CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL TIAGO FELDKIRCHER AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DE LABORATÓRIO DE ANÁLISES FÍSICOQUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS Lajeado 2010 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) TIAGO FELDKIRCHER AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DE LABORATÓRIO DE ANÁLISES FÍSICOQUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado ao Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas do Centro Universitário UNIVATES, como parte dos requisitos para a obtenção do título de bacharel em Engenharia Ambiental. ORIENTADOR: Ms. Michely Zat Lajeado 2010 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) TIAGO FELDKIRCHER AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DE LABORATÓRIO DE ANÁLISES FÍSICOQUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS Este trabalho foi julgado adequado para a obtenção do título de bacharel em Engenharia Ambiental do CETEC e aprovado em sua forma final pelo Orientador e pela Banca Examinadora. Orientador: Prof. Michely Zat, UNIVATES Mestre pelo IPH/UFRGS – Porto Alegre, Brasil Banca Examinadora: Prof. Michely Zat - UNIVATES Mestre pelo IPH/UFRGS – Porto Alegre, Brasil Prof. Everaldo Rigelo Ferreira - UNIVATES Mestre pela UFRGS – Porto Alegre, Brasil Prof. Daniel Neutzling Lehn, UNIVATES Mestre pela FURG – Porto Alegre, Brasil Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental: Prof. Ms. Everaldo Rigelo Ferreira Lajeado, dezembro 2010. Dedico este trabalho aos meus amigos e principalmente minha família, pela dedicação BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) e apoio em todos os momentos difíceis. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, pela força de espiríto. Aos meus pais, pela dedicação, compreensão e apoio incondicional em todos os momentos. A minha irmã pela compreensão e auxílio nos momentos difíceis. A minha orientadora Michely pelos ensinamentos e auxílio ao longo dessa jornada. A todos os meus colegas que de uma forma ou de outra auxiliaram na realização do trabalho e durante toda a graduação. A Cátia e Elis pela ajuda em todos os momentos. Ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMA) de Lajeado, que através do fundo Municipal do Meio Ambiente e Ministério Público viabilizaram parte da estrutura utilizada no presente trabalho (Convênio nº 084-03/2007*1). BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) RESUMO O tratamento de efluentes líquidos é uma questão de grande importância na atualidade, já que os problemas relacionados à poluição dos recursos hídricos estão cada dia mais em foco. Laboratórios de análises físico-químicas e microbiológicas, como por exemplo o Unianálises Laboratório de Prestação de Serviços do Centro Universitário Univates, são grandes geradores de efluentes perigosos e por isso também necessitam de um correto gerenciamento dos mesmos. No Unianálises, os efluentes gerados são coletados e segregados em quatro grupos, conforme classificação pré-estabelecida pelo Programa Interno de Separação de Resíduos da Univates, responsável pela coleta na Instituição. Atualmente, os efluentes são enviados para tratamento em empresa contratada, mas, afim de identificar uma maneira específica e eficaz de tratar esse tipo de efluente na própria Instituição, o presente estudo visa o tratamento dos resíduos líquidos classificados em aquoso ácido e aquoso neutro-alcalino proveniente do Unianálises. Com análises realizadas no efluente, foi possível verificar que ele apresentava características bem específicas, como grande presença de metais, principalmente mercúrio, e algumas características bem distintas entre as duas correntes de efluentes. Para o tratamento foi utilizada uma estrutura adaptada de estação de tratamento de esgoto piloto. O processo proposto consistiu em um pré-tratamento, objetivando a remoção do mercúrio e outros metais, após, as duas correntes em estudo receberam tratamento biológico através de reator anaeróbio e sistema de lodos ativados, em seguida, foi realizado o polimento final através de tanques de maturação. O tratamento se mostrou muito eficiente na remoção dos metais pesados, e, mesmo não atingindo os padrões limites para lançamento nos recursos hídricos , mostrou também boa eficiência na redução de outros parâmetros como DQO, DBO e sólidos suspensos. Palavras-chave: Tratamento de Efluentes de Laboratório, Mercúrio, Aquoso ácido e Aquoso neutro/alcalino. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) ABSTRACT Currently, the wastewater treatment it’s an important subject since the problems related to pollution and contamination of water resources are more discussed. Laboratories that make physical-chemical and microbiological analysis, such as Unianálises - Service Laboratory from Univates University Center, are generators of hazardous waste water. Therefore, this waste water also needs a right management. In Unianálises the wastewater generated is collected and segregated into four groups, as pre-established classification by program of Internal Waste Separation Univates responsible by the collection by at the institution. Currently, the effluent is treaty by another company, but in order to identify a specific and effective way to treat this type of effluent in the university, this study aims the treatment of liquid waste from Unianálises, classified in aqueous acidic and neutral aqueous alkaline. On analysis of the effluent, it was verified that it had very specific characteristics, such as large presence of metals, specially mercury, and very different characteristics between the two waste types. We used a structure adapted from the sewage treatment station pilot to the treatment. The treatment process were consisted in a pre-treatment, aiming to remove mercury and other metals and after this a biological treatment, through anaerobic and activated sludge systems. The final polishing was carried through maturation ponds. The treatment was very effective to removing heavy metals, and even not reaching the standards for release limits to water resources, showed good removal efficiency of other parameters such as COD, BOD and suspended solids. Keywords: Treatment of Laboratory Wastewater, Mercury, Aqueous acid and neutral/alkaline. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) LISTA DE FIGURAS Figura 1 Conversão biológica nos sistemas aeróbios e anaeróbios .......................................... 22 Figura 2 Estrutura da ETE piloto.............................................................................................. 35 Figura 3 Mistura dos efluentes para realizar a amostragem ..................................................... 36 Figura 4 Efluente com Hg antes e depois da adição de Na2S e precipitação ........................... 39 Figura 5 Efluente com Mercúrio ajustado para pH 10 ............................................................. 40 Figura 6 Filtração do sobrenadante do efluente com mercúrio ................................................ 40 Figura 7 Efluente com o pH neutralizado................................................................................. 41 Figura 8 Desenho esquemático do tratamento secundário da ETE .......................................... 42 Figura 9 Colocação do efluente no reator anaeróbio ................................................................ 43 Figura 10 Reator anaeróbio com o sistema de aquecimento e agitação do lodo ...................... 44 Figura 11 Ciclo operacional típico de um sistema em batelada ............................................... 45 Figura 12 Sistemas de aeração por meio de difusores porosos ................................................ 46 Figura 13 Reator aeróbio de lodo ativado ................................................................................ 46 Figura 14 Tanque de maturação do efluente ............................................................................ 48 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) LISTA DE TABELAS Tabela 1 Estimativa da eficiência esperada nos níveis de tratamento ...................................... 18 Tabela 2 Principais diferenças entre lagoas de estabilização e lagoas de polimento ............... 24 Tabela 3 Limites de emissão de alguns parâmetros ................................................................. 34 Tabela 4 Resultados das análises dos efluentes e os limites para lançamento ......................... 49 Tabela 5 Resultados das análises do efluente com Hg antes e depois da precipitação ............ 50 Tabela 6 Resultados das análises antes e depois do tratamento ............................................... 50 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) LISTA DE ABREVIATURAS Ag – Prata AgCl – Cloreto de prata Ag2O – Óxido de prata Al – Alumínio As – Arsênio C – Carbono ºC – Grau Celsius Ca - Cálcio Cd - Cádmio CH4 – Metano CO2 – Dióxido de Carbono CO-3 - Carbonatos Cr – Cromo Cu – Cobre CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente CONSEMA – Conselho Estadual de Meio ambiente DBO – Demanda Bíoquímica de Oxigênio DQO – Demanda Química de Oxigênio EPA – Environmental Protection Agency ETE – Estação de Tratamento de Esgoto (Efluente) H+ - Ácido HCO-3 - Bicarbonatos Hg – Mercúrio Hg2SO4 – Sulfato de mercúrio HNO3 – Ácido nítrico H2SO4 – Ácido sulfúrico HgS – Sulfeto de mercúrio kg – Quilograma kWh – Quilowatt-hora L – Litro m – Metro m3 – Metro cúbico mg – miligrama BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Mg - Magnésio N – Nitrogênio Na – Sódio NaCl – Cloreto de sódio Na2S – Sulfeto de Sódio NO3- - nitrato O – Oxigênio OH- - Hidróxido P – Fósforo pH – potencial hidrogeniônico PISR – Programa Interno de Separação de Resíduos S – Enxofre SO42- - Sulfato SS – Sólidos em Suspensão SST – Sólidos Suspensos Totais ST – Sólidos Totais STD – Sólidos Totais Dissolvidos STV – Sólidos Totais Voláteis TDH – Tempo de Detenção Hidráulico UASB – Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente e Manta de Lodo UT ou NTU – Unidade nefelométrica de turbidez Zn - Zinco 12 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 14 2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 16 2.1 Objetivos gerais ............................................................................................................ 16 2.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 16 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 17 3.1 Estação de tratamento de efluentes (ETE) .................................................................... 17 3.1.1 Tratamento preliminar .................................................................................................. 18 3.1.1.1 Peneiras ......................................................................................................................................... 18 3.1.2 Tanque de equalização.................................................................................................. 19 3.1.3 Tratamento primário ..................................................................................................... 19 3.1.4 Tratamento secundário ................................................................................................. 20 3.1.4.1 Sistemas aeróbios de lodos ativados .............................................................................................. 21 3.1.4.2 Sistemas anaeróbios....................................................................................................................... 22 3.1.5 3.2 3.3 3.4 3.4.1 Tratamento terciário ..................................................................................................... 24 Tratamento de efluentes químicos ................................................................................ 25 Efluentes gerados no Unianálises ................................................................................. 26 Ensaios importantes ...................................................................................................... 27 Características físicas ................................................................................................... 27 3.4.1.1 3.4.1.2 3.4.1.3 3.4.1.4 3.4.1.5 Cor ................................................................................................................................................. 27 Temperatura ................................................................................................................................... 28 Turbidez......................................................................................................................................... 28 pH .................................................................................................................................................. 28 Odor ............................................................................................................................................... 29 3.4.2 Características químicas ............................................................................................... 29 3.4.2.1 3.4.2.2 3.4.2.3 3.4.2.4 3.4.2.5 3.4.2.6 3.4.2.7 3.4.2.8 3.4.2.9 3.4.2.10 3.4.2.11 Alcalinidade ................................................................................................................................... 