LIXIVIAÇÃO DA PIRITA COM BACTÉRIAS DO GENERO Acidithiobacillus, EM BIO-REATOR CONTROLADO: NOVAS PERSPECTIVAS. Acadêmicas: Deise Parolo Tramontin; Juliana Pavei Pizzolo; Jussara Pavei Pizzolo; Orientadores: Cláudio Ricken; Michael Peterson; Objetivos • Este estudo tem por objetivo a recuperação da pirita, um rejeito do beneficiamento do carvão; • Avaliar e estudar as suas transformações no decorrer do processo, utilizando a lixiviação com as bactéria; • Amenizar o impacto ambiental e obter produtos com maior valor agregado (sulfatos metálicos, ácido sulfúrico, enxofre) por um custo relativamente viável; • Conhecer melhor os processos bacterianos e estudar novas rotas biotecnológicas; Introdução • O carvão mineral é a principal fonte de energia não renovável do país, sendo que as maiores reservas estão localizadas no Rio grande do Sul, Santa Catarina e Paraná; • Desenvolvimento econômico e transformação ambiental; • Resíduos Sólidos e consequências ao meio ambiente. Mecanismo Químico da Drenagem Ácida de Mina (DAM) • FeS2(s) + 7/2 O2(g) + H2O(l) Fe++ (aq) + 2SO4-(aq) + 2H+ (aq) (1) • Fe++(aq) + ¼ O2(g) + 2H+(aq) Fe+++(aq) + H2O(l) (2) • Fe+++(aq) + 3H2O(l) Fe(OH)3 + 3H+(aq) (3) • 4FeS2(s) + 15O2(g) + 14 H2O (l) 4Fe(OH)3 (s) + 8SO4 -- (aq) + 16 H+ (aq) (4) Pirita e formas de Oxidação • A pirita é o nome comum do dissulfeto de ferro (FeS2), mineral sulfetado, polimorfo, associado ao carvão; • A biodessulfurização da pirita é consequência da ação oxidativa (direta ou indireta) de bactérias do gênero Acidithiobacillus, que “transformam” sulfetos insolúveis em sulfatos solúveis; • Remoção de 90 à 98% do enxofre presente no carvão mineral, ricos em sulfetos metálicos. Acidithiobacillus ferrooxidans / Acidithiobacillus thiooxidans • Responsáveis pela oxidação da pirita sob condições mesofílicas; • Metabolismo diazotrófico, estritamente autotrófico e quimiolitotrófico; • Capacidade de se desenvolver tanto em condições aeróbias quanto anaeróbias. Mecanismos de reação • Acidithiobacillus ferroxidans Oxidação Direta: MS + 2O2 MSO4 Na oxidação direta sobre sulfetos, a estrutura é atacada por meio de enzimas bacterianas ou contato direto pirita bactéria. MS é o sulfeto metálico. Mecanismos de Reação • Acidithiobacillus ferroxidans Oxidação Indireta: FeS2 3,5O2 H 2O FeSO4 H 2 SO4 2 FeSO4 0,5O2 H 2O H 2 SO4 Bact . Fe2 ( SO4 )3 H 2O FeS2 Fe2 ( SO4 )3 3FeSO4 2S 2S 3O2 2 H 2O 2 H 2 SO4 Metodologia • Análise quantitativa; • Avaliação dos pontos ótimos de crescimento e desenvolvimento de acordo com a literatura; • Preparação dos meios de cultura; • Temperaturas; • Concentração; • Diluições; Método Randômico de distribuição Fonte: Procedimentos de diluição laboratório de microbiologia IPAT/UNESC Figura 3 – Método Randômico de distribuição. Análise de condições distintas Fonte: Autoras Figura 4 – Pirita/Água - Aberto com incidência de luz solar. Fonte: Autoras Figura 5 - Pirita/Água – Fechado com incidência de luz solar. Análise de condições distintas Fonte: Autoras Figura 6 – Pirita/Matéria Orgânica, fechado com incidência de luz solar. Fonte: Autoras Figura 7 - Pirita/Matéria orgânica, aberto com incidência de luz solar. Análise de condições distintas Fonte : Autoras Figura 8 - Pirita/Água, fechado, sombra. Fonte : Autoras Figura 9 - Pirita/Água, aberto sombra. Parâmetros para construção de bio-reator • Bactéria em estudo; • Material para construção de bio- reator; • Substrato anaeróbio de efluente de casca de arroz; • Oxigenação em meio reacional; • Temperatura de cultivo; • Proporções alimentadas; • Tempo de reação; Resultados – (Análise Quantitativa) • Bactérias Sulfato Redutoras • Temperatura: 30°C Apresentaram crescimento de 1,2 x 106 bactérias/ml. • Temperatura ambiente (25°C) Apresentaram crescimento igual 1,3 x 104 bactérias/ml. Resultados – (Análise Quantitativa) • Bactérias Ferro Oxidantes • Temperatura: 30°C Apresentaram crescimento maior que 1,6 x 1011 bactérias/ml. • Temperatura ambiente (25°C) As 8 (oito) diluições não apresentaram crescimento. Resultados – (Análise de Condições distintas) • As bactérias sulfato redutoras, apresentaram um crescimento maior nas amostras inoculadas junto ao meio orgânico, sendo que teve-se um melhor aproveitamento na amostra com incidência de luz solar com 2,9x103 bactérias/ml; • As bactérias sulfato redutoras inoculadas e mantidas com incidência de luz solar, tiveram um crescimento intermediário, em torno de 7,8 x101 bactérias/ml; Resultados – (Análise de Condições distintas) • As amostras inoculadas e mantidas na sombra tiveram um crescimento inferior às outras amostras sendo em torno de 2,0 x 101 bactérias/ml; • As bactérias ferro oxidantes não apresentaram crescimento para nenhuma das condições. Criação de Bio-reator Fonte: Autoras Figura 10 – Reator Bioquímico Fonte: Autoras Figura 11 - Respirador para Reator bioquímico aeróbio. Resultados – (Ação Oxidativa em Bio-reator) • 1º teste: pH inicial do efluente: 7 Tabela 1 - Caracterização do efluente após a retirada do tanque de aeração : Parâmetros Resultado Mínimo DQO (mg.L-1) 2.901,60 0,5 Ferro Total (mg.L-1) 1,37 0,02 Tabela 2 - Caracterização das amostras após período de reação: Parâmetros Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Ferro Total (mg.L-1) 82,96 3,14 5,74 Massa Inicial (g) 2,5073 2,5047 2,5032 Massa Final (g) 2,1349 2,2321 2,3471 pH 6,6 6,8 5,63 Resultados – (Ação Oxidativa em Bio-reator) • 1º teste: pH inicial do efluente: 7 Tabela 3 – Caracterização da DQO do efluente após tempo de reação: Parâmetro Amostra 1 Amostra 2 DQO (mg.L-1) 1.178,70 211,6 • Pode-se perceber uma redução significativa da DQO do efluente de acordo com o tempo de reação; • A quantidade de ferro ´predisposto no efluente é muito pequena com relação a inicial; • A redução de massa da pirita pode ser atribuída a perdas durante o processo. Resultados – (Ação Oxidativa em Bio-reator) • 2º teste: Acidificação do efluente com H2SO4 – pH inicial do efluente: 5 Tabela 4 - Caracterização do efluente após a retirada do tanque de aeração : Parâmetro Amostra 1 Mínimo DQO (mg.L-1) 2.140,70 0,5 Ferro Total (mg.L-1) 3,14 0,02 Tabela 5 - Caracterização das amostras após período de reação: Parâmetros Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Ferro Total (mg.L-1) 99,70 74,6 306,27 Massa Inicial (g) 2,5039 2,5031 2,5003 Massa Final (g) 1,8575 1,724 1,587 pH 3,75 1,72 2,12 Resultados – (Ação Oxidativa em Bio-reator) • 2º teste: Acidificação do efluente com H2SO4 – pH inicial do efluente: 5 Tabela 6 - Caracterização da DQO do efluente após tempo de reação Parâmetro Amostra 1 Amostra 2 DQO (mg.L-1) 1.630,70 283,5 • Redução significativa da DQO com o decorrer do tempo de reação; • Redução das massas de pirita alimentadas no bio-reator; •Quantidade de ferro predisposto no efluente apresenta-se significativa com relação a inicial. Considerações Finais • Resultados preliminares mostraram a possibilidade de criação de um reator bioquímico para facilitar o estudo desta reação. • Criação e implementação de bio-reator, mostrando resultados consideráveis para a oxidação da pirita; • A adição de ácido sulfúrico e consequente acidificação do meio facilita o processo de solubilização; Considerações Finais • O ferro se “desprende” da pirita e é liberado para o efluente, ocorrendo redução na massa de pirita em 31,2% na amostra 2 e 36,53% na amostra 3 para o meio acidificado em relação a alimentação do bio-reator; • A pirita sendo rejeito de uma atividade econômica importante, deve ser empregada para a geração de matéria-prima por custo viável. • Usada de maneira adequada garante a preservação ambiental e o seu produto pode atender as necessidades em vários campos da ciência. Agradecimentos • Ao orientador deste trabalho Prof. Dr. Michael Peterson. • Ao PIC, pelo apoio financeiro. • A UNESC, por ceder os laboratórios e equipamentos. • Ao grupo de pesquisa Desenvolvimento de Materiais a partir de resíduos. Bibliografia • EVANGELOU, V. P. Pyrite Oxidation And its Control: Solution Chemistry, Surface Chemistry, Acid Mine Drainage (AMD), Molecular Oxidation Mechanisms, Microbial Role, Kinetics, Control, Ameliorates And Limitations, Microencapsulations. Boca Raton, Florida : CRC Press, 2000. • KNEGT, Fábio Henrique Pfeilsticker de. Análise da privação de fosfato em Acidithiobacillus Ferrooxidans. Campinas, 2004. Disponível em : < http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id 3279170> Acesso em: 10. fev. 2010. • LOWSON, R. T. Aqueous Oxidation of Pyrite by Molecular Oxygen. Chemical Rev. 1982. p. 461. • LUTHER, G. W. III, Pyrite Oxidation and Reduction: Molecular Orbital Theory Consideration. Geochimica et Cosmochimica. Acta1982. p. 2665. • NASCIMENTO, F. M. 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