UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROREITORIA DE ENSINO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA- BIGUAÇU KELLY DIAS DORVALINO ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE AO TRATAMENTO DE FIBROMIALGIA BIGUAÇU 2010 1 KELLY DIAS DORVALINO ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE AO TRATAMENTO DE FIBROMIALGIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Psicologia na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI – Centro de Ciências da Saúde. Orientação: Professora Ivânia Jann Luna. BIGUAÇU 2010 2 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela vida. Aos meus pais pela oportunidade de estar na faculdade e pelo apoio incondicional durante minha trajetória acadêmica. Aos meus irmãos Luciane e Eduardo pelo apoio. Ao meu namorado Paulo que mesmo distante fisicamente, esteve presente incentivando e apoiando a conclusão desse trabalho. À professora Ivânia (orientadora) pela compreensão, apoio e carinho nos momentos difíceis, sempre me auxiliando com suas contribuições teóricas e práticas. À professora Ana Paula e ao professor Mauro, por terem aceitado participar da minha banca. Aos meus amigos pela paciência e carinho. À minha amiga Renata, que também estava passando pelo mesmo processo, obrigada pelo incentivo. E a todos que, mesmo que indiretamente, contribuíram para minha jornada acadêmica. 3 RESUMO Esta pesquisa tem como objetivo geral verificar as possibilidades de atuação do psicólogo frente ao tratamento da Fibromialgia. O trabalho desenvolvido foi embasado em uma pesquisa bibliográfica tipo exploratória, que consistiu em levantamento e estudo bibliográfico sobre literatura científica a respeito da Fibromialgia, publicada nos últimos cinco anos. A Fibromialgia é uma síndrome de dor crônica, com sintomas que podem variar desde leves até casos de dores, fadiga, síndrome do cólon irritável, depressão, ansiedade entre outros, podendo interferir no bem-estar do indivíduo o impossibilitando de desempenhar atividades do seu dia-a-dia sejam elas no âmbito profissional ou social. Os sintomas e a cronicidade dessa síndrome podem causar prejuízo à qualidade de vida dos indivíduos. Por meio do levantamento bibliográfico buscou-se verificar as contribuições que a psicologia oferece para o tratamento da Fibromialgia, e na promoção da qualidade de vida. Palavras-chave: Fibromialgia, Dor Crônica, Psicologia, Qualidade de Vida 4 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 5 2 METODOLOGIA ................................................................................................................. 7 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................................... 9 3.1 PREVALÊNCIA DE SINTOMATOLOGIAS EMOCIONAIS ASSOCIADAS À DOR CRÔNICA DE PACIENTES COM FIBROMIALGIA..................................................9 3.2. DIFERENTES PERSPECTIVAS DA PSICOLOGIA PARA O TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA.................................................................................................................11 3.3 INSTRUMENTOS USADOS PARA AVALIAÇÃO DAS DIVERSAS DIMENSÕES DA FIBROMIALGIA........................................................................................................................17 3.4 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE AO TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA.....20 4 CONCLUSÕES E SUGESTÕES......................................................................................... 24 REFERÊNCIAS........................................................................................................................ 26 1. INTRODUÇÃO A Fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dores no corpo. Os sintomas são variáveis de pessoa para pessoa e, variando ao longo do tempo, o que dificulta o tratamento e a própria adaptação do doente a um novo estilo de vida que lhe permita lidar com a doença. Segundo Oliveira e Camões (2003), os sintomas associados à Fibromialgia são: fadiga, alteração no sono, rigidez matinal, sensação de edema e/ou formigueiro, dor de cabeça crônica, dificuldade de memória, depressão, ansiedade, dor aguda generalizada, coceira, síndrome do cólon Irritável, sintomas relativos aos órgãos genitais e urinários e ainda outros sintomas associados. Partindo desse pressuposto, os sintomas da Fibromialgia podem variar desde físicos à psicológicos, podendo causar um impacto profundo na vida desses indivíduos tanto no âmbito social como profissional, podendo ocasionar o afastamento desses indivíduos de suas atividades profissionais ou ainda de momentos de lazer. Como essas dores podem ser desacreditadas pelos demais indivíduos inseridos no seu meio, isso faz com que estes se afastem do seu meio social, podendo desestabilizar suas relações. Segundo Souza e Carvalho (2003, p.516 apud Organização Mundial de Saúde) propõe uma natureza multifatorial da qualidade de vida, refere-se a esse conceito a partir de cinco dimensões, saúde física, saúde psicológica, nível de independência, relações sociais e meio ambiente. Pensar a Fibromialgia como um conjunto de sintomas que podem gerar impacto na qualidade de vida de seus portadores, é imprescindível focar o papel do psicólogo diante das possíveis formas de tratamento dessa síndrome, nas diferentes perspectivas teóricas da psicologia, sendo assim um tema de relevância para uma pesquisa bibliográfica da literatura disponível. A Psicologia da Saúde, que tem como objetivo compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença. APA (2003, apud CASTRO e BORNHOLDT, 2004, p.49), busca junto com as demais abordagens da psicologia, atuar na reabilitação de indivíduos com doenças crônicas promovendo assim a qualidade de vida, porém não deixando de pensar na multidisciplinaridade do tratamento. 