29 Cloretos ......................................................................................................................................... 29 Dureza ........................................................................................................................................... 30 Fósforo........................................................................................................................................... 30 Nitrogênio ...................................................................................................................................... 30 Oxigênio dissolvido ....................................................................................................................... 30 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) .................................................................................... 31 Demanda Química de Oxigênio (DQO) ........................................................................................ 31 Metais ............................................................................................................................................ 31 Sólidos ........................................................................................................................................... 32 Óleos e graxas................................................................................................................................ 33 3.4.3 Características biológicas ............................................................................................. 33 3.4.4 Legislação para emissão de efluentes ........................................................................... 33 4 METODOLOGIA............................................................................................................. 35 4.1 Preparação das amostras para análises ......................................................................... 36 4.2 Metodologia do tratamento........................................................................................... 37 4.2.1 Tratamento proposto para o efluente analisado ............................................................ 37 4.2.1.1 Tratamento primário ...................................................................................................................... 38 4.2.1.1.1 Precipitação do mercúrio ..................................................................................................... 38 4.2.1.1.2 Neutralização do pH............................................................................................................. 41 13 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 4.2.1.2 Tratamento secundário .................................................................................................................. 42 4.2.1.2.1 Reator anaeróbio .................................................................................................................. 42 4.2.1.2.2 Lodo ativado ........................................................................................................................ 45 4.2.1.3 Tratamento terciário (Tanque de maturação/ polimento) .............................................................. 47 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 49 5.1 Resultados da caracterização do efluente ..................................................................... 49 5.2 Tratamento preliminar físico-químico / remoção de mercúrio..................................... 50 5.3 Tratamento primário, secundário e terciário................................................................. 50 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 53 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 54 14 1 INTRODUÇÃO Com a explosão populacional iniciou-se a busca pelo desenvolvimento e por novas tecnologias; consequentemente o consumismo aumentou trazendo graves problemas sociais e, BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) principalmente, ambientais. Esse desenvolvimento acaba resultando na geração, em larga escala, de resíduos e efluentes, que, na maioria dos casos, não são corretamente manejados e muito menos destinados de forma adequada retornando para a natureza sem o mínimo de cuidado. Devido a este crescimento populacional exagerado e a grande ocorrência de migrações do campo para a cidade, é necessária a produção cada vez maior de alimentos e também de produtos industrializados, que geram muitos resíduos e usufruem muito rapidamente os recursos naturais tornando-os, assim, cada vez mais escassos. O êxodo rural, além de aumentar as populações nas áreas urbanas, também acaba gerando um grande problema social que se relaciona também com o precário sistema de coleta e destino dos resíduos e efluentes nos grandes centros. Poucas cidades preocupam-se com a destinação dos efluentes gerados pela população. A mesma situação ocorre com empresas que expandem sua produção, gerando mais efluentes e resíduos. De acordo com Alberguini (2005), quando é realizado o tratamento de efluentes, uma parte do problema ambiental está sendo resolvida. Para as indústrias as exigências em relação ao tratamento de efluentes ficaram mais intensas, já que os órgãos ambientais federais, estaduais e municipais acabam fiscalizando mais as instituições privadas. Entretanto, ainda assim essa cobrança continua sendo muito aquém do que deveria ser na realidade, e muitas indústrias permanecem operando e emitindo agentes poluidores no meio ambiente (ALBERGUINI, 2005). Segundo Braile (1979), para os países em desenvolvimento, a proteção do meio ambiente contra agentes poluidores de origem industrial é um problema muito complexo. A poluição está diretamente associada à elevação do padrão de vida da população. Este mesmo autor ressalta que nas indústrias que geram efluentes químicos, extremamente perigosos se comparados com outros tipos de poluentes, os resíduos que mais preocupam são os orgânicos, especialmente os sintéticos e os metais pesados. Neste mesmo segmento incluem-se os laboratórios físico-químicos e microbiológicos, que produzem efluentes contendo diversos tipos de metais pesados, compostos orgânicos e também sintéticos, além de possuírem compostos com elevada toxicidade e de difícil e oneroso tratamento. 15 Para Alberguini (2005) os resíduos químicos provenientes de atividades diárias de análise em laboratórios de química, não estão recebendo a atenção e respeito em relação às normas ambientais vigentes. A tarefa de padronizar as formas de tratamento e disposição desses resíduos não é simples, já que existe uma variedade de materiais utilizados no dia a dia BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) de um laboratório que impossibilita essa decisão. Além de laboratórios privados que produzem grande quantidade de resíduos químicos, têm-se muitos laboratórios de pesquisa dentro de universidades, que também acabam por produzir grande quantidade de resíduos. O Centro Universitário Univates, localizado na cidade de Lajeado, uma Instituição de ensino em plena expansão, conta com cerca de 11 mil alunos, visa a aplicação de conteúdos práticos em seus laboratórios de ensino. Assim como outras Instituições de Ensino, a Univates criou laboratórios de análises para prestação de serviços internos e externos à Universidade. No caso da Univates, o laboratório criado para a realização de análises se chama Unianálises, no qual podem ser realizadas análises de alimentos, águas, efluentes, cosméticos, produtos domissanitários e drogas veterinárias. Todas essas análises acabam gerando efluentes líquidos, que devem ser tratados. Atualmente, na Univates, o setor responsável pelo recolhimento, segregação e armazenamento dos efluentes é o Programa Interno de Separação de Resíduos (PISR). O recolhimento dos resíduos líquidos é realizado através de bombonas plásticas de 20, 25 ou 50 L, ou através de embalagens de vidro de 1 L. Essas embalagens são identificadas com cada tipo de efluente contido na mesma e segregadas pelo setor. Após, os materiais são armazenados até o tratamento. O tratamento desses resíduos líquidos é realizado somente por uma empresa contratada para isso, gerando altos custos e sem um real controle sobre o tratamento do mesmo. De acordo com Carvalho (1997), como a exigência em relação a qualidade ambiental e a eficiência da tratabilidade das estações de tratamento de efluentes está aumentando, torna-se necessária a escolha da melhor alternativa de tratamento para cada tipo de efluente gerado. Essas necessidades vêm amparadas em uma nova condição do mercado, em que estão envolvidas as exigências da legislação e fiscalização, dos programas de qualidade total, do aumento da capacidade produtiva e outras necessidades emergentes. Pensando nesses fatores, o presente trabalho visa buscar uma alternativa de tratamento para os efluentes gerados no Unianálises, utilizando para isso, uma estrutura de tratamento de forma experimental. 16 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivos gerais BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Avaliar uma opção de tratamento dos efluentes líquidos do Unianálises - laboratório de prestação de serviços da Univates. 2.2 Objetivos específicos - Caracterizar o tipo de efluente produzido no laboratório de prestação de serviços do Centro Universitário; - Avaliar a eficiência de processos físicos, químicos e biológicos no tratamento dos efluentes líquidos de um laboratório de análises físico-químicas e microbiológicas; - Avaliar a remoção do mercúrio do efluente. 17 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA De acordo com Mota (2003), em uma cidade podem existir diferentes tipos de esgoto, distinguindo-se pelas características em função do uso da água. Entre os tipos de esgotos, BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) podem ser citados os hospitalares, os domésticos (produzidos nas residências) e os industriais (diferenciados pelo tipo de indústria ou prestação de serviço). Para Braga et al. (2005) e Nuvolari (2003) esgoto é o termo utilizado para caracterizar todo e qualquer tipo de despejo resultante dos usos da água. Entre os principais estão o doméstico, o comercial, o industrial e os agrícolas. O resíduo líquido industrial é o esgoto resultante de algum processo industrial, podendo conter características muito específicas, de acordo com o tipo de atividade industrial. Logo, é necessário estudar o tipo de esgoto produzido por cada indústria para o correto tratamento e disposição do mesmo, respeitando os padrões de lançamento estabelecidos. Em relação aos despejos industriais, é fácil de ser observada uma grande variabilidade do efluente gerado, mesmo sendo a mesma tipologia industrial (BRAILE, 1979). Existem diversos fatores dentro das indústrias que podem alterar e assim explicar tamanha variação – as práticas de trabalho adotadas, a idade dos equipamentos, o tipo de matéria-prima utilizada, entre outros. Pensando nisso é sempre importante obter as reais características dos efluentes, através de análises, questionários, medições ou amostragens, não somente baseando-se na literatura ou em empresas do mesmo ramo (SPERLING, 2005). Para realizar a análise de despejos industriais que possam conter resíduos químicos, não podem ser aplicadas somente análises que identificam a concentração e as características dos esgotos, já que despejos tóxicos podem conter alta carga de Demanda Química de Oxigênio (DQO), mas conter baixa Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) (BRAILE, 1979). Da mesma forma deve ser feita uma avaliação criteriosa das características dos efluentes de laboratórios físico-químicos e microbiológicos para que se possa realizar o melhor tratamento possível do mesmo. 3.1 Estação de tratamento de efluentes (ETE) Conforme Sperling (2005) e Nunes (2004), o tratamento dos esgotos pode ser classificado nos seguintes níveis ou fases: - Preliminar; - Primário; - Secundário; 18 - Terciário ou avançado (apenas em casos de necessidade especial). Segundo Costa (2007), cada etapa do tratamento visa à remoção de algum constituinte do esgoto, para que o mesmo atinja os padrões de lançamento, podendo ser destinado para um recurso hídrico. Na Tabela 1 pode-se verificar a estimativa da eficiência dos níveis de BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) tratamento em uma ETE. Tabela 1 Estimativa da eficiência esperada nos níveis de tratamento Tipo de tratamento Preliminar Primário Secundário Terciário Matéia orgânica (% de remoção DBO) 5-10 25-50 80-95 40-99 Sólidos em suspensão (% de remoção SS) 5-20 40-70 65-95 80-99 Bactérias (% de remoção) 10-20 25-75 70-90 Até 99,99 Fonte: Costa (2007). 3.1.1 Tratamento preliminar Na primeira etapa do tratamento de efluentes, o objetivo principal é a remoção de sólidos grosseiros (galhos, folhas) e areia. Para a adequada remoção desses materiais, são utilizados mecanismos de ordem física. Geralmente nessa etapa também é instalado um medidor de vazão, cujo tipo mais utilizado é a Calha Parshall (SPERLING, 2005). Conforme Braile (1979), Leme (2008) e Nunes (2004), o conjunto de métodos físicos, como também pode ser chamado o tratamento preliminar, além de retirar sólidos grosseiros e areia, é utilizado na retirada de óleos e graxas e qualquer sólido sedimentável inorgânico que estiver em suspensão. Para a realização do tratamento preliminar, são utilizadas grades, peneiras, desarenadores (caixa de areia) e tanques de remoção de óleos e graxas. É necessária a remoção dos sólidos na etapa preliminar para proteger as unidades sequenciais do tratamento, evitando o entupimento de bombas e tubulações, preservando também assim a estética dos corpos receptores. A areia é removida para evitar a abrasão nos equipamentos e reduzir as obstruções que possam ocorrer, facilitando o escoamento do efluente (LEME, 2008). 