20 db / década − 6 dB / oitava 0 1 RC ω [rad / s] Figura 3.34 – Diagrama de Bode para o módulo da função de transferência, T(jω), do integrador. Octávio Páscoa Dias cap.3-33 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS integrador integrador(cont.) (cont.) Na figura 3.35, representa-se o diagrama de Bode para a fase do integrador (figura 3.33). É de realçar que a fase de -90º se deve ao facto do integrador ser inversor. De facto, 1 1 1 ⇔ T ( jω ) = − ( − j ) ⇔ T ( jω ) = j ⇒ Φ (ω ) = +90º T ( jω ) = − ωRC ωRC jωRC Φ (ω ) Vo 1 1 =− T (s) = Vi RC s + 90º ω [rad / s] Figura 3.35 – Diagrama de Bode para a fase da função de transferência, T(jω), do integrador. Octávio Páscoa Dias cap.3-34 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS integrador integrador(cont.) (cont.) A figura 3.36 representa um integrador prático. A resistência em paralelo com o condensador evita a saturação do ampop nas baixas frequências. R2 R1 Figura 3.36 – Integrador prático. Octávio Páscoa Dias cap.3-35 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS diferenciador diferenciador A figura 3.37, ilustra um circuito diferenciador com amplificador operacional, cujos diagramas de amplitude e fase se encontram ilustrados nas figuras 3.38 e 3.39, respectivamente. i2 i1 Figura 3.37 – Circuito diferenciador com ampop. Octávio Páscoa Dias cap.3-36 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS diferenciador diferenciador(cont.) (cont.) vo dvC dvi i1 = i2 ; i2 = − ; i1 = C ⇒ i1 = C R dt dt dvi dvi vo − =C ⇔ vo = − RC R dt dt Utilizando o conceito de impedância generalizada ao circuito, obtém-se, Vo ( s ) Vo ( s ) R =− ⇔ = − sRC ⇒ Vo ( s ) = − RC × s × Vi ( s ) 1 Vi ( s ) Vi ( s ) sC Comparando o resultado obtido, com a TL da derivada, conclui-se que circuito realiza a função de diferenciação, tendo em conta a existência do factor s na expressão de Vo=f(Vi). Octávio Páscoa Dias cap.3-37 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS diferenciador diferenciador(cont.) (cont.) y Tendo em conta a função de transferência do circuito diferenciador da figura 3.37, Vo T ( s) = = − sRC Vi pode esboçar-se o diagrama de Bode para o ganho do circuito, como mostra a figura 3.38. G (ω ) [dB] 20dB / década 6dB / oitava Figura 3.38 – Diagrama de Bode para o módulo da função de transferência, T(jω), do diferenciador. Octávio Páscoa Dias cap.3-38 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS diferenciador diferenciador(cont.) (cont.) O comportamento da fase do diferenciador está representado na figura 3.39. Repare-se que a fase de -90º, se deve ao facto do circuito ser inversor. De facto, T ( jω ) = − jωRC ⇒ Φ (ω ) = −90º Φ (ω ) 0 ω [rad / s] Vo T (s) = = − sRC Vi − 90 Figura 3.39 – Diagrama de Bode para a fase da função de transferência, T(jω), do diferenciador. Octávio Páscoa Dias cap.3-39 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS diferenciador diferenciador(cont.) (cont.) A figura 3.40 representa um diferenciador prático. A resistência em série com o condensador, evita a saturação do ampop nas altas frequências. R2 R1 vi C vo Figura 3.40 – Diferenciador prático. Octávio Páscoa Dias cap.3-40 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Exercício 3.4 Considere uma onda quadrada simétrica com 20 Vpp, 0 V de valor médio e com o período de 2 ms, aplicada a um integrador de Miller. Determine o valor da constante de tempo, τ = RC, para que a tensão de saída tenha a forma triangular com 20 Vpp. Solução: 0,5 ms. Exercício 3.5 Use um ampop ideal para projectar um integrador inversor com a resistência de entrada de 10 kΩ e a constante de tempo de 10 -3 s, e determine, a) o valor do ganho (módulo da função de transferência) e a respectiva fase à frequência de 10 rad/s; b) o valor do ganho e a respectiva fase à frequência de 1 rad/s; c) a frequência à qual o ganho é unitário. Soluções: R=10 kΩ; C=0,1 µF; a) |Vo/Vi|=100; Φ=+90º , b) |Vo/Vi|=1000; Φ=+90º ; c) 1000 rad/s Octávio Páscoa Dias cap.3-41 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Exercício 3.6 Com base num ampop considerado ideal, projecte um diferenciador para ter a constante de tempo de 10-2 s para um condensador de entrada com a capacidade de 0,01 µF. Determine, a) a amplitude da resposta e a respectiva fase à frequência de 10 rad/s; b) a amplitude e a fase da resposta à frequência de 103 rad/s; c) o valor da resistência ligada em seríe com o condensador para limitar a 100 o ganho do diferenciador. Solução: C=0,01 µF; R=1 MΩ;; a) |Vo/Vi|=0,1; Φ = -90º , b) |Vo/Vi|=10; Φ = -90º ; c) 10 kΩ. Exercício 3.7 Use um ampop para projectar um circuito amplificador inversor ponderado com duas entradas, v1 e v2. É exigida a condição vo= - (v1+5v2). Seleccione valores para R1 e R2 para que à tensão máxima de saída de 10 V a corrente na resistência de realimentação, Rf, não exceda 1 mA. Soluções: R1=10 kΩ; R2= 2 kΩ; Rf=10 kΩ. Octávio Páscoa Dias cap.3-42 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Exercício 3.8 Considere o circuito da figura 3.41 e determine vo em função de v1 e v2. Solução: vo=6v1+4v2 Figura 3.41 – Somador de duas entradas para o exercício 3.8. Exercício 3.9 Para o circuito representado na figura 3.42 determine vo em função de v1, v2 e v3. Solução: vo=6v1+4v2-9v3 v3 Figura 3.42 – Somador de três entradas para o exercício 3.9. Octávio Páscoa Dias cap.3-43 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Exercício 3.10 Projecte um amplificador não-inversor com o ganho de 2. À tensão máxima de saída de 10 V a corrente no divisor deve 10 µA. Solução: R1=R2=0,5 MΩ. Exercício 3.11 Para o circuito representado na figura 6.43, considere R1=R3=10 kΩ e R2=R4=20 kΩ. Determine a resistência de entrada do circuito. Solução: 20 kΩ Figura 3.43 – Circuito para o exercício 3.11. Octávio Páscoa Dias cap.3-44 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Conversor Conversortensão-tensão tensão-tensão (fonte (fontede detensão tensãocontrolada controladapor portensão) tensão) As figuras 6.44 e 6.45 mostram duas implementações possíveis para um conversor tensão-tensão, inversor e não inversor, respectivamente. R2 vo = −vi R1 R2 vo = vi (1 + ) R1 R2 vi R1 vO Figura 6.44 – Conversor tensão-tensão, inversor. Octávio Páscoa Dias Figura 6.45 – Conversor tensão-tensão, não-inversor. cap.3-45 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Conversor Conversortensão-corrente tensão-corrente (fonte (fontede decorrente correntecontrolada controladapor portensão) tensão) A figura 6.46 ilustra uma montagem para um conversor tensão-corrente. RL i1 = i L vi i1 = R1 R1 vi iL vi iL = R1 Figura 6.46 – Conversor tensão-corrente. Octávio Páscoa Dias cap.3-46 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Conversor Conversorcorrente-tensão corrente-tensão (fonte (fontede detensão tensãocontrolada controladapor porcorrente) corrente) Na figura 6.47 representa-se uma montagem de um conversor corrente-tensão. R i1 = i2 vo i2 = − R vo i1 = − R i2 i1 vo vo = −i1 R Figura 6.47 – Conversor corrente-tensão. Octávio Páscoa Dias cap.3-47 