Exmo. Senhor Presidente da AEP, Senhores Empresários e ilustres

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Exmo. Senhor Presidente da AEP,
Senhores Empresários e ilustres Convidados,
Caros Amigos,
É uma honra estar aqui presente e ter recebido o vosso convite para intervir neste Painel,
relativo ao mercado dos materiais de construção em Angola.
Mais do que de palavras, sou essencialmente, um homem de acção, ao longo de uma vida
de trabalho esforçado, tendo, de facto, sido pioneiro de uma actividade comercial neste
sector, no mercado angolano, já lá vão mais de vinte anos.
Como será possível imaginar, não foi fácil atravessar as dificuldades de toda a ordem,
durante o período crítico da guerra civil, desde a ausência de infraestruturas, á inflacção
galopante e consequente desvalorização da moeda, até às burocracias de um Estado
recente, com um aparelho administrativo frágil.
Mas foi, tambem, a maneira como superámos essas dificuldades que nos permitiu afirmarnos e dar corpo ao Grupo Importrading, tendo sempre por norma e sinal distintivo vender
produtos de qualidade e marcas de referência, ao mesmo tempo que a nossa oferta cobria
as diversas faixas do mercado, satisfazendo desde os grandes clientes, como os pequenos
consumidores.
O nosso crescimento consolidou-se, por isso, logo após o termo do conflito civil, com a
explosão da economia angolana.
É neste período que, a par de uma central de compras, que nos permite gerir stocks e
vender em grandes quantidades, procedemos à extenção das nossas lojas de retalho, quer
em Luanda, quer nas Províncias, criando a marca FERMAT, que está entre as cinco marcas
mais conhecidas do grande público.
Seminário de Internacionalização - "Fazer Negócios em Mercados Estratégicos - A Visão dos
Principais "Players" – Rússia | Brasil | Angola | Dubai
AEP, 01 de Outubro de 2009
Mas a realidade mudou. Mudou por causa da crise internacional e da desvalorização do
dólar e mudou, tambem, por alteração das condições sociais, económicas e políticas.
Estamos, pois, atentos a tais mudanças, em especial às iniciativas que vêm sendo tomadas
na àrea industrial dos materiais de construção, com recurso às abundantes matérias-primas
locais – cerâmicas, caulinos, inertes, metais ferrosos e madeiras, mas também, aos novos
posicionamentos na estratégia comercial, devido ao facto da proliferação de diversas
pequenas empresas, cuja concorrência torna desinteressante determinado tipo de materiais
e equipamentos de baixo preço.
A Importrading, para acompanhar estas manifestas tendências, começou a posicionar-se na
indústria, estando já em funcionamento, no contexto de parcerias com empresas
portuguesas da especialidade, duas unidades fabris, uma de construção e montagem de
cozinhas, a MOVIMAR, ANGOLA e outra de produção de tintas e outros materias
correlativos, sob a marca “Triunfante”, a FACOTIL ANGOLA.
Contudo e apesar da crise, as autoridades angolanas definiram um ambicioso projecto
urbanístico, com propósitos sociais, a realizar no prazo de três anos, cujo objectivo é a
construção de um milhão de casas, decisão que foi tomada pelo Governo Central, em Abril
do corrente ano, durante a Conferência Nacional de Habitação.
Esta medida, a par da recente criação do Fundo de Fomento Habitacional e do Projecto “
Nossa Casa” representa um investimento, a três anos, da ordem de 450.000.000,00 USD.
A par das disponibilidades orçamentais para estasc iniciativas na área da habitação, o
Governo elaborou uma lista de materiais que vão beneficiar de isenções fiscais.
Estas oportunidades devem, no entanto ser encaradas na perspectiva da sua dimensão.
Não é mais possível, hoje em dia, que um simples empresário ou uma empresa se abalize a
concorrer no mercado angolano, através das suas capacidades individuais, por mais
qualificadas que sejam.
Seminário de Internacionalização - "Fazer Negócios em Mercados Estratégicos - A Visão dos
Principais "Players" – Rússia | Brasil | Angola | Dubai
AEP, 01 de Outubro de 2009
A disputa de mercado coloca-se, agora em termos de Grupo, já com contornos de apoio
político e económico dos países a que pertencem os investidores.
Veja-se o caso dos chineses e dos brasileiros, que intervêm nas grandes obras e nas grandes
encomendas, mercê da sua unidade associativa e do apoio logístico das autoridades
nacionais.
Há que pensar, por isso, em grande, neste domínio da actividade económica, pois a
dimensão dos capitais exigidos e as caractrísticas do mercado angolano assim o exigem,
restando às pequenas empresas nichos diferenciados de mercado, pois a alternativa, como
já vai acontecendo, é o seu encerramento e falência.
O Grupo Importrading/Fermat prepara-se, actualmente, para dar paços nessa direcção,
trazendo já em construção uma nova central de compras, no Município de Viana – um dos
grandes novos nós de concentração e distribuição comercial e industrial de Luanda – cujas
características obedecem a um conceito de venda a grosso, com gestores especializados por
cada um dos materiais seleccionados e que, ao mesmo tempo representam o fornecedor.
Trata-se de três grandes áreas cobertas, cada um com a área total de 10.100 m2, onde as
mercadorias são movimentadas com meios mecânicos e electromecânicos próprios,
incluindo um pórtico rolante de 32 toneladas para a movimentação dos contentores,
podendo as entregas ser ralizadas, directamente, em obra ou nas instalações de
armazenagem.
Um segundo projecto inserido nas novas dinâmicas do mercado angolano é o
desenvolvimento do conceito de “retail park”, um complexo comercial com um núcleo de
empresas-âncora, dedicadas à construção e à habitação, onde serão instalados, tambem,
serviços e actividades complementares na àrea da Banca, Seguros, hotelaria, restauração e
outros, através de uma sociedade, entretanto constituida – INOVE RETAIL PARK - de que a
primeira unidade está já a ser edificada, igualmente no polo empresarial de Viana, mas que
se pretende expandir para o Lubango, Huambo, Benguela e Malange.
Seminário de Internacionalização - "Fazer Negócios em Mercados Estratégicos - A Visão dos
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AEP, 01 de Outubro de 2009
Mesmo no ramo imobiliário, a tendência é cada vez mais a das parcerias, como método
mais eficaz de fazer face aos elevados custos dos investimentos, à disputa da concorrência e
à repartiçãodos riscos.
Quero expressar, no entanto, uma palavra de esperança e de encorajamento: O mercado de
Angola, sendo um mercado competitivo, continua com condições de acolher aqueles que
apostam, com responsabilidade, no futuro do País e se distinguem pela forma como se
organizam e pela qualidade das suas intervenções.
É com este espírito que, há cerca de um ano, um grupo de empresários portugueses e
angolanos deu corpo à ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL LUSO-ANGOLANA, tendo precisamente
em vista criar condições para o investimento em Angola, através de parcerias conjuntas e de
abertura de novos acessos acessos ao mercado.
Com esta breve introdução de apresentação, estou ao dispôr dos presentes para as
questões que me quiserem colocar.
Muito obrigado.
Seminário de Internacionalização - "Fazer Negócios em Mercados Estratégicos - A Visão dos
Principais "Players" – Rússia | Brasil | Angola | Dubai
AEP, 01 de Outubro de 2009
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