3.1.1.1 Peneiras De acordo com Sperling (2005), dependendo do tipo de efluente, não é necessária a utilização de grades, já que, não contendo sólidos grosseiros no material a ser tratado, somente é preciso peneirar os sólidos suspensos com uma peneira de baixa granulometria. 19 3.1.2 Tanque de equalização Na maior parte das estações de tratamento de efluente industriais, pode ser importante a instalação de um tanque de equalização logo após o tratamento preliminar. Isso se faz BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) necessário para tornar o efluente homogêneo na entrada do tratamento e também como forma de manter uma vazão constante para o tratamento primário, já que a vazão de entrada pode ser variável, podendo prejudicar o tratamento (SPERLING, 2005). Para Nunes (2004), além de regular a vazão, o tanque de equalização serve como tanque pulmão do sistema e também para homogeneizar o efluente, tornando uniformes os seguintes parâmetros: pH, temperatura, turbidez, sólidos, DBO, DQO, cor, entre outros. 3.1.3 Tratamento primário De acordo com Sperling (2005) e Crespo (2005), o tratamento primário é utilizado para remoção de sólidos suspensos sedimentáveis e também os sólidos flutuantes. Isso é realizado em unidades de sedimentação. A taxa de eficiência na remoção dos sólidos chega em torno de 60 a 70%. Como uma parte desses sólidos é composta por matéria orgânica em suspensão, também ocorre a redução da DBO, porém com uma eficiência de 25 a 35%. Os processos do tratamento primário podem ser os seguintes, de acordo com Nunes (2004): decantação primária ou simples; precipitação química com baixa eficiência e flotação. Já para Crespo (2005), as operações dessa etapa de tratamento são o adensamento; espessamento gravitacional ou por flotação do lodo; digestão anaeróbia ou aeróbia. Os tanques de sedimentação ou decantação podem ser circulares ou retangulares, onde os efluentes fluem lentamente e os sólidos suspensos, devido a sua densidade maior, sedimentam para o fundo. Esse processo também pode ser realizado com o auxílio de agentes coagulantes, como, por exemplo, sulfato de alumínio ou cloreto férrico. Também pode-se ou não utilizar polímeros, o que aumenta a produção do lodo, que é o material sedimentado no fundo do decantador. Ele pode ser retirado através de raspadores ou tubulações, para posterior destino e tratamento (SPERLING, 2005). Já conforme Leme (2008) e Costa (2007), as estruturas do tratamento primário podem ser os decantadores primários e os flotadores. Nos decantadores, o efluente escoa, permitido que os sólidos em suspensão possam sedimentar gradualmente no fundo, formando uma massa de lodo. Os materiais flutuantes, como graxas, óleos e gorduras, tendem a subir para superfície, assim facilitando sua remoção. Tratamentos primários também podem ser constituídos por unidades de remoção de metais pesados e outros constituintes inorgânicos. Dentre os processos de tratamentos 20 químicos empregados para a remoção de constituintes inorgânicos, principalmente metais pesados, os mais conhecidos são a precipitação química na forma de hidróxidos, carbonatos ou sulfetos e a oxi-redução. Todos os processos que envolvem a precipitação dos íons metálicos operam sob os mesmos princípios químicos, ou seja, um reagente alcalino - BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) hidróxido, carbonato ou sulfeto é adicionado ao efluente a ser tratado, reduzindo a solubilidade do constituinte metálico e favorecendo assim a sua precipitação, promovendo a alteração do equilíbrio químico das espécies que deseja-se remover (BRAILE, 1979). Para Braile (1979), os tanques de decantação podem ser dividos em dispositivos que são cheios intermitentemente (por cargas) ou com fluxo constante. O lodo que fica acumulado no fundo dos decantadores, no caso de efluentes que predominam compostos orgânicos, deve ser removido o mais rápido possível para evitar sua decomposição anaeróbia. Essa remoção pode ser realizada manualmente, por meio de descargas hidrostáticas ou por dispositivos raspadores ou aspiradores flutuantes. 3.1.4 Tratamento secundário Segundo Sperling (2005) e Nuvolari (2003), o principal objetivo do tratamento secundário é a remoção de matéria orgânica, ou seja, a diminuição da carga de DBO presente no efluente. A essência do tratamento nessa etapa é a adição de um processo biológico no sistema, o qual, através de reações bioquímicas realizadas por microrganismos (bactérias, fungos e protozoários), remove a matéria orgânica. Leme (2008) afirma que, além de remover a matéria orgânica remascente no efluente, essa etapa é utilizada para, eventualmente, remover nutrientes como fósforo (P) e nitrogênio (N). O tratamento secundário, realizado por processos biológicos, reproduz os mecanismos naturais de oxidação e estabilização da matéria orgânica, como ocorrem naturalmente nos corpos d’água, porém utiliza-se menor espaço e realiza-se em menor período de tempo, mediante condições controladas nos reatores, a fim de atingir os padrões de lançamento estipulados na legislação (LEME, 2008). O processo de tratamento funciona com os microrganismos utilizando a matéria orgânica como substrato, convertendo a mesma em gás carbônico e água, multiplicando-se e podendo, em condições anaeróbias, produzir também o metano. Para que ocorra a decomposição do material orgânico é necessário que a temperatura, pH, tempo de contato, oxigênio e outras condições sejam favoráveis (SPERLING, 2005). De acordo com Sperling (2005), existem diversas metodologias de tratamento secundário, e as principais são: lagoas de estabilização e variantes; processos de disposição 21 sobre o solo; reatores anaeróbios; lodos ativados e variantes; e reatores anaeróbios com biofilmes. Já conforme Nunes (2004), os processos de tratamento nessa etapa são: processos de lodos ativados; lagoas de estabilização; sistemas anaeróbios com alta eficiência; lagoas aeradas; filtros biológicos e precipitação química com alta eficiência. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) A seguir, serão descritos dois sistemas de tratamento para a etapa secundária, o tratamento com sistemas aeróbios de lodos ativados e o sistema anaeróbio. 3.1.4.1 Sistemas aeróbios de lodos ativados Conforme Cavalcanti (2009), todas as formas de tratamento biológico são derivadas de processos que ocorrem na natureza, os quais são acelerados graças ao controle da ação dos microorganismos sobre o substrato. Esse controle fica muito evidenciado no processo aeróbio, no qual é inserido oxigênio para o crescimento dos microorganismos. A aglomeração de flocos formados continuamente pelo crescimento de várias espécies de microorganismos (fungos, bactérias, algas, rotíferos e protozoários), a partir da matéria orgânica do efluente, na presença do oxigêncio dissolvido, é denominada “lodos ativados” (CAVALCANTI, 2009). De acordo com Sperling (2002), o sistema de lodos ativados é amplamente utilizado no mundo, para o tratamento de despejos industriais e domésticos, em situações que exigem uma elevada qualidade do efluente tratado com pequena área para a ETE. Porém, esse sistema inclui um alto índice de mecanização, comparado com outros sistemas de tratamento, implicando assim em maiores custos com energia elétrica. Após o tratamento primário, o efluente pré-decantado é direcionado para um tanque de aeração com grande potencial nutritivo, constituído pela matéria orgânica quantificada pela DBO. Nesse tanque, também chamado de reator aeróbio, existe uma gama de microrganismos destinada a processar esse nutriente. Essa população de microrganismos (lodo biológico) é gerada e mantida em níveis compatíveis com o substrato do efluente introduzido (CRESPO, 2005). Para Leme (2008), em processos aeróbios biológicos, a remoção é feita por meio da ação metabólica e da floculação de partículas em suspensão. O principal objetivo desse sistema é remover a matéria orgânica, constituída por sólidos em suspensão (que contém DBO suspensa ou particulada) e eventualmente auxiliam na remoção de nutrientes (N e P). O oxigênio é inserido de forma mecanizada, com o auxílio de aeradores. A massa biológica (lodo biológico) formada é separada fisicamente do líquido (decantação), sendo que o líquido clarificado constitui-se o efluente tratado. O lodo excedente pode, em parte, retornar 22 ao sistema, para a manutenção das atividades microbianas, e o restante deve ser encaminhado para tratamento ou disposição final (CAVALCANTI, 2009). BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 3.1.4.2 Sistemas anaeróbios Para Chernicharo (2001), no Brasil, os sistemas anaeróbios de tratamento encontram uma grande aplicabilidade, possuindo diversas características favoráveis, como o baixo custo, simplicidade operacional, baixa produção de sólidos, produção de biogás (que pode ser utilizado como combustível), além de adequadas condições ambientais, principalmente os reatores de fluxo ascendente e manta de lodo (UASB). Na Figura 1, pode-se avaliar as vantagens do tratamento anaeróbio em relação ao aeróbio. Figura 1 Conversão biológica nos sistemas aeróbios e anaeróbios (CHERNICHARO, 2001) Conforme Leme (2008), os sistemas anaeróbios mais utilizados para o tratamento de efluentes são o filtro anaeróbio, o reator anaeróbio de manta de lodo e fluxo ascendente, reator anaeróbio com chicanas e o reator anaeróbio de fluxo expandido. Esses sistemas não utilizam muita área e a mão-de-obra operacional também é pequena. Em condições anaeróbias, para a conversão da matéria orgânica são utilizados aceptores de elétrons inorgânicos, como NO3- (redução de nitrato), SO42- (redução de sulfato) ou CH4 (formação de metano). Na digestão anaeróbia, cada microorganismo tem uma função essencial – as bactérias metanogênicas produzem um gás insolúvel (metano) possibilitando assim a remoção do carbono orgânico do ambiente anaeróbio e utilizam o hidrogênio, favorecendo a atividade das bactérias acidogênicas, que fermentam compostos orgânicos produzindo ácido acético, que também é convertido em metano (CHERNICHARO, 2007). 23 De acordo com Chernicharo (2007), a transformação da carga poluidora em sistemas anaeróbios geralmente ocorre em dois estágios: 1º - no primeiro estágio, as bactérias facultativas e anaeróbias (formadoras de ácido ou fermentativas) convertem os compostos orgânicos complexos (carboidratos, proteínas e BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) lipídios) em outros materiais orgânicos mais simples, principalmente ácidos voláteis; 2º - já no segundo estágio, ocorre a conversão dos ácidos orgânicos, gás carbônico e hidrogênio em produtos finais gasosos, principalmente o metano. As bactérias que realizam essa conversão são chamadas de formadoras de metano e são estritamente anaeróbias. As bactérias anaeróbias têm uma taxa metabólica e de reprodução mais lenta do que as bactérias aeróbias. Mesmo assim, a remoção da DBO pode chegar na ordem de 50 a 70%. No caso de ocorrer problemas operacionais durante o tratamento anaeróbio, pode haver a liberação de gás sulfídrico, responsável por maus odores, portanto é sempre importante manter o sistema de tratamento equilibrado (SPERLING, 2001). Especificamente para os reatores UASB, Chernicharo (2007) afirma que as experiências bem sucedidas em diversos países são um bom indicativo do grande potencial desse tipo de tratamento, principalmente por ser um sistema compacto, com baixo custo de implantação, pouca produção de lodo, baixo consumo de energia e satisfatória remoção de DQO e DBO. Apesar das grandes vantagens desses reatores, algumas desvantagens ainda podem ser constatadas, como necessidade de uma etapa de pós-tratamento, possibilidade de emanar maus odores e elevado intervalo de tempo para a partida do sistema sem a utilização de um inóculo. Estes problemas podem ser minimizaos, ou até evitados, quando o sistema for bem projetado, construído e operado (CHERNICHARO, 2007). Para Nuvolari (2003), o maior problema do sistema UASB é a direção ascendente do fluxo, que pode conflitar com a necessidade de sedimentação do material mais fino, que é levado para cima devido ao fluxo. Esse problema pode ser minimizado com a operação intermitente do sistema. É necessário realizar a separação e coleta dos gases gerados, já que os mesmos também podem interferir negativamente no sistema. Essa coleta pode ser realizada com a instalação de dispositivos específicos, geralmente vertedouros. A produção de gás no reator é bastante variável e o gás produzido pode conter cerca de 60 a 70% de metano (CH4), que pode ser utilizado como geração de energia (NUVOLARI, 2003). 