Febre Amarela Aspectos clínicos e terapêuticos João Barberino Medicina Tropical - UnB FEBRE AMARELA FORMAS CLÍNICAS • INFECÇÃO ASSINTOMÁTICA • LEVE: SÍNDROME FEBRIL • MODERADA: FEBRE + ICTERÍCIA + POUCA HG • GRAVE: FEBRE + ICTERÍCIA FRANCA + HEMORRAGIAS + IH + IRA • MALIGNA: IRA E IH INTENSAS + MORTE FEBRE AMARELA FATORES DE PROTEÇÃO/AGRAVANTES • CEPA DO VÍRUS • QUANTIDADE DE VÍRUS INFECTANTE • EXPOSIÇÃO PRÉVIA A OUTROS ARBOVÍRUS DO MESMO GRUPO • VACINAÇÃO PRÉVIA • TRANSMISSÃO MATERNA DE IgG • PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA Febre Amarela – Quadro Clínico • Início súbito • Febre ▲39°- 40° sem calafrios • Prostração, astenia, anorexia • Hiperemia da face e conjuntivas • Cefaléia supra-orbitária • Mialgias, artralgias • Dor epigástrica, náuseas, vômitos, diarréia • Sub-icterícia (3° dia) • Febre ▲ ou ▼ • PR ▲, TA ▼ • Oligúria, albuminúria ++++/4+ • S. Giordano + • Hepato ▲ moderada • Icterícia discreta ▲ até óbito • Vômito negro, hemorragias • Baço impalpável • Agitação, obnubilação, torpor e coma. FEBRE AMARELA FATORES DE MAU PROGNÓSTICO • RAPIDEZ DE INSTALAÇÃO DO QUADRO • EVOLUÇÃO PROGRESSIVA • GRAU DA ICTERÍCIA • ALBUMINÚRIA PRECOCE • VÔMITO NEGRO • ENCEFALOPATIA • AMINOTRANSFERASES >1000µ/ML • COMPLICAÇÕES: SEPSE, PNEUMONIA, AIDS, DESNUTRICÃO CORTESIA: DRA MARIA PAULA MOURÃO CORTESIA: DRA MARIA PAULA MOURÃO FEBRE AMARELA E GESTAÇÃO •Morte materna •Mães com forma grave: aborto, natimorto •Hipertermia: hipóxia para o feto •Baixa transmissão na gestação •Infecção “mais segura” no 1º trimestre •Transmissão periparto 3º trimestre, caso fatal •Vacinação: risco pequeno para embrião ou feto. Deve ser evitada na gravidez FEBRE AMARELA - DIAGNÓSTICO • VIROLÓGICO ISOLAMENTO DO VÍRUS Cultura Inoculação IDENTIFICAÇÃO DE ANTÍGENOS VIRAIS PCR Imunofluorescência indireta Hibridização Imunohistoquímica • SOROLÓGICO: IH, Fix C´, N, ELISA • HISTOPATOLÓGICO Febre Amarela DIAGNÓSTICO • Testes Sorológicos • IH: Inibição da Hemaglutinação • FC: Fixação do Complemento • N: Neutralização Febre Amarela - Histopatologia Febre Amarela – Exames Complementares Leucograma: 1ª semana: L Após 2ª semana: L ou VHS: 1ª semana: após 2ª semana: Plaquetas Fibrinogênio Fatores da Coagulação: V, VIII, X e XIII Complexos da Coagulação: VII e X TP TC TS Febre Amarela – Exames Complementares EAS: proteinúria e cilindrúria Uréia Creatinina Fosfatase alcalina BT BD PT GLOB TGO TGP (TGP mais precoce e >) Colesterol ou TRATAMENTO • Houve um promissor efeito sinérgico in vitro de ribavirina e tiazofurina, carecendo ainda de experimentação in vivo (Huggins et al, 1984) • O interferon gama somente é efetivo dentro de horas após a infecção, sem muito valor (Monath, 2001) • Um componente do veneno da cascavel sPLA2s inativou o virus in vitro (Muller et al, 2012)e teve efeito anti-inflamatório em camundongos infectados (Meneses et al, 2009) • Análogos nucleosídicos têm sido testados em modelo animal com atenuação da doença e proteção contra a mortalidade (Joulander, 2013). SUPORTE HEMODINÂMICO DIÁLISE SUPORTE IH SUPORTE VENTILATÓRIO TRATAMENTO SINTOMÁTICO • Repouso no leito: graves em UTI • Correção hidro-eletrolítica e ácido-básica • IRA: diuréticos, diálise • Acidose metabólica: bicarbonato. • Reposição: sangue fresco ou plasma. • Heparina ou vitamina K: controvertido. • Reduzir risco hemorragia: cimetidina ou omeprazol EV TRATAMENTO SINTOMÁTICO • Evitar choque: repor volemia e vaso-ativas • Suporte contra IH: soro glicosado. • Antitérmicos/analgésicos: não salicilatos. • Anti-eméticos: metoclopramida • Agitação psicomotora: benzodiazepínicos • Edema cerebral: manitol e corticóides. • Hipóxia: administração de oxigênio. • Infecções secundárias: antimicrobianos. OBRIGADO ! Febre Amarela - Diagnóstico Diferencial DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL FEBRE AMARELA X LEPTOSPIROSE Mialgias lombar Digestivos < Calafrios não Vômito negro sim Leucócitos leucopenia VSH 1ª sem normal Mucoproteinas normais CPK normal TGO e TGP muito elevadas panturilhas > sim não leucocitose elevada elevadas elevada pouco elevadas CLÍNICA FA CHICUNGUNYA ZIKA DENGUE FEBRE ●●● ●●● ●●● ●●● SINAL DE FAGET ●●● X X X X ●● ●● ● DORES MUSCULARES LOMBAR ● ● ●●● DORES ARTICULARES ● ●●● ●● ● CONJUNTIVITE X ● ●● ●● ●●● ● ● ●●● X ● ●●● ● SANGRAMENTOS ●●● X X ●● VOMITO NEGRO ●●● X X X ICTERICIA ●●● X X ● PLAQUETAS BAIXAS ●●● X X ●●● LEUCÓCITOS BAIXOS ●●● ● ● ●●● TRANSAMINASES ●●● X X X X ●● ●● ● ●●● X X X CURA OU OBITO ARTRITE CRONICA AUTO LIMITADA FADIGA MANCHAS NA PELE DOR PERI-ORBITÁRIA COCEIRA GÂNGLIOS INSUF RENAL EVOLUÇÃO IMPORTANTE • Para o isolamento viral coletar sangue entre o 1º e o 5º dia de início dos sintomas • Para os exames sorológicos, o sangue deve ser coletado a partir do 7º dia ou em duas amostras pareadas com intervalo de duas semanas • O ELISA é o mais específico, rápido e precoce, podendo ser realizado nas primeiras horas, com apenas uma amostra de soro permite o diagnóstico presuntivo, enquanto que o aumento do título em soro pareado é confirmatório (Monath, 2001).