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Conversor Conversorcorrente-corrente corrente-corrente (fonte (fontede decorrente correntecontrolada controladapor porcorrente) corrente) A figura 6.48 representa uma implementação para um conversor correntecorrente. i = i1 iL = i1 + i2 0 − (−i1 R1 ) i2 = R2 R2 RL i2 iL i1 R1 i R1 i2 = i1 R2 R1 iL = i1 + i1 R2 R1 iL = i1 (1 + ) R2 R1 iL = i (1 + ) R2 Figura 6.48 – Conversor corrente-corrente. Octávio Páscoa Dias cap.3-48 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorde deinstrumentação instrumentação y O amplificador diferença representado na figura 6.31, apresenta alguns problemas que o impedem de satisfazer inteiramente a função de amplificador de instrumentação, nomeadamente a sua baixa impedância de entrada e o facto do seu ganho não poder ser ajustado com facilidade. Para obviar estes aspectos, ilustra-se na figura 6.49 uma solução muito utilizada para implementar um amplificador de instrumentação. Figura 6.49 – Amplificador de instrumentação. Octávio Páscoa Dias cap.3-49 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorde deinstrumentação instrumentação(cont.) (cont.) Na figura 6.50, explicitam-se as etapas mais relevantes para a análise da operação do amplificador de instrumentação. Figura 6.50 – Amplificador de instrumentação. Octávio Páscoa Dias cap.3-50 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorde deinstrumentação instrumentação(cont.) (cont.) vo1 − v1 v1 − v2 R2 = ⇒ (vo1 − v1 ) R1 = (v1 − v2 ) R2 ⇒ (vo1 − v1 ) = (v1 − v2 ) R2 R1 R1 vo1 − v1 = (v1 − v2 ) R2 R ⇒ vo1 = (v1 − v2 ) 2 + v1 R1 R1 v2 − vo 2 v1 − v2 R2 = ⇒ (v2 − v02 ) R1 = (v1 − v2 ) R2 ⇒ (v2 − vo 2 ) = (v1 − v2 ) R2 R1 R1 R2 R2 v2 − vo 2 = (v1 − v2 ) ⇒ vo 2 = −(v1 − v2 ) + v2 R1 R1 Octávio Páscoa Dias cap.3-51 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorde deinstrumentação instrumentação(cont.) (cont.) R2 R2 vo 2 − vo1 = (−(v1 − v2 ) + v2 ) − ((v1 − v2 ) + v1 ) R1 R1 R2 R2 vo 2 − vo1 = −(v1 − v2 ) + v2 − (v1 − v2 ) − v1 R1 R1 vo 2 − vo1 = (v2 − v1 ) R R2 + v2 + (v2 − v1 ) 2 − v1 R1 R1 vo 2 − vo1 = (v2 − v1 ) R R2 + (v2 − v1 ) 2 + (v2 − v1 ) R1 R1 2 R2 ) vo 2 − vo1 = (v2 − v1 )(1 + R1 Octávio Páscoa Dias cap.3-52 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorde deinstrumentação instrumentação(cont.) (cont.) Tendo em conta que: (1) o amplificador A3 e as resistências R3 e R4 constituem o amplificador diferença da figura 6.31, que, por comodidade, se repete na figura 6.51, (2) se verifica a condição R2/R1=R4/R3 da montagem da figura 6.51 e (3) , que entre as figuras 6.50 e 6.51 se verifica a equivalência R4=R2 e R1=R3, pode escrever-se, R2 R4 vo = (vo 2 − vo1 ) ⇔ vo = (vo 2 − vo1 ) R1 R3 vo1 vo 2 Figura 6.51 – Amplificador de diferença. Octávio Páscoa Dias cap.3-53 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorde deinstrumentação instrumentação(cont.) (cont.) Substituindo, vo 2 − vo1 = (v2 − v1 )(1 + 2 R2 ) R1 em, R4 vo = (vo 2 − vo1 ) R3 obtém-se, 2 R2 R4 vo = (v2 − v1 )(1 + ) R1 R3 Octávio Páscoa Dias cap.3-54 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorde deinstrumentação instrumentação(cont.) (cont.) Para variar o ganho é usual implementar R1 por intermédio da série de duas resistências, uma fixa, R1f, e outra variável, R1v (figura 6.52). É usual determinar o valor de R1 em função do ganho teórico desejado, e em torno dele, definir um intervalo para a sua variação. Essa variação é balizada por um valor mínimo (valor máximo de R1v) e por um valor máximo (valor mínimo de R1v). Figura 6.52 – Implementação de R1 para um ajuste fácil do ganho. Octávio Páscoa Dias cap.3-55 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorlogarítmico logarítmico A figura 6.53, mostra uma implementação possível de um amplificador logarítmico. Num transístor de junção bipolar (BJT) a relação entre a corrente de colector, IC, e a tensão VBE, é dada pela equação de v Shockley, i = I C vI R1 i1 R1 vBE vO Figura 6.53 – Amplificador logarítmico simples. Octávio Páscoa Dias cap.3-56 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorlogarítmico logarítmico(cont.) (cont.) iC = I S (e v BE VT − 1) onde, IS é a corrente inversa de saturação da junção emissor-base, e VT é a tensão térmica, que é determinada pela expressão, kT VT = q onde, k é a constante de Boltzman (1,38×10-23 joules/kelvin); q é a carga do electrão (1,6×10-19 coulomb); T é a temperatura absoluta em kelvins (273ºC+temperatura em ºC). Nota: para a temperatura ambiente de 20ºC tem-se VT=25 mV. Octávio Páscoa Dias cap.3-57 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorlogarítmico logarítmico(cont.) (cont.) Na prática o termo exponencial é usualmente muito maior que a unidade, e assim, a expressão de iC pode ser aproximada para, e assim, iC ln = ln e IS iC = I S e v BE VT v BE VT iC iC vBE ⇔ = ln ⇒ vBE = VT ln VT IS IS Esta equação explicita o comportamento logarítmico de vBE com iC. vBE Octávio Páscoa Dias iC = VT ln IS cap.3-58 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorlogarítmico logarítmico(cont.) (cont.) Dado que, vI vI i1 = ; i1 = iC ; iC = ; vO = −vBE R1 R1 então, vBE vI iC R1 = VT ln ⇔ −vO = VT ln IS IS logo, vI vO = −VT ln R1 I S Octávio Páscoa Dias cap.3-59 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorlogarítmico logarítmico(cont.) (cont.) O circuito da figura 6.53, tem problemas de precisão que o impedem de ser utilizado na prática. De facto, a tensão de saída, vo, depende da corrente IS, a qual que é fortemente dependente da temperatura. Assim, para contornar este problema, é usado o amplificador logarítmico que se ilustra na figura 6.54, onde os transístores Q1 e Q2 são muito semelhantes para que possam cancelar o efeito de IS. v = vBE 2 − vBE1 ⇒ v = −(vBE1 − vBE 2 ) iC vBE = VT ln IS iC1 iC 2 ; vBE 2 = VT ln vBE1 = VT ln I S1 IS2 Octávio Páscoa Dias cap.3-60 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorlogarítmico logarítmico(cont.) (cont.) vBE1 − vBE 2 iC1 iC 2 = VT ln − VT ln I S1 IS2 como Q1 e Q2 são muito semelhantes, tem-se IS1≈IS2, logo, iC1 vBE1 − vBE 2 = VT ln iC 2 i v = −VT ln C1 iC 2 vo = v × Av( A 2 ) v R + R4 VR ; iP1 ≈ 0 ⇒ iC1 = s ; Av ( A 2 ) = 3 R2 R1 R3 iC1 R3 + R4 vo = −VT ln × iC 2 R3 iB 2 << iC 2 ⇒ iC 2 = Octávio Páscoa Dias cap.3-61 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorlogarítmico logarítmico(cont.) (cont.) vs R3 + R4 vs R2 R3 + R4 R1 ln( ) ⇒ vo = −VT ln( ) vo = −VT VR R3 VR R1 R3 R2 O potenciómetro P1 é usado para fazer a compensação da tensão de desvio de entrada (offset voltage) de A1. O potenciómetro P2 destina-se a fazer o ajuste do zero da conversão, isto é, escolhida a tensão vs=vsi que deve corresponder ao zero na saída, P2 ajusta vO=0. O factor multiplicativo e o factor do logaritmo devem verificar as condições, (1) VT(R3+R4)/R3=1, para que o factor multiplicativo do logaritmo seja unitário; (2) vSi R2 /VRR1=1, para vSi corresponder ao zero da conversão. Octávio Páscoa Dias cap.3-62 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorlogarítmico logarítmico(cont.) (cont.) Tendo