6 No tratamento da Fibromialgia, a Psicologia pode ter um papel importante, não só no tratamento da dor, mas também no que diz respeito a outros sintomas incapacitantes relacionados à ela. As abordagens psicológicas irão contribuir para entender esse indivíduo adoecido e sua relação com o meio e a doença, atuando diretamente no sofrimento psíquico, como depressão e ansiedade. As abordagens Cognitivo Comportamental e Psicanálise, sendo essas duas as abordagens que publicaram material referente a Fibromialgia, irão propor formas de intervenção, porém ambas tem um mesmo objetivo, que é promover a qualidade de vida do indivíduo. Segundo Guimarães (1999) a abordagem Cognitivo-Comportamental entende a dor a partir do envolvimento de variáveis afetivas, comportamentais, cognitivas e físico-sensoriais. Para Lima e Carvalho (2008 apud Chiozza, 1987, p. 148) a meta do procedimento psicanalítico é ressignificar a história do paciente, o que equivale a uma ressignificação dos fatos, sendo que a substituição do significado arrasta consigo uma magnitude de afeto suficiente para dar-lhe significância. A pesquisa bibliográfica realizada teve como objetivo geral, o levantamento das possibilidades de atuação do psicólogo frente ao tratamento da Fibromialgia, a partir disso foram pesquisados a prevalência de sintomatologias emocionais, como ansiedade e depressão em indivíduos portadores da síndrome. Pensando nas possibilidades de atuação do psicólogo, não poderia deixar de verificar as diferentes abordagens da psicologia que respaldam o trabalho do profissional diante do tratamento. Para um melhor planejamento do plano terapêutico, se faz necessário uma avaliação psicológica do indivíduo com dor crônica (FIGUEIRÓ, 1999), com isso foram pesquisados, quais os instrumentos utilizados para avaliação psicológica de indivíduos fibromiálgicos. Por fim, foi pesquisado a eficácia da atuação do psicólogo na busca pela qualidade de vida desses indivíduos. 2. METODOLOGIA A metodologia que foi utilizada para o desenvolvimento desse estudo foi a pesquisa bibliográfica e exploratória, que consistiu em levantamento e estudo bibliográfico sobre literatura científica a respeito da Fibromialgia, publicada nos últimos cinco anos. A pesquisa bibliográfica segundo Gil (1991) se desenvolve a partir de materiais já elaborados e publicados, constituindo-se principalmente de livros e artigos científicos. Gil (1991), ainda coloca que, o objetivo principal da pesquisa bibliográfica é, além de proporcionar uma visão mais ampla acerca de determinado fato, o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Segundo Marconi e Lakatos (1999), acrescentam que a Pesquisa Bibliográfica deve possibilitar a apresentação do tema sob um novo enfoque, não se limitando a uma mera repetição das idéias dos autores consultados. Na pesquisa foram utilizados como base de dados, sites com acesso a periódicos publicados nos últimos cinco anos, sendo eles: Scielo - www.scielo.br, BVS Psicologia – www.bvs-psi.org.br, Psicologia – www.psicologia.com.pt/artigos, www.artigocientifico.com.br e www.peppsi.bvs-psi.org.br/scielo, considerando que essas bibliotecas incluem as principais revistas científicas brasileiras, livros de acervo das bibliotecas universitárias como UNIVALI e UFSC, sendo que para a pesquisa foram usadas palavras chaves como, Fibromialgia, dor crônica, psicologia e qualidade de vida. Tipo Livros Quantidade 7 Exemplares Artigos 20 Artigos Após o levantamento bibliográfico, os documentos que foram encontrados foram impressos, lidos em sua totalidade e analisados, visando responder à pergunta orientadora da pesquisa e demais objetivos. Conforme Gil (1991, p. 66), “na obtenção do material bibliográfico, deve-se realizar uma leitura do mesmo, atendendo a alguns procedimentos”. 8 Portanto foi realizada a leitura exploratória, este item teve por objetivo verificar em que medida o material consultado interessava à pesquisa. A leitura seletiva se objetivou em selecionar se de fato essa material seria utilizado na pesquisa. A leitura analítica, após seleção dos materiais pertinentes à pesquisa foram ordenadas as informações contidas no mesmo, de maneira que possibilitou a obtenção de respostas ao problema proposto. Foram realizados os seguintes passos: leitura integral da obra (livros, artigos, periódicos), identificação das idéias-chaves, hierarquização das idéias e a sinterização das idéias. A leitura interpretativa, foi o item final do tratamento dos dados e, teve por objetivo relacionar o que autor afirma com o problema para o qual se propõe uma resposta. 3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A partir do levantamento do material bibliográfico referente ao assunto proposto foram definidos quatro temas principais. O primeiro aborda a prevalência de sintomatologias emocionais, como a ansiedade e depressão em pacientes com Síndrome da Fibromialgia, que segundo os autores estes sintomas que estão associação a síndrome, ainda não se sabe se estes são causa ou efeito desta. O Segundo tema vai possibilitar um aprofundamento das perspectivas terapêuticas para o tratamento da Fibromialgia, as abordagens pesquisadas foram Cognitivo Comportamental e Psicanálise, sendo estas as que publicaram material referente ao tema. O terceiro tema tem o intuito de verificar quais os diferentes instrumentos usados para avaliação das diversas dimensões da Fibromialgia. O quarto tema apresenta aspectos da atuação do Psicólogo frente ao tratamento desta síndrome e verifica o impacto desta na qualidade de vida dos portadores da Síndrome da Fibromialgia - SFM . 3.1 Prevalência de sintomatologias emocionais associadas à dor crônica de pacientes com Fibromialgia Segundo Guimarães (1999, p.13) a dor é parte integrante da vida, presente ao longo de todo o ciclo desenvolvimental desde o nascimento até a morte. Desta forma todos em algum momento da vida já vivenciaram a sensação de desconforto que é dor, no entanto cada um vai vivenciar a experiência da dor de uma maneira diferente. É difícil para alguém descrever a própria dor e impossível para qualquer um de nós conhecer exatamente a experiência de dor da outra pessoa (GUIMARÃES 199 p.15). A sensação de dor pode gerar sofrimento, desconforto e ainda assumir um papel de alerta, de que algo não anda bem com o corpo, no entanto conviver com as dores durante um longo período pode se tornar um estresse. Segundo Martins e Vandenberghe são diversas as causas e significados da dor: É sinônimo de sofrimento, mas também é um mecanismo de defesa do organismo; faz parte de um sistema de fuga e representa perigo. Por isso, a dor quando crônica e sem causa identificável concreta, assim como na Fibromialgia, a sensação de perigo se torna incompreensível, gera medo e mantém a pessoa numa reação de alerta 10 constante, um estado de estresse contínuo, que pode comprometer a saúde e a vida da pessoa. (MARTINS E VANDENBERGHE, p. 1104) Conforme Vieira e Lima (2002, p.553 apud Oliveira e Sommermam, 2008, p.132), “a doença crônica caracteriza-se por um curso longo, podendo ser incurável, deixando