24 3.1.5 Tratamento terciário Quando for necessária a obtenção de um efluente de alta qualidade, ou a remoção de outras substâncias ainda contidas após o tratamento secundário, é importante a aplicação do BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) tratamento terciário ou avançado, que pode ser realizado de várias formas (NUNES, 2004). De acordo com Crespo (2005), o objetivo dessa etapa é remover nutrientes, entre eles nitrogênio e fósforo, que possam causar a eutrofização – crescimento excessivo de plantas aquáticas, em níveis que possam causar interferência nos usos dos corpos d’água - dos corpos receptores. Para Nunes (2004), os principais processos a serem utilizados nessa etapa são: adsorção em carvão ativo, osmose reversa, eletrodiálise e lagoas de maturação (polimento). É importante ressaltar que existe uma diferença entre lagoa de maturação e lagoa de estabilização, sabendo que o primeiro tipo é utilizado no pós-tratamento de sistemas anaeróbios e o segundo é utilizado para tratamento de efluente bruto (CHERNICHARO, 2001). Na Tabela 2 pode-se verificar as principais diferenças entre as lagoas de polimento e de estabilização. Tabela 2 Principais diferenças entre lagoas de estabilização e lagoas de polimento Parâmetro Afluente Principal objetivo Lagoa de estabilização Esgoto bruto Remoção de matéria orgânica e sólidos em suspensão Configuração Lagoas em série Odor Maus odores Remoção de nutrientes Baixa Área de aplicação Longe de regiões urbanas Lagoa de polimento Esgoto digerido Remoção de patogênicos e/ou nutrientes Lagoa unitária, em série ou paralelo Sem problemas de odor Remoção elevada de NH3 e PO4 Proximidade da população não é problema Fonte: Adaptado pelo autor com base em Chernicharo (2007). Os sistemas ou lagoas de maturação têm como principal objetivo a remoção de organismos patogênicos, possibilitando assim um polimento do efluente de qualquer sistema de tratamento. Esse sistema consiste numa alternativa bastante econômica à desinfecção do efluente por métodos mais convencionais, como a cloração. Para a maximização da eficiência desse processo, ele pode ser projetado de duas formas: três ou quatro lagoas em série ou uma única lagoa com chicanas (SPERLING, 2005). De acordo com Nuvolari (2003), esses sistemas também podem ser chamados de lagoas de polimento, e constituem-se como opção de desinfecção bastante eficiente e econômica. As lagoas de maturação são projetadas de maneira a otimizar os principais mecanismos de eliminação dos patogênicos. A simples diminuição da profundidade das 25 lagoas já pode tornar o sistema mais eficiente, já que com a baixa profundidade a radiação solar (radiação ultravioleta) se torna mais efetiva, ocorrendo a elevação do pH para valores acima de 8,5, aumentando a concentração de oxigênio dissolvido, fatores que favorecem comunidades aeróbias, responsáveis pelo tratamento. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Conforme Chernicharo (2007), as lagoas de polimento são amplamente utilizadas após tratamento com sistemas anaeróbios para aumentar a eficiência dos mesmos. É uma alternativa muito interessante para países em desenvolvimento, ou locais onde se tem limitações de área para a implantação de lagoas de estabilização. O autor afirma também, que na lagoa de polimento ocorre uma grande atividade fotossintetizante, consumindo assim uma maior quantidade de CO2. Geralmente as lagoas de maturação são projetadas para pequenas profundidades, (0,40 e 1,00 m) e tempos de detenção hidráulica relativamente reduzidos (usualmente de 9 a 12 dias). Essas determinações vão depender das concentrações e da eficiência dos sistemas anteriores às lagoas (CHERNICHARO, 2007). 3.2 Tratamento de efluentes químicos O tratamento de efluentes em laboratórios de prestação de serviços e de ensino vem se tornando uma necessidade devido a grande procura pela qualidade dos produtos e pelo grande número de pesquisas realizadas, assim sendo necessárias diversas análises laboratoriais, que acabam gerando resíduos líquidos. Para Jardim (1998), a geração dos resíduos químicos em laboratórios de ensino, pesquisa e prestação de serviço deve ser minimizada na medida do possível, propiciando assim seu correto tratamento e posterior descarte. Existe uma grande variedade de resíduos químicos provenientes destes laboratórios, bem como existem diversos tipos de tratamentos, então é necessário que as universidades pesquisem e implementem sistemas de gestão e tratamento para esses resíduos químicos. Segundo Alves (2005), praticamente todo experimento de laboratório emprega reagentes químicos e gera algum tipo de resíduo, por exemplo, solventes orgânicos, soluções ácidas e alcalinas, materiais de filtração e substâncias químicas perigosas (metais pesados). A manipulação de diversos tipos de resíduos acaba aumentando a concentração de matéria orgânica nos efluentes de laboratório, assim as características de cada reagente ficam mais agressivas, com pH (potencial hidrogeniônico) extremamente ácidos ou alcalinos e altas taxas de DQO, metais pesados e sulfato. As principais técnicas para tratamento dos resíduos químicos que não tem a possibilidade de serem recuperados ou reduzidos seus volumes de produção são: 26 neutralização, separação, fixação, oxidação, precipitação, degradação ou troca iônica (ALVES, 2005). Um exemplo de gestão e tratamento de resíduo é o que ocorre com a remoção da prata do efluente de análise de DQO, deve ser realizado tratamento com cloreto de sódio (NaCl), BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) que por precipitação química resulta em um precipitado branco de cloreto de prata (AgCl). Esse precipitado pode passar por um procedimento de purificação com ácido nítrico (HNO3) e ácido sulfúrico (H2SO4), formando óxido de prata (Ag2O), que pode ser reutilizado em nova análise de DQO (RAYA-RODRIGUEZ, 2003). Devido a problemas de toxicidade e inibição da atividade microbiana é necessária a aplicação de uma etapa de pré-tratamento, anterior a etapa biológica, a fim de reduzir as concentrações dos elementos considerados mais tóxicos para os microorganismos, aumentando a eficiência do tratamento biológico (ALVES, 2005). 3.3 Efluentes gerados no Unianálises Para o PISR, setor responsável pelo gerenciamento dos efluentes e resíduos na Univates, os laboratórios de prestação de serviço do Unianálises são responsáveis por gerar, em média, 640 L de efluentes por mês. Os resíduos líquidos gerados pelos laboratórios são dividos em quatro classes, conforme classificação realizada pelo PISR, que são: - Solvente Orgânico Halogenado e Benzeno: formado por efluentes que contenham a mistura com mais de dois solventes orgânicos diferentes, desde que um deles seja solvente orgânico halogenado ou benzeno, como, por exemplo, diclorometano e clorofórmio; - Solvente não-halogenado: composto por efluentes que contenha mistura com mais de um solvente orgânico diferente e a mistura deve ser inflamável; como exemplo pode-se citar hexano, alcool etílico, éter de petróleo e metanol; - Aquoso ácido: constítuido por efluentes em que o solvente majoritário seja a água, com solutos orgânicos ou inorgânicos dissolvidos, também pode conter outros solventes biodegradáveis. O pH do produto dever estar na faixa de 0 a 5 e o resíduo não pode ser inflamável; - Aquoso neutro-alcalino: formado por efluentes em que o solvente majoritário seja a água, com solutos orgânicos ou inorgânicos dissolvidos, também pode conter outros solventes biodegradáveis. O pH do efluente deve estar na faixa de 5,1 a 14 e o resíduo não pode ser inflamável; 27 - Resíduo sólido: composto de resíduo no estado sólido, semissólido, pastoso ou de lodo. Materiais sólidos que estejam impregnados com produtos químicos tóxicos, proveniente das atividades laboratoriais, de difícil descontaminação. Diante dessa classificação, os efluentes são recolhidos pelos funcionários do PISR, os BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) quais os encaminham para locais onde são realizados os registros quantitativos e qualitativos dos efluentes gerados. Após o lançamento dos dados dos efluentes no sistema, é realizado o gerenciamento dos mesmos, sendo dividos nas classes já citadas. Cerca de 616 L, do total de resíduo líquido gerado em média por mês no Unianálises, é classificado como resíduo aquoso, tanto ácido quanto neutro/alcalino. O restante (em média 24 L por mês) é composto por solventes halogenados e não halogenados. 3.4 Ensaios importantes Alguns parâmetros são de extrema importância para a caracterização do efluente e a consequente escolha do correto método de tratamento. As características dos esgotos ou efluentes podem ser classificadas em físicas, químicas ou biológicas (MOTA, 2003). 3.4.1 Características físicas De acordo com Metcalf & Eddy (2003), a característica física mais importante dos efluentes é o teor de sólidos totais, que é composto de matéria flutuante, materiais sedimentáveis, matéria coloidal e matéria em solução. Outras importantes características físicas são o tamanho das partículas, turbidez, cor, temperatura, odor, condutividade e densidade, gravidade e peso específico. Para Costa (2007) essas características são relativas aos sólidos presentes no efluente, geralmente são tidas como características de menor importância, já que envolvem aspectos de ordem estética e subjetiva. 3.4.1.1 Cor Conforme Mota (2003) e Costa (2007), a cor resulta da existência, na água, de substâncias em solução, podendo ser causada por ferro ou manganês, pela decomposição da matéria orgânica, pelas algas ou pela introdução de efluente. A água pura é virtualmente sem cor, mas a presença de materiais em suspensão altera a cor da mesma. Combinada com ferro, a matéria orgânica pode gerar uma cor de elevada intensidade. O pH (potencial hidrogeniônico) influencia na remoção da cor, no momento que 28 estiver com o pH baixo a remoção fica facilitada, porém, quanto maior o pH, mais intensa é a cor (RICHTER, 2007). Quando, na água, for apresentada uma turbidez adicional que pode ser removida por centrifugação, diz-se que a cor é aparente. Com a remoção da turbidez, o residual medido é BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) considerado a cor verdadeira. Dessa forma, a cor pode ser facilmente removida por coagulação química ou, nos casos de cor elevada, a remoção é realizada através de uma oxidação química (RICHTER, 2007). 3.4.1.2 Temperatura De acordo com Mota (2003) e Richter (2007), a temperatura é a medida de intensidade de calor, sendo considerada um importante parâmetro, pois influencia diretamente nas propriedades da água e seu aumento provoca alterações, acelerando reações químicas, reduzindo a solubilidade dos gases e acentuando as sensações de sabor e odor. A temperatura do esgoto é geralmente maior do que o abastecimento de água local, devido à adição de água quente em habitações e em atividades industriais. Como o calor específico da água é muito maior que do ar, as temperaturas das águas residuais são maiores do que as temperaturas do ar durante a maior parte do ano. Para a atividade bacteriana em lodos ativados, o ótimo de temperatura se encontra na faixa de 25 a 35ºC, se a temperatura for superior a 50ºC, a digestão aeróbia e a nitrificação param (METCALF & EDDY, 2003). 3.4.1.3 Turbidez De acordo com Richter (2007) é uma característica da água causada pela presença de materiais em suspensão, com variações de tamanho das partículas, dependendo do grau de turbulência. A presença dessas partículas acarreta numa aparência nebulosa na água, podendo ser causada por diversos materiais (partículas de lodo ou argila, presença de grande quantidade de microorganismos). 3.4.1.4 pH É o potencial hidrogeniônico, representa o equilíbrio entre os íons H+ e os íons OH-. Sua variação é expressa em uma escala de 0 a 14, sendo considerada uma água ácida a que possui pH abaixo de 7, neutra quando apresenta pH igual a 7 e alcalina quando tem pH acima de 7. Com a introdução de qualquer tipo de efluente, o pH de um recurso hídrico é facilmente modificado, e a vida aquática depende diretamente do pH, que deve estar na faixa de 6 a 9 (MOTA, 2003). 29 Para Richter (2007), o pH pode ser medido pelo método colorimétrico, porém sua utilização fica difícil quando houver uma água turva ou colorida, sendo assim necessária a utilização de um método mais preciso – os peagâmetros, que são equipamentos com um eletrodo que consegue medir o pH sem a interferência de cor ou turbidez. O controle do pH é BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) muito importante em todas as etapas do tratamento, podendo auxiliar até na remoção de certos poluentes que se complexam e assim precipitam, conforme a faixa de pH. 3.4.1.5 Odor É uma condição de difícil avaliação, por ser uma sensação subjetiva, causada por impurezas dissolvidas, geralmente de natureza orgânica, como fenóis e clorofenóis e gases dissolvidos. A aeração pode ser eficaz para a remoção do odor em alguns casos, mas em outros pode ser necessária a utilização de carvão ativado para absorção dos compostos causadores de odor (RICHTER, 2007). 3.4.2 Características químicas Para Richter (2007), as análises químicas da água ou de efluentes, determinam mais precisamente as características da amostra, revelando de forma mais exata as suas propriedades. As análises químicas são realizadas seguindo métodos padronizados e adequados, podendo ser utilizadas para avaliar o grau de poluição de um meio. Os resultados geralmente são dados em mg.L-1 ou mg/L (miligramas por litro). 