em conta que o declive da característica de transferência do amplificador é determinado por, dvo R3 + R4 vs R2 = −VT ; com x = d (ln x) R3 VR R1 e como VT varia com a temperatura, é habitual implementar-se R3 com uma resistência sensível à temperatura. De facto, se R3 aumentar linearmente com T, então o declive da característica de transferência mantém-se constante mesmo que a temperatura varie. Assim, fixada R3 a resistência R4 pode ser determinada por intermédio da expressão, R3 R4 = − R3 VT Octávio Páscoa Dias cap.3-63 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorlogarítmico logarítmico(cont.) (cont.) A partir da condição, vSi R2 =1 VR R1 retira-se a relação para dimensionar R2, tendo em conta que R1 é usualmente escolhida de forma a garantir a resistência de entrada desejada para o amplificador, e que a tensão vsi corresponde ao zero da conversão. Assim, R2 = VR R1 vSi Os amplificadores logarítmicos são muitas vezes usados no processamento de sinais para comprimir a gama dinâmica dos sinais analógicos à entrada do conversor A/D a fim de diminuir o número de bits necessários para garantir uma dada resolução. Octávio Páscoa Dias cap.3-64 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorlogarítmico logarítmico(cont.) (cont.) Figura 6.54 – Amplificador logarítmico prático. Octávio Páscoa Dias cap.3-65 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorexponencial exponencial A figura 6.55 representa um amplificador exponencial simples. na prática esta montagem não é utilizada, dado que vO depende da corrente de inversa de saturação, IS, e esta apresenta variações acentuadas com a temperatura. iC = I S e v BE VT ; vI = vBE ; iC = vO v ; assim : O = I S e RF RF vI VT ⇒ vO = RF I S e vI VT Figura 6.55 – Amplificador exponencial simples. Octávio Páscoa Dias cap.3-66 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorexponencial exponencial(cont.) (cont.) A figura 6.56 mostra uma solução prática para implementar um amplificador exponencial ou anti-logaritmico, que anula o efeito da corrente inversa de saturação, IS, por intermédio de dois transístores muito semelhantes, Q1 e Q2. Figura 6.56 – Amplificador exponencial prático. Octávio Páscoa Dias cap.3-67 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorexponencial exponencial(cont.) (cont.) A corrente iC1 é constante dado que VR é a tensão constante de referência. A corrente iC2 varia com vS. Por intermédio da KVL, obtém-se, -v+vBE1-vBE2=0 ⇒ v=vBE1-vBE2 Assumindo que a corrente fornecida pela fonte VCC através do potenciómetro P é muito reduzida, tem-se, v = vs R + R4 R3 ⇒ vs = v 3 ⇒ R3 R3 + R4 logo, R3 + R4 R3 + R4 ⇒ vs = −(vBE 2 − vBE1 ) vs = (vBE1 − vBE 2 ) R3 R3 Octávio Páscoa Dias cap.3-68 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorexponencial exponencial(cont.) (cont.) Como v << VR, então, vO VR ; iC 2 = iC1 = R1 R2 Sabendo-se que, vBE1 − vBE 2 = VT ln Então a expressão, i iC1 ⇒ −(vBE 2 − vBE1 ) = −VT ln C 2 iC1 iC 2 R3 + R4 vs = −(vBE 2 − vBE1 ) R3 pode escrever-se na forma, vs = −VT ln Octávio Páscoa Dias iC 2 R3 + R4 × iC1 R3 cap.3-69 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS amplificador amplificadorexponencial exponencial(cont.) (cont.) e como, então, e assim, vs = −VT vO VR ; iC 2 = iC1 = R1 R2 vO R + R4 R1 vs = −VT 3 ln VR R3 R2 R3 + R4 v R vs R3 v R × ln O 2 ⇒ − = ln O 2 VR R1 R3 VR R1 VT ( R3 + R4 ) vO R2 vs R3 vs R3 VR R1 ) ⇔ vO = exp(− ) = exp(− VR R1 VT ( R3 + R4 ) R2 VT ( R3 + R4 ) y O sistema é calibrado fazendo vS=0 e ajustando o potenciómetro P de modo a colocar vO=(R1×VR)/R2. Octávio Páscoa Dias cap.3-70 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Secção Secçãobiquadrática biquadráticapassa-baixo passa-baixode deSallen-Key Sallen-Key A figura 6.57 mostra uma realização possível para um filtro passa-baixo, activo, de 2ª ordem, por intermédio da implementação da secção biquadrática passa-baixo de Sallen-Key. C1 R1 Vi R2 Vo C2 r2 r1 Figura 6.57 – Secção biquadrática, passa-baixo, de Sallen-Key. Octávio Páscoa Dias cap.3-71 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Secção Secçãobiquadrática biquadráticapassa-baixo passa-baixode deSallen-Key Sallen-Key(cont.) (cont.) Pode demonstrar-se que, 1 1 1 − − − 2 1 ⎛ R1C1 ⎞ 2 ω0 1 ⎛ R2C2 ⎞ 2 ⎛ R1C2 ⎞ 2 − ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ + (1 − k )⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜⎜ T ( s) = k ; ω0 = (R1 R2C1C2 ) 2 ; ω 2 Q ⎝ R1C1 ⎠ ⎝ R2C1 ⎠ ⎝ R2C2 ⎠ s 2 + 0 s + ω0 Q onde k é o ganho do filtro em ω=0, isto é, T(0)=k, com k=1+r2/r1. E que a frequência do pólo é dada por, ω0 = (R1 R2C1C2 ) − 1 2 Fazendo, k=2 (logo, r1=r2) e C1=C2=C, a expressão do factor 1/Q toma a forma, 1 ⎛ R2C ⎞ ⎟⎟ = ⎜⎜ Q ⎝ R1C ⎠ Octávio Páscoa Dias − 1 2 ⎛ R1C ⎞ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎝ R2C ⎠ − 1 2 ⎛ R1C ⎞ ⎟⎟ + (1 − 2)⎜⎜ ⎝ R2C ⎠ − 1 2 1 ⎛ R2 ⎞ ⇔ = ⎜⎜ ⎟⎟ Q ⎝ R1 ⎠ − 1 2 ⎛ R1 ⎞ + ⎜⎜ ⎟⎟ ⎝ R2 ⎠ − 1 2 ⎛ R1 ⎞ − ⎜⎜ ⎟⎟ ⎝ R2 ⎠ − 1 2 cap.3-72 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Secção Secçãobiquadrática biquadráticapassa-baixo passa-baixode deSallen-Key Sallen-Key(cont.) (cont.) logo, 1 ⎛ R2 ⎞ = ⎜⎜ ⎟⎟ Q ⎝ R1 ⎠ e, − 1 2 ⇒ R2 R1 1 2 = ⇒ Q = ⇒Q= 2 Q R1 R2 ω0 = (R1 R2C ) 1 2 −2 R1 R2 1 R1 R2C 2 Pode ser de interesse que o ganho do filtro em ω=0, seja, T(0)=1, então pode ⇒ ω02 = colocar-se na entrada do filtro um divisor de tensão de ganho 1/2 (figura 6.58). Vi Vo R R Figura 6.58 – Normalização do ganho total do filtro. Octávio Páscoa Dias cap.3-73 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Secção Secçãobiquadrática biquadráticapassa-baixo passa-baixode deSallen-Key Sallen-Key(cont.) (cont.) A resistência R1 do filtro, pode ser integrada na implementação do divisor de tensão. Nesse caso, para que a resistência “vista” pelos condensadores não seja alterada, as resistências que formam o divisor devem ter o valor 2R1 (figura 6.59). C 2R1 R2 Vi Q= R1 R2 Vo 2R1 C r r ω0 = 1 R1 R2C 2 Octávio Páscoa Dias Figura 6.59 – Realização do filtro com ganho total unitário. cap.3-74 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 6.6 6.6––Operação OperaçãoNão-Linear Não-Lineardo doAmpop Ampop comparadores comparadoressem semhisterese histerese comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref=0 =0 A figura 6.60 mostra o diagrama eléctrico do comparador não-inversor, sem hísterese, com a tensão de referência, Vref, igual a zero. vo = A(v + − v − ); (v + − v − ) > 0 ⇒ vo > 0 v + = vi ; v − = 0; (vi − 0) > 0 ⇒ vo > 0 log o : vi vo vi > 0 ⇒ vo > 0; e vi < 0 ⇒ vo < 0 Figura 6.60 – Comparador não-inversor, sem histerese, com Vref=0. Octávio Páscoa Dias cap.3-75 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref=0 =0(cont.) (cont.) A figura 6.61 ilustra a característica de transferência, vO=f(vi), do comparador não-inversor, sem histerse, com tensão de referência nula. vo L+ vi > 0 ⇒ vo > 0 Vref vi < 0 ⇒ vo < 0 vi L− Figura 6.61 – Caracteristica de transferência do comparador não-inversor, sem histerese, com Vref=0. Octávio Páscoa Dias cap.3-76 