FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE CLIENTES DIABÉTICOS ASSISTIDOS EM UMA ESF NO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE Autor: Jeanderson Soares Parente Orientador: Marcelo Alves de Oliveira Coautor(es): Adriana Bezerra Pereira Silva, Amanda Alves Feitosa, Antonio José Gomes, Mikaelle Ferreira Dias Modalidade: oral Área: Saúde FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE CLIENTES DIABÉTICOS ASSISTIDOS EM UMA ESF NO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE JEANDERSON SOARES PARENTE ADRIANA BEZERRA PEREIRA SILVA AMANDA ALVES FEITOSA ANTONIO JOSÉ GOMES MIKAELLE FERREIRA DIAS MARCELO ALVES DE OLIVEIRA INTRODUÇÃO O diabetes mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla decorrente da falta de insulina e/ou incapacidade da mesma de exercer adequadamente seus efeitos, resultando em resistência à insulina. O diabetes mellitus é dividido em três principais categorias: diabetes tipo I, diabetes tipo II e diabetes gestacional (GERALDO, 2008). Atualmente constitui um grave problema de saúde pública, que se refere tanto ao número de pessoas afetadas, quanto ao elevado investimento do governo para seu controle e tratamento (GUIMARÃES, 2002). Segundo os profissionais da saúde, a melhor estratégia nutricional para a promoção da saúde e redução das doenças crônicas é a obtenção de nutrientes adequados a partir de uma alimentação variada e equilibrada baseada nos pilares da Pirâmide dos Alimentos (American Diabetes Association, 2011). Este trabalho justifica-se porque o Diabetes Mellitus constitui um grave problema de saúde pública, devido as suas complicações, mortalidade, altos custos financeiros e sociais envolvidos no tratamento e diminuição da qualidade de vida, além de ser a quarta causa de morte no mundo e uma das doenças crônicas mais frequentes, por estes agravantes, faz-se necessário estudo para investigar as relações entre alimentos, nutrientes, sedentarismo e o diabetes. O presente estudo tem como objetivo principal analisar a qualidade da alimentação e a criação do grupo dos pacientes diabéticos atendidos no ESF - 48 do Bairro José Geraldo da Cruz em Juazeiro do Norte – CE. METODOLOGIA Esta pesquisa foi realizada no período de Março à Maio de 2013 e possui abordagem quantitativa. A população do estudo foi composta por 82 pacientes que possuem diagnóstico prévio de Diabetes Mellitus, independente de sexo ou raça, maiores de idade, que são assistidos pelo médico, enfermeiro e agentes comunitários da rede pública de saúde no ESF – 48 do Bairro José Geraldo da Cruz em Juazeiro do Norte / CE. Foi realizada uma visita prévia a ESF para o reconhecimento do local, esclarecimento da realização do trabalho a enfermeira responsável e obtenção do consentimento de autorização para a realização do trabalho na ESF em questão. Foi utilizado um questionário composto por oito grupos alimentares, sendo alguns deles subdivididos em diferentes alimentos, com possibilidades de resposta em relação ao consumo diário, semanal e mensal. Para este estudo foi realizada uma amostragem do tipo aleatória simples. A amostra foi constituída por 27 clientes diabéticos que preencheram corretamente o questionário de frequência alimentar. Mediante os achados, foi realizada uma roda de conversa ressaltando a importância de uma alimentação saudável e equilibrada para obtenção de uma melhor qualidade de vida frente o Diabetes Mellitus, explicitando as expectativas geradas através da pesquisa, da evidente realidade obtida no desjejum e das possíveis consequências geradas para á saúde (benefícios ou malefícios). RESULTADOS Em meio aos 27 questionários respondidos a frequência por grupo alimentar totalizou 123 ingestas referente ao consumo diário. Os grupos alimentares mais consumidos foram os ovos, carnes e peixes, óleos e gorduras, pães e cereais, bebidas e miscelâneas e leguminosas. No que diz respeito a frequência correspondente ao grupo dos ovos, carnes e peixes, os alimentos que mais foram consumidos são o frango, com 14 de frequência referente ao consumo diário, seguido de embutidos (cinco), carnes (três) e ovos (dois). Em relação ao grupo dos óleos e gorduras, os alimentos em destaque foram a margarina (15), óleos (cinco) e manteiga (um). Quanto ao grupo dos pães e cereais, o alimento mais consumido é o arroz, igualado ao feijão, pertencente ao grupo das leguminosas. Nas bebidas e miscelâneas o alimento deu-se exclusivamente com o café. No que tange ao resultado correspondente ao desjejum, apenas cinco clientes diabéticos apresentaram-se na ESF. Os alimentos mais consumidos, por porção, foram: bolacha creme cracker, com cinco unidades ingeridas no total, pão de queijo com quatro unidades ingeridas, biscoito com três unidades, pão com duas unidades, e dois copos de suco de goiaba. Diante dos dados constata-se que a frequência diária de clientes diabéticos ainda constitui-se de arroz e feijão, associadas ao consumo de frango ou embutidos, margarina e café. Após a realização do desjejum deu-se início a roda de conversa, com exposição dos resultados obtidos a partir da pesquisa sobre frequência alimentar, para confronto com as escolhas alimentares dos clientes diabéticos observadas no momento do desjejum. Ressalta-se que a roda de conversa teve que ser breve, uma vez que no dia marcado para realização da atividade havia consulta, e os pacientes aguardavam atendimento médico. Embora sejam orientados para uma alimentação nutricionalmente adequada, o que implica, no caso de pessoas com diabetes, uma dieta com baixo índice de açúcar, entre eles, carboidratos de digestão rápida, pôde-se verificar, diante dos resultados, que os pacientes em questão possuem uma dieta não balanceada. Levando em consideração que uma boa dieta para diabéticos tem que ser regada a alimentos integrais, legumes, verduras, frutas com moderação e fazer ingestão de doces e sobremesas com cautela. Os mesmos tem como seu principal cardápio o arroz, feijão e frango para refeições de almoço e jantar, e o café com biscoito como seu desjejum. E pouca ingesta de frutas e verduras. Frente a estas dificuldades dos portadores e na busca de uma melhoria da saúde foi formado o Grupo de Intervenção para Portadores de Diabetes da ESF 48, com o intuito de aumentar os níveis de informação sobre a patologia, e orientar os clientes diabéticos sobre o modo para se conviver com as mudanças provocadas pela patologia. CONCLUSÃO Conclui-se que os clientes do ESF-48 não mantém uma alimentação nutricionalmente adequada para uma pessoa portadora do diabetes. Com a criação do Grupo de Diabéticos espera-se que os clientes sejam melhor orientados sobre a doença. Através da realização da roda de conversa houve um esclarecimento maior do que seria a doença diabetes e como melhorar o estilo de vida dos clientes daquela ESF. Porém esse processo de conscientização leva tempo e requer insistência, parcerias com outros profissionais e paciência. Espera-se que com a criação do Grupo de Diabéticos essa consciência seja formada. REFERÊNCIAS GERALDO, J.M. Intervenção Nutricional Sobre Medidas Antropométricas Glicemia de Jejum de Pacientes Diabéticos. Revista de Nutrição, Campinas, SP, v.21, n.3, p.329-340, mai./jun. 2008. GUIMARÃES F.P.M., Takayanagui A.M.M. Orientações recebidas do serviço de saúde por pacientes para o tratamento do portador de diabetes mellitus tipo 2. Revista de Nutrição, Campinas, SP, v.15,n.1, p.37-44, jan./abr. 2002. Palavras-chave: Diabetes. Frequência alimentar. Estudo quantitativo.