a conquista espanhola - Igreja Presbiteriana de Coelho Neto

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A CONQUISTA ESPANHOLA
CRISTÓVÃO COLOMBO
O primeiro a chegar foi Cristóvão
Colombo. Viajando a serviço da
Espanha, o navegador genovês aportou
numa ilha do Caribe, que denominou de
San Salvador. Eram 12 de outubro de
1492. Em seguida, Colombo explorou
outras ilhas da região. Em uma delas,
batizada por ele de Hispaniola — Haiti
e República Dominicana atuais — ,
fundou uma fortaleza. Assim tinha
início a ocupação da América pelos
europeus.
CRISTÓVÃO COLOMBO
• Era genôves, mas navegou em nome da coroa espanhola. Propôs
a chegada na Índia navegando em sentido Oeste, mas acabou
alcançando a América, em 1492.
(OUTROS) NAVEGADORES ESPANHÓIS
Já em 1509, o governo de Madri criaria o Conselho das Índias,
destinado a administrar as colônias espanholas no novo
continente. Depois da viagem inaugural de Colombo, outros
navegadores espanhóis começaram a chegar à América, entre
eles...
(OUTROS) NAVEGADORES ESPANHÓIS
• A Espanha entrou atrasada em relação à Portugal na conquista
dos mares, pois estava expulsando os mulçumanos de seu
território, na chamada Reconquista.
VICENTE PINZÓN
• Vicente Pinzón, que, ao que
parece, percorreu parte do
litoral da atual América do
Sul, em janeiro de 1500.
VASCO NUNEZ BALBOA
• Três anos depois, foi a vez de
Vasco Nunez Balboa
atravessar o atual istmo do
Panamá e deparar-se com o
oceano Pacífico.
JOÃO DIAS DE SOLIS
• Em 1515, João Dias de Solis
encontrou o rio da Prata, ao
sul.
FERNÃO DE MAGALHÃES
Mais quatro anos se passaram até
que Fernão de Magalhães, um
português a serviço da Espanha, e
Sebastião d'Elcano dessem início à
primeira viagem de
circunavegação, partindo em
1519.
AMÉRICO VESPÚCIO
Colombo morreu em 1506, depois de fazer mais três
viagens à América. Até o último momento, no
entanto, ele acreditou ter chegado às Índias. O erro
seria corrigido logo após sua morte pelo navegante
florentino Américo Vespúcio, um de seus
companheiros de viagem. Vespúcio conseguiu
demonstrar que as terras conquistadas por Colombo
e o utros navegadores faziam parte de um mesmo
continente, desconhecido dos europeus, ao qual
deram o nome de América, em sua homenagem. Por
muito tempo, porém, a América continuaria a ser
chamada também de Índias Ocidentais.
RELIGIÃO E CONQUISTA
RELIGIÃO E CONQUISTA
Que direito tinha a Espanha de se apoderar de uma
terra já habitada? Por que a França, os Países Baixos
e a Inglaterra não gozavam do mesmo privilégio?
RELIGIÃO E CONQUISTA
Na época, essa era uma questão complicada para os
europeus e foi alvo de longas discussões entre teólogos e
juristas. A justificativa para a conquista espanhola era
de ordem religiosa: o papa havia reconhecido o direito
da Espanha às novas terras com o argumento de que, ao
ocupá-las e ensinar a religião de Cristo a seus
habitantes, a Coroa espanhola estaria prestando um
serviço ao catolicismo.
A DIVISÃO DO MUNDO...
• Para dividir as terras conquistadas (Novo Mundo) entre Portugal e
Espanha, foram criados dois documentos:
• Bula Intercoetera: foi assinada em 1493, pelo papa Alexandre VI, e
dividia as novas terras através de um meridiano situado a 100 léguas
da ilha de Cabo Verde. Portugal não se beneficiava com esta divisão, e
exigiu um novo documento.
• Tratado de Tordesilhas: foi assinado em 1494, por pressões de
Portugal. Estabelecia um meridiano situado a 370 léguas a partir da
ilha de Cabo Verde.
• Estes documentos foram questionados por outros países europeus
que não participaram desta divisão.
TRATADO DE TORDESILHAS
A AMÉRICA SUBJUGADA
MORTE NO MÉXICO
Durante os primeiros anos, a ocupação européia do
continente americano se restringiu às ilhas do Caribe.
Nessa região os espanhóis exploraram o ouro de
superfície, valendo-se do trabalho forçado dos nativos.
Com o tempo e o esgotamento do metal, o interesse se
voltaria para o continente.
MORTE NO MÉXICO
As primeiras bases em terra firme foram estabelecidas no
atual Panamá, a partir de 1509. Do local saíam expedições
de conquista para o norte, até a região onde hoje se
encontra a Nicarágua, e para o sul, em direção ao Império
Inca.
MORTE NO MÉXICO
No início, a Coroa espanhola encarregou alguns
particulares de empreender a conquista. As expedições
eram então organizadas sob a forma de empresa
comercial. Os sócios do empreendimento entravam, cada
um, com uma parte do capital (armas, caravelas,
mantimentos, homens etc.) e depois dividiam os lucros
proporcionalmente.
MORTE NO MÉXICO
A esses particulares, que recebiam o título de adelantados,
a Coroa concedia também o direito de explorar a mão-deobra nativa. A concessão era chamada de encomienda , e
seu titular, o encomendero, assumia o compromisso de
cristianizar os nativos colocados a seu serviço.
MORTE NO MÉXICO
Num primeiro momento, os conquistadores eram
investidos de amplos poderes. Entretanto, como as áreas
conquistadas se expandiram muito, surgiu a necessidade
de uma intervenção mais direta da Coroa nas novas terras.
MORTE NO MÉXICO
Com o objetivo de exercer o controle administrativo das
colônias e acompanhar de perto os mecanismos
reguladores, como a cobrança de impostos, a Coroa
acabou abolindo a autonomia dos encomenderos e
impondo sua própria autoridade.
MORTE NO MÉXICO
Um dos homens de confiança
da Coroa espanhola, Hernán
Cortez, chegou à América em
1504. Em menos de duas
décadas, se transformaria
num dos conquistadores mais
ricos e poderosos do
continente.
MORTE NO MÉXICO
Em fevereiro de 1519, depois de alguns contatos entre
espanhóis e astecas, Cortez partiu da atual ilha de Cuba
em direção ao continente. Levava consigo onze navios com
pouco mais de 600 homens, armados de 14 canhões,
muitos arcabuzes, mosquetões e pistolas, além de 16
cavalos.
MORTE NO MÉXICO
Dois meses depois, ele desembarcou na atual costa
mexicana, onde recebeu emissários do imperador
Montezuma que lhe ofereceram diversos presentes.
MORTE NO MÉXICO
As notícias sobre a riqueza e a extensão do Império
aguçaram a cobiça do conquistador, que procurou
arregimentar homens para suas tropas entre os povos que
haviam sido subjugados pelos astecas. Obtido o apoio
desses grupos, Cortez marchou em direção à principal
cidade asteca, Tenochtitlán, acompanhado de milhares de
guerreiros nativos.
MORTE NO MÉXICO
Em novembro de 1519, ao entrar em Tenochtitlán, o
conquistador foi recebido amistosamente por Montezuma
que, acreditando nas previsões de alguns mitos religiosos,
interpretou a chegada dos europeus como a volta de
antigos deuses astecas. Em pouco tempo, porém, ficaria
claro o grande equívoco do imperador. Cortez e seus
homens permaneceram vários meses em Tenochtitlán.
MORTE NO MÉXICO
Quando precisou se ausentar da cidade, seu substituto no
comando das tropas acabou deflagrando um conflito de
consequências trágicas: ordenou o massacre de cerca de 6
mil nativos no interior de um templo. Ao retornar, Cortez
não conseguiu acalmar os ânimos dos astecas. Em junho
de 1520, os astecas revidaram e infligiram pesada derrota
aos espanhóis. Em resposta, Cortez buscou novos reforços
e sitiou a cidade.
MORTE NO MÉXICO
Os astecas lutaram até o esgotamento. Finalmente, em 13
de agosto de 1521, o último imperador, Quatemozim, teve
de render-se. O Império Asteca foi destruído e passou ao
domínio da Coroa espanhola sob o nome de Nova
Espanha, governada por Hernán Cortez.