seqüelas e impondo limitações às funções do individuo, requerendo adaptação”. A Síndrome da Fibromialgia é caracterizada como dor crônica e por se tratar de patologia crônica e extremamente variável, a SFM pode dificultar ou impedir as atividades de trabalho ou mesmo de lazer. Desta forma, com freqüência, os pacientes apresentam períodos de irritabilidade, ansiedade ou depressão. (JACOB, JACOB e JACOB, 2005, p. 637.) A prevalência de sintomas psicológicos como depressão e ansiedade são reconhecidos como manifestações importantes na SFM. Como a etiologia dessa síndrome ainda é desconhecida, não se sabe se estes sintomas são causas ou efeito da síndrome. Pensando nos sintomas psicológicos como uma possível causa ou efeito, Chaitow descreve que: A possível componente psicológica na SFM é uma área de estudo repleta de crenças arraigadas e respostas defensivas. Um largo numero de opiniões médicas atribui todo o fenômeno da SFM – e Síndrome da fadiga crônica SFC – à área das doenças psicossomáticas/psicossociais, enquanto a uma posição igualmente bem definida de muitos profissionais de saúde (assim como por muitos pacientes) que considera que os sintomas ansiedade e depressão são mais comumente um resultado que uma causa da dor e inaptidão experimentadas na SFM. (CHAITOW 2002, p. 7 apud MCINTYRE, 1993) As sintomatologias psicológicas como ansiedade e depressão ainda geram discussões acerca de sua causalidade e/ou efeito diante da SFM, estes sintomas relacionados à dor crônica podem gerar sensação de desamparo em pacientes fibromiálgicos, se os sintomas forem inexplicáveis do ponto de vista médico, a probabilidade de depressão é ainda maior (FIGUEIRÓ 1999, P. 144), com isso essas incertezas podem suscitar um sentimento de inaptidão diante da doença, aumentando a probabilidade desses sintomas gerarem impacto negativo na vida desses indivíduos, provocando limitações funcionais na adaptação deste as suas rotinas. Segundo Castro et. al., (2006), diversos trabalhos enfatizam que mesmo em quadros eminentemente orgânicos, a influência dos aspectos psicológicos têm sido relevantes na queixa de dor. Desse modo, as síndromes dolorosas crônicas podem favorecer o aparecimento da depressão, ou a depressão preceder ou predispor as pessoas a desenvolverem queixas dolorosas crônicas. Para Berber et. al. (2005, p.53) a depressão piora a funcionalidade social e emocional. Pacientes depressivos têm tendência ao isolamento, a sentimentos de derrota e frustração, o que dificulta o seu relacionamento com outros indivíduos e o perturba emocionalmente. 11 Além da depressão que pode piorar a funcionalidade social e emocional, outro transtorno psiquiátrico associado a pacientes com dor crônica é o da ansiedade. A ansiedade pode ser situacional (quando está associada a determinadas circunstâncias), ou ser constante na vida do indivíduo (CASTRO et. al., 2006), podendo surgir como um sintoma agravante dessa síndrome. Segundo Figueiró (1999) nos transtornos de ansiedade há um alto nível de preocupação e focalização somática, há aumento na probabilidade de perceber a dor. A ansiedade também causa aumento da tensão muscular e atua igualmente pelos mecanismos de estresse para aumentar a prevalência de dor. Para Castro et. al., (2006), alguns autores demonstraram que pacientes com dor crônica apresentaram muita preocupação, tensão, nervosismo e apreensão frente à sua doença, que proporcionam níveis de ansiedade mais elevados do que na população em geral. Desta forma os sintomas da depressão e ansiedade devem ser tratados com a mesma importância que os sintomas físicos, Knoplich (2001) e Villalpando, Sotres, Manning e González (2005) abordam a necessidade da Fibromialgia ser encarada como um sofrimento que envolve tanto o aspecto biológico como o psicológico. A partir do exposto sabe-se que as sintomatologias psicológicas podem gerar inaptidão dos indivíduos fibromiálgicos bem como interferir no bem-estar psicológico e na qualidade de vida do indivíduo. No entanto Figueiró (1999 apud Merskey) adverte que não devemos afirmar que uma dor é causada ou mesmo agravada por patologia mental a menos que tenhamos evidências positivas dessa patologia, obtida por avaliação psiquiátrica e psicológica adequada, e salienta que podemos oferecer considerável ajuda psicológica e realizar diagnósticos e tratamentos psiquiátricos úteis na investigação e cuidados dos pacientes com dor crônica. 3.2 Diferentes Perspectivas da Psicologia para o tratamento da Fibromialgia Antes de verificar as diferentes perspectivas psicológicas para o tratamento da Fibromialgia, é importante conceituar a psicologia da saúde. Para Remor (1999), a saúde foi desde sempre uma das principais preocupações vitais para todos, considerada como valor principal tanto pessoal como cultural, ainda que possa ser entendida desde diferentes pontos de vista. A Organização Mundial da Saúde (1964), passou a definir a saúde como um estado completo de bem-estar físico, mental e social, não somente a 12 ausência de infecções ou doenças. Sendo assim a saúde necessita ser parte integrante na vida dos indivíduos, uma conquista diária. Como há uma integração de aspectos físicos, emocionais e sociais para obtenção da saúde, a Psicologia passa a ter na área da saúde um campo de pesquisa, a “Psicologia da Saúde”, Remor (1999 apud Carrobles 1993), vai conceituar Psicologia da Saúde como: Campo de especialização da psicologia que centra seu interesse no âmbito dos problemas de saúde, especialmente físicos e médicos, com a principal função de prevenir a ocorrência dos mesmos ou de tratar ou reabilitar estes no caso de que seja necessário, utilizando-se uma metodologia, princípios e conhecimentos da atual psicologia científica, sobre a base de que o comportamento constitui, junto com as causas biológicas e sociais, os determinantes principais, tanto da saúde como da maior parte das doenças e problemas humanos de saúde existentes na atualidade. (REMOR, 1999, p. 209 apud CARROBLES, 1993). A Divisão de Psicologia da Saúde da APA American Psychological Association, estabeleceu dez objetivos prioritários para a Psicologia da Saúde (REMOR, 1999, p.212 apud CARROBLES, 1993). 1. Compreender e avaliar a interação existente entre o estado de bem-estar físico e os diferentes fatores biológicos, psicológicos e sociais. 2. Entender como as teorias, os princípios e os métodos de pesquisa psicológica podem aplicar-se para potencializar os enfoques biomédicos na promoção da saúde e o tratamento da doença. 3. Compreender a natureza da resposta de estresse e sua importância na etiologia e o processo de aquisição de um grande número de problemas de saúde. 4. Entender como os métodos e técnicas comportamentais e cognitivas podem ajudar as pessoas a enfrentar e controlar o estresse. 5. Desenvolver habilidades necessárias para construir e aplicar programas cujo objetivo seja o de criar ou incrementar hábitos e estilos de vida pessoais de saúde. 6. Compreender as dificuldades que experimentam os pacientes ao decidir buscar tratamento para suas moléstias ou problemas. 7. Ser consciente do estado e das condições experimentadas pelos pacientes no âmbito hospitalar, assim como, dos fatores que afetam a aderência aos tratamentos médicos e as fontes de problemas no que as relações médico-paciente se refere. 8. Entender as diferenças existentes entre os métodos psicológicos e médicos para reduzir a dor e como podem combinar-se estes para melhorar a eficácia do tratamento. 9. Ser conscientes do impacto que as doenças incapacitantes e terminais produzem nos próprios pacientes e suas famílias. 13 10. Descobrir e entender como as técnicas e os princípios psicológicos podem aplicar-se para ajudar aos pacientes a afrontar (coping) e tratar de controlar as doenças crônicas. Com isso a Psicologia da Saúde a partir dos seus objetivos irá junto com as perspectivas psicológicas (Cognitivo Comportamental e Psicanálise), auxiliar na promoção da saúde de indivíduos fibromiálgicos. Diante das sintomatologias psicológicas apresentadas e da conceituação da Psicologia da Saúde, é possível pensar nas possibilidades de atuação do psicólogo, frente ao tratamento da Fibromialgia. As abordagens psicológicas irão subsidiar a intervenção deste profissional no sofrimento psíquico do indivíduo. Durante o tratamento, o psicólogo vai auxiliar este indivíduo na compreensão que este faz da sua doença e da relação que esta tem com o meio em que vive, sendo que este sofrimento pode prejudicar a qualidade de vida e ainda acentuar os sintomas psicológicos associação a síndrome, como a ansiedade e depressão. A partir disto as abordagens que serão citadas posteriormente irão compreender esse indivíduo no processo de adoecimento, propondo formas de intervenção para o alívio dos sintomas, sendo assim possibilitando promoção da qualidade de vida. Segundo Sardá (2007, p. 15), independente da abordagem psicológica utilizada, podemos pressupor que aceitar a realidade de conviver com as dores crônicas é um grande desafio para maior parte das pessoas com dor crônica. Não obstante é um passo extremamente importante para o melhor convívio com a cronicidade de uma doença. A aceitação da dor crônica tem sido definida como: viver com a dor sem reações desnecessárias ou esforços para tentar controlá-la ou evitá-la (SARDÁ, 2007, p. 16). Sardá (2007, p. 17 apud Risdon et. al., 2003), descrevem três principais dimensões do conceito de aceitação: não focalizar somente a dor, mas também outros aspectos da vida; reconhecer que a possibilidade de cura em termos de eliminação total da dor seria improvável de acontecer; rejeitar o fato de que aceitação da dor e desta condição de cronicidade é diferente de fracasso. Pacientes não bem adaptados a dor apresentam maior ansiedade relacionada a esta e menos aceitação da dor do que pacientes bem adaptados. Os fatores de ansiedade e aceitação contribuíram significativamente para a diminuição da depressão e ansiedade da dor (SARDÁ, 2007, p. 18 apud MCCRACKEN e ECCLESTON, 2003). Partindo desse pressuposto, as abordagens irão auxiliar o indivíduo a compreender a doença e se posicionar diante dela, em um processo de aceitação, já que a eliminação total da dor dificilmente é alcançada. 14 Segundo Teixeira et al. (1999, p.128), a terapia comportamental, hoje bastante utilizada para o tratamento da dor, consiste em um conjunto de métodos destinados a auxiliar o indivíduo a modificar o comportamento, seja ele sadio, doentio ou doloroso, ou as atitudes relacionadas com a dor. A Terapia Cognitiva Comportamental é baseada no modelo cognitivo do funcionamento humano, segundo o qual comportamentos e emoções são mediados por processos simbólicos subjacentes. Estas variáveis cognitivas, inferidas pelo terapeuta a partir dos comportamentos e dos relatos do paciente, são considerados o cerne do problema (VANDENBERGHE, 2005). Segundo Figueiró (1999), o modelo cognitivo-comportamental é um dos mais empregados no mundo e entende a dor como uma experiência que ocorre em um contexto social, utilizando o modelo do condicionamento operante. Assim os comportamentos dolorosos do paciente reforçam comportamentos significativos nos acompanhantes, que reforçam os primeiros. Se o comportamento doloroso é reforçado, o modelo comportamental assume o controle, e a dor e as incapacidades continuam. O tratamento objetiva desenvolver comportamentos adaptativos por reforço e os comportamentos dolorosos e desadaptativos recebem atenção mínima. Existem justificativas importantes para uma abordagem cognitiva da dor crônica. A literatura empírica indica que a atribuição externa e o pensamento catastrófico contribuem para a intensidade da dor (Vandenberghe, 2005 apud Camacho & Aarte, 2001; Turner, Jensen & Romano, 2000). A terapia cognitiva, como descrita acima é a abordagem de escolha para a modificação de tais vieses no processamento de informação pelo paciente (VANDENBERGHE, 2005). Outro conceito importante para o tratamento do paciente com dor crônica é o de crenças, que são pensamentos que indivíduo tem a respeito de seu problema doloroso. Com isso o sucesso da terapia Cognitivo-Comportamental depende da alteração das crenças disfuncionais (FIGUEIRÓ, 1999, p.150). Para Teixeira et. al.(1999, p. 128), a terapia Cognitivo Comportamental é muito eficaz nos casos em que a dor é causa de grande incapacidade, especialmente quando as situações ambientais representam o componente fundamental do comportamento doloroso (dor operante). As técnicas de relaxamento proporcionam grande conforto quando a síndrome miofascial dolorosa é expressiva. Além de melhora da dor, reduzem a ansiedade e geram sensação de descanso e de bem-estar mental e físico. (TEIXEIRA et. al. 1999, p.128). Segundo Texeira et. al (1999, p.129)Para implantação dessas estratégias, é fundamental que os doentes, família, acompanhantes e equipe de saúde estejam instruídos, 15 informados e envolvidos de maneira explícita e clara a respeito delas e sobre a necessidade de não valorizar em demasia as queixas dos doentes. Com a valorização da dor por terceiros, é possível que o indivíduo acometido por ela, possa usá-la para ter ganhos secundários, já que a dor tem um caráter subjetivo dependemos também da interpretação que o indivíduo faz dela, muitas vezes estando esta sujeita ao significado que o paciente lhe atribui . (Angelotti, 2007, p.40) Segundo Angelotti (2007, p. 41 apud Redondo et. al., 2004), as alternativas não farmacológicas de tratamento são mais eficazes no manejo de pacientes de Fibromialgia. Além disso eles apontam que o tratamento combinado – terapia cognitivo-comportamental associada a exercícios físicos – melhora as manifestações clínicas da Fibromialgia, porém por curtos períodos de tempo. O dado sugere a necessidade de acompanhamento regular dos pacientes. Com isso o tratamento com a terapia Cognitivo-Comportamental objetiva promover comportamentos adaptativos saudáveis por meio de reforços, com o intuito de reduzir a atenção para os comportamentos dolorosos e alteração das crenças disfuncionais. Segundo Lima e Carvalho (2008, p.147 apud Knoplich 2001) destaca que o tratamento da Fibromialgia deve ser feito com o enfoque sociopsicossomático, por parte dos especialistas que tratam esses pacientes. O autor diz que a abordagem deve ser, desde o início, conjuntamente somática e psicológica. O conceito atual de ' psicossomática', de acordo com Silva e Muller (2007 apud Lipowiski, 1984), tem a intenção de abarcar uma visão de integralidade do homem, ou seja, sua totalidade, um complexo mente-corpo em interação com um contexto social. Aborda a inseparabilidade e a interdependência dos aspectos psicológicos e biológicos da humanidade. Para a Psicanálise, por sua vez, a dor é uma forma de expressão de desconforto, mas também de arranjo defensivo do psiquismo diante da angústia. A dor, ao mesmo tempo em que incomoda, apazigua; não só sinaliza desarranjo, mas também o encobre. Na Psicanálise, portanto, a dor é tomada como expressão subjetiva de um conflito inconsciente (CAMPOS, p.1 apud PRADO, 2010). Segundo a autora citada anteriormente: A Psicanálise não tem por finalidade principal eliminar o sintoma, embora os processos analíticos sejam motivados por ele. “O sofrimento psíquico impulsiona uma investigação que lançará luz a lados obscuros do sujeito sofrente, inconscientes, que por sua vez influenciam suas atitudes, escolhas, visão de mundo. Por meio desse processo, o indivíduo poderá apropriar-se de seu desejo e desta forma encontrar mais sentido no modo de encaminhar sua vida. A conseqüência direta desse processo de se conhecer via relação com o analista é o rearranjo da economia 16 libidinal e nessa esteira pode se dar a remissão de sintomas, quando não, o surgimento de formas mais criativas, mais integradas e menos onerosas ao sujeito em lidar com seu sintoma”. (CAMPOS, p.1 apud PRADO, 2010) A meta do procedimento psicanalítico é ressignificar a história do paciente, o que equivale a uma ressignificação dos fatos, sendo que a substituição do significado arrasta consigo uma magnitude de afeto suficiente para dar-lhe significância (LIMA e CARVALHO, 2008, p. 148 apud CHIOZZA, 1987). À medida que se fala sobre a dor e suas representações, a pessoa passa a ter maior experiência e maior compreensão sobre ela, podendo sair da posição passiva da vivência e assumir uma postura de crescer na experiência. Há que se considerar, também, que a dor, em muitos casos, será uma eterna companheira da pessoa, a qual terá que se submeter a algumas restrições. É necessário dar uma significação ao processo de adoecer (LIMA e CARVALHO, 2008, p. 149 apud SASDELLI e MIRANDA, 2001). Segundo Lima e Carvalho (2008, p. 148 apud Montagna, 1996), a leitura dos próprios sentimentos feita pela pessoa e a linguagem que permite expressá-los verbalmente estão cheias de buracos, de brancos, e cabe à análise tentar ajudar a preencher. Ainda referente aos mesmos autores, do ponto de vista cognitivo, colocar em palavras uma experiência traumática modifica a memória, organizando a experiência emocional em algo coerente, que pode ser mais facilmente assimilado e colocado de lado. O sintoma doloroso é definido, sob o referencial da Psicanálise, como uma formação defensiva do psiquismo, que contribui para a preservação do indivíduo (CAMPOS, p.1 apud PRADO, 2010). Entre as características que propiciam o surgimento de quadros dolorosos é possível citar a fragilidade egóica, dificuldades de simbolização, isto é, com empobrecimento psíquico e tendência a expressar no corpo os conflitos emocionais (CAMPOS, p.2 apud PRADO, 2010). Angelotti (2001) coloca que os indivíduos relativamente inativos são especialmente vulneráveis à experiência dolorosa, pois, não tendo mais com que ocupar a atenção, concentram-se na dor. A dor faz parte da etiologia da síndrome da Fibromialgia, o que segundo Lima e Carvalho (2008, p. 148 e 149 apud Sasdelli e Miranda, 2001), a dor articula-se como funcionamento psicológico do ser singular, e ao abordar o paciente é importante considerar que é necessário usar a condição da empatia, colocar-se no lugar do outro, para buscar compreender o que a dor representa para ele; tentar perceber se o doente consegue ter algum ganho secundário com ela. 17 Na estrutura da personalidade do doente crônico observam-se tendências à regressão e à passividade, deixando este de ser agente no processo de tratamento e delegando essa função a outros. Também se faz presente à dependência excessiva, necessitando do cuidado de outros, à semelhança da dependência vivida no início da vida (LIMA e CARVALHO, 2008, p. 153 e 154 apud COELHO, 2001). Para Loduca (1999, p.198), tratar de indivíduo com dor não se resume a diagnosticar e receitar remédios. Tornou-se consenso na literatura que qualquer abordagem que procure assisti-lo com eficiência necessita de um enfoque multidisciplinar. A abordagem Psicanalítica vai auxiliar o indivíduo no processo de ressegnificação dos fatos ligados ao adoecimento. Embora as duas abordagens citadas anteriormente tenham diferentes olhares sob o indivíduo adoecido, ambas terão o mesmo objetivo, que será o alívio dos sintomas referentes à Fibromialgia. 3.3 Instrumentos Usados para Avaliação das Diversas Dimensões da Fibromialgia Para Pimenta (1999), o controle de sintomas objetivando mais conforto, independência, felicidade e preservação da dignidade da pessoa deve ser prioridade de qualquer atendimento em saúde, especialmente naqueles portadores de quadros crônico. Para isso o processo terapêutico deve contar com o suporte dos testes, que irão subsidiar o trabalho dos psicólogos envolvidos no tratamento da dor crônica. A avaliação da experiência dolorosa é fundamental para se compreender a origem e magnitude da dor, para implementação de medidas analgésicas e verificação da eficácia das terapias instituídas. (PIMENTA, 1999, p.34) Segundo Sardá e Cruz (2007) existem evidências científicas sobre a participação de variáveis biológicas e psicológicas na dor, embora um diagnóstico preciso nem sempre é uma tarefa fácil, dada as características e condições peculiares da etiologia e manifestação das síndromes dolorosas nas pessoas e a subjetividade da dor. A necessidade de qualificar e quantificar a sensação dolorosa e medir o alívio obtido com as terapias levou ao desenvolvimento de instrumentos de avaliação de dor que facilitam a comunicação com o doente e permitem comparações individuais e grupais, possibilitam maior compreensão da experiência dolorosa e das repercussões desta na vida do doente, auxiliam no diagnóstico e na escolha terapêutica. (PIMENTA, 1999, p.35) 18 A avaliação da dor realizada uma única vez ou muito esporadicamente é de validade limitada. As avaliações devem ser seqüenciais, a intervalos regulares e bem documentadas. Podem ser utilizados diários que podem ser preenchidos pelo doente ou por cuidador. (PIMENTANTA, 1999. p. 34 e 35) Sardá e Cruz (2007 apud Craig 1994), pontuam que a avaliação da dor deve abordar duas dimensões: os aspectos sensoriais da dor e a resposta emocional do indivíduo à experiência dolorosa, ou seja, as dimensões sensoriais e emocionais. Segundo Pimenta (1999, p.35), os instrumentos podem ser de auto-relato, de observação do comportamento e de medidas das respostas biológicas á dor. Para Sardá e Cruz (2007), os testes psicológicos, técnicas eminentemente quantitativas, visam compreender objetivamente determinadas variáveis, traços e estados emocionais. Sua abordagem de alguns aspectos facilita a comparação dos resultados do indivíduo avaliado com outros, bem como a comunicação dos resultados. Segundo Figueiró, (1999, p.141), a avaliação completa da dor inclui a análise dos aspectos psicológicos da dor e o efeito da dor no comportamento e na estabilidade psicológica. Ainda citando o mesmo autor, as avaliações psicológicas poderão ajudar a determinar a existência de fatores psicológicos que poderão influenciar no manejo futuro (FIGUEIRÓ, 1999, p. 140). Para um melhor planejamento do plano terapêutico, se faz necessário uma avaliação psicológica do individuo com dor crônica. Essa avaliação freqüentemente inclui uma entrevista e o uso de instrumentos psicométricos específicos. Esses tipos avaliações constituem um desafio, pois muitos pacientes estão inconscientes dos aspectos psicológicos envolvidos e relutantes a submeter-se àquelas (FIGUEIRÓ, 1999, p. 141). Para Pimenta (1999), os objetivos da avaliação da experiência dolorosa são estabelecer os elementos determinantes ou contribuintes para o quadro fisiopatológico, aquilatar as limitações e sofrimento advindos da dor e nortear a escolha das intervenções implementares. Segundo Figueiró (1999, p.148), a avaliação psicológica pode ser constituída de: • Entrevista – História da dor: características da dor, estratégias de enfrentamento, comportamentos dolorosos, utilização do sistema de saúde, história do uso de medicamentos e drogas, impacto vocacional, ocupacional e financeiro, incapacidades funcionais, relacionamentos familiares e conjugais, sofrimento emocional e transtornos psicológicos. Background familiar, educacional, marital, vocacional, médico psiquiatra, uso de álcool e drogas, litígio e penal, perdas recentes. Exame do estado mental e entrevistas psiquiátricas. • Testes – Psicofísico: torniquete, pressão, frio, calor. 19 Psicométricos: VAS, MMPI, Inventário McGill, Questionário de Comportamentos Doentios, Inventário Beck de Depressão, Inventário Multidimensional de Dor, Inventário de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde, Índice de Incapacidade Dolorosa e Medidas Comportamentais, entre outros. • Intervenções Psicológicas – Pacientes com Dor Crônica se beneficiam de tratamentos comportamentais orientados para o insight que melhorem a forma de enfrentamento e a funcionalidade, reduzam a ansiedade e diminuam a intensidade da dor. Essas técnicas incluem biofeedback, treinamento de relaxamento, hipnose, dessensibilização, reabilitação vocacional, manejo de contingente e modificação comportamental. Especificamente no caso dos pacientes com dores crônicas, existe a necessidade de comparar os resultados dos testes que avaliam padrões ou estados psicológicos com os de uma população que não apresenta dor crônica, uma vez que determinados níveis de depressão, ansiedade, somatização e outros aspectos estão freqüentemente associados à dor, ainda que apenas a partir de determinados níveis esses estados emocionais possam atuar como fatores em quadros álgicos. (SARDÁ e CRUZ, 2007, p. 108) Sardá e Cruz (2007, p.109 a 111), citam os principais instrumentos para avaliação de pacientes com dor, são eles: • A Escala Visual Analógica(EVA), avalia a intensidade da dor. Esse instrumento foi um dos primeiros a ser utilizado na avaliação da dor e fornece uma importante visão da experiência dolorosa do paciente especialmente no que se refere à dimensão sensório-discriminativa. • Questionário McGill, também é um instrumento que avalia a dor e visa acessar as dimensões sensoriais, afetivas e avaliativas da dor, formando um índice de dor. • MMPI Inventário Multifásico de Personalidade Minnesota, para a população com dor sua aplicabilidade consiste em avaliar a presença de traços psicopatológicos como fatores importantes na etiologia da dor. • West Haven-Yale Multidimensional Pain Inventory (MPI Inventário Multidimensional da Dor), baseado no modelo cognitivo-comportamental, visa medir principalmente o impacto da dor na vida do paciente e a participação do paciente em atividades rotineiras. • Behavioral Assessment of Pain - BAP (Avaliação Comportamental da Dor), baseado no modelo biopsicossocial, visa avaliar as diversas dimensões da dor. • Questionário 16 PF, instrumento multidimensional, que visa acessar os dezesseis traços primários de personalidade. 20 • Inventário de Depressão Beck, visa diagnosticar a depressão em pacientes psiquiátricos. • SCL-90-R (Inventário de Sintomas), foi desenvolvido para identificar sintomas psicológicos. No Brasil este teste ainda não é normatizado, embora avalie aspectos importantes da dor. • Pain Patient Profile (Perfil do Paciente com Dor) visa identificar estresse associado à dor, graus de estresse e a influência de aspectos psicológicos na dor. Para Pimenta (1999), os objetivos da avaliação são estabelecer os elementos determinantes ou contribuintes para o quadro, aquilatar as limitações e sofrimento advindos da dor, nortear a escolha das intervenções analgésicas e verificar a efetividade das intervenções implementadas. Vale ressaltar que os testes são instrumentos que poderão auxiliar o Psicólogo e demais profissionais envolvidos no tratamento de indivíduos com dor crônica, podendo possibilitar a identificação de aspectos psicológicos associadas à ela , sendo está uma característica da Síndrome da Fibromialgia. 3.4 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE AO TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA O papel do psicólogo frente ao tratamento da Fibromialgia se faz necessário, tanto quanto a atuação de um médico, de um fisioterapeuta, de um educador físico, entre outros profissionais que atuam, para junto com o paciente fibromiálgico buscar possibilidades de enfrentamento dessa doença. Em uma equipe multidisciplinar o psicólogo poderá assumir o papel de facilitador da comunicação e interação entre a equipe e o paciente e ainda entre paciente e seus familiares, que também são afetados nesse processo de adoecimento. O tratamento desta síndrome, que afeta os mais variados aspectos do indivíduo, necessita de uma visão holística e um atendimento multidisciplinar. O paciente tem que ser pensado como um ser que possui uma debilitada condição física desencadeada pela perda de energia e pela dor, afetando psicologicamente o que o torna um ser emocionalmente vulnerável, e socialmente descriminado, tendo constantemente a sua credibilidade à prova, impotente diante dos limites que a doença impõe, além de outros aspectos complexos que se apresentam na dinâmica da sua relação com a doença. (OLIVEIRA e CAMÕES, 2003, pg. 5) 21 Com isso Cailliet (1999), coloca que “a vida do paciente com dor crônica pode sofrer a influência de várias pessoas da sociedade: psicólogos, líderes religiosos, comentaristas e membros da família”. Segundo Oliveira e Camões (2003), “devido ao grande impacto desta síndrome na qualidade de vida dos fibromiálgicos, a psicologia possui recursos e instrumentos que podem ajudar a aliviar algumas das sintomatologias destes doentes, através de um plano psicoterapêutico”. Visto isso o psicólogo não irá atuar apenas no enfoque do tratamento da dor, mas irá pensar também em como atuar diante de outros sintomas incapacitantes relacionados a essa doença, como o sofrimento psíquico desse indivíduo e ainda a adesão ao tratamento. Como a dor crônica em grande parte não apresenta indícios de cura, o psicólogo poderá atuar na mediação de forma que este indivíduo consiga aderir ao plano terapêutico proposto por uma equipe multidisciplinar. Aderir ao tratamento significa aceitar a terapêutica proposta e segui-la adequadamente. Vários são os fatores que influenciam na adesão característica da terapia: peculiaridades do paciente, aspectos de relacionamento com a equipe multiprofissional, variáveis socioeconômicas, entre outros (ARAUJO et. al., 2004 apud KURITA e PIMENTA, 2003). Martim Grabois, presidente da American Pain Society em 1996, em comunicação pessoal relatou que os custos anuais de um paciente são reduzidos d 24 mil para 14 mil dólares quando se acrescentam as intervenções psicossociais ao tratamento (FIGUEIRÓ, 1999, p.143). A dor crônica tem um caráter incapacitante e se não tratada adequadamente pode agravar as sintomatologias físicas e ainda as psicológicas, provocando uma repercussão negativa nas esferas da vida do indivíduo. Com isso pode gerar um comprometimento na qualidade das relações pessoais, profissionais e sociais, podendo culminar no agravamento dos sintomas de ansiedade e depressão. Souza e Carvalho (2003), uma boa saúde é o melhor recurso para o progresso pessoal, econômico e social, e uma dimensão importante da qualidade de vida. Partindo desse pressuposto dentre as possibilidades de atuação do Psicólogo frente ao tratamento da Fibromialgia, este terá sua atuação pautada na promoção da qualidade de vida desses indivíduos, possibilitando a adaptação a nova condição de vida permeada pela cronicidade da doença, fazendo com este adira ao tratamento proposto além do acompanhamento psicoterapêutico subsidiado pelas abordagens descritas anteriormente. 22 Dantas, Sawada, Malerbo (2003), irão definir Qualidade de vida como sendo, “uma noção eminentemente humana e abrange muitos significados que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades Segundo a Organização Mundial de Saúde a qualidade de vida tem uma natureza multifatorial, referindo esse conceito a partir de cinco dimensões: (1) saúde física, (2) saúde psicológica, (3) nível de independência (em aspectos de mobilidade, atividades diárias, dependência de medicamentos e cuidados médicos e capacidade laboral), (4) relações sociais e (5) meio ambiente. Trata-se de visão global, que considera as varias dimensões do ser humano na determinação dos níveis de qualidade de vida de cada individuo. (Souza e Carvalho, p. 516, 2003) Souza e Carvalho( 2003, p. 516 apud Wilheim 1978, p. 133) “já agregava a esse conceito a mesma visão, entendendo-o como a “sensação de bem estar dos indivíduos”, relativo a fatores objetivos e subjetivos da experiência humana.” O conceito de qualidade de vida dado pela Organização Mundial de Saúde vai permitir um norteamento, porém cada indivíduo vai quantificar subjetivamente o que para si, é qualidade de vida. Cada um vai determinar um fator que é importante para se alcançar à qualidade de vida, sejam eles, saúde física, psicológica, independência financeira, entre outros determinantes. Prover ótimas condições de sobrevivência não garante a elevação dos níveis de qualidade de vida, visto que o que determina é a forma e a capacidade do individuo em perceber e se apropriar dessas condições. (...) Além disso, viver com qualidade é uma condição que satisfaz as exigências e demandas que determinada situação inflige aos indivíduos, dentro de um contexto particular. (Souza e Carvalho, 2003, p.516) Dessa forma, Souza e Carvalho (2003, p. 516 apud Rueda, 1997), considera a qualidade de vida como uma condição complexa e multifatorial sobre a qual é possível desenvolver algumas formas de medidas objetivas, através de uma série de indicadores, porém a vivencia que o sujeito – ou grupo social – pode ter de si mesmo, tem um importante peso específico. Com isso Souza e Carvalho (2003), colocam que “a qualidade de vida não pode ser tomada como um conceito geral, mas entendida dentro da experiência cotidiana e pessoal de cada um dos envolvidos”. Pensando ainda na qualidade de vida como uma construção subjetiva de cada indivíduo Fleck, Leal, Louzada, Xavier e Chachamovich (1999), conceituaram qualidade de vida, como a percepção dos indivíduos ou grupos em satisfazer suas necessidades, aproveitando as oportunidades para alcançar um estado de felicidade e realização pessoal. É a percepção do indivíduo: de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação aos seus objetivos, 23 expectativas, padrões e preocupações. (SILVA e MULLER, 2007 apud FLECK, LEAL, LOUZADA, XAVIER ECHACHAMOVICH, 1999) Para Petrone (1994), “qualidade de vida é entendida no sentindo de satisfação, vida como realização das aspirações, dos desejos, externalizações também parciais dos impulsos, dos quais se é consciente ou não”. Mesmo se tendo definições do que é qualidade de vida, cada indivíduo vai construir subjetivamente o que para si é ter qualidade de vida, pautado na busca pela satisfação pessoal. A presença concomitante de distúrbios psíquicos provoca maiores limitações funcionais, afetando ainda mais negativamente a qualidade de vida das pessoas, tanto no aspecto físico como no intelectual e emocional, e reduzindo a capacidade da pessoa para o trabalho, a vida familiar e social (Lima e Carvalho, 2008, p.147 e 148 apud Torres, Troncoso & Castillo, 2006). Os efeitos incapacitantes da dor crônica nos indivíduos, podem contribuir para um sofrimento prolongado, gerando um sentimento de frustração e impotência, reforçando o processo de adoecimento. Diante disse se aponta a necessidade de ter um acompanhamento de um profissional habilitado para auxiliar este indivíduo a desenvolver novas estratégias de enfrentamento, possibilitando a este um auto conhecimento, aceitação da nova condição e adesão ao tratamento. 4 CONCLUSÕES E SUGESTÕES O interesse pelo tema surgiu pela necessidade de verificar as possibilidades de atuação do Psicólogo diante do tratamento de Síndromes Dolorosas, mais especificamente a Síndrome da Fibromialgia, que é caracterizada como dor crônica. Conforme Vieira e Lima (2002, p.553 apud Oliveira e Sommermam, 2008, p.132), “a doença crônica caracteriza-se por um curso longo, podendo ser incurável, deixando seqüelas e impondo limitações às funções do indivíduo, requerendo adaptação”. A partir da pesquisa bibliográfica, verificou-se que sintomatologias emocionais como ansiedade e depressão estão comumente associadas à síndrome e que diante dos sintomas incapacitantes da SFM, esta pode causar um impacto na qualidade de vida dos indivíduos fibromiálgicos. As sintomatologias psicológicas como ansiedade e depressão ainda geram discussões acerca de sua causalidade e/ou efeito diante da SFM, sendo que estes sintomas relacionados à dor crônica podem gerar sentimento de desamparo e inaptidão em pacientes fibromiálgicos. A pesquisa desse tema é de extrema relevância, no entanto constatou-se uma carência de publicações enfocando a atuação da Psicologia diante do tratamento da Fibromialgia, visto que os sintomas não são apenas físicos, mas também emocionais, sendo que este último se não for avaliado e tratado compromete todo o processo de adaptação a síndrome e adesão ao tratamento, visto que a cura desta é incerta. Para realização desta pesquisa foi proposto a utilização de livros e periódicos publicados nos últimos cinco anos, no entanto em alguns momentos foram utilizados materiais mais antigos devido a carência de literatura atualizada, o que nos remete a importância de serem feitas mais pesquisas relacionadas a essa temática. A psicologia tem o suporte de diferentes perspectivas psicológicas, no entanto no momento de se verificar as diferentes perspectivas envolvidas no tratamento da Fibromialgia, verificou-se apenas publicações referentes a abordagem Cognitivo-Comportamental e a Psicanálise sendo que esta encontra-se limitada em material bibliográfico, o que dificultou a pesquisa. O que foi possível verificar é que o material encontrado na literatura nacional é restrito a um grupo de autores, não permitindo uma abrangência maior de considerações a respeito do tema. Para subsidiar a atuação o Psicólogo a abordagem Cognitivo Comportamental é muito forte no que diz respeito ao tratamento da dor crônica, sendo esta a abordagem que mais publicou material. 25 O envolvimento da psicologia no tratamento de síndromes dolorosas é imprescindível, já que independente dos fatores orgânicos justificarem a dor, os aspectos psicológicos estão diretamente relacionados ao processo de adoecimento do indivíduo. A dor crônica exerce impactos negativos em diversos aspectos da vida dos indivíduos. Em geral, há um declínio significativo da funcionalidade, dos relacionamentos sociofamiliares e da qualidade de vida nos indivíduos com dor crônica. Embora a dor crônica não tenha cura, existem possibilidades de se conviver com ela, através de um processo de aceitação e ainda adesão ao tratamento proposto para redução dos sintomas incapacitantes. Acredito que a psicologia tem muito a contribuir para obtenção de resultados positivos diante do tratamento, auxiliando o indivíduo a se ver diante da doença e com isso buscar alternativas de se conviver com ela sem causar maiores danos a sua vida, se tornando um agente de mudança da sua própria vida. REFERÊNCIAS Angelotti, G. (2001). Dor crônica: aspectos biológicos, psicológicos e sociais. IN: V.A.A. Camon (Org.), Psicossomática e a psicologia da dor. São Paulo: Pioneira. ANGELOTTI, G., FORTES, M. Terapia cognitiva e comportamental no tratamento da dor crônica. IN. ANGELOTTI, G. Terapia Cognitivo – Comportamental no Tratamento da Dor. Casa do Psicólogo 1ª ed. 2007 ARAÚJO, A., LINHARES, C., COELHO, M., O Que há de Psicológico na Dor Crônica: Uma reflexão sobre o acompanhamento psicológico a pacientes com dor crônica. CienteFico. 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