Genótipos do vírus da Hepatite B, variáveis associadas

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2as JORNADAS DE INICIAÇÃO À INVESTIGAÇÃO CLÍNICA
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HEPATITE: MARCADORES VÍRICOS
Genótipos do vírus da Hepatite B, variáveis associadas, características e distribuição numa
amostra da população portuguesa
Ana Paula Mota (Técnica de Diagnóstico e Terapêutica Análises Clínicas, Serviço de Hematologia
Clínica, HSA/CHP) (Doutoranda, ICBAS/UP)
Orientadores: Jorge Areias (HSA/CHP e ICBAS/UP); Margarida Fonseca Cardoso (ICBAS/UP); Fátima
Guedes (FCS/UFP)
Introdução
Cerca de 1% da população portuguesa está cronicamente infectada pelo Vírus da Hepatite B (VHB).
Objectivos
Descrever o perfil epidemiológico e genotípico da infecção pelo VHB na Região Norte de Portugal, dando
particular relevo ao género, à ingestão excessiva de álcool e à doença hepática.
Material e Métodos
Indivíduos com infecção crónica pelo VHB estudados no HSA, CHP. Avaliação de parâmetros sóciodemográficos, hábitos de ingestão alcoólica, parâmetros biológicos: marcadores víricos, carga viral,
genotipagem, enzimas hepáticas, avaliação histológica.
Resultados Obtidos
Amostra composta por 358 indivíduos, 292 com avaliação histológica. Predominância do genótipo D (60,3%) e
do género masculino (56,7%). Transmissão intrafamiliar com maior expressão nas mulheres e a sexual nos
homens. No género feminino a ausência do AgHBe observa-se numa proporção menor no genótipo D face ao
A (P=0,028). O doseamento das enzimas hepáticas, permitiu verificar que dois factores estavam associados de
forma independente e significativa com o aumento dos níveis de ALT: o género masculino (OR=3,835; IC95%
2,234 a 6,586; P<0.001) e a positividade de AgHBe (OR=3,020; IC95% 1,695 a 5,381; P<0,001). Os homens
apresentavam valores de AST mais elevados face às mulheres (OR=2,086; IC95% 1,245 a 3,496; P=0,005) Os
indivíduos com AgHBe tem uma maior probabilidade de apresentarem níveis elevados de AST (OR=2,414;
IC95% 1,412 a 4,127 P=0,001). No grupo de indivíduos com ingestão de álcool acima de 20 g/dia, verificou-se
o predomínio do género masculino (P<0,001). Relativamente à biopsia hepática, verificou-se de forma
estatisticamente significativa que os indivíduos com ingestão excessiva de álcool (> 20g/dia) apresentavam um
painel mais severo da doença hepática face aos que ingeriam menos de 20 gramas de álcool por dia
(P<0,001).
Conclusão
Este estudo descreveu o perfil epidemiológico e genotípico do VHB no Norte de Portugal. Foi analisada a
possível associação entre doença hepática e um vasto número de características individuais, verificando-se
uma associação positiva com o género masculino, álcool. O AgHBe apresentou-se também associado com
ALT e AST. Este estudo deveria ser alargado a todo o país de forma a traçar o perfil epidemiológico e
genotípico da população Portuguesa, e permitir determinar a prevalência da infecção pelo VHB.
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