PIZARRO DESTRÓI O IMPÉRIO INCA
Em abril de 1532, partiu da
América Central uma expedição
chefiada pelo militar espanhol
Francisco Pizarro com o objetivo
de conquistar o Império Inca.
Levava 180 soldados e 37 cavalos.
Com esse contingente, o
conquistador esperava derrotar o
exército inca, composto de mais de
100 mil guerreiros.
PIZARRO DESTRÓI O IMPÉRIO INCA
Pizarro e sua tropa foram favorecidos por uma
circunstância especial: o Império encontrava-se dividido,
em virtude da disputa travada entre os dois pretendentes
ao governo. De um lado, estava Atahualpa; de outro, seu
irmão Huáscar. Quando os espanhóis chegaram, a luta,
embora não tivesse terminado, já havia sido praticamente
decidida em favor de Atahualpa.
PIZARRO DESTRÓI O IMPÉRIO INCA
Apoiados por alguns povos hostis aos incas, os invasores
marcharam para o sul e, em novembro daquele mesmo
ano, entraram na cidade de Cajamarca sem encontrar
resistência. Ao chegar, Pizarro convidou Atahualpa para
uma reunião. Ele aceitou e se dirigiu ao local do encontro
acompanhado de numeroso séquito. Porém, quando
alcançou a praça central de Cajamarca, foi preso pelos
homens de Pizarro. Em meio a intenso fogo de artilharia,
os incas se retiraram da cidade.
PIZARRO DESTRÓI O IMPÉRIO INCA
Na prisão, Atahualpa prometeu a Pizarro, em troca de sua
liberdade, um imenso tesouro, composto de todo o ouro
que pudesse caber na cela em que se encontrava. O inca
cumpriu a promessa, mas não o soltaram. Julgado pelos
espanhóis, foi executado em 29 de agosto de 1533.
PIZARRO DESTRÓI O IMPÉRIO INCA
No centro do Império, em Cuzco, outro inca foi escolhido
por membros da elite. Seguiram-se anos de luta com os
espanhóis. Em maio de 1572, Tupac Amaru, o último
governante inca, foi decapitado pelos espanhóis na praça
principal de Cuzco. Era o fim do Império Inca.
A CONQUISTA SE ESTENDE
Enquanto Pizarro estava às voltas com a ocupação do
Império Inca, os espanhóis estenderam seus domínios a
outras regiões, como a Venezuela e a Colômbia atuais.
Diego de Almagro e Pero de Valdívia ampliaram a
conquista em direção ao sul do continente, chegando, em
1540, ao território onde hoje se encontra o Chile.
A CONQUISTA SE ESTENDE
Poucos anos antes, Pero de Mendoza havia se estabelecido
com seus homens na região do rio da Prata (atual
Argentina), onde fundou, em 1536, o Porto de Santa Maria
de los Buenos Aires.
Assim, por volta de 1560, os espanhóis já haviam
conquistado grande parte da terra que lhes cabia no novo
continente pelo Tratado de Tordesilhas.
GENOCÍDIO
GENOCÍDIO
A conquista espanhola das terras americanas constituiu
um processo de extermínio rápido e brutal, uma
verdadeira catástrofe demográfica.
GENOCÍDIO
Nos trinta anos que se seguiram à conquista, a população
do Império Asteca foi reduzida de 25 milhões para 6,3
milhões de pessoas, e a dos Andes baixou de 10 milhões
para 2,5 milhões. O frei Bartolomeu de Las Casas, que
testemunhou parte da conquista e tornou-se um de seus
maiores críticos, relata assim a ocupação da ilha
Hispaniola:
GENOCÍDIO
“Os espanhóis, com seus cavalos, suas espadas e lanças, começaram
a praticar crueldades estranhas; entravam nas vilas, burgos e
aldeias, não poupando nem as crianças e os homens velhos, nem as
mulheres grávidas e as parturientes, e lhes abriam o ventre e as
faziam em pedaços como se estivessem golpeando cordeiros
fechados em seu redil. Faziam apostas sobre quem, de um só golpe
de espada, fenderia e abriria um homem, pela metade, ou quem,
mais habilmente e mais destramente, de um só golpe lhe cortaria a
cabeça, ou ainda sobre quem abriria melhor as entranhas de um
homem, de um só golpe”.
(Citação de Bartolomé de Las Casas. O paraíso destruído. Porto Alegre. L&PM, 1985, p. 32)
SOB ADMINISTRAÇÃO ESPANHOLA
SOB ADMINISTRAÇÃO ESPANHOLA
A Coroa espanhola sabia que não bastava ter a primazia da
chegada à América. Era preciso se estabelecer, de fato, nas
novas terras. Como na época das viagens de Colombo ao
continente a rivalidade entre as potências européias era
enorme, era natural que os feitos dos navegadores a
serviço da Espanha despertassem o interesse e a cobiça de
outros reinos europeus. Aliás, uma das formas de
afirmação desses Estados era justamente a disputa
territorial com outros Estados.
SOB ADMINISTRAÇÃO ESPANHOLA
Por essa razão, uma vez iniciada a conquista, a Coroa
espanhola decidiu se fixar na América. O primeiro passo
para que isso se viabilizasse foi fazer um acordo com
Portugal — o Tratado de Tordesilhas.
SOB ADMINISTRAÇÃO ESPANHOLA
A seguir, a Espanha adotou duas outras medidas: instituiu,
em 1503, a Casa de contratação e, em 1509, o Conselho
das Índias, ambos sediados em Sevilha — a primeira
destinada a organizar o comércio e a fiscalizar o
recolhimento de impostos; o segundo, incumbido de
centralizar a administração das colônias.
A ORGANIZAÇÃO DAS COLÔNIAS
Na véspera do Natal de 1492, Colombo fundou, na ilha
Hispaniola, a colônia Navidad, destruída pelos nativos
pouco tempo depois de o navegador retornar à Espanha,
em 1493. Bartolomeu, seu irmão e sucessor no governo da
ilha, mandou construir, em 1498, a cidade de São Domingo
(hoje capital da República Dominicana), que se tornaria
modelo para as cidades erguidas mais tarde pelos
espanhóis no continente.
A ORGANIZAÇÃO DAS COLÔNIAS
Para melhor administrar as terras onquistadas, o governo
de Madri decidiu dividi-las inicialmente em dois vicereinos. O primeiro, criado em 1535, recebeu o nome de
Vice-Reino da Nova Espanha e ocupava o território do
antigo Império Asteca (México atual).
O segundo, o Vice-Reino do Peru, foi fundado em 1543 e
correspondia ao território do antigo Império Inca. Tempos
depois, surgiram os vice-reinos de Nova Granada (1717) e
do Rio da Prata (1776).
A ORGANIZAÇÃO DAS COLÔNIAS
A autoridade máxima dos vice-reinos, o vice-rei, era
escolhida pela Coroa entre os membros da alta nobreza
espanhola.
Ao lado desses vice-reinos, foram criadas cinco capitaniasgerais — unidades administrativas subordinadas aos vicereis —, estabelecidas nas regiões que correspondem hoje
a Cuba, Guatemala, Venezuela, Chile e Flórida (Estados
Unidos).
A ORGANIZAÇÃO DAS COLÔNIAS
A construção de cidades seria um dos traços marcantes da
colonização espanhola. Durante a conquista, os espanhóis
fundaram diversos centros urbanos, como Vera Cruz, no
México atual, e a Ciudad de los Reyes, capital do ViceReino do Peru, depois rebatizada com o nome de Lima.
A ORGANIZAÇÃO DAS COLÔNIAS
Algumas dessas cidades logo passaram a contar com
universidades, como a de São Domingo, criada em 1538; a
de São Marcos, em Lima, fundada em 1551; e a
Universidade Real e Pontifícia da Cidade do México, criada
em 1553. Para os espanhóis, a construção de cidades e de
universidades assegurava a consolidação do domínio da
cultura hispânica sobre os povos do Novo Mundo.
A ORGANIZAÇÃO DAS COLÔNIAS
O governo das cidades mais importantes era exercido pelo
ayuntamiento, depois chamado cabildo — uma espécie de
câmara municipal, integrada por representantes dos
moradores mais ricos. As instituições da Igreja Católica
completavam a estrutura administrativa. À Igreja cabia,
além do culto religioso propriamente dito, a educação em
todos os níveis e o controle espiritual das populações dos
territórios colonizados.
