PUBLICAÇÃO DO Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Norte http://www.crmvrn.org.br Revista Centauro v.5, n.1, p 13- 20, 2014 Versão On-line ISSN 2178-7573 AVALIAÇÃO BROMATOLÓGICA DA CATINGUEIRA NO SEMIÁRIDO POTIGUAR Emerson Moreira de Aguiar1; José Geraldo Medeiros da Silva2; Manoel de Souza Araújo3; Raphaelle Cavalcante Ribeiro de Araújo4, Safira Yara Azevedo Medeiros da Silva5 RESUMO - Objetivou-se avaliar a variabilidade dos nutrientes da catingueira, por um período de quatro meses. As coletas foram realizadas a cada trinta dias, de maio a agosto de 2008. As variáveis estudadas foram: matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), matéria mineral (MM), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), extrato etéreo (EE), carboidratos totais (CHT), carboidratos não fibrosos (CNF), lignina (LIG) e nutrientes digestíveis totais (NDT). O delineamento utilizado foi de blocos casualizados com três repetições, num fatorial 4x3, representados por quatro períodos e três sítios. Foi observado com o passar dos meses comportamento contrário entre as variáveis MS e PB, onde para MS houve aumento significativo (P<0,05), e para o teor de PB observou-se diminuição entre os meses de maio e agosto. Houve aumento significativo (P<0,05) no teor de lignina no mês de agosto em relação aos três primeiros meses da pesquisa. Não houve diferença significativa (P>0,05) nos teores de FDN e NDT nos períodos de avaliação. Com o aumento da fase fenológica da planta houve uma diminuição do valor nutritivo, caracterizado principalmente pelo maior teor de FDA, diminuição da PB e maior lignificação. Unitermos: Caatinga. Forragem. Semiárido. NUTRITIONAL EVALUATION OF CATINGUEIRA IN THE SEMIARID REGION OF RIO GRANDE DO NORTE STATE ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the variability of nutrients in catingueira for a period of four months. The samples were taken every thirty days, from may to august of 2008. The variables studied were: dry matter, organic matter, crude protein, neutral detergent fiber, acid detergent fiber, ether extract, total carbohydrates, no fiber carbohydrates, lignin, neutral detergent insoluble nitrogen and acid detergent insoluble nitrogen. The design was randomized blocks with three replicates in a 4x3 factorial, represented by four periods and three sites. Was observed over the months a contrast between the behavior variables and dry matter, crude protein, dry matter for which there was a significant increase, and the crude protein content there was a decrease between the months of may and august. Was observed significant increase the content of lignin in the month of august in relation the first three months of research. No significant differences were observed the contents of neutral detergent fiber and total 1 Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutor em Zootecnia. E-mail: [email protected] Zootecnista, Mestre e Doutor em Zootecnia. E-mail: [email protected] 3 Engenheiro Florestal, Mestre em Ciência Florestal. E-mail: [email protected] 4 Zootecnista. E-mail: [email protected] 5 Graduanda em Agrônomia. E-mail: [email protected] 2 Correspondências devem ser enviadas para: [email protected] O conteúdo científico dos manuscritos são de responsabilidade dos autores 13 PUBLICAÇÃO DO Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Norte http://www.crmvrn.org.br Revista Centauro v.5, n.1, p 13- 20, 2014 Versão On-line ISSN 2178-7573 digestible nutrients in the periods of evaluation. With the increase in phonological stage of the plant there was a decrease in nutritional value, mainly characterized by higher content of acid detergent fiber, reduced crude protein and higher lignification. Key Words: Caatinga. Forage. Semiarid. INTRODUÇÃO O sistema de produção pecuária do Nordeste brasileiro semiárido tem a vegetação caatinga como um dos principais suportes forrageiros para os ruminantes (SILVA et al., 2010). Entretanto, apresenta baixo desempenho produtivo (ALMEIDA et al., 2006), em função principalmente da redução na disponibilidade e qualidade dos alimentos no período seco, onde os ruminantes resultam em baixos índices zootécnicos. A caatinga é predominantemente xerófila, e apresenta três estratos, arbóreo, arbustivo e herbáceo, com plantas que perdem suas folhas ao longo do período de estiagem (PEREIRA FILHO et al., 2010). Com base na capacidade de suporte animal, observada em diversos sítios da caatinga, tanto para bovinos quanto ovinos e caprinos, a disponibilidade de fitomassa pastável no estrato arbustivo e arbustivo-arbóreo é baixa de espécies lenhosas que participam na composição da dieta dos ruminantes. Observa-se que quando o valor nutritivo é mais elevado, a maior parte da folhagem produzida pelas plantas está fora do alcance dos animais. Por outro lado, na secagem e queda das folhas, o valor nutritivo tem diminuído, e a lignina apresenta porcentagens elevadas na matéria seca das plantas. Em uma pastagem nativa de caatinga submetida a quatro intensidades de uso por bovinos objetivando verificar o efeito sobre a degradação do estrato lenhoso, Albuquerque et al. (2008) concluíram que elevada intensidade de pastejo por bovinos não afetou a densidade de plantas novas de espécies lenhosas. Segundo Ferreira et al. (2009), estrategicamente, as espécies lenhosas são fundamentais no contexto de produção e disponibilidade de forragem no semiárido nordestino. Com relação às espécies arbóreas da caatinga com fins forrageiros, a catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.) é destacada com um feno de bom valor nutritivo, apresentando 12,3% de PB (MENDONÇA JÚNIOR et al., 2008), com tolerância a ambientes áridos e degradados, conferindo sua presença em todo semiárido nordestino (FABRICANTE et al., 2009). Na caatinga, as folhas verdes da catingueira são pouco consumidas por ovinos, caprinos e bovinos, porém, quando secas têm consumo elevado por esses ruminantes. Estudando a composição botânica, a disponibilidade e a qualidade da forragem e sua participação na dieta de bovinos no período chuvoso, Moreira et al. (2006) diagnosticaram no estrato arbóreo que a espécie catingueira destaca-se das demais com uma população de 534,74 plantas/ha e produção de fitomassa em MS de 94,71 kg/ha. Segundo Santos et al. (2010) relataram que considerando a importância do bioma caatinga na alimentação dos ruminantes, faz-se necessária uma avaliação mais profunda sobre a disponibilidade do nitrogênio por espécies da caatinga, uma vez que parte deste pode estar ligado a parede celular (NIDA, % do N total). No Nordeste brasileiro o fornecimento de forrageiras oriundas da caatinga nas formas verde, fenada ou ensilada, pode contribuir para diminuir os efeitos desfavoráveis do período seco, reduzindo os custos e contribuindo para a viabilização dos sistemas de produção pecuários (VIEIRA et al., 2005). Correspondências devem ser enviadas para: [email protected] O conteúdo científico dos manuscritos são de responsabilidade dos autores 14 PUBLICAÇÃO DO Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Norte http://www.crmvrn.org.br Revista Centauro v.5, n.1, p 13- 20, 2014 Versão On-line ISSN 2178-7573 O objetivo deste trabalho foi avaliar a composição bromatológica da catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.) no período de maio a agosto do ano de 2008, no semiárido potiguar. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi conduzida na fazenda Japi, localizada no município de Japi, pertencente ao Estado do Rio Grande do Norte, situada na mesorregião Agreste potiguar, no período de maio a agosto do ano de 2008. A região apresenta característica de clima semiárido, com precipitação pluviométrica anual de 546,6mm, sendo o período de maior intensidade de chuva nos meses de março a maio. A temperatura média anual da região é de 26,7°C, com mínima de 18°C e máxima de 33,0°C. A formação vegetal predominante é composta de caatinga hiperxerófila. A região apresenta dois tipos de solos, o planossol solódico, com fertilidade natural alta, textura argilosa-arenosa, relevo suave e ondulado, e o litólico eutrófico, com fertilidade natural alta textura arenosa, fase pedregosa e rochosa. Em 2008 a pluviosidade anual ficou em torno de 1.022,8mm, sendo a pluviosidade no período experimental com 267,4 mm (Figura 1). 450 415.8 Pluviosidade (mm) 400 318.4 350 300 250 200 150 106.6 100 50 44.8 10.4 0 Jan Fev 44 72.6 10.2 0 0 0 Set Out Nov Dez 0 Mar Abr Mai Jun Jul Ago Meses Figura 1. Precipitação pluviométrica da região de Japi no ano de 2008, com meses de cor preta, representando a pluviosidade no período experimental. O local de coleta do material experimental foi estabelecido a partir da localização das plantas de maior acessibilidade. Foram escolhidos três locais distintos, designados de sítios, onde cada sítio era constituído de três árvores de catingueira. A escolha dos sítios foi feita de forma que as plantas estivessem próximas umas das outras, e que tivessem maior homogeneidade de solo, e de estrutura de copa. As coletas foram efetuadas mensalmente no período de maio a agosto do ano de 2008. As amostras coletadas eram compostas de folhas e talos finos (menores que 1 cm de diâmetro), sendo colocadas em sacos plásticos devidamente identificadas. As amostras ( 400 g) foram pesadas e submetidas à pré-secagem em estufa de ventilação forçada a 55ºC, por 72 horas. Após a pré-secagem o material foi triturado em moinho marca Willey com peneira de 1mm de crivo e acondicionado em recipientes de vidros devidamente etiquetados. As amostras preparadas foram analisadas quanto aos teores de MS, PB, FDN, FDA, EE, MM e lignina, (SILVA; QUEIROZ, 2002). Os carboidratos Correspondências devem ser enviadas para: [email protected] O conteúdo científico dos manuscritos são de responsabilidade dos autores 15 PUBLICAÇÃO DO Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Norte http://www.crmvrn.org.br Revista Centauro v.5, n.1, p 13- 20, 2014 Versão On-line ISSN 2178-7573 totais (CHT) foram determinados pela fórmula proposta por Sniffen (1992): CHT = 100 – (PB + EE + Cinzas), e os carboidratos não fibrosos (CNF) segundo Mertens (1997): CNF = 100 – (FDN + PB + EE + Cinzas). O NDT (nutrientes digestíveis totais) foi estimado pela equação do NRC (2001). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com três repetições, num fatorial 4x3, representados por quatro períodos de coletas e três sítios. Os resultados foram submetidos à análise de variância e comparação de médias pelo teste Tukey (1953). RESULTADOS E DISCUSSÃO Houve diferença significativa (P<0,05) para o teor de MS, apresentando um aumento gradativo com o passar dos meses, com teores de 42,67% a 48,06% entre os meses de maio a agosto, respectivamente (Tabela 1). Provavelmente esse aumento ocorreu devido ao avanço da fase fenológica da planta. Estudando a composição química de folhas da catingueira em três diferentes fases da planta, vegetativa, floração e frutificação, Araújo Filho et al. (2002) encontraram teores de 45,4%; 45,8% e 46,6% de MS, respectivamente, valores estes que situam-se aos encontrado na presente pesquisa, tendo em vista que, a época vegetativa e o início de floração se deram entre os meses de maio e junho, ficando os maiores teores para os períodos de julho a agosto, época de maior intensidade de flores e vargens. Tabela 1. Teores de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), carboidratos totais (CHT), carboidratos não fibrosos (CNF), lignina (LIG) e nutrientes digestíveis totais (NDT) de acordo com os períodos de coleta. Mês de coleta Nutriente Maio Junho Julho Agosto MS 42,67c 44,55bc 47,63ab 48,06a MO* 95,26a 94,10b 94,18b 95,10a PB* 13,8a 14,71a 10,80b 10,16b MM* 4,73b 4,90b 5,82a 5,90a EE* 4,26ab 4,46ab 3,41b 5,10a FDN* 39,33a 39,99a 40,92a 37,99a FDA* 21,29b 24,65ab 22,97ab 24,83a CHT* 77,16b 74,93b 79,97a 79,84a CNF* 37,82ab 34,93b 39,04ab 43,20a LIG* 7,16b 7,01b 7,15b 10,43a NDT* 69,12a 67,88a 65,93a 67,07a *% da MS; Médias seguidas de letras diferentes na linha diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Com relação a MO houve diferença significativa (P<0,05) com os meses de maio e agosto que apresentaram os dois maiores teores de MO, em relação aos meses de coletas de junho e julho, que apresentaram os menores. Os meses de maio e agosto com os maiores teores de MO, coincidiram com a maior intensidade de chuvas ocorridas nos referidos meses (Figura 1). Correspondências devem ser enviadas para: [email protected] O conteúdo científico dos manuscritos são de responsabilidade dos autores 16 PUBLICAÇÃO DO Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Norte http://www.crmvrn.org.br Revista Centauro v.5, n.1, p 13- 20, 2014 Versão On-line ISSN 2178-7573 Para o teor de PB, houve diferença significativa (P<0,05) no período experimental, onde os dois primeiros meses apresentaram os maiores teores de PB, que diferiram dos dois últimos. Os teores de PB encontrados na composição química da catingueira apresentam-se relativamente elevados, a exemplo do que observaram Araújo Filho et al. (2002), que estudaram a composição química de folhas de árvores da caatinga, em diferentes fases fenológicas, e constataram que os valores obtidos, média de 14,6% de PB, foram superiores aos valores de requerimento mínimo necessário à dieta dos ruminantes. Entretanto, os referidos autores destacaram que, o teor de PB diminui e o teor de lignina aumenta, em função do grau de maturação das plantas da caatinga. Gonzaga Neto et al. (2001) ao avaliarem a composição química de diferentes fenos de catingueira, obtiveram na fase vegetativa, valores de PB de 17,0%, decrescendo para 11,2% na fase de dormência. Os teores de PB da catingueira dessa pesquisa atende os requerimentos dos ruminantes preconizados na literatura (6 a 8% de PB) como limitantes do consumo e da digestibilidade (VAN SOEST, 1994). Para os valores obtidos da MM houve diferença significativa (P<0,05) entre os dois primeiros e os dois últimos meses, com 4,73 e 4,90% para os meses de maio e junho, e 5,82 e 5,90% para julho e agosto, respectivamente. Com relação aos teores de EE houve diferença significativa (P<0,05) apenas entre o mês de julho e agosto. O teor de 5,10% de EE atende o limite máximo recomendado por McGuffey & Schingoethe (1980) que é de até 8%, para dieta de ruminantes. Para os CHT houve diferença significativa (P<0,05) dos dois primeiros meses em relação aos dois últimos meses, com um aumento dos teores de CHT ao longo do período experimental. As médias dos dois últimos meses foram de 79,97% e 79,84% respectivamente. Os valores de CHT obtidos neste estudo estão de acordo com aqueles relatados por Van Soest (1994), constituindo 50 a 80% da MS das plantas forrageiras. Para os valores obtidos de CNF houve diferença significativa (P<0,05) entre os meses de junho e agosto. Os valores obtidos de CNF dessa pesquisa (34,93% a 43,20%) estão de acordo com o limite máximo recomendado pelo NRC (2001) para dieta de bovinos leiteiros que é de 44% com base da MS das dietas. Não houve diferença significativa (P>0,05) entre os períodos de avaliação, para o teor de FDN na composição da catingueira, com valor médio de 39,55%. Vieira et al. (2005), estudando a espécie sabiá, também não observaram diferença entre os períodos chuvoso e seco, sendo os valores de FDN, encontrados por ela, de 46,1 e 38,7%, respectivamente. Zanine et al. (2005) avaliando a composição bromatológica de plantas arbustivas do semiárido nordestino, observaram um valor médio de FDN de 50%, onde a catingueira apresentou 52,66. Segundo Van Soest (1965) elevados teores de FDN e FDA interferem no consumo e na digestibilidade da MS. Valores de FDN superiores de 55 a 60% na MS correlacionam-se negativamente com o consumo de alimento. Para o teor de FDA das plantas, houve diferença significativa (P<0,05) apenas entre os meses de maio e agosto. O mês de maio teve o menor valor de FDA, em relação ao quarto período (agosto) que foi observado o maior teor de FDA. Houve aumento significativo (P<0,05) no teor de lignina no mês de agosto em relação aos três primeiros meses da pesquisa. Esse resultado da lignina pode ser explicado pelo aumento do estádio fenológico das plantas (ARAÚJO FILHO et al., 2002). Valores semelhantes para a lignina foram encontrados pelos referidos autores, que estudaram a composição química de folhas da catingueira, em diferentes estádios vegetativos, e observaram valor de 6,6% para a fase vegetativa, e 11,7%, no período de dormência. Correspondências devem ser enviadas para: [email protected] O conteúdo científico dos manuscritos são de responsabilidade dos autores 17 PUBLICAÇÃO DO Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Norte http://www.crmvrn.org.br Revista Centauro v.5, n.1, p 13- 20, 2014 Versão On-line ISSN 2178-7573 Teores (%) Não houve diferença significativa (P>0,05) entre os períodos experimentais para os teores de NDT, apresentando valor médio de 67,5%. Segundo Rocha Júnior et al. (2003) teores de NDT maiores que 54,84% com base da MS para volumosos em uma dieta, são suficientes para atender os requerimentos de energia para os ruminantes. Vale destacar nos valores dos nutrientes obtidos da catingueira, que os mesmos permitem formular dieta para ruminantes, desde que atendido o correto balanceamento dos nutrientes, principalmente os carboidratos fibrosos (FDN e FDA), CNF e PB. 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 44.46 b 41.43 a 47.36 a 45.36 b 37.22 b 39.01 ab MS FDN LIG 8.32 a 1 8.17 ab 7.33 b 2 3 Sítios Figura 2. Teores de matéria seca (MS), fibra em detergente neutro (FDN) e lignina (LIG) de catingueira, em três sítios experimentais. Médias seguidas de letras diferentes nas colunas da mesma cor diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Com relação aos sítios, houve diferença significativa (P<0,05) para as variáveis MS, FDN e lignina (Figura 2). O maior teor de MS foi observado no sitio dois. As plantas do primeiro sítio apresentaram a maior porcentagem de FDN e lignina não diferindo do terceiro sítio. Essa variabilidade dos nutrientes na composição química da catingueira em diferentes sítios, provavelmente é decorrente de fatores relacionados a diferenças da composição natural do solo, precipitação pluviométrica, idade da planta, entre outros. CONCLUSÕES Os valores dos nutrientes obtidos na composição bromatológica da espécie catingueira em diferentes sítios e épocas de colheita, expressam a possibilidade de sua utilização na alimentação de ruminantes, como mais uma opção estratégica no semiárido nordestino. Correspondências devem ser enviadas para: [email protected] O conteúdo científico dos manuscritos são de responsabilidade dos autores 18 PUBLICAÇÃO DO Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Norte http://www.crmvrn.org.br Revista Centauro v.5, n.1, p 13- 20, 2014 Versão On-line ISSN 2178-7573 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, S.G.; SOARES, J.G.G.; GUIMARÃES FILHO, C. 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