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref=0 =0 A figura 6.62 mostra o diagrama eléctrico do comparador não-inversor, sem hísterese, com a tensão de referência nula, Vref=0. vo = A(v + − v − ); (v + − v − ) > 0 ⇒ vo > 0 v + = 0; v − = vi ; (0 − vi ) > 0 ⇒ vo > 0 − vi > 0 ⇒ vo > 0 ⇔ vi < 0 ⇒ vo > 0 log o vi < 0 ⇒ vo > 0 e vi > 0 ⇒ vo < 0 vi vo Figura 6.62 – Comparador inversor, sem histerese, com Vref=0. Octávio Páscoa Dias cap.3-77 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorcom comVVrefref=0 =0(cont.) (cont.) Na figura 6.63 ilustra-se a característica de transferência, vO=f(vi), do comparador inversor, sem histerse, com tensão de referência nula. vo vi < 0 ⇒ vo > 0 L+ Vref − L vi vi > 0 ⇒ vo < 0 Figura 6.63 – Característica de transferência do comparador inversor, sem histerese, com Vref=0. Octávio Páscoa Dias cap.3-78 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref>0 >0 A figura 6.64 representa o diagrama eléctrico do comparador não-inversor, sem histerese, com tensão de referência positiva, Vref>0. vo = A(v + − v − ); (v + − v − ) > 0 ⇒ vo > 0 v + = vi ; v − = +Vref ; (vi − Vref ) > 0 ⇒ vo > 0 vi − Vref > 0 ⇒ vo > 0 ⇔ vi > Vref ⇒ vo > 0 log o vi vi > Vref ⇒ vo > 0 e vi < Vref ⇒ vo < 0 vo Vref Figura 6.64 – Comparador não-inversor, sem histerese, com Vref>0. Octávio Páscoa Dias cap.3-79 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref>0 >0(cont.) (cont.) A figura 6.65 mostra a característica de transferência do comparador nãoinversor, sem histerese, com tensão de referência positiva, Vref>0. vo + L v i > V ref ⇒ v o > 0 Vref vi − v i < V ref ⇒ v o < 0 L Figura 6.65 – Característica de transferência do comparador não-inversor, sem histerese, com Vref>0. Octávio Páscoa Dias cap.3-80 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref>0 >0 Na figura 6.66 está representado o diagrama eléctrico do comparador inversor, sem histerese, com a tensão de referência positiva, Vref>0. vo = A(v + − v − ); (v + − v − ) > 0 ⇒ vo > 0 v + = +Vref ; v − = vi ; (Vref − vi ) > 0 ⇒ vo > 0 Vref − vi > 0 ⇒ vo > 0 ⇔ −vi > −Vref ⇒ vo > 0 então : vi < Vref ⇒ vo > 0 vi vo log o vi < Vref ⇒ vo > 0; e vi > Vref ⇒ vo < 0 Vref Figura 6.66 – Comparador inversor, sem histerese, com Vref>0. Octávio Páscoa Dias cap.3-81 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref>0 >0(cont.) (cont.) A figura 6.67 ilustra a característica de transferência do comparador inversor, sem histerese, com a tensão de referência positiva, Vref>0. vi < Vref ⇒ vo > 0 vo L+ 0 L− Vref vi vi > Vref ⇒ vo < 0 Figura 6.67 – Característica de transferência do comparador inversor, sem histerese, com Vref>0. Octávio Páscoa Dias cap.3-82 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref<0 <0 A figura 6.68 representa o diagrama eléctrico do comparador não-inversor, sem histerese, com a tensão de referência negativa, Vref<0. vo = A(v + − v − ); (v + − v − ) > 0 ⇒ vo > 0 v + = vi ; v − = −Vref ; (vi − (−Vref )) > 0 ⇒ vo > 0 vi + Vref > 0 ⇒ vo > 0 ⇔ vi > −Vref ⇒ vo > 0 log o vi vo vi > −Vref ⇒ vo > 0 e vi < −Vref ⇒ vo < 0 Vref Figura 6.68 – Comparador não-inversor, sem histerese, com Vref<0. Octávio Páscoa Dias cap.3-83 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador <0(cont.) (cont.) comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref<0 Na figura 6.69 representa-se a característica de transferência do comparador nãoinversor, sem histerese, com tensão de referência negativa, Vref<0. vo vi > −Vref ⇒ vo > 0 L+ − Vref vi < −Vref ⇒ vo < 0 vi L− Figura 6.69 – Característica de transferência do comparador não-inversor, sem histerese, com Vref<0. Octávio Páscoa Dias cap.3-84 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref<0 <0 Na figura 6.70 está ilustrado o diagrama eléctrico do comparador inversor, sem histerese, com a tensão de referência negativa, Vref<0. vo = A(v + − v − ); (v + − v − ) > 0 ⇒ vo > 0 v + = −Vref ; v − = vi ; (−Vref − vi ) > 0 ⇒ vo > 0 − vi − Vref > 0 ⇒ vo > 0 ⇔ −vi > Vref ⇒ vo > 0 então, vi < −Vref ⇒ vo > 0 vi vo log o, vi < −Vref ⇒ vo > 0 e vi > −Vref ⇒ vo < 0 Vref Figura 6.70 – Comparador inversor, sem histerese, com Vref<0. Octávio Páscoa Dias cap.3-85 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref<0 <0(cont.) (cont.) A figura 6.71 representa a característica de transferência do comparador inversor, sem histerese, com tensão de referência negativa, Vref<0. vi < −Vref ⇒ vo > 0 − Vref vo L+ vi L− vi > −Vref ⇒ vo < 0 Figura 6.71 – Característica de transferência do comparador inversor, sem histerese, com Vref<0. Octávio Páscoa Dias cap.3-86 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparadores comparadorescom comhisterese histerese(Schmitt (SchmittTrigger) Trigger) comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref=0 =0 A figura 6.72 mostra o diagrama eléctrico do comparador não-inversor, com histerese, com tensão de referência nula, Vref=0. R2 R1 vi VA vo Figura 6.72 – Comparador não-inversor, com histerese, com Vref=0. V Ai = vi Octávio Páscoa Dias R1 R2 R1 R2 ; V Ao = vo ; V A = vi + vo R1 + R2 R1 + R2 R1 + R2 R1 + R2 cap.3-87 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref=0 =0(cont.) (cont.) R2 R1 vo = A(v − v ); vo = A(vi + vo − 0) R1 + R2 R1 + R2 + vo = A(vi vi − R2 R1 + vo ) R1 + R2 R1 + R2 R1 R2 + vo > 0 ⇒ vo > 0 ⇔ vo = L+ R1 + R2 R1 + R2 vo =L+ R1 R2 + +L > 0 ⇒ vo = L+ vi R1 + R2 R1 + R2 R1 R2 + > −L ⇒ vo = L+ vi R1 + R2 R1 + R2 Octávio Páscoa Dias cap.3-88 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref=0 =0(cont.) (cont.) porque (R1+R2) é uma quantidade positiva, vi R2 > − L+ R1 ⇒ vo = L+ vi > − L+ R1 ⇒ vo = L+ R2 R1 ⇒ vo = L− (muda de estado) vi < − L R2 + R1 + − L ≡ VTL ; ( tensão inferior de transição); VTL < 0 R2 Octávio Páscoa Dias cap.3-89 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref=0 =0(cont.) (cont.) vo =L- vi R2 R1 + L− < 0 ⇒ vo = L− R1 + R2 R1 + R2 vi R2 R1 < − L− ⇒ vo = L− R1 + R2 R1 + R2 vi R2 < − L− R1 ⇒ vo = L− vi < − L− R1 ⇒ vo = L− R2 vi > − L− R1 ⇒ vo = L+ (muda de estado) R2 R1 −L ≡ VTH ; (tensão sup erior de transição);VTH > 0 R2 − Octávio Páscoa Dias cap.3-90 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref=0 =0(cont.) (cont.) A figura 6.73, mostra a característica de transferência do comparador com histerese, não-inversor, com tensão de referência nula, Vref=0. − R1 − R L ≡ VTH ; ( tensão superior de transição); − 1 L+ ≡ VTL ; ( tensão inferiror de transição) R2 R2 vo L+ VTH VTL vi L− Figura 6.73 – Característica de transferência do comparador não-inversor, com histerese, com Vref=0. Octávio Páscoa Dias cap.3-91 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref=0 =0 Na figura 6.74 ilustra-se o diagrama eléctrico do comparador inversor, com histerese, com tensão de referência nula, Vref=0. vi vo VA R2 R1 Figura 6.74 – Comparador inversor, com histerese, com Vref=0. R1 VA = vo ; vo = A(v + − v − ) R1 + R2 Octávio Páscoa Dias cap.3-92 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref=0 =0(cont.) (cont.) Então, R1 vo − vi ) vo = A( R1 + R2 logo, R1 vo − vi > 0 ⇒ vo = L+ R1 + R2 R1 R1 + − vi > − vo ⇒ vo = L ⇔ vi < vo ⇒ vo = L+ R1 + R2 R1 + R2 Octávio Páscoa Dias cap.3-93 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref=0 =0(cont.) (cont.) vo =L+ vi < R1 L+ ⇒ vo = L+ R1 + R2 vi > R1 L+ ⇒ vo = L− ; (muda de estado) R1 + R2 R1 L+ ≡ VTH ; (tensão superior de transição); VTH > 0 R1 + R2 Octávio Páscoa Dias cap.3-94 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref=0 =0(cont.) (cont.) vo =L- R1 vo − vi < 0 ⇒ vo = L− R1 + R2 − vi < − R1 R1 vo ⇒ vo = L− vo ⇒ vo = L− ⇔ vi > R1 + R2 R1 + R2 vi > R1 L− ⇒ vo = L− R1 + R2 vi < R1 L− ⇒ vo = L+ ; (muda de estado) R1 + R2 R1 L− ≡ VTL ; (tensão inferior de transição); VTL < 0 R1 + R2 Octávio Páscoa Dias cap.3-95 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref=0 =0(cont.) (cont.) A figura 6.75, ilustra a característica de transferência do comparador com histerese, inversor, com tensão de referência nula, Vref=0. R1 R1 L− ≡ VTL ; (tensão inferior de transição) L+ ≡ VTH ; (tensão superior de transição); R1 + R2 R1 + R2 vo L+ VTL VTH vi L− Figura 6.75 – Característica de transferência do comparador inversor, com histerese, com Vref=0. Octávio Páscoa Dias cap.3-96 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref≠≠00 A figura 6.76 representa o diagrama eléctrico do comparador não-inversor, com histerese, com tensão de referência não nula, Vref≠0. R2 R1 vi VA vo + Vref Figura 6.76 – Comparador não-inversor, com histerese, com Vref≠0. VAi = vi Octávio Páscoa Dias R2 R1 R2 R1 + vo ; VAo = vo ; VA = vi R1 + R2 R1 + R2 R1 + R2 R1 + R2 cap.3-97 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref≠≠00(cont.) (cont.) vo = A(v + − v − ); vo = A(vi vi R1 R2 + vo − Vref ) R1 + R2 R1 + R2 R1 R2 + vo − Vref > 0 ⇒ vo > 0 ⇔ vo = L+ R1 + R2 R1 + R2 vo =L+ Octávio Páscoa Dias vi R1 R2 + L+ − Vref > 0 ⇒ vo = L+ R1 + R2 R1 + R2 vi R1 R2 > − L+ + Vref ⇒ vo = L+ R1 + R2 R1 + R2 cap.3-98 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref≠≠00(cont.) (cont.) dado que (R1+R2) é uma quantidade positiva, vi R2 > − L+ R1 + Vref ( R1 + R2 ) ⇒ vo = L+ R1 + R2 R1 + Vref ⇒ vo = L+ vi > − L R2 R2 + R1 + R2 R1 + Vref ⇒ vo = L− (muda de estado) vi < − L R2 R2 + R1 R1 + R2 VTL = − L + Vref R2 R2 + Octávio Páscoa Dias cap.3-99 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref≠≠00(cont.) (cont.) vo =L- R2 R1 − +L − Vref < 0 ⇒ vo = L− vi R1 + R2 R1 + R2 vi R2 R1 < − L− + Vref ⇒ vo = L− R1 + R2 R1 + R2 vi R2 < − L− R1 + Vref ( R1 + R2 ) ⇒ vo = L− R1 R1 + R2 + Vref ⇒ vo = L− vi < − L R2 R2 − vi > − L− R + R2 R1 + Vref 1 ⇒ vo = L+ (muda de estado) R2 R2 VTH = − L− Octávio Páscoa Dias R1 R + R2 + Vref 1 R2 R2 cap.3-100 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadornão-inversor não-inversorcom comVVrefref≠≠00(cont.) (cont.) Na figura 6.77, representa-se a característica de transferência do comparador com histerese, não-inversor, com tensão de referência não nula, Vref≠0. VTH = − L− R R + R2 R + R2 R1 R + R2 + Vref 1 ; VTL = − L+ 1 + Vref 1 ; VR = Vref 1 R2 R2 R2 R2 R2 VR Figura 6.77– Característica de transferência do comparador não-inversor, com histerese, com Vref≠0. Octávio Páscoa Dias cap.3-101 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref≠≠00 A figura 6.78 representa o diagrama eléctrico do comparador inversor, com histerese, com tensão de referência não nula, Vref≠0. + Vref Figura 6.78 – Comparador inversor, com histerese, com Vref≠0. VAref = Vref Octávio Páscoa Dias R2 R1 R2 R1 + vo ; VAo = vo ; VA = Vref R1 + R2 R1 + R2 R1 + R2 R1 + R2 cap.3-102 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref≠≠00(cont.) (cont.) + − vo = A(v − v ); vo = A(Vref Vref R2 R1 + vo − vi ) R1 + R2 R1 + R2 R1 R2 + vo − vi > 0 ⇒ vo > 0 ⇔ vo = L+ R1 + R2 R1 + R2 vo =L+ Vref R2 R1 + +L − vi > 0 ⇒ vo = L+ R1 + R2 R1 + R2 − vi > − L+ R1 R2 − Vref ⇒ vo = L+ R1 + R2 R1 + R2 R2 R1 + Vref ⇒ vo = L+ vi < L R1 + R2 R1 + R2 + Octávio Páscoa Dias cap.3-103 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref≠≠00(cont.) (cont.) R1 R2 + Vref ⇒ vo = L− (muda de estado) vi > L R1 + R2 R1 + R2 + VTH R2 R1 =L + Vref R1 + R2 R1 + R2 + vo =L- Vref R2 R1 − +L − vi < 0 ⇒ vo = L− R1 + R2 R1 + R2 R2 R1 − vi < − L − Vref ⇒ vo = L− R1 + R2 R1 + R2 − Octávio Páscoa Dias cap.3-104 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref≠≠00(cont.) (cont.) R1 R2 + Vref ⇒ vo = L− vi > L R1 + R2 R1 + R2 − vi < L− R1 R2 + Vref ⇒ vo = L+ (muda de estado) R1 + R2 R1 + R2 R2 R1 + Vref VTL = L R1 + R2 R1 + R2 − Octávio Páscoa Dias cap.3-105 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparador comparadorinversor inversorcom comVVrefref≠≠00(cont.) (cont.) A figura 6.79, mostra a característica de transferência do comparador com histerese, inversor, com tensão de referência não nula, Vref≠0. VTH = L+ R2 R2 R1 R2 R1 + Vref + Vref ; VTL = L− ; VR = Vref R1 + R2 R1 + R2 R1 + R2 R1 + R2 R1 + R2 VR Figura 6.79 – Característica de transferência do comparador inversor, com histerese, com Vref≠0. Octávio Páscoa Dias cap.3-106 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparadores comparadorescom comhisterese histerese(cont.) (cont.) É de realçar que, relativamente aos comparadores com histerese com Vref=0, os comparadores com histerese com Vref≠0, apresentam, tipicamente, a mesma característica v0=f(vi), que se desloca para a direita se Vref>0, e para a esquerda se Vref<0, da quantidade VR. Os circuitos comparadores são utilizados numa larga variedade de aplicações, nomeadamente, na detecção de um sinal, relativamente a um nível de tensão pré-fixado, e no projecto de conversores A/D. Como exemplo de aplicação para um comparador com histerese considerese uma aplicação muito comum que consiste em detectar o número de vezes que um sinal arbitrário passa por zero. Octávio Páscoa Dias cap.3-107 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparadores comparadorescom comhisterese histerese(cont.) (cont.) Se a função for implementada por um comparador sem histerese, a saída do comparador muda de estado de cada vez que o sinal passa por zero. Se o sinal não estiver corrompido com ruído (figura 6.80) o comparador detecta o número real de vezes que o sinal passa por zero. Porém, se o sinal contiver ruído sobreposto (figura 6.81), o comparador sem histerese irá detectar falsas passagens do sinal por zero, devido à presença do ruído. Assim, se for conhecido o valor aproximado da amplitude do ruído sobreposto ao sinal, o projectista do sistema poderá implementar um comparador com histerese, cuja largura de histerese (VTH-VTL) seja dupla da amplitude do ruído, evitando assim, a detecção de falsas passagens do sinal por zero. Octávio Páscoa Dias cap.3-108 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS comparadores comparadorescom comhisterese histerese(cont.) (cont.) Figura 6.80 – Detecção das passagens por zero de um sínal sem ruído. Figura 6.81 – Detecção das passagens por zero de um sinal com ruído. Octávio Páscoa Dias cap.3-109 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS rectificadores rectificadoresde deprecisão precisão Os circuitos rectificadores estudados até agora, estão fundamentalmente vocacionados para a implementação de fontes de alimentação. Nessas aplicações, as tensões a rectificar têm, usualmente, amplitudes muito maiores do que a queda de tensão directa, VD, dos díodos de silício, o que faz com que o valor de VD possa ser desprezado face à amplitude da tensão rectificada. Contudo, existem aplicações onde tal não acontece. De facto, se o sinal a rectificar tiver, por exemplo, 0,1 V de amplitude tornase impossível realizar a sua rectificação por intermédio dos rectificadores convencionais. Surge assim, a motivação para o estudo de circuitos rectificadores especiais designados por rectificadores de precisão, cuja implementação resulta da combinação de díodos com amplificadores operacionais. Octávio Páscoa Dias cap.3-110 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS rectificador rectificadorde deprecisão precisãode demeia-onda meia-onda A figura 6.82 ilustra um rectificador de precisão de meia-onda, também designado por super-díodo. É de realçar que neste circuito o díodo inicia a condução quando a tensão a rectificar toma o valor vI=VD/A, em que A é o ganho do ampop em malha aberta. Assim, dado o elevado valor de A (maior do que 106), o circuito pode ser utilizado na rectificação de sinais fracos. A figura 6.83 mostra a característica de transferência do circuito. Figura 6.82 – Rectificador de precisão de meia-onda (super-díodo). Octávio Páscoa Dias cap.3-111 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS rectificador rectificadorde deprecisão precisãode demeia-onda meia-onda (cont.) (cont.) Este circuito rectificador apresenta algumas desvantagens, das quais de destaca a saturação do ampop quando vI<0. Deste modo, quando vI assume de novo valores positivos o ampop despende algum tempo para sair da saturação. Este atraso pode ser limitativo para algumas aplicações. Figura 6.83– Característica de transferência do super díodo. Octávio Páscoa Dias cap.3-112 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS rectificador rectificadorde deprecisão precisãode demeia-onda meia-onda (cont.) (cont.) Na figura 6.84, apresenta-se outra alternativa para implementar o circuito de precisão de meia-onda. O circuito opera do modo seguinte: y Quando vI>0, o terminal de saída do ampop torna-se positiva o que garante a condução de D2 e o corte de D1, uma vez que, devido ao curtocircuito virtual, o ânodo de D1 fica polarizado com a tensão -VD. Nesta situação tem-se vO=0 e a malha da resistência R2 está aberta. y Quando vI<0 a saída do ampop torna-se positiva o que faz com que D1 fique seguro no corte e D2 conduza através de R2. Assim, se R1=R2 obtém-se vO=vI. A figura 6.85 mostra a característica de transferência do circuito. Octávio Páscoa Dias cap.3-113 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS rectificador rectificadorde deprecisão precisãode demeia-onda meia-onda(cont.) (cont.) Figura 6.84– Rectificador de precisão de meia-onda. Octávio Páscoa Dias Figura 6.85– Característica de transferência do rectificador de precisão de meia-onda. cap.3-114 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS rectificador rectificadorde deprecisão precisãode deonda ondacompleta completa As figuras 6.86 e 6.87 ilustram, respectivamente, uma realização possível para um rectificador de precisão de onda completa e a sua característica de transferência. A operação do circuito processa-se do modo seguinte: y Para vI>0 a saída do ampop A2 tende para valores positivos o que faz com que o díodo D2 conduza através de RL e feche a malha de realimentação de A2. Nesta situação, tem-se vO=vI, e deste modo, não exista corrente na resistência R1. O ampop A1 fica em malha aberta, e satura na tensão negativa, o que garante o corte de D1. Por sua vez, o corte de D1 reforça a condição de saturação de A1. Octávio Páscoa Dias cap.3-115 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS rectificador rectificadorde deprecisão precisãode deonda ondacompleta completa(cont.) (cont.) y Quando vI<0 a saída de A1 tende para valores positivos o que faz com que o díodo D1 conduza através de RL e feche a malha de realimentação de A1 por intermédio de R2. Com vI negativa a saída de A2 tende para valores negativos provocando o corte de D2. Esta situação leva A2 à saturação, uma vez que fica sem realimentação, mantendo assim D2 no corte. Como R1=R2 obtém-se vO=-vI. O resultado final consiste numa perfeita rectificação de onda completa de sinais fracos. Octávio Páscoa Dias cap.3-116 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS rectificador rectificadorde deprecisão precisãode deonda ondacompleta completa(cont.) (cont.) Figura 6.86– Rectificador de precisão de onda completa. Octávio Páscoa Dias Figura 6.87 – Característica de transferência do rectificador de precisão de onda completa. cap.3-117 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS 6.7 6.7––Características Característicasnão-ideais não-ideaisdos dosampops ampops Embora as técnicas de projecto e análise de circuitos com amplificadores operacionais, nas quais é assumido o conceito de ampop ideal, possam e devam ser utilizadas, por constituírem uma boa aproximação às situações reais, de facto, quando são utilizados amplificadores operacionais, verifica-se que algumas características não se comportam de acordo com as previsões fornecidas por aquelas técnicas de análise, uma vez que o conceito de amplificador ideal não existe na prática onde, naturalmente, o projectista é confrontado com amplificadores operacionais reais. Nesta secção vão ser estudadas algumas características não ideais dos amplificadores operacionais, para que possam ser previstos os desvios à situação ideal e estudar técnicas que permitam minimizar os seus efeitos. Octávio Páscoa Dias cap.3-118 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS ganho ganhofinito finitoeelargura largurade debanda banda O ganho diferencial, A, de um ampop não é infinito. De facto, o ganho diferencial é finito e decresce com a frequência. A figura 6.88 mostra o comportamento do módulo do ganho diferencial, |A|, em função da frequência. Figura 6.88 – Ganho de malha aberta de um ampop com compensação interna de frequência. Octávio Páscoa Dias cap.3-119 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS ganho ganhofinito finitoeelargura largurade debanda banda(cont.) (cont.) y É de realçar que, embora o ganho, A, seja bastante elevado em dc, ele começa a decrescer a partir dos 10 Hz, com um declive de -20dB/década. Este comportamento é típico de ampops com compensação interna de frequência. Esta técnica de compensação consiste em incluir um condensador no circuito do amplificador operacional, com o objectivo de evitar que o ampop entre em autooscilação. A inclusão do condensador faz com que o ganho do ampop tenha o comportamento de uma rede RC passa-baixo, de 1ª ordem, pelo facto do condensador dar origem a um pólo dominante no circuito que realiza o ampop. Octávio Páscoa Dias cap.3-120 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS ganho ganhofinito finitoeelargura largurade debanda banda(cont.) (cont.) Por analogia com a resposta de uma rede RC de 1ª ordem, o ganho A(s) do ampop, com compensação interna de frequência, pode ser expressa por, A0 A( s ) = s 1+ ωb onde, ωb é a frequência de queda de 3 dB; e A0 é o ganho diferencial em dc (ω=0). Para as frequências físicas (s=jω) tem-se, A( jω ) = A0 jω 1+ ωb Octávio Páscoa Dias cap.3-121 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS ganho ganhofinito finitoeelargura largurade debanda banda(cont.) (cont.) Para frequências ω>>ωb, pode fazer-se a aproximação, A( jω ) = A0 Aω ⇔ A( jω ) = 0 b jω jω ωb e assim, A0ωb A0ωb A( jω ) = = jω ω Designando por ωt a frequência à qual o ganho é unitário (0 dB), tem-se, A0ωb ω Octávio Páscoa Dias = 1 ⇔ ω = A0ωb ⇒ ωt = A0ωb cap.3-122 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS ganho ganhofinito finitoeelargura largurade debanda banda(cont.) (cont.) Deste modo, a equação, A( jω ) = A0ωb pode ser escrita na forma, ω A( jω ) = ωt ω A( jω ) = ωt jω e assim, A frequência ωt é designada por largura de banda para o ganho unitário. De facto, o valor de ωt corresponde ao produto ganho-largura de banda (GB), que é constante para cada amplificador. Octávio Páscoa Dias cap.3-123 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS saturação saturaçãona nasaída saída y Tal como acontece com todos os outros amplificadores, os ampops operam linearmente dentro de um intervalo limitado de valores da tensão de saída, vo. Com mostra a figura 6.89, os amplificadores operacionais saturam nos níveis L+ e L-, os quais diferem, tipicamente, entre 1 V a 3V, das tensões com que são alimentados. Figura 6.89 – Distorção não-linear devido à saturação do ampop. Octávio Páscoa Dias cap.3-124 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS taxa taxade deinflexão inflexão(slew (slewrate) rate) yO declive da variação da tensão de saída, vo, dos ampops tem um valor máximo que não deve ser excedido. Esta limitação é designada por taxa de inflexão (slew rate – SR), e provoca distorção não-linear se a variação no tempo, do sinal de saída, for superior à taxa de inflexão do ampop utilizado. A taxa de inflexão (SR) é usualmente expressa em V/µs, e definida por, dvo SR = dt max Assim, se o sinal, vi, aplicado na entrada do ampop exigir que a saída, vo, varie com um declive superior ao SR do ampop, este não pode acompanhar aquela variação e o sinal vo apresentará distorção (figura 6.90). Octávio Páscoa Dias cap.3-125 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS taxa taxade deinflexão inflexão(slew (slewrate) rate) Figura 6.90 – Distorção não-linear devido à taxa de inflexão (SR). Tem interesse estudar o efeito do SR quando a tensão aplicada à entrada do ampop é uma sinusóide, e, por consequência, a tensão de saída, vo, seja também uma sinusóide, a qual pode ser expressa por, vo = Vo sin(ωt ) Octávio Páscoa Dias cap.3-126 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS taxa taxade deinflexão inflexão(cont.) (cont.) Dado que, dvo SR = dt tem-se, max d ⇔ − Voω cos(ωt ) max ⇔ (Voω cos(ωt )) max SR = Vo sin(ωt ) dt max Uma vez que a função seno apresenta a sua variação máxima em t=0, então, a sua derivada deve ser calculada para aquele ponto no tempo (t=0). Logo, SR = dvo dt t =0 = Voω cos(ωt ) t =0 ⇒ SR = Voω e assim, para não haver distorção na saída devido ao SR, tem de verificar-se a condição, Voω ≤ SR Octávio Páscoa Dias cap.3-127 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS taxa taxade deinflexão inflexão(cont.) (cont.) De facto, esta condição, VOω≤SR, explica a dependência de vo, relativamente à frequência e amplitude do sinal (figuras 6.91 a 6.94). vo ∆vo ∆v o ∆t t Figura 6.91 – Dependência da amplitude. Octávio Páscoa Dias cap.3-128 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS taxa taxade deinflexão inflexão(cont.) (cont.) vo ∆vo ∆vo ∆t t Figura 6.92 – Dependência da frequência. Octávio Páscoa Dias cap.3-129 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS taxa taxade deinflexão inflexão(cont.) (cont.) vo ∆vo ∆ vo SR = ∆t ∆vo ∆t t Figura 6.93 – Conceito de taxa de inflexão. Octávio Páscoa Dias cap.3-130 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS taxa taxade deinflexão inflexão(cont.) (cont.) Figura 6.94 – Efeito da limitação do SR sobre um sinal sinusóidal. Octávio Páscoa Dias cap.3-131 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS ganho ganhode demodo modocomum comum y Considere-se a situação de um ampop excitado por duas fontes de sinal v1 e v2, (figura 6.95). Esta situação configura a operação real de um ampop, sendo possível identificar uma componente de excitação diferencial ou anti-simétrica, vd, e uma componente de modo-comum ou simétrica, vC (figura 6.96). A componente diferencial é caracterizada pela expressão, vd = v2 − v1 o que equivale a aplicar à entrada não-inversora uma fonte de sinal, vd + 2 e à entrada inversora a fonte de sinal, Octávio Páscoa Dias vd − 2 cap.3-132 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS ganho ganhode demodo modocomum comum(cont.) (cont.) De facto, vd vd + − (− ) = v2 − v1 = vd 2 2 A componente de modo-comum é descrita pela expressão, v2 + v1 vC = 2 Assim, a tensão de saída, vo, é dada por, vo = Ad × vd + AC × vC onde, Ad é o ganho diferencial; AC é o ganho de modo-comum; vd é a componente diferencial e vC é a componente de modo-comum. Octávio Páscoa Dias cap.3-133 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS ganho ganhode demodo modocomum comum(cont.) (cont.) O conceito de ampop ideal implica, Ad=∞ e AC=0, Porém nos amplificadores operacionais reais, Ad é finito e AC≠0 Para avaliar o desempenho do ampop quanto à rejeição do modo-comum, uma vez que idealmente essa rejeição deveria ser infinita, define-se a relação de rejeição de modo-comum (commom–mode rejection ratio – CMRR), por intermédio da expressão, CMRR = 20 log Octávio Páscoa Dias Ad ; em dB AC cap.3-134 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS ganho ganhode demodo modocomum comum(cont.) (cont.) O conhecimento deste desvio à situação ideal, isto é, para CMRR≠∞, é particularmente importante na situação em que as tensões diferenciais, vd=v+-v-, são de pequena amplitude e estão associadas a um ruído que origina tensões de modo-comum, vC=(v++v-)/2, elevadas vd = v2 − v1 = + vd v − (− d ) 2 2 vC = v2 + v1 2 vo = Ad × vd + AC × vC − vd 2 vo vo v2 Figura 6.95 – Operação real do ampop. Octávio Páscoa Dias vC + v1 + vd 2 Figura 6.96 – Componentes das tensões de entrada. cap.3-135 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS resistências resistênciasde deentrada entradaeede desaída saída A figura 6.97 mostra o modelo do ampop com as resistências de entrada e de saída incluídas. yA resistência de entrada de modo-comum, Ric é a resistência “vista” por uma fonte de tensão ligada entre as entradas (ligadas entre si) do ampop e a massa (figura 6.98). Tensão modo-comum. yA resistência de entrada diferencial, Rid, é a resistência “vista” por uma fonte de tensão ligada entre as entradas não-inversora (+) e inversora (-), como se ilustra na figura 6.99. Tensão diferencial. yA resistência de saída, Ro, é a resistência “vista” pela carga ligada à saída do amplificador operacional. Tipicamente: Ric=100 MΩ; Rid=1 MΩ; Ro=100 Ω. Octávio Páscoa Dias cap.3-136 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS resistências resistênciasde deentrada entradaeede desaída saída(cont.) (cont.) Figura 6.97 – Esquema equivalente do ampop com as reistências Rid; Ric e Ro. vo vC Figura 6.98 – Fonte vc que “vê” a resistência Ric. Octávio Páscoa Dias vd vo Figura 6.99 – Fonte vd que “vê” a resistência Rid. cap.3-137 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS tensão tensãode dedesvio desviode deentrada entrada(offset (offsetvoltage) voltage) y Para introduzir o conceito de tensão de desvio de entrada (offset voltage), VOS, considere-se um ampop, no qual os dois terminais de entrada (+ e -), foram ligados à massa (figura 6.100). Nesta situação, contrariando as previsões para o ampop ideal, constata-se que a saída se encontra na saturação positiva, L+, ou na saturação negativa, L-. y A saída do ampop pode ser ajustada a zero, fazendo a compensação da tensão de desvio. Essa compensação pode ser realizada, por intermédio dos terminais que alguns ampops possuem para esse fim, ou ligando na entrada uma fonte dc de polaridade e amplitude apropriadas, de forma a contrariar o efeito da tensão de desvio. A fonte de tensão externa para compensar este desvio das características ideais, deve ter uma amplitude igual e polaridade oposta à tensão VOS . Octávio Páscoa Dias cap.3-138 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS tensão tensãode dedesvio desviode deentrada entrada(cont.) (cont.) A existência de VOS, deve-se aos desequilíbrios de operação do par diferencial que constitui a entrada do ampop. De facto, na prática, não é fácil realizar um par diferencial com simetria perfeita. Usualmente as folhas de especificação do fabricante indicam os valores máximos de VOS, que tipicamente se situam no intervalo de 1 mV a 5 mV. Porém, as folhas de especificação nunca referem a polaridade, uma vez que não é possível prever o desequilíbrio do par diferencial. Para analisar o efeito de VOS sobre a operação dos circuitos implementados com ampops, é necessário que o modelo do ampop inclua a tensão de desvio de entrada. Este modelo é constituído por uma fonte dc com o valor de VOS, ligado em série com o terminal da entrada não inversora, seguido de um ampop ideal, como mostra a figura 6.101. A figura 6.102, ilustra um ampop com terminais dedicados à compensação da tensão de desvio. Octávio Páscoa Dias cap.3-139 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS tensão tensãode dedesvio desviode deentrada entrada(cont.) (cont.) vo Figura 6.100 – O efeito da tensão de desvio, faz vo≠0. Figura 6.101 – Modelo do ampop incluindo a tensão de desvio de entrada. Octávio Páscoa Dias Figura 6.102 – Compensação da tensão de desvio de entrada. cap.3-140 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS correntes correntesde depolarização polarizaçãode deentrada entrada y Para que o ampop possa funcionar é necessário que os dois terminais de entrada sejam alimentados com as correntes dc, IB1 e IB2 (figura 6.103). Figura 6.103 – Correntes de polarização de entrada de um ampop. Octávio Páscoa Dias cap.3-141 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS correntes correntesde depolarização polarizaçãode deentrada entrada(cont.) (cont.) Usualmente o fabricante especifica o valor médio das correntes IB1 e IB2, assim, como a diferença entre elas. O valor médio, IB, das duas correntes, é designado por corrente de polarização de entrada (input bias current), sendo caracterizada pela expressão, I B1 + I B 2 IB = 2 A diferença entre as duas correntes é designada por corrente de desvio de entrada (input offset current), que é determinada por, I OS = I B1 − I B 2 Nos ampops cujo par diferencial é realizado com transistores de junção bipolares (BJT), as correntes IB e IOS têm os valores típicos de 100 nA e 10 nA, respectivamente. Para os pares diferenciais implementados com transistores de efeito de campo, aqueles valores são da ordem dos pA. Octávio Páscoa Dias cap.3-142 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS correntes correntesde depolarização polarizaçãode deentrada entrada(cont.) (cont.) y A compensação das correntes de polarização é feita de acordo com o esquema representado na figura 6.104. De facto, se as quedas de tensão nas resistências, RA e RB, ligadas em série com os terminais de entrada do ampop forem iguais, R A × I B1 = RB × I B 2 dão origem a uma excitação de modo-comum, que não influencia a saída do ampop, nos casos em que se pode desprezar o ganho de modo-comum. RB RA IB2 vo I B1 Figura 6.104 – Compensação das correntes de polarização. Octávio Páscoa Dias cap.3-143 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Exercício 6.12 Considere um amplificador operacional compensado internamente, com o ganho dc, sem realimentação, igual a 106 e com o ganho ac de 40 dB para f=10 kHz. Determine, a) a frequência de queda de 3 dB sem realimentação; b) a frequência, ft, correspondente ao ganho unitário; c) o produto ganho-largura de banda; d) o valor do ganho à frequência de 1 kHz. Soluções: a) 1 Hz; b) 1 MHz; c) 1 MHz; d) 60 dB. Exercício 6.13 Considere um ampop com o ganho de 106 dB em dc e com ft=2 MHz. Determine o ganho nas frequências de 1 kHz; 10 kHz e 100 kHz. Soluções: 2000; 200; 20. Octávio Páscoa Dias cap.3-144 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Exercício 6.14 Use um ampop com o ganho de 106 dB em dc e a frequência ft=2 MHz, para realizar um amplificador não-inversor com o ganho de 100, e determine a correspondente frequência de queda de 3 dB. Solução: 20 kHz. Exercício 6.15 Considere um amplificador operacional com o comportamento linear para valores da tensão de saída, vo, dentro do intervalo ±10V. Se o ampop for usado para implementar um amplificador nã-inversor com o ganho de 200, determine a amplitude máxima de um sinal sinusoidal que que aplicado na entrada produza uma saída sem distorção devido à saturação. Solução: 0,05 V. Exercício 6.16 Um ampop com a taxa de inflexão SR=1 V/µs está ligado na configuração seguidor de tensão. Determine a frequência máxima de um sinal sinusoidal com a amplitude de 1 V, que aplicado na entrada produza uma saída sem distorção devido à taxa de inflexão. Solução: 159,15 kHz Octávio Páscoa Dias cap.3-145 Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores – EAPS Exercício 6.17 Considere um amplificador operacional com o comportamento linear para valores da tensão de saída, vo, dentro do intervalo ±10V e o SR=1 V/µs. Determine, a) a frequência máxima de operação, fM, com vo a variar segundo a excursão linear máxima; b) a amplitude máxima do sinal de saída, sem distorção devido ao SR, para um sinal de entrada com uma frequência igual 5fM.. Soluções: a) 15,9 kHz; b) 2 V. Octávio Páscoa Dias cap.3-146