FORMAS DE EXPLORAÇÃO
A exploração da mão-de-obra nativa assumiu, desde o
começo, variadas formas de trabalho compulsório.
Embora os indígenas fossem considerados vassalos livres
pelas leis espanholas, isso não evitou que os colonizadores
os submetessem à escravidão.
FORMAS DE EXPLORAÇÃO
Os colonizadores os consideravam"fracos, amigos do ócio,
da bebida e da luxúria" e que, por isso, deviam ser
compelidos a trabalhar" e receber a doutrina da fé
católica, os conquistadores arranjaram uma boa
justificativa para se valer da mão-de-obra nativa no
processo de colonização.
FORMAS DE EXPLORAÇÃO
A encomienda, outra forma de trabalho compulsório, foi
introduzida na América a partir de 1503. Nesse regime,
certa quantidade de indígenas era entregue a um colono
espanhol, para quem deveriam trabalhar em troca de
assistência material e religiosa.
FORMAS DE EXPLORAÇÃO
A terceira forma, o repartimiento, consistia num sistema de
trabalho assalariado forçado, pelo qual determinado número
de índios sadios, do sexo masculino, era obrigado a se
deslocar para certos lugares e prestar os serviços que lhes
fossem designados.
O repartimiento já era conhecido dos astecas, mas com o nome
de cuatequil, e dos incas, com o nome de mita. Foi recorrendo
ao repartimiento que os espanhóis exploraram as minas de
prata de Potosí, na Bolívia atual, e Zacatecas, no México atual.
FORMAS DE EXPLORAÇÃO
O trabalho em minas profundas era extremamente
desumano, com alto índice de mortalidade. Poucos índios
conseguiam sair vivos e voltar para suas casas, às vezes
localizadas a centenas de quilômetros de distância.
FORMAS DE EXPLORAÇÃO
Além do trabalho indígena, os espanhóis exploraram
também a mão-de-obra escrava de origem africana. No
entanto, a escravidão de africanos não assumiu nas
colônias espanholas as proporções que viria a ter na
América portuguesa, com exceção da região do Caribe e do
Vice-Reino de Nova Grana da, onde o trabalho escravo
seria amplamente utilizado.
FORMAS DE EXPLORAÇÃO
O tráfico de escravos da África para a América espanhola
era feito por particulares, mediante contrato de
arrendamento com a Coroa. Conhecido como asiento, esse
tipo de comércio foi explorado principalmente por
traficantes portugueses e flamengos. No início do século
XVIII, no fim da Guerra de Sucessão Espanhola, a Espanha,
derrotada, seria obrigada a ceder o asiento à Inglaterra,
que ficou com o direito de fornecer anualmente 4 800
escravos africanos às colônias espanholas da América.
AFRICANOS À VENDA
Durante os séculos em que o tráfico de escravos existiu,
milhares de africanos foram desembarcados no porto de
Cartagena para trabalhar nas minas e propriedades
agrícolas do Vice-Reino de Nova Granada (atuais Panamá,
Colômbia, Equador e Venezuela). (..) O comércio de
escravos internacional trazia os africanos para Nova
Granada e o tráfico doméstico os distribuía para as outras
colônias espanholas. Em todas as fases, o sofrimento e a
mortalidade eram monumentais.
AFRICANOS À VENDA
Todo navio negreiro era uma ameaça em potencial a saúde
pública. O oficial da saúde inspecionava as tripulações e as
cargas de escravos para saber se havia epidemias como a
varíola, o sarampo ou a febre amarela.
AFRICANOS À VENDA
A varíola às vezes matava 70% dos africanos infectados e
menos de 10% dos europeus. O sarampo, mais virulento
do que hoje, causava mais mortes do que a varíola. A febre
amarela era mais letal entre os europeus do que entre os
africanos, mas em ambos causava mortalidade,
geralmente do ordem de 60%. (..)
AFRICANOS À VENDA
(..) Um jesuíta de Cartagena, padre Alonzo de Sandoval,
viu chegarem muitos navios negreiros entre 1607 e 1610
e calculou que a comida insuficiente e os maus-tratos na
travessia matavam um terço dos escravos antes da
ancoragem em Cartagena.
A ECONOMIA COLONIAL
As atividades econômicas da América espanhola foram
organizadas em torno de três grandes eixos.O mais
importante era constituído pela mineração de ouro,
mercúrio e, principalmente, prata. Localizava-se nos vicereinos do Peru e da Nova Espanha.
A ECONOMIA COLONIAL
Em meados do século XVII, a produção dessas regiões
entrou em declínio. Outro eixo, compreendendo a região
do Caribe, o Chile atual e o norte do Vice-Reino do Rio da
Prata, fornecia produtos artesanais, animais de tração e
alimentos para as áreas de mineração. Com o esgotamento
das minas, no século XVII, essas regiões passaram a se
dedicar à economia de subsistência.
A ECONOMIA COLONIAL
Após o declínio da mineração, um terceiro eixo se
desenvolveu nas regiões do Caribe e do rio da Prata,
visando principalmente à exportação de fumo e couro
produzidos nas grandes propriedades rurais. Como essas
regiões foram ocupadas mais intensamente no século
XVIII, isso explica por que foram organizadas como vicereinos apenas nesse século.
MERCANTILISMO E PACTO COLONIAL
Para garantir total controle sobre a riqueza produzida na
América, o governo espanhol decidiu regulamentar as
atividades econômicas e estabelecer as regras do sistema
colonial. Assim, o principal objetivo da colonização era
estabelecer uma balança comercial favorável ao país
europeu.
MERCANTILISMO E PACTO COLONIAL
Em geral, produziam-se na colônia bens que podiam ser
comercializados com grande margem de lucro pelos
reinos europeus (também chamados de metrópole).Desse
modo, a economia das colônias deveria funcionar de
forma complementar à da metrópole. Esse princípio era
central no mercantilismo: vigorava não apenas na relação
entre a Espanha e suas colônias, mas também em todos os
outros sistemas coloniais.
MERCANTILISMO E PACTO COLONIAL
No caso da Espanha, as riquezas exploradas foram o ouro e a
prata, mas em outras regiões, como a América portuguesa,
produtos tropicais como o açúcar tiveram grande destaque.
As colônias deviam ainda consumir as mercadorias
produzidas na metrópole, em geral produtos manufaturados.
Ao mesmo tempo, o comércio das colônias só podia ser feito
por intermédio de comerciantes autorizados pela metrópole.
Essa orientação de política econômica ficou conhecida como
pacto colonial.
MERCANTILISMO E PACTO COLONIAL
Como vimos, os principais produtos levados da América
para a metrópole espanhola eram metais preciosos (ouro
e, principalmente, prata), além de corantes, pérolas, peles
e fumo.
MERCANTILISMO E PACTO COLONIAL
Da Espanha, os navios traziam para as colônias grãos,
vinho, azeite e produtos manufaturados, estes em geral
importados de outras regiões da Europa. Nos termos do
pacto colonial, a Coroa espanhola, além de proibir a
produção de manufaturados nas colônias, em geral
também não permitia que houvesse comércio entre elas. E
embora na prática não fosse possível impedir
completamente essas atividades, a proibição acabou
inibindo o pleno desenvolvimento econômico das
colônias.
MERCANTILISMO E PACTO COLONIAL
Para evitar o contrabando, a Espanha instituiu ainda o
sistema de porto único, segundo o qual todo contato com
as colônias devia ser feito por um único porto espanhol —
primeiramente Sevilha e depois Cádiz. Graças aos metais
preciosos levados da América, a Espanha tornou-se a mais
poderosa potência do século XVI.
MERCANTILISMO E PACTO COLONIAL
Mas essa prosperidade não durou muito, pois boa parte da
riqueza adquirida foi destinada a saldar pesados
empréstimos tomados junto a banqueiros internacionais
para financiar as guerras em que a Espanha se envolveu.
Outra parte foi empregada para pagar a importação de
produtos manufaturados provenientes de países que
começavam a se industrializar.
MERCANTILISMO E PACTO COLONIAL
Com o esgotamento das minas da América, já no início do
século XVII, a metrópole espanhola entraria em processo
de decadência.
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