3.4.2.1 Alcalinidade A alcalinidade é causada por sais alcalinos, principalmente devido à presença de bicarbonatos (HCO-3), carbonatos (CO-3) ou hidróxidos (OH-) e tem bastante influência nos processos de tratamento, estando diretamente relacionada com a coagulação, redução de dureza e prevenção de corrosão nas canalizações. Os indicadores geralmente utilizados para identificar a alcalinidade são a fenolftaleína e o metil orange (MOTA, 2003 e RICHTER, 2007). 3.4.2.2 Cloretos Os cloretos geralmente provêm da dissolução de minerais ou da intrusão de águas do mar, mas também podem advir da poluição, por esgoto doméstico, industrial ou agrícola, conferindo à água um sabor salgado e até mesmo propriedades laxativas (METCALF & EDDY, 2003). 30 3.4.2.3 Dureza De acordo com Richter (2007), é uma característica conferida à água pela presença de alguns íons metálicos, principalmente de Cálcio (Ca++) e Magnésio (Mg++). As principais BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) características de uma água com alta dureza são a propriedade de impedir a formação da espuma com o sabão e promover a alta ocorrência de incrustações nas tubulações e em caldeiras que utilizam águas para aquecimento. 3.4.2.4 Fósforo O fósforo é essencial para o crescimento das algas e de outros microorganismos, porém, em excesso, pode causar a eutrofização. Ele pode ser encontrado nas formas ortofosfato, polifosfato e fósforo orgânico. As principais fontes desse material são a decomposição da matéria orgânica, excrementos animais, detergentes, fertilizantes, esgotos domésticos ou industriais e dissolução de compostos do solo (MOTA, 2003 e METCALF & EDDY, 2003). 3.4.2.5 Nitrogênio De acordo com Mota (2003) e Nuvolari (2003), o nitrogênio pode estar presente na água sob forma molecular, amônia, nitrito e nitrato. Assim como o fósforo, é um elemento indispensável para o crescimento de microorganismos e algas, mas em excesso também causa a eutrofização. Para o tratamento biológico de efluentes é necessário que o nitrogênio esteja presente; caso a quantidade seja insuficiente, é necessário inserí-lo para uma maior eficiência no tratamento. 3.4.2.6 Oxigênio dissolvido Conforme Metcalf & Eddy (2003), o oxigênio dissolvido é indispensável para os microorganismos aeróbios e qualquer forma aeróbia de vida, no entato é pouco solúvel em água. A quantidade real de oxigênio que pode estar presente em uma solução é regida pela solubilidade do gás, a pressão parcial do gás na atmosfera, a temperatura e a concentração de impurezas na água. Como a taxa de reações bioquímicas aumenta nos meses mais quentes, a tendência é que os níveis de oxigênio diminuam no verão, causando assim a eliminação de alguns organismos aeróbios. 31 3.4.2.7 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) A DBO é a quantidade de oxigênio necessária para oxidação da matéria orgânica presente no efluente, através de bactérias aeróbias, ou seja, é a quantidade de oxigênio BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) utilizada pelas bactérias para consumir a matéria orgânica presente no efluente. Esse parâmetro pode ser determinado em laboratório, observando a quantidade de oxigênio consumido pela amostra, no período de 5 dias, a uma temperatura de 20ºC (MOTA, 2003). Segundo Nuvolari (2003), num efluente, quanto maior a quantidade de matéria orgânica biodegradável maior é a DBO. 3.4.2.8 Demanda Química de Oxigênio (DQO) A DQO é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica, com o auxílio de um agente químico. Essa análise também é realizada em laboratório, mas como é utilizado um reagente químico e catalisador, o resultado pode ser conhecido mais rapidamente que na DBO (MOTA, 2003). Conforme Nuvolari (2003), os valores obtidos na DQO são uma medida indireta do teor de matéria orgânica presente. A DQO mede o consumo de oxigênio para oxidar compostos orgânicos, biodegradáveis e não biodegradáveis, com oxidação exclusivamente química. 3.4.2.9 Metais Os metais são considerados componentes inorgânicos, também classificados como poluentes prioritários. Entre os principais metais encontrados na água podemos citar: alumínio (Al), cobre (Cu), cromo (Cr), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), prata (Ag), zinco (Zn), arsênio (As), entre outros. A maioria destes é necessária para o crescimento da vida biológica, e a ausência de quantidades suficientes deles poderia limitar o crescimento de algas. Porém, a presença de qualquer desses metais em quantidades excessivas pode interferir, de forma negativa, na toxicidade da água. Logo, é desejável medir e controlar as concentrações dessas substâncias (METCALF & EDDY, 2003). Segundo Nuvolari (2003), os metais, quando na forma solúvel, podem entrar na cadeia alimentar humana e de outros animais ao serem absorvidos primariamente por plantas ou microorganismos. Em pequenas concentrações eles são necessários, porém em grandes concentrações, geralmente são tóxicos. No esgoto sanitário os metais aparecem em pequenas concentrações, no entanto quando ocorre o despejo de efluentes industriais e de laboratórios sem tratamento, as concentrações dos mesmos aumentam de forma significativa. 32 Caso os metais ainda estejam presentes na etapa biológica do tratamento, os mesmos podem ser tóxicos e inibir a reprodução dos microrganismos responsáveis pela biodegradação da matéria orgânica, por isso, preferencialmente devem ser retirados do efluente através de processos químicos, como a precipitação (NUVOLARI, 2003). BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Um dos metais que causam maior preocupação é o mercúrio, que de acordo com Nuvolari (2003) e Azevedo (2003), pode causar disfunções renais e afeta irreversivelmente o sistema nervoso central, podendo ocasionar a morte. De acordo com Azevedo (2003), o mercúrio figura na lista da Environmental Protection Agency (EPA) dos Estados Unidos, como um dos poluentes nocivos conhecidos ou suspeitos de causar sérios danos a saúde. A preocupação com a poluição por mercúrio é reforçada por conta dos efeitos a saúde humana decorrentes da exposição ao metal encontrado na água ou em efluentes. O mercúrio resiste a processos naturais de degradação, podendo permanecer por muitos anos sem perder sua toxicidade. As causas naturais (erupções vulcânicas ou mudanças de temperatura e pressão) podem acarretar a contaminação ou o aumento da concentração de mercúrio, gerando assim riscos a saúde. Porém, atualmente a contaminação de origem antrópica é muito mais impactante, já que diversas atividade industriais - laboratório de análises, hospitais, práticas agrícolas, entre outras - são fontes de poluição com mercúrio. Existem cerca de oitenta tipos diferentes de indústrias que utilizam o mercúrio, no mínimo, de três mil maneiras diferentes (AZEVEDO, 2003). 3.4.2.10 Sólidos Para Nuvolari (2003) a presença de sólidos no efluente, leva a um aumento da turbidez do líquido, assim influenciando diretamente na entrada de luz e diminuindo o valor de saturação do oxigênio dissolvido. Conforme Metcalf & Eddy (2003), um efluente contém uma grande variedade de materiais sólidos, geralmente proveniente de material coloidal. Os sólidos mais grosseiros são retirados antes mesmo da coleta de amostra para análise de sólidos. O teste padrão para sólidos sedimentáveis é realizado no Cone de Imhoff e consiste na colocação de uma amostra do efluente em um cone e, após um período de tempo, geralmente uma hora, avalia-se o volume de sólidos sedimentáveis presentes através da altura em que os sólidos se encontram no cone. Ainda de acordo com Metcalf & Eddy (2003), normalmente, cerca de 60% dos sólidos em suspensão em um efluente doméstico são sedimentáveis. Os sólidos totais (ST) podem ser obtidos por evaporação de uma amostra de efluente até sua secagem e a posterior medição de 33 sua massa. Para separação dos sólidos suspensos totais (SST) dos sólidos totais dissolvidos (STD) é realizada uma etapa de filtração. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 3.4.2.11 Óleos e graxas Para Nuvolari (2003) e Costa (2007), as gorduras, as graxas, os óleos, tanto de origem vegetal quanto animal e principalmente os produtos derivados do petróleo, podem ser classificados como óleos e graxas. Essas substâncias são provenientes de cozinhas, restaurantes, postos de lavagem e lubrificação de veículos, garagens e também de efluentes industriais. Em grande concentração esses materiais podem causar entupimento das redes de esgoto. Sua remoção em ETE’s, geralmente é realizada nos decantadores primários, se isso não for realizado pode ocorrer a formação de escuma e essa gordura pode influenciar negativamente no tratamento (NUVOLARI, 2003). 3.4.3 Características biológicas As características biológicas das águas são determinadas através de exames bacteriológicos e hidrobiológicos, geralmente destaca-se a pesquisa do número de coliformes. Os organismos que podem ser identificados são bactérias, vírus, protozoários e algas; os três primeiros são patogênicos e podem causar doenças e o último é responsável pelo sabor e odor desagradável (RICHTER, 2007). De acordo com Costa (2007), as características biológicas referem-se a parte viva do efluente analisado através da microbiologia, revelando a presença dos reinos animal, vegetal e protista. Os parâmetros estabelecidos pelas análises biológicas visam principalmente o controle da transmissão de doenças. 3.4.4 Legislação para emissão de efluentes A legislação utilizada no Rio Grande do Sul para estabelecer os limites de lançamento dos efluentes é a Resolução CONSEMA nº 128 de 2006, que dispõe sobre a fixação de padrões de emissão de efluentes líquidos para fontes de emissão que lancem seus efluentes em águas superficiais no Estado do Rio Grande do Sul. No Brasil a legislação que rege os padrões de lançamento é a Resolução CONAMA, nº 357, de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. 34 A Tabela 3 apresenta os limites mais restritivos de emissão de alguns parâmetros e a legislação a que ele se refere. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Tabela 3 Limites de emissão de alguns parâmetros Parâmetros Alumínio Cloretos Cobre Cor aparente Cromo Cádmio DBO DQO Fósforo Total Mercúrio Nitrogênio Total Sólidos Sedimentáveis Sólidos Suspensos Sólidos Totais Voláteis Turbidez pH Óleos e graxas Limite mais restritivo 10 mg/L Al 250 mg/L 0,5 mg/L Cu Não apresentar cor 0,5 mg/L Cr 0,1 mg/L Cd 180 mg/L O2 400 mg/L O2 4 mg/L P 0,01 mg/L Hg 20 mg/L N <1,0 mL/L 180 mg/L Não apresentado Não apresentado Entre 6,0 e 9,0 < 10 mg/L Legislação Resolução CONSEMA nº 128/06 Resolução CONSEMA nº 128/06 Resolução CONSEMA nº 128/06 Resolução CONSEMA nº 128/06 Resolução CONAMA nº 357/05 Resolução CONSEMA nº 128/06 Resolução CONSEMA nº 128/06 Resolução CONSEMA nº 128/06 Resolução CONSEMA nº 128/06 Resolução CONAMA nº 357/05 Resolução CONAMA nº 357/05 Resolução CONSEMA nº 128/06 Resolução CONSEMA nº 128/06 Resolução CONSEMA nº 128/06 Resolução CONSEMA nº 128/06 35 4 METODOLOGIA O trabalho foi realizado no abrigo de resíduos do Centro Universitário Univates, localizado na cidade de Lajeado, RS. O Abrigo é de responsabilidade do Programa Interno de BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Separação de Resíduos e nele são depositados, aguardando tratamento, todos os efluentes líquidos que são coletados nos laboratórios de ensino ou prestação de serviços da Instituição. Nesse local existe uma pequena estação de tratamento de efluentes piloto desativada, a qual contém os seguintes equipamentos: duas bombonas plásticas de 50 L cada; um tambor plástico de 160 L; um tanque de fibra, com fundo cônico, com volume total de 85 L; uma barrica de 50 L, com resistência elétrica e um termostato; um tanque de inox, em declive; e um compressor de ar. A estrutura da ETE piloto é demonstrada na Figura 2. Essa estrutura foi utilizada em projetos de pesquisa realizados pela Univates. Figura 2 Estrutura da ETE piloto Do lado de fora do abrigo de resíduos são encontradas três caixas d’água, duas de fibra, com capacidade para 250 L cada, e outra de plástico com capacidade para 500 L. Atualmente, os efluentes são armazenados em uma sala no sub-solo do prédio 12 da Univates e no abrigo de resíduos químicos da Instituição. Posterior ao armazenamento, eles são levados para tratamento fora da Instituição. Os efluentes, objetos deste trabalho, são os classificados em aquoso ácido e aquoso neutro/alcalino, que podem ser misturados para a neutralização. Estes efluentes foram escolhidos para a pesquisa por serem os gerados em maior quantidade pelos laboratórios do 36 Unianálises. Cerca de 96% (em média 616 L por mês) do total de efluente gerado são compreendidos nessas duas classificações. Para realizar a adequação da estrutura e avaliar a metodologia de tratamento mais eficiente, conforme as características do efluente, as duas correntes do efluente a ser tratado BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) foram submetidas a análises físico-químicas, que foram realizadas pelo próprio Unianálises, seguindo a metodologia e os padrões do Standard Methods, 21 ed. (CLESCERI, 2005). 4.1 Preparação das amostras para análises Para realizar uma amostragem válida dos efluentes que são recolhidos e classificados separadamente, foi necessário misturá-los de acordo com a classificação realizada pelo PISR, ou seja, em aquoso ácido e aquoso neutro/alcalino. Para a amostragem do efluente aquoso ácido foram utilizados resíduos líquidos das análises de ácido bórico, cádmio, matéria orgânica, nitritros e nitratos, DQO, metais e fósforo (P) os quais possuem um pH abaixo de 5. Já para realizar a amostragem do efluente aquoso neutro/alcalino foram utilizados os líquidos resultantes das análises de proteína, cálcio, cloretos e nitrogênio, os quais possuem um pH acima de 5,1. Essa mistura foi realizada em bombonas de 100 L, onde, em uma delas foram colocados os efluentes ácidos, e em outra, os efluentes neutro/alcalinos, como apresenta a Figura 3. Figura 3 Mistura dos efluentes para realizar a amostragem 37 Após essa mistura, e com a equalização do líquido através da agitação manual, foram coletadas amostras de cada uma das bombonas, para posterior análise. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 4.2 Metodologia do tratamento De acordo com os resultados das análises, pôde-se buscar um método adequado para o tratamento desse tipo de efluente. 4.2.1 Tratamento proposto para o efluente analisado Conforme as bibliografias consultadas, os resultados das análises e os equipamentos disponíveis, o tratamento proposto se deu nas seguintes etapas: - Tratamento primário (físico-químico): • Ajuste de pH • Precipitação do Hg • Decantação - Tratamento secundário: • Reator anaeróbio; • Lodos ativados; - Tratamento terciário: • Sistema de maturação. Cabe ressaltar que não foi necessário realizar o tratamento preliminar já que não verificou-se a presença de sólidos grosseiros ou sólidos que pudessem interferir de forma significativa no processo. Para a realização do tratamento somente foram utilizados alguns dos equipamentos descritos anteriormente, da seguinte forma: um tambor de 100 L foi utilizado para ajustar o pH do efluente com mercúrio e realizar a precipitação do mesmo; uma caixa d’água de 250 L foi utilizada para neutralizar o pH e decantar os sólidos do efluente; o tanque de fibra, com fundo cônico e volume total de 85 L, foi utilizado como reator anaeróbio; a barrica de 50 L, com resistência elétrica e termostato, foi usada como aquecimento do reator; o tanque de inox, foi utilizado como reator aeróbio; e o compressor de ar, foi utilizado para aeração do sistema de lodos ativados. Outra caixa d’água, de 250 L, foi utilizada como sistema de maturação/polimento do efluente final. O efluente foi levado até a estação de tratamento piloto, onde todo funcionamento da estação foi realizado em batelada. 38 4.2.1.1 Tratamento primário Como tratamento primário, foram utilizados sistemas de tratamento físico-químico, como a precipitação de mercúrio e outros metais e decantação dos sólidos presentes no BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) efluente. Foi dada ênfase na precipitação do mercúrio já que, como descrito anteriormente, ele é um metal extremamente tóxico e que, conforme as análises realizadas, se encontra em grandes concentrações no efluente, podendo assim causar problemas para a manutenção dos microrganismos necessários à degradação. Para Chernicharo (2007), elementos e compostos tóxicos, principalmente metais pesados são classificados como toxinas inorgânicas altamente tóxicas. As concentrações de metais pesados que podem ser toleradas em tratamento anaeróbios, estão relacionadas com o pH e com as concentrações de sulfetos disponíveis para combinar com os metais pesados e formar sais de sulfeto, que são bastante insolúveis. A principal finalidade do tratamento primário nesse caso é a remoção de poluente inorgâñicos, matérias insolúveis, metais pesados, matérias orgânicas não biodegradáveis, sólidos em suspensão e cor (NUNES, 2004). 4.2.1.1.1 Precipitação do mercúrio De acordo com as análises realizadas que diagnosticaram a grande presença de alguns metais, foram pesquisadas bibliografias para remoção desses metais, principalmente o mercúrio, já que o mesmo é presente em maior quantidade e pode ser segregado nos grupos aquoso ácido e neutro/alcalino. Conforme Chernicharo (2007), os sulfetos, isoladamente, são bastante tóxicos ao tratamento anaeróbio, mas, quando combinados com metais pesados, formam sais insolúveis, que não têm qualquer efeito adverso. Um dos procedimentos mais eficazes para se controlar a toxicidade por metais pesados é a adição de quantidades suficientes de sulfeto, para precipitar os metais. Com isso e de acordo com Dallago (2008), Sassiotto (2005) e Micaroni (2000), que explicam que para remoção de mercúrio é necessário realizar o ajuste do pH em torno 10 e após, adicionar Sulfeto de Sódio (Na2S) sob agitação, até não observar precipitação. Conforme os autores, a reação do mercúrio mais Sulfeto de sódio acaba formando Sulfeto de mercúrio (HgS) + Sódio, como mostra a equação 1. Hg2+ + Na2S > HgS + 2Na+ Equação (1) 39 Os efluentes, aquoso ácido ou aquoso neutro/alcalino, que continham mercúrio em sua composição devido aos ensaios que utilizam mercúrio na sua metodologia (DQO, Cloro, Amônia e Mercúrio), foram segregados do restante dos efluentes e com os mesmos foi realizado então o ajuste do pH para 10. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Foi realizado um ensaio no qual foram adicionadas 5g de Na2S em 500 mL de efluente. Com isso foi possível verificar, de forma visual e empírica, uma satisfatória precipitação do mercúrio e um sobrenadante bem clarificado (FIGURA 4). Figura 4 Efluente com Hg antes e depois da adição de Na2S e precipitação Após a realização do ensaio, partiu-se para realização do tratamento em escala real. Com isso, em uma bombona de 100 L, foram adicionados cerca de 450 mL de efluente aquoso ácido, proveniente das análises de DQO e mercúrio e 18 L de efluente aquoso neutro/alcalino, proveniente das análises de Cloro e Amônia. Mesmo utilizando uma quantidade maior do efluente com pH elevado, o pH do equalizado ficou abaixo de 1, então foi necessário adicionar em torno de 23 L de efluente neutro/alcalino, que não continha mercúrio, para que o pH atingisse o padrão necessário, ou seja, pH 10 (FIGURA 5). Com isso ocorreu uma diluição desse efluente com mercúrio. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 40 Figura 5 Efluente com Mercúrio ajustado para pH 10 Posterior ao ajuste do pH, foram adicionados 185 g de sulfeto de sódio para então ocorrer a precipitação do mercúrio. Após 40 horas de repouso/precipitação, foi realizada uma coleta do sobrenadante. Realizou-se a filtração desse sobrenadante (FIGURA 6), sendo o mesmo enviado para análise afim de verificar a eficiência na remoção de mercúrio do efluente (DALLAGGO, 2008; SASSIOTTO, 2008; MICARONI, 2000). Figura 6 Filtração do sobrenadante do efluente com mercúrio 41 4.2.1.1.2 Neutralização do pH Para realizar a próxima etapa do tratamento, as duas correntes, a ácida e a neutra/alcalina, foram misturadas, juntamente com o sobrenadante do efluente que continha BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) mercúrio. Essa mistura já serviu como forma de neutralizar o pH do efluente, com isso, objetivou-se a manutenção do crescimento e reprodução dos microorganismos para posterior tratamento biológico do resíduo líquido. Na caixa d’água de 250 L ocorreu a mistura, neutralização do pH e precipitação do efluente, para isso foram adicionados cerca de 6 L do sobrenadante do efluente que continha mercúrio, o mesmo manteve seu pH em torno de 10. Logo após foram adicionados cerca de 60 L de efluente aquoso ácido, com o pH em torno de 1, proveniente dos resíduos líquidos das análises de cádmio, ácido bórico, nitritros e nitratos e fósforo. Para finalizar e realizar a neutralização do pH, foi adicionado cerca de 25 L de efluente aquoso neutro/alcalino, proveniente dos resíduos líquidos das análises de proteína, cálcio, cloretos e nitrogênio. Com a adição dessa quantidade de efluente e a agitação manual para equalização, foi possível chegar a um pH em torno de 6,9 (FIGURA 7). Figura 7 Efluente com o pH neutralizado De acordo com Chernicharo (2007) e Nuvolari (2003) o pH do afluente ao reator anaeróbio deve sempre ser superior a 6,2 e, preferencialmente, na faixa de 6,8 a 7,2, por isso e também para precipitar alguns metais que o pH do efluente que seria inserido no reator anaeróbio foi ajustado para 6,9. Antes de inciar a decantação, foi realizada uma coleta do efluente para a realização de alguns ensaios (cromo, cádmio, DBO, DQO, mercúrio, sólidos suspensos, sólidos totais 42 voláteis, turbidez e pH). Esses mesmos ensaios foram realizados após o tratamento para verificar a eficiência do mesmo. Após a primeira etapa, o efluente ficou cerca de 24 horas sem movimentação, para precipitar os sólidos, alguns metais e outras substâncias em suspensão. Para Nunes (2004), BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) apenas neutralizando e elevando um pouco o pH é possível precipitar metais pesados na forma de hidróxidos ou carbonatos e fósforo na forma de fosfatos. Cada caso de precipitação deve ser analisado separadamente, objetivando selecionar o melhor precipitante ou ponto de precipitação que dará o melhor resultado na remoção dos poluentes, porém como existem diversos metais no efluente em estudo, somente foi realizado esse ajuste de pH. Depois da precipitação, com a utilização de baldes, o sobrenadante do efluente foi encaminhado até a próxima etapa do tratamento. 4.2.1.2 Tratamento secundário O tratamento secundário foi aplicado utilizando sistemas de reator anaeróbio e reator com lodo ativado. O desenho esquemático do sistema pode ser visualizado na Figura 8. Figura 8 Desenho esquemático do tratamento secundário da ETE 4.2.1.2.1 Reator anaeróbio Com o tratamento primário concluído, foi necessário buscar lodo de um reator anaeróbio em funcionamento para inoculçaõa no reator. Com isso foram pesquisadas algumas empresas da região com ETE. Como não foram encontradas empresas que tratem 43 especificamente efluentes com a mesma característica do efluente em questão, verificou-se empresas que estavam com o sistema de tratamento funcionando de forma adequada. Com isso, constatou-se que uma empresa do ramo alimentício estava com o tratamento funcionando adequadamente, então, mesmo sendo um segmento distinto e com as BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) características do efluente um pouco diferentes do resíduo líquido a ser tratado, foram coletados cerca de 20 L de lodo do reator anaeróbio na empresa, para ser utilizado como inóculo. Com o lodo coletado e o reator anaeróbio pronto para receber o lodo mais efluente, foram adicionados os 25 L de lodo (30% do volume do reator) e logo após, adicionou-se também cerca de 60 L do sobrenadante do efluente com o pH neutralizado (FIGURA 9). Com essa quantidade, completou-se quase que a totalidade do reator anaeróbio, com capacidade para 85 L. O volume de lodo e efluente inoculado no reator de lodos ativados seguiu informações de Chernicharo (2007). Figura 9 Colocação do efluente no reator anaeróbio Devido ao pouco tempo para realização do experimento, a adaptação do efluente com o lodo inóculo não foi muito prolongada. Essa adaptação e a mistura do efluente com o lodo foi realizada através da agitação mecânica do lodo mais efluente. O agitador mecânico foi instalado sobre o reator e o eixo do mesmo foi inserido na abertura anteriormente destinada para remoção dos gases. 44 Com o término da agitação, o agitador mecânico foi removido e no local onde ele estava inserido foi colocada uma válvula para controle e liberação dos gases gerados. Como o volume do reator e de efluente a ser tratado não era grande e o sistema foi realizado em batelada, assim não foi calculado o tempo de detenção hidráulica (TDH) em BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) função da não existência de uma vazão/fluxo constante. Conforme Chernicharo (2007), poderia ser adotado um TDH entre 8 a 10 horas, porém o TDH adotado neste experimento foi de 4 dias para permitir adaptação natural do lodo com o efluente a ser tratado. De acordo com Chernicharo (2007) a temperatura ótima para crescimento dos microrganismos anaeróbios é de 30 a 35ºC, mas como essa temperatura não é factível de ser atingida no início do tratamento, o mesmo foi realizado com a temperatura mantida entre 25 e 28ºC. Para manter essa temperatura constante, foi utilizada a barrica de 50 L, com o termostato ajustado a uma temperatura de 28ºC. Através de mangueiras enroladas no reator, o sistema, auxiliado por uma bomba, circulava a água aquecida, mantendo assim a temperatura constante. O sistema completo, com o reator, o agitador mecânico e a barrica para aquecimento podem ser visualizados na Figura 10. Figura 10 Reator anaeróbio com o sistema de aquecimento e agitação do lodo 45 Após permanecer durante 4 dias no reator anaeróbio, o sobrenadante do efluente tratado no reator anaeróbio foi coletado com o auxílio de baldes e encaminhado para a BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) próxima etapa do tratamento, o reator aeróbio. 4.2.1.2.2 Lodo ativado O sistema de lodo ativado também foi realizado em fluxo intermitente. A Figura 11 demonstra como normalmente é realizado o ciclo operacional em um sistema em batelada. Figura 11 Ciclo operacional típico de um sistema em batelada (SPERLING, 2002) No sistema de lodos ativados, o lodo utilizado para inoculação, foi proveniente da mesma empresa na qual foi coletado o inóculo para o reator anaeróbio. Na empresa foram coletados cerca de 17 L de lodo (30% do volume do reator), bastante denso, para a obtenção de grande quantidade de microrganismos. A porcentagem de efluente e lodo inserida no reator foi estipulada conforme Nuvolari (2003). 46 O lodo coletado foi então colocado no reator aeróbio e após isso foram inseridos cerca de 39 L do sobrenadante do efluente proveniente da etapa anterior. O volume do reator aeróbio é de 56 L, portanto não pôde ser utilizado todo o efluente tratado no reator anaeróbio. O sistema de aeração a ser utilizado é o de ar difuso, assim como demonstrado na BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 12. Figura 12 Sistemas de aeração por meio de difusores porosos (SPERLING, 2002) Conforme Sperling (2002), para um sistema de aeração com ar difuso, é necessária a insuflação entre 1 e 2 kg de O2/kWh. Com o auxílio de um compressor de ar, iniciou-se a injeção de 1 kWh de oxigênio no reator aeróbio (FIGURA 13). Figura 13 Reator aeróbio de lodo ativado 47 De acordo com Sperling (2002), os ciclos operacionais podem variar amplamente, de 6 a 48 horas. Porém, atualmente os sistemas projetados apresentam ciclos de menor duração, em torno de 6 a 12 horas. Como no tratamento proposto não foi possível realizar um tempo de adaptação do lodo as características do efluente, foi estipulado um ciclo de 24 horas, portanto BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) o tratamento foi realizado durante um dia. Após o fechamento do ciclo, a insuflação de ar foi desligada e a decantação do lodo ocorreu naturalmente no próprio reator aeróbio. Não foi necessário realizar a recirculação do lodo e nem o descarte do mesmo, já que somente foi realizada uma batelada, não havendo a reprodução do lodo. Não foi possível utilizar o restante da estrutura de aço inox como decantador, pois, como já descrito anteriormente, o sistema todo foi realizado em batelada, então não havia fluxo de efluente para que ele decantasse naturalmente na estrutura existente. 4.2.1.3 Tratamento terciário (Tanque de maturação/ polimento) Com o término do tratamento aeróbio, o sobrenadante dessa etapa foi retirado com o auxílio de baldes e colocado em um tanque de fibra de 250 L. Como o volume total de efluente tratado no reator aeróbio não foi muito grande, foi necessária a utilização de somente um tanque para o polimento final. O volume total de efluente no tanque foi de 35 L, com isso a altura do nível de efluente foi de 10 cm. Conforme Chernicharo (2007), as lagoas de polimento usualmente são bastante rasas, geralmente com alturas variando de 0,4 a 1,0 m e TDH também bastante reduzidos, em torno de 9 a 12 dias, isso para um conjunto de 3 a 4 lagoas. De acordo com essas informações e como não houve uma grande quantidade de efluente, o TDH do efluente foi de 1 dia e em apenas um tanque de polimento. Cabe ressaltar que era um dia de sol, com temperatura média em torno de 25ºC (FIGURA 14). BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 48 Figura 14 Tanque de maturação do efluente Após o tratamento foi realizada mais uma coleta de efluente para a realização de alguns ensaios, os parâmetros analisados e os resultados dos mesmos serão descritos a seguir. 49 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES A seguir serão apresentados os resultados dos ensaios realizados para a caracetrização do efluente e das análises antes e depois do tratamento primário, para remoção do mercúrio, e BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) também os resultados das análises realizadas após o ajuste do pH, antes do tratamento e após o tratamento terciário. 5.1 Resultados da caracterização do efluente De acordo com a metodologia e os reagentes utilizados em cada análise no Unianálises, foram determinados os ensaios que seriam realizados no efluente. Essa avaliação foi realizada conforme os dados presentes no Anexo 1, documento elaborado pelo PISR. Os resultados das análises são apresentados na Tabela 4 e de acordo com os mesmo foi elaborada a metodologia de tratamento a ser utilizada. As cópias dos laudos estão no Anexo 2. Tabela 4 Resultados das análises dos efluentes e os limites para lançamento Resultados Parâmetros Efluente Aquoso Ácido Efluente Aquoso Neutro / Alcalino Limite CONSEMA 128 e CONAMA 357 Alumínio 0,39 mg/L 0,64 mg/L 10 mg/L - Cloretos Cobre 3498,9 mg/L Cl 5,695 mg/L Cor aparente Interferência no método Interferência no método Não apresentar cor 87,592 mg/L 107,250 mg/L Não detectado 1316 mg/L O2 363, 61 mg/L P 298,80 mg/L 224,6 mg/L N 18,745 mg/L 0,070 mg/L 71 mg/L O2 7894 mg/L O2 47,79 mg/L P 36,66 mg/L 109,8 mg/L 0,5 mg/L 0,1 mg/L 180 mg/L 400 mg/L 4 mg/L 0,01 mg/L 20 mg/L 68,0 mL/L 0,4 mL/L <1,0 mL/L 1267 mg/L 186 mg/L 180 mg/L 182132 mg/L Não detectado Não apresentado 423,00 UT < 1,00 < 10 mg/L 10,83 UT 13,42 <10 mg/L Não apresentado Entre 6,0 e 9,0 < 10 mg/L Cromo Cádmio DBO DQO Fósforo Total Mercúrio Nitrogênio Total Sólidos sedimentáveis Sólidos Suspensos Sólidos Totais Voláteis Turbidez pH Óleos e Graxas 1199,6 mg/L Cl 44,660 mg/L - 250 mg/L 0,5 mg/L 50 5.2 Tratamento preliminar físico-químico / remoção de mercúrio Os resultados da primeira etapa do tratamento, precipitação do mercúrio, podem ser observados na Tabela 5 e nos laudos, nos Anexos 3 e 4. O efluente continha 1.870,1 mg/L de BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) mercúrio antes de ser precipitado e após a precipitação o valor do metal presente ficou em 93,75 mg/L. Tabela 5 Resultados das análises do efluente com Hg antes e depois da precipitação Resultados Parâmetro Mercúrio Efluente bruto Efluente precipitado 1.870,1 mg/L Hg 93,75 mg/L Hg Limite CONSEMA 128 e CONAMA 357 0,01 mg/L Hg Mesmo não atingindo os parâmetros de emissão, essa redução é bastante considerável e deve auxiliar nas próximas etapas de tratamento, já que, como descrito anteriormente, o mercúrio pode interferir na reprodução dos microorganismos responsáveis pelo tratamento anaeróbio e aeróbio. 5.3 Tratamento primário, secundário e terciário As análises realizadas após o ajuste do pH (antes do tratamento anaeróbio) e após o tratamento terciário, juntamente com um comparativo em relação aos padrões de lançamento nos recursos hídricos das legislações nacional e do Rio Grande do Sul, podem ser verificados na Tabela 6. Os Anexos 5 e 6 mostram os laudos emitidos sobre esse ensaios. Tabela 6 Resultados das análises antes e depois do tratamento Resultados Parâmetro Cromo Cádmio DBO DQO Mercúrio Sólidos Suspensos Sólidos Totais Voláteis Turbidez pH Efluente bruto Efluente tratado 2,13 mg/L Cr 6,96 mg/L Cd 1.765 mg/L O2 3.409 mg/L O2 Não realizado 323 mg/L 0,17 mg/L Cr 0,170 mg/L Cd 346 mg/L O2 1.035 mg/L O2 Não detectado 16 mg/L Limite CONSEMA 128 e CONAMA 357 0,5 mg/L Cr 0,1 mg/L Cd 180 mg/L O2 400 mg/L O2 0,01 mg/L 180 mg/L 2.759 mg/L 372 mg/L Não apresentado 26,65 UT 6,93 85,10 UT 8,74 Não apresentado Entre 6,0 e 9,0 51 Na tabela é possível verificar a grande diminuição em alguns parâmetros e uma boa eficiência na remoção dos sólidos totais voláteis (STV), cerca de 86,5%, e dos sólidos suspensos, 95%, estes se mostraram adequados ao padrão de lançamento da legislação. O ensaio de cádmio demonstrou que não foi possível atingir o limite para emissão, BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) porém a remoção foi bastante significativa, atingindo uma eficiência maior do que 97%. O cromo demonstrou também uma alta eficiência, em torno de 92%, mas como estava presente em menor quantidade antes do tratamento (2,13 mg/L Cr), e o limite para lançamento de cromo é mais alto, o mesmo conseguiu atingir esse padrão. De acordo com o Unianálises, não foi possível realizar o ensaio de mercúrio, antes do tratamento, devido a alta carga orgânica presente no efluente, o que fazia com a leitura dos valores não fosse correta. Após o tratamento não foi detectada a presença de mercúrio no efluente, o que demonstra que houve uma grande redução da quantidade de mercúrio na amostra. O pH aumentou de 6,93 no tanque de equalização, para 8,74, após o tratamento terciário, o que conforme Chernicharo (2001) pode ser considerado normal, já que a tendência do pH, na lagoa de polimento, é subir e ficar na faixa de 7,5 a 9,0 antes do lançamento no recurso hídrico. No caso da turbidez, houve um aumento de 26,55 UT para 85,10 UT, o que, provavelmente, se deve a presença de sólidos dissolvidos na água que aumentaram pelas mudanças de pH ocorridas no tratamento. Tanto a DBO, quanto a DQO obtiveram uma eficiência satisfatória após o tratamento, atingindo cerca de 80 e 62% de eficiência, respectivamente. Esses valores não atingiram os padrões de lançamento que são 180 mg/L de O2, para DBO e 400 mg/L de O2, para a DQO. Para calcular a porcentagem de eficiência em cada um dos ensaios, foi realizada uma subtração do resultado inicial e final, dividindo-se pelo resultado incial, onde o valor obtido foi multiplicado por 100%. Uma questão importante que pode ser levantada em relação aos laboratórios de análises físico-químicas e microbiológicas e a cobrança dos órgãos ambientais, é em relação a real necessidade de tantas análises para verificar a qualidade dos efluentes. Isso é importante, já que com a realização de análises em grande quantidade, geram-se também efluentes em grande quantidade e talvez estes sejam mais perigosos que o efluente em análise, pois os reagentes utilizados, geralmente, tendem a ser mais nocivos ao meio ambiente. Um grande exemplo é a análise de DQO, nela é necessário utilizar sulfato de mercúrio (Hg2SO4) como reagente. Com a utilização dessa substância o resíduo líquido proveniente desse tipo de análise tende a ficar bastante contaminado com diversos metais pesados, 52 principalmente o mercúrio, além de se tornar um efluente com pH extramente ácido. Somente no Unianálises são realizadas cerca de 40 análises de DQO por mês, que acabam gerando uma BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) grande quantidade de efluente contaminado. 53 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Na caracterização do efluente, foi possível verificar que as duas correntes de efluentes são distintas principalmente no que se refere ao pH, pois uma é alcalina e a outra é ácida. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Também diferem na presença de alguns metais como cádmio e mercúrio; nutrientes, como o fósforo, e DBO. A corrente alcalina apresenta DBO, enquanto a corrente ácida não possui valor de DBO. Isto pode ser explicado pelo fato dos microorganismos não sobreviverem em pH muito ácido. Em termos gerais as duas correntes apresentam valores de DQO muito altos, característica de efluente de laboratórios e concentrações muito altas de metais pesados e tóxicos, como é o caso do mercúrio e do cromo. Com os resultados obtidos nos ensaios, antes e depois do tratamento, foi possível verificar que o tratamento realizado obteve um resultado satisfatório, diminuindo os valores de grande parte dos parâmetros. O fato de alguns parâmetros não atingirem os padrões para lançamento em recursos hídricos, pode ser explicado em razão da falta de tempo para a adaptação dos microrganismos nos reatores anaeróbios e aeróbios. Os resultados de cádmio e cromo tiveram uma grande remoção pelo tipo de tratamento realizado. Com isso foi possível verificar que mesmo sem realizar um tratamento físicoquímico específico para remoção destes metais, assim como foi realizado com o mercúrio, foi possível remover grande parcela dos mesmos através do ajuste do pH e precipitação. No tratamento primário, houve uma eficiência de 95% na remoção de mercúrio. Podese considerar o resultado muito satisfatório, já que o restante foi possível remover com o tratamento biológico e o polimento final. O resultado atingiu os padrões de emissão, dessa forma o efluente, em relação ao parâmetro mercúrio, poderia ser lançado em um recurso hídrico. Enfim, para obter melhores resultados no tratamento deste efluente ou de efluentes com características semelhantes, poderia haver um tempo de detenção hidráulica maior do inóculo com o efluente, bem como realizar a recirculação do lodo no sistema de decantação para o reator de lodos ativados. No tratamento terciário, polimento/maturação, também poderia haver maior tempo de detenção hidráulica para essa etapa, com isso o efluente seria monitorado, aguardando atingir os padrões de emissão. 54 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) REFERÊNCIAS ALBERGUINI, Leny B. A.; SILVA, Luís C.; REZENDE, Maria O. O.. Tratamento de resíduos químicos: guia prático para a solução dos resíduos químicos em instituições de ensino superior. São Carlos: RiMa, 2005. ALVES, Larissa C.; CAMMAROTA, Magali C.; FRANÇA, Francisca P.. 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Ácido nítrico, cloreto de potássio Reativo de Nessler (contém Hg), solução tampão de borato, ácido bórico 2%, amônia, solução indicadora mista, ácido sulfúrico, hidróxido de sódio, agente declorinizante, tartarato duplo de sódio e potássio, tampão de fosfato, ácido clorídrico borohidreto de sódio, hidróxido de sódio, iodeto de sódio, ácido sulfúrico, persulfato de potássio, ácido clorídrico, antimônio borohidreto de sódio, hidróxido de sódio, iodeto de sódio, ácido sulfúrico, persulfato de potássio, ácido clorídrico, antimônio Solução de fenolftaleína, Solução de verde de bromacresol, ácido sulfúrico, carbonato de sódio, ácido clorídrico. Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. CHUMBO Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. CLORETOS Cromato de potássio, nitrato de prata, ácido sulfúrico, hidróxido de alumínio CLORETO DE NÍQUEL ---------- CLORO RESIDUAL LIVRE Na2HPO4, KH2PO4, EDTA, HgCl2, H2SO4, n,n-dietil-p-fenilenodiamina, sulf. ferroso amoniacal, ácido fosfórico, dicromato de potássio, difenilamina sulfonato de bário, iodeto de potássio, arsenite de sódio, tioacetamida, CLORO RESIDUAL TOTAL Idem ao cloro residual livre COBRE Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. CONDUTIVIDADE Solução padrão de condutividade de 1412 S/cm COR APARENTE Cloroplatinato de potássio, cloreto de cobalto, ácido clorídrico CROMO Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. DBO KH2PO4, K2HPO4, Na2HPO4, NH4Cl, MgSO4, CaCl, FeCl3, glicose, ácido glutâmico RESÍDUO AQUOSO ÁCIDO RESÍDUO AQUOSO NEUTRO/ ALCALINO DQO Ácido sulfúrico/sulfato de prata,dicromato de potássio, sulfato de mercúrio DUREZA TOTAL EDTA, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, hidróxido de amônia, vermelho de metila, sulfato de magnésio, cloreto de amônio, negro de eriocromo, trietanolamina, NaCN, sulfito de sódio DUREZA PARCIAL Idem a dureza total Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) ESTANHO FERRO Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. FLUORETOS POR ELETRODO Fluoreto de sódio, ácido acético, cloreto de sódio, CDTA, hidróxido de sódio, padrão de fluor FÓSFORO TOTAL Ácido sulfúrico, hidróxido de sódio, fenolftaleína, antimonil tartarato de potássio, molibdato de amônio, ácido ascórbico, fosf. diácido potássio Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. MAGNÉSIO MANGANES MATÉRIA ORGÂNICA Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. Permanganato de potássio,ácido súlfurico,oxalato de sódio MERCÚRIO Borohidreto de sódio, hidróxido de sódio, permang. de potássio, cloreto de sódio-hidroxilamina, persulfato de potássio, ácido sulfúrico, ácido nítrico, padrão de Hg NÍQUEL Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. NITRITOS Permang. de potássio, hidróxido de bário, n,n- dietil-p-fenilenodiamina, ácido sulfúrico, sulfato manganoso, ácido fosfórico, sulfanilamida, nitrito de sódio, oxalato sódio NITRATOS Sulfato de alumínio, sulfato de prata, ácido bórico, ácido sulfâmico, hidróxido de sódio, solução nitratos NITROGENIO AMONIACAL Reativo de Nessler (contém Hg), solução tampão de borato, ácido bórico 2%, amônia, solução indicadora mista, ácido sulfúrico, hidróxido de sódio, agente declorinizante, tartarato duplo de sódio e potássio, tampão de fosfato, ácido clorídrico NITROGENIO ORGANICO Sulfato de potássio, sulfato de cobre, hidróxido de sódio, tiossulfato de sódio, fenolftaleína, reativo de nessler, tampão de borato, ácido bórico, cloreto de amônio, indicador misto, ácido sulfúrico NITROGENIO TOTAL Idem nitrogênio orgânico OXIGÊNIO DISSOLVIDO pH POTÁSSIO SELÊNIO SÍLICA SILICIO SÓDIO Solução eletrolítica Cloreto de potássio, tampão de pH 4,00, tampão de pH 7,00, tampão de pH 6,86, tampão de pH 9,18 Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. borohidreto de sódio, hidróxido de sódio, iodeto de sódio, ácido sulfúrico, persulfato de potássio, ácido clorídrico, antimônio Ácido clorídrico, ácido oxálico, molibdato de amônia Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. -------- SÓLIDOS SUSPENSOS -------- SÓLIDOS SUSPENSOS FIXOS -------- SÓLIDOS SUSPENSOS VOLÁTEIS -------- SÓLIDOS TOTAIS SÓLIDOS TOTAIS FIXOS SÓLIDOS TOTAIS VOLÁTEIS SÓLIDOS TOTAIS DISSOLVIDOS SULFANATO DE NÍQUEL BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS ---------------------------Nitrato de prata, cromato, EDTA SULFATOS Cloreto de bário, cloreto de magnésio, acetato de sódio, nitrato de potássio, ácido acético, sulfato de sódio, sulfato de hidrazina, hexametilenotetramina SULFETOS Acetato de zinco, hidróxido de sódio, ácido clorídrico, tiossulfato de sódio, iodo, amido SULFITOS TURBIDEZ ZINCO ANÁLISES ALIMENTOS AÇÚCAR NÃO REDUTOR AÇÚCAR REDUTOR Ácido sulfúrico, iodeto-iodato, EDTA, amido, ácido sulfâmico, acetato de zinco Padrão de turbidez 4000 UT, sulfato de hidrazina, hexametilenotetramina Ácido nítrico, padrão do metal, óxido de lantânio, carbonato de cálcio, ácido clorídrico, cloreto de potássio, nitrato de alumínio, cloreto de césio. UNIANÁLISES ATIVIDADES ANALÍTICAS SERVIÇOS REAGENTES USADOS Sulfato de cobre, tartarato de Na e K, hidróxido de sódio, azul de metileno, sulfato de zinco, antrona, etanol, ácido sulfúrico, benzoato de sódio, iodo, glicose Sulfato de cobre, tartarato de Na e K, hidróxido de sódio, azul de metileno, sulfato de zinco, antrona, etanol, ácido sulfúrico, benzoato de sódio, iodo, glicose AÇÚCARES TOTAIS Sulfato de cobre, tartarato de Na e K, hidróxido de sódio, azul de metileno, sulfato de zinco, antrona, etanol, ácido sulfúrico, benzoato de sódio, iodo, glicose AMIDO Sulfato de cobre, tartarato de Na e K, hidróxido de sódio, azul de metileno, sulfato de zinco, antrona, etanol, ácido sulfúrico, benzoato de sódio, iodo, glicose ASPECTO -------- ATIVIDADE DE ÁGUA MgCl2, K2CO3, Mg(NO3)2, NaBr, CoCl2, SrCl2, NaNO3, NaCl, Kbr, (NH4)2SO4, Kcl, Sr(NO3)2, BaCl2, KNO3, K2SO4, SaI BRIX -------- CÁLCIO EDTA, ácido clorídrico, cloreto de amônia, hidróxido de amônia, calcon, sulfato sódio, calceína, timolftaleína, nitrato de potássio, trietanolamina, cianeto de potássio, hidróxido de sódio, molibdato de amônio, ácido nítrico, hidróxido de potássio, vermelho de metila, etanol, ácido sulfúrico, permanganato de potássio, oxalato de amônio CLORETOS Nitrato de prata, cromato de potássio RESÍDUO AQUOSO ÁCIDO RESÍDUO AQUOSO NEUTRO/ ALCALINO Ácido clorídrico, ácido nítrico, óxido de lantânio, padrão Titrisol DISPERSIBILIDADE EM LEITE EM PÓ -------- DRIPPING TEST -------- FERRO Ácido clorídrico, ácido nítrico, óxido de lantânio, padrão Titrisol, carbonato de cálcio FIBRA ALIMENTAR Etanol, Na2HPO4, NaH2PO4, NaOH, H3PO4, HCl FÓSFORO BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) COBRE Ácido sulfúrico, metavanadato amônio, ácido nítrico, molibdato de amônio GORDURA MONOINSATURADA Ácido pirogálico, ácido clorídrico, hidróxido de amônio, éter etílico, éter de petróleo, etanol, clorofórmio, sulfato de sódio, trifluoreto de boro, metanol, ácido undecanóico GORDURA POLINSATURADA Idem gordura monoinsaturada GORDURA SATURADA GORDURA TRANS HIDROXIMETILFURFURAL ÍNDICE DE PERÓXIDO ÍNDICE DE SAPONIFICAÇÃO NA MANTEIGA MAGNÉSIO MANGANÊS Idem gordura monoinsaturada Idem gordura monoinsaturada Ferrocianeto de potássio, sulfato de zinco, bissulfito de sódio Amido, iodeto de potássio, tiossulfato de sódio, carbonato de sódio, ácido acético, clorofórmio Ácido clorídrico, fenolftaleína, hidróxido de potássio Ácido clorídrico, ácido nítrico, óxido de lantânio, padrão Titrisol Ácido clorídrico, ácido nítrico, óxido de lantânio, padrão Titrisol NITRATOS Sulfanilamida, ácido clorídrico, dicloreto de N-1-Naftil-etilenodiamina, hidróxido de amônio, cádmio, nitrato de sódio, tetraborato de sódio NITRITOS Sulfanilamida, ácido clorídrico, dicloreto de N-1-Naftil-etilenodiamina, hidróxido de amônio, cádmio, nitrito de sódio, tetraborato de sódio ÒMEGA 3 Ácido pirogálico, ácido clorídrico, hidróxido de amônio, éter etílico, éter de petróleo, etanol, clorofórmio, sulfato de sódio, trifluoreto de boro, metanol, ácido undecanóico ÒMEGA 6 Ácido pirogálico, ácido clorídrico, hidróxido de amônio, éter etílico, éter de petróleo, etanol, clorofórmio, sulfato de sódio, trifluoreto de boro, metanol, ácido undecanóico pH Cloreto de potássio, tampão de pH 4,00, tampão de pH 7,00, tampão de pH 6,86, tampão de pH 9,18 POTÁSSIO Ácido clorídrico, ácido nítrico, óxido de lantânio, padrão Titrisol PROTEÍNA Sulfato de potássio, sulfato de cobre, vermelho de metila, verde bromocresol, álcool etílico, hidróxido de sódio, fenolftaleína, ácido sulfúrico, carbonato de sódio, ácido bórico, ácido clorídrico PROVA DE COCÇÃO ---------- PROVA DE LUND REAÇÃO DE FIEHE SÓDIO SÓLIDOS INSOLÚVEIS EM ÁGUA UMECTABILIDADE UMIDADE VALOR CALÓRICO ZINCO Ácido tânico, tolueno, ácido salicílico Resorcina, ácido clorídrico Ácido clorídrico, ácido nítrico, óxido de lantânio, padrão Titrisol ------------------------------Ácido clorídrico, ácido nítrico, óxido de lantânio, padrão Titrisol LEITE ACIDEZ Fenolftaleína, álcool etílico, hidróxido de sódio, biftalato de potássio, ácido acético, fucsina C.I. 42510 Hidróxido de sódio, manitol, solução de púrpura bromocresol ÁCIDO SÓRBICO Ácido 2-tiobarbitúrico, ácido acético, dicromato de potássio, ácido sulfúrico ÁCIDO SIÁLICO LIVRE LIGADO A GLICOPROTEÍNA DO LEITE Ácido N-acetilneuramínico, ácido fosfotúngstico, ácido tricloroacético, ninidrina, ácido clorídrico, ácido acético glacial AÇÚCARES REDUTORES Sulfato de cobre, tartarato de Na e K, hidróxido de sódio, azul de metileno, sulfato de zinco, antrona, etanol, ácido sulfúrico, benzoato de sódio, iodo, glicose ALCALINIDADE DAS CINZAS Ácido clorídrico, carbonato de sódio, vermelho de metila, hidróxido de sódio, biftalato de potássio, fenolftaleína, álcool etílico, cloreto de cálcio ÁLCOOL E ALIZAROL 1,2 dihidroxiantraquinona, álcool etílico, alizarina, fenolftaleína, hidróxido de sódio ÁLCOOL ETÍLICO CÁLCIO DENSIDADE EXTRATO SECO DESENGORDURADO EXTRATO SECO TOTAL FERVURA FORMALDEÍDO BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) ÁCIDO BÓRICO Dicromato de potássio, ácido sulfúrico, anti-espumante Éter absoluto, éter de petróleo, óxido de lantânio, ácido nítrico Cloreto de sódio ------------------------------Ácido cromotrópico, ácido sulfúrico, formaldeído FOSFATASE ALCALINA Sulfato de cobre pentahidratado, 2,6-dicloroquinona cloroimida, álcool etílico, fenilfosfato dissódico dihidratado, carbonato de sódio anidro, bicarbonato de sódio GELATINA Mercúrio, ácido nítrico, nitrato de mercúrio II monohidratado, ácido pícrico GORDURA MONOINSATURADA Ácido pirogálico, ácido clorídrico, hidróxido de amônio, éter etílico, éter de petróleo, etanol, clorofórmio, sulfato de sódio, trifluoreto de boro, metanol, ácido undecanóico GORDURA POLIINSATURADA Ácido pirogálico, ácido clorídrico, hidróxido de amônio, éter etílico, éter de petróleo, etanol, clorofórmio, sulfato de sódio, trifluoreto de boro, metanol, ácido undecanóico GORDURA SATURADA Ácido pirogálico, ácido clorídrico, hidróxido de amônio, éter etílico, éter de petróleo, etanol, clorofórmio, sulfato de sódio, trifluoreto de boro, metanol, ácido undecanóico ÍNDICE DE CASEÍNOMACROPEPTÍDEO (CMP) ÍNDIDE DE CRIOSCOPIA ÍNDICE DE SAPONIFICAÇÃO LIPÍDEOS BUTIRÔMETRO Ácido tricloroacético, ácido fosfórico concentrado, hidróxido de potássio, hidrogenofosfato de potássio, dihidrogenofosfato de potássio, sulfato de sódio, caseinomacropeptídeo, fosfato dissódico heptahidratado, azida sódica Cloreto de sódio, etileno glicol Ácido clorídrico, fenolftaleína, hidróxido de potássio Ácido sulfúrico, álcool isoamílico MALTODEXTRINA Acetato de zinco, ferrocianeto potássio, acetonitrila, acetato de etila, propanol, naftol, etanol, ácido sulfúrico, lactose, maltose, maltodextrina, sacarose ÔMEGA 3 Ácido pirogálico, ácido clorídrico, hidróxido de amônio, éter etílico, éter de petróleo, etanol, clorofórmio, sulfato de sódio, trifluoreto de boro, metanol, ácido undecanóico ÔMEGA 6 Ácido pirogálico, ácido clorídrico, hidróxido de amônio, éter etílico, éter de petróleo, etanol, clorofórmio, sulfato de sódio, trifluoreto de boro, metanol, ácido undecanóico PEROXIDASE Peróxido d hidrogênio, guaiacol, etanol PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO Guaiacol, álcool etílico PODER COAGULANTE DO COALHO Cloreto de sódio, coalho PRESENÇA DE AMIDO Iodeto de potássio, iodo PRESENÇA DE CLORETOS Cromato de potássio, nitrato de prata, cloreto de sódio Iodeto de potássio, amido solúvel, ácido clorídrico, ácido acético PRESENÇA DE DICROMATO DE POTÁSSIO Nitrato de prata, dicromato de potássio PRESENÇA DE NEUTRALIZANTES DA ACIDEZ Etanol, ácido rosálico, hidróxido de sódio, fenolftaleína PRESENÇA DE PUS Hidróxido de amônio, fucsina básica, álcool etílico PRESENÇA DE SACAROSE PRESENÇA DE SANGUE BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) PRESENÇA DE CLORO E HIPOCLORITO Ácido clorídrico, resorcina ---------- PROTEÍNA BRUTA Sulfato de potássio, sulfato de cobre, vermelho de metila, verde bromocresol, álcool etílico, hidróxido de sódio, fenolftaleína, ácido sulfúrico, carbonato de sódio, ácido bórico, ácido clorídrico, anti-espumante SÓDIO Ácido clorídrico, ácido nítrico, óxido de lantânio, padrão Titrisol, carbonato de cálcio PRODUTOS CLORO ATIVO pH TEOR DE ÁCIDO NÍTRICO TEOR DE HIDRÓXIDO DE SÓDIO Tiossulfato de sódio, carbonato de sódio, ácido acético, iodeto de potássio, amido Cloreto de potássio, tampão de pH 4,00, tampão de pH 7,00, tampão de pH 6,86, tampão de pH 9,18 Hidróxido de sódio, fenolftaleína Ácido sulfúrico, fenolftaleína BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 57 ANEXO 2 Laudos dos efluentes aquoso ácido e aquoso neutro/alcalino BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 58 ANEXO 3 Laudo do efluente bruto com mercúrio BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 59 ANEXO 4 Laudo do efluente com mercúrio precipitado BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 60 ANEXO 5 Laudo do efluente antes do tratamento secundário BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 61 ANEXO 6 Laudo do efluente após o tratamento terciário BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu)