Fisiologia da tolerância a dessecação em sementes

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
CAMPUS ITAQUI
CURSO DE AGRONOMIA
FISIOLOGIA DE SEMENTES
Relações água/semente
Tolerância à dessecação
Prof. Daniel Fonseca
Importância da água
 70% do protoplasma de células ativas
 Estrutura celular, processos anabólicos e catabólicos
Catabolismo - geração de energia – quebra de moléculas grandes em pequenas
Anabolismo - captação de energia - complexação de substâncias menores em maiores
 Difusão solutos regiões maior atividade enzimática
 Organização e integridade das membranas
 Velocidade e intensidade de deterioração
 Atividade de insetos e microrganismos
 %, velocidade e uniformidade de germinação
 Decisões sobre momento de colheita, secagem,
processamento e armazenamento
Tolerância a dessecação
Capacidade de recuperar as funções biológicas
com a nova embebição após a desidratação
(Alpert e Oliver, 2002)
Habilidade de
sobrevivência
Pós maturidade
fisiológica
Conservação
do potencial
fisiológico
Remoção da água
Água da semente
Manutenção da água
Formação da
semente
Durante o
processo de
desenvolvimento
Dependência de
volume considerável
de água
Água nas sementes
Numa estrutura qualquer:
Água
Matéria seca
Equilíbrio higroscópico
 Higroscopicidade
Capacidade de retenção de água
Variável com a composição química
característica de cada espécie
Equilíbrio higroscópico
Depende????
Pressão atmosférica
Gases + vapor de água
Equilíbrio higroscópico
Transferência da água da superfície da
semente para a atmosfera
P. Vapor semente > P. vapor atmosférico
P. Vapor ar > P. vapor semente
Pressão se igualam
Secagem
Umedecimento
Equilíbrio higroscópico
Equilíbrio higroscópico
Fatores que afetam
 Composição química
 Umidade relativa e temperatura do ar
 Permeabilidade da cobertura
 Integridade das membranas
Potencial de água
Água na semente: ligada a substâncias
Afinidade
conhecimento do potencial hídrico
 Proteínas: carga negativa----- ligação com a água
 Amido: menor afinidade por água que as proteínas
 Lipídeos: ácidos graxos não tem grupos polares,
de modo que não há ligações H, não havendo atração
pela água
Potencial de água
Potencial da água
Ψa = Ψm + Ψo + Ψp
Mátrico
Osmótico
Pressão
ou turgescência
Ψw água pura = 0
Água na semente
 Potencial mátrico: paredes celulares, cortpos proteicos,
partículas
 Potencial osmótico: relacionado com a quantidade de
soluto
 Potencial de pressão ou turgência: exercida contra
paredes celulares com células túrgidas, á medida que a água
entra nas célulaso seu conteúdo aumenta de volume
Formas de água nas sementes
Tipos de água
 5 tipos
 Tipos 1, 2 e 3: água „‟presa‟‟ grau de umidade até 33%
 Tipos 4 e 5: sementes com grau de umidade ≥33%
Solução concentrada e diluída: água „‟livre‟‟
Dependendo do tipo de água
Atividade metabólica
Formas de água nas sementes
Água tipo 1
 Tecidos muito secos (< 7,5 % de água)
 Fortemente ligada à superfície das macromoléculas
 Remoção acelera deterioração (menor proteção)
 Potencial hídrico menor que 150 MPa
Água tipo 2
 Tecidos com 7,5% a 20% de água
 Forma película delgada na superfície da matriz
 Potencial hídrico de -11 a -150 Mpa
 Reações químicas facilitadas
Água tipo 3
 Tecidos com 20% a 33% de água
 Indicação de presença de água congelável
 Potencial hídrico de -4 a -11 Mpa
 Reações intensificadas
 Atividade de microrganismos
Água tipo 4
 Tecidos com 33% a 41% de água
 Características de solução concentrada
 Potencial hídrico de -1,5 a -4 Mpa
 Suficiente ativação processos síntese, germinação
Água Tipo 5
 Tecidos com > 41% de água
 Características de solução diluída
 PW > -1,5 Mpa
 Germinação se completa
Água Tipo 4 e Tipo 5
 Não interagem com a superfície da proteína
 Propriedades muito semelhantes uma solução
 Correspondentes à água “absorvida”, água “livre”
Tolerância dessecação
 Conceito
 Importância
 Mecanismos
 Classificação de sementes
Tolerância a dessecação
 Importância do ponto de vista fisiológico?
 Ponto de vista agronômico???
Dessecação
 O que acontece com as sementes nesta etapa????
 Todas as espécies se comportam da mesma
forma????
Perda de água
Efeito nas células? membranas????
Remoção água das célula
Concentração solutos
Alterações metabólicas
Alterações da secagem da semente
 Concentração de solutos
 Reações destrutivas dentro da célula
 Desnaturação de proteinas
 Elevação do pH intracelular
 Perda da integridade das membranas
Alterações na composição química
Alterações propried. físicas das paredes celulares
Comportamento sementes quanto à
tolerância à dessecação
 Ortodoxas
 Recalcitrantes
Ortodoxas
Recalcitrantes
Guaraná
Pitanga
Açaí
Araucária
Café
Mecanismos de tolerância a dessecação
 Características intracelulares – redução da vacuolização
 Atividade metabólica
 Sistemas antioxidantes
 Substâncias protetoras
 Moléculas anfipáticas
 Mecanismos de reparo
 Taxa de secagem
Pammenter e Berjak (1999)
Mecanismos de tolerância a dessecação
ABA – ácido abcísico
Proteinas LEA
Viviparidade
Características intracelulares
a) Diferenciação do eixo embrionário
b) Redução do grau de vacuolização
c) Reação do citoesqueleto
d) Estabilidade do DNA
e) Grau de diferenciação celular
f) Estrutura das membranas
a) Diferenciação eixo embrionário
 Expansão celular
 Vacuolização durante a histodiferenciação
b) Redução da vacuolização
Volume
vacúolos
Tolerância
dessecação
Vacúolos
Função nas sementes
Armazenamento de metabólitos primários:
 Açúcares
 Ácidos orgânicos
 Proteínas de reserva
Reação do citoesqueleto
Citoesqueleto
 Citosol: rede de proteínas
 Define formato da célula
 Organização do citoplasma
 Responsável pelos movimentos celulares
Citoesqueleto
Secagem
Desintegração
(Recalcitrantes)
Estabilidade do DNA
Relação com proteínas LEA
Grau de diferenciação celular
Quanto maior o grau de diferenciação celular
Maior a tolerância a dessecação
Grau de diferenciação celular
 Redução da superfície sistema membranas
 Redução do volume dos vacúolos
 Diferenciação de organelas
Estrutura membranas
 Retículo endoplasmático
 Mitocôndrias
Estrutura membranas
Retículo endoplasmático
(formação de proteínas)
Atividade metabólica
Recalcitrantes: água do tipo 3 e 4
Água tipo 2 e 1
Danos irreparáveis
Acúmulo de moléculas
e substâncias protetoras
 Proteínas LEA
 Proteínas de choque térmico
 Açúcares redutores
Moléculas e substâncias protetoras
Proteínas LEA
 Comportamento anfipático: hidrofílico e hidrofóbico
 Inibem a desnaturação de macromoléculas
 Estabilizam estruturas intracelulares condições de estresse
Proteínas LEA
 Acumuladas na etapa final de embriogênese
 Estáveis em alta temperatura
Açúcares
 Sacarose, rafinose, estaquiose
 2 hipóteses:
Troca pelas moléculas de água
Estado vítreo das células
Troca pelas moléculas de água
Estrutura da membrana plasmática
Estado vítreo

Solução líquida propriedades viscosidade sólido

Não forma cristais mesmo em temperaturas muito baixas

Estabilidade numa ampla faixa de temperatura
Proteínas de choque térmico
Classes
CI, CII, CIII: proteínas citosólicas e nucleares
CIV: proteínas localizadas nos plastídeos
CV: proteínas no reticulo endoplasmático
CVI: mitocondrial
Proteínas de choque térmico
 Protegem as organelas e moléculas de:
 Danos oxidativos
 Desestruturação das membranas
 Envelhecimento
 Deterioração
 Atuam na formação do estado vítreo
Atividade de moléculas anfipáticas
Migram para as membranas no momento que
estas perdem água (tolerantes)
Mecanismos reparo
Atuam em mitocôndrias, proteínas, RNA e
sistemas de síntese
Taxa de secagem
• Secagem lenta
• Secagem rápida
Sementes recalcitrantes
Recalcitrância
 Não sofrem secagem drástica na maturação
 Sensíveis a injúrias durante a dessecação
 Incapazes de sobreviver ao armazenamento em
ambientes relativamente secos
 Tolerância à baixas temperaturas
Características gerais de sementes
recalcitrantes
 Habitat: locais rápido estabelecimento das plantas
 Característica muito comum em espécies arbóreas
 Teor de água: geralmente >50%
Exemplos de sementes
recalcitrantes
Exemplos: cacau, ingá, seringueira, coco, carvalho,
guaraná, manga, nêspera, dendê, araucaria, ipê,
abacate, macadâmia, pitanga, jaboticaba
Armazenamento de sementes de Araucaria angustifolia
● Refrigerado (5°C)
○ Ambiente não controlado
Garcia et al. (2014)
Características gerais de sementes
recalcitrantes
 Ampla proporção entre os volumes do tecido de reserva /
eixo embrionário
 Em várias espécies, sementes protegidas por mucilagem,
no interior do fruto
Características gerais de sementes
recalcitrantes
Desenvolvimento e maturação
Etapas: divisão celular, expansão celular,
matéria seca e dessecação
acúmulo
Dessecação é etapa marcante no desenvolvimento das
ortodoxas
e nas recalcitrantes? ?????
Tipos de recalcitrância
 Mínima
 Moderada
 Alta
Mínima
 Maior tolerância a perda de água
 Germinação lenta ausência água adicional
 Maior tolerância a baixas temperaturas
 Distribuição subtropical/ temperada
Mínima
Moderada
 Moderada tolerância a perda de água
 Velocidade média germinação ausência água
adicional
 Maioria das espécies é sensível a baixa temperatura
 Distribuição tropical
Moderada
Alta
 Pouco tolerante a dessecação
 Germinação rápida em ausência de água adicional
 Sensível a baixas temperaturas
 Distribuição: florestas tropicais e terras úmidas
Alta
Avicennia marina
Tolerância a temperaturas baixas
Alto teor de umidade
 Intolerância a temperaturas abaixo de zero
 Formação de gelo rompe as estruturas celulares,
causando a morte das sementes
Dois grupos
Recalc. de zonas temperadas – toleram em torno de 1 °C
Recalc. de zonas tropicais – toleram de 10 a 15ºC